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ESQUEMAS DE AULAS CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 2016 2

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PROF. LUIZ CARLOS
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
2016-2
INTRODUÇÃO - APRESENTAÇÃO DO SEMESTRE/ CONCEPÇÕES DE CONSTITUIÇÃO/ PODER CONSTITUINTE/ MUTAÇÕES CONSTITUCIONAIS
- INTRODUÇÃO:
Regras do semestre
	- Faltas - 25% do semestre
	- Pontuação - 7 pontos prova/ 3 pontos teste-simulado na NP1
	- Tentarei montar uma lista de exercícios para estudo e acompanhamento da aula.
	- Não enviarei material, mas encaminharei por e-mail, vários manuais de Direito Constitucional. - Já usei material em sala e não funcionou, pois os alunos se acomodam e somente estudam o material, então agora tem que assistir aula e prestar atenção e pegar os livros para estudar.
	- Livros indicados: Bernardo Fernandes, Nathalia Masson, Uadi Lâmego, Barroso. Sá não uso o Gilmar Mendes.
	- Limitações materiais de número de aulas.
Introdução Teórica
- O que vocês já estudaram dentro do Direito Constitucional?
- O que é constituição?
- CONCEPÇÕES DE CONSTITUIÇÃO
	- Quando falamos disso estamos buscando compreender os fundamentos da constituição, de onde ela tira sua normatividade.
	- 3 concepções: Sociológica, Política e Jurídica
- Concepção Sociológica - Ferdinand Lassale
	- dentro de um Estado existem duas constituições, uma que ele chama de real (ou efetiva) e existe uma outra, que é a Constituição escrita (a que todos conhecem).
	- a Constituição real ou efetiva é “a soma dos fatores reais de poder que regem uma determinada nação.” - Obra "A Essência da Constituição".
	- quem faz a Constituição são os detentores do poder (econômico, político, tais como banqueiros e aristocracia) - Constituição escrita só tem alguma efetividade a partir do momento que corresponde à realidade.
- Concepção POLÍTICA – Carl Schmitt
	- Concepção decisionista - faz uma distinção entre o que ele chama de Constituição propriamente dita e o que chama de bens constitucionais.
	- “Constituição é somente aquilo que decorre de uma decisão política fundamental.”
	- aquilo que faz parte da Constituição, mas que não decorre dessa decisão política fundamental não é Constituição propriamente dita. São apenas leis constitucionais (Ex: art. 242, § 2º. CF - Fala do colégio Pedro II).
	- Que tipo de matéria decorre, então, de uma decisão política fundamental? Direitos Fundamentais, (D); Estrutura do Estado e (E); Organização dos Poderes (O).
- Concepção JURÍDICA – Conrad Hesse
	- Força Normativa da Constituição.
	- “Ainda que em certos casos a Constituição escrita não seja capaz de conformar a realidade, ela possui uma força normativa que, muitas vezes é capaz de conformá-la (a realidade, o que acontece na prática, os fatores reais de poder). Para isso, basta que exista vontade de Constituição e não apenas vontade de poder.”
	- Prevalescente no Direito Brasileiro - muito utilizado pelo Gilmar Mendes.
	- Existem hipóteses nas quais aquilo que está escrito não é capaz de modificar a realidade. 
	- Para que a Constituição tenha essa força normativa, basta que aqueles que são incumbidos de aplicá-la, tenham vontade de Constituição, de cumprir a constituição e não apenas a vontade de beber do poder. O direito diz aquilo que deve ser e não aquilo que é. 
- PODER CONSTITUINTE
- Classificação
	- Poder Constituinte Originário;
		- Poder Constituinte Decorrente;
	- Poder Constituinte Derivado;
		- Poder Constituinte Derivado Reformador;
		- Poder Constituinte Derivado Revisor.
- ORIGINÁRIO
	- aquele responsável pela elaboração de uma nova Constituição.
- Características essenciais
	- Poder INICIAL – Inicial porque é ele que dá início a todo o ordenamento.
	- Poder AUTÔNOMO – Autônomo porque cabe apenas a ele escolher a ideia de direito que irá prevalecer.
	- Poder INCONDICIONADO – Incondicionado porque não se submete a nenhum tipo de condição, nem formal e nem material.
	- Poder INDEPENDENTE e SOBERANO
- Titularidade do Poder Constituinte originário
	- O titular é o povo, mas esse poder pode ser usurpado, e quando isso se dá, o exercício não é igual à titularidade, sendo, portanto, ilegítimo.
	- O poder constitucional não pode ser inconstitucional ou ilegal, porque está acima desse plano.
- DECORRENTE
	- responsável por elaborar a Constituição dos Estados-membros. 
	- Há dois dispositivos na Constituição que se referem - Art. 25. CF e Art. 11. ADCT.
	- o constituinte decorrente não tem um poder ilimitado. Ele está limitado pelos princípios da Constituição da República.
- DERIVADO
	- É o poder que permite modificações no texto constitucional.
- Reformador - Art. 60. CF
	- Via ordinária de modificação da constituição.
	- Limitações:
		- Temporais - Estabelece prazo de impedimento para modificação da CF- A CF/88 não estabeleceu limitação temporal para reforma, somente para revisão - Art. 3º. ADCT.
		- Circunstanciais - Em determinadas circunstâncias não se pode mudar a CF - Art. 60. §1º. CF.
		- Procedimentais/ Formais/ Processuais/ Implícitas - se dividem em subjetivas e objetivas:
			- Subjetivas - Quem pode propor emendas à constituição - Art. 60. I a III. CF - Presidência da República; 1/3 da câmara ou do Senado; Assembleias Legislativas (Assembleias de mais de 50% dos estados da federação, por maioria relativa dos seus membros - nunca foi utilizada).
			- Objetivas - Condições procedimentais específicas e objetivas para o exercício da reforma constitucional - Art. 60. §§ 2º, 3º e 5º. CF
				- Procedimento especial e quórum especial - Votação em 2 turnos em cada casa com quorum de 3/5 dos membros de cada casa.
				- Promulgação - Mesa da Câmara e Mesa do Senado.
				- Reapresentação de emenda - §5º - não pode ser reapresentada na mesma sessão legislativa (ordinárias - 02/02 a 17/07 e 15/08 a 22/12).
		- Materiais ou substanciais - Cláusulas Pétreas - São normas que não podem ser abolidas de forma alguma pelo poder derivado, podendo sofrer pequenas alterações de âmbito de aplicação, não podendo ter sua eficácia esvaziada, assegurando a proteção ao funcionamento da democracia e aos direitos básicos.
			- Cláusulas pétreas expressas - Art. 60. § 4º
			- Cláusulas pétreas implícitas - Direitos Sociais - pressupostos essenciais para o exercício dos direitos individuais - e o Art. 60.CF
- Revisor - Art. 3º. ADCT.
- MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL
	- Processos informais de mudança na constituição;
	- Ex: Interpretação para relativização do princípio da coisa julgada - questão de ação de reconhecimento de paternidade transitada em julgada antes do desenvolvimento do exame de DNA - nesse caso a ação poderia ser reaberta e a decisão questionada para realização do exame.
	- a mutação pode ocorrer: 
		- Através da interpretação constitucional - Uma alteração no entendimento dos tribunais e do judiciário através da evolução jurisprudencial. Ex: Decisão sobre União estável homoafetiva e sobre o casamento gay (modificação da interpretação do art. 226.§3º.CF).
		- Através da atuação do legislador - Quando a mudança do entendimento da norma constitucional se expressa através da edição de leis e atos normativos infraconstitucionais que modificam o entendimento da constituição. Ex: Ação sobre as Cotas Raciais nas universidades públicas - antes de decisão do STF, vários estados já haviam editado leis que reservavam vagas para alunos e alunas negras e indígenas.
		- Através de um costume constitucional - secundum constitutionem e praeter constitutionem (preenchimento de lacunas constitucionais). Ex: admissão da reedição de Medida Provisória não apreciada pelo Congresso - antes da EC 32/2001. A Constituição era silente sobre essa possibilidade.
	
	- Limites à legitimidade da Mutação Constitucional
		- Texto da Norma;
			- Função diretiva - aponta a direção para a interpretação da norma. (Ex: Questão da decisão do STF sobre a determinação da prisão após manutenção de condenação em sentença de segunda instância - ou seja, antes do esgotamento de todos os recursos - violação ao princípio constitucional da presunção de inocência - o STF deu outra interpretação ao princípio).
			- Função limitativa- A interpretação não pode ser descolada e afastada do texto da norma.
		- Princípios Estruturantes - Art. 1º e 2º.CF - Ex: Princípio da Separação de Poderes.
	
