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RESUMO DE UROANÁLISE

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RESUMO DE UROANÁLISE
Exame de Urina Básico
O exame microscópico de urina é empregado para detectar:A presença de cada um desses elementos pode estar associada a diferentes estados patológico.
Elementos celulares,
Cilindros e 
Cristais. 
Hemácias, eventualmente presentes na urina, podem ser oriundas de qualquer ponto do trato urinário. Eritrócitos dismórficos com frequência sinalizam a existência de doença glomerular.
A primeira urina, por ser a mais concentrada, é considerada a melhor amostra para realização das análises.
Niveis de proteinúria acima de 4 g/dia são observados na síndrome nefrótica.
Indivíduos com diabetes pode apresentar cetonúria.
O teste de nitrito e o de esterase leucocitária são auxiliares no diagnóstico das infecções do trato urinário. 
O exame cuidadoso permite a detecção de processos patológicos intrínsecos ao sistema urinário, sejam funcionais (fisiológicos), sejam estruturais (anatômicos). Processos patológicos sistêmicos, como anomalias endócrinas ou metabólicas, podem ser detectados por meio de reconhecimento de quantidades anormais de metabólitos específicos excretados na urina.
A urinálise de rotina é constituída por duas fases principais: 1 – determinação físico-quimica com as tiras reativas, onde irá medir ph, densidade, etc.; e 2 – exame microscópico do sedimento urinário em campo claro ou com contraste de fase para evidenciar hematúria, piúria, cilindros e cristais.
Formação da urinaFORMAÇÃO DA URINA PELOS RINS:
Os glomérulos recebem sangue das arteríolas aferentes, enquanto um ultrafiltrado de plasma atravessa cada glomérulo e entra no espaço de Bowman. A partir daí, o filtrado atravessa os túbulos e os ductos coletores, nos quais podem ocorrer reabsorção ou secreção de várias substâncias e concentração da urina. Por fim, o volume de filtrado glomerular original de aproximadamente 180 L é reduzido a 1 ou 2L em 24 horas, dependendo do status de hidratação. A urina formada nos rins segue dos ductos coletores para a pelve renal, ureteres, bexiga urinária e uretra durante o esvaziamento. 
A urina é formada continuamente pelos rins. 
Trata-se, na realidade, de um ultrafiltrado do plasma, a partir do qual foram reabsorvidos glicose, aminoácidos, água e outras substâncias essenciais ao metabolismo do organismo.
Composição da Urina
A urina é constituída por uréia (resíduo metabólico produzido no fígado) e outras substancias químicas orgânicas (como creatinina e acido úrico) e inorgânicas dissolvidas em agua. Tais fatores podem influenciar nas variações da concentração da urina: ingestão alimentar, atividade física, metabolismo orgânico, função endócrina e até mesmo posição do corpo. 
A uréia representa quase metade dos corpos sólidos dissolvidos na urina. O principal componente inorgânico dissolvido na urina é o cloreto, seguido pelo sódio e potássio. Esses, sofrem influencia da ingestão alimentar.
Outras substâncias encontradas: hormônios, vitaminas e medicamentos. A urina também pode conter elementos que não fazem parte do filtrado plasmático inicial, como células, cristais, muco e bactérias, que em níveis elevados, podem ser indícios de doenças.
Volume
Depende da quantidade de água excretada pelos rins. Essa quantidade excretada é determinada pelo estado de hidratação do corpo (já que a agua é o principal constituinte do organismo). Fatores que influenciam no volume: ingestão de líquidos, perda de líquidos por fontes não renais, variações na secreção do hormônio antidiurético e necessidade de excretar grandes quantidades de solutos como glicose e sais.
Coleta e Manipulação das Amostras
Cuidados com a amostra de urina: Antes de iniciar qualquer exame, a amostra de urina deve ser avaliada em termos de aceitabilidade que incluem: a amostra deve ser colhida em material limpo e seco (frasco estéril com tampa de rosca); a identificação correta ( nome completo do paciente, a data e o horário da coleta do material), as etiquetas devem ser postas sobre o recipiente e não sobre a tampa; amostra apropriada para o exame solicitado, conservação adequada, sinais de contaminação visíveis e se eventuais atrasos de entrega podem ter causado deterioração significativa. A amostra deve ser entregue imediatamente ao laboratório e analisada dentro de uma hora.
Se uma única amostra tiver de ser submetida a múltiplas quantificações, o exame bacteriológico deve ser realizado antes de qualquer outro.
O método de conservação mais usado é a refrigeração, já que ela é capaz de evitar a decomposição bacteriana da urina pelo período de uma noite. É preciso deixar que a amostra volte a temperatura ambiente antes da analise química com fitas reativas; isso corrigirá a densidade e poderá dissolver aguns dos uratos amorfos que tenham vindo a se formar durante a refrigeração.
Alterações da urina não conservada
As amostras mantidas à temperatura ambiente por mais de uma hora podem apresentar: aumento do pH (devido a degradação da ureia e sua conversão em amônia por bactérias produtoras de uréase); diminuição da glicose (devido a glicólise e sua utilização pelas bactérias); diminuição das cetonas (volatização); diminuição da bilirrubina (por exposição a luz); diminuição do urobilinogênio (ele se oxida e é convertido em urobilina); aumento do nitrito ( as bactérias reduzem nitrato a nitrito); aumento do numero de bactérias; aumento da turvação ( proliferação bacteriana, precipitação de material amorfo); desintegração das hemácias e cilindros; alteração da cor.
Tipos de Amostras
Amostras aleatórias: tipo mais comum, útil para exames de triagem.
Primeira Amostra da Manhã: amostra ideal para o exame de rotina ou tipo I. Essencial para se evitar os falso negativos em testes de gravidez e para avaliar a proteinúria ortostática. É a mais concentrada.
Amostra em jejum (2ª da manhã): resultado da segunda micção após um período de jejum ( assim não conterá metabolitos dos alimentos ingeridos antes do inicio do jejum).
Amostra pós-prandial: colhida duas horas após o almoço (é necessário que o paciente esvazie a bexiga antes de se alimentar). Utilizada para monitoraar a terapia com insulina em portadores de diabetes melito.
Amostra de 24h: colhida durante um período de 24h. o paciente deverá iniciar o período da coleta com a bexiga vazia e termina-lo com a bexiga vazia. Ou seja, a primeira urina do dia é descartada e o horário marcado, todas as outras urinas são coletadas e no mesmo horário é colhido a ultima urina.
Amostra colhida por cateter: amostra estéril útil para cultura bacteriana, onde será avaliado a função dos rins.
Aspiração suprapúbica: coleta da bexiga (estéril), utilizada para cultura de bactérias completamente isentas de contaminação externa. Também pode ser usado para exame citológico.
Coleta dos três frascos (prova de valentine): Esse procedimento é semelhante ao da coleta de jato médio; usado para detecção de insfecções de próstata. A urina que sai antes do jato médio não é descartada, mas guardada num recipiente estéril, colhendo a parte média em outro recipiente. Em seguida, massageia-se a próstata para que suas secreções passem para a urina restante, que é colhida num terceiro recipiente estéril. Faz-se cultura quantitativa em todas as amostras; a segunda e a terceira são submetidas a exame microscópico. Nos casos de infecção de próstata, na terceira amostra, a contagem de leucócitos por campo de grande aumento e de bactérias será 10x maior que na primeira.
Cor
A cor amarela da urina é devida, em grande parte, à presença do pigmento urocromo, cuja excreção costuma ser proporcional a taxa metabólica. Essa excreção aumenta durante a febre, a tireotoxicose e o jejum. Quantidades pequenas de urobilina e uroeritina também contribuem para a coloração da urnina. As diferenças de tonalidade são indicações grosseiras de hidratação e concentração da urina.
Urina vermelha: A cor vermelha ou castanho-avermelhada são as cores anormais mais comuns. Hematúria, hemoglobinúria e mioglobinúria, podem produzir colorações rósea, vermelha, ou castanho-avermelhada.Urina castanho-amarelada ou castanho-esverdeada: em geral é associada aos pigmentos biliares, principalmente a bilirrubina. Ao agitar a amostra de urina é possível observar a formação de espuma amarela. Essa espuma destingue a urina que contem bilirrubina da urina normal, concentrada e de tonaldidade escura, na qual, aparece uma tonalidade na cor branca.
Urina vermelho-alaranjada ou castanho-alaranjada: O urobilinogênio excretado é incolor, porém na presença do Ph baixo é convertido em urobilina, cuja cor varia do amarelo escuro ao alaramjado.
Urina castanho-escuro ou negra: A urina acida com hemoglobina ira escurecer ao permanecer em repouso.
