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Direito Constitucional 1

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10/4/2014
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MÓDULO I
1. ESTADO
- Conceito:
* Segundo Balladore Pallieri: “O Estado é uma ordenação que tem por fim
específico a regulamentação global das relações sociais entre os membros
de uma dada população sobre um dado território, na qual a palavra
ordenação expressa a idéia de poder soberano, institucionalizado.”
* Segundo Miguel Reale: “ O Estado é uma pirâmide de três faces: uma face
social, uma face jurídica e uma face política.”
* Segundo Georges Burdeau: “OEstado é a nação institucionalizada.”
- Elementos Essenciais do Estado:
Povo
Território
Soberania (Poder devidamente constituído)
I - INTRODUÇÃO AO DIREITO 
CONSTITUCIONAL
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3. PODER DEVIDAMENTE CONSTITUÍDO
Conceito
“O poder é o próprio Estado, como uma expressão ordenada
de convivência. É abstrato, não sendo afetado pela
modificação de outros agentes ou elementos do Estado.”
Georges Burdeau
Separação dos poderes
• Teoria dos freios e contra-
pesos.
• Poder moderador
• Poder fiscalizador
• Tribunais de contas
• Ministério Público
4. FORMAS DE ESTADO
Classificação: Tendo em vista o modo pelo qual o Estado se
estrutura, pode ser:
 simples ou unitário: É formado por um único Estado.
Existe uma unidade de poder, cujo exercício se efetiva de
forma centralizada. Qualquer grau de descentralização fica
submetido à concordância do poder central.
 composto ou complexo: É formado por mais de um
Estado, havendo uma pluralidade de poderes políticos.
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5. FORMAS DE GOVERNO
De acordo com a organização política do Estado, existem duas formas
básicas de governo:
a) Monarquia: Governo de um só. Caracteriza-se pela vitaliciedade,
hereditariedade e irresponsabilidade do Chefe de Estado. A escolha é
realizada dentro da linha de sucessão dinástica, e o rei não possui
responsabilidade política.
 Monarquia absoluta: Todo o poder fica concentrado nas mãos de
uma só pessoa, exercendo-o de maneira ilimitada.
 Monarquia limitada ou constitucional: O poder do
soberano é delimitado pela Constituição.
5. FORMAS DE GOVERNO
b) República: Governo em que o povo governa no interesse
do povo. Caracteriza-se pela eletividade, temporariedade e
responsabilidade do Chefe de Estado. A escolha deste é
feita por meio de eleições periódicas, o qual deve prestar
contas de seus atos para o povo ou para um órgão de
representação popular.
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6. SISTEMA DE GOVERNO
Tendo em vista ao modo como se relacionam os
poderes Legislativo e o Executivo, existem três sistemas de
governo:
a) Parlamentarismo: Neste sistema de governo o
Executivo e o Legislativo são interdependentes.
Apresentam as seguintes características:
 Atribuição a pessoas distintas da chefia de Estado e da chefia
de governo;
 Na chefia de governo há responsabilidade política, vez que o
Primeiro-Ministro não possui mandato;
 Possibilidade de dissolução do Parlamento pelo Chefe de
Estado;
 Interdependência do Poderes Legislativo e Executivo, uma
vez que compete ao próprio Parlamento a escolha do
Primeiro-Ministro
6. SISTEMA DE GOVERNO
b) Presidencialismo: Neste sistema de governo os Poderes
Executivo e Legislativo são independentes. Apresentam as
seguintes características:
Atribuição a uma mesma pessoa da chefia de Estado
e da chefia de governo;
Eleição, pelo povo, de forma direta ou indireta;
Mandato certo para o exercício da chefia do poder;
Participação do Poder Executivo no processo
legislativo;
Separação entre os Poderes Executivo e Legislativo.
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6. SISTEMADE GOVERNO
c) Diretorialismo: Neste sistema de governo há
absoluta subordinação do Poder Executivo ao
Legislativo. Caracteriza-se pela concentração do
poder político do Estado no Parlamento, sendo a
função executiva exercida por pessoas escolhidas
por este.
7. REGIMES POLÍTICOS
Tendo em vista ao grau de respeito à vontade do povo nas
decisões do Estado, os regimes políticos podem ser :
a) Democrático: Governo do povo. É o regime político cujo
poder emana da vontade popular. Na clássica
conceituação é o governo do povo, pelo povo e para o
povo.
b) Não Democrático: É o regime político cuja característica
é a não-prevalência da vontade popular na formação do
governo.
