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ANHANGUERA EDUCACIONAL UNIDADE SANTO ANDRÉ ENGENHARIA CIVIL - 1º SEMESTRE Ednaldo Raposeiro – RA: 2589545471 Ewerton Henrique de Oliveira – RA: 5419825520 Jose Carlos Rodrigues Junior – RA: 5947506313 Midian Miashiro da Silva – RA: 5419825555 Renata Sampaio Valera – RA: 5419825684 Rui Marchi – RA: 5419781032 PRODUÇÃO TEXTUAL INTERDISCIPLINAR EM GRUPO Viabilidade da implantação de um frigorífico SANTO ANDRÉ 2017 1 SITUAÇÃO GERADORA DE APRENDIZAGEM (SGA) Viabilidade da implantação de um frigorífico “Um grupo de investidores da Alemanha identificou uma oportunidade de negócio em uma cidade brasileira. A proposta é investir na exportação de miúdos de um frigorífico de carne suína e, para dar início à implementação dessa proposta, os investidores alemães contrataram a equipe X. Essa equipe será responsável por analisar a referida proposta”. INTRODUÇÃO: Analisando-se o texto da SGA, o grupo discutiu e estabeleceu os seguintes parâmetros para a elaboração desta produção textual: A empresa a ser fundada será um frigorífico voltado à exportação, ou seja, uma instalação industrial que realiza o processamento e armazenagem de produtos de origem animal, cujo produto final será exportado para a Alemanha. Desta forma, não se inclui nas atividades da empresa o abate dos suínos, mas sim a compra dos miúdos diretamente dos abatedouros, seu adequado processamento, armazenagem e despacho. O transporte internacional também não competirá ao frigorífico e para isso será contratada empresa especializada às expensas do comprador. Tendo em vista que miúdos se deterioram muito mais facilmente que outros cortes de carnes a empresa não trabalhará com estoques parados, utilizando-se do sistema de logística conhecido como “Just in time”, no qual a matéria-prima chega ao local de utilização somente no momento exato em que for necessária, ou seja, os miúdos só serão comprados, processados e despachados após a encomenda do comprador para que não haja risco de deterioração. Ademais, este sistema logístico gera economia e exige um espaço bem menor na planta empresarial. 2 Analisando-se o mapa constante da figura 1 fornecido pela PTG, o grupo concluiu que o local de implementação do frigorífico é o vilarejo de Caraíva, na cidade de Porto Seguro, no estado da Bahia, na região nordeste do Brasil. Estabelecidos estes parâmetros, passa-se as respostas da produção textual propriamente dita. 3 1 - REALIZAR UMA COLETA DE DADOS QUE RESPONDA A SOLICITAÇÃO DO RELATÓRIO DA EMPRESA. 1.1 – Descrição sobre o ambiente social em que o frigorífico está instalado De acordo com o mapa da localização, o frigorífico está instalado em Caraíva, na cidade de Porto Seguro, no estado da Bahia, ao Nordeste do Brasil. Caraíva é um dos distritos de Porto Seguro1. Trata-se de uma comunidade litorânea de cerca de 600 a 1000 habitantes2 - enquanto Porto Seguro possui população estimada em 2016 de 147.444 habitantes3. Caraíva é composta por população de pescadores artesanais, artesãos e indígenas. A comunidade é tombada como patrimônio histórico e se destina primordialmente ao turismo4. Caraíva é cercada pelo Rio Caraíva, pelo Mar e pelo Parque Nacional do Monte Paschoal, onde vive uma aldeia indígena5. As ruas de Caraíva são de terra e/ou cobertas de areia, não há trânsito automotor6, há muitas praias, imóveis históricos e o comércio é voltado para a área do turismo7. O controle do lixo é constante8, pois há muita preocupação com a natureza. O lugar não possui bancos e a maioria dos estabelecimentos comerciais não aceita cartão de débito ou de crédito9. 1 Fonte: <http://www.cidades.ibge.gov.br/painel/historico.php?codmun=292530>. Acesso em 10/05/2017. 2 Fonte: <http://www.caraivabahia.com.br> e <https://goo.gl/UuYMKi>. Acesso em 25/04/2017. 3 Fonte: <https://goo.gl/2qGv8k>. Acesso em 10/05/2017. 4 Idem, Ibidem. 5 Fonte: <https://goo.gl/C1gIUy>. Acesso em 10/05/2017. >. Acesso em 10/05/2017. 6 Em vista da proibição legal de circulação de veículos automotores em todo o seu território (Lei Municipal nº 188 de 16/12/1994), a circulação deve ser feita a pé ou a cavalo. Fonte: <http://www.cmps.ba.gov.br/images/legislacao/leis1994/Lei_0188_1994.pdf>. Acesso em 28/04/2017. 7 Idem, Ibidem. 8 Fonte: <https://goo.gl/i2Mql4>. Acesso em 10/05/2017. 9 Fonte: <https://goo.gl/i2Mql4>. Acesso em 10/05/2017. 4 Por ser uma comunidade tombada e que se vale da beleza da natureza que a circunda, dá suma importância para a preservação do meio ambiente, de modo que possui intensa proteção legal e governamental (Área de Proteção Ambiental – APA Caraíva/Trancoso; Zona de Reserva Extrativista Marinha – Resex; Patrimônio da Humanidade da UNESCO; Zona de Proteção Rigorosa do IPHAN; e zona de entorno do Parque Nacional e Histórico de Monte Pascoal10). A comunidade vivia exclusivamente da pesca até a década de 197011 e até hoje a pesca é muito presente no cotidiano do vilarejo. Em 1962, foi demarcado o Parque Nacional de Monte Pascoal, onde vive uma aldeia indígena12. A Vila de Caraíva fica no limite norte do Parque e, desta forma, tem grande convivência com a população indígena. A energia elétrica chegou ao vilarejo em 2007, mas não há postes na comunidade13. Toda a fiação elétrica é subterrânea. Deste modo, o vilarejo é iluminado pela luz natural durante o dia e a noite, não possui um aparato urbano atual e moderno. Caraíva é considerada hoje o vilarejo mais antigo do Brasil, sendo datada a sua fundação do ano de 153014. 1.2 - Identificação das normas regulamentadoras e legislações aplicáveis às atividades de um frigorífico relacionadas à saúde e segurança do trabalho; A equipe X identificou as seguintes normas regulamentadoras e legislação aplicável ao projeto: Norma Regulamentadora Nº 01 - Disposições Gerais 10 Fonte:<http://www.caraiva.com.br/pt/breve-historico-sobre-caraiva>. Acesso em 10/05/2017. 11 Fonte: <http://www.caraiva.com.br/breve-historico-sobre-caraiva>. Acesso em 10/05/2017. 12 Fonte: <http://www.caraiva.com.br/breve-historico-sobre-caraiva>. Acesso em 10/05/2017. 13 Fonte: <http://www.caraiva.com.br/breve-historico-sobre-caraiva/>. Acesso em 10/05/2017. 14 Fonte: <https://goo.gl/5aKSBK>. Acesso em 10/05/2017. 5 Norma Regulamentadora Nº 04 - Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho Norma Regulamentadora Nº 05 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes Norma Regulamentadora Nº 06 - Equipamentos de Proteção Individual (EPI) Norma Regulamentadora Nº 07 - Programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) Norma Regulamentadora Nº 09 - Programas de Prevenção de Riscos Ambientais Norma Regulamentadora Nº 10 - Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade Norma Regulamentadora Nº 12 - Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos Norma Regulamentadora Nº 13 - Caldeiras, Vasos de Pressão e Tubulações. Norma Regulamentadora Nº 15 - Atividades e Operações Insalubres Norma Regulamentadora Nº 16 - Atividades e Operações Perigosas Norma Regulamentadora Nº 17 – Ergonomia Norma Regulamentadora Nº 23 - Proteção Contra Incêndios Norma Regulamentadora Nº 33 - Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados Norma Regulamentadora Nº 35 - Trabalho em Altura Norma Regulamentadora n.º 36 - Segurança e Saúde no Trabalho emEmpresas de Abate e Processamento de Carnes e Derivados. DECRETO-LEI N.º 5.452, de 1º de maio de 1943 – Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). LEI Nº 1.283, DE 18 DE DEZEMBRO DE 1950 – Dispõe sobre a inspeção industrial e sanitária dos produtos de origem animal. LEI Nº 7.889, DE 23 DE NOVEMBRO DE 1989 – Dispõe sobre inspeção sanitária e industrial dos produtos de origem animal, e dá outras providências. 6 DECRETO Nº 9.013, de 29 de março de 2017 – Regulamenta a Lei nº 1.283, de 18 de dezembro de 1950, e a Lei nº 7.889, de 23 de novembro de 1989, que dispõem sobre a inspeção industrial e sanitária de produtos de origem animal. 