A turbidez da urina pode ser atribuída a presença de vários elementos celulares. O diagnóstico diferencial de uma urina turva está associado a varias possibilidades, que incluem diversas entidades não patológicas. A turbidez pode ser simplesmente por conta da precipitação de cristais ou sais não patológicos como amorfos. Fosfato, urato de amônio e carbonato podem precipitar a urina alcalina e redissolverem-se quando o acido acético é acrescentado à amostra. O ácido úrico e os uratos provocam o aparecimento de uma névoa branca, rósea ou alaranjada na urina acida e sofrem redissolução quando a amostra é aquecida a 60 °C.
Entre as diversas etiologias que podem ser atribuídas a produção de uma urina turva, estão a presença de muco proveniente do trato urinário inferior ou do trato genital, coágulos sanguíneos, sangue de menstruação e outros materiais particulados, como fragmentos de tecido, pequenos cálculos, acumolos de pus e material fecal.
 Quilúria: Condição rara em que a urina apresenta linfa associada aobstrução do fluxo de linfa e ao rompimento dos vasos linfáticos na pelve renal, nos ureteres, na bexiga urinária ou na uretra.
Lipidúria: O aparecimento de glóbulos de gordura na urina é mais frequente em indivíduos com síndrome nefrotica. 
 Odor: Amostras com extensivo crescimento bacteriano podem ser reconhecidas pelo odor amonical e fétido.
Aumento do volume: A produção de mais de 2L de urina em 24 horas é denominada poliúria. A noctúria é a excreção de mais de 500 ml de urina (onde o normal é em torno de 400ml). 
Oligúria: Excreção de menos de 500 ml de urina em 24 horas.
Anúria: Suspensão quase total da formação de urina.
Densidade Específica: Adultos normais com ingestão adequada de líquidos produzem urina com densidade específica entre 1.016 a 1.022 em um período de 24 horas. Entretanto rins normais tem a capacidade de produzir urina com densidade entre 1.003 a 1.035. Urina com baixa densidade pode ser observada na pielonefrite e glomerulonefrite.
FUNÇÃO E DOENÇA DOS RINS
A capacidade renal de depurar seletivamente resíduos provenientes do sangue e, ao mesmo tempo, de manter a água essencial e o equilíbrio eletrolítico no organismo é controlada pelos néfrons.
Fluxo sanguíneo renal
6. Os vasos retos são adjacentes as alças ascendentes e descendentes de Henle. É nessa área que ocorrem as principais trocas de água e sais entre o sangue e o insterstício medular.
1. O sangue irriga os rins através da artéria renal e...
2. entra nos néfrons através da arteríola aferente.
3. Flui através do glomérulo em direção à arteríola eferente.
4. Antes de voltar para a veia renal, o sangue proveniente das arteríolas eferentes entra nos capilares peritubulares e nos vasos retos, fluindo lentamente através do córtex e da medula renal, na proximidade dos túbulos.
5. Os capilares peritubulares circundam os túbulos contorcidos proximais e distais, possibilitando a reabsorção imediata das substancias essenciais contidas no fluido do túbulo contorcido proximal, bem como o ajuste final da composição urinária no túbulo contorcido distal.
Filtração Glomerular
Glomérulo: espiral de aproximadamente oito lóbulos capilares, chamados coletivamente de tufos capilar. Os glomérulos funcionam como um filtro. A filtração é intensificada pela presença de pressão hidrostática criada pelo tamanho menor das arteríolas eferentes e dos capilares glomerulares.
Quando o nível de sódio é baixo, há uma redução na retenção de água no interior do sistema circulatório, o que provoca redução do volume sanguíneo total e redução na pressão sanguínea.
A cada minuto, 120 ml de água contendo substancias de baixo peso molecular são filtrados através dos dois milhões de glomérulos. 
Reabsorção Tubular
Quando o ultrafiltrado plasmático entra no túbulo contorcido proximal, os rins começam a reabsorver essas substancias essenciais e a água por meio de mecanismos de transporte celular (transporte ativo e transporte passivo).
No transporte ativo a substancia a ser reabsorvida deve combinar-se com uma proteína transportadora contida nas membranas das células dos túbulos renais. A energia eletroquímica criada pela interação transfere a substância através das membranas celulares e a leva de volta para a corrente sanguínea. O transporte ativo é responsável pela reabsorção de glicose, aminoácidos e de sais no túbulo contorcido proximal, de cloreto na alça de Henle e sódio no túbulo contorcido distal.
O transporte passivo é o movimento de moléculas através de uma membrana, causado pelas diferenças de concentração (gradiente de concentração) ou de potencial elétrico nos lados opostos da membrana. A reabsorção passiva da água ocorre em todas as partes dos néfrons, com exceção da alça ascendente de Henle, cujas paredes são impermeáveis a agua. A uréia é reabsorvida passivamente no túbulo contorcido proximal e na alça ascendente de Henle e a reabsorção passiva do sódio acompanha o transporte ativo do cloreto na alça ascendente de Henle.
Quando a concentração plasmática de uma substância que em geral é reabsorvida completamente atinge um nível acima do normal, a concentração do filtrado ultrapassa a capacidade reabsortiva tubular máxima e a substância começa a aparecer na urina. A concentração plasmática na qual o transporte ativo cessa é chamada de limiar renal. O conhecimento do limiar renal e da concentração plasmática pode ser usado para fazer a distinção entre excesso de filtração de soluto e lesão ao túbulo renal, por exemplo, quando aparece glicose na urina de uma pessoa cujo níveil sanguíneo está normal deve-se concluir por lesão do túbulo e não por diabetes melito. 
A reabsorção depende do gradiente osmótico da medula e do hormônio antidiurético. Quando o nível do hormônio antidiurético é alto, a permeabilidade aumenta, provocando um aumento na reabsorção de água e a produção de uma urina concentrada e em pequeno volume. A ausência de hormônio antidiurético torna essas paredes impermeáveis a agua , produzindo uma urina diluída e em grande volume. A produção do hormônio antidiurético é determinada pelo estado de hidratação do corpo. Resumindo:
 Hidratação do corpo = HAD = Volume de urina
 Hidratação do corpo = HAD = Volume de urina
Secreção Tubular
Desempenha duas funções: eliminação de resíduos não filtrados pelos glomérulos e regulação do equilíbrio ácido-básico do organismo, por meio da secreção de íons hidrogênio. 
Para manter o pH sanguíneo normal de 7,4, é necessário tamponar e eliminar o excesso de ácido formado pela ingestão alimentar e pelo metabolismo orgânico. A capacidade de tamponamento do sangue depende dos íons bicarbonato (HCO³-) que são prontamente filtrados pelos glomérulos e devem retornar rapidamente para o sangue a fim de manter o pH adequado. 
Teste da função renal
 Teste de filtração glomerular: avalia a capacidade de filtração glomerular e a depuração. Se utiliza a urina de 24h para esse teste. É utilizada a creatinina como substânica teste (clearense de creatinina) sendo este considerado um método de triagem para a velocidade de filtração glomerular. A maior fonte de erro no cálculo da depuração é o uso de amostras de urina colhidas sem cronometragem. Para esse calculo, é preciso conhecer o volume de urina em mililitros por minuto, a concentração dacreatinina na urina em mg/dl e a concentração da creatinina no plasma sanguíneo em mg/dl. O teste da depuração mede a rapidez com que os rins são capazes de retirar uma substância filtrável do sangue.
A depuração de creatinina é um exame que não é capaz de detectar precocemente nefropatias. Pelo contrário, é usado para determinar a extensão da lesão dos nefrons em casos já conhecidos de doenças renais, para monitorar a eficácia do tratamento destinado a prevenir maior lesão aos néfrons e para determinar a possibilidade de administrar medicamentos 	que possam atingir níveis sanguíneos perigosos se a filtração glomerular estiver muito reduzida.
Testes de Reabsorção Tubular
A perda da capacidade de reabsorção tubular caracteriza o primeiro déficit funcional causado por doenças renais. Os testes de concentração são utilizados para determinar a capacidade de reabsorção tubular de sais essenciais e água, filtrados sem seletividade pelos glomérulos. 
Acidose tubular renal: incapacidade de produzir urina ácida na presença de acidose metabólica. Pode ser resultante de déficit na secreção de íons hidrogênio por parte de túbulo contorcido proximal ou de anormalidades na produção e na secreção de amônia por parte de túbulo contorcido distal. Pode-se medir a acidez tirulável e a amônia na urina para determinar a função deficiente. Os testes podem ser feitos simultaneamente em amostras de urina colhidas recentemente ou conservadas com tolueno, colhidas a intervalos de 2h, de pacientes que tenham ingerido cloreto de amônia como preparação. Titulando-se a quantidade de H+ livre (acidez titulável) e depois acidez total da amostra a concentração de amônio pode ser calculada como a diferença entre a acidez titulável e a acidez total. 