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1. Conceito:
- “É um ramo do Direito Público, destacado por ser fundam ental à organi zação e funcionamento do Estado, à
articulação dos elementos primários do mesmo e ao estabelecimento das bases da estrutura política”. (Alexandre de Moraes)
- “Ramo de Direito Público interno que disciplina a organização do Estado, define e delimita a competência de
seus poderes, suas atividades e suas relações com os indivíduos ao qual atribui e assegura direitos fundamentais de ordem
pessoal e social”. (Vicente Ráo)
- “A parcela da ordem jurídica que rege o próprio Estado, enquanto comunidade e enquanto poder. É o conjunto
de normas (disposições e princípios) que recordam o contexto jurídico correspondent e à comunidade política como um todo e aí
situam os indivíduos e os grupos uns em face dos outros e frente ao Estado-poder e que, ao mesmo tempo, definem a
titularidade do poder, os modos de f ormação e ma nifestação da vontade política, os órgãos de que esta carece e os atos em q ue
se concretiza". (Jorge Miranda)
- “É o conjunto de normas jurídicas que regula a estrutura do Estado, designa as suas funções e define as
atribuições e os limites dos supremos órgãos do poder político”. (Marcelo Caetano)
II - DIREITO CONSTITUCIONAL
- “É a parte do Direito Público que “fixa os fundamentos estruturais do Estado”. (Pontes de Miranda)
- “É o conjunto de princípios e normas que regulam a própria existência do Estado moderno,
na estrutura e no seu funcionamento, o modo de exercício e os limites de sua soberania, seus fins e
interesses fundamentais, e do Estado brasileiro, em particular”. (Meirelles Teixeira)
2. OBJETO
O Direito Constitucional tem por objeto a constituição política do Estado, no sentido amplo de estabelecer sua
estrutura, a org anização de suas instituições e órgãos, o modo d e aquisição e limitação do pod er, atra vés, inclusive, da p revisão de
diversos direitos e garantias fundamentais.
3. NATUREZA JURÍDICA
O Direito Constitucional pertence ao ramo do Direito P úblic o, juntamente com o Direito Administrativo,
Internacional, Criminal, Tributário e Processual.
Encontra-se numa posição de superiori dade e m relação às demais ciências jurídicas, uma vez que, através da
Constituição, estabelece princípios e normas para os outros ramos do Direito.
4. RELAÇÕES COM OUTROS RAMOS DO DIREITO
a) Direito Constitucional e Direito Administrativo: O Direito Administrativo é considerado o ramo jurídico mais afim ao
Direito Constitucional. Vide artigos 37 a 43 (Administração Pública); Artigos 84 e 87, parágrafo único (poderes do Presidente e
funções dos ministros de Estado); Artigos 182, 184 e 185 (desapropriação) da Constituição Federal.
b) Direito Constitucional e Direito Tributário: Os p rincípios aplicáveis à atividade tributária do Estado encont ram-se
consignados na Constituição. Vide artigos 145 a 162 (Tributação) da Constituição Federal.
c) Direito Constitucional e Direito Penal: Vide princípio estabelecido no artigo 5º, inciso XXXIX da Constituição: “não há
crime sem lei anterior que o defina, nem pré via cominação legal”. A Constituição Federal t rata d e dive rsas garantias de caráte r
penal nos incisos XXXVII a LXVII do artigo 5º.
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d) Direito Constitucional e Direito Processual: Na Constituição há um conjunto de normas denominadas de “princípios
constitucionais do processo”. Pode-se citar na Constituição Federal as seguintes normas processuais: Artigo 5º incisos LXXIV
(assistência judiciária), LXIX (mandado de segurança)e LXXIII (ação popular).
e) Direito Constitucional e Direito Internacional: O artigo 4º, incisos I a X da Constituição trata dos princípios que reg em a
atuação internacional do Estado Brasileiro.
f) Direito Constitucional e Direito do Trab alho: Os di reitos do trab alhador encont ram-se assegurados nos artigos 6º, 7º,
8º e 9º da Constituição.
g) Direito Constitucional e Direito Privado: A Constituição trata do amparo à família, aos filhos e aos idosos (artigos 226 a
230) e da defesa do consumidor (artigo 5º, inciso XXXII), dentre out ras norm as voltadas pa ra a regulamentação do Direito
Privado.
MÓDULO II
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CONSTITUIÇÃO
1. CONCEITO
- Em sentido lato sensu, Constituição é o ato de constituir, de estabelecer, de firma r; ou, ainda, o m odo pelo q ual se
constitui uma coisa, um ser vivo, um grupo de pessoas; organização, formação.