1.3 - Descrição do meio ambiente físico/natural da área em que o frigorífico está instalado (se há vegetação nativa, APP, rios próximos, tipo de solo, etc); O local escolhido pelos investidores alemães fica situado na comunidade de Caraíva, Distríto de Caraíva, Município de Porto Seguro, no estado da Bahia conforme mapa turístico a seguir: O Distrito de Caraíva está localizado dentro da Área de Proteção Ambiental (APA) Trancoso/Caraíva. Fica a 69 km da sede de Porto Seguro e a 740 km de Salvador e entre o Rio Caraíva, o oceano Atlântico e o parque nacional de Monte Pascoal (uma reserva indígena da etnia pataxós). Além de ser uma APA, também é uma Zona de Reserva Extrativista Marinha – Resex15. 15 Reservas Extrativistas (RESEX) são espaços territoriais protegidos cujo objetivo é a proteção dos meios de vida e a cultura de populações tradicionais, bem como assegurar o uso sustentável dos recursos naturais da área. O sustento destas populações se baseia no extrativismo e, de modo complementar, na agricultura de subsistência e na criação de animais de pequeno porte. 7 A área em questão também faz parte da chamada Reserva de Mata Atlântica da Costa do Descobrimento e foi considerada Patrimônio Natural Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) em dezembro de 1999. Esta Reserva abriga os remanescentes mais preservados de Mata Atlântica do Nordeste do Brasil. 16 No local há disponibilidade de rede elétrica subterrânea, instalada no ano de 200717. Os únicos meios de transporte são marítimo/fluviais, automóveis são proibidos no local18. As ruas do distrito são estreitas e cobertas de areia, não há pavimentação. Dentre a flora típica de mata atlântica, a área possui vegetação de restinga, sendo esta protegida pelo Código Municipal de Meio Ambiente de Porto Seguro (Lei Municipal nº 619/2005)19. Em ecologia, o termo Restinga é utilizado para definir diferentes formações vegetais que se estabelecem sobre solos arenosos na região da planície costeira. Esses ecossistemas são determinados fisicamente pelas condições edáficas (solo arenoso) e pela influência do mar e estão distribuídos ao longo do litoral brasileiro e por várias partes do mundo20. O Art. 69 do citado Código Municipal de Meio Ambiente estabelece que21: São áreas de preservação permanente, além daquelas definidas em legislação federal, estadual ou municipal: I - Os Manguezais, a vegetação de Restinga e os remanescentes de Mata Atlântica; (...) 16 Fonte: <http://www.brasil.gov.br/meio-ambiente/2014/07/costa-do-descobrimento-abriga- remanescentes-preservados-de-mata-atlantica>. Acesso em 10/05/2017. 17 Fonte: <http://www.caraiva.com.br/breve-historico-sobre-caraiva/>. Acesso em 10/05/2017. 18 Lei Municipal n° 188/1994. Fonte: <<http://www.cmps.ba.gov.br/images/legislacao /leis1994/Lei_0188_1994.pdf>. Acesso em 10/05/2017. 19 Lei Municipal nº 619/2005. Fonte: <http://www.cmps.ba.gov.br/images/legislacao/leis2005 /Lei_0619_2005.pdf>. Acesso em 10/05/2017. 20 Fonte: <http://www.infoescola.com/biomas/restinga/>. Acesso em 10/05/2017. 21 Lei Municipal nº 619/2005. Fonte: <http://www.cmps.ba.gov.br/images/legislacao/ leis2005/Lei_0619_2005.pdf>. Acesso em 10/05/2017. 8 Desta forma, o local escolhido para implantação do frigorífico fica inteiramente dentro de área de Proteção Ambiental Permanente. O Solo do local escolhido é composto de cobertura detrítica tércio- quaternária conforme mapa geológico simplificado emitido pelo SEI22 (Sistema Eletrônico de Informações do Ministério da Agricultura). 22 Fonte: <http://sistemas.agricultura.gov.br/sip/login.php?sigla_orgao_sistema=MAPA&sigla_ sistema=SEI>. Acesso em 10/05/2017. 9 Ainda quanto ao solo do local, segundo relatório de diagnóstico23 do meio físico realizado pelo Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema)24 sobre a APA de Caraíva-Trancoso, temos que, em função das características geomorfológicas, Martin et alli (1980) dividiram a costa do Estado da Bahia em seis setores distintos, sendo que o setor VI se estende desde Ilhéus até o extremo sul do Estado da Bahia (abarcando a referida APA). Este setor é caracterizado pela presença dos sedimentos do Grupo Barreiras em contato direto ou próximos ao mar, por depósitos sedimentares Quartenários bem representativos, bem como pela presença de recifes de corais. Segundo o citado relatório: Do ponto de vista geomorfológico regional a área de estudo apresenta o compartimento de relevo identificado como "Depósitos Sedimentares" o qual inclui as chamadas regiões das Planícies Litorâneas e Piemonte Inumados. Essas regiões, por sua vez, incluem as Unidades Geomorfológicas Complexos Praiais, Aluviais e Estuarinos, Vales e Tabuleiros Costeiros25. Por fim, conforme Decreto Estadual nº 2.215/1993, a administração da APA Caraíva/Trancoso será exercida pela Empresa de Turismo da Bahia - BAHIATURSA, à qual caberá analisar e emitir pareceres para o licenciamento de empreendimentos na área; exercer a supervisão e a fiscalização das atividades a serem realizadas na área, respeitada a competência municipal.26 1.4 - Estudo da certificação ambiental ISO 14001, visto que o frigorífico terá como foco a exportação de seus subprodutos. A ISO 14001 é uma ferramenta criada para ajudar empresas a priorizar, gerenciar e identificar seus riscos ambientais. A norma faz com que a empresa dê 23 Fonte: < http://www.inema.ba.gov.br/wp-content/uploads/2011/09/Diagn%C3%B3stico.pdf>. Acesso em 10/05/2017. 24 O Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) é autarquia estadual do Governo do Estado da Bahia criado através da lei nº 12.212 de 4 de maio de 2011. 25 Fonte: < http://www.inema.ba.gov.br/wp-content/uploads/2011/09/Diagn%C3%B3stico.pdf>. Acesso em 10/05/2017. 26 BAHIA. Brasil - DECRETO Nº 2215 DE 14 DE JUNHO DE 1993 – Disponível em: <http://www.legislabahia.ba.gov.br/> Acesso em 10/05/2017. 10 um maior cuidado às questões mais relevantes do negócio. A ISO 14001 determina que as empresas se envolvam com a prevenção da poluição e com melhorias contínuas, como parte do ciclo normal de gestão empresarial. Ela é baseada no ciclo PDCA do inglês "plan-do-check-act" (planejar, fazer, checar e agir) e utiliza terminologia e linguagem de gestão conhecida. A citada norma é ferramenta que permite melhorar, manter e Implementar um sistema de gestão ambiental para garantir concordância com a política ambiental e comprovar tal conformidade a terceiros.27 O SGA deve ser apropriado à natureza, escala e impactos ambientais da organização e inclui a obrigação com a melhoria contínua, com a prevenção da poluição e manter-se de acordo com requisitos legais. Sua implantaçãodeve também ser comunicada aos funcionários, documentada e estar disponível à todos. O Planejamento da norma deve ser considerado como uma dinâmica e estabelecer tanto o foco da gestão de mudanças quanto só da gestão. Ela determina as áreas de aspectos ambientais, o que deve ser alcançado, de gestão, condições legais, programas de melhoria, metas e objetivos. Além disso, apresentar a necessidade de se aplicar a gestão ambiental a projetos relacionados a alterações nos produtos, serviços atividades. Os pilares do SGA, conforme a ISO 14001, são: Planejamento de todas as atividades, produtos e processos. Prevenção no lugar da correção. Coordenação e integração dentre as partes (subsistemas). Monitoramento contínuo Estabelecimento de critérios. Melhoria continua. 27 Fonte: <http://www.lrqa.com.br/Certificacao/ISO-14001-meio-ambiente/ >. Acesso em 10/05/2017. 11 A ISO 14001 pauta-se no planejamento das tarefas, por isso aprova às diferentes dimensões do SGA, comprovando um desempenho ambiental adequado, por meio do controle de impactos ambientais em seus serviços, atividades e produtos. Não podemos deixar de notar também uma coerência na política alinhada nos objetivos ambientais no contexto da legislação que está cada vez mais exigente para a construção de um verdadeiro desenvolvimento sustentável. 12 2 - DESCREVER AS FUNÇÕES E OS POSTOS DE TRABALHOS NECESSÁRIOS; IDENTIFICAR OS RISCOS A SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHADOR RELACIONADOS À CADA POSTO DE TRABALHO; IDENTIFICAR QUAIS NRS SÃO APLICÁVEIS À ATIVIDADE DE FRIGORÍFICO; CRIAR UM PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE RISCO (CONSIDERANDO QUE O FRIGORÍFICO TENHA UM QUADRO COM 700 FUNCIONÁRIOS, TRABALHANDO EM UM ÚNICO TURNO, COM JORNADAS DE 8 HORAS E 48 MINUTOS DIÁRIAS, DE SEGUNDA A SEXTA FOLGANDO AOS FINS DE SEMANA. 2.1 - Análise dos aspectos de segurança do trabalho 2.1.1 - Objetivo Desenvolver um Programa de Prevenção de Ricos Ambientais, com base nas normas regulamentadoras e leis pertinentes ao ramo de atividade da empresa, que defina as ações necessárias para controle e monitoração dos riscos ambientais existentes no local de trabalho, a fim de preservar a saúde e a integridade física dos trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e consequente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais. 2.1.2 – Obrigatoriedade Legal O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais está baseado na Portaria N° 25, de 29 de dezembro de 1994, a qual dá nova redação à Norma Regulamentadora NR 9, instituída pela Portaria NO 3.214, de 8 de junho de 1978, Capítulo V do Título II, da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). 2.1.3 - Responsabilidades Conforme a NR 9, são responsabilidades: Do empregador: estabelecer, implementar e assegurar o cumprimento do Programa de Prevenção de Ricos Ambientais como atividade permanente da empresa ou instituição. 13 Do empregado: colaborar e participar na implantação e execução do Programa de Prevenção de Ricos Ambientais, seguindo as orientações recebidas nos treinamentos oferecidos dentro do programa, informando ao seu superior hierárquico direto ocorrências que, a seu julgamento, possam implicar risco à saúde dos trabalhadores. 2.1.4 - Articulação O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais é parte integrante do conjunto mais amplo das iniciativas da empresa no campo da preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, devendo estar articulado com o disposto nas demais Normas Regulamentadoras, em especial com o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO previsto na NR 7. O PCMSO tem por objetivo realizar avaliações clínicas que permitam diagnosticar os agravos à saúde relacionados ao trabalho. O PPRA articula-se com o PCMSO de maneira a identificar os riscos que possam originar estes agravos diagnosticados e sugerir medidas para o seu controle ou eliminação. 2.1.5 - Caracterização da empresa e ramo de atividade Empresa possuirá atuação centrada na armazenagem, preparação e exportação de miúdos suínos. Conforme NR 4, o grau de risco do Frigorífico é 3. Contará com um quadro de 700 funcionários diretos, distribuídos conforme tabela a seguir: 14 SETOR FUNÇÃO N° DE FUNCIONÁRIOS Administração Secretaria 5 Encarregado de RH 1 Auxiliar de RH 20 Encarregado financeiro 1 Contador 1 Auxiliar de contabilidade 20 Auxiliar Financeiro 20 Analista de Custos 20 Comercial Coordenador Comercial 1 Comprador 20 Vendedor 30 Faturista 10 Logística Motorista 10 Recebimento Açougueiro 60 Encarregado 1 Câmara de Resfriamento Açougueiro 60 Operador de Empilhadeira 20 Encarregado 1 Câmara de Congelamento Açougueiro 50 Operador de Empilhadeira 20 Encarregado 1 Laboratório Açougueiro 30 Inspeção Federal Auxiliar de Escritório 20 Sala de Utilidades Encarregado 1 Caldeirista 10 Manutenção Coordenador de Manutenção 1 Eletricista 35 Mecânico 35 Encanador 20 15 ETE/ETA Auxiliar de Manutenção 20 Auxiliar Técnico de Controle de Qualidade 15 Limpeza Encarregado de limpeza 6 Auxiliar de Limpeza 70 Almoxarifado Almoxarife 10 Controle de Qualidade Inspetor de Qualidade 20 Administração da Produção Supervisor de Produção 5 Analista de PCP 20 2.1.6 - SESMT Em função do grau de risco (3) e do número de funcionários do FRIGORÍFICO (700), se faz necessário o funcionamento de um SESMT (Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do trabalho), composto por 03 Técnicos em Segurança do Trabalho em período integral, 01 Engenheiro de Segurança do Trabalho e 01 Médico do trabalho em tempo parcial que poderá ser de empresa contratada. Grau de Risco Nº de empregados no estabelecimento 50 a 100 101 a 250 251 a 500 501 a 1.000 1.001 a 2.000 2.001 a 3.500 3.501 a 5.000 Acima de 5.000 para cada grupo de 4.000 ou fração acima de 2.000** 3 Técnico Seg. Trabalho - 1 2 3 4 6 8 3 Engenheiro Seg. Trabalho - - - 1* 1 1 2 1 Aux. Enfermagem - - - - 1 2 1 1 16 Trabalho Enfermeiro do Trabalho - - - - - - 1 - Médico do Trabalho - - - 1* 1 1 2 1 (*) - Tempo parcial (mínimo de três horas) 2.1.7 - CIPA Em função das atividades desenvolvidas e do número de funcionários do FRIGORÍFICO, se faz necessário o funcionamento de uma CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) para atender a NR 5. Esta CIPA deverá ser dimensionada da seguinte maneira, 06 membros efetivos e 05 membros suplentes. N° de Empregados no Estabelecimento Nº de Membros da CIPA Efetivos Suplentes 0 a 19 1 1 20 a 29 1 1 30 a 50 2 2 51 a 80 2 2 81 a 100 3 3 101 a 120 4 3 121 a 140 4 4 301 a 500 5 4 501 a 1.000 6 5 1.001 a 2.500 7 6 2.501 a 5.000 10 7 5.001 a 10.000 11 9 Acima de 10.000, para cada grupo de 2.500 acrescentar 2 1 2.1.8 - Riscos Ambientais 17 A NR 9 conceitua riscos ambientais como sendo “os agentes físicos, químicos e biológicos existentes nos ambientes de trabalho que, em função de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição,são capazes de causar danos à saúde do trabalhador”. Os agentes que geram riscos ambientais são assim definidos: Agentes físicos são as diversas formas de energia a que possam estar expostos os trabalhadores, tais como: ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, radiações ionizantes, radiações não-ionizantes, bem como o infrassom e o ultrassom. Constantes na NR 15 – Atividades e Operações Insalubres, Anexos Nº 1 a 10. Agentes químicos são as substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade de exposição, possam ter contato ou ser absorvido pelo organismo através da pele ou por ingestão. Constantes na NR 15, Anexos Nº 11 a 13. Agentes biológicos são as bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários, vírus, entre outros. Constantes na NR 15, Anexo Nº 14. A NR 15 diz que são consideradas atividades ou operações insalubres as que se desenvolvem: - - Acima dos limites de tolerância previstos nos Anexos Nº 1, 2, 3, 5, 11 e 12; Nas atividades mencionadas nos Anexos Nº 6, 13 e 14; Comprovadas através de laudo de inspeção do local de trabalho, constantes dos Anexos Nº 7, 8, 9 e 10. O exercício do trabalho em condições de insalubridade assegura ao trabalhador a percepção de adicional, incidente sobre o salário mínimo da região, equivalente a: - 40% (quarenta por cento), para insalubridade de grau máximo; - 20% (vinte por cento), para insalubridade de grau médio; - 10% (dez por cento), para insalubridade de grau mínimo; 18 No caso de incidência de mais de um fator de insalubridade, será apenas considerado aquele de grau mais elevado, para efeito de acréscimo salarial, sendo vedada a percepção cumulativa. A eliminação ou neutralização da insalubridade determinará a cessação do pagamento do adicional respectivo. Podem-se citar, ainda, dois outros agentes ambientais, que poderão estar presentes no documento- base do PPRA, tendo em vista sua finalidade de prevenção: Agentes ergonômicos: são considerados aqueles cuja relação do trabalho com o homem causa desconforto ao mesmo, podendo causar danos à sua saúde, tais como esforço físico intenso, postura inadequada, ritmos excessivos, monotonia e repetibilidade e outros fatores que possam levar ao stress físico e/ou psíquico. Constam na NR 17 – Ergonomia. Riscos de acidentes: considerados os equipamentos, dispositivos, ferramentas, produtos, instalações, proteções e outras situações de risco que possam contribuir para a ocorrência de acidentes durante a execução do trabalho devido ao uso, disposição ou construção incorreta. Contudo, a Portaria No 3.731/90, que retificou a Portaria No 3.435/90, revogou o Anexo N° 4 da NR 15, tornando o agente ergonômico, como ocorrem a nível internacional, não mais caracterizador de atividade desenvolvida sob condições insalubres, a partir de 23 de fevereiro de 1991. Os riscos de acidentes, também chamados de riscos mecânicos, igualmente não são considerados agente caracterizador de atividade insalubre. Deve-se esclarecer, ainda, que são consideradas atividades e operações perigosas aquelas constantes dos Anexos N° 1 e 2 da NR 16 – Atividades e operações perigosas, relacionadas com inflamáveis, explosivos e eletricidade. O exercício do trabalho em condições de periculosidade assegura ao trabalhador a percepção de adicional de 30% (trinta por cento), incidente sobre o salário, sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participação nos lucros da empresa. 