DOENÇAS RENAIS
Glomerulonefrite aguda: Processo inflamatório asséptico que afeta os glomérulos e está associada a presença de sangue, proteínas e cilindros na urina. A doença é caracterizada pelo rápido inicio de sintomas característicos da lesão da membrana glomerular. Mais frequente em crianças e adultos jovens após infecções do trato respiratório. Resultados da uroanálise: forte hematúria, alto nível de proteínas e oligúria, acompanhada de presença de cilindros hemáticos, hemácias dismórficas, cilindros hialinos e granulares e leucócitos. A demonstração de antiestreptolisina O no soro demonstra que a doença é de origem estreptocócica. 
Glomerulonefrite de progressão rápida: Forma mais séria da glomerulonefrite aguda com prognótico bem menos favorável, terminando muitas vezes em insuficiência renal. Os achados laboratoriais inicialmente são semelhantes aos da glomerulonefrite aguda, mas a anormalidade se exarceba à medida que a doença progride, somando-se a ela um elevado nível de proteínas e uma taxa de filtração glomerular muito baixa. Em algumas de suas formas pode haver grande quantidade de produtos de degradação da fibrina, de crioglobulinas e depósitos de complexos imunes de IgA nos glomérulos. 
Nefrite intersticial aguda: síndrome cujos sintomas clínicos de disfunção renal iniciam-se rapidamente. Há inflamação do interstício renal, sem anormalidades glomerulares ou vasculares. Causas: pielonefrite aguda, intoxicação medicamentosa, septicemia, rejeição do inxerto e distúrbios imunológicos. Achados laboratoriais: hematúria (que pode ser macroscópica no caso de intoxicação medicamentosa), leucócitos e cilindros leucocitários sem a presença de bactérias e proteinúria leve ou moderada. 
Glomerulonefrite crônica: designa-se glomerulonefrite crônica vários distúrbios que provocam lesões recidivantes ou permanentes nos glomérulos. Geralmente se manifesta por sintomas leves como hematúria recidivante em adultos jovens ou hipertensão, que evoluem gradualmente até os estágios finais da nefropatia. Uroanálise: Hematúria macroscópica com nefropatia de IgA; níveis séricos elevados de IgA; hematúria microscópica com células dismórficas; proteinúria variável; cilindros céreos e grandes nos estágios finais; função renal em deterioração crescente.
Glomerulonefrite membranosa: Características predominantes: pronunciado espessamento da membrana basal dos capilares glomerulares e depósito de IgG na membrana basal dos glomérulos. Achados laboratoriais: hematúria microscópica; proteinúria elevada a forte.
Síndrome nefrótica: caracteriza-se pela presença de forte proteinúria (>3,5 g/dia), edema, níveis séricos elevados de lipídios e baixos de albumina. Causa mais frequente são os distúrbios circulatórios que afetam a pressão e o fluxo sanguíneo para os rinsUroanálise: forte proteinúria, gotículas de gordura, corpos adiposos ovais, células epiteliais dos túbulos renais, epitélio, cilindros céreos e adiposos e hematúria microscópica. . A absorção das lipoproteinas pelas c[elulas do túbulo renal, seguida por entumescimento celular, produz os característicos corpos adiposos ovais e cilindros céreos observados no exame do sedimento.
Pielonefrite: Pielonefrite aguda – mais frequente em mulheres, decorrendo muitas vezes de episódios não tratados de cistite ou de infecções do trato urinário inferior, não causa lesão permanente nos túbulos renais. Pielonefrite crônica – com lesão tubular, causada principalmente infecções recorrentes provocadas por bactérias que ficam retidas nos rins, devido a existência de anormalidades estruturais ou obstruções no TU. Achados da uroanalise (semelhantes nas duas formas): proteinúria variável; resultado positivo de nitritos e leucócitos no teste com esterase; cilindros leucocitários e aglomerados de leucócitos; muitas bactérias.. 
Insuficiência renal aguda: resultado da necrose tubular aguda, pode decorrer de vasoconstrição renal ou lesão tubular direta causadapor agentes nefrotóxicos. Causas: hipotensão provocada por choque traumático ou cirúrgico, queimaduras e hemólise intravascular. Achados laboratoriais: baixa taxa de filtração glomerular, falta de capacidade de concentração renal e níveis elevados de nitrogênio uréico sanguíneo e de creatinina sérica.
EXAME FÍSICO DA URINA
Coloração: 
Varia desde a quase ausência de cor até negro; 
As descrições mais comuns são amarelo-claro, amarelo, amarelo-escuro e âmbar.O urocrômo é um produto do metabolismo endógeno que, em condições normais, é produzido em velocidade constante.
Cor amarela: devido a presença de urocromo.
A urina diluída será pálida e uma amostra concentrada terá cor escura.
A urina amarelo escura ou âmbar nem sempre significa concentração normal, mas pode ser causada pela presença anormal do pigmento bilirrubina. Deve-se suspeitar da presença de bilirrubina quando uma espuma amarela aparecer quando a amostra for agitada. A amostra de urina que contém bilirruvina pode também conter o vírus da hepatite. CUIDADO! A conversão de grande quantidade de urobilinogênio em urobilina também produzirá coloração amarelo-alarenjada, mas nesse caso, a agitação não provocará a formação de espuma amarela.
Um achado laboratorial também muito frequente é a coloração amarelo-alarenjada causada pela administração de derivados de piridina para tratar infecções urinárias. Esse pigmento não só modifica a cor mas também causa interferência nas analises químicas.
Uma das causas mais comuns de presença de coloração anormal na urina é a presença de sangue, que na maioria das vezes, ringe a urina de vermelho. Se a urina for ácida e as hemácias permanecerem por muitas horas, a coloração final será marrom-escura. Se a urina for recente e a coloração for marrom-escura e ela contiver hemácias poderá tratar-se de hemorragia glomerular. 
Além das hemácias, a hemoglobina e a mioglobina tambpem produzem urina vermelha e teste positivo para sangue. Hemácias presentes= amostra turva; hemoglobina ou mioglobina presentes = amostra vermelha e clara.
São recomendadas provas adicionais para amostras de urina que ficam marrom ou preto quando ficam em repouso e que têm resultados negativos para sangue, porque elas podem contem melanina e ácido homogentísico.
Muitas colorações anormais são causadaspela ingestão de alimentos, vitaminas e medicações bastante pigmentados, sendo não patogênicas.
Aparência: se refere a transparência da amostra e é determinada pelo exame visual. Pode-se colocar a amostra num tubo de centrifugado e examiná-la antes da centrifugação. Os termos para descrever a aparência são: transparente, opaca, ligeiramente turva, turva, muito turva e leitosa.
A urina normal, recém-eliminada, geralmente é transparente, porém aparece certa opacidade causada pela precipitação de fosfatos amorfos e carbonatos na forma de névoa branca. A urina ácida normal também pode mostrar-se opaca devido à precipitação de uratos amorfos, cristais de oxalato de cálcio ou ácido úrico. A presença de células epiteliais escamosas e de muco, principalmente em mulheres, também pode ser normal, apesar da opacidade.
Turvação: além dos cristais amorfos, as quatro substânicas mais comuns que causam turvação na urina são: leucócitos, hemácias, células epiteliais e bactérias. Outras substancias: lipídios, sêmen, muco, linfa, cristais, levedura, material fecal e contaminação externa (talco, cremes vaginais, material de contraste rediográfico). A presença de leucócitos e bactérias é indício de patogenicidade. O fato de a amostra recém eliminada apresentar-se turva é sinal de preocupação. O grau de turvação deve ter correspondência com a quantidade de material observado na microscopia.
Densidade: A medida da densidade ajuda na avaliação da função dos túbulos renais. A avaliação da capacidade de reabsorção renal é um componente necessário do exame de urina tipo I. Essa avaliação é feita medindo-se a densidade da amostra, o que também detectará uma possível desidratação ou anormalidade do hormônio antidiurético, podendo usar essa verificação para determinar se a concentração da amostra é suficiente para garantir a precisão das analises bioquímicas. É uma medida da densidade das substâncias químicas dissolvidas na amostra. Por ser uma medida da densidade da amostra, é influenciada não só pelo numero de partículas mas também pelo tamanho dessas partículas.
Correlações clínicas: As amostras normais colhidas ao acaso podem variar de 1,001 a 1,035, dependendo do grau de hidratação do paciente. A maioria dessas amostras situa-se entre 1,015 e 1,025 e qualquer uma que tenha densidade 1,023 ou mais, geralmente é considerada normal.
Odor: raramente tem significado clínico. O odor é uma propriedade física observável. Quando se deixa a amostra repousar, o odor de amônia passa a ser predominante por conta da degradação da uréia; infecções bacterianas causam cheiro forte e desagradável; presença de corpos cetônicos do diabetes provocam odor adocicado ou de fruta; anormalidade metabólicas sérias provocam odor forte de xarope de bordo.
