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TRABALHO DIREITO PRIVIDENCIARIO

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UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS 
FACULDADE DE DIREITO 
 
 
 
 
 
 
 
 
"ALTA E CESSAÇÃO DE AUXÍLIO DOENÇA POR RECONHECIMENTO 
DA CAPACIDADE LABORATIVA DO EMPREGADO X RECUSA DA 
EMPRESA EM ACEITAR O EMPREGADO POR ATESTADA INAPTIDÃO 
PARA O EXERCÍCIO DA ATIVIDADE." 
 
 
 
 
 
 
MAICON SILVA RAMOS 
MAURÍCIO DE SOUZA SILVA 
ROSA FERREIRA DOS SANTOS 
 
 
 
 
 
 
SANTOS - SP 
Abril /2013 
 2 
1. AUXÍLIO DOENÇA. 
O auxílio-doença é o beneficio não programado, decorrente da incapacidade 
temporária do segurado para o seu trabalho habitual
1
. Porém, somente será devido se a 
incapacidade dor superior a 15 (quinze) dias consecutivos. O tema é tratado na Lei n° 
8.213/91, arts. 59 a 63 e no RPS, arts. 71 a 80. 
Art. 59. O auxílio-doença será devido ao segurado que, 
havendo cumprido, quando for o caso, o período de carência 
exigido nesta Lei, ficar incapacitado para o seu trabalho ou 
para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias 
consecutivos. 
Parágrafo único. Não será devido auxílio-doença ao segurado 
que se filiar ao Regime Geral de Previdência Social já portador 
da doença ou da lesão invocada como causa para o benefício, 
salvo quando a incapacidade sobrevier por motivo de 
progressão ou agravamento dessa doença ou lesão. 
 
O auxílio-doença acidentário é benefício pecuniário de prestação continuada, com 
prazo indeterminado, sujeito à revisão periódica, que se constitui no pagamento de renda 
mensal ao acidentado urbano ou rural, que sofreu acidente do trabalho ou doença das 
condições de trabalho e apresenta incapacidade laborativa. 
O benefício em tela constitui obrigação de dar, a ser satisfeita pelo Instituto 
Nacional do Seguro Social-INSS, cuja característica pecuniária é a de garantir ao acidentado a 
substituição do rendimento então auferido na empresa, por uma prestação que justifique o 
afastamento do trabalho. 
O risco coberto é a incapacidade para o trabalho, oriunda de doenças ou mesmo 
acidentes, o nome da prestação induz a erro. Como o evento é imprevisível, tem-se ai a sua 
natureza não programada. A doença, por si só, não garante o beneficio, o evento deflagrador é 
a incapacidade. Para Ibrahim, um segurado ter uma doença, como miopia, mas nem por isso 
ser incapacitado. 
A incapacidade deve ser avaliada de acordo com a atividade desempenhada pelo 
segurado, pois uma hérnia de disco, para um segurado que desempenhe suas atividades em 
escritório, sentado, não tem a mesma relevância quando comparada com um estivador, 
definido por Ibrahim. 
 
1
 IBRAHIM, Fábio Zambitte. Curso de Direito Previdenciário. p.626 
 3 
Para Ibrahim, o interregno de 15 dias também provoca dúvidas. A intenção, 
todavia, é clara: a previdência social não se ocupa das incapacidades de curta duração, isto é, 
inferiores a 15 dias. A idéia disso é que o legislador somente considera risco social a ser 
coberto pelo sistema quando a inaptidão ultrapassa 15 dias. Do contrário, segurado que tenha 
passado mal durante dois dias poderia requerer benefício, inviabilizando a gestão do sistema, 
amplificando a complexidade da perícia médica e mesmo aumentando os gastos do sistema. O 
que demandaria mais contribuições e, em conclusão, prejudicaria os próprios segurados. 
Para Santos
2
: às considerações expendidas acerca das doenças ou lesões 
preexistentes em relação à aposentadoria por invalidez, que também se aplicam ao auxílio-
doença. 
A Medida Provisória 242/2005 modificou o parágrafo único do art. 59, dispondo 
que, para se configurar o direito ao benefício, a progressão ou agravamento da doença ou 
lesão causadoras da incapacidade deveria ocorrer após cumprido o período de carência. Foi 
uma tentativa de diminuir o rol de beneficiários. 
Entretanto, a vigência da MP 242 foi suspensa por decisão liminar proferida no 
STF e, posteriormente, rejeitada pelo Senado Federal. Continua em vigor a redação do art. 59, 
parágrafo único, do PBPS, sem a alteração trazida pela MP 242/2005. 
A incapacidade é comprovada por meio de perícia médica a cargo do INSS. É 
comum que o segurado, tendo sido indeferido o benefício na via administrativa, ajuíze ação 
contra o INSS visando à concessão do auxílio-doença. 
 