NORMAS CONSTITUCIONAIS E SUA INTERPRETAÇÃO
Até finais do Século XIX e princípio do século XX, as constituições não possuíam natureza jurídica, eram apenas um instrumento político. Com a assunção de natureza jurídica a Constituição passa a possuir:
	- Aplicabilidade às situações que contempla, principalmente no que diz respeito aos direitos fundamentais;
	- A Constituição é parâmetro de validade de todas as demais normas jurídicas do ordenamento, que não deverão ser aplicadas quando estiverem em desacordo com ela - Para isso existem as cortes supremas - para julgar majoritariamente questões constitucionais;
	- Os valores e fins previstos na Constituição devem orientar a aplicação e a interpretação do Direito.
- Características distintivas das normas constitucionais:
	a) Sua posição no sistema jurídico -- Supremacia Constitucional - nenhum ato jurídico ou norma pode existir com validade se incompatível com a CF.
	b) A natureza da linguagem utilizada -- O texto constitucional se utiliza predominantemente de cláusulas gerais - possibilita a interpretação atualizadora ou evolutiva da constituição. Transfere para o intérprete parte da possibilidade de criação do Direito.
	c) O conteúdo específico -- A Constituição possui normas de conduta e normas de organização (estabelecem a criação de órgãos, etc...).
	d) Dimensão Política -- A Constituição se localiza na intersecção entre os campos jurídico e político, possuindo valoração política em várias de suas normas fundamentais, como os princípios de soberania popular, separação de poderes, etc...
- Regras e Princípios
Dentro da categoria Norma Jurídica, há duas espécies normativas que possuem fundamentais diferenças, são elas os Princípios e as Regras. Os princípios são a porta de entrada dos valores do plano ético para o plano jurídico.
	As regras conferem segurança jurídica, objetividade e previsibilidade à ordem normativa. Ex de regra constitucional: Art.14.§3º.VI.a. CF
	Os princípios conferem identidade ética ao ordenamento jurídico, dando unidade ao sistema e permitindo a evolução normativa. Ex de Princípio Constitucional: Art.1º.III.CF
Segundo BARROSO, há três critérios gerais para diferenciar regras e princípios:
	- o conteúdo - natureza material
		- Princípios são aquelas normas que expressam decisões políticas fundamentais e valores gerais a serem respeitados em razão da sua dimensão ética. Pode ser utilizado de maneira atécnica para determinadas prescrições que a rigor não são princípios, como o princípio do concurso público, o princípio licitatório, ...
		- Regras são comandos objetivos que expressam um preceito, uma proibição ou uma permissão.
	- a estrutura normativa - natureza formal
		- Princípios normalmente apontam para estados ideais a serem buscados, sem que norma descreva de maneira objetiva a conduta a ser seguida. Ou seja, há indeterminação de sentido e multiplicidade de formas para sua realização. Funcionam como uma instância reflexiva, que permite o diálogo de diversas versões e interpretações. São normas predominantemente finalísticas.
		- Regras são descritivas de comportamento, não havendo muito espaço para interpretação. São normas predominantemente descritivas.
	- o modo de aplicação - natureza formal
		- Regras se aplicam de forma "tudo ou nada". Ou são ou não são aplicadas. As regras são comandos definitivos, só não serão aplicadas se houver norma que excepcione a aplicação, ou se esta for inválida.
		- Princípios indicam uma direção, um valor, um fim. Em uma ordem jurídica pluralista, os princípios poderão colidir na sua aplicação. Ex: O princípio da liberdade religiosa pode colidir com a laicidade do Estado, ou com a não-discriminação e igualdade, etc...
			Os princípios não se aplicam de maneira "tudo ou nada", mas de acordo com o peso que assumem em cada situação concreta, a partir da ponderação dos princípios.
			Os princípios são mandados de otimização, ou seja, devem ser aplicados da melhor forma possível.
			 Os direitos fundados nos princípios são prima facie - deverão ser exercidos a princípio e na medida do possível.
- Classificação das Normas Constitucionais quanto ao Objeto
	a) normas constitucionais de organização - têm por objeto estruturar e disciplinar o exercício do poder político. Se dirigem em geral aos Poderes do Estado e seus agentes. São as normas que:
		- Definem forma de governo, forma de Estado e regime de governo;
		- Definem as competências do órgãos e entes federativos;
		- Criam órgãos públicos, autorizam a criação e dispõem sobre o funcionamento;
		- Estabelecem normas procedimentais de revisão e defesa da constituição.
	b) normas constitucionais definidoras de direitos - geram direitos subjetivos. Permitem a exigibilidade de condutas do estado.
		- Direitos individuais;
		- Direitos Políticos;
		- Direitos Sociais;
		- Direitos Difusos;
	c) normas constitucionais programáticas - traçam fins sociais a serem alcançados pela atuação futura dos poderes públicos. Não geram a possibilidade de exigibilidade de atuações comissivas do Estado. Não geram direitos subjetivos positivos, somente negativos (obrigação de abstenção).
		- Regras que dispões sobre a redução de desigualdades regionais e sociais (Art. 170.II. CF);
		- Apoio à cultura (Art. 215. CF)
		- Fomento às práticas desportivas (Art. 217. CF)
		- Incentivo à Pesquisa (Art. 218. CF)
- Classificação das Normas Constitucionais quanto à Eficácia
Classificação de José Afonso da Silva
	- Normas de Eficácia Plena e Aplicabilidade Imediata - Possuem normatividade suficiente para aplicação imediata, não precisando de normas posteriores que orientem sua aplicação.
	- Normas de Eficácia Contida e Aplicabilidade Imediata, mas sujeita a restrição - Possuem normatividade suficiente para aplicação imediata, mas preveem meios normativos que podem reduzir a sua eficácia e aplicabilidade.
		- Limitações por lei - Art. 5º.XIII.CF - restrições ao exercício de trabalho ou ofício profissional.
		- Limitações por outras normas constitucionais - Art. 139.CF - estabelece limitações a certos direitos fundamentais durante estado de sítio.
		- Limitações por conceitos ético-jurídicos - Art.5º.XXV.CF - conceito de "iminente perigo público" como restrição ao poder do Estado de requisitar propriedade privada.
	- Normas de Eficácia Limitada ou reduzida - Não possuem normatividade suficiente para aplicação imediata, mas possuem força normativa, sendo capazes de revogar normas anteriores incompatíveis com ela.
		- Normas definidoras de princípio instrutivo - são aquelas pelas quais o constituinte traça esquemas gerais de estruturação e atribuições de órgãos e entidades, para que o legislador ordinário se estruture posteriormente. Ex: Art.33, 88, 91.§2º, 113.CF/88.
		- Normas definidoras de princípio programático - são aquelas através das quais o constituinte traçou princípios para serem cumpridos pelos órgãos como programa das atividades, visando a realização dos fins do Estado. Ex: Art. 3º, 7º.XX e XXVII, 173.§4º, 196, 205, 216.§3º, 217.CF/88.
Obs: Em regra, os direitos fundamentais são normas de eficácia plena e aplicabilidade imediata - isso significa dizer que o direito pode ser exigido pelo destinatário de imediato, sem necessidade de lei para regular.
- A efetivação do direito, de acordo com o entendimento predominante no judiciário brasileiro vai se dar através da ponderação entre os conceitos de mínimo existencial e reserva do possível.
	- O grande problema é que ambos os conceitos são indeterminados e abertos à interpretação. Não há um standard definido do que seria o mínimo existencial e nem qual seria o limite orçamentário possível.
	- A Reserva do possível é um conceito que possibilita a submissão da efetivação dos direitos fundamentais ao poder político.
TEORIA DAS INCONSTITUCIONALIDADES
O princípio da supremacia daConstituição possui duas espécies:
	- Supremacia Material – relacionada à matéria, conteúdo, substância, é o objeto do estudo; - Qualquer Constituição possui supremacia material. Não existe uma Constituição que não tenha um conteúdo considerado superior ao das leis. 
	- Supremacia Formal – relacionada à forma, procedimento, formalidade. - A supremacia jurídica é a formal, sobretudo no campo do controle de constitucionalidade, que é a forma como a constituição foi elaborada. - Para isso a CF tem que ser rígida, solene, que demande procedimentos específicos para sua modificação.
Antes de tratar das inconstitucionalidades, é importante entender:
O que é PARÂMETRO de controle
parâmetro para o controle de constitucionalidade = normas de referência - que são as normas da Constituição que podem ser invocadas para dizer que um objeto é inconstitucional.
	- Para ser parâmetro, a norma tem que ser formalmente constitucional. Se a norma tiver conteúdo de matéria constitucional e não tiver a forma, ela não serve de parâmetro.
	- Posso considerar como parâmetro toda Constituição de 1988, com exceção de uma parte que, apesar de integrar a Constituição, não tem caráter normativo, que é o preâmbulo.
	- Tratados internacionais de direitos humanos, desde que sejam aprovados por 3/5 em dois turnos também serão considerados formalmente constitucionais e também servirão como parâmetros.
O que é OBJETO de controle
O objeto é o ato que vai ser questionado em face do parâmetro, é aquele ato supostamente seria violador do parâmetro. É o ato impugnado.
	- A Constituição, quando fala em controle de constitucionalidade sempre faz referência a atos dos poderes públicos, não se referindo aos atos de particulares. A inconstitucionalidade é relativa aos atos praticados pelos poderes públicos.
	- O ato do particular que viola a constituição? Num sentido amplo, sim pode ser objeto de controle, mas quando a CF se refere a inconstitucionalidade, está falando de atos do poder público.
FORMAS DE INCONSTITUCIONALIDADE
CLASSIFICAÇÃO
1)	Inconstitucionalidade quanto à CONDUTA/OBJETO - o tipo de conduta praticada pelo poder público: se foi uma ação ou de uma omissão.
	- Inconstitucionalidade por AÇÃO – Quando o poder público pratica uma conduta incompatível com a Constituição, neste caso, a inconstitucionalidade será por ação. Neste caso, há três instrumentos de controle abstrato concentrado:
ADI – Ação Direta de Inconstitucionalidade, mais comum.
ADC – Ação Declaratória de Constitucionalidade
ADPF – Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental
	- Inconstitucionalidade por OMISSÃO – Se o Poder Público deixa de fazer o que a Constituição determina, a inconstitucionalidade será por omissão e haverá 2 instrumentos:
Ação de Inconstitucionalidade por omissão – de controle concentrado abstrato
Mandado de injunção – de controle difuso concreto.
A inconstitucionalidade por omissão parcial também é inconstitucionalidade por ação. - A importância disso é a seguinte: se perguntarem: uma constituição estadual pode prever uma ação de inconstitucionalidade por omissão? (Porque a Constituição da República fala apenas da ADI, da representação de Inconstitucionalidade). 
	- O STF admite isso? Sim. 
	- Ele admite que uma Constituição Estadual crie uma ação de inconstitucionalidade por omissão e um dos fundamentos para isso é o fato de que a omissão parcial nada mais é do que uma ação. Então, se ele pode criar a inconstitucionalidade por ação direta, ele pode também criar a inconstitucionalidade por omissão, já que as duas teriam praticamente a mesma natureza.
2)	Inconstitucionalidade quanto ao PARÂMETRO - quanto a norma constitucional ofendida, qual foi o parâmetro da Constituição que foi violado.
	- Inconstitucionalidade MATERIAL - Quando a norma da constituição violada é uma norma de fundo, que estabelece, por exemplo, direitos, como o art. 5º. Se uma norma viola algum direito ou alguma garantia do art. 5º, a inconstitucionalidade será material porque viola norma de fundo, que estabelece direitos e não formalidades. 
	- Inconstitucionalidade FORMAL - Quando a norma violada estabelece uma formalidade que não é observada. A inconstitucionalidade formal pode ser de duas modalidades:
		- Inconstitucionalidade Formal Subjetiva – Relacionada com a COMPETÊNCIA. É o desrespeito ao procedimento relacionado à competência. Se a competência não é observada, haverá uma inconstitucionalidade formal subjetiva, porque está relacionada ao sujeito competente pra praticar o ato. 
			- Ex: Art. 61, § 1.º.CF - competência privativa ou exclusiva do Presidente da República - inconstitucionalidade formal subjetiva. 
Obs.: O vício de iniciativa exclusiva do Chefe do Executivo é suprido pela sanção? NAO. 
- O entendimento atual do STF é: o vício de iniciativa é insanável. Muita atenção porque existe uma Súmula do STF que alguns códigos ainda trazem, mas que desde a Constituição de 1967 houve uma representação de inconstitucionalidade e o Supremo não aplica mais a Súmula nº 5. Ela não foi revogada, mas foi abandonada pela jurisprudência do STF que adota hoje outro entendimento. 
		- Inconstitucionalidade Formal Objetiva – ocorre, por exemplo, quando o quorum estabelecido não é observado. Se uma matéria que deveria ser aprovada com o quorum de lei complementar, é aprovada com quorum de lei ordinária, haverá uma inconstitucionalidade formal objetiva, em razão da inobservância do quorum.
3)	Inconstitucionalidade quanto à EXTENSÃO - Quanto à extensão, a inconstitucionalidade pode ser total ou parcial e vale tanto para a inconstitucionalidade por ação, quanto para a inconstitucionalidade por omissão.
	