EXAME QUIMICO DA URINA
Tiras reativas: meio simples e rápido de realizar dez ou mais analises bioquímicas: pH, proteínas, glicose, cetonas, sangur, bilirrubina, urobilinogênio, nitrito, leucócitos e densidade.
As tiras reativas são constituídas por pequenos quadrados de papel absorvente impregnados com substâncias químicas e presos a uma tira de plástico. Quando o papel absorvente entra em contato com a urina, ocorre uma reação química que produz uma mudança cromática. 
A metodologia do teste consiste em mergulhar a tira completa e rapidamente em uma amostra de urina homogeneizada, retirar o excesso de urina encostando a borda da tira no recipiente, a medida que ela vai sendo retirada, esperar o tempo especificado e comparar a cor da tira com a tabela de cores presente na embalagem. O uso incorreto da técnica pode provocar erros. Se a tira ficar mergulhada na urina por muito tempo, por exemplo, poderá ocorrer a lavagem dos reagentes da tira.
As amostras refrigeradas devem voltar a temperatura ambiente antes do teste com fita reativa, porque as reações enzimáticas na fita dependem da temperatura.
Instrumentos automatizados utilizam a espectrofotometria de reflexão luminosa.
Significado clínico
pH
O pH urinário é importante por ajudar a detectar possíveis distúrbios eletrolíticos sistêmicos de origem metabólica ou respitatória e tratar problemas urinários para cuja solução seja necessário que a urina se mantenha em determinado pH. Na acidose respiratória ou metabólica haverá produção de urina ácida. Ao contrário da alcalose respiratória ou metabólica onde a urina é alcalina (básica). O ph pode indicar algum distúrbio resultante da incapacidade renal de produzir ou reabsorver ácidos ou bases.
A precipitação de substâncias químicas inorgênicas dissolvidas na urina produz cristais urinários e cálculos renais. Essa precipitação depende do pH e pode ser controlada mantendo-se a urina num pH incompatível com a precipitação de determinadas substâncias químicas que causam a formação desses cálculos.
O conhecimento do pH urinário é importante na identificação de cristais observados durante o exame microscópico do sedimento urinário. 
A manutenção da acidez urinária pode ser útil no tratamento de infecções do trato urinário causadas por microorganismos capazes de romper as moléculas de uréia, pois eles não se multiplicam com tanta facilidade em meio ácido. O controle do pH é feito principalmente pela dieta. As pessoas que ingerem alimentos ricos em proteínas e comem muita carne costumam ter a urnia acida, ao passo que a urina de vegetarianos é mais alcalina devido a formação de bicarbonato por muitas frutas e vegetais.
Ao se encontrar um pH 9.0 conclui-se que a amostra foi indevidademnte conservada e que é preciso colher nova amostra.
Não se conhece nenhuma substância que interfira na medida do pH urinário com tiras reativas.
Proteínas
É a mais indicativa de doença renal. A urina normal contém quantidade muito pequena de proteínas. A albumina é aprincipal proteína serica encontrada na urina normal. A constatação de proteínas no exame de urina tipo I nem sempre significa doença renal, mas sua presença realmente exige a realização de outras analises para verificar a normalidade do quadro. Também é preciso levar em conta a concentração da amostra, pois tem mais significado clínico o achado de quantidade vestigiais de proteínas numa amostra diluída do que numa amostra concentrada.
Principais causas patológicas de proteinúria: lesão da membrana glomerular, distúrbios que afetam a reabsorção tubular das proteínas filtradas e aumento dos níveis séricos de proteínas de baixo peso molecular.
Um dos principais exemplos de proteinúria decorrente do aumento dos níveis séricos de proteína é a excreção da proteína de bence Jones por pessoas com mieloma múltiplo. Ao contrario das outras proteínas que coagulam e assim permanecem quando expostas ao calor, a de Bence Jones coagula em temperaturas situadas entre 40º C e 60º C, dissolvendo-se quando a temperatura atinge 100 ºC. por isso, quando a amostra fica opaca entre 40-6-ºC e transparente a 100ºC, há indícios de que contem a proteína de Bence Jones.
Microalbuminúria: tem despertado muito interesse a determinação das pequenas, mas constantes quantidade de albumina excretadas por diabéticos. A ocorrência de nefropatia, com redução da filtração glomerular, é comum em pessoas com diabetes melito. O inicio das complicações renais pode ser previsto principalmente pela detecção de microalbuminúria, e a evolução da doença pode ser retardada pela estabilização dos níveus de glicos no sangue. A microalbuminúria é um termo que designa uma proteinúria que não pode ser detectada pelas tiras reativas usadas rotineiramente. Os valores são registrados como taxa de excreção de albumina. Para a determinação da microalbuminúria é necessário o emprego de métodos imunológicos.
Proteinúria ortostática (postural): Uma proteinúria benigna, geralmente é transitória e pode ser produzida por exposição ao frio, exercícios vigorosos, febre alta e desidratação, sendo também observada na fase aguda de várias doenças. Nos últimos meses de gravidez pode indicar estado de pré-eclâmpsia. A proteinúria ortostática ou postural ocorre quando a pessoa fica em pé por muito tempoe desaparece quando ela se deita.
Glicose
O teste de glicosúria é a analise bioquímica realizada com maior frequência na urina, por conta da sua utilidade na detecção e no controle do diabetes melito. Em circunstâncias normais, quase toda a glicose filtrada pelos glomérulos é reabsorvida no túbulo contorcido proximal; por isso, a urina contem quantidades mínimas de glicose. Essa reabsorção é feita por transporte ativo. Se os níveis sanguíneos de glicose se elevam demais, como ocorre no diabetes melito, os túbulos deixam de transportá-la e ela aparece na urina. O limiar renal é o nível sanguíneo em que cessa a reabsorção tubular. Na glicose o limiar é de 160 a 180 mg/dl ( ou seja, uma glicose sanguínea com esse valor ou mais, a glicose irá deixar de ser totalmente reabsorvida causando o seu aparecimento na urina). Resultados mais representativos são obtidos por amostras colhidas em condições controladas, ou seja, é necessário jejum antes da coleta para testes seletivos. A primeira urina da manhã nem sempre representa uma amostra em jejum, pois a glicose contida nos alimentos do jantar anterior pode acumular-se na bexiga durante a noite. Assim deve-se pedir ao paciente que esvazie a bexiga e colha a segunda amostra.
Cetonas: 
O termo cetonas engloba três produtos intermediários do metabolismo das gorduras: acetona, acido acetoacético e ácido beta-hidroxibutírico.
Normalmente não aparecem quantidades mensuráveis de cetonas na urina, pois toda a gordura metabolizada é completamente degradada e convertida em dióxido de carbono e água. Mas quando o uso de carboidratos como principal fonte de energia fica comprometido e os estoques de gorduras do organismo precisam ser metabolizados para suprimeto de energia, pode-se detectar cetonas na urina. As razões clínicas para esse aumento do metabolismo das gorduras são: incapacidade de metabolizar carboidratos, como ocorre no diabetes melito; aumento da perda de carboidratos por vômito; e ingestão insuficiente de carboidratos associada a carência alimentar e redução de peso.
As provas para detecção da cetonúria são as mais úteis para o acompanhamento e a monitoração do diabetes, pois a cetonúria demonstra deficiência de insulina, o que indica a necessidade de regular sua dosagem no tratamento. O acumulo excessivo de cetonas no sangue provoca desequilíbrio eletrolítico, desidratação e, se não corrigido, acidose e coma diabético.
Sangue:
O sangue pode estar presente na urina em forma de hemácias integras (hematúria) ou de hemoglobina, que é o produto da destruição das hemácias (hemoglobinúria). Quando em grande quantidade o sangue pode ser detectado a olho nu, já que a hematúria produz urina vermelha e opaca e a hemoglobinúria apresenta-se em forma de urina vermelha e transparente. O exame microscópico do sedimento urinário mostrará a presença de hemácias integras, mas não a de hemoglobina livre produzida por distúrbios hemolíticos ou por lise das hemácias no trato urinário, então o método mais preciso para determinar a presença de sangue é a analise química. Uma vez detectado, pode-se utilizar o exame microscópico para distinguir a hematúria da hemoglobinúria.
A hematúria tem mais relação com distúrbios de origem renal ou urogenital, e o sangramento seria resultante de traumatismo ou irritação dos órgãos desse sistema. As principais causas de hematúria são: cálculos renais, doenças glomerulares, tumores, traumatismo, pielonefrite e exposição a produtos tóxicos ou a drogas. A hematúria de origem não patológica pode ser observada após exercício intenso ou durante a menstruação.