1.1. Provisoriedade 
Segundo Ibrahim, o auxílio-doença é benefício temporário, pois perdura enquanto 
houver convicção, por parte da perícia médica, da possibilidade de recuperação ou 
reabilitação do segurado, com o conseqüente retorno à atividade remunerada. A grande 
diferença entre benefício e a aposentadoria por invalidez diz respeito, justamente, à natureza 
temporária da incapacidade protegida pelo auxílio-doença que não existe, em regra, na 
aposentadoria por invalidez. 
 
2
 SANTOS, Marisa Ferreira dos. Direito Previdenciário Esquematizado. p.250. 
 4 
Segundo Santos, em algumas situações, o segurado requer judicialmente a 
aposentadoria por invalidez. Feita a perícia judicial, conclui-se pela inexistência de 
incapacidade total e permanente, mas o laudo pericial conclui pela incapacidade temporária. 
A jurisprudência maciça adota o entendimento no sentido que o auxílio-doença 
pode ser concedido, judicialmente, mesmo quando o pedido inicial tenha sido de 
aposentadoria por invalidez, não se configurando julgamento extra petita. Entende-se, no 
caso, que o auxílio-doença é um minus em relação à aposentadoria por invalidez. 
A lei não mais prevê prazo máximo ao auxílio-doença, cabendo ao INSS avaliar 
cada caso concreto, mas sem prejudicar o segurado. Muitos segurados desejam logo a 
aposentadoria por invalidez, mas havendo possibilidade de recuperação ou readaptação 
mediante reabilitação profissional, deverá perdurar o auxílio-doença. 
Ibrahim destaca, assim deve ser não somente por questões de equilíbrio financeiro 
e atuarial do sistema previdenciário, mas também pelo fato de o trabalho ser a base de toda 
ordem social da Constituição de 1988 (art. 193). Pois, é muito mais digno que a pessoa possa 
garantir seu próprio sustento com seu trabalho do que depender de um auxílio previdenciário, 
que somente deve ser pago quando efetivamente devido, sob pena de vilipendiar a dignidade 
humana, criando uma massa de dependentes financeiros entregues ao ócio. 
Art. 193. A ordem social tem como base o primado do 
trabalho, e como objetivo o bem-estar e a justiça sociais. 
 
Muitos segurados também demandam este benefício alegando a dificuldade de 
reingressar no mercado de trabalho, especialmente quando com seqüelas por doenças ou 
acidentes. Para Ibrahim, o problema é real, mas não é abrangido por esta prestação, sendo de 
outra ordem. O que efetivamente ainda falta em nosso país é um seguro-desemprego 
integrado à previdência social, trazendo garantia devida, durante o tempo necessário e, ao 
mesmo tempo, providencie estímulos à atividade laborativa. 
Ibrahim ressalta que, o segurado em gozo de auxílio-doença, insuscetível de 
recuperação para sua atividade habitual, não será, necessariamente, aposentado por invalidez. 
Antes disso, deverá submeter-se a processo de reabilitação profissional para exercício de outra 
atividade, não cessando o benefício até que seja dado como habilitado para o desempenho de 
nova atividade ou, somente quando considerado não recuperável, aposentado por invalidez. 
 