	- Inconstitucionalidade TOTAL 
	
	- Inconstitucionalidade PARCIAL
Na declaração, o STF pode declarar apenas uma palavra ou expressão como sendo inconstitucional. 
Então, a declaração de inconstitucionalidade pode, SIM, incidir sobre apenas uma palavra ou expressão, desde que não modifique o sentido do dispositivo. Só não pode abranger uma palavra ou expressão se modificar o sentido da frase porque senão estaria atuando como legislador positivo. 
4)	Inconstitucionalidade quanto ao MOMENTO - Aqui analisaremos o momento em que ocorre a inconstitucionalidade. Se é uma inconstitucionalidade
	- Inconstitucionalidade ORIGINÁRIA - Na inconstitucionalidade originária, o parâmetro é anterior ao objeto.
	- Inconstitucionalidade SUPERVENIENTE - Quando o objeto é anterior ao parâmetro, a inconstitucionalidade é superveniente. 
		- E quando o parâmetro é posterior ao objeto, cabe ADI? Não. - No Brasil essa hipótese é tratada, não como inconstitucionalidade, mas como hipótese de revogação. É o que diz a jurisprudência do STF. A doutrina majoritária, contudo, entende que é hipótese de não-recepção por se tratar de norma anterior ao parâmetro não recepcionada pelo novo parâmetro.
	 
5)	Inconstitucionalidade quanto ao PRISMA
	- Para trabalharmos com essa diferença, temos que levar em consideração a famosa pirâmide jurídica. As normas do ordenamento jurídico, quando a Constituição é rígida, não se encontram no mesmo plano. Existe uma supra-infra ordenação entre elas.
	- Para fins de exemplo, a pirâmide terá 3 níveis básicos: 
		No primeiro nível: Constituição
		Nível intermediário: atos normativos primários - são os atos que têm como fundamento de validade direto a Constituição. Eles estão ligados diretamente à Constituição. Não existe nenhum ato interposto entre a CF e eles. Exemplos: atos previstos no art. 59, da CF: LC, LO, Decretos legislativos.
		Na base: atos normativos secundários - têm como fundamento de validade direto o ato normativo primário. Ex: Decretos regulamentares (aqueles feitos para regulamentar uma lei).
	- Inconstitucionalidade DIRETA ou ANTECEDENTE - Aquela decorrente de ato normativo primário, de ato ligado diretamente à Constituição.
		- A CF é fundamento de validade dos atos normativos secundários? Sim. A Constituição é fundamento de validade de TODOS os atos no ordenamentojurídico, sem exceção. A diferença é que nos primários ela é fundamento direto e os atos normativos secundários é fundamento de validade apenas indireto.
	
	- Inconstitucionalidade INDIRETA - é quando um ato que tem a CF como fundamento de validade indireto é incompatível com ela.
		- Indireta consequente - Há a edição de um decreto regulamentar de uma determinada lei estadual. Só que esta lei (estadual), trata de uma matéria que não é competência do Estado, mas da União. Há nela uma inconstitucionalidade. Trata de matéria que não é de sua competência. 
		Se o conteúdo desta lei é inconstitucional, como consequência, o conteúdo desse decreto que a regulamenta também será inconstitucional porque a matéria desse regulamento também será de competência da União.
		Então, a lei é inconstitucional e a inconstitucionalidade do decreto é consequente da inconstitucionalidade da lei. 
		Este decreto só é inconstitucional porque a lei que ele está regulamentando também é. Se a lei não fosse, o decreto também não seria. 
		No caso da lei, a inconstitucionalidade será direta. No caso do decreto, a inconstitucionalidade será apenas indireta.
			*Inconstitucionalidade por arrastamento ou por atração - Quando o STF declara a inconstitucionalidade da lei, por arrastamento, ele declara a inconstitucionalidade do decreto, mesmo que não tenha sido provocado para tanto.
		- Indireta reflexa ou oblíqua - Ao contrário do exemplo anterior, a lei, que é o ato normativo primário não tem vício só o secundário. Se o decreto é ilegal, de forma reflexa ou oblíqua, e ele também vai ser inconstitucional por violação ao art. 84, IV.CF.
		Se o decreto é ilegal, ele não foi expedido para a “fiel execução da lei” e está violando, por via reflexa, a Constituição. Todo decreto ilegal, direta ou indiretamente é inconstitucional.
		Esse decreto ilegal pode ser objeto de uma ADI? Não porque ele não viola diretamente a constituição.
FORMAS DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
	Classificação:
	1)	Quanto à COMPETÊNCIA 
	O critério aqui é a competência para exercer o controle. Qual é o órgão do Judiciário que tem competência par a exercer o controle de constitucionalidade neste caso. Essa distinção só se aplica ao controle feito pelo Judiciário.
		a) Difuso ou Aberto - quando qualquer juiz ou tribunal, sem exceção, tiver competência para exercê-lo. Por isso é chamado também de controle aberto porque é aberto a todos os órgãos do Judiciário. Qualquer juiz ou tribunal pode exercê-lo: juiz militar, do trabalho, eleitoral, de primeira instância, etc. Eles podem analisar incidentalmente se uma lei é ou não inconstitucional.
		b) Concentrado ou Reservado - é aquele que se concentra em apenas um tribunal. Só um tribunal pode exercer esse tipo de controle. É reservado a apenas um tribunal. Quem pode exercer controle concentrado no Brasil? Se o parâmetro for a CF, o único órgão que pode exercer o controle concentrado é o STF. Se o parâmetro for uma Constituição do Estado, apenas o Tribunal de Justiça é que terá essa competência. O controle é concentrado nesses dois órgãos do Poder Judiciário.
		
	2)	Quanto à FINALIDADE
		a) Concreto - Quanto o controle de constitucionalidade tem por finalidade proteger direitos subjetivos, este controle é denominado controle concreto de constitucionalidade. O concreto é aquele que surge a partir de um caso concreto. Quando se tem um caso concreto de violação de direito subjetivo, essa questão é levada ao Judiciário e aí surge o controle concreto, aquele feito a partir de um caso concreto levado à apreciação do Judiciário.
		b) Abstrato - Se a finalidade principal não for proteger direitos subjetivos, mas a proteção da ordem constitucional objetiva, este controle será chamado de controle abstrato.	O abstrato é feito em tese. Não existe um caso concreto. A única análise feita no controle abstrato é se a lei é compatível ou não com a Constituição. A análise é feita apenas em tese.
2)	Quanto à NATUREZA do ÓRGÃO responsável pelo controle
		a) Político - Controle político é aquele exercido por órgão sem natureza jurisdicional. Ele não é exercido pelo Judiciário. Ou é exercido pelo Legislativo ou por um órgão específico criado para esse fim (exercer o controle de constitucionalidade).
		b) Jurisdicional - O controle jurisdicional é aquele feito pelo judiciário, como ocorre no Brasil e nos Estados Unidos. Esse sistema é aquele em que o Judiciário tem a função principal de exercer o controle, mas não significa que seja o único órgão incumbido. Ele é o órgão responsável principalmente, mas não e o único.
	