Mioglobina: é uma proteína encontrada no tecido muscular que não só reage positivamente com a analise química para detecção de sangue com também produz coloração vermelha na urnia. Deve-se suspeitar de sua presença em pacientes com distúrbios decorrentes de destruição muscular como: traumatismos, coma prolongado, convulsões, doenças musculares atróficas e no caso de esforço físico intenso. O diagnostico geralmente se baseia na anamnese do paciente.
Bilirrubina: 
Composto amarelo muito pigmentado, produto da degradação da hemoglobina. A presença de bilirrubina na urina pode ser a primeira indicação de hepatopatia e muitas vezes é detectada bem antes do desenvolvimento da icterícia. A bilirrubinúria permite fazer a detecção precoce de hepatite, cirrose, doenças da veícula biliar e câncer. Aparece na urina quando o seu ciclo normal de degradação é interrompido pela obstrução do ducto biliar ou quando a integridade do fígado está comprometida, permitindo o seu extravasamento para a circulação. A hepatite e a cirrose são exemplos comuns de doenças que produzem lesão hepática com resultante bilirrubinuria.
Urobilinogênio:
Pigmento biliar resultante da degradação da hemoglobina (assim como a bilirrubina). É produzido no intestino a partir da redução da bilirrubina pelas bactérias intestinais. Aparece na urina, porque ao circular no sangue a caminho do fígado, pode passar pelos rins e ser filtrado pelos glomérulos. Observa-se grande quantidade na urina nas hepatopatias e nos distúrbios hemolíticos. A ausência de urobilinogênio na urina e nas fezes também tem significado clínico: representa a obstrução do ducto biliar, que impede a passagem normal de bilirrubina para o intestino.
Nitrito:
Sua presença detecta infecções do trato urinário. A prova para detecção do nitrito é útil para o diagnóstico precoce das infecções da bexiga (cistite), pois muitas vezes os pacientes são assintomáticos ou têm sintomas vagos. A pielonefrite, processo inflamatório dos rins e da pelve renal adjacente, é uma complicação frequente da cistite não tratada e pode acarretar lesão dos tecidos renais, comprometimento da função renal, hipertensão e até mesmo septicemia.
Leucócitos: 
Um dos achados mais frequentes no exame de urina, os leucócitos, indica uma possível infecção do trato urinário. A analise bioquímica tem também a possibilidade de detectar a presença de leucócitos lisados que não aparecerão no exame microscópico.
EXAME MICROSCÓPICO DA URINA
A analise microscópica é a terceira parte do exame de urina tipo I e sua finalidade é detectar e identificar os elementos insolúveis. São estes os elementos: hemácias, leucócitos, cilindros, células epiteliais, bactérias, leveduras, parasitas, muco, espermatozoides, cristais e artefatos. O exame do sedimento urinário deve compreender tanto a identificação quanto a quantificação dos elementos encontrados.
As amostras examinadas devem ser recentes ou corretamente conservadas. Os elementos figurados, principalmente hemácias, leucócitos e cilindros hialinos, desintegram-se rapidamente, sobretudo em urina alcalina diluída; Em um tubo cônico é centrifugado uma quantidade de urina de geralmente 1º a 15 ml; A velocidade e o tempo de centrifugação devem ser compatíveis. A centrifugação durante 5 minutos com força centrífuga relativa (FCR) de 450 produzirá boa quantidade de sedimento com possibilidades mínimas de danificar os elementos figurados. Usa-se FCR e não RPM. O valor das RPM mostrado no tacômetro da centrífuga pode ser convertido em FCR; Após a centrifugação, o sobrenadante é desprezado restando uma quantidade de 0,5 – 1,0 ml de urina que será usada para nova suspensão do sedimento. Põe-se uma gota do sedimento da ressuspensão numa lâmina de microscópio que será coberta por uma lamínula; A lâmina é examinada primeiro em pequeno aumento para a detecção de cilindros, a verificação da composição geral do sedimento. Obs.: Os cilindros costumam ficar junto as bordas da lamínula, por isso, recomenda-se percorrer com pequeno aumento todo o perímetro da lamínula ou um mínimo de 10 campos nessa área.; As hemácias e os leucócitos são registrados como numero por 10 campos de grande aumento. Os cilindros, como numero por 10 campos de pequeno aumento. As células epiteliais, os cristais e outros elementos, calculados pela média e registrados como 1+, 2+, 3+ e 4+, ou, em poucos, moderados, muitos e agrupados. A expressão “incontáveis” pode ser usada quando observadauma quantidade excessivamente grande de células e cristais. É preciso identificar os tipos de cilindros, de células epiteliais e de cristais; Deve-se fazer a correlação dos resultados da microscopia com os dos exames físicos e bioquímicos, para assegurar a precisão do registro dos dados. É preciso também levar em conta também a quantidade de elementos figurados ou de substancias químicas, bem como a possibilidade de terem ocorrido interferências na analise bioquímica e o tempo transcorrido desde a colheita.
Componentes do sedimento
Hemácias: Como as hemácias não podem entrar no filtrado dos néfrons íntegros, achados de mais que uma hemácia ocasional é considerado anormal. A sua existência na urina tem relação com lesões na membrana glomerular ou nos vasos do sistema urogenital. Grande quantidade de hemácias costuma decorrer de glomerulonefrite, mas também é observada em muitos outros quadros clínicos como infecções agudas, reações tóxicas e imunológicas, neoplasias e distúrbios circulatórios que rompem a integridade dos capilares renais. A observação de hematúria microscópica pode ser essencial para o diagnóstico de cálculos renais. É preciso considerar a possibilidade de contaminação menstrual em amostras de urina feminina. A presença não só de hemácias, mas também de cilindros hialinos, granulares e hemáticos pode decorrer de exercício físico intenso, desaparecendo após um período de repouso. Aparecem na urina como discos incolores com diâmetro aproximado de 7 microns. Na urina concentrada, elas encolhem e muitas vezes se mostram crenadas ao passo que na urina alcalina diluída incham e lisam-se rapidamente, soltando a hemoglobina e ficando só com a membrana. Essas hemácias vazias são denominadas células fantasmas e podem facilmente deixar de ser vistas se as amostras não forem examinadas com luz de baixa intensidade. As hemácias são frequentemente confundidas com leveduras, porem as leveduras em geral mostram formação em brotamentos. As hemácias de tamanhos variáveis, as que têm protusões celulares ou são fragmentadas são chamadas de dismórficas. Sua presença decorre principalmente de hemorragia glomerular. Também é preciso considerar o numero e a aparência dessas células, pois esses aspectos são afetados pela concentração urinária anormal, observando-se pequeno numero de hemácias dismorficas na hematúria não glomerular. Também foi demonstrada a presença de hemácias dismórficas após exercício físico intenso, o que indica a origem glomerular desse fenômeno. A célula anormal mais relacionadacom a hemorragia glomerular é o acantócito.nem sempre há correlação entre a presença e=ou ausência de hemácias no sedimento e a cor da amostra ou o resultado positivo da analise bioquímica para detecção de sangue. A presença de hemoglobina filtrada pelos glomérulos produzirá urina vermelha e resultado positivo na analise bioquímica para sangue, sem hematúria microscópica.
Leucócitos: Maiores que as hemácias, medindo cerca de 12 microns, geralmente são encontrados menos de 5 por campo na urina normal, mas na urina feminina esse numero pode ser maior. O numero elevado é chamado de piúria e indica a presença de infecção ou inflamação no sistema urogenital. Entre as causas frequentes de piúria estão as infecções bacterianas, tais como pielonefrite, cistite, prostatite e uretrite, mas a presença de leucócitos também pode ser observada em doenças não bacterianas, como a glomerulonefrite, o lúpus eritematoso e os tumores. Agrupamentos de leucócitos e grande numero de bactérias em geral são vistos em amostras que produzem culturas bacterianas positivas. são mais fáceis de identificar do que a s hemácias por possuírem granculos citoplasmáticos e núcleos lobulados.
