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Gastro Cirúrgica - Aula 24 - Neoplasias Císticas do Pâncreas *Não entra o o pseudocisto pois não tem revestimento epitelial - O tratamento das neoplasias císticas pancreáticas é variável conforme seu diagnóstico. - O diagnóstico preciso no pré operatório ainda é um grande desafio. - Importante o diagnóstico diferencial entre neoplasias císticas e lesões císticas não neoplásicas, que é feito pela presença de revestimento epitelial. - O pseudocisto é desprovido de revestimento epitelial e geralmente associado a dor abdominal que não é habitual nas neoplasias císticas. - As diferentes características do revestimento epitelial definem os diversos tipos de neoplasias. - Neoplasias císticas pancreáticas são de crescimento lento e raramente provocam sintomas. Massa Abdominal Desconforto Abdominal Vago Dor Abdominal Tipo Pancreatite (ocasionalmente neoplasia intraductal papilar mucinosa) *Não é comum, pode ocorrer ocasionalmente neoplasia intraductal papilar mucinosa. Pela característica de obstruir o ducto pancreático principal e dificultar ou obstruir essa secração. NEOPLASIA CÍSTICA SEROSA - Mais frequente em mulheres - Na quinta década - Mais frequente na cabeça pancreática - Múltiplos cistos com revestimento epitelial tipo cubóide com células ricas em glicogênio - Divididos em: Microcístico; Oligocístico; Macrocístico; Combinado (macro e microcístico). Cistoadenoma Seroso - Cisto neoplásico mais frequente do pâncreas - Na grande maioria assintomáticos - Diagnosticados acidentalmente - Sintomas são vagos. Eventualmente desconforto abdominal ou dor abdominal leve - Emagrecimento, massa abdominal palpável, icterícia, obstrução duodenal são raros e decorrentes do crescimento excessivo da lesão. *Associados a lesões muito grandes que estão fazendo obstrução no duodeno. - Doença de Von Hippen-Lindau associa-se a esta lesão em 15-30% - Importante sua diferenciação dos outros tumores por ser benigno e ser passível de conduta conservadora. *Só considera ressecção quando há crescimento ou paciente sintomático - Embora do mesmo tipo celular, estas neoplasias diferem clinicamente e na distribuição no parênquima pancreático - Cistoadenoma microcístico representa de 25-60% dos casos Obs: microcistico - mais comum na cabeça e não corpo e cauda / independente da subdivisão tratamento é o mesmo Diagnóstico**Por imagem - US abdominal é o exame que inicialmente faz o diagnóstico acidental Massa pancreática Contornos multilobulados Sem sobra acústica posterior *Não tem calcificação Morfologia interna com múltiplos septos (em favo de mel) *Mais comum (característica principal dessa lesão) Múltiplos cistos geralmente menores que 2cm - TC de abdome analisa a característica macroscópica Massa de tamanho variável de 2-10cm Inúmeros pequenos cistos Rico estroma fibroso formador de cicatriz radiada central Pode exibir calcificações centrais - RNM tem maior acurácia e fornece informações mais precisas Diferencia as lesões micro ou macrocísticas de forma mais precisa. Identifica relação entre a lesão e ducto pancreático principal, de grande importância na diferenciação entre CAS (cisto adenoma seroso) e NIPM (neoplasia intraductal parenquimatosa mucinosa). Ausência de comunicação fecha o diagnóstico de CAS. Limitada na informação de calcificações – as quais são centrais no CAS E periféricas na NIPM. - Malignização do CAS é rara, com poucos casos observados - Risco potencial de malignização é de 3% indica acompanhamento e ressecção apenas se lesão grande Diagnóstico de CAS - Lesão cística na cabeça do pâncreas. - Formada por múltiplos cistos com calcificação central. - Pâncreas normal, sem dilatação ductal. - Paciente feminina, acima de 50 anos. Diagnóstico sugestivo de CAS - Lesões microcísticcas no processo uncinado. - Paciente masculino. - Com dilatação do ducto pancreático. Tratamento - Considerando a raridade da malignização do CAS, adota-se uma conduta conservadora. - Ressecção cirúrgica reservada para casos sintomáticos e na dificuldade de diferenciação com NIPM. - Cirurgia realizada: . Enucleação nas lesões na cabeça. . Pancreatectomia caudal, com preservação esplênica, nas lesões distais. Cistoadenoma Mucinoso - Neoplasia cística mucinosa (NCM) e uma lesão pré neoplásica, independente do seu subtipo. - Quase que exclusivo do sexo feminino (95%). - Habitualmente é uma lesão multicística com septos grosseiros, não comunicantes com o sistema ductal. - Localizada no corpo e cauda do pâncreas. - Geralmente maior que o CAS, podendo variar de 4 a 30cm. - Calcificações são raras, e quando presentes são periféricas. - Pode apresentar-se com múltiplos cistos e de parede fina ou como lesão cística unilocular de paredes espessas. - Tumor sempre bem encapsulado por epitélio colunar de células produtoras de mucina com aspecto de estroma