- J. J. Gomes Ca notilho define a Constituição, em seu carát er ju rídico, como “a lei funda mental e sup rema de um Estado,
que contém normas referentes à estruturação do Estado, à formação dos poderes públicos, forma de governo e aquisição
do poder de governa r, distribuição de competências, direitos, garantias e deveres dos cidadãos. Além disso, é a
Constituição que individualiza os órgãos competentes para a edição de normas jurídicas, legislativas ou administrativas”.
- José Afonso da Silva define como sendo “considerada sua lei fundamental, seria, então, a organização dos seus
elementos essenciais: um sistema de normas ju rídicas, escritas ou costumeiras, que regula a forma do Estado, a fo rma de
seu governo, o modo de aquisição e o exercício do poder, o estabelecimento de seus órgãos, os limites de sua ação, os
direitos fundamentais do homem e as respectivas garantias; em síntese, é o conjunto de norm as que organi za os elementos
constitutivos do Estado”.
- André Ramos Tavares traz a definição de Constituição em seu aspecto formal, substancial e material:
* Aspecto formal: “é um conjunto de normas jurídicas elaboradas de maneira especial e solene”.
* Aspecto substancial: “é o conjunto de normas organizacionais de determinada sociedade política”.
* Aspecto material: “a Constituição será o conjunto ju ridicizado de fo rças sociais, políticas, econômicas, religiosas
e ideológicas que configuram determinada sociedade”.
2. CONCEPÇÕES DE CONSTITUIÇÃO
Existem três grandes concepções de Constituição:
- Sociol ógi ca: Segundo Ferdinand Lassale é a “soma dos fatores reais do poder q ue regem nesse país, sendo
esta a Constituição real e efetiva, não passando a Constituição escrita de uma folha de papel”.
- Polí tica: Carl Schmitt considera-a como “decisão política fundamental, decisão concreta de conjunto sobre o
modo e forma da existência da unidade política”, fazendo distinção entre Constituição e leis constitucionais.
- Jurídic a: Consoante Hans Kelsen a Constituição é considerada “norma pura ”, ou seja, sem qualquer
pretensão a fundamentação sociológica, política ou filosófica. Em sentido lógico-jurídico a Constituição é a “norma
fundamental hipotética”. É o vértice de todo o sistema normativo.
3. CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES
Há diversas classificações de Constituição adotas pelos autores, sendo principais as seguintes:
a) Quanto ao conteúdo:
- Cons titui ção material: consiste no conjunto de regras mate rialmente constitucionais, estejam
ou não codificadas em um único documento.
- Cons titui ção for mal: é aquela consubstanciada de form a escrita, por meio de um documento
solene estabelecido pelo poder constituinte originário.
b) Quanto à forma:
- Cons titui ção escrita: é o conjunto de regras codificado e sistematizado em um único
documento, para fixar-se a organização fundamental.
- Cons tituição não escrita: é o conjunto de regras não aglutinadas em um texto solene, mas
baseado em leis esparsas, costumes, jurisprudência e convenções. Exemplo: Constituição Inglesa.
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c) Quanto ao modo de elaboração:
- Constituição dogmática: se
apresenta como produto escrito e
sistematizado por um órgão constituinte, a
partir de princípios e idéias fundamentais
da teoria política e do direito dominante.
- Constituição histórica: é fruto da
lenta e contínua síntese da História e
tradições de um determinado povo.
Exemplo: Constituição Inglesa.
d) Quanto à origem:
- Constituição promulgada (popular,
democrática, votada): proveniente do
trabalho de uma Assembléia Nacional
Constituinte composta de representantes
do povo, eleitos com a finalidade de sua
elaboração. Exemplos: Constituições
brasileiras de 1891, 1934, 1946 e 1988.
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- Constituição outorgada: é elaborada e
estabelecida sem a participação popular,
através de imposição do poder da época.
Exemplos: Constituições brasileiras de
1824, 1937, 1967 e EC n.° 01/1969.
- Constituição cesarista: é aquela
que, não obstante outorgada, depende da
ratificação popular por meio de referendo.
e) Quanto à estabilidade:
- Constituição imutável: onde se veda
qualquer alteração, constituindo-se relíquia
histórica.
- Constituição rígida: é aquela que só pode
ser alterada através de um processo legislativo
mais solene e dificultoso do que o existente para a
edição das demais espécies normativas. Exemplo:
Artigo 60 da Constituição de 1988.
- Constituição flexível: em regra não escrita,
excepcionalmente escrita, poderá ser alterada
pelo processo legislativo ordinário.