Células Epiteliais: Não é incomum encontrar células epiteliais na urina, já que elas provêm dos tecidos de revestimento do sistema urogenital. A menos que estejam presentes em grande numero ou em formas anormais, representam uma descamação normal de células velhas. Na urina encontram-se três tipos de células epiteliais, que são classificados de acordo com seu local de origem no sistema urogenital. As mais frequentes e menos significativas são as células pavimentosas. Provêm do revestimento da vagina e das proções inferiores da uretra masculina e feminina, podem ser encontradas em grande numero nas amostras de mulheres colhidas sem usar a técnica do jato médio. São as maiores do organismo, contém citoplasma abundante e irregular e um núcleo central com tamanho aproximado de uma hemácia. Em geral, são registradas como raras, poucas, muitas e agrupadas. As células epiteliais transicionais originam-se do revestimento da pelve renal, da bexiga e da porção superior da uretra. São menores que as pavimentosas, esféricas, caudadas ou polédricas, com núcleo central, capazes de absorver grande quantidade de água, e por isso sua aparência varia. Assim como as pavimentosas, as epiteliais transicionais raramente têm significado clínico, amenos que sua quantidade seja grande e sua forma anômala. Das células epiteliais as mais importantes são as dos túbulos renais, porque, quando sua quantidade é grande, há indício de necrose tubular. Elas são redondas e ligeiramente maiores que os leucócitos, dos quais se distinguem por terem um só núcleo redondo e excêntrico. Em casos de necrose tubular aguda é possível observar células epiteliais dos túbulos renais com vacúolos não-lipidicos cheios e grandes, ao lado de células normais do mesmo tipo (são conhecidas como células bolhosas). Essas células com lipídios são chamadas de corpos adiposes ovais e geralmente são vistas juntamente com gotículas de gordura soltas no sedimento. Nas doenças em que ocorre o armazenamento de lipídios, também podem ser encontradas no sedimento urinário grandes células que contêm gorduras (histiócitos) que se distinguem dos corpos adiposos por serem grandes. A ocorrência de lipidúria na maioria das vezes reflete síndrome nefrótica, mas pode ser observada em casos de traumatismo grave, com liberação de gordura da medula dos ossos longos.
Cilindros: são os únicos elementos exclusivamente renais encontrados no sedimento urinário. Formam-se principalmente no interior da luz do túbulo contorcido distal e do ducto coletor, possibilitando a visão microscópica das condições existentes no interior dos néfrons. Geralmente tem lados paralelos e extremidades arredondadas, podendo ser enrugados ou contorcidos. A largura do cilindro depende do tamanho do túbluo em que foi formado. A aparência também é influenciada pelos materiais presentes no filtrado no momento de sua formação e pelo período de tempo em que eles permanecem no túbulo. Quaisquer elementos presentes no filtrado tubular – células, bactérias, grânulos, pigmentos e cristais – podem se prender a matriz do cilindro. O principal componente do cilindro é a glicoproteína de Tam-Horsfall, excretada pelas células dos túbulos renais. A proteína de Tam-Horsfall é encontrada na urina normal e na anormal, não é detectável pelos métodos de tira reativa; portanto, não é responsável pelo elevado nível de proteínas urinárias frequentemente relacionado com a presença de cilindros. Ela é excretada em velocidade constante pelas células tubulares e constituem uma proteção imunológica contra infecções.
Cilindros Hialinos: são os mais frequentes, constituídos quase inteiramente por proteína de Tamm-Horsfall. São incolores nos sedimentos. A presença de 0 a 2 desses cilindros por campo é considerada normal, assim como o achado de quantidade elevada após exercício físico intenso, deidratação, exposição ao calor excessivo e estresse emocional. Tem significado clinico quando seu numero é elevado em casos de: glomerulonefrite, pielonefrite, doença renal crônica e insuficiência cardíaca congestiva. Tem morfologia variável: formas normais, enrugadas e contorcidas. O enrugamento e a contorção parecem ser devidos ao envelhecimento do cilindro.
Cilindros hemáticos: Os cilindros celulares podem conter hemácias, leucócitos ou células epiteliais. A presença de cilindros celularesgeralmente indica grave doença renal, embora tenham sido encontrados cilindros hemáticos em indivíduos sadios após a participação em esportes violentos. Enquanto o achado de hemácias na urina indica sangramento de alguma área do sistema urogenital, a existência de cilindros hemáticos é muito mais específica, indicando que o sangramento provém do interior do néfron. Sua presença relaciona-se principalmente com a glomerulonefrite. São facilmente reconhecidos por serem refringentes e por possuir cor que vaira do amarelo ao marrom. Podem conter células claramente identificáveis ou fortemente agrupadas, ligadas a matriz proteica. Devem ser registrados por numero de cilindros presente por campo.
Cilindros leucocitários: indica infecção ou inflamação no interior dos néfrons. São observados com mais frequência na pielonefrite. São refrigentes, têm grânulos e, amenos que sua desintegração tenha começado, será visível os núcleos multilobulados. A sua presença indica a necessidade de realizar cultura bacteriana. Deve-se suspeitar da sua presença em sedimentos que contenham leucócitos e bactérias.
Cilindros de células epiteliais: em presença de lesão tubular as células saem facilmente do túbulo durante o desligamento do cilindro, surgindo verdadeiros cilindros de células epiteliais na urina. Muitas vezes são acompanhados por cilindros hemáticos e leucocitários, pois tanto a glomerulonefrite quanto a pielonefrite produzem lesão tubular.
Cilindros granulares: cilindros frequentes no sedimento urinário. Aparecem sob a forma de cilindros granulares grosseiros e finos. Podem ter significado clinico ou não. São observados ao lado de cilindros hialinos após período de estresse e de exercício físico vigoroso. Nos estados patológicos, os grânulos podem representar a desintegração de cilindros celulares e de células tubulares, ou então de agregados proteicos filtrados pelos glomérulos.
Cilindros céreos: Cilindros refringentes, com textura rígida que se fragmentam ao passar pelos túbulos. Sua presença indica extrema estase urinária.Estase urinária: urina parada na bexiga por muito tempo. Pode ser consequência de uma obstrução urinária.
Cilindros adiposos: encontrados juntamente com corpos adiposos ovais em distúrbios que provocam lipidúria, como a síndrome nefrótica. São formados pela agregação, à matriz, de gotículas lipídicas livres, de corpos gordurosos ovais e de lipídios provenientes da desintegração destes. São ligeiramente refringentes e contêm gotículas gordurosas de cor marrom-amarelada.
Cilindros largos: por serem moldados pelos túbulos contorcidos distais, o tamanho dos cilindros podem varias a medida que a doença altera a estrutura tubular. Além disso, quando o fluxo urinário dos túbulos para os ductos coletores fica comprometido, é maior a probabilidade de formação de cilindros nos ductos coletores. Esses cilindros serão muito maiores que os outros. 
Bactérias: Normalmente a urina não tem bactérias. Se as amostras não forem colhidas em condições estéreis, pode ocorrer contaminação bacteriana sem significado clínico. Amostras que ficam a temperatura ambiente por muito tempo também contem quantidades detectáveis de bactérias.Estas bactérias representam apenas a multiplicação dos organismos contaminantes.
A presença de organismos móveis numa gota de urina recém colhida em condições estéreis tem boa correlação com resultados positivos da cultura.
Leveduras: Geralmente Candida albicans. Pode ser observadas na urina de paciente com diabetes melito e de mulheres com candidíase vaginal.
Parasitas: O Trichomonas vaginalis é o parasita encontrado com maior frequência. É flagelado, sendo facilmente identificado por seu movimento rápido no campo microscópico. Contudo, quando não se move, o Trichomonas pode parecer um leucócito.
Espermatozóides: encontrado após relações sexuais ou ejaculação noturna. Não tem significado clinico.
Muco: material proteico produzido por glândulas e células epiteliais do sistema urogenital. Não é considerado clinicamente significativo e sua quantidade é maior quando há contaminação vaginal. Microscopicamente, é visto como estruturas filamentosas com baixo índice de refração, o que exige observação em luz de baixa intensidade.
Cristais: é comum encontra-los na urina. Reramente tem algum significado clinico. Deve se proceder a sua identificação para se ter certeza de que não representam anormalidades. São formados pela precipitação dos sais da urnia submetidos a alterações de pH, temperatura ou concentração, o que afeta sua solubilidade. Os sais precipitados aparecem na urina na forma de cristais verdadeiros ou de material amorfo, que também se inclui na categoria de cristais urinários.
A urina normal recém-eliminada pode conter cristais formados nos túbulos ou, com menos frequência, na bexiga. A grande concentração de solutos geralmente é responsável por essa precipitação encontrada, na maioria das vezes, na urina concentrada. A maior parte da formação de cristais ocorre em amostras que foram deixadas em temperatura ambiente ou que foram refrigeradas. Os cristais são extremamente abundantes em amostras refrigeradas e muitas vezes causam problemas porque mascaram outros componentes de maior significado clínico. A principal razão para a identificação é detectar a presença de alguns tipos relativamente anormais, que podem representar certos distúrbios, como doenças hepáticas, erros inatosd do metabolismo ou lesão renal causada pela cristalização de metabólitos de drogas nos túbulos. O recurso mais útil na identificação dos cristais é o conhecimento do pH da urina, pois ele determinará o tipo de susbtâncias químicas precipitadas. A classificação dos cristais geralmente não é feita só como normais e anormais, mas também segundo a urina em que está presente: ácida ou alcalina. 
Cristais normais: Urina ácida – os mais comumente encontrados na urina ácida são os uratos, constituídos por ácido úrico, uratos amorfos e urato de sódio. Microscopicamente, a coloração de todos os cristais de urato vai do amarelo ao castanho avermelhado, sendo os únicos cristais colorido em urina ácida. Suas formas: losangular, rosetas, cunhas e agulhas. Os níveis de cristais de ácido úrico são elevados na leucemia, na síndrome le Lesch-Nyhan e, as vezes na gota. Como o nome indica, os uratos amorfos são constituídos por grânulos castanho-amarelados organizados frequentemente em grumos que podem ser confundidos com cilindros granulares. Quando presentes em grandes quantidades podem transmitir cor rosada à urina, particularmente ao sedimento.
Os cristais de oxalato de cálcio, frequentes na urina ácida, podendo serem vistos também na neutra, mas raramente na alcalina. São facilmente reconhecidos como octaedros incolores em forma de envelope, mas também podem ocorrer em forma de halteres ovoides. Ocorrem em pessoas que ingerem alimentos ricos em acido oxálico e intoxicação com produtos químicos, sendo também observados em pessoas geneticamente suscetíveis que ingerem grandes doses de acido ascórbico.
Urina alcalina - a maioria dos cristais observados na urina alcalina é formada por fosfatos, como fosfato triplo, o fosfato amorfo e o fosfato de cálcio. Cristais de fosfato triplo são talvez os mais facilmente identificáveis porque costumam ser constituídos por prismas incolores denominados “tampa de caixão”. Muitas vezes é grande a sua quantidade em amostras que ficaram em temperatura ambiente por varias horas. Como os uratos amorfos, os fosfatos amorfos têm aparência granular. Em quantidade grande produzem turvação branca a olho nu. Cristais de fosfato de cálcio não são frequentes, são incolores, têm a forma de prismas finos, placas ou agulhas. Na urina neutra, podem ser confundidos com cristais anormais de sulfonamida.
Outros cristais normalmente encontrados na urina alcalina são o biurato de amônio e o carbonato de cálcio. O biurato de amônio têm cor castanho-amarelada, são frequentemente descritos como “ouriços do mar”, por conta da sua aparência de esfera recoberta por espiculas. Cristais decarbonato de cálcio são pequenos e incolores, com forma de halteres ou de esferas.
Cristais anormais: os mais importantes são: cistina, colesterol, leucina, tirosina, bilirrubina, sulfonamidas, correntes radiográficos e medicamentos. A maioria tem formas características sendo também encontrados em urina ácida ou neutra; existem provas bioquímicas para sua possível identificação. 
Cristais de cistina – placas hexagonais incolores, encontrados nos casos de erro metabólico congênito que impede a reabsorção da cistina pelo túbulo contorcido proximal; 
Cristais de colesterol – raro de encontrar. Podem aparecer em amostras que tenham sido refrigeradas onde os lipídios assumem a forma de gotículas. Quando presentes distinguem-se pela aparência peculiar, pois se assemelham a placas retangulares com chanfradura em um ou vários cantos; 
Cristais de leucina – esferas castanho-amareladas com círculos concêntricos e estriações radiais; 
Cristais de tirosina – parecem com bainhas de agulhas finas, são vistos só em casos de hepatopatia grave; 
Cristais de bilirrubina – também presentes nas hepatopatias. Aparecem como grumos de agulhas ou grânulos com cor amarela característica; 
Cristais de corante radiográfico – podem parecer com os de ácido úrico, e deve-se suspeitar de sua presença em amostras com alta densidade; 
Cristais de ampicilina – aparecem como agulhas que formam feixes após refrigeração.
Cálculos Renais: O achado de grumos de cristais em urina quente recém eliminada indica que existem condições para a formação de cálculos. Porém atribui-se pouca importância ao papel dos cristais no diagnostico dos cálculos renais.
Artefatos
Podem ser encontrados contaminantes de todos os tipos na urina, principalmente nas amostras colhidas em condições impróprias ou em recipientes sujos. Pelos e outras fibras podem inicialmente ser confundidos com cilindros.
ANÁLISES ESPECIAIS DA URINA
SobrecargaxNefropatia
Disturbios de sobrecarga – Grande produção de metabólitos por interrupção dos processos metabólicos normais. (níveis séricos de certas substâncias ficam tão elevados que ultrapassam a capacidade de reabsorção dos túbulos renais ou impossibilitam a sua reabsorção normal a partir do filtrado).
Nefropatia – disfunção no mecanismo de reabsorção tubular.
DISTURBIO NO METABOLISMO DE AMINOÁCIDOS
Anomalias no metabolismo dos aminoácidos detectados nas uroanálises: 			
fenilcetonúria,Produzem quantidade excessiva de melanina
Relacionadas aos distúrbios da fenilalanina-tirosina
 tirosilúria,
 		alcaptonúria, 
melaninúria, 
Dist. do metabolismo dos aminoácidos de cadeia ramificada.
doença do xarope de bordo, 
acidemias orgênicas, 
indicanpuria, Dist. No metabolismo do triptofano
ácido 5-hidroxi-inolacético, 
cistinpuria,Dist. No metabolismo da cistina
 cistinose e
 homcistinuria.
DISTURBIOS NO METABOLISMO DA FENILALANINA-TIROSINA
As principais anomalias congênitas relacionadas a esse distúrbio são a fenilcetonúria, tirosilúria e alcaptonúria, que produzem uma quantidade excessiva de melanina.
FENILCETONURIA: a aminoacidúria mais conhecida, se não detectada produz grave retardo mental, nessa doença a conversão normal de fenilalanina em tirosina é interrompida. Essa interrupção traz a produção de urina com odor característico (de rato), a criança tem a pele muito clara, mesmo em familias de pele escura, devido a reduzida produção de tirosina e de seu metabólito de pigmentação, a melanina. É causada pela ausência hereditária do gene que produz a enzima fenilalanina-hidroxilase. O teste do pezinho é o exame utilizado para detectar a fenilcetonúria. Ele também é capaz de detectar a doença do xarope de bordo, a homocistinúria, a tirosinemia, a histidinemia, a valinemia e a galactosemia.Teste do pezinho: o sangue colhido de uma punção feita no calcanhar é absorvido em círculos impressos numa folha de papel filtro. O círculo precisa ser completamente saturado por uma única camada de sangue. Os discos assim impregnados são postos num meio de cultura que contenha o microorganismo Bacillus subitilis. Se for grande o nível de fenilalanina no sangue, este neutralizará a ação de um inibidor do Bacillus subtilis, a β-2-tienilalanina presente no meio de cultura, observando-se a proliferação do microorg. Em torno dos discos de papel.
TIROSILÚRIA: acumulo de tirosina no soro devido a varias causas. Cristais de tirosina e leucina, raramente observados, poderão ser vistos durante o exame microscópico do sedimento urinário.
ALCAPTONÚRIA: a urina do paciente com esta anomalia congênita se alcaliniza e escurece ao permanecer em temperatura ambiente. 
MELANÚRIA: uma grande quantidade de melanina na urina escurece a amostra, quando exposta ao ar. Quando em altos níveis na urnia, indica que está havendo excessiva proliferação das células produtoras de melanina.
DISTURBIOS DO METABOLISMO DOS AMINOÁCIDOS DE CADEIA RAMIFICADA.
DOENÇA DO XAROPE DE BORDO: doença rara, causada por uma anormalidade congênita, onde os aminoácidos afetados são a leucina, a isoleucina e a valina. Na presença da doença estes cetoácidos se acumulam no sangue e na urina. Os RN afetados por essa doença começam a apresentar sintomas clínicos de retardo no desenvolvimento depois de aprox.. 1 semana. Sintomas: urina com odor característico de xarope de bordo.
DISTURBIOS DO METABOLISMO DO TRIPTOFANO
INDICAN: indol em excesso é absorvido pelo intestino, indo para a corrente sanguínea e depois para o fígado, onde é convertido em indican e excretado na urina. O indican excretado é incolor até ser oxidado pelo ar, formando a coloração azul-anil.
DISTURBIO NO METABOLISMO DA CISTINA
CISTINURIA: caracteriza-se pela presença de quantidade elevada da cistina na urina. Se deve a incapacidade tubular de reabsorver a cistina filtrada pelos glomérulos. Há tendência a formação de cálculos renais nos casos de defeito na reabsorção dos quatro aminoácidos: cistina, lisina, arginina e ornitina.
CISTINOSE: anormalidade metabolina congênita, onde o metabolismo incompleto da cistina ocasiona na formação de depósitos cristalinos em muitas áreas do organismo, como córnea, MO, linfonodos e órgãos internos. Os pacientes são incapazes de reabsorver aminoácidos, fosforo, potássio, açucares e água. Os achados laboratoriais mais comuns são: poliuria, aminoaciduria generalizada, substancias redutoras e falta de concentração urinaria.
HOMOCISTINURIA: erros no metabolismo da homocistina que podem provocar catarata, retardo mental, doenças metabólicas e morte.
