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Trabalho de Direito Constitucional baseado nos Livros “A Força Normativa da Constituição” e “Hermenêutica Constitucional”.

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Trabalho de Direito Constitucional baseado nos Livros “A Força Normativa da Constituição” e “Hermenêutica Constitucional”.
Este presente trabalho tem por meio apresentar uma breve consideração sobre os livros em questão, expondo assim um comparativo entre os mesmos. 
A princípio, podemos constatar pelo livro “A Força Normativa da Constituição” que o autor estabelece um paralelo entre suas concepções de constituição e o que vem a ser constitucional, utilizando-se por diversas vezes dos pensamentos de Lassale como contraste ao que se expõe. 
Na visão de Konrad Hesse, o papel do intérprete da Constituição seria um papel construtivo, ativo no desenvolvimento do processo hermenêutico. Diz ele, que além de elementos objetivos que devem ser extraídos da realidade social, também elementos subjetivos devem ser agregados ao sentido mais justo do sentido aplicado à Constituição, posição de protagonista dentro do processo hermenêutico, concretizando o melhor sentido da norma constitucional. A norma é um produto da interpretação constitucional. Esse processo hermenêutico seria conduzido pelo que ele denomina de pré-compreensão – conjunto de valores, visões de mundo, crenças que o intérprete incorpora na sua própria consciência dentro de seu espaço interpretador, mergulhado numa cultura, num conjunto de valores num dado contexto histórico-cultural. 
Ainda assim, não se pode separar a interpretação da aplicação da norma. Não se pode interpretar se não for para aplicar a norma a um caso concreto e não é possível aplicar a norma a um caso concreto sem primeiro interpretá-la. Partindo do pressuposto de que a interpretação constitucional é concretização, entendida como uma norma preexistente na qual o caso concreto é individualizado. Por não haver interpretação constitucional independente de problemas concretos, interpretação e aplicação consistem num processo unitário. 
Ainda na visão de Hesse, é defendido por ela a compreensão prévia do intérprete, uma ideia de um círculo fechado de intérpretes, oposta à de Härbele (sociedade aberta de intérpretes, segundo a qual não é necessária essa compreensão prévia porque qualquer um que viva a Constituição seria o seu legítimo intérprete). Esta compreensão prévia tem que ser tanto do problema como da norma a ser concretizada e é a Teoria Geral da Constituição que vai fornecer essa compreensão prévia.
Entrementes, na visão de Peter Härbele, escritor do livro em questão “Hermenêutica Constitucional”, traz consigo que devemos urgentemente recusar a ideia de que a interpretação deve ser monopolizada exclusivamente pelos juristas. Para que a Constituição se concretize e necessário que todos os cidadãos se envolvam num processo de interpretação e aplicação da mesma. O titular o poder constituinte é a sociedade, por isso ela deve se envolver no processo hermenêutico de materialização da Constituição. Essa ideia abre espaço para que os cidadãos participem cada vez mais nessa interpretação. 
A norma não é uma decisão prévia, simples e acabada, tem-se, necessariamente, de indagar sobre os participantes no seu desenvolvimento funcional. A preocupação de teoria de Häberle não está relacionada a regras de interpretação constitucional, mas sim aos sujeitos que dela participam. Häberle propõe a ampliação do círculo de intérpretes da Constituição, como consequência da necessidade de integração da realidade no processo de interpretação constitucional. Quanto mais pluralista for a sociedade, mais abertos serão os critérios de interpretação. Rompimento com o modelo hermenêutico clássico construído a partir de uma sociedade fechada. Não apenas os órgãos estatais, mas também os cidadãos e os grupos sociais estão potencialmente vinculados ao processo de interpretação constitucional. A interpretação judicial, por mais importante que seja, não é a única possível. Todo aquele que vive no contexto regulado por uma norma constitucional seria um legítimo intérprete ou, ao menos, cointérprete, por subsistir sempre a responsabilidade da jurisdição constitucional de dar a última palavra. 
A tese de Häberle é oposta a de Konrad Hesse, a democratização não deve ocorrer apenas no momento em que a Constituição é criada, mas também na sua interpretação.

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