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Direito Processual Civil – Teoria e Exercícios PGM – TNS – Analista Administrativo – Prefeitura de Teresina Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 1 Aula 00 Direito Processual Civil Das Normas Fundamentais. Da Aplicação das Normas Processuais Professora: Elisa Pinheiro Direito Processual Civil – Teoria e Exercícios PGM – TNS – Analista Administrativo – Prefeitura de Teresina Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 2 Sumário 1. Apresentação..................................................................................02 2. Sumário..........................................................................................04 3. Metodologia das aulas.....................................................................05 4. Cronograma....................................................................................06 5. Das Normas Fundamentais do Processo Civil...................................08 6. Da Aplicação das Normas Processuais.............................................40 7. Questões Comentadas.....................................................................43 8. Lista de Exercícios...........................................................................58 9. Gabarito..........................................................................................64 Apresentação Olá, meus amigos! Tudo bem? Meu nome é Elisa Pinheiro e é com muita honra e satisfação que tenho o prazer de ministrar o Curso Direito Processual Civil para o Concurso do Município de Teresina, para o cargo de Técnico de Nível Superior – Especialidade: Analista Administrativo aqui no Ponto dos Concursos. Antes de tecermos maiores considerações, irei me apresentar: sou formada em Direito e pós-graduada em Direito Material do Trabalho. Além do mais, sou advogada atuante na área trabalhista e grande apaixonada pelo mundo jurídico (como um todo), pois tenho para mim, que somente através do conhecimento (principalmente dos nossos direitos e deveres como cidadãos) é que o ser humano conseguirá alcançar a sua plenitude e felicidade. Ainda, leciono há Aula 00 – Aula Demonstrativa Direito Processual Civil – Teoria e Exercícios PGM – TNS – Analista Administrativo – Prefeitura de Teresina Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 3 bastante tempo em cursos preparatórios para concursos públicos e exames da OAB, tanto na modalidade on-line como presencial. Em continuidade, destaco que sei que por vezes podemos parecer perdidos, que nossas metas podem aparentar longe ou impossíveis, mas tenham a certeza de que vocês já se encontram no caminho correto, ou seja, o trilhar, o tentar, o se dedicar. E é isso que importa! Claro, concurso também é aprendizado. Aprendizado de como estudar. Pois é, até isso temos que saber como fazer, mas o concurseiro vai amoldando para o seu dia a dia o que funciona ou não. Na verdade, não existem muitas fórmulas mágicas. E não necessariamente o que funciona para um, irá funcionar para outro. Mas, acredito que exista um consenso do que funciona ou não. Qual seja: conteúdo teórico direcionado, lei seca e exercícios (muitos, muitos, muitos). E, claro, disciplina! Sim, disciplina é essencial! Nada como um cronograma. Mas não é qualquer cronograma. Mas sim um realista. Não adianta querer estudar 8, 9, 10, 12 horas por dia, mas entre essas horas ficar conectado em redes sociais, ou não revisar o conteúdo, ou não dar enfoque aos temas nevrálgicos das disciplinas. Também é muito importante que identifiquemos quais são os nossos pontos fracos, ou seja, quais são os temas que mais erramos. E a partir de então, apontarmos se esses erros são decorrentes de ausência de conteúdo teórico, ou se foi apenas falta de interpretação na hora de ler a questão, etc. No mais, destaco que esta aula é apenas uma pequena demonstração do que teremos pela frente e saibam que o conteúdo do nosso curso é muito Direito Processual Civil – Teoria e Exercícios PGM – TNS – Analista Administrativo – Prefeitura de Teresina Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 4 extenso, o que vai requere de você candidato, estudo redobrado no que diz respeito a esta disciplina. Bons estudos e rumo à aprovação. E nunca se esqueçam: sacrifício provisório = benefício permanente. A Banca A banca examinadora do nosso certame é Fundação Carlos Chagas (FCC). Não vou dizer que é uma instituição examinadora de concursos que elabora provas com conteúdos pautados apenas no texto da lei. Todavia, com um bom substrato teórico mais uma leitura detalhada da lei “seca”, é possível lograr êxito nas questões. Cabe ressaltar que como não tivemos muitos concursos pautados no novo Código de Processo Civil (NCPC), a intenção aqui é a de estudar da forma mais ampla possível os dispositivos desta nova normal processual. Portanto, nosso curso vai utilizar-se de exercícios já sobre o NCPC, assim como exercícios de concursos anteriores pautados no antigo CPC, mas adaptados para à nova realidade processual, assim como, também, exercícios elaborados por mim (que nomeio de “inéditos”). Assim, no decorrer das nossas aulas, para imprimir maior eficiência nas nossas aulas, além das questões da própria FCC, utilizarei exercícios de outras bancas (sempre que necessário), para que vocês tenham uma base mais sólida nos exercícios. Logo, nossos exercícios serão multibancas. Direito Processual Civil – Teoria e Exercícios PGM – TNS – Analista Administrativo – Prefeitura de Teresina Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 5 Metodologia das Aulas As nossas aulas seguirão as seguintes sistemáticas: a) Conteúdo teórico: a. Poderão ser utilizadas cores (para dar destaque aos pontos mais importantes ou recorrentes), assim como gráficos, mnemônicas entre outros recursos que facilitem o aprendizado. b) Lista com questões objetivas com comentários: a. Todas as questões serão comentadas uma a uma. b. Para identificar a palavra ou frase errada da questão, utilizarei a cor vermelha para dar maior destaque e ênfase naquilo que deixa a assertiva incorreta. Farei o mesmo com o a palavra ou frase correta, mas utilizando desta vez a cor azul. c. Também poderei utilizar recursos gráficos para melhor solidificação do conteúdo. c) Lista com questões objetivas sem comentários: a. Aqui apresento uma lista com muitas questões para que vocês possam resolvê-las e assim, consolidar todo o conteúdo teórico aprendido anteriormente. b. Recomento que realizem antes os exercícios antes de adentrarem na lista com as questões comentadas. d) Gabarito. Atenção! Para quem não tem o Novo Código de Processo Civil atualizado, deixo abaixo o link para que vocês possam acessá-lo diretamente no site do planalto. Assim, como o link da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 (CRFB/88) que por vezes, também será usada em nossas aulas. Direito Processual Civil – Teoria e Exercícios PGM – TNS – Analista Administrativo – Prefeitura de Teresina Aula 00 - Aula DemonstrativaProf. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 6 NCPC/2015: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm CRFB/88: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm Cronograma Aula Conteúdo Programático Data 00 Das Normas Fundamentais. Da Aplicação das Normas Processuais. Disponível 01 Da Jurisdição e Da Ação. 22/06/2016 02 Dos Limites da Jurisdição Nacional e Da Cooperação Internacional. Da Competência Interna. 29/06/2016 03 Das Partes e Dos Procuradores. Do Litisconsórcio. Da Intervenção de Terceiros. 06/07/2016 04 Dos Juízes e Dos Auxiliares da Justiça. Do Ministério Público. Da Advocacia Pública. Da Defensoria Pública. 13/07/2016 05 Dos Atos Processuais: Da Forma, Do Tempo e Do Lugar dos Atos processuais. Da Comunicação dos Atos Processuais. Das Nulidades. 20/07/2016 06 Da Tutela Provisória. Da Formação, Da Suspensão e Da Extinção do Processo. Do Procedimento Comum – Parte I. 27/07/2016 Direito Processual Civil – Teoria e Exercícios PGM – TNS – Analista Administrativo – Prefeitura de Teresina Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 7 07 Do Procedimento Comum – Parte II. 03/08/2016 08 Do Cumprimento de Sentença. Dos Procedimentos Especiais (da ação de consignação em pagamento; dos embargos de terceiro e da ação monitória). 