DISTURBIOS NO METABOLISMO DA PORFIRINA
Porfirinas – compostos intermediários na produção do heme. Em certas etapas sua produção pode ser interrompida. O bloqueio de uma reação dessa sequencia provocará o acumulo do produto formado pouco antes da interrupção. A intoxicação por chumbo é a causa mais comum de porfirinuria. Um possível indicio de porfirinuria é a observação de urina vermelha ou com cor de vinho do porto.
DISTURBIOS NO METABOLISMO DOS MUCOPOLISSACARÍDEOS
Os distúrbios hereditários no metabolismo desses compostos impedem a decomposição completa da sua porção polissacarídica, o que provoca o acúmulo de parcelas de polissacarídeos não completamente metabolizados nos lisossomos das células do tecido conjuntivo e sua excreção urinária em níveis elevados.
DISTURBIOS NO METABOLISMO DAS PURINAS
Um dos distúrbios do metabolismo das purinas é conhecido como doença de Lesch-Nyhan, uma anormalidade congênita que provoca a excreção maciça de cristais de acido úrico na urina.
LIQUIDO CEFALORRAQUIDIANORede de capilares que formam o LCR a partir do plasma por mecanismos de filtração seletiva sob pressão hidrostática e transporte ativo de secreção.
Produzido nos plexos coroides
A sua composição química não lembra um ultrafiltrado de plasma
Produz uma barreira mecânica de atenuação do cérebro e da medula espinhal contra traumas.
Promove o fornecimento de nutrientes para o tecido nervoso.
LCR
Uma amostra ligeiramente turva, turva ou leitosa pode ser o resultadode aumento na concentração das proteínas ou dos lipídeos, mas também pode ser indicativo de infecção, sendo a turbidez causada pela presença de glóbulos vermelhos.
Na rotina laboratorial é coletado por punção lombar, entre a 3ª, 4ª ou 5ª vertebras lombares.
As células encontradas no liquor normal são principalmente linfócitos e monócitos.
Nos plexos coroides as células endoteliais tem espaço muito restrito que impedem a passagem de muitas moléculas. Essa estrutura restrita das células endoteliais se chama barreira hematoencefálica. A ruptura dessa barreira por doenças como meningite ou esclerose múltipla permite que leucócitos, proteínas e outras substancias entrem para o LCR.
As amostras são coletadas em três tubos na seguinte ordem: tubo 1 – testes químicos e sorológicos: tubos congelados caso não seja avaliado logo após a coleta (esses testes são menos afetados pelo sangue ou por bactérias introduzidas como resultado do procedimento de punção); tubo 2 – microbiologia: deve ser mantido em temperatura ambiente; tubo 3 – hematologia: deve ser refrigerado caso não for analisado de imediato (por ser o menos provável de conter células introduzidas pelo procedimento de punção lombar). Um quarto tubo pode ser retirado para testes adicionais.
Xantocromia é o termo utilizado para descrever o sobrenadante do LCR que é rosa (pouca quantidade de oxi-hemoglobina), laranja (hemólise forte) ou amarelo (conversão da oxi-hemoglobina em bilirrubina não conjugada).
LCR macroscopicamente sanguinolento pode ser uma indicação de hemorragia intracraniana mas também pode ser resultado de uma punção traumática. O sangue de uma hemorragia cerebral será distribuído uniformente pelos três tubos de amostras de LCR, enquanto uma punção traumática terá elevada concentração de sangue no tubo 1 com gradua diminuição nos tubos 2 e 3. Estrias de sangue também podem ser vistas após uma punção traumática. Fluidos coletados por punção traumática podem formar coágulos em virtude da introdução do fibrinogênio plasmático na amostra. LCR sanguinolento por causa de hemorragia intracraniana não contem fibrinogênio suficiente para coagular. 
A contagem dos glóbulos brancos (leucócitos) é feita na câmara de Neubauer. A contagem diferencial é feita no esfregaço corado.
Pleocitose: aumento no numero de células.
Uma alta contagem de glóbulos brancos no LCR no qual a maioria das células são neutrófilos, é considerada indicativa de meningite bacteriana. Do mesmo modo, contagem de glóbulos brancos moderadamente elevada com alta porcentagem de linfócitos e monócitos sugere meningite de origem viral, tuberculosa, fungica ou parasitária.
Neutrófilos: além da meningite bacteriana o aumento dos neutrófilos é observado também nas fases iniciais da meningite vira, fungica, tuberculosa e parasitária.
Linfócitos e Monócitos: uma mistura de linfócitos com monócitos é comum em casos de meningite viral, tuberculosa e fungica. Linfócitos reativos com citoplasma aumentado e azul escuro e cromatina agregada.
Eosinófilos: o aumento de eosinófilos é observado no LCR em associação com infecções parasitárias, infecções fungicas ( principalmente Coccidioides immitis) e em virtude da introdução de material estranho incluindo medicamentos e sondas no SNC.
Macrófagos: o objetivo dos macrófagos no LCR é remover restos celulares e corpos estranhos como glóbulos vermelhos. Aumento de macrófagos é indicativo de hemorragia anterior.
Proteínas no LCR
A dosagem de proteínas é a mais realizada no LCR. O LCR normal contém pequena quantidade de proteínas. Os valores de referencia varia de 15-45 mg/dL. 
A gamaglobulina do LCR é notadamente a IgG com apenas uma pequena quantidade de IgA. IgM, fibrinogênio e lipoproteína beta não são encontrados em condições normais no LCR.
Proteinas totais elevadas são com frequência observadas em condições patológicas. Valores anormalmente baixos são observados quando há perda de fluido do SNC. São causas de elevação das proteínas totais: danos a barreira hematoencefálica, produção de imunoglobulinas no SNC, diminuição da depuração das proteínas normais e degeneração do tecido neural. Meningite e hemorragia (essas duas condições causam danos a barreira hematoencefálica) são as causas mais comuns de elevação das proteínas. 
Para determinar com precisão se a IgG está aumentada por estar sendo produzida no SNC ou como resultado de danos na barreira hematoencefalica devem ser feitas comparações entre os níveis séricos e os níveis liquoricos de albumina e IgG. Deve se medir a albumina no LCR/albumina serica para avaliar a integridade da barreira hematoencefalica e o índice de IgG (IgG no LCR/IgG no soro) para medir a síntese de IgG dentro do SNC.
A presença de proteína básica de mielina no LCR é indicativa de destruição recente da bainha de mielina que protege os axônio dos neurônios (desmielinização). A medida da sua quantidade no LCR é útil para acompanhar o curso da esclerose múltipla
Glicose no LCR
A glicose entra no LCR por transporte seletivo em toda a barreira hematoencefálica. O seu valor normal corresponde a 60 a 70% do valor da glicose plasmática, então, para uma avaliação precisa da glicose do LCR, um teste de glicemia deve ser realizado para comparação. 
Diminuição acentuada de glicose no LCR, acompanhada de aumento na contagem dos glóbulos brancos com grande percentual de neutrófilos é indicativo de meningite bacteriana. Se os glóbulos brancos são linfócitos em vez de neutrófilos, a suspeita é de meningite tuberculosa. Valor normal de glicose no LCR com um aumento no numero de linfócitos é indicativo de meningite viral.Feita cerca de 2 antes da punção para dar tempo para o equilíbrio entre o sangue e o fluido.
Lactato no LCR
A determinação dos níveis de lactato no LCR é muito útil no diagnostico e tratamento da meningite. Em meningites bacteriana, tuberculosa e fungica a elevação dos níveis de lactato no LCR acima de 25 mg/dL ocorre muito mais consistentemente do que a redução de glicose e fornece informações mais fieis quando o diagnostico inicial é difícil. Níveis superiores a 35 mg/dL é indicativo de meningite bacteriana, enquanto na meningite viral o lactato permanece abaixo de 25 mg/dL
Glutamina no LCRProduzida a partir de amônia e α-cetoglutarato pelas células cerebrais para reduzir os resíduos metabólicos tóxicos da amônia no SNC.
A concentração normal é de 8-18 mg/dL. Níveis elevados são encontrados em associação com disfunção hepática que resulte em aumento de amônia no sangue e no liquor. Esse teste é frequentemente solicitado para pacientes com coma de origem desconhecida.
Ensaios Microbiológicos
 Utilizados para a identificação do agente etiológico da meningites. Em muitos casos a cultura do LCR é, na verdade, uma confirmação em vez de um procedimento diagnostico. Entre os organismos mais encontrados estão o Streptococcus pneumoniae (cocos gram-positivos), Haemophilus influenzae (bacilos gram-negativos) e Neisseria menigitidis (cocos gram-negativos)
Ensaios sorológicos
Para detectar a presença de neurossífilis.
Embora vários testes para detectar neurossifilis estejam disponíveis o teste recomendado é o VDRL.

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