ovariano. Manifestações Clínicas: - Assim como o CAS a sintomatologia no NCM é inespecífica - Sintomas mais frequentes, quando presentes, são a dor e desconforto abdominal - Sintomas inespecíficos como anorexia, emagrecimento e icterícia podem ser indicativos de malignização Diagnóstico por Imagem - As duas variantes da NCM, unilocular e multilocular (corpo e cauda), podem ser diagnosticas e diferenciadas por imagem. - Achados radiológicos sugestivos: Lesão cística de paredes espessadas; Calcificação periférica; Proliferações papilares; Septos espessados; Invasão de estruturas vasculares; *Quando nenhuma destas características estão presentes a possibilidade de malignidade é nula - Considerando que a RNM não consegue demonstra calcificação a TC de abdome com contraste é o exame de escolha. *Mostra calcificações - O ultrassom endoscópico (USE) é importante no diagnóstico Possibilita imagens da lesão e do parênquima adjacente; Identifica possíveis lesões ou invasões do ducto pancreático principal; Possibilita a biópsia e coleta de material; Dosar CEA do liquido aspirado na lesão; Diagnóstico Laboratorial - O marcador de maior importância na diferenciação de NCM e cistoadenocarcinomas dos CAS é o CEA Níveis maiores que os séricos são encontrados no fluído das lesões; Valor de corte de 24,7ng pode ter sensibilidade de 100%; Valor normal do CEA – 3,5 a 5; - A positividade de dois mais mais são indicativos de NCM CEA; CA 19.9 – usado também para câncer de pâncreas; CA 125 – usado tambem para câncer de ovário; *Positividade de dois ou mais desses é sugestivo de neoplasia cística Tratamento - NCM são consideradas lesões pré neoplásicas ou já malignas ! - Portanto devem sempre ser ressecadas - Pancreatectomia discal com esplenectomia nas lesões de corpo e cauda - Duodenopancreatectomia nas cefálicas para ressecção completa - Sobrevida após ressecção de lesões invasivas é de 15 a 30% NEOPLASIA INTRADUCTAL PAPILAR MUCIONOSA - NIPM é considerada uma lesão pré maligna. ***SEMPRE se comunica com o ducto, se não se comunicar não é intraductal - Caracteriza-se pela tríade de Ohashi: Dilatação ducto pancreático principal; Orifício ampular pátulo; *Nada obstruindo o orifício Secreção mucoide; *Muco drenando pela papila - Origina-se do epitélio ductal pancreático principal e secundário. - Progride desde displasia leve até carcinoma, podendo estar presentes simultaneamente na mesma lesão. - Prognóstico é ruim, porém melhor que o adenocarcinoma pancreático clássico. Epidemiologia e Manifestações Clínicas - Mais frequente no sexo masculino. - Maioria sintomáticos, pois comprometem ducto pancreatico: Dor aguda epigástrica De caráter contínuo Pós prandial Irradia-se ao dorso Perda de peso, anemia, astenia Insuficiência exócrina do pâncreas Desenvolvimento súbito de diabetes pode ocorrer em até 11% Icterícia em estágios mais avançados - Pancreatite aguda ocorre em menos de 2% dos casos. Diagnóstico por imagem - TC e RNM são os exames de escolha. - Colangioressonacia. *Consegue ver canalículos - Imagens sugestivas:Dilatação do ducto pancreático sem fator obstrutivo; Ectasia da porção proximal por produção excessiva de muco; Rolhas de muco ou proliferação papilar no interior dos ductos; Comunicação da lesão com o ducto; Protrusão papilar para luz duodenal; *Drenando secreção mucoide Atrofia do parênquima pancreático; - Paciente com dilatação do ducto pancreatico, ectasia da porção próxima, rolhas de muco e atrofia do parênquima. *Pode ser também uma hepatite crônica *Hepatite crônica não tem comunicação da lesão com o ducto. Tratamento - Duodenopancreatectomia para lesões cefálicas. - Pancreatectomia distal para lesões em corpo e caudal. *Geralmente faz se esplenectomia **Única que acompanha é a serosa, por isso que deve-se diferenciar, para não submeter o paciente a uma cirurgia. NEOPLASIA SÓLIDA PSEUDOPAPILAR - Tumor cístico do pâncreas de menor frequência, com evolução benigna - Apesar do número crescente de diagnóstico o comportamento histopatológico e a biologia do tumor permanecem desconhecidas - Acomete principalmente mulheres jovens de 15 a 40 anos - Raramente sintomáticos - Não tem marcador específico - Radiologicamente apresenta-se como: Massa de limites nítidos; Encapsulada; Bem vascularizada; Áreas sólidas e císticas; (possível comportamento necro hemorrágico) - Indica-se o tratamento cirúrgico na maioria das lesões Pacientes sintomáticos; Lesões maiores de 4cm; Suspeita de neoplasia cística mucinosa; Associações de lesões císticas com dilatação ductal; Cistos indeterminados em corpo ou cauda de pâncreas; - Mesmo na presença de metástases devem ser ressecados pelo bom prognóstico - Duodenopancreatectomia nas lesões da cabeça ou pancreatectomia corpo caudal - Pancreatectomia segmentar nos tumores de pequeno tamanho
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