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- Constituição semi-rígida ou semiflexível:
uma parte poderá ser alterada pelo processo
legislativo ordinário, enquanto outra parte
somente por um processo legislativo especial e
mais dificultoso.
Para Alexandre de Moraes a Constituição Federal
de 1988 pode ser considerada como super-rígida,
uma vez que em regra poderá ser alterada por
um processo legislativo diferenciado, mas,
excepcionalmente, em alguns pontos é imutável,
por conta das cláusulas pétreas (artigo 60º,
parágrafo 4º da Constituição Federal).
f) Quanto à extensão e finalidade:
- Constituição analítica (prolixa,
abrangente): examina e regulamenta
todos os assuntos relevantes à formação,
destinação e funcionamento do Estado.
Exemplo: Constituição brasileira de 1988.
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- Constituição sintética (concisa,
negativa): prevê somente os princípios e
as normas gerais de regência do Estado,
organizando-o e limitando seu poder, por
meio da estipulação de direitos e
garantias fundamentais. Exemplo:
Constituição Norte-americana.
4. CLASSIFICAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO
BRASILEIRA DE 1988
Nossa atual Constituição Federal possui a seguinte
classificação: formal, escrita, dogmática, promulgada, rígida e
analítica.
5. SINÔNIMOS DE CONSTITUIÇÃO
Várias denominações de Constituição são utilizadas pelos
autores, objetivando destacar o caráter de superioridade das normas
constitucionais em relação às demais normas jurídicas, tais como:
Magna Carta, Lei Fundamental, Lei Superior, Lei Máxima, Lei
Maior, Código Supremo e Carta Política.
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6. ELEMENTOS DA CONSTITUIÇÃO
Segundo José Afonso da Silva a estrutura
normativa da Constituição apresenta cinco
categorias de elementos:
a) Elementos orgânicos: são normas que
regulam a estrutura do Estado e do poder.
Exemplo: Títulos III (Da Organização do
Estado), IV (Da Organização dos Poderes e do
Sistema de Governo), Capítulos II e III do Título
V, Capítulos II e III (Das Forças Armadas e da
Segurança Pública) e VI (Da Tributação e do
Orçamento).
• b) Elementos limitativos: são normas que
tratam dos limites da atuação do Estado,
assegurando os direitos e garantias
fundamentais. Exemplo: Título II (Direitos e
Garantias Fundamentais, excetuando-se o
Capítulo II).
•
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• c) Elementos sócio-ideológicos: encontram-se
consubstanciadosnas normas sócio-
ideológicas, que
• revelam a caráter de compromisso das
constituições modernas entre o Estado
individualista e o social intervencionista.
• Exemplo: Capítulo II do Título II (Direitos
Sociais) e Títulos VII (Da Ordem Econômica e
Financeira) e VIII (Da Ordem
• Social).
d) Elementos de estabilização constitucional:
são normas destinadas a assegurar a solução dos conflitos
constitucionais, a defesa da constituição, do Estado e das
instituições democráticas. Exemplo: Artigo 102, inciso I, “a”
(ação de inconstitucionalidade), artigos 34 e 36 (Da
Intervenção nos Estados e Municípios), 59, inciso I e 60
(Processo de emendas à Constituição), 102 e 103
(Jurisdição constitucional) e Título V.
e) Elementos formais de aplicabilidade:
encontram-se consubstanciados nas normas que estatuem
regras de aplicação das constituições, assim, o preâmbulo,
o dispositivo que contém as cláusulas de promulgação e
as disposições transitórias, assim, as normas definidoras
dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação
imediata.
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7. ESTRUTURA DA CONSTITUIÇÃO
PREÂMBULO
TÍTULO I – DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
TÍTULO II – DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
TÍTULO III – DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO
TÍTULO IV – DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES
TÍTULO V – DA DEFESA DO ESTADO E DAS INSTITUIÇÕES
DEMOCRÁTICAS
TÍTULO VI – DA TRIBUTAÇÃO E DO ORÇAMENTO
TÍTULO VII – DA ORDEM ECONÔMICA E FINANCEIRA
TÍTULO VIII – DA ORDEM SOCIAL
TÍTULO IX – DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS GERAIS
ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS
EMENDAS CONSTITUCIONAIS
MÓDULO III
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1. APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS
- José Afonso da Silva, em relação a aplicabilidade
das normas constitucionais, as classifica em:
a) Normas constitucionais de eficácia plena:
"aquelas que, desde a entrada em vigor da Constituição,
produzem, ou têm possibilidade de produzir, todos os
efeitos essenciais, relativamente aos interesses,
comportamentos e situações, que o legislador constituinte,
direta e normativamente, quis regular". Exemplo: os
"remédios constitucionais".