 5 
1.2. Regras Gerais 
Assim como na aposentadoria por invalidez, não será devido auxílio-doença ao 
segurado que filiar ao RGPS (Regime Geral de Previdência Social), já portador de doença ou 
lesão invocada como causa para a concessão do benefício, salvo quando a incapacidade 
sobrevier pormotivo de progressão ou agravamento dessa doença ou lesão. Ibrahim comenta 
à semelhança da aposentadoria por invalidez, será devido auxílio-doença, independentemente 
de carência, aos segurados obrigatório e facultativo, quando sofrerem acidente de qualquer 
natureza. 
O auxílio-doença consiste numa renda mensal de 91% do salário-de-benefício, 
sem fator previdenciário, como estabelecido no art. 61, da Lei nº 8.213/91, com as limitações 
previstas nos arts. 33 e 45 do mesmo estatuto legal. Tal fato, evidentemente, cria sensível 
descompasso financeiro entre o que o segurado percebia como remuneração em atividade, e 
aquela a ser paga pela Previdência Social durante o beneficio. 
Autorizada a concessão do auxílio-doença acidentário emerge situação especial 
que se reflete no âmbito do Direito do Trabalho, decorrente do art. 118 da Lei nº 8.213/91, 
que é a garantia por doze meses do contrato de trabalho, após a cessação do benefício. Essa 
garantia é comumente chamada de “estabilidade no emprego por um ano”. 
O espírito que norteou a garantia no emprego se prende ao fato de que o segurado 
afastado de suas atividades, por acidente típico ou doença das condições de trabalho, não raro 
permanece longo período ausente do mercado de trabalho, o que gera problemas de 
readaptação nas atividades desenvolvidas. Por outro lado, o afastamento em razão de acidente 
do trabalho por si só gera sofrimento, inquietação no espírito do trabalhador, não fossem 
suficientes as conseqüências do trauma ou da doença laborativa, não sendo justo o desamparo 
de quem assim se infortunou. Por outro aspecto, nem sempre a reabilitação e readaptação 
profissional eventualmente concedidas permitem que o acidentado seja reabsorvido pelo 
mercado de trabalho em curto espaço de tempo. 
O prazo de doze meses como garantia da manutenção do contrato de trabalho se 
conta da perícia médica que venha a constatar a incapacidade laborativa, parcial ou total, ou, 
também, pela alta médica comprobatória da recuperação do acidentado no âmbito 
administrativo da autarquia previdenciária. 
 6 
Em se tratando de segurado que exerce atividades concomitantes, se ficar 
incapacitado para apenas uma delas, para efeito de carência são contadas as contribuições 
pagas apenas em relação a essa atividade (art. 73, § 1º, do RPS). 
Segundo Santos, Não é raro que o segurado exerça mais de uma atividade 
concomitante. Exemplo: é segurado empregado, exercendo as funções de digitador; mas é 
também professor de contabilidade. Se for acometido de doença que o incapacite 
temporariamente para a atividade de digitador, poderá requerer o auxílio-doença em relação a 
essa atividade e continuar trabalhando como professor. Porém, para ter direito ao auxílio-
doença, nesse caso, deverá ter cumprido a carência em relação à atividade de contador. 
O foco principal do trabalho é esclarecer todo processo do auxílio-doença, casos 
em que o segurado perde essa condição antes de cumprir a carência para o auxílio-doença. Em 
sua obra (SANTOS, 2011), faz a seguinte pergunta: diante do disposto no art. 24, parágrafo 
único, do PBPS, como terá direito ao benefício? 
Diante das disposições do art. 24, parágrafo único, deverá contribuir por 4 meses, 
que correspondem a ⅓ da carência do auxílio-doença. Porém, como ainda não havia cumprido 
a carência, pode ocorrer que a soma das contribuições anteriormente pagas com as 4 
posteriores à perda da qualidade de segurado não totalize 12 contribuições. Nesse caso, a 
soma das 4 contribuições, pagas depois da perda da condição de segurado, com as anteriores 
deve totalizar, no mínimo, 12 contribuições, para que se considere cumprida a carência. 
A lei não faz distinção entre as espécies de segurados, de modo que todos os 
segurados podem ter direito ao auxílio-doença. 
Para o segurado empregado: 
1) a partir do 16º dia contado do afastamento da atividade. Os primeiros 15 dias 
são pagos pelo empregador a título de salário (art. 60, § 3º, do PBPS e art. 75, § 2º, do RPS); 
2) a partir da data do requerimento administrativo, quando o segurado estiver 
afastado da atividade por mais de 30 dias (art. 60, § 1º, do PBPS e art. 72, III, do RPS); 
 
Para os demais segurados, inclusive o empregado doméstico: 
1) a partir da data do início da incapacidade (art. 60 do PBPS); 
 7 
2) a partir da data do requerimento administrativo, se requerido quando o 
segurado já estiver afastado da atividade por mais de 30 dias (art. 60, § 1º, do PBPS e art. 72, 
III, do RPS). 
O acréscimo de 25% por necessidade do auxílio permanente de outra pessoa não 
se aplica ao auxílio-doença por falta de previsão legal, vedada a aplicação por analogia do art. 
45 do PBPS. 
Para Ibrahim, o segurado empregado tem seus 15 primeiros dias a cargo do 
empregador, sendo estes valores, inclusive, considerados como salário-de-contribuição. Não 
extensível aos empregados domésticos, cujos empregadores não têm a responsabilidade destes 
15 primeiros dias. 
Quando o acidentado não se afastar do trabalho no dia do acidente, os 15 dias de 
responsabilidade da empresa pela sua remuneração integral são contados a partir da data do 
afastamento. O STJ já decidiu que, tratando-se de auxílio-doença requerido por segurado não 
empregado, o benefício será devido a partir do início da incapacidade laborativa, assim 
considerada, quando não houver requerimento administrativo, a data juntada do laudo pericial 
em juízo. 
 
1.3. Benefício Transitório 
Por se tratar de um benefício transitório, pois depende da persistência da 
incapacidade para o trabalho, o trabalhador acidentado ou acometido de doença das condições 
de trabalho, deverá submeter-se, necessariamente, à perícia médica da Previdência Social, sob 
pena de suspensão do benefício. Essa perícia deverá atentar quanto ao disposto no art.21-A, 
da Lei 8.213/91 (disposição introduzida pela Lei 11.430, de 16/12/2006), que é o nexo técnico 
epidemiológico entre o trabalho e o agravo. 
Para Santos, após a concessão do benefício, o segurado tem a obrigação, 
independentemente de sua idade e sob pena de suspensão do benefício, enquanto não dado por 
recuperado ou não aposentado por invalidez, de submeter-se periodicamente a exames 
médicos no INSS. 
Também é dever do segurado submeter-se a processos de reabilitação profissional, 
até mesmo para o exercício de outra atividade, prescritos e custeados pelo INSS, tratamento 
 8 
gratuito, exceto cirurgias e transfusões de sangue, que são facultativos (art. 62 do PBPS e 
arts. 77 e 79 do RPS). 
O INSS editou a Orientação Interna n. 130/DIRBEN e passou a adotar a 
denominada “alta médica programada”, denominação dada ao sistema Cobertura 
Previdenciária Estimada (COPES), procedimento não previsto em lei ou em atos 
administrativos. 
Com o novo procedimento, o segurado que requer auxílio-doença passa por 
perícia médica e, concedido o benefício, o termo final do pagamento já fica automaticamente 
programado no sistema informatizado. Com isso, o segurado não passa por nova perícia que 
avalie sua capacidade laborativa e o pagamento do benefício cessa automaticamente na data 
aprazada. 
 
1.4. Alta programada 
O auxílio-doença, como se viu cessa pela recuperação da capacidade para o 
trabalho, pela transformação em aposentadoria por invalidez ou auxílio-acidente de qualquer 
natureza, neste caso se resultar seqüela que implique redução da capacidade para o trabalho 
que habitualmente exercia. (IBRAHIM, 2011). 
Com relação à alta do segurado, veio com o Decreto n° 5.844/2006, o qual insere 
no Regulamento da Previdência Social o procedimento da alta programada, que já era adotado 
administrativamente. A intenção da Previdência Social é reduzir o número deperícias 
médicas, já estabelecendo o perito, por ocasião da avaliação médico-pericial inicial, o tempo 
necessário de recuperação, aferível com base na expertise do profissional. (IBRAHIM, 2011). 
A OI 130 foi revogada pela Ordem Interna n. 138 INSS/DIRBEN, de 2006, que 
deu ao perito do INSS poderes para fixar o termo final do benefício (alta programada) para até 
2 anos contados da data da perícia médica. 
Se o segurado não se conformar com a alta, entendendo que não esta apto, poderá 
solicitar uma nova perícia médica, na forma estabelecida pelo Ministério da Previdência 
Social, art. 78, §2°, RPS. 
A IN 45/2010 (art. 277, § 2º) dispõe que o segurado poderá requerer ao INSS a 
realização de nova perícia médica por meio de Pedido de Prorrogação (PP) nos 15 dias 
 9 
anteriores à cessação do benefício, cuja perícia poderá ser realizada pelo mesmo profissional 
responsável pela avaliação anterior. 
O art. 78 do RPS foi alterado pelo Decreto n. 5.844, de 13.07.2006. Com a 
alteração, a sistemática da COPES e da alta programada acabou por ser adotada pelo 
Regulamento. 
 