2.1.9 - Equipamentos de Proteção Individual – EPI A norma que aponta qual o tipo de EPI a utilizar, de acordo com os agentes ambientais presentes no ambiente de trabalho é a NR-6 – Equipamento de Proteção 19 Individual – EPI. Esta Norma determina, ainda, as obrigações do empregador, que são: - Adquirir o tipo adequado de EPI à atividade do empregado; - Fornecer ao empregado somente EPI aprovado pelo Ministério do Trabalho e de empresa cadastradas no DNSST – Departamento Nacional de Segurança e Saúde do Trabalhador; - Treinar o trabalhador sobre o uso adequado do EPI; - Tornar obrigatório o seu uso; - Substituí-lo, imediatamente, quando danificado ou extraviado; - Responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica do EPI; - Comunicar ao Ministério do Trabalho qualquer irregularidade observada no EPI. Determina também as obrigações do empregado, que são: - Observar as normas de segurança do trabalho, - Usar o EPI fornecido pela empresa para a finalidade a que se destina, - Responsabilizar-se por sua guarda e conservação, - Comunicar a área de segurança diretamente, ou ao encarregado, quando o EPI se tornar impróprio para uso. 2.2 - Resultado da análise dos riscos ambientais e medidas preventivas A seguir, a análise dos riscos ambientais para os 700 empregados que irão compor o quadro do frigorífico, distribuídos em 15 setores. Os resultados serão demonstrados por setor e função desenvolvida. 20 2.2.1 – Administração 2.2.1.1 – Funções Secretária Encarregado de RH Auxiliar de RH Encarregado Financeiro Contador Auxiliar de Contabilidade Auxiliar Financeiro Analista de Custos Materiais, equipamentos e produtos empregados: Mesa, Computador, materiais de escritório. Riscos Ambientais Nas análises realizadas para o setor Administrativo da empresa, não foram identificados riscos Físicos, Químicos ou Biológicos para o exercício das funções. 2.2.2 – Comercial 2.2.2.1 – Funções Coordenador Comercial Comprador Vendedor Faturista Materiais, equipamentos e produtos empregados: Mesa, Computador, materiais de escritório. Riscos Ambientais Nas análises realizadas para o setor Administrativo da empresa, não foram identificados riscos Físicos, Químicos ou Biológicos para o exercício das funções. 21 2.2.3 – Logística 2.2.3.1 – Função Motorista Materiais, equipamentos e produtos empregados: Ônibus Riscos Ambientais Nas análises realizadas para o setor de Logística da empresa, não foram identificados riscos Físicos, Químicos ou Biológicos para o exercício da função. 2.2.4 – Recebimento 2.2.4.1 – Função Açougueiro Encarregado Materiais, equipamentos e produtos empregados: Faca Riscos Ambientais presentes Nas análises realizadas para o setor de Recebimento da empresa, foram identificados riscos Físicos e Biológicos para o exercício da função, a saber: Risco Agente Ameaça a saúde Fonte Recomendações Físico Ruído acima de 90 dB (NR 15 – Anexo 1) Perda Auditiva Induzida por Ruído Movimentação de esteiras e ruído de fundo Manter o fornecimento e tornar obrigatório o uso de protetor auricular Biológico Bactérias, Parasitas e Vírus (NR 15 – Anexo 14) Podem causar doenças infecto- contagiosas Manuseio de carne e sangue animal Manter o fornecimento de luvas, botas e aventais impermeáveis 2.2.5 – Câmara de Resfriamento 2.2.5.1 – Função Açougueiro 22 Operador de Empilhadeira Encarregado Materiais, equipamentos e produtos empregados: Faca, Paleteira elétrica, Balança Riscos Ambientais presentes Nas análises realizadas para o setor de Recebimento da empresa, foram identificados riscos Físicos e Biológicos para o exercício da função, a saber: Risco Agente Ameaça a saúde Fonte Recomendações Físico Ruído acima de 90 dB (NR15 – Anexo 1) Perda Auditiva Induzida por Ruído Movimentaç ão de esteiras e ruído de fundo Manter o fornecimento e tornar obrigatório o uso de protetor auricular Físico Frio (-18°C a -35°C; NR 15 – Anexo 9) Problemas de circulação sanguínea, pneumonia e necrose das extremidades Atividades realizadas no interior de câmaras frias Manter o fornecimento e tornar obrigatório o uso de calças, jaquetas e botas especiais para temperaturas negativas Biológico Bactérias, Parasitas e Vírus (NR 15 – Anexo 14) Podem causar doenças infecto- contagiosas Manuseio de carne e sangue animal Manter o fornecimento de luvas, botas e aventais impermeáveis 2.2.6 – Câmara de Congelamento 2.2.6.1 – Função Açougueiro Operador de Empilhadeira Encarregado 23 Materiais, equipamentos e produtos empregados: Faca, Paleteira elétrica, Balança Riscos Ambientais presentes Nas análises realizadas para o setor de Recebimento da empresa, foram identificados riscos Físicos e Biológicos para o exercício da função, a saber: Risco Agente Ameaça a saúde Fonte Recomendações Físico Ruído acima de 90 dB (NR 15 – Anexo 1) Perda Auditiva Induzida por Ruído Movimentaç ão de esteiras e ruído de fundo Manter o fornecimento e tornar obrigatório o uso de protetor auricular Físico Frio (-18°C a -35°C; NR 15 – Anexo 9) Problemas de circulação sanguínea, pneumonia e necrose das extremidades Atividades realizadas no interior de câmaras frias Manter o fornecimento e tornar obrigatório o uso de calças, jaquetas e botas especiais para temperaturas negativas Biológico Bactérias, Parasitas e Vírus (NR 15 – Anexo 14) Podem causar doenças infecto- contagiosas Manuseio de carne e sangue animal Manter o fornecimento de luvas, botas e aventais impermeáveis 2.2.7 – Laboratório 2.2.7.1 – Função Açougueiro Materiais, equipamentos e produtos empregados: Computador, Materiais de escritório em geral Riscos Ambientais presentes 24 Nas análises realizadas para o setor de Laboratório, foram identificados riscos Físicos para o exercício da função, a saber: Risco Agente Ameaça a saúde Fonte Recomendações Físico Ruído acima de 90 dB (NR 15 – Anexo 1) Perda Auditiva Induzida por Ruído Movimentaç ão de esteiras e ruído de fundo Manter o fornecimento e tornar obrigatório o uso de protetor auricular Físico Frio (-18°C a -35°C; NR 15 – Anexo 9) Problemas de circulação sanguínea, pneumonia e necrose das extremidades Atividades realizadas no interior de câmaras frias Manter o fornecimento e tornar obrigatório o uso de calças, jaquetas e botas especiais para temperaturas negativas 2.2.8 – Inspeção Federal 2.2.8.1 – Função Auxiliar de Escritório Materiais, equipamentos e produtos empregados: Mesa, Computador, materiais de escritório. Riscos Ambientais Nas análises realizadas para o setor Inspeção Federal, não foram identificados riscos Físicos para o exercício das funções. 