	Obs: sistema misto - O misto é um sistema que conjuga o controle político com o controle jurisdicional, como acontece na Suíça, por exemplo. Como funciona lá esse controle? Na Suíça, quando se trata de lei nacional, quem exercer o controle é o parlamento (legislativo), a Assembléia Nacional. O Judiciário não exerce o controle de constitucionalidade sobre esse tipo de lei. Na Suíça há dois sistemas, de acordo com a natureza da lei. Se a lei é nacional, o controle é político. Se a lei é local, quem controla é o judiciário via controle jurisdicional. Lá o controle é misto porque conjuga esses dois controles. E isso não se assemelha ao sistema brasileiro porque aqui o Judiciário exerce o controle de constitucionalidade de qualquer tipo de lei. 
	4)	Quanto ao MOMENTO
	a) Preventivo - Preventivo para prevenir uma lesão.
		Controle preventivo exercido pelo Legislativo: Realizado pela Comissão de Constituição e Justiça. 
			Todo órgão do Legislativo, seja ele Federal, Estadual ou Municipal, tem uma CCJ, que é uma Comissão que faz uma análise preliminar do projeto de lei. Antes de o projeto de lei ser votado. Exemplo: projeto que descriminaliza o aborto no 1º trimestre de gestação. Ele não chegou sequer a ser votado no Plenário porque a CCJ disse que o projeto de lei era inconstitucional porque o direito à vida era inviolável. Não deixou, sequer, a questão ser votada. 
		Controle preventivo exercido pelo Executivo: Exercido através do veto jurídico (art. 66, § 1º). 
			O Chefe do Executivo pode vetar um projeto de lei em duas hipóteses: quando entender que o projeto de lei é inconstitucional ou quando entender que é contrário ao interesse público. 
Veto político – Projeto Contrário ao Interesse Público
Veto jurídico – Projeto Inconstitucional
Veto jurídico-político – Projeto Inconstitucional e Contrário ao Interesse Público
		Controle preventivo exercido pelo Judiciário: O Poder Judiciário só vai poder exercer o controle preventivo em apenas uma hipótese excepcional: “impetração de mandado de segurança por parlamentar quando houver inobservância do devido processo legislativo constitucional.” 
O art. 60, § 4.º é o exemplo, geralmente cobrado em prova.
“Art. 60, § 4.º não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:”
Uma proposta de emenda tendente a abolir uma clausula pétrea não pode sequer ser objeto de deliberação. Ou seja, mesmo antes de uma emenda desse tipo ser aprovada, só de haver deliberação, já houve violação à Constituição. 
		O indivíduo pode ajuizar uma ação neste caso para o Judiciário tomar providência? Não porque uma proposta de emenda não viola direitos concretos de ninguém. Não cabe ao indivíduo provocar esse controle. 
		Caberia ADI, ADC ou ADPF questionando proposta de emenda? Proposta de emenda não é lei. Também não é ato normativo. E não é ato do poder público porque não está completo. Por isso, não pode ser objeto de ADI, ADC ou ADPF. 
		A única hipótese é a impetração de MS. E por que só o parlamentar pode impetrar esse MS? Quem participa do processo legislativo é apenas o parlamentar. Então, ele tem o direito público subjetivo à observância desse processo legislativo. Se o processo legislativo não for observado, haverá violação do direito público subjetivo do parlamentar da observância desse processo. Se houve violação de direito público subjetivo líquido e e certo, cabe mandado de segurança.
			Esteé um controle concreto ou abstrato? É um processo constitucional objetivo ou subjetivo? Quando o mandado de segurança protege direito subjetivo, o controle é concreto (surge a partir da violação concreta de um direito) em processo constitucional subjetivo (o que está em jogo aqui é a proteção do direito subjetivo do parlamentar). 
			O parlamentar só tem essa legitimidade se ele for parlamentar da Casa onde o projeto esteja em tramitação. Se for de outra Casa não pode impetrar o MS. Deputado Federal só pode impetrar MS por inobservância do processo legislativo se projeto de lei estiver em tramitação na Câmara. Se estiver no Senado não cabe impetração por deputado, mas por Senador.
	b) Repressivo - Repressivo, para reparar uma lesão que já ocorreu.
		Controle repressivo exercido pelo Legislativo: O repressivo é aquele controle feito depois que a proposta de emenda já se transformou em emenda ou que o projeto de lei se transformou em lei. O Legislativo pode exercer o controle repressivo em três hipóteses:
- Art. 49, V
“Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: V – sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa.”
Nestes dois casos, o chefe do Executivo exorbitou dos limites. A lei delegada foi além, tratou de matéria que não estava na resolução que deu a ele a delegação. O decreto não foi para a fiel execução da lei, porque foi além, tratando de questões que não estavam na lei. A parte do ato que exorbitou os limites pode ser sustada pelo Congresso. Ele expede um decreto legislativo sustando a parte que exorbita. 
- Art. 62
A segunda hipótese é de medida provisória (art. 62). Em relação à MP o Congresso Nacional pode apreciar dois aspectos: 1º) Os dois pressupostos constitucionais: relevância e urgência. Se o Presidente da República edita MP que não é relevante ou urgente de forma a justificar a MP, o Congresso pode rejeitar de cara, sem nem apreciar o mérito porque os pressupostos constitucionais não foram obedecidos.
	O Poder Judiciário só pode analisar os pressupostos constitucionais de relevância e urgência quando a inconstitucionalidade for flagrante e objetiva. Segundo o STF não cabe, em princípio, ao Judiciário analisar se uma MP é relevante ou não. Quem deve analisar isso é, em primeiro lugar, o Chefe do Executivo e, em segundo lugar, o Legislativo, que dá a palavra final. No entanto, se a inconstitucionalidade for flagrante, nestes casos, o Judiciário pode se pronunciar. 
- Súmula 347, STF
	Súmula 347, STF (O Tribunal de Contas no exercício das suas atribuições pode analisar a constitucionalidade de leis e atos do Poder Público) – essa súmula faz referência do Tribunal de Contas que é instituição autônoma e órgão auxiliar do Poder Legislativo. Dentro de suas atribuições, o TC pode exercer controle de constitucionalidade. Não é que ele vai declarar uma lei inconstitucional, mas ele pode rejeitar que uma conta seja aprovada ao argumento de que, apesar de a conta ter sido aviada com base em uma lei, essa lei é inconstitucional. 
Minas: Itamar contratou sem concurso com base na Constituição Mineira. Quando o TC foi analisar, argumentou exatamente dessa forma: não obstante a contratação ter sido feita com base nem dispositivo constitucional estadual, essa norma afronta a CR e, portanto, é inconstitucional, não sendo possível a contratação.
	Controle repressivo exercido pelo Chefe do Executivo: só vale para o chefe e não para qualquer pessoa do Executivo.
O Chefe do Executivo deixa de cumprir uma lei ele. - mas ele não está cometendo crime de responsabilidade? Para que ele não incida em crime de responsabilidade, não basta ele deixar de cumprir. 
		- Ele tem que motivar o seu ato. Tem que dizer os motivos pelos quais não irá cumprir e, além disso, tem que dar publicidade a esse ato, o que ele normalmente faz através de decreto. Esses são os dois requisitos exigidos. 
		- Até quando ele pode negar cumprimento à lei que entenda ser inconstitucional? Até que o STF dê uma decisão com efeito vinculante, seja cautelar ou definitiva.
	Controle repressivo exercido pelo Judiciário: é o controle principal. O controle do Judiciário pode ser o controle difuso ou concentrado.
EFEITOS DA DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE
	1º Critério: Quanto ao aspecto OBJETIVO
	
	Quais são as três partes nas quais se divide uma sentença? Relatório, fundamentação e dispositivo. 
	controle concreto - 	Qual é o pedido? direito subjetivo. 
				Mas para esse pedido ser atendido, qual é a causa de pedir? A inconstitucionalidade da lei. O pedido dela está baseado na inconstitucionalidade da lei. 
				Quando o juiz julgar isso no caso concreto, onde ele aprecia a inconstitucionalidade da lei? na fundamentação. É aqui que é feita a análise da inconstitucionalidade. 
Então, no controle concreto temos, quanto ao aspecto objetivo, a análise da inconstitucionalidade feita na fundamentação.
	controle abstrato - declaração de inconstitucionalidade da lei, será feita no dispositivo da decisão: “julgo procedente o pedido para declarar a inconstitucionalidade da lei tal.” 
		Quais são os efeitos dessa declaração de inconstitucionalidade no controle abstrato, seja na ADI, seja na ADC, seja na ADPF? Em todas as ações de controle abstrato o efeito da decisão vai ser sempre, erga omnes e vinculante.
	IMPORTANTE ISSO:
	Existe uma teoria que defende a chamada transcendência dos motivos
De acordo com a teoria extensiva, o efeito vinculante não se restringe ao dispositivo da decisão de mérito. Ele atinge, também, a fundamentação da decisão, ou seja, os motivos determinantes daquela decisão. “O efeito vinculante atinge, não apenas o dispositivo (que diz se é constitucional ou inconstitucional), mas também os motivos determinantes da decisão.” 
Quando se fala em motivos determinantes da decisão são os motivos que levaram o tribunal a declarar a lei inconstitucional, a chamada ratio decidendi. Razões que levaram o tribunal a decidir daquela maneira. 
Questões secundárias, acessórias são as chamadas obiter dicta. Essas questões acessórias são vinculantes? Não. Essas questões acessórias não são vinculantes. Apenas a ratio decidendi é vinculante. 
O raciocínio é o seguinte: onde é feita a interpretação pelo STF? Na fundamentação e não no dispositivo. Se ao STF, que é o guardião da CF, cabe dar a última palavra sobre como a CF deve ser interpretada, onde ele vai dar a última palavra? Na fundamentação. Para que a força normativa da CF seja assegurada, é que a interpretação dada na fundamentação tem que ter efeito vinculante. 
Questão não pacífica.
	2º Critério: Quanto ao aspecto SUBJETIVO
	Quem são aqueles atingidos pela decisão do controle? 
	- controle concreto - efeito é interpartes e diz respeito apenas às partes envolvidas no processo.
	- Controle abstrato - O efeito erga omnes, subjetivamente falando, é mais amplo do que o vinculante porque não atinge apenas os Poderes Públicos, mas também particulares. O efeito é contra todos, vale para todos. 
	O efeito vinculante atinge apenas os Poderes Públicos. Não atinge os particulares.
		Atinge toda a Administração Pública, direta, indireta, federal, estadual, municipal, atinge o Poder Judiciário com exceção do próprio STF. O único órgão do Poder Judiciário que não fica vinculado pelos efeitos da sua decisão. E isso para evitar um fenômeno conhecido como fossilização da Constituição. 
		Quando se diz que o Supremo não fica vinculado é apenas o Plenário que não fica vinculado. Isso significa que, por exemplo, um Ministro do STF que vai conceder uma liminar ou cautelar não pode dar uma decisão contrária ao que o Supremo adotou com efeito vinculante e erga omnes. Uma Turma do STF também não pode decidir de forma diferente do efeito vinculante. 
		O Poder Legislativo não fica vinculado pela decisão com efeito vinculante do STF na sua função típica de legislar.
			1) Evitar a fossilização da Constituição (mesma razão que não vinculao STF) e 
			2) Em um Estado democrático o Poder Judiciário não pode impedir o Legislador de elaborar novas leis. 
	Diferenças entre efeito erga omnes (EO) e efeito vinculante (EV):
1ª Diferença: quanto ao aspecto objetivo:
EO – Só atinge o Dispositivo. 
EV – atinge o dispositivo e os motivos determinantes.
2ª Diferença: aspecto subjetivo:
EO – Poderes Públicos e particulares
EV – Somente Poderes Públicos
3ª Diferença:
EV – Atinge a norma impugnada e também as normas paralelas (normas de todos os estados da federação que tenham matéria idêntica- Por que normas paralelas são atingidas? Os motivos determinantes da decisão também são vinculantes).
EO – Só atinge a norma impugnada.
Natureza do ato inconstitucional
	Existem três correntes principais, em relação a uma lei constitucional ou a um ato constitucional:
1ª Corrente – a lei inconstitucional é um ato inexistente.
	- a que goza de menor prestígio.
	- no topo do ordenamento, está a Constituição, logo abaixo na pirâmide, os atos normativos primários (que tem por fundamento de validade, a Constituição) e abaixo desses, os atos normativos secundários (que tem por fundamento de validade os atos normativos primários e a Constituição). O raciocínio desses autores é o seguinte: para um ato pertencer ao ordenamento ele tem que ter sido feito de acordo com o seu fundamento de validade. Uma lei só pode pertencer ao ordenamento se feita de acordo com a Constituição. Se não for assim, ela não fará parte do ordenamento, estará fora deste ordenamento e, portanto, juridicamente será inexistente. Observem que esse sentido de inexistência é uma inexistência com relação à pertinência ao ordenamento jurídico.
2ª Corrente – a lei inconstitucional seria um ato nulo (STF).
	- O posicionamento mais adotado.
	- uma lei inconstitucional seria um ato nulo e o Poder Judiciário tem apenas que declarar essa nulidade. De acordo com essa teoria da nulidade (podemos chamar isso de Teoria da Nulidade), qual será a natureza da decisão que declara uma lei inconstitucional? A decisão judicial, para essa teoria, teria natureza declaratória.
3ªCorrente – a lei inconstitucional seria um ato anulável.
	- é inconstitucional, mas não é ato nulo, mas apenas anulável. Ela depende de uma decisão judicial para declarar essa inconstitucionalidade. Se não houver isso, será válida.
	- a lei inconstitucional é apenas um ato anulável por conta do princípio da presunção de constitucionalidade das leis. --- Segundo Kelsen existe uma presunção de que as leis são constitucionais. É uma presunção importante para manter a obrigatoriedade da norma porque se não existisse essa presunção, qualquer um poderia alegar que uma lei é inconstitucional para não cumpri-la e isso geraria um caos.
	 - A decisão tem natureza constitutiva.
3º Critério: Quanto ao aspecto TEMPORAL 
Controle difuso e concentrado:
	- STF adota o posicionamento de que a lei inconstitucional é um ato nulo, de que ela tem um vício de origem, de que ela já nasceu morta, incompatível com a Constituição.
	- Se a norma é inconstitucional, em regra, seus efeitos são ex tunc. Se a lei é inconstitucional, a decisão declara a nulidade não dali em diante, mas desde o seu nascedouro. Essa é a regra geral.
	MODULAÇÃO TEMPORAL dos efeitos da decisão
	- Ocorre, contudo, a possibilidade da chamada modulação temporal dos efeitos da decisão. Apesar da regra ser o efeito ex tunc, existe uma possibilidade de modulação. Através dessa modulação temporal, a decisão poderá ter efeitos ex nunc, ou seja, de agora em diante ou nunca retroage ou, até, pode haver uma decisão com efeito profuturo. 
	- Essa modulação pode ser feita, tanto no controle difuso, quanto no concentrado. 
		- no caso do controle concentrado, a lei exige quorum qualificado para que produza efeito. No controle difuso não existe essa regra. 
			- No controle concentrado, para que o STF possa fazer a modulação temporal é necessário o quorum de 2/3 dos Ministros. Não pode fazer por maioria absoluta. Na ADI, ADC e ADPF, que são as ações de controle concentrado abstrato, para o STF fazer a modulação dos efeitos temporais, é necessário o voto de 2/3 dos Ministros. Se esse quorum não for obedecido, a decisão terá apenas efeito ex tunc. Para ter outro efeito, tem que haver expressa declaração da corte. 
		- fatores que podem ensejar a modulação temporal dos efeitos da decisão: 
			questões de segurança jurídica ou por 
			questões de excepcional interesse social.
Ex: 	Decisão proferida no RE 442.683/RS – qual foi a questão discutida nesse RE? Quando a Lei 8.112 foi criada, existia nas hipóteses de provimento de cargos públicos, a ascensão. Significava que alguém entrava em determinado órgão via concurso de nível médio e depois faziam concurso interno para nível superior. Isso havia muito no INSS. O STF, ao avaliar essa situação disse que a ascensão era inconstitucional, que feria o princípio do concurso público. Só que se o STF declarasse a inconstitucionalidade com efeitos ex tunc, ia causar uma série de consequências jurídicas. Então, o que fez, considerando que os servidores agiram de boa fé e com base na segurança jurídica, declarou a inconstitucionalidade apenas dali pra frente. Esta decisão com efeitos ex nunc pode ser feita por 
 A decisão foi proferida, num recurso bastante conhecido: no RE 197.917/SP – esse RE foi interposto por um Município de SP questionando a resolução do TSE que fixava critérios objetivos para o número de vereadores para cada Município, dizendo, por exemplo, que se o município tem de tantos a tantos habitantes, pode ter, no máximo, tantos vereadores. Essa questão foi analisada pelo Supremo e a decisão foi dada em 2002. Só que as eleições para vereador só iriam ocorrer em 2004. O Supremo disse que vale a resolução do TSE e que aqueles municípios que tem cargos além do número estabelecido na resolução não estão em uma situação correta, mas que podem permanecer até o final da legislatura, ou seja, até 2004. A partir da próxima legislatura, é que as Câmaras Municipais terão que se adaptar à nova resolução. Vejam que a decisão foi proferida em 2002 e só começou a produzir efeitos em 2004.
 
	O art. 27, da Lei 9.868/99 fala da modulação. 
	o art. 11, da Lei 9882/99 também.
“Art. 27. Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o Supremo Tribunal Federal, por maioria de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração* ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado.”
	
	INCONSTITUCIONALIDADE PROGRESSIVA 
	(ou NORMA AINDA CONSTITUCIONAL)
	- existem situações em que as normas são incompatíveis com a Constituição. Só que, apesar disso, existem determinadas circunstâncias fáticas que justificam a manutenção da norma naquele momento. Isso porque os efeitos da retirada dessa norma do ordenamento são muito mais deletérios do que a sua manutenção. Então, apesar de não ser totalmente compatível é preservada para evitar prejuízo maior. 
	- A inconstitucionalidade progressiva não deixa de ser uma espécie de modulação temporal, ainda que não seja fixado um prazo para que aquela norma se torne definitivamente incompatível com a Constituição.
Exemplo: a assistência judiciária gratuita cabe à Defensoria Pública de acordo com o art. 134, da Constituição. Nosso CPP, no art. 68, fala que as ações de reparação ex delicti, para as pessoas que são pobres, poderá ser promovida pelo MP. Em princípio, esse dispositivo não é compatível com a Constituição porque isso não deve ser atribuído ao MP, mas à Defensoria. Tanto que o MP de SP questionou a recepção desse dispositivo pela CF/88. No entanto, à época não havia nem Defensoria Pública no Estado de São Paulo. O Supremo disse que como ainda não foram criadas Defensorias Públicas em todo o Brasil, essa norma ainda é constitucional. À medida que as Defensorias Públicas foremsendo criadas, progressivamente, essa norma vai se tornar inconstitucional. É uma situação transitória, justificada pelos prejuízos que adviriam com a sua retirada.
	4º Critério: Quanto à EXTENSÃO
	Declaração de nulidade sem redução de texto (interpretação conforme) 
		– aqui não é feita qualquer alteração no texto da norma, que permanece íntegro. 
		- a norma em si não é inconstitucional. O que é inconstitucional é esta interpretação que vai ser dada à norma.
		- O STF não está alterando os efeitos da norma. Apenas excluindo uma interpretação. Por isso é declaração de nulidade sem redução de texto.
	Declaração de nulidade com redução de texto 
		– Neste segundo caso, o STF vai atuar como se fosse uma espécie de legislador negativo: é como se estivesse revogando a lei que declara inconstitucional.
Parcial – pode abranger apenas uma palavra ou apenas uma expressão. Ela não precisa abranger todo o parágrafo, toda alínea, todo o inciso. Isso é só o veto que precisa. A declaração não. Pode incidir sobre palavra isolada
Total – toda lei, todo artigo ou todo inciso estão atingidos pela decisão.
CONTROLE DIFUSO CONCRETO
O controle difuso concreto e o concentrado abstrato só é usado para o Judiciário, não se usa para o Legislativo e nem para o Executivo.
O controle difuso pode ser exercido por qualquer órgão do Judiciário. 
É aquele em que o Judiciário é convocado a partir de um caso concreto. 
Qual é a finalidade do controle concreto? Qual é a sua finalidade principal? 
O controle concreto é aquele no qual a pretensão é deduzida em juízo através de um processo constitucional subjetivo. 
Qual é a finalidade principal desse processo? 
Proteger direitos subjetivos. 
Se a finalidade principal é essa, o pedido feito no controle difuso concreto, não será a declaração de inconstitucionalidade, mas a declaração de direitos. 
A inconstitucionalidade não será objeto do pedido. Será apenas a causa de pedir.
Se a causa de pedir é a inconstitucionalidade e o pedido é a proteção do direito, o dispositivo da decisão não vai declarar a lei inconstitucional. O dispositivo vai julgar procedente ou improcedente o pedido: vc tem ou não tem o direito. A inconstitucionalidade só vai ser tratada na fundamentação da decisão. Ela é uma questão incidental, discutida incidentalmente. 
Lembrando que no Brasil todo controle difuso é concreto. Não existe controle difuso abstrato.
CLÁUSULA DE RESERVA DE PLENÁRIO (art. 97, da CF)
	Também chamada de Cláusula Constitucional do Full-lenght. 
	Por que se chama reserva de plenário? É uma cláusula que reserva ao plenário do tribunal determinadas competências. Há certas competências que são reservadas ao plenário do tribunal. Veremos quais competências são essas. 
“Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público.”
	Esses em negrito são os tópicos que vcs devem ter atenção ao tratar do tema. 
	Maioria absoluta – como já vimos, corresponde a mais de 50% dos membros e não mais de 50% dos presentes. 
	Órgão especial – previsto no art.93, XI, da CF. É um órgão que pode ser criado pelos tribunais que tenham mais de 25 membros, julgadores. O órgão especial tem no máximo 25 e no mínimo 11 membros e pode receber a delegação de duas funções do pleno, desde que sejam: Funções Administrativas ou Funções jurisdicionais.
“Art. 93, XI - nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores, poderá ser constituído órgão especial, com o mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco membros, para o exercício das atribuições administrativas e jurisdicionais delegadas da competência do tribunal pleno, provendo-se metade das vagas por antiguidade e a outra metade por eleição pelo tribunal pleno;”
	Essa cláusula só é de observância obrigatória nos tribunais. Não é observada em outros âmbitos. 
	Questão de prova da magistratura de Minas Gerais: “A cláusula de reserva de plenário tem que ser observada pelas turmas recursais dos Juizados Especiais?” Turma recursal é tribunal? Não. Se não é tribunal, não precisa ser respeitada a cláusula. 
	A CF fala na declaração de inconstitucionalidade. Se o tribunal entender que a lei é constitucional? Existe uma presunção de constitucionalidade das leis. Se o órgão entender que a lei é constitucional, ele não precisa observar a reserva de plenário que é só para a declaração de inconstitucionalidade.
	E se for uma norma pré-constitucional? Pode ser considerada inconstitucional? Existe a inconstitucionalidade superveniente? Não. Uma norma preconstitucional não precisa observar a reserva de plenário porque ou ela é recepcionada pela nova Constituição ou é revogada por ela. 
Súmula Vinculante n° 10 - "Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público, afasta a sua incidência no todo ou em parte."
	Mesmo que a decisão do tribunal não declare de forma expressa que ela é inconstitucional, se ela afasta a incidência da norma no todo ou em parte por considerar que é incompatível com a Constituição, tem que observar a reserva de plenário.
	
	Essa súmula foi criada para dizer exatamente o óbvio, só que o óbvio não é observado pelos tribunais do Brasil, principalmente os TJ's. Há vários tribunais que não observam a cláusula da reserva de plenário. O órgão fracionário reconhece a inconstitucionalidade da lei, ele mesmo decide. A súmula diz o seguinte: não interessa se vc está declarando expressamente a inconstitucionalidade ou se e vc está deixando de aplicar a norma. A partir do momento em que vc diz que aquela lei não se aplica porque deve prevalecer a Constituição, a partir do momento em que vc afasta a incidência da norma por considerá-la incompatível com a Constituição, isso tem que ser levado a plenário, o órgão fracionário não pode decidir. Para isso a súmula foi criada. Afastou a norma por considerá-la incompatível com a Constituição? Tem que submetê-la ao plenário.
	Como isso é levado ao plenário?
	Quando os autos chegam no tribunal, ele não é analisado por todo o tribunal. Ele chega aos órgãos fracionários deste tribunal. Serão Câmaras ou Turmas, dependendo do tribunal. 
Quando a inconstitucionalidade é discutida naquele processo, o órgão fracionário tem duas possibilidades: ou ele entende que a lei é constitucional ou entende que a lei é inconstitucional. 
Se ele entender que a lei é constitucional, ele não precisa submeter ao plenário porque a lei já tem presunção de constitucionalidade. Entendendo que é constitucional, ele decide o caso concreto. 
Contudo, se a maioria dos membros do órgão fracionário entender que a lei é inconstitucional, ele vai ter que lavrar um acórdão e submeter essa questão ao plenário, ou, se houver, ao órgão especial.
	Aqui é o mais importante para se entender a reserva de plenário: O pleno não vai julgar o caso concreto. Ele não decide o caso concreto. Isso quem faz é o órgão fracionário. 
O pleno só vai analisar, em tese, ou seja, abstratamente, se aquela lei é constitucional ou não. O pleno vai fazer uma análise da inconstitucionalidade abstrata, em tese. 
Repartição funcional de competência entre o órgão fracionário e o pleno - a competência é repartida. 
Quem julga o caso concreto, é o órgão fracionário. Quem julga se a lei é constitucional ou não é o pleno. 
Essa decisão que o pleno dá, seja declarando a inconstitucionalidade, seja declarando a constitucionalidade, ela é vinculante para o órgão fracionário. Ele só pode decidir no caso concreto, analisando conforme o que o pleno decidiu. 
Não pode partir do pressupostos que é inconstitucional se o pleno decidiu que é constitucional. E mais, essa decisão não é só vinculante para o órgão fracionário. Ela será vinculante para todos os órgãos fracionários daquele tribunal e para todos os processosem que essa lei estiver sendo questionada. 
Será vinculante para todos os julgamentos futuros.
	Exceções à Cláusula de Reserva de Plenário	
	No CPC existem duas exceções à cláusula da reserva de plenário: O art. 949. § único, dispensa a observância dessa cláusula em duas hipóteses:
1ª hipótese: Quando o próprio tribunal já tiver analisado essa questão anteriormente.
2ª hipótese: Quando o STF tiver feito a análise desta questão.
	
Art. 948 Arguida, em controle difuso, a inconstitucionalidade de lei ou de ato normativo do poder público, o relator, após ouvir o Ministério Público e as partes, submeterá a questão à turma ou à câmara à qual competir o conhecimento do processo.
Art. 949 Se a arguição for:
I – rejeitada, prosseguirá o julgamento;
II – acolhida, a questão será submetida ao plenário do tribunal ou ao seu órgão especial, onde houver.
Parágrafo único. Os órgãos fracionários dos tribunais não submeterão ao plenário ou ao órgão especial a arguição de inconstitucionalidade quando já houver pronunciamento destes ou do plenário do Supremo Tribunal Federal sobre a questão.
	
	2ª Exceção: entendimento do Supremo adotado em controle difuso concreto. Porque se for em controle abstrato concentrado, aí o efeito é vinculante. 
E se o pleno do tribunal decidir de uma forma e o Supremo decidir de outra? Qual delas o órgão vai ter que observar? 
Se o pleno daquele determinado tribunal já analisou a questão, o órgão fracionário está submetido àquele entendimento do Pleno. 
	Pergunta (Magistratura ou MP/MG): “A inobservância da cláusula da reserva de plenário gera nulidade absoluta de decisão?” 
Sim. Gera nulidade absoluta da decisão (é entendimento do STF). Os autos serão devolvidos para que o órgão fracionário novamente examine e submeta a questão ao Pleno. Gera nulidade absoluta porque quebra uma regra de competência funcional. 
	Nós observamos a cláusula de reserva de plenário para o controle difuso. A cláusula vale também para o controle concentrado? Sim. 
	Outro exemplo do controle difuso concreto:
	SUSPENSÃO DA EXECUÇÃO DA LEI PELO SENADO
	Art. 52, X, da Constituição da República:
	“Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal: X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal;” 
Primeira coisa importante: essa execução da lei pelo Senado só ocorre no controle difuso. Não há suspensão da execução da lei pelo Senado no controle concentrado. Essa suspensão só existe no controle difuso. É uma hipóteses exclusiva do controle difuso. Somente para decisões proferidas pelo STF (tem que ser decisão definitiva do STF, não é qualquer tribunal) no controle difuso. 
Isso está previsto no regimento interno do STF, no art. 178.
	como é feita a suspensão da execução da lei? É feita através da resolução. O senado edita uma resolução para suspender a execução da lei. Essa resolução é ato vinculado ou discricionário? Ele é obrigado a editar essa resolução ou edita a resolução apenas se entender conveniente? o entendimento majoritário na doutrina é de que seria um ato discricionário. É também o entendimento do Senado, que entende não ser obrigado a editar a resolução, e é também o entendimento do STF. 
	Efeitos da resolução
	Com relação aos aspectos subjetivos, quais os efeitos dessa resolução? A suspensão da execução da lei é para todas as pessoas. Erga omnes. 
	Quanto ao aspecto temporal – Quanto ao aspecto temporal, a resolução tem efeitos ex nunc ou ex tunc? 
A maioria dos autores entende que seria efeito ex nunc. Os que sustentam que o efeito é ex nunc, dizem que quando o Senado edita a resolução, ele não está fazendo um juízo de inconstitucionalidade, mas simplesmente suspendendo a execução daquela lei. É como se ele estivesse revogando aquela lei e a revogação tem que ser dali em diante. Assim, os que defendem que o efeito é ex nunc dizem que a resolução é como se fosse uma espécie de revogação. E não temos revogação com efeito retroativo. 
De qualquer forma, ainda que se entenda que o efeito é ex nunc (de agora em diante), nada impede uma resolução do senado com efeito ex tunc, dizendo expressamente isso.
	Existe no âmbito da Administração Pública Federal, um decreto, o 2346/97, que estabelece que no âmbito da Administração Pública Federal (só para ela) quando o Senado suspende a execução de uma lei, a Administração Pública deve deixar de aplicar essa lei com efeitos retroativos. Para a Administração Pública Federal, o efeito é ex tunc, segundo o decreto. 
	Suspensão de lei estadual e municipal pelo Senado
	Agora uma questão muito interessante: Será que essa lei ou ato normativo tem que ser uma lei federal? ou será que o senado poderia suspender os efeitos da lei estadual ou municipal? 
pode suspender lei de qualquer esfera: federal, estadual e até municipal porque nesse hipóteses está atuando como órgão de caráter nacional e não como órgão federal.
	Outro aspecto importante: essa suspensão só pode ocorrer quando houver uma declaração de inconstitucionalidade. Se for norma anterior á Constituição, preconstitucional, o Senado não pode suspender. Norma anterior à CF não pode ser suspensa pelo senado porque não é questão de constitucionalidade, como manda a lei.
	
CONTROLE CONCENTRADO ABSTRATO
O Controle concentrado abstrato “trata-se de um processo de índole objetiva.” 
	- O que significa isso? Não é de natureza subjetiva. Não tem partes formais. Não existe autor e réu. A finalidade aqui não é proteger direitos subjetivos, mas assegurar a proteção da ordem constitucional objetiva. 
	- Alguns princípios processuais não se aplicam: o princípio do contraditório, da ampla defesa e nem do duplo grau de jurisdição. Como não tem partes formais, mas apenas legitimados, não há que se falar em ampla defesa, já que a competência é originária do STF.
	Quando eu falo em controle concentrado abstrato, estou me referindo a três ações:
ADC – Ação Declaratória de Constitucionalidade 
ADI – Ação Direta de Inconstitucionalidade
ADPF – Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental. 
	
Pontos comuns entre a ADI, ADC e ADPF:
Não se admite desistência, assistência e nem intervenção de terceiros (amicus curiae?).
Não se admite recurso da decisão de mérito, salvo embargos de declaração.
Não se admite ação rescisória.
I – 	CARACTERÍSTICAS COMUNS ENTRE AS TRÊS AÇÕES DE CONTROLE CONCENTRADO ABSTRATO: ADI, ADC E ADPF.
1.	COMPETÊNCIA PARA EXERCER O CONTROLE - quem pode?
STF – Quando o parâmetro for a Constituição da República
TJ’s – Quando o parâmetro for a Constituição Estadual
2.	LEGITIMIDADE ATIVA
	Essa previsão está no art. 103, da Constituição. O art. 103 não fala da ADPF, mas o art. 2º, da lei da ADPF diz que os legitimados para a ADPF são os mesmos do art. 103. 
legitimados ativos universais e 
legitimados ativos especiais.
	Qual é a diferença entre os dois? O legitimado ativo especial precisa demonstrar a chamada pertinência temática para ter legitimidade. Já os universais podem propor a ação questionando qualquer objeto.
	Pertinência temática – É uma relação, um nexo de causalidade entre aquele objeto que está sendo impugnado (aquela lei ou ato normativo) e os interesses daquela categoria defendida pelos legitimados. Então, a relação é entre o objeto impugnado e os interesses que aquele legitimado representa.
	DICA: Para guardar quem são os legitimados especiais e universais vcs podem usar a seguinte técnica: os universais vcs podem associar à União. Todas as autoridades da União (federais) serão legitimados universais. Especiais vcs podem associar a Estado. Todas as autoridades estaduais, serão legitimados especiais.
Universal – União 
Especial - Estado
Obs: 	Confederação Sindical - Somente Confederação, não pode sindicato, federação sindical...
	Entidade de Classe de Âmbito Nacional – segundo a jurisprudência do STF, este caso clássico de âmbito nacional é aquela que está presente em, pelo menos, 1/3dos Estados da Federação. Se ela estiver presente em menos de 1/3 dos Estados não é considerada entidade de âmbito nacional. Assim, tem que estar presente em, pelo menos, 9 Estados, sob pena de não ser admitida como entidade de classe de âmbito nacional. 
	Exige-se assistência por advogado para postulação de ADIN, ADC e ADPF para os partidos políticos, confederações sindicais e entidades de classe.
3.	OBJETO DA ADI e DA ADC
	3.1.	Com relação à NATUREZA do objeto
	a)	Ato normativo primário – só pode ser objeto de ADI e ADC se for ato normativo primário. O ato normativo primário é aquele que está ligado diretamente à Constituição. Ela é o fundamento de validade direto deste ato. 
	b)	Controvérsia suscitada em abstrato – 
 “Não importa se o ato é geral ou específico, se é abstrato ou concreto. O importante é que a controvérsia constitucional tenha sido suscitada em abstrato.”
	O importante é vcs saberem quais são as características do ato específico e não do no me que ele recebe. Por exemplo: um decreto pode ser objeto de ADI? Depende. Se ele estiver regulamentando uma lei, ele será um decreto regulamentar. Este decreto regulamentar não poderá ser objeto de controle na ADI e na ADC porque entre ele e a Constituição existe uma lei. 
	Se o Presidente faz um decreto ligado diretamente à Constituição, o decreto vira ato normativo primário. Ou então, uma Portaria feita por um Ministro, tratando de assunto previsto diretamente na Constituição, essa portaria pode ser objeto de ADC e ADI. Houve um caso em que um Ministro editou uma Portaria que tratava da liberdade de reunião dentro do Ministério. Não havia lei e nem decreto que falasse sobre isso. O STF admitiu que aquela Portaria fosse objeto de ADI. Analisem a natureza!
	STF: o que não pode ser objeto
	
	O STF não admite como objeto de ADI ou ADC:
Atos tipicamente regulamentares – Eu disse “ato” e não decreto. Se é tipicamente regulamentar, significa que não está ligando diretamente à CF, mas está regulamentando um ato primário. Assim, não pode ser objeto.
Questões interna corporis – são aquelas questões que devem ser resolvidas internamente, dentro do corpo daquele Poder e não por outros Poderes. Elas são conhecidas como questões próprias de regimento interno. 
Normas Constitucionais Originárias 
Leis revogadas
Leis suspensas pelo Senado (art. 52, X) – hipótese que vimos na aula passada.
Medidas provisórias revogadas, havidas por prejudicadas ou rejeitadas 
Leis temporárias após o término da vigência 
OBS: E lei do DF, pode ser objeto de ADI? Ela tem uma natureza híbrida. Tanto conteúdo de lei estadual, quanto de conteúdo municipal. Se essa lei tiver conteúdo de lei estadual, pode. Se tiver conteúdo de lei municipal, não pode. 
	Tem uma Sumula do STF, sobre isso: Súmula 642.
	3.2.	Limite espacial
	Aqui nós vamos ver uma diferença entre a ADI e a ADC. 
ADC – A Constituição diz que só pode ser objeto dessa ação lei ou ato normativo emanados de uma esfera, apenas da esfera federal. Estadual, não. 
ADI – O objeto é mais amplo. A Constituição admite que seja lei ou ato normativo tanto da esfera federal quanto da esfera estadual.
	3.3.	Limite temporal
	Posterior a 5 de outubro de 1988 quando o parâmetro é norma originária. Se o parâmetro é uma emenda, neste caso, a lei deverá ser posterior ao parâmetro constitucional invocado. Se o parâmetro tiver sido modificado por emenda, deverá ser posterior. 
4.	ATUAÇÃO DOS LEGITIMADOS NO CONTROLE CONCENTRADO ABSTRATO
4.1.	O Procurador Geral da República - PGR
	A atuação do Procurador Geral no controle de constitucionalidade está prevista no art. 103, § 1º, da Constituição. O PGR atua em TODOS os processos de competência do STF. No caso específico do controle concentrado abstrato, vai atuar na ADI, vai atuar na ADC e vai atuar na ADPF. Ele vai ser intimado a se manifestar.
Ele também é legitimado para propor a ADI, ADC e ADPF. Quando ele propõe, ainda assim tem que dar parecer? Mesmo quando ele propõe a ação ele tem que se intimado para se manifestar como custos constitutionis. 
Mas ele pode dar parecer em sentido contrário a ação que ele mesmo ajuizou? Sim. São duas as situações: ele propõe a ação e na hora de dar o parecer como custos legis, muda de opinião. É difícil ocorrer? É. Mas já ocorreu. 
4.2.	O Advogado-Geral da União - AGU
A atuação dele está prevista no art. 103, § 3º.
O AGU não vai atuar em todas as ações, como acontece com o PGR. Ele só atua em UMA ação de controle concentrado abstrato. Qual ação é essa? Apenas na ADI. Ele não atua no controle difuso concreto, não atua na ADC e na ADPF. Ele só atua na ação direta de constitucionalidade. 
No controle concentrado abstrato, na ADI, sua função é de DEFENSOR LEGIS, ou seja, ele vai defender a constitucionalidade da lei. Ele vai ser o curador da lei. Ele vai zelar pelo princípio de presunção de constitucionalidade. Vai ser o curador de presunção de constitucionalidade das leis. A função dele é essa. Ele deverá defender aquele ato impugnado. 
	“Para o STF, o AGU não está obrigado a defender uma tese jurídica já considerada inconstitucional pelo STF.”
	Se o Supremo já disse que uma determinada tese jurídica é incompatível com a CF, o AGU, neste único caso, não está obrigado a defender a constitucionalidade daquela tese. 
4.3.	‘Amicus Curiae’
 “Amigo da Corte.” - a função é auxiliar o tribunal a decidir.
	Pode ocorrer na ADIN, ADC, ADPF e no Controle Difuso que ocorre no STF - ADC e ADPF por analogia do STF. 
	Requisitos do amicus curiae 
	A lei 9868/99 prevê no art. 7º, § 2º, dois requisitos:
	a)	Requisito objetivo – Relevância da matéria. Não é qualquer matéria que esteja sendo discutida que possa ter a participação do amicus curiae.
	b)	Requisito subjetivo – Representatividade do Postulante. Para que ele tenha legitimidade ele tem que ter uma representatividade. 
	A entidade pode postular essa participação e o STF vai admitir ou não ou ele pode ser convidado pelo Supremo. 
	Atualmente, o STF tem exigido mais dois requisitos subjetivos:
	c)	Pertinência temática – igual existe nos legitimados especiais, o STF tem exigido demonstração de pertinência temática. 
	d)	Só órgãos e entidades – a lei fala em órgãos ou entidades. Poderá admitir a participação de órgãos e entidades. Alguns relatores entendem que órgãos e entidades não abarcam pessoas físicas e que, portanto, pessoas físicas, como ocorreu no caso do Celso Lafer, não poderiam atuar como amicus curiae, já que a lei fala em “outros órgãos ou entidades.”
	Quem analisa todos esses requisitos é o relator. Isso não é visto pelo pleno. O relator, através de despacho que a lei chama de irrecorrível, é que admitirá ou não a participação do amicus curiae. 
	Sustentação oral – Admite-se sustentação oral do amicus curiae? O STF tem admitido sustentação oral do amicus curiae. 
	
II – 	A AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE	 
	Existência de controvérsia judicial relevante – para que o STF não vire órgão de consulta dos destinados, só se justifica a provocação do STF se existir uma controvérsia judicial relevante, que justifique essa provocação, se houver vários órgãos do Judiciário proferindo decisões divergentes. 
Para que não exista esse simples caráter de consulta, a lei exige controvérsia judicial relevante no art. 14, III. Isso é requisito de admissibilidade da inicial. Se ele não demonstrar na inicial, a ação não será admitida.
São três diferenças principais para recordar entre ADIN e ADC:
Objeto – ADC só federal. ADI federal e estadual
AGU – só participa na ADI (não participa na ADC)
Só existe na ADC: controvérsia judicial relevante.	
III – 	ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL - ADPF
	A ADPF é prevista no art. 102, da Constituição da República e é regulamentada pela Lei 9.882/99. Ela tem muitos pontos diferentes da ADI e da ADC.
	Não é qualquer norma da CF que serve de parâmetro para essa ação. Essa é uma ação de descumprimento de preceitofundamental. Para propositura da ADPF, somente preceito fundamental é que serve de parâmetro. Somente quando há violação de preceito fundamental. 
Exemplos de “preceitos fundamentais”
Princípios fundamentais do Título I, da Constituição (arts. 1º e 4º) – São princípios fundamentais que tem que ser considerados também preceitos fundamentais. 
Direitos fundamentais – espalhados por toda a Constituição. Não se restringem ao Título II. 
Princípios Constitucionais Sensíveis (art. 34, VII) - O STF já disse que são preceitos fundamentais.
Cláusulas Pétreas (forma federativa de Estado, separação dos Podres, direitos e garantias individuais) – não são apenas as do art. 60, IV. Há aquelas que são implícitas fora do art. 60, IV.
- O caráter subsidiário da ADPF
Outro ponto importante em relação à ADPF: na ADPF é necessário que seja observado o caráter subsidiário. Esse caráter está previsto na lei 9882/99, no art. 4º, § 1º. Caráter subsidiário não significa a inexistência de outro meio, mas a inexistência de outro meio eficaz para sanar a necessidade. 
Hipóteses de cabimento da ADPF
Lei 9.882/99, art. 1º
Ato do Poder Público e lei ou ato normativo das espécies federal, estadual e até municipal (pode ser de qualquer esfera).
Só para lembrar:
ADC – Federal
ADI – Federal e Estadual
ADPF – Federal, Estadual e Municipal
E no caso da ADPF, não apenas atos posteriores à Constituição podem ser objeto dessa ação. Admite-se como objeto atos anteriores à Constituição. 
Exemplo de atos que não podem ser objeto de ADPF
Proposta de Emenda Constitucional 
Súmula 
Veto – veto não pode ser objeto de ADPF, por ser ato de natureza política, discricionária do Presidente da República.
ADPF autônoma – é ação autônoma. Um dos legitimados do art. 103 vai lá perante o Supremo e propõe.
ADPF incidental – Existe um caso concreto que foi levado ao Judiciário e um dos legitimados do art. 103, ao tomar conhecimento do caso, o considera relevante e leva a questão constitucional para o STF. Observem o seguinte: neste caso, ocorre uma cisão entre as questões fáticas (do caso concreto) e as questões constitucionais. O STF só analisa a parte constitucional. 
Aqui o raciocínio é parecido com a cláusula da reserva de plenário. Na cláusula da reserva de plenário vimos que o órgão fracionário vai julgar o caso concreto mas ele submete a questão constitucional ao pleno que decide abstratamente. Aqui, o raciocínio é o mesmo, só que é um juiz de primeiro grau que julga o caso concreto e a questão constitucional é levada ao STF para decidir em abstrato e depois essa decisão passa a valer para todos os casos concretos. A diferença é que lá, na cláusula da reserva de plenário, existe uma vinculação apenas horizontal (dentro do próprio tribunal). Aqui a vinculação é vertical, atinge todos os órgãos do Judiciário.
PROCEDIMENTO DA ADIN/ADC
- Petição Inicial
	- Não tem prazo;
	- Requisitos - Art. 3º. Lei 9868/99
		- Dispositivos impugnados; - E junção de cópia dos dispositivos.
		- Fundamento Jurídico;
		- Pedido específico;
		- Pode haver pedido de natureza cautelar.
		- Demonstração da controvérsia judicial relevante - Somente em ADC!
- Art. 4º - Relator pode indeferir petições ineptas - dessa decisão cabe agravo regimental - Prazo de 5 dias - O relator pode solicitar aditamento da inicial também.
- Após o Relator solicita informações da autoridade ou órgão que emitiu o ato - prazo de 30 dias - Art. 6º.
- Nesse mesmo prazo deve-se solicitar amicus curiae - Art. 7º - O relator irá deferir ou indeferir os amicus curiae por despacho irrecorrível.
- Manifestação do AGU - Prazo 15 dias - Somente em ADIN! - Art. 8º.
- Manifestação do PGR - Emite parecer em prazo de 15 dias - pode não emitir parecer caso seja o proponente da ação.
	- O relator pode solicitar esclarecimentos extras, solicitar perícias ou marcar audiência pública - prazo de 30 dias. - Art. 9º.
- Julgamento de Mérito
	- Quórum mínimo - Presença de 2/3 - pelo menos 8 ministros.
	- Decisão se dá por maioria absoluta.
	- A decisão pode ser de:
		- Declaração de Constitucionalidade
		- Declaração de Inconstitucionalidade
			- Sem redução de texto
			- Com redução de texto
			- Sem a pronúncia de nulidade - O STF mantém a norma impugnada até que nova lei seja editada em substituição.
	- A decisão de inconstitucionalidade gera efeito repristinatório - restauração da eficácia das normas anteriores afetadas pela lei declarada inconstitucional.
- Medida Cautelar
	- Decisão por maioria absoluta dos membros do tribunal - 6 votos
	- Exceção à Cláusula de Reserva de Plenário - Art. 10. - Em período de recesso/ férias dos ministros, o relator pode conceder medida cautelar, sujeitando-se a referendo do plenário quando estes retornarem.
	- O relator pode pedir manifestação do PGR e do AGU (somente em ADIN) no prazo de 5 dias.
	- Tem efeito erga omnes e ex nunc
	- Tem efeito vinculante e pode suspender os processos em curso que envolvam a aplicação da lei.
	- Pode ter efeito repristinatório.
Obs: SOMENTE EM CASO DE ADC
	- A Medida Cautelar possui prazo de 180 dias de eficácia.
	- Não pode haver concessão monocrática de cautelar em ADC - Não há exceção à Cláusula de Reserva de Plenário.
PROCEDIMENTO DA ADPF
- Petição Inicial
	- Indicação do preceito violado
	- Indicação do ato questionado
	- Prova da violação do preceito fundamental
	- Pedido com suas especificações
	- demonstração de controvérsia judicial relevante - e de inexistência de outro meio eficaz.
- Relator solicita informações do órgão responsável - Prazo de 10 dias.
- Manifestação do PGR - Prazo de 15 dias.
	- O relator pode ouvir o AGU em sede de liminar - prazo de 5 dias.
- Julgamento de Mérito
	- Quórum de 8 ministros.
	- Decisão por maioria absoluta - 6 votos.
- Medida Cautelar
	- Pode ocorrer nos termos do Art. 5º. Lei 9882/99
	- Não há prazo de eficácia da decisão cautelar.
	- Pode haver exceção à Cláusula de Reserva de Plenário.
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