1.5. Modalidade de Auxílio-Doença: Comum e Acidentário 
Segundo Ibrahim, o auxílio-doença pode ser de dois tipos: o comum ou 
acidentário. Este último é o derivado de acidentes do trabalho, incluindo doenças do trabalho 
ou profissionais. O comum, também chamado de previdenciário é concedido nas demais 
hipóteses. 
Obedece o mesmo valor, 91% do salário-de-benefício, mas há diferenças 
importantes: o auxílio-doença acidentário sempre dispensará carência, enquanto o comum 
nem sempre, só em acidentes não relacionados ao trabalho e nas doenças de maior gravidade 
e extensão, só o auxílio-doença acidentário gera a estabilidade provisória ao empregado; a 
competência para julgamento de lides acidentárias é sempre da Justiça dos Estado (art.129 da 
Lei 8.213/91), enquanto o auxílio-doença comum compete à Justiça Federal e, por último, 
somente os empregados, avulsos e segurados especiais é que têm direito ao auxílio-doença 
acidentário, pois somente estes são abrangidos pelo SAT – Seguro de Acidente do Trabalho. 
Tendo-se em conta que o auxílio-doença acidentário implica forçosamente no 
afastamento dos deveres de empregado perante o empregador, com vistas ao tratamento e 
recuperação das lesões ou patologias contraídas, até que se defina pericialmente a 
incapacidade laborativa e a possibilidade ou não de retorno às atividades primitivas, as 
implicações sociais em muitas oportunidades afloram durante o afastamento do trabalho. 
Assim, no período em que o acidentado permanece em tratamento e recuperação 
do acidente ou moléstia ocupacional, faz jus à reabilitação profissional que, segundo o que se 
encontra previsto no art. 90 “é devida em caráter obrigatório”. 
Considerando que para o reconhecimento do auxílio-doença acidentário se impõe 
a afirmação do nexo de causa e efeito entre a lesão ou doença e o trabalho, segue-se que, 
inexistente esse reconhecimento, nos exames periódicos da esfera administrativa, a autarquia 
está autorizada à conversão do benefício acidentário em previdenciário comum. Se houver a 
 10 
conversão referida, é evidente que o laudo médico-pericial deverá ser fundamentado e aberta 
oportunidade administrativa para defesa do segurado, cumprindo-se, com isso, o princípio 
constitucional do contraditório e da ampla defesa. 
 
1.6. Cessar Auxílio-Doença 
As disposições legais que disciplinam o auxílio-doença-acidentário não 
estabelecem o período de sua durabilidade (art. 78 do Decreto nº 3.048/99). 
Em razão dessa indefinição, não raro é encontrar-se segurado afastado do trabalho 
por mais de dois ou três anos, sem que lhe seja concedida alta ou convertido o benefício em 
auxílio-acidente ou aposentadoria por invalidez acidentária. Nestas hipóteses o acidentado 
fica inteiramente à mercê do ente segurador oficial, recebendo remuneração que não é real e 
com sua situação indefinida perante a sociedade em que vive, gerando conseqüências 
psíquicas desagradáveis. 
Por fim, existem quatro formas de cessar o auxílio-doença-acidentário: 
a) alta médica em que o trabalhador é reintegrado às suas atividades habituais, eis 
que não apresenta seqüelas incapacitantes, tendo ou não se submetido à reabilitação 
profissional; 
b) conversão do auxílio-doença-acidentário em auxílio-acidente, ou seja, através 
do reconhecimento de que o acidente e moléstias deixaram seqüelas que resultam em 
incapacidade parcial e permanente. 
c) conversão do auxílio-doença-acidentário em aposentadoria por invalidez 
acidentário, uma vez constatado que o infortúnio impede definitivamente o desempenho de 
qualquer atividade laborativa. 
d) pela morte do segurado, caso em que os dependentes passarão a receber a 
pensão por morte acidentária. 
 