10/08/2016 09 Do Processo de Execução: da execução em geral; das diversas espécies de execução (da execução para a entrega de coisa, da execução das obrigações de fazer ou de não fazer, da execução por quantia certa); dos embargos à execução e da suspensão e da extinção do processo. 17/08/2016 10 Da Ordem dos Processos e dos Processos de Competência Originária dos Tribunais. Dos Recursos. 24/08/2016 Observação: Além do nosso fórum de dúvidas, vocês também podem falar comigo através do e-mail: elisa.pinheiro@pontodosconcursos.com.br Direito Processual Civil – Teoria e Exercícios PGM – TNS – Analista Administrativo – Prefeitura de Teresina Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 8 DAS NORMAS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL 1. Aspectos Introdutórios. Meus amigos, hoje, iniciamos nossa primeira jornada rumo ao novo Código de Processo Civil (NCPC), e as novidades não são poucas. Inclusive, no decorrer do nosso curso, vocês perceberão que muitos institutos deixaram de existir, por outro lado, temos novas figuras jurídicas. Mas, não se preocupem, pois (sem deixar de ter em mente a objetividade que os concursos pedem), sempre que necessário, estarei lhes apresentando tais modificações. E vamos em frente rumo à aprovação! - Para o estudo desse capítulo, vocês devem ler e reler os artigos 1º a 12 do Novo Código de Processo Civil de 2015 (NCPC/2015). - A leitura é imprescindível para a assimilação do conteúdo, assim como para a efetiva resolução dos exercícios. - Sugiro que leiam tais artigos antes mesmo de dar continuidade à leitura dessa aula. Bom, e para começar as diferenciações, temos o art. 1º do NCPC, dispositivo esse sem precedente no antigo Código de Processo Civil de 1973 (CPC/73). NCPC/2015 CPC/73 Art. 1º. O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores ---------------------- Direito Processual Civil – Teoria e Exercícios PGM – TNS – Analista Administrativo – Prefeitura de Teresina Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 9 e as normas fundamentais estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil, observando-se as disposições deste Código. O art. 1º, NCPC é o dispositivo central desta nova norma processualística. E tal artigo inova no sentindo de, expressamente, informar que o Processo Civil se alicerça na Constituição Federal 1988 (CF/88). Claro que as normas processuais civis (e também as penais, trabalhistas, etc.) são pautadas na normatividade Constitucional (caso contrário, teríamos flagrante inconstitucionalidade normativa). Inclusive, muitos são os dispositivos constitucionais aplicáveis ao Processo Civil (como veremos no decorrer do nosso curso), mas como eu disse acima, o grande diferencial do art. 1º do NCPC é exatamente nos trazer expressamente a informação que a CF é o alicerce do Processo Civil. Diante de tais premissas, é possível afirmar que as normas processuais civis devem ser interpretadas em sintonia com as normas fundamentais de cunho constitucional, ou seja, o NCPC expressamente exalta os valores constitucionais. 2. Princípios do Direito Processual Civil. 2.1. Conceito de Princípio e Generalidades. Existe um conceito clássico no direito que aduz que princípios são “linhas diretrizes que informam algumas normas e inspiram direta ou indiretamente uma série de soluções, pelo que podem servir para promover e embasar a aprovação de novas normas, orientar a interpretação das existentes e resolver Direito Processual Civil – Teoria e Exercícios PGM – TNS – Analista Administrativo – Prefeitura de Teresina Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 10 os casos não previstos.”, (Américo Plá Rodriguez. Princípios de Direito do Trabalho. São Paulo: LTr, 2002). Desta forma, os princípios servem como premissas, diretrizes gerais que orientam as ciências. Os princípios são proposições genéricas e que têm por intuito fundamentar e inspirar o legislativo quando da elaboração das normas positivadas. Assim, conforme entendimento doutrinário, os princípios possuem três funções: a) Integrativa ou construtiva; b) Interpretativa; e c) Normativa. Segundo a função integrativa ou construtiva os princípios são utilizados pelo legislador no momento da criação das leis. Exatamente por isso, que dizemos que os princípios são fontes materiais do direito. Conforme a função interpretativa sempre que houver dúvida no que se refere à interpretação da norma jurídica, os princípios serão utilizados como meio para interpretá-las. De acordo com a função normativa nas situações em que não há norma específica para ser aplicada a um caso concreto, o julgador utilizará os princípios como forma de integração. Bem meus amigos, com tais informações introdutórias, agora sim, vamos estudar os princípios em si. Inclusive, vocês perceberão abaixo ora princípios elencados apenas na própria CF/88 (também chamados de princípios Direito Processual Civil – Teoria e Exercícios PGM – TNS – Analista Administrativo – Prefeitura de Teresina Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 11 constitucionais), assim como aqueles elencados apenas no NCPC ou na CF e no NCPC. E, talvez vocês estranhem ter que estudar disposições principiológicas que não se encontram expressamente elencados na nova ordem processual civil. Mas, podem ficar sossegados, pois tal estudo se faz necessário. Primeiro porque o legislador não pode se furtar de interpretar as normas jurídicas de acordo com a CF/88 (fato, inclusive, expresso no art. 1º do NCPC). E, segundo, porque oexaminador cobra tais princípios (às vezes fala assim: “são princípios constitucionais aplicáveis ao processo do trabalho...”). Neste sentido, por uma questão didática, vamos subdividir aqui os princípios em duas categorias: a) Princípios constitucionais aplicáveis ao processo civil; e b) Princípios e garantias processuais no NCPC; e c) Princípios decorrentes da doutrina e jurisprudência. 2.2. Princípios Constitucionais Aplicáveis ao Processo Civil. Bem, vivemos atualmente uma constante mutação no estudo do Direito Constitucional e tais modificações repercutem de forma drástica no Direito Processual (aqui englobando o Processual Civil, como o Processual do Trabalho, Processual Penal, etc.) e como bem explica Elpídio Donizetti: “(...) a Constituição tem força normativa e que, portanto, os direito e garantias fundamentais têm aplicação imediata. Nesse contexto, o processo volta a ser estudado sob uma ótica constitucionalista, devendo-se adequar à tutela efetiva dos direito fundamentais e, além disso, ele próprio deve ser estruturado de acordo com os direitos fundamentais” (Curso Didático de Direito Processual Civil, 13ª Ed., Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2010, p. 74). Direito Processual Civil – Teoria e Exercícios PGM – TNS – Analista Administrativo – Prefeitura de Teresina Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 12 Seguindo esta linha constitucional, vejamos quais são os princípios constitucionais aplicáveis ao Direito Processual Civil: Principio do Devido Processo Legal ou Princípio da Legalidade. O princípio do devido processo legal, também chamado de princípio da legalidade, encontra-se agasalhado no art. 5º, inciso LIV da CF que aduz: Ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal. Desta forma, o princípio do devido processo legal ou princípio da legalidade, constitui postulado fundamental do processo e dele se originam e convergem todos os demais princípios e garantias fundamentais processuais. Tal princípio está associado “(...) à ideia democrática que deve prevalecer na ordem processual” (Cândido Rangel Dinamarco, Instituições de direito processual civil, Editora Malheiros, 2002, p.245), (grifei). Logo, deve o Estado Direito Processual Civil – Teoria e Exercícios PGM – TNS – Analista Administrativo – Prefeitura de Teresina Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 13 respeitar as garantias que permeiam o Estado de Direito, respeitando assim a lei de forma que assegure a cada uma das partes o que lhe é conferido por lei. Ainda, o devido processo legal apresenta duas dimensões: a) Material ou Substancial e b) Formal. O devido processo legal formal nada mais é do que o direito de processar e ser processado em conformidade com as normas pré-existentes. E de acordo com a concepção substancial, o devido processo legal substancial consiste na exigência e garantia de que as normas sejam razoáveis, proporcionais e adequadas, não afrontando o regime democrático de direito. Princípio do Acesso à Justiça ou Princípio da Inafastabilidade da Jurisdição ou Princípio da Indeclinabilidade. O princípio do acesso à justiça ou princípio da inafastabilidade ou princípio da indeclinabilidade da jurisdição encontra-se respaldado no art. 5º, inciso XXXV da CF que aduz: A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito. O que percebemos então da leitura do texto constitucional acima é que o princípio da inafastabilidade da jurisdição remete à garantia de ingresso em juízo e como consequência, a análise pelo Poder Judiciário da pretensão formulada. Direito Processual Civil – Teoria e Exercícios PGM – TNS – Analista Administrativo – Prefeitura de Teresina Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 14 De acordo com este princípio, quando o órgão jurisdicional for provocado, não poderá se recursar a exercer a função de dirimir os conflitos a ele apresentado e tão pouco delegar tão atribuição. Até nos casos em que não exista norma geral e abstrata sobre direito material em discussão ou quando esta for obscura, o Estado-Juízo não poderá se abster de cumprir o seu papel jurisdicional. Enfim, “o princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional manda que as pretensões sejam aceitas em juízo, sejam processadas e julgadas, que a tutela seja oferecida por ato do juiz àquele que tiver direito a ela – e, sobretudo, que ela seja efetiva como resultado prático do processo” (Cândido Rangel Dinamarco, Instituições de direito processual civil, Editora Malheiros, 2002, p.199). Ainda, além de seu caráter constitucional, o princípio do acesso à justiça, também se encontra previsto no art. 3º, do NCPC que aduz: Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito. Aliás, está é outra originalidade proposta pela nova ordem processual civil, uma vez que o CPC/73 não dispunha sobre tal instituto. Vejamos: NCPC/2015 CPC/73 Art. 3º. Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito. ---------------------- Direito Processual Civil – Teoria e Exercícios PGM – TNS – Analista Administrativo – Prefeitura de Teresina Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 15 § 1o É permitida a arbitragem, na forma da lei. § 2o O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos. § 3o A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial. Princípio do contraditório. O princípio do contraditório, como corolário do devido processo legal vem informado no art. 5º, inciso LV, da CF/88 e artigos 7º, 8º, 9º do NCPC. Art.5º, LV.Aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes. Art. 7o É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório. Art. 9o Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida. Direito Processual Civil – Teoria e Exercícios PGM – TNS – Analista Administrativo – Prefeitura de Teresina Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 16 Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício. Desta forma, o contraditório nos impõe duas obrigatoriedades: Assim, o que percebemos, é que, em regra, o magistrado deve possibilitar a manifestação prévia acerca das questões a serem decididas, mesmo que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício. Todavia, o princípio do contraditório não é absoluto, comportando algumas exceções: a) Quando se tratar de tutela provisóriade urgência; b) Nas hipóteses de tutela de evidência (art. 311, II e III, NCPC); c) Na ação monitória, quando evidente o direito do autor, o juiz deferirá a expedição de mandado de pagamento, de entrega de coisa ou para execução de obrigação de fazer ou de não fazer; d) Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação do réu, julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar: Direito Processual Civil – Teoria e Exercícios PGM – TNS – Analista Administrativo – Prefeitura de Teresina Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 17 a. Enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça; b. Acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos; c. Entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência; d. Enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local. e) Quando tenha ocorrido a prescrição ou decadência. NCPC/2015 CPC/73 Art. 7º. É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório. Art. 125. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, competindo-lhe: I – assegurar às partes igualdade de tratamento; Art. 9º. Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida. ----------------------- Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício. ----------------------- Direito Processual Civil – Teoria e Exercícios PGM – TNS – Analista Administrativo – Prefeitura de Teresina Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 18 Princípio da Duração Razoável do Processo ou Princípio da Celeridade. O princípio da duração razoável do processo ou princípio da celeridade foi introduzido na CRFB/88 através da Emenda Constitucional nº 45/2004, que acrescentou ao art. 5º o inc. LXXVIII que aduz: A todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantem a celeridade de sua tramitação. Diante de tais premissas, conforme estabelece Elpídio Donizetti “processo devido é o processo tempestivo, capaz de oferecer, a tempo e modo, a tutela jurisdicional” (Curso Didático de Direito Processual Civil, 13ª Ed., Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2010, p. 88). Desta forma, seguindo os preceitos contidos no princípio da duração razoável do processo, devem-se buscar os melhores resultados possíveis, com a maior economia de esforços, despesas e tempo possível. Há de se ressaltar, que assim como o antigo CPC, o NCPC prevê expressamente o dispositivo em comento. Vejamos o quadro comparativo abaixo: NCPC/2015 CPC/73 Art. 4º As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa. Art. 125. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, competindo-lhe: II – velar pela rápida solução do litígio. Direito Processual Civil – Teoria e Exercícios PGM – TNS – Analista Administrativo – Prefeitura de Teresina Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 19 Princípio da Isonomia ou Princípio da Igualdade. O princípio da isonomia ou igualdade vem Consagrado entre os ideais da revolução francesa e encontra-se estabelecido no caput do art. 5º, da CF/88 que aduz que: Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (...) Também encontramos tal princípio consagrado no art. 7º, NCPC e o antigo CPC o regulamentava no art. 125, I. NCPC/2015 CPC/73 Art. 7o É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório. Art. 125. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, competindo-lhe: I - assegurar às partes igualdade de tratamento. Entendam: o princípio da igualdade está relacionado à ideia de processo justo e isto somente acontecerá quando for dispensado às partes e procuradores tratamento idêntico, para que assim possam ter iguais oportunidades de fazer valer seus ideais perante o Juízo. Direito Processual Civil – Teoria e Exercícios PGM – TNS – Analista Administrativo – Prefeitura de Teresina Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 20 Agora, devemos entender a expressão “isonomia” não a par da literalidade do texto da lei, isto porque com o decorrer do tempo constatou-se que, a pretexto de dar tratamento igualitário a todos, a isonomia formal perpetuava diferenças e eternizava privilégios, uma vez que as pessoas não são iguais, até mesmo porque há homens e mulheres, há os mais fortes e os mais fracos, os economicamente mais poderosos e os menos e caso tais diferenciais não sejam levados em consideração, a lei, mesmo que seja formalmente justa, acabará por criar reais injustiças. E a partir desta situação surgiu a isonomia substancial ou material ou efetiva ou real ou concreta ou situada, que é aquela em que o legislador, quando da criação das normas e o magistrado quando da aplicação destas, deve levar em conta todas as peculiaridades de cada sujeito. “A igualdade objeto de garantia constitucional, portanto, é a igualdade substancial, material, e não a meramente formal. Assegurar a igualdade, já dizia Rui Barbosa, é tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na medida da desigualdade deles” (Elpídio Donizetti, Curso Didático de Direito Processual Civil, 13ª Ed., Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2010, p. 88). Diante de tais premissas, vejamos de forma resumida as diferenças básicas entre isonomia formal e material: Isonomia Formal Isonomia Material Está disposta no texto constitucional. É o objetivo a ser alcançado pelo Estado através da implementação de políticas públicas. Na aplicação das normas, devem ser consideradas as peculiaridades de cada sujeito. Direito Processual Civil – Teoria e Exercícios PGM – TNS – Analista Administrativo – Prefeitura de Teresina Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 21 Exemplo: - Prazos maiores concedidos ao Ministério Público e à Fazenda Pública. - Reexame necessário das sentenças proferidas contra a Fazenda Pública. - Inversão do ônus da prova. A isonomia material encontra-se na máxima: "a regra da igualdade não consiste senão em aquinhoar desigualmente aos desiguais, na medida em que se desigualam. Nesta desigualdade social, proporcionada à desigualdadenatural, é que se acha a verdadeira lei da igualdade. O mais são desvarios da inveja, do orgulho ou da loucura. Tratar com desigualdade a iguais, ou a desiguais com igualdade, seria desigualdade flagrante, e não igualdade real", Oração aos moços – Rui Barbosa. A imagem abaixo representa bem o que seria a isonomia formal e a isonomia real. Isonomia Formal Isonomia Real. Principio da Imparcialidade do Juiz e o Princípio do Juiz Natural. Direito Processual Civil – Teoria e Exercícios PGM – TNS – Analista Administrativo – Prefeitura de Teresina Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 22 O princípio do juiz natural encontra-se agasalhado constitucionalmente no art. 5º, inciso LIII da CF, que aduz: LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente. Por sua vez, o princípio da imparcialidade do juiz está normatizado no art. 5º, incisos XXXVII da CF: XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção. Neste caso em específico, o constituinte teve a preocupação em limitar o arbítrio do poder estatal e também em assegurar a imparcialidade do juiz. Desta forma, para que o exercício da jurisdição possa ser considerado legítimo, é extremamente necessário que os agentes (juiz, promotor, escrivão, etc.) que atuem em nome do Estado, o façam com total imparcialidade, sem que possuam qualquer tipo de interesse próprio na causa discutida em Juízo. Ademais, a imparcialidade do Juízo é pressuposto de validade da relação jurídico processual (tema que estudaremos posteriormente). Já juiz natural é aquele em que sua competência vem prevista nas regras existentes no ordenamento jurídico e que não pode (salvo algumas exceções e que também serão estudadas mais para frente) ser modificada posteriormente. Princípio do Duplo Grau de Jurisdição. O princípio do duplo grau de jurisdição é a possibilidade que as partes possuem de submeterem suas demandas que já foram apreciadas e decididas pelo juízo originário a novo julgamento por órgão hierarquicamente superior. Direito Processual Civil – Teoria e Exercícios PGM – TNS – Analista Administrativo – Prefeitura de Teresina Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 23 O duplo grau de jurisdição, como consectário do devido processo legal, encontra-se previsto implicitamente no Texto Constitucional. Atenção para isso, pois já vi cobrar em prova que o princípio em comento é previsto expressamente na CF e isso é errado! De acordo com Dinamarco, várias são as razões que dão ensejo ao cabimento do duplo grau de jurisdição e entre ele podemos citar: a) Conveniência de se uniformizar a jurisprudência nacional, evitando decisões díspares sobre uma mesma matéria, o que seria praticamente impossível se cada juízo de primeiro grau decidisse em caráter de definitividade; b) Necessidade de se controlar as atividades dos juízes inferiores, legitimando a atuação do Judiciário; e c) A conveniência psicológica de se assegurar ao perdedor mais uma chance de êxito. A CF/88 mitiga a incidência do duplo grau de jurisdição, ou seja, as situações legais que não admitem que uma decisão judicial seja revista não podem ser consideradas inconstitucionais. Desta forma, inúmeros são os exemplos em que não há o duplo grau de jurisdição e que nem por isto padecem do vício da inconstitucionalidade. Exemplo: o caso das causas de competência originária do Supremo Tribunal Federal (STF). Exemplo: irrecorribilidade da decisão que releva pena de deserção caso provado justo impedimento pelo recorrente (art.1.007, § 6º, NCPC). Direito Processual Civil – Teoria e Exercícios PGM – TNS – Analista Administrativo – Prefeitura de Teresina Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 24 Princípio da Publicidade dos Atos Processuais. O princípio da publicidade dos atos processuais encontra-se expresso nos seguintes dispositivos constitucionais: Art. 5º, LX. A lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem. Art. 93: IX - todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação. X - as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em sessão pública, sendo as disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus membros. O NCPC também consagra o princípio da publicidade. Vejamos: Art. 8º. Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do bem comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência. Art. 11. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade. Direito Processual Civil – Teoria e Exercícios PGM – TNS – Analista Administrativo – Prefeitura de Teresina Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 25 Desta forma, podemos concluir que a publicidade é uma forma de controle das decisões judiciais, uma vez que a sociedade possui o direito de conhecê-las, para que possa assim, fiscalizar os seus juízes e Tribunais. Todavia o princípio da publicidade não é absoluto, reconhecendo a Constituição que a depender das situações, poderá a publicidade ser restringida. Vejamos: Art. 5º, LX. A lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem. Neste mesmo sentindo, trata o NCPC em seus artigos 11, parágrafo único e 189 (art.155, CPC/73) quando aduzem: Art. 11, parágrafo único. Nos casos de segredo de justiça, pode ser autorizada a presença somente das partes, de seus advogados, de defensores públicos ou do Ministério Público. Art. 189. Os atos processuais são públicos, todavia tramitam em segredo de justiça os processos: I – em que o exija o interesse público ou social; II – que versem sobre casamento, separação de corpos, divórcio, separação, união estável, filiação, alimentos e guarda de crianças e adolescentes; III – em que constem dados protegidos pelo direito constitucional à intimidade; IV – que versem sobre arbitragem, inclusive sobre cumprimento de carta arbitral, desde que a confidencialidade estipulada na arbitragem seja comprovada perante o juízo. Direito Processual Civil – Teoria e Exercícios PGM – TNS – Analista Administrativo – Prefeitura de Teresina Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 26 RESUMINDO A Publicidade dos Atos Processuais Poderá ser Restringida Quando: A defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem. O interesse público ou social exija. Versarem sobre casamento, separação de corpos, divórcio, separação, união estável, filiação, alimentos e guarda de crianças e adolescentes. Constem dados protegidos pelo direito constitucionalà intimidade. Versem sobre arbitragem, inclusive sobre cumprimento de carta arbitral, desde que a confidencialidade estipulada na arbitragem seja comprovada perante o juízo. Nos casos de segredo de justiça, pode ser autorizada a presença somente das partes, de seus advogados, de defensores públicos ou do Ministério Público. Princípio da Motivação das Decisões Judiciais. O princípio da motivação das decisões judiciais encontra-se devidamente elencado no art. 93, inciso IX que reza: Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação. Neste mesmo sentido o NCPC no art. 11, segunda parte: Direito Processual Civil – Teoria e Exercícios PGM – TNS – Analista Administrativo – Prefeitura de Teresina Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 27 Art. 11. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade. Desta forma, assim como o princípio da publicidade, o princípio da motivação dos atos judiciais também se relaciona à necessidade de controle social e político do órgão Jurisdicional. Caso uma decisão não seja devidamente fundamentada, ou seja, não contenha os motivos pelos quais o magistrado se decidiu por esta ou aquela decisão, os atos jurisdicionais poderão ser considerados nulos. Por fim, vejamos abaixo os artigos do antigo CPC que correspondem ao NCPC sobre o tema tratado: NCPC/2015 CPC/73 Art. 11. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade. Art. 131. O juiz apreciará livremente a prova, atendendo aos fatos e circunstâncias constantes dos autos, ainda que não alegados pelas partes; mas deverá indicar, na sentença, os motivos que lhe formaram o convencimento. Art. 165. As sentenças e acórdãos serão proferidos com observância do disposto no art. 458; as demais decisões serão fundamentadas, ainda que de modo conciso. Direito Processual Civil – Teoria e Exercícios PGM – TNS – Analista Administrativo – Prefeitura de Teresina Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 28 2.3. Princípios e Garantias Processuais no NCPC. São os princípios e garantias processuais previstos no NCPC: Amigos, como vocês podem perceber, alguns dos princípios supraelencados já foram estudos em tópico anterior, isso porque, como eu disse anteriormente, alguns princípios aplicáveis ao Processo Civil estão previstos ou somente no CPC Direito Processual Civil – Teoria e Exercícios PGM – TNS – Analista Administrativo – Prefeitura de Teresina Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 29 ou neste e na CF ou somente na CF e também podem estar previstas em doutrinas e jurisprudências. Desta forma, por uma questão didática e para melhor visualização desses mandamentos, reputei por bem, elencá-los novamente na nossa listinha acima. Claro que não irei repetir o que significa aqui, até porque não tem necessidade, uma vez que já foram estudos. Mas, somente para relembrar, já estudamos os seguintes princípios: a) Princípio do devido processo legal; b) Princípio da inafastabilidade; c) Princípio da duração razoável do julgamento; d) Princípio da isonomia; e) Princípio do contraditório; f) Princípio da ampla defesa; g) Princípio da publicidade; h) Princípio da motivação; e i) Princípio da imparcialidade. Vamos, então, estudar o restante. Princípio da Ação ou Da Demanda ou Da Inércia e Princípio do Impulso Oficial. O princípio da ação ou princípio da demanda ou da inércia ou princípio do dispositivo indica a atribuição à parte da iniciativa de provocar o exercício da função jurisdicional. Direito Processual Civil – Teoria e Exercícios PGM – TNS – Analista Administrativo – Prefeitura de Teresina Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 30 Por sua vez, o princípio do impulso oficial ou princípio do inquisitivo significa que após a instauração do processo, cabe ao magistrado dar continuidade e progresso até o esgotamento da função jurisdicional. Assim, a regra é: 1. O processo inicia-se por iniciativa da parte (o autor é quem procura o Poder Judiciário para que este dirima seus conflitos/interesses); e após isso 2. O processo se desenvolve (segue seu curso normal) por impulso oficial, ou seja, o próprio juiz dá seguimento ao feito independentemente da vontade das partes, o que se justifica ante o caráter público da função jurisdicional. O NCPC expressamente enunciou tais princípios, vejamos: Art. 2o O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei. Entretanto, o princípio da inércia não é absoluto e comporta algumas exceções, ou seja, as medidas podem ser tomadas de ofício pelo juiz. Entre tais exceções encontramos: a) Execução trabalhista – art. 872, CLT; b) Decretação de falência de empresa sob o regime de recuperação judicial – artigos 73 e 74 da Lei 11.101/2005; c) Dar início ao cumprimento de sentença nas obrigações de fazer, não fazer e entregar coisa – artigos 536 e 538, NCPC; d) Conflito de competência – art. 953, I, NCPC; e e) Instauração de Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas – art. 977, I, NCPC; Direito Processual Civil – Teoria e Exercícios PGM – TNS – Analista Administrativo – Prefeitura de Teresina Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 31 Quando o magistrado age de ofício (princípio do impulso oficial), mesmo assim, ele tem que ouvir as partes contrárias (em decorrência do princípio do contraditório). Por fim, vejamos abaixo os artigos do antigo CPC que correspondem ao NCPC sobre o tema tratado: NCPC/2015 CPC/73 Art. 2.º O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei. Art. 262. O processo civil começa por iniciativa da parte, mas se desenvolve por impulso oficial. Art. 2.º Nenhum juiz prestará a tutela jurisdicional senão quando a parte ou o interessado a requerer, nos casos e forma legais. Princípio da Boa-fé Processual. O princípio da boa-fé processual encontra-se previsto no artigo 5º do NCPC. Vejamos: Art. 5o Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo com a boa-fé. Entretanto, antes de estudarmos propriamente o princípio da boa-fé processual, cabe aqui uma diferenciação entre a boa-fé objetiva e a boa-fé subjetiva. Direito Processual Civil – Teoria e Exercícios PGM – TNS – Analista Administrativo – Prefeitura de Teresina Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 32 BOA-FÉ OBJETIVA BOA-FÉ SUBJETIVA É uma regra de conduta. É um estadopsicológico, um fato. Não é um princípio. Analisa-se se a pessoa agiu de acordo com os padrões de comportamento impostos pelo direito em determinada local e situação. Analisa-se se a pessoa pensava, sinceramente, que agia ou não de acordo com o direito. Aqui se verifica as boas ou más intenções da pessoa. A boa-fé é examinada externamente. Leva-se em conta a conduta da pessoa e não o seu sentimento. A boa-fé é examinada internamente. Leva-se em conta o sentimento da pessoa. Diante de tais premissas, é correto informar que de acordo com o princípio da boa-fé processual, todos aqueles que participam do processo (partes, sujeitos do processo, o órgão jurisdicional como um todo) devem comportar-se de acordo com a boa-fé (norma de conduta). Cabe esclarecer, que o princípio da boa-fé encontra-se relacionado aos princípios da lealdade processual e da cooperação. Por fim, vejamos abaixo os artigos do antigo CPC que correspondem ao NCPC sobre o tema tratado: NCPC/2015 CPC/73 Art. 5.º Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo com a boa-fé. Art. 14. São deveres das partes e de todos aqueles que de qualquer forma participam do processo: II – proceder com lealdade e boa- fé. Direito Processual Civil – Teoria e Exercícios PGM – TNS – Analista Administrativo – Prefeitura de Teresina Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 33 Princípio da Cooperação. “A doutrina brasileira importou do Direito Europeu o princípio da cooperação ou da colaboração, segundo o qual o processo seria o produto da atividade cooperativa triangular (entre juiz e as partes). A moderna concepção processual exige um juiz ativo no centro da controvérsia e a participação ativa das partes, por meio do caráter isonômico entre os sujeitos do processo.”, (Elpídio Donizetti, Curso Didático de Direito Processual Civil, 19ª Ed., Editora GEN, 2016, p. 42). Nesse sentido, vejamos o que diz o NCPC: Art. 6o Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva. Logo, o que se percebe é o que o princípio da cooperação relaciona-se com o princípio da boa-fé processual, pressupondo que as partes e os sujeitos (inclusive o magistrado) do processo tenham uma conduta leal. Portanto, o princípio da cooperação traz nos remete à ideia de respeito, confiança, honestidade e razoabilidade na participação processual. Cabe esclarecer, conforme Elpídio Donizetti bem explica, que o princípio da cooperação gera alguns deveres: a) Dever de esclarecimento: - significa que o magistrado tem o dever de esclarecer às partes possíveis dúvidas sobre as suas alegações, pedidos ou posições em juízo. b) Dever de consulta: - diz respeito à obrigação de o juiz ouvir prviamente as partes sobre as questões de fato ou de direito que possam influenciar o julgamento da causa. Direito Processual Civil – Teoria e Exercícios PGM – TNS – Analista Administrativo – Prefeitura de Teresina Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 34 c) Dever de prevenção: - o magistrado deve apontar as deficiências postulatórias das partes, para que estas possam ser supridas. d) Dever de auxílio: - o juiz tem o dever de auxiliar a parte a superar eventual dificuldade que lhe diminua o exercício de seu ônus ou deveres processuais. e) Dever de urbanidade: - o magistrado deve adotar conduta adequada, ética e respeitosa em sua atividade judicante. Princípio da Função Social do Processo, Princípio da Dignidade da Pessoa Humana, Princípio da Proporcionalidade, Princípio da Razoabilidade, Princípio Legalidade e Princípio da Eficiência. Art. 8º, NCPC. Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do bem comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência. Princípio da Função Social do Processo. De acordo com o princípio da função social do processo, a solução dos conflitos deve se dar de forma a visar o bem comum. Logo, a dignidade da pessoa humana (que é um fundamento da República Federativa do Brasil, conforme art. 1.º, III, da CF), deve guiar o exercício da atividade jurisdiciona. Princípio da Dignidade da Pessoa Humana. Direito Processual Civil – Teoria e Exercícios PGM – TNS – Analista Administrativo – Prefeitura de Teresina Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 35 A dignidade da pessoa humana encontra-se prevista no artigo 1º, inciso III da Constituição Federal e é um dos fundamentos do Estado Democrático de Direito, inerente à República Federativa do Brasil. Como princípio fundamental, tem por finalidade assegurar ao homem um mínimo de direitos que devem ser respeitados pela sociedade e pelo poder público, de forma a preservar a valorização do ser humano. Logo, “a dignidade da pessoa humana, (...) está erigida como princípio matriz da Constituição, imprimindo-lhe unidade de sentido, condicionando a interpretação das suas normas e revelando-se, ao lado dos Direitos e Garantias Fundamentais, como cânone constitucional que incorpora as exigências de justiça e dos valores éticos, conferindo suporte axiológico a todo o sistema jurídico brasileiro.”, (Flávia Piovesan. Direitos humanos e o direito constitucional internacional. 4ed. São Paulo: Max Limonad, 2000). Princípio da Proporcionalidade. De acordo com o princípio da proporcionalidade tem por finalidade precípua equilibrar os direitos individuais com os anseios da sociedade. Logo, o princípio da proporcionalidade limita a atuação e a discricionariedade dos poderes públicos. Princípio da Razoabilidade. “Segundo o princípio da razoabilidade, todo provimento jurisdicional deve obedecer a critérios aceitáveis racionalmente, consoante o senso comum e respeitando as finalidades que justifiquem a concessão da liberalidade legalmente concedida. Trata-se de um princípio ligado à prudência, à sensatez, à coerência, que tem por escopo nortear o pronunciamento judicial a fim de que este acate as finalidades da lei que atribuiu ao magistrado determinada Direito Processual Civil – Teoria e Exercícios PGM – TNS – Analista Administrativo – Prefeitura de Teresina Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 36 discricionariedade.”, (Elpídio Donizetti, Curso Didático de Direito Processual Civil, 19ª Ed., Editora GEN, 2016, p. 52). Princípio Legalidade. De acordo com o art. 5º, inciso II, da Constituição Federal: Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei. Assim, o que percebemos é que o princípio da legalidade é uma consiste em uma garantia constitucional, uma vez que tem por objetivo proteger os indivíduos contra os arbítrios cometidos pelo Estado ou por outros particulares. Desta forma, os indivíduos têm ampla liberdade para fazerem o que desejarem, desde que não seja um ato proibido por lei. Princípio da Eficiência. O princípio da eficiência é um dos princípios norteadores da administração anexo aos princípios da legalidade, finalidade, da motivação, da razoabilidade,da proporcionalidade, da moralidade, da ampla defesa, do contraditório, da segurança jurídica e do interesse público. A eficiência é “o que se impõe a todo o agente público de realizar suas atribuições com presteza, perfeição e rendimento profissional.”, (Hely Lopes Meirelles. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2002). Desta forma, este princípio abarca o servidor público, assim como toda a administração pública, que ter por objetivo uma boa administração, de forma Direito Processual Civil – Teoria e Exercícios PGM – TNS – Analista Administrativo – Prefeitura de Teresina Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 37 que o aparelho estatal seja menos burocrático e mais atualizado aos padrões modernos, porém sem causa prejuízo à sociedade. Princípio da Lealdade Processual. O princípio da lealdade processual se relacionada com o princípio da cooperação e diz respeito ao fato de que as partes, sujeitos do processo e todo o órgão jurisdicional, devem agir com honestidade e não podem obter resultados escusos. Princípio da Cronologia. Conforme o princípio da cronologia, os juízes e os tribunais atenderão, preferencialmente, à ordem cronológica de conclusão para proferir sentença ou acórdão. Entretanto, estão excluídos da ordem cronológica: a) As sentenças proferidas em audiência, homologatórias de acordo ou de improcedência liminar do pedido; b) O julgamento de processos em bloco para aplicação de tese jurídica firmada em julgamento de casos repetitivos; c) O julgamento de recursos repetitivos ou de incidente de resolução de demandas repetitivas; d) As decisões proferidas com base nos arts. 485 e 932, NCPC; e) O julgamento de embargos de declaração; f) O julgamento de agravo interno; g) As preferências legais e as metas estabelecidas pelo Conselho Nacional de Justiça; h) Os processos criminais, nos órgãos jurisdicionais que tenham competência penal; Direito Processual Civil – Teoria e Exercícios PGM – TNS – Analista Administrativo – Prefeitura de Teresina Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 38 i) A causa que exija urgência no julgamento, assim reconhecida por decisão fundamentada. 2.4. Princípios Decorrentes da Doutrina e da Jurisprudência. Por fim, temos aqueles princípios decorrentes da criação doutrinária ou jurisprudencial. Vejamos: Princípio da Identidade Física do Juiz. De acordo com o princípio da identidade física do juiz, o magistrado que presidiu e concluiu a instrução probatória fica vinculado ao processo e, com isso, ser o prolator da sentença, pois é quem tem as melhores condições para analisar a questão, uma vez que colheu as provas. No antigo CPC, tal princípio vinha normatizado no art. 132. Entretanto, o atual sistema processual civil não contempla o instituto em comento, até mesmo porque a colheita da prova oral pode ser feita por intermédio de videoconferência, dispensando-se, assim, a fiel vinculação do juiz que acompanhou a instrução processual. Diante de tais premissas, não há mais a obrigatoriedade da figura da identidade física do juiz. Direito Processual Civil – Teoria e Exercícios PGM – TNS – Analista Administrativo – Prefeitura de Teresina Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 39 Princípio da Efetividade. O princípio da efetividade decorre do devido processo legal e garante que todos os direitos se efetivem. Neste sentido, a efetividade processual consiste na capacidade que o processo tem de assegurar o objetivo a que se propõem. E para que isso aconteça é necessário que o processo disponha de instrumentos adequados para a realização do objetivo a que se propõem. Princípio da Adequação. De acordo com o princípio da adequação, as regras processuais devem ser adequadas, não bastando que ela seja formalmente devida, ou seja, as normas devem ser adequadas ao caso concreto. Princípio da Improrrogabilidade da Jurisdição. O princípio da improrrogabilidade da jurisdição ou princípio da aderência ao território é aquele que veda ao juiz o exercício da função jurisdicional fora dos limites delineados pela lei. Princípio da Persuasão Racional do Juiz. De acordo com o princípio da persuasão racional do juiz ou do livre convencimento motivado o juiz é livre para formar o seu convencimento, assim como na apreciação das provas e fatos apresentados pelas partes, desde que exercido de forma fundamentada. Logo, o juiz está vinculado à prova e aos demais elementos presentes nos autos e, também se vincula às regras legais e às máximas de experiência. Direito Processual Civil – Teoria e Exercícios PGM – TNS – Analista Administrativo – Prefeitura de Teresina Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 40 DA APLICAÇÃO DAS NORMAS PROCESSUAIS. 1. Regência da Jurisdição Civil. Como regra, a jurisdição civil será exercida pelas leis brasileiras e também pelas normas internacionais de que o Brasil seja parte. Cabe ressaltar, que o CPC/73 já tinha normatização nesse sentido. Vejam o quadro comparativo: NCPC/2015 CPC/73 Art. 13. A jurisdição civil será regida pelas normas processuais brasileiras, ressalvadas as disposições específicas previstas em tratados, convenções ou acordos internacionais de que o Brasil seja parte. Art. 1.211. Este Código regerá o processo civil em todo o território brasileiro. Ao entrar em vigor, suas disposições aplicar-se-ão desde logo aos processos pendentes. 2. Da Retroatividade das Normas Processuais. As leis processuais possuem efeito imediato perante os feitos pendentes, mas não retroagem, uma vez que só os atos posteriores à sua entrada em vigor é que se regularão por seus preceitos. Neste sentido, a nova ordem processual deve respeitar o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada, conforme preceitua a CF/88 e a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB). Art. 5º, CF. XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada; Direito Processual Civil – Teoria e Exercícios PGM – TNS – Analista Administrativo – Prefeitura de Teresina Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 41 Art. 6º, LINDB. A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. Logo, quando a nova ordem jurídica atinge um processo em andamento, não produz efeito sobre os fatos ou atos ocorridos sob o império da lei revogada. Desta feita, de acordo com a regra do isolamento dos atos processuais, a nova norma alcança o processo no estado em que se achava no momento de sua entrada em vigor, de forma a respeitar os atos já praticados, que continuam regulados pela lei do tempo em que foram consumados. Neste sentido, o NCPC em nada inovou, uma vez que o antigo já tratava sobre tal temática. Vejamos: NCPC/2015 CPC/73 Art. 14. A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos processos em curso, respeitados os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência danorma revogada. Art. 1.211. Este Código regerá o processo civil em todo o território brasileiro. Ao entrar em vigor, suas disposições aplicar-se-ão desde logo aos processos pendentes. 3. Da Função Subsidiária do Novo Código de Processo Civil. O NCPC, além de disciplinar a jurisdição civil, também funciona como a principal fonte do direito processual no ordenamento jurídico brasileiro. Destaca-se, que o antigo CPC não trazia essa . Direito Processual Civil – Teoria e Exercícios PGM – TNS – Analista Administrativo – Prefeitura de Teresina Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 42 NCPC/2015 CPC/73 Art. 15. Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou administrativos, as disposições deste Código lhes serão aplicadas supletiva e subsidiariamente. ----------- Direito Processual Civil – Teoria e Exercícios PGM – TNS – Analista Administrativo – Prefeitura de Teresina Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 43 Questões Comentadas. Questão 01 / CESPE / TCE-RN / Auditor / 2015. CERTA O princípio da cooperação processual se relaciona à prestação efetiva da tutela jurisdicional e representa a obrigatoriedade de participação ampla de todos os sujeitos do processo, de modo a se ter uma decisão de mérito justa e efetiva em tempo razoável. Comentários: O princípio da cooperação relaciona-se com o princípio da boa-fé processual, pressupondo que as partes e os sujeitos (inclusive o magistrado) do processo tenham uma conduta leal. Portanto, o princípio da cooperação traz nos remete à ideia de respeito, confiança, honestidade e razoabilidade na participação processual. Questão 02 / FUNIVERSA / SEPLAG-DF / Analista / 2015 / Alterado. ERRADA De acordo com a regra civil, a existência, a validade e a vigência da nova legislação processual terão início com a sua publicação. Comentários: Não necessariamente a lei processual civil vigerá na data da sua publicação, podendo, como é o caso do NCPC, ser estabelecido um período de vacatio legis, que no nosso caso, foi de um ano após a publicação do novo código. Cabe ressaltar, que o intervalo entre a data da publicação da lei e a sua entrada em vigor denomina-se vacatio legis. Inclusive, durante este intervalo (vacatio legis), a lei não produzirá efeitos, devendo incidir a lei anterior no sistema legislativo. Direito Processual Civil – Teoria e Exercícios PGM – TNS – Analista Administrativo – Prefeitura de Teresina Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 44 Vejamos o gráfico abaixo para entendermos melhor: edição publicação vigência vacatio legis sem obrigatoriedade obrigatoriedade da da nova lei da nova lei vigora a lei antiga Questão 03 / FUNIVERSA / SEPLAG-DF / Analista / 2015. CERTA Se a nova legislação processual tratar inteiramente a matéria da codificação anterior sem modificá-la, a força normativa cogente está na lei nova. Comentários: Art. 2º, § 1º, da LINDB. A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior. Questão 04 / MPDFT / MPDFT / Promotor de Justiça Adjunto / 2015 / Alterado. ERRADA O processo civil começa por iniciativa da parte, mas se desenvolve por impulso oficial. Todavia, há casos em que o juiz, de ofício, dá início ao processo de inventário, por exemplo. Comentários: Direito Processual Civil – Teoria e Exercícios PGM – TNS – Analista Administrativo – Prefeitura de Teresina Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 45 A regra é: 3. O processo inicia-se por iniciativa da parte (o autor é quem procura o Poder Judiciário para que este dirima seus conflitos/interesses); e após isso 4. O processo se desenvolve (segue seu curso normal) por impulso oficial, ou seja, o próprio juiz dá seguimento ao feito independentemente da vontade das partes, o que se justifica ante o caráter público da função jurisdicional. Entretanto, o que torna a questão incorreta, é afirmar que o juiz poderá, de ofício, dar início ao processo de inventário. Na verdade, essa atuação, de ofício, era possível no antigo CPC. Questão 05 / MPDFT / MPDFT / Promotor de Justiça Adjunto / 2015 / Alterado CERTA A isonomia no processo civil consiste, sob o aspecto formal, em tratar a todas as partes igualmente. Todavia, existem sujeitos processuais, como o Ministério Público, que tem prazo em dobro para manifestar-se nos autos. Comentários: O princípio da igualdade ou da isonomia está relacionado à ideia de processo justo e isto somente acontecerá quando for dispensado às partes e procuradores tratamento idêntico, para que assim possam ter iguais oportunidades de fazer valer seus ideais perante o Juízo. E um exemplo da isonomia material (que já estudamos), consiste exatamente na concessão de prazos maiores ao Ministério Público. Questão 06 / FCC / TCM-GO / Auditor Conselheiro Substituto / 2015. Direito Processual Civil – Teoria e Exercícios PGM – TNS – Analista Administrativo – Prefeitura de Teresina Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 46 Como regra geral, o juiz que colheu prova oral em audiência fica vinculado ao julgamento do processo. Esta norma refere-se ao princípio da ERRADA a) persuasão racional. ERRADA b) adstrição ou congruência. ERRADA c) isonomia processual. ERRADA d) concentração dos atos processuais. CERTA e) identidade física do juiz. Comentários: De acordo com o princípio da identidade física do juiz, o magistrado que presidiu e concluiu a instrução probatória fica vinculado ao processo e, com isso, ser o prolator da sentença, pois é quem tem as melhores condições para analisar a questão, uma vez que colheu as provas. Atenção! Não há mais a obrigatoriedade da figura da identidade física do juiz. Questão 07 / FCC / TJ-AP / Juiz / 2014. O princípio constitucional da inafastabilidade do controle jurisdicional ERRADA a) não se aplica ao processo civil, por ser de direito substancial constitucional. ERRADA b) não se aplica ao processo civil, por ser próprio do Direito Administrativo e do Direito Tributário. ERRADA c) aplica-se ao processo civil e significa a obrigatoriedade de o Juiz decidir as demandas propostas, quaisquer que sejam. Direito Processual Civil – Teoria e Exercícios PGM – TNS – Analista Administrativo – Prefeitura de Teresina Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 47 CERTA d) aplica-se ao processo civil e significa que a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário qualquer lesão ou ameaça a direito. Comentários: O princípio do acesso à justiça ou princípio da inafastabilidade ou princípio da indeclinabilidade da jurisdição encontra-se respaldado no art. 5º, inciso XXXV da CF que aduz: A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ouameaça a direito. Ainda, além de seu caráter constitucional, o princípio do acesso à justiça, também se encontra previsto no art. 3º, do NCPC que aduz: Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito. ERRADA e) aplica-se ao processo civil e significa que ninguém pode alegar o desconhecimento da lei para impedir a prestação jurisdicional. Questão 08 / FCC / MPE-MA / Técnico Ministerial – Execução de Mandados / 2013. O processo se origina por iniciativa da parte (nemo iudex sine actore ne procedat iudex ex officio), mas se desenvolve por impulso oficial (CPC 262) (Nelson Nery Jr e Rosa Maria de Andrade Nery, Código de Processo Civil Comentado, 13. ed., 2013, p. 207). Trata-se do princípio de direito processual da CERTA a) inércia ou dispositivo. Direito Processual Civil – Teoria e Exercícios PGM – TNS – Analista Administrativo – Prefeitura de Teresina Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 48 Comentários: O princípio da ação ou princípio da demanda ou da inércia ou princípio do dispositivo indica a atribuição à parte da iniciativa de provocar o exercício da função jurisdicional Por sua vez, o princípio do impulso oficial ou princípio do inquisitivo significa que após a instauração do processo, cabe ao magistrado dar continuidade e progresso até o esgotamento da função jurisdicional. Assim, a regra é: 1. O processo inicia-se por iniciativa da parte (o autor é quem procura o Poder Judiciário para que este dirima seus conflitos/interesses); e após isso 2. O processo se desenvolve (segue seu curso normal) por impulso oficial, ou seja, o próprio juiz dá seguimento ao feito independentemente da vontade das partes, o que se justifica ante o caráter público da função jurisdicional. ERRADA b) inafastabilidade da jurisdição. ERRADA c) celeridade processual. ERRADA d) instrumentalidade. ERRADA e) estabilidade da lide. Questão 09 / Inédita. ERRADA O processo começa por iniciativa do juiz e se desenvolve por impulso das partes, salvo as exceções previstas em lei. Comentários: Direito Processual Civil – Teoria e Exercícios PGM – TNS – Analista Administrativo – Prefeitura de Teresina Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 49 É exatamente o contrário: 1. O processo começa por iniciativa da parte; 2. E o processo se desenvolve por impulso oficial. Art. 2º, NCPC. O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei. Questão 10 / Inédita. CERTA As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa. Comentários: Art. 4o As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa. Questão 11 / Inédita. ERRADA Autor e réu que de qualquer forma participem do processo deve comportar-se de acordo com a boa-fé. Comentários: O erro da questão consiste em afirmar que apenas autor e réu devem agir de acordo com a boa-fé, quando na verdade as partes do processo, os sujeitos do processo e todo o órgão jurisdicional deve agir de acordo com os ditames da boa-fé. Art. 5o Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo com a boa-fé. Direito Processual Civil – Teoria e Exercícios PGM – TNS – Analista Administrativo – Prefeitura de Teresina Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 50 Questão 12 / Inédita. CERTA Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva. Comentários: Art. 6o Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva. Questão 13 / Inédita. CERTA É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório. Comentários: Art. 7o É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório. Questão 14 / Inédita. ERRADA Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do bem comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana. Comentários: Direito Processual Civil – Teoria e Exercícios PGM – TNS – Analista Administrativo – Prefeitura de Teresina Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 51 Art. 8o Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do bem comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência. Questão 15 / Inédita. ERRADA Nunca poderá ser proferida decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida. Comentários: Art. 9o Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida. Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica: I - à tutela provisória de urgência; II - às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, incisos II e III; III - à decisão prevista no art. 701 Em regra, o magistrado deve possibilitar a manifestação prévia acerca das questões a serem decididas, mesmo que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício. Todavia, o princípio do contraditório não é absoluto, comportando algumas exceções: f) Quando se tratar de tutela provisória de urgência; g) Nas hipóteses de tutela de evidência (art. 311, II e III, NCPC); h) Na ação monitória, quando evidente o direito do autor, o juiz deferirá a expedição de mandado de pagamento, de entrega de coisa ou para execução de obrigação de fazer ou de não fazer; Direito Processual Civil – Teoria e Exercícios PGM – TNS – Analista Administrativo – Prefeitura de Teresina Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 52 i) Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação do réu, julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar: a. Enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça; b. Acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos; c. Entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência; d. Enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local. j) Quando tenha ocorrido a prescrição ou decadência. Questão 16 / Inédita. ERRADA O juiz pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício. Comentários: Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com
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