2.2.9 – Sala de Utilidades 2.2.9.1 – Função Encarregado Caldeirista Materiais, equipamentos e produtos empregados: Caldeira, ferramentas manuais e computador 25 Riscos Ambientais Nas análises realizadas para o setor Sala de Utilidades, foram identificados riscos Físicos para o exercício das funções. Risco Agente Ameaça a saúde Fonte Recomendações Físico Ruído acima de 90 dB (NR 15 – Anexo 1) Perda Auditiva Induzida por Ruído Movimentaç ão de esteiras e ruído de fundo Manter o fornecimento e tornar obrigatório o uso de protetor auricular Físico Calor (NR 15 – Anexo 3) Desidratação , Fadiga, queimaduras e câimbras Atividades executadas em Caldeiras ou nas proximidades Manter períodos de trabalho e repouso fora do posto de trabalho, isolamento térmico das fontes de calor, ingestão de líquido, uso de calças, luvas e botas especiais. 2.2.10 - Manutenção 2.2.10.1 – Função Coordenador de Manutenção Eletricista Mecânico Encanador Materiais, equipamentos e produtos empregados: Máquina de solda elétrica, Furadeira de bancada, serra policorte, esmerilhadeira manual e ferramentas manuais em geral. 26 Riscos Ambientais Nas análises realizadas para o setor Manutenção, foram identificados riscos Físicos e Químicos para o exercício das funções. Risco Agente Ameaça a saúde Fonte Recomendações Físico Ruído acima de 90 dB (NR 15 – Anexo 1) Perda Auditiva Induzida por Ruído Ferramentas rotativas elétricas Manter o fornecimento e tornar obrigatório o uso de protetor auricular Físico Radiações não ionizantes NR 15 (Anexo 7) Causa queimadura da retina, câncer de pele e esterilidade Atividades executadas com máquina de solda Fornecer e tornar obrigatório o uso de máscara de solda, luvas, avental e perneira de raspa de couro. Químico Fumos Metálicos NR-15 (Anexo 13) Gastrite, Bronquite crônica, intoxicações Atividades executadas com máquina de solda Fornecer e tornar obrigatório o uso de proteção respiratória com filtro químico contra fumos de solda. Químico Óleos lubrificantes e graxas NR 15 (Anexo 13) Pode causar dermatoses e dermatites de contato. Manutenção preventiva e corretiva de motores e máquinas utilizadas. Fornecer e tornar obrigatório o uso de luvas de PVC ou cremes de proteção, botinas e avental impermeável. Recomendações adicionais: Especialmente para os Eletricistas deve-se observar a norma regulamentadora NR 10 que trata dos riscos e ações protetivas para trabalhos com eletricidade. 27 2.2.11 – ETE / ETA 2.2.11.1 – Função Auxiliar de Manutenção Auxiliar Técnico de Controle de Qualidade Materiais, equipamentos e produtos empregados: Funil, recipiente dosador, Sulfato de Alumínio, Bicarbonato de sódio, Hipoclorito de Sódio, Painel de Controle e ferramentas manuais em geral. Riscos Ambientais Nas análises realizadas para o setor Sala de Utilidades, foram identificados riscos Físicos, Químicos ou Biológicos para o exercício das funções. Risco Agente Ameaça a saúde Fonte Recomendações Químico Álcalis Cáusticos NR-15 (Anexo 13) Podem causar dermatites e dermatoses. Produtos químicos diversos Fornecer e tornar obrigatório uso de luvas de látex ou de PVC, óculos de proteção e calçados impermeáveis Biológico Bactérias, Parasitas e Vírus. NR-15 (Anexo 14) Podem causar uma série de doenças infecto- contagiosas. Exposição a microrganismos e parasitas infecciosos vivos devido ao contato com os materiais colocados e extraídos dos tanques de decantação. Fornecer e tornar obrigatório o uso de luvas de látex, botas e aventais impermeáveis. 28 2.2.12– Limpeza 2.2.12.1 – Função Encarregado de limpeza Auxiliar de limpeza Materiais, equipamentos e produtos empregados: Balde, vassoura, rodo, esponja, produtos de limpeza Riscos Ambientais Nas análises realizadas para o setor Limpeza, foram identificados riscos Químicos para o exercício das funções. Risco Agente Ameaça a saúde Fonte Recomendações Químico Álcalis Cáusticos NR-15 (Anexo 13) Podem causar dermatites e dermatoses. Produtos químicos diversos Fornecer e tornar obrigatório uso de luvas de látex ou de PVC, óculos de proteção e calçados impermeáveis 2.2.13 – Almoxarifado 2.2.13.1 – Função Almoxarife Materiais, equipamentos e produtos empregados: Computador, equipamentos e materiais de escritório em geral. Riscos Ambientais Nas análises realizadas para o setor Almoxarifado, não foram identificados riscos Físicos, Químicos ou Biológicos para o exercício da função. 29 2.2.14 – Controle de Qualidade 2.2.15 – Função Inspetor de Qualidade Materiais, equipamentos e produtos empregados: Computador, equipamentos e materiais de escritório em geral. Riscos Ambientais Nas análises realizadas para o setor Controle de Qualidade, não foram identificados riscos Físicos, Químicos ou Biológicos para o exercício da função. 2.2.15 – Administração da Produção 2.2.15.1 – Função Supervisor de Produção Analista de PCP Materiais, equipamentos e produtos empregados: Computador, equipamentos e materiais de escritório em geral. Riscos Ambientais Nas análises realizadas para o setor Administração de Produção, foram identificados riscos Físicos para o exercício das funções. Risco Agente Ameaça a saúde Fonte Recomendações Físico Ruído acima de 90 dB (NR 15 – Anexo 1) Perda Auditiva Induzida por Ruído Ferramentas rotativas elétricas Manter o fornecimento e tornar obrigatório o uso de protetor auricular 2.3 – Normas regulamentadoras aplicáveis à atividade de frigorífico 30 Por fim, a equipe X identificou as seguintes normas regulamentadoras aplicáveis ao frigorífico: Norma Regulamentadora Nº 01 - Disposições Gerais Norma Regulamentadora Nº 04 - Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho Norma Regulamentadora Nº 05 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes Norma Regulamentadora Nº 06 - Equipamentos de Proteção Individual (EPI) Norma Regulamentadora Nº 07 - Programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) Norma Regulamentadora Nº 09 - Programas de Prevenção de Riscos Ambientais Norma Regulamentadora Nº 10 - Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade Norma Regulamentadora Nº 12 - Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos Norma Regulamentadora Nº 13 - Caldeiras, Vasos de Pressão e Tubulações. Norma Regulamentadora Nº 15 - Atividades e Operações Insalubres Norma Regulamentadora Nº 16 - Atividades e Operações Perigosas Norma Regulamentadora Nº 17 – Ergonomia Norma Regulamentadora Nº 23 - Proteção Contra Incêndios Norma Regulamentadora Nº 33 - Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados Norma Regulamentadora Nº 35 - Trabalho em Altura Norma Regulamentadora n.º 36 - Segurança e Saúde no Trabalho em Empresas de Abate e Processamento de Carnes e Derivados. 31 2.4 – Programa de Gerenciamento de Risco (considerando que o frigorífico tenha um quadro com 700 funcionários, trabalhando em um único turno, com jornadas de 8 horas e 48 minutos diárias, de segunda a sexta folgando aos fins de semana). 2.4.1. Objetivo Por tratar-se de uma análise de viabilidade de empreendimento, esse Plano de Gerenciamento de Risco (PGR) pretende tratar os cenários acidentais e suas conseqüências, a aplicação de sistemáticas, procedimentos e práticas voltadas à redução, controle e monitoramento dos riscos das atividades, de uma perspectiva teórica, sendo necessária uma revisão completa do cenário real após realização do projeto. Dentro deste contexto e considerando os objetivos anteriormente mencionados, os resultados esperados com o presente PGR podem ser resumidos em: Assegurar o total cumprimento da legislação pertinente, relativa à segurança, meio ambiente e saúde, num processo de total transparência perante as autoridades e comunidades circunvizinhas às instalações; Desenvolver suas atividades de forma preventiva, com vista a proteger a vida humana, o patrimônio e o meio ambiente; Assegurar elevados padrões ambientais, de segurança, saúde de seus colaboradores e comunidades circunvizinhas, eventualmente expostas aos riscos decorrentes de suas atividades; Incluir nos planos e metas da empresa os aspectos e ações relacionadas com a saúde, a segurança e o meio ambiente, com vistas ao pleno gerenciamento de seus riscos, dentro de um processo de melhoria contínua. 2.4.2. Legislação Norma Regulamentadora Nº 01 - Disposições Gerais Norma Regulamentadora Nº 04 - Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho 32 Norma Regulamentadora Nº 05 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes Norma Regulamentadora Nº 06 - Equipamentos de Proteção Individual (EPI) Norma Regulamentadora Nº 07 - Programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) Norma Regulamentadora Nº 09 - Programas de Prevenção de Riscos Ambientais Norma Regulamentadora Nº 10 - Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade Norma Regulamentadora Nº 12 - Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos Norma Regulamentadora Nº 13 - Caldeiras, Vasos de Pressão e Tubulações. Norma Regulamentadora Nº 15 - Atividades e Operações Insalubres Norma Regulamentadora Nº 16 - Atividades e Operações Perigosas Norma Regulamentadora Nº 17 – Ergonomia Norma Regulamentadora Nº 23 - Proteção Contra Incêndios Norma Regulamentadora Nº 33 - Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados Norma Regulamentadora Nº 35 - Trabalho em Altura Norma Regulamentadora n.º 36 - Segurança e Saúde no Trabalho em Empresas de Abate e Processamento de Carnes e Derivados 2.4.3. Levantamento dos riscos ambientais Os riscos aos trabalhadores identificados na análise são: Perda Auditiva Induzida por Ruído; Doenças infecto-contagiosas; Problemas de circulação sanguínea, pneumonia e necrose das extremidades; Desidratação, Fadiga, queimaduras e câimbras; Queimadura da retina, câncer de pele e esterilidade; Gastrite, Bronquite crônica, intoxicações; 33 Dermatoses e dermatites de contato. 2.4.4. Levantamento das atmosferas explosivas Não foram identificadas áreas com risco de explosão no projeto proposto. Uma nova análise deverá ser realizada após a conclusão do projeto. 2.4.5. Levantamento de locais que possuem deficiência de oxigênio e ventilação O setor de Utilidades apresenta equipamentos como Caldeiras e Vasos de Pressão que, quando da ocasião da manutenção periódica e certificação (NR 13), demandará pessoal capacitado e habilitado para trabalhos em espaço confinado (NR 33). 2.4.6. Equipamentos de Proteção Individual (EPI) Os Equipamentos de Proteção Individual necessários para controle dos riscos identificados são: Protetor auricular; Luvas, Botas e Aventais impermeáveis; Calças, Jaquetas e Botas especiais para temperaturasnegativas; Luvas de látex ou de PVC, óculos de proteção e calçados impermeáveis; Máscara de solda, luvas, avental e perneira de raspa de couro; Proteção respiratória com filtro químico contra fumos de solda. 2.4.7. Análise e investigação de acidentes de trabalho Todo acidente de trabalho deverá ter suas causas investigadas por um grupo multidisciplinar, incluindo minimamente o SESMT, CIPA e os gestores responsáveis pelos processos. Contramedidas deverão ser implementadas a fim de eliminar, prevenir ou controlar o risco de recorrência. 2.4.8. Organização do trabalho e ergonomia Um profissional especializado em postura deverá ser contratado para adequar e monitorar os postos de trabalho com o objetivo de evitar doenças causadas por esforço repetitivo ou por má postura. 34 2.4.9. Levantamento de riscos dos trabalhos realizados em altura As tarefas realizadas em altura acima de dois metros sem que haja escadas, passarelas ou estruturas fixas deverão ser submetidas à análise do SESMT para definição de medidas e dispositivos que eliminem, previnam ou controlem o risco de quedas. O Trabalhador que for executar a tarefa deverá ter seus sinais vitais verificados por um profissional da saúde, com o objetivo de prevenir mal súbito durante a execução da tarefa. 2.4.10. Levantamento de riscos existentes na utilização de máquinas, veículos, equipamentos Além dos EPIs necessários, a empresa deverá garantir que todos os equipamentos tenham os dispositivos de segurança conforme NR 12, e o trabalhador ao iniciar seu turno deverá executar testes de funcionalidade dos mesmos. Os operadores de empilhadeiras e Paleteiras Elétricas deverão ser capacitados e habilitados para exercer seu trabalho. Deverá ser observado o uso de óculos de segurança e cinto de segurança durante transito com esses veículos. 2.4.11. Levantamento de riscos nos trabalhos com energia elétrica Todos os Eletricistas deverão ser capacitados e habilitados e passar por treinamento em NR 10 e, para os profissionais que forem responsáveis por Subestações primárias e Secundárias, também será exigido treinamento em Sistemas Elétricos de Potência – SEP, com reciclagens previstas na norma. As subestações deverão possuir controle eletrônico de acesso. 2.4.12. Estudo de plano de emergência O projeto deverá apresentar pontos de fuga, pontos de acesso de ambulância, plano de evacuação do prédio, brigada de incêndio (conforme NR 23) e dispositivos de combate a incêndio. 35 3 - IDENTIFICAR OS ASPECTOS E IMPACTOS AMBIENTAIS QUE PODERÃO SER GERADOS PELO FRIGORÍFICO, CLASSIFICANDO ESSES IMPACTOS IDENTIFICADOS. A Equipe x identificou os seguintes aspectos ambientais: Consumo de água Consumo de energia Geração de efluentes Geração de resíduos líquidos Geração de resíduos sólidos Geração de resíduos gasosos A equipe x concluiu que dos aspectos citados acima, apenas os quatro últimos podem gerar impactos ambientais, sendo eles: Poluição do Rio Caraíva pelo descarte inadequado de efluentes e resíduos líquidos, causando a falência da vida subaquática do rio e da costa marítima próxima, de modo a prejudicar a colônia de pescadores artesanais do vilarejo. Este impacto pode ser classificado como negativo, de magnitude 5 (Muito alto), direto, local, de longo prazo, temporário28, e parcialmente reversível. Contaminação da terra e do lençol freático pelo descarte irregular ou inadequado dos resíduos sólidos orgânicos oriundos da atividade produtiva, decorrendo a degradação da flora ao redor da empresa. Este impacto pode ser classificado como negativo, de magnitude 5 (Muito alto), direto, regional, de longo prazo, permanente29, e irreversível. Emissão de gases nocivos da frota de veículos da empresa. Este impacto pode ser classificado como negativo, de magnitude 2 (Baixo 28 Enquanto durar o descarte inadequado e seus efeitos. 29 Não se sabe quanto tempo este tipo de contaminação pode perdurar. 36 impacto), direto, estratégico30, de longo prazo, permanente, e irreversível. 30 Impacto de importância coletiva, nacional ou internacional. 37 4 - IDENTIFICAR, DE ACORDO COM CADA ETAPA DO PROCESSO PRODUTIVO, OS TIPOS DE RESÍDUOS QUE SERÃO GERADOS PELA ATIVIDADE (SÓLIDOS, LÍQUIDOS, GASOSO). O processo da empresa possui as seguintes etapas: Recebimento das encomendas; Compra dos miúdos dos matadouros de suínos; Processamento destes miúdos, que incluem sua limpeza e preparo para empacotamento e congelamento; Exportação do produto final. A primeira e segunda etapa são consideradas fases de escritório, os resíduos gerados nessas fases correspondem à produção de esgoto pelo uso convencional dos banheiros e pias e lixo convencional, principalmente sucata, oriunda do descarte nos escritórios, tais como papéis, plásticos etc... Na terceira etapa, a fase industrial propriamente dita, são gerados resíduos orgânicos líquidos e sólidos oriundos da limpeza dos miúdos de suínos. Por fim, na última etapa, a fase de transporte, são gerados resíduos gasosos oriundos dos caminhões frigoríficos que transportarão o produto final até sua entrega à transportadora especializada em exportação. 38 5 - ELABORAR A POLÍTICA AMBIENTAL E IDENTIFICAR AS LEGISLAÇÕES AMBIENTAIS A SEREM CONSIDERADAS NO PROCESSO DE CERTIFICAÇÃO AMBIENTAL. Tendo em vista que Caraíva é uma comunidade que possui uma intensa proteção ambiental, a política ambiental mais adequada para a empresa será de impacto zero. Neste sentido, Impacto Ambiental é: (...) qualquer alteração nas características naturais de dada região, de um ambiente ou bioma/ecossistema, que afeta de maneira negativa as propriedades físicas, químicas e biológicas do ambiente, podendo causar problemas a curto, médio e longo prazo.31 Desta forma, podemos considerar que uma política de impacto zero é aquela que rejeita todo e qualquer impacto ambiental negativo. Portanto a equipe X desenvolveu estratégias para que a empresa não gere qualquer impacto negativo no ambiente em que for instalada conforme será mais bem abordado no próximo item. Por fim, a equipe X identificou as seguintes legislações ambientais a serem consideradas no processo de certificação ambiental32: ISO 14001: trata dos principais requisitos para as empresas identificarem, controlarem e monitorarem seus aspectos ambientais, através de um sistema de gestão ambiental (MILAGRE, 2008); ISO 14004: complementa a ISO 14001 provendo diretrizes adicionais para implantação de um sistema de gestão ambiental; ISO 14031: guia para avaliação de desempenho ambiental; ISO 14020: conjunto de normas que tratam de selos ambientais; ISO 14040: conjunto de normas para conduzir análises de ciclo de vida de produtos e serviços; 31 FERREIRA, Gustavo Henrique Cepolini. Gestão ambiental. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2015, p. 34. 32 Fonte: <https://www.usp.br/mudarfuturo/cms/?p=212>. Acesso em 10/05/2017. 39 ISO 14064: contabilização e verificação de emissões de gases de efeito estufa para suportar projetos de redução de emissões; ISO 14065: complementa a ISO 14064 especificando os requisitos para certificar ou reconhecer instituições que farão validação ou verificação da norma ISO 14064 ou outras especificações importantes; ISO 14063: trata de comunicação ambientalpor parte das empresas (ISO, s.d.). 40 6 - PROPOR MEDIDAS MITIGATÓRIAS E COMPENSATÓRIAS PARA OS IMPACTOS GERADOS E CORRETA DESTINAÇÃO DOS RESÍDUOS. 6.1 - Energia elétrica Apesar de existir energia elétrica no local, a Equipe X optou pela utilização de painéis solares e pequenos geradores eólicos para produzir a energia elétrica de que o frigorífico necessita para seu funcionamento, utilizando a rede elétrica convencional apenas de forma suplementar e alternativa à produção própria. O Investimento realizado na instalação da geração de energia própria se pagará entre 4 e 9 anos33 em decorrência da economia em consumo da rede convencional. Ainda para minimizar o gasto energético, toda a planta do frigorífico será equipada com lâmpadas de Moser34, e nos locais onde forem inviáveis este tipo de lâmpadas, optar-se-á pela utilização de lâmpadas LED. 6.2 - Consumo de água e descarte de resíduos líquidos. A equipe X optou também pela construção de duas caixas d’água, duas cisternas e instalação de um efetivo sistema de captação de águas pluviais e um eficiente sistema de captação, tratamento e reuso de resíduos líquidos. Uma das cisternas será abastecida com a água oriunda do sistema de captação pluvial e a outra será abastecida pelo sistema de reuso de resíduos líquidos do frigorífico. O sistema de captação pluvial depositará toda a água coletada na primeira cisterna, a água lá alocada será bombeada para um sistema de filtros eliminando assim todas as partículas físicas e, após, a água filtrada será submetida à tratamento com ozônio e radiação ultravioleta tornando a água 100% potável. Após o tratamento, a água será bombeada para a primeira caixa d’água do frigorífico, esta caixa d’água será abastecida também pela rede de água convencional e será destinada prioritariamente para o consumo humano. 33 Fonte: <http://www.portalsolar.com.br/perguntas-frequentes--energia-solar.html>. Acesso em 10/05/2017. 34 Fonte: <http://www.bluelux.com.br/lampada-de-moser/>. Acesso em 10/05/2017. 41 O sistema de captação, tratamento e reuso de resíduos líquidos será composto por um sistema de ralos que captará toda a água utilizada na produção do frigorífico advinda da limpeza do local e do uso convencional dos banheiros e esgotamento da empresa como um todo. Como não há sistema de esgotamento sanitário em Caraíva, o frigorífico tratará 100% de seus resíduos líquidos. Para tanto a equipe X considera que os resíduos líquidos produzidos são orgânicos, oriundos da limpeza de sangue e vísceras de suínos e do esgotamento convencional da empresa contendo excretas humanas, além disso todo o material de limpeza utilizado na empresa deverá ser necessariamente biodegradável. Assim, a água com resíduos captada pelo sistema de ralos será depositada em um sistema de filtros, o material retido nestes filtros será enviado à local adequado, junto com os demais resíduos orgânicos sólidos. A água filtrada seguirá para a estação de tratamento orgânica que utiliza algas e plantas para a decomposição e absorção dos demais materiais orgânicos resultantes da etapa anterior, a estação de tratamento será composta por tanques interconectados numa sequência que favorece a depuração da água35, este sistema é inspirado na estação de tratamento de esgoto da ecovila de Findhorn na Escócia36. Em cada tanque há um ecossistema diferente composto por bactérias, algas, micro organismos, plantas, caracóis e peixes que se alimentam da sujeira, quebrando suas moléculas . A água que resulta desse processo, depois de passar por todos os tanques, está limpa (embora não potável) podendo ser devolvida ao mar ou reutilizada para regar plantas, lavar roupa e diversas outras finalidades. Não são utilizados produtos químicos e o custo é relativamente baixo.37 No caso do frigorífico, a água oriunda da estação de tratamento será novamente filtrada e depositada na segunda cisterna. Esta água já filtrada será submetida à tratamento com ozônio e radiação ultravioleta. Após o tratamento, a água será bombeada para a segunda caixa d’água do frigorífico. Esta água será 35 Fonte: <https://stelacramer.wordpress.com/2012/08/28/a-maquina-viva-na-ecovila-living-machine- in-the-ecovillage-post-041/>. Acesso em 10/05/2017. 36 Fonte: <https://www.findhorn.org/portugues/>. Acesso em 10/05/2017. 37 Fonte: <https://stelacramer.wordpress.com/2012/08/28/a-maquina-viva-na-ecovila-living-machine- in-the-ecovillage-post-041/>. Acesso em 10/05/2017. 42 utilizada na limpeza da empresa, nos banheiros e outras atividades que não envolvam o consumo humano. 6.3 - Resíduos sólidos Caraíva está inserida em uma APA, portanto a produção de resíduos deve ser mínima, quiçá inexistente. A própria população locas é extremamente ecológica e consciente. Segundo o site oficial do vilarejo38: Todas as casas de Caraíva possuem fossa séptica e nada é jogado no rio. Fazer a compostagem do lixo orgânico também é uma prática comum, assim como reciclar materiais diversos. Caraíva consegue assim se manter em estado diferente de outras Vilas e cidades turísticas. Natureza preservada, lixo cuidado e conscientização de nativos e visitantes quando a importância de se preservar o lugar. Desta forma, a equipe X decidiu implantar uma política de lixo zero, onde 100% de seus resíduos sólidos obteriam destinação certa e adequada. Constatou-se que os resíduos produzidos são principalmente os rejeitos orgânicos do processamento de miúdos de suínos, outros materiais recicláveis decorrentes da atividade, tais como plásticos e EPIs velhos descartados, e o material reciclável oriundo das atividades de escritório. Após estudo das NBRs 10.004/2004 e 10.005/2004, a equipe X classificou os resíduos do frigorífico como Resíduos Industriais, Classe II – A, ou seja, são resíduos provenientes de atividade empresarial, não perigosos, e não inertes, tendo propriedades tais como: biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água. 38 Fonte: <http://www.caraiva.com.br/meio-ambiente/>. Acesso em 10/05/2017. 43 Diante da natureza produtiva da empresa, haverá produção de grande quantidade de resíduos orgânicos, tornando inviável a técnica de compostagem, assim, a equipe X optou por destinar tais resíduos39 à uma empresa de fabricação de fertilizantes naturais, que utilizará os resíduos como matéria prima, desta forma, além de dar destinação correta aos resíduos orgânicos sólidos, a empresa também lucrará com sua venda. Quanto aos demais resíduos sólidos, por se tratar basicamente de materiais recicláveis, serão igualmente vendidos como sucata para cooperativas de reciclagem, novamente gerando lucro para a empresa. 6.4 – Resíduos gasosos Infelizmente o Brasil não possui à venda no mercado nacional veículos de carga que sejam 100% livres de emissão de gases nocivos, como veículos elétricos, ou movidos à combustão de hidrogênio, portanto, neste ponto, não há como mitigar 100% dos impactos como feito com os outros aspectos ambientais identificados. Todavia, a empresa se compromete a manter sua frota de veículos sempre revisados para que emitam o mínimo possível de gases poluentes. 39 Que compreendem o refugo da atividade produtiva, mais os resíduos retidos nos filtros do sistema de captação, tratamento e reuso de resíduos líquidos. 447 - PROPOR PROJETOS AMBIENTAIS. Como a empresa pretende contratar a população local para a execução dos serviços e esta possui uma alta consciência ecológica40, não há necessidade de grande investimento em políticas de conscientização local, mas a equipe X achou por bem investir na capacitação da comunidade com instrução técnica mais aprofundada acerca dos temas que envolvem a gestão ambiental, para que o local permaneça sempre preservado, esta capacitação será feita por meio de cursos gratuitos voltados à comunidade. Além da capacitação, a empresa pretende auxiliar na criação de uma cooperativa de coleta seletiva, para que a população ribeirinha possa ainda auferir lucro com a venda de sucata gerada na região. Esta cooperativa contaria ainda com um centro de artesanato, para que os artesãos locais pudessem utilizar a sucata em suas artes e vender estas aos turistas da região. Por fim, tendo em vista se tratar de uma região turística, a empresa pretende auxiliar as autoridades locais na conscientização dos turistas em relação à conservação do patrimônio ecológico local. 40 Fonte: <http://www.caraiva.com.br/meio-ambiente/>. Acesso em 10/05/2017. 45 8 - APRESENTAR AOS ALEMÃES QUAL BANCO OFERECE O MELHOR INVESTIMENTO, CONSIDERANDO QUE O VALOR PAGO SOBRE A TAXA DE JUROS SIMPLES DEVE SER O MENOR POSSÍVEL, APRESENTANDO TAMBÉM, O VALOR DE CADA PARCELA DESTE FINANCIAMENTO. De acordo com dados fornecidos na tabela 1, devemos apresentar os cálculos referentes ao empréstimo de seiscentos mil reais, com as instituições financeiras A, B, C e D, de modo a evidenciarmos aquela que apresente a operação mais vantajosa para o nosso cliente. BANCO A BANCO B BANCO C BANCO D TAXA DE JUROS AO ANO (a.a.) 6,80% 11,60% 9,60% 5,90% Nº DE PARCELAS EM MESES 180 108 144 240 Para a realização desses cálculos precisamos transformar os períodos, de meses para anos, no intuito de trabalharmos com unidades compatíveis. Bastando, para isso, dividirmos a quantidade de meses por 12, chegando ao período correspondente em anos. Realizando esta adequação, a Tabela 1 ficará com o seguinte aspecto: BANCO A BANCO B BANCO C BANCO D TAXA DE JUROS AO ANO (a.a.) 6,80% 11,60% 9,60% 5,90% PRAZO (em meses) 180 108 144 240 PRAZO (em anos) 15 9 12 20 As fórmulas para calcularmos os juros simples, o montante, e o valor da mensalidade são: i) ii) iii) Tabela 1 – Dados fornecidos originalmente. Tabela 2 – Adequação dos dados da Tabela 1 46 Faremos a seguir, os cálculos dos juros simples e montantes, além de apresentarmos os valores das mensalidades que cada operação de empréstimo nos fornecerá. 8.1 – Cálculos referentes ao financiamento com o Banco A. 8.2 – Cálculos referentes ao financiamento com o Banco B. 47 8.3 – Cálculos referentes ao financiamento com o Banco C. 8.4 – Cálculos referentes ao financiamento com o Banco D. 48 8.5 – Apresentação dos valores das mensalidades dos financiamentos. Realizados os cálculos dos financiamentos junto aos bancos A, B, C e D, obtivemos os seguintes resultados que estão dispostos na Tabela 3. BANCO A BANCO B BANCO C BANCO D TAXA DE JUROS (a.a.) 6,80% 11,60% 9,60% 5,90% PRAZO (em meses) 180 108 144 240 PRAZO (em anos) 15 9 12 20 MONTANTE R$ 1.212.000,00 R$ 1.226.400,00 R$ 1.291.200,00 R$ 1.308.000,00 MENSALIDADE R$ 6.733,33 R$ 11.355,55 R$ 8.966,66 R$ 6.450,00 Podemos constatar que o banco A apresenta o financiamento mais vantajoso frente aos demais. Sendo que este gerará 180 parcelas de R$ 6.733,33, e um montante de R$ 1.212.000,00. Tabela 3 – Agrupamento dos cálculos dos financiamentos Gráfico 1 – Análise gráfica dos empréstimos bancários. 49 9. CONCLUSÃO Após análise criteriosa de todos os aspectos inerentes à implantação do frigorífico nos moldes desejados pelos investidores alemães, a Equipe X concluiu pela inviabilidade do projeto. A implantação da empresa na comunidade de Caraíva seria impossível, pois a comunidade é, cumulativamente, uma zona de reserva extrativista (RESEX), uma área de proteção ambiental permanente (APA) e todo o vilarejo é tombado como patrimônio histórico e cultural. Desta forma, seria ilegal a implantação de uma empresa em um local como esse por serem proibidas novas construções e por descaracterizar a cultura extrativista local afrontando a Lei nº 9985/200041, além disso, inexistem terrenos disponíveis no local que comportem a construção de uma planta industrial sem que se cause um grande impacto socioambiental na comunidade. Assim, a Empresa de Turismo da Bahia - BAHIATURSA, à qual caberá analisar e emitir pareceres para o licenciamento de empreendimentos na área, jamais concederia tal licenciamento, mesmo com a elaborada política de impacto ambiental zero adotada pela equipe X. Por fim, do ponto de vista logístico, o local também não favorece, pois Caraíva fica a 06 (seis) horas de distância do porto mais próximo (Porto de Ilhéus) e a 10 (dez) horas de distância do aeroporto internacional mais próximo (Aeroporto de Salvador), o que é terrível para uma empresa voltada à exportação de produtos altamente perecíveis. Ademais, o acesso à comunidade se dá apenas por barcos e é proibido o acesso de veículos automotores na comunidade de Caraíva, tornando inviável o escoamento do produto final. Diante dos fatores elencados, como já dito, a Equipe X concluiu pela inviabilidade da implantação de um frigorífico na comunidade de Caraíva, cidade de Porto Seguro, estado da Bahia. 41 Regulamenta o art. 225, § 1o, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências. 50 Neste sentido, a equipe estudou outras possibilidades e sugere aos investidores alemães que o frigorífico seja instalado no pólo industrial de Sertãozinho, na cidade de Mauá, estado de São Paulo. A equipe identificou a possibilidade de compra de uma planta industrial já estabelecida na Rua Girassol, 168, no Loteamento Industrial Coral, em Mauá – SP, pertencente a outro frigorífico que pretende sair do local. A localização é privilegiada já que possui fácil acesso ao Rodoanel Mário Covas, consequentemente, ao Porto de Santos pelas Rodovias Anchieta e Imigrantes, viabilizando o escoamento da produção para o mercado externo imediatamente após a produção. O Município de Mauá-SP, de acordo com o IBGE (2016), tem população estimada em cerca de 458.000 pessoas. Uma característica importante para a implantação do frigorífico uma vez que o mesmo pretende contratar cerca de 700 funcionários com prioridade para a mão-de-obra local. O Loteamento Industrial Coral oferece estrutura ideal para a implantação deste empreendimento, pois conta com empresas de armazenagem, transporte e logística, como a udLOG e a Transportes e Logística Mauá. Além de empresas que podem fornecer maquinários e insumos. 51 No mais, a equipe X aguarda o posicionamento dos investidores alemães para que um novo estudo de viabilidade seja feita no local indicado.
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