 11 
2. JURISPRUDÊNCIAS 
No sistema jurídico brasileiro, o reconhecimento de que jurisprudência pode 
figurar como fonte direta e imediata do Direito é fortalecido à medida que se constata a sua 
progressiva aproximação ao paradigma anglo-saxônico do common law nas últimas décadas, 
como se depreende dos seguintes fenômenos: a consagração do poder normativo da Justiça 
Previdenciário; o aprimoramento dos mecanismos de uniformização jurisprudencial; o 
prestígio das súmulas dos tribunais superiores, com maior importância daquelas oriundas do 
Supremo Tribunal Federal; a previsão legal da súmula impeditiva de recurso; e a positivação 
constitucional da súmula vinculante, sob a inspiração da doutrina conhecida como stare 
decisis, forma abreviada da expressão latina stare decisis et non quieta movere (ficar como foi 
decidido e não mover o que está em repouso). 
Todo o esforço despendido na pesquisa deste trabalho visa expandir o 
conhecimento dos jurisdionados acerca dos entendimentos da Lei e da Constituição, neste 
capítulo apresentaremos jurisprudências. 
A jurisprudência é mais uma ferramenta que auxilia na decisão do magistrado, 
mas não determina sua decisão, que é pessoal baseada não só na jurisprudência, mas também 
e principalmente no fato, norma e valor. Não se pode deixar de considerar que o esforço 
excessivo em se criar uma jurisprudência uniformizada poderia resultar na subversão da 
supremacia da lei que vigora no ordenamento jurídico brasileiro. 
 
 
ACIDENTÁRIA - PATOLOGIA PSIQUIÁTRICA - INCAPACIDADE TOTAL 
E TEMPORÁRIA - CONCESSÃO DE AUXÍLIO-DOENÇA ATÉ A ALTA DEFINITIVA 
DO TRATAMENTO MÉDICO AO QUAL SE SUBMETERÁ A AUTORA. "Reconhecido 
tecnicamente que o problema psiquiátrico que acomete a obreira acarreta restrição total e 
temporária da sua capacidade de trabalho, deverá o INSS lhe prestar a adequada assistência 
médica, bem como lhe pagar o auxílio-doença correspondente desde o dia seguinte ao da sua 
cessação até a alta definitiva do tratamento". 
(5960620088260292 TJSP 0000596-06.2008.8.26.0292, Relator: Luiz De 
Lorenzi, Data de Julgamento: 05/06/2012, 16ª Câmara de Direito Público, Data de 
Publicação: 17/08/2012) 
 12 
PREVIDENCIÁRIO E CONSTITUCIONAL. APELAÇÃO E REMESSA 
OFICIAL. AUXÍLIO DOENÇA. CESSAÇÃO. "ALTA PROGRAMADA". OFENSA AO 
ARTIGO 62 DA LEI 8.213/91. RESTABELECIMENTO DO BENEFÍCIO.628.2131. Para 
que ocorra a cessação do benefício de auxílio-doença, o segurado deverá submeter-se a nova 
perícia médica para que seja comprovada a cessação da incapacidade, em respeito ao artigo 62 
da Lei 8.213/91, que prescreve que não cessará o benefício até que o segurado seja dado como 
habilitado para o desempenho de nova atividade que lhe garanta a subsistência.628.2132. 
Apelação e remessa oficial desprovidas. 
(16644 MT 0016644-10.2006.4.01.3600, Relator: DESEMBARGADOR 
FEDERAL FRANCISCO DE ASSIS BETTI, Data de Julgamento: 30/05/2012,SEGUNDA 
TURMA, Data de Publicação: e-DJF1 p.73 de 28/06/2012) 
 
APELAÇÃO CÍVEL - Acidentária Acidente típico Concessão de "auxílio-
acidente" Admissibilidade Incapacidade parcial e permanente e nexo laboral constatados em 
perícia médica Ação julgada parcialmente procedente - Apelos das partes e remessa 
obrigatória Julgamento extra-petita Inexistência de julgamento extra-petita em matéria 
acidentária - Carência de ação Não ocorrência Termo inicial do benefício A partir da alta 
médica Legalidade - "Auxílio-acidente" a ser implantado após a cessação de "auxílio-doença" 
ainda ativo Inexistência de parcelas atrasadas ou diferenças a serem apuradas Condenação da 
autarquia em custas Inadmissibilidade - Apelo do obreiro parcialmente provido, improvidos 
os demais recursos. 
(249440420088260320 TJSP 0024944-04.2008.8.26.0320, Relator: Aldemar 
Silva, Data de Julgamento: 30/10/2012, 17ª Câmara de Direito Público, Data de Publicação: 
01/11/2012) 
 
MANDADO DE SEGURANÇA. AGRAVO. AUXÍLIO-DOENÇA. ALTA 
PROGRAMADA. ILEGALIDADE DO ATO ADMINISTRATIVO.1. A controvérsia se 
refere ao restabelecimento do auxílio-doença, ante sua indevida cessação, cessação esta que se 
deu sem que fosse realizada nova perícia.2. Consoante o preconizado pelo art. 62 da Lei nº 
8.213/91, o auxílio doença somente poderá ser cessado no momento em que for constatada a 
recuperação do segurado e a perícia médica inicial que constata a incapacidade, e autoriza a 
implantação do auxílio-doença, não pode antever, de forma precisa e inconteste, o momento 
 13 
de recuperação do segurado. Precedentes.3. A autarquia limitou-se a informar os 
procedimentos tendentes a possibilidade de prorrogação do benefício, cuja regulamentação 
administrativa não se sobrepõe ao disposto na Lei nº 8.213/91.4. Os documentos acostados 
aos autos, pela parte impetrante, cuidaram de comprovar a previsão de cessação do benefício, 
sem que se procedesse a qualquer exame pericial prévio, o que corrobora a ilegalidade do ato 
administrativo 5. Agravo a que se nega provimento. 
(1078 SP 2007.61.19.001078-9, TRF3 Relator: DESEMBARGADOR FEDERAL 
WALTER DO AMARAL, Data de Julgamento: 18/01/2011, DÉCIMA TURMA) 
 
AGRAVO DE INSTRUMENTO. PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. 
PRESENÇA DOS REQUISITOS LEGAIS NECESSÁRIOS À CONCESSÃO DA TUTELA 
ANTECIPADA.I - Após a cessação do pagamento do benefício de auxílio-doença, a agravada 
pleiteou administrativamente a prorrogação da referida prestação, momento em que lhe foi 
negada tal pretensão, vez que a perícia médica realizada concluiu pela inexistência de 
incapacidade para o trabalho. O caso em tela não se trata do procedimento conhecido como 
alta programada.II - Auxiliar de serviços gerais, nascida em 05/06/1976, é portadora de 
neoplasia maligna de mama, realizou quadrantectomia e linfadenectomia axilar esquerda, em 
16/11/10, atualmente encontra-se em tratamento oncológico, sem previsão de término, vez 
que o estado da moléstia é instável, encontrando-se, ao menos temporariamente, 
impossibilitada de trabalhar, nos termos dos atestados médicos.III - A recorrida esteve em 
gozo de auxílio-doença, até 30/03/2011.IV - Os atestados médicos, produzidos no Hospital 
Estadual de Bauru, em 01/03/2011, 09/01/2012 e 13/01/2012, indicam que sua incapacidade 
laboral continuou a existir, demonstrando que, apesar de cessada a concessão do benefício, a 
situação anterior permaneceu inalterada.V - A plausibilidade do direito invocado pela parte 
autora tem o exame norteado pela natureza dos direitos contrapostos a serem resguardados.VI 
- Havendo indícios de irreversibilidade para ambos os pólos do processo, é o juiz, premido 
pelas circunstâncias, levado a optar pelo mal menor. In casu, o dano possível ao INSS é 
proporcionalmente inferior ao severamente imposto àquele que carece do benefício.VII - 
Agravo improvido. 
(14539 SP 0014539-29.2012.4.03.0000, TRF 3ª REGIÃO Relator: 
DESEMBARGADORA FEDERAL MARIANINA GALANTE, Data de Julgamento: 
27/08/2012, OITAVA TURMA) 
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BIBLIOGRAFIA 
SANTOS, Marisa Ferreira dos. Direito Previdenciário Esquematizado. 3.ed. São Paulo: Ed. 
Saraiva, 2011. 
 
IBRAHIM, Fábio Zambitte. Curso de Direito Previdenciário. 16° Edição. Niterói: Ed. 
Impetus, 2011. 
 
Código Civil Brasileiro. 10ª ed., São Paulo: Saraiva, 2012.

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