Assim, tais normas possuem aplicabilidade
imediata, e, portanto independem de legislação posterior
para sua plena execução.
NORMAS CONSTITUCIONAIS
b) Normas constitucionais de eficácia
contida: São aquelas "que o legislador
constituinte regulou suficientemente os
interesses relativos a determinada
matéria, mas deixou margem à atuação
restritiva por parte da competência
discricionária do poder público, nos
termos que a lei estabelecer ou nos
termos de conceitos gerais nelas
enunciados". Exemplo: Artigo 5°, XIII da
Constituição Federal.
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b) Normas constitucionais de eficácia
contida
Desta forma, tais normas também
possuem aplicabilidade imediata, mas
admitem redução de seu alcance pela
atividade do legislador infraconstitucional.
Michel Temer prefere a designação
de “normas constitucionais de eficácia
redutível ou restringível”.
c) Normas constitucionais de eficácia limitada:
São aquelas que apresentam "aplicabilidade
indireta, mediata e reduzida, porque somente
incidem totalmente sobre esses interesses, após
uma normatividade ulterior que lhes desenvolva
a aplicabilidade". Exemplo: Artigos 37, VII e 7º,
XI da Constituição Federal.
Assim, tais normas dependem de
regulamentação futura, na qual o legislador
infraconstitucional vai dar eficácia.
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- Maria Helena Diniz propõe outra forma de
classificação:
a) Normas constitucionais de eficácia
absoluta: "as intangíveis; contra elas nem
mesmo há o poder de emendar. Daí
conterem uma força paralisante total de
toda a legislação que, explícita ou
implicitamente, vier a contrariá-las.
Distinguem-se, portanto, das normas 
constitucionais de eficácia plena, que, 
apesar de incidirem imediatamente sem 
necessidade de legislação complementar 
posterior, são emendáveis. Por exemplo, os 
textos constitucionais que ampararam a 
federação (art. 1.°), o voto direto, secreto, 
universal e periódico (art. 14), a separação 
de poderes (art. 2.°) e os direitos e garantias 
individuais (art. 5.°, I a LXXVII), por serem 
insuscetíveis de emenda são intangíveis, 
por força dos arts. 60, § 4.°, e 34,VII, a e b".
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b) Normas constitucionais com eficácia 
plena: "são plenamente eficazes..., desde 
sua entrada em vigor para disciplinarem as 
relações jurídicas ou o processo de sua 
efetivação, por conterem todos os 
elementos imprescindíveis para que haja a 
possibilidade da produção imediata dos 
efeitos previstos, já que, apesar de 
suscetíveis de emenda, não requerem 
normação subcons-titucional subsequente. 
Podem ser imediatamente aplicadas".
c) Normas constitucionais com eficácia relativa 
restringível: “(...) por serem de aplicabilidade 
imediata ou plena, embora sua eficácia possa ser 
reduzida, restringida nos casos e na forma que a 
lei estabelecer; têm, portanto, seu alcance 
reduzido pela atividade legislativa. São preceitos 
constitucionais que receberam do constituinte 
normatividade capaz de reger os interesses, mas 
contêm, em seu bojo, a prescrição de meios 
normativos ou de conceitos que restringem a 
produção de seus efeitos. São normas passíveis 
de restrição".
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• d) Normas com eficácia relativa 
dependente de complementação 
legislativa: "há preceitos constitucionais 
que têm aplicação mediata, por 
dependerem de norma posterior, ou seja, 
de lei complementar ou ordinária, que lhes 
desenvolva a eficácia, permitindo o 
exercício do direito ou do benefício 
consagrado. 
Sua possibilidade de produzir efeitos é 
mediata, pois, enquanto não for 
promulgada aquela lei complementar 
ou ordinária, não produzirão efeitos 
positivos, mas terão eficácia 
paralisante de efeitos de normas 
precedentes incompatíveis e impeditiva 
de qualquer conduta contrária ao que 
estabelecerem. 
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Não recebem, portanto, do constituinte 
normatividade suficiente para sua aplicação 
imediata, porque ele deixou ao Legislativo a 
tarefa de regulamentar a matéria, logo, por 
esta razão, não poderão produzir todos os 
seus efeitos de imediato, porém têm 
aplicabilidade mediata, já que incidirão 
totalmente sobre os interesses tutelados, 
após o regramento infraconstitucional. 
Assim, como v isto acima, Maria Helena Diniz f az uma distinção entre normas constitucionais
de eficácia absoluta, sendo as de aplicação imediata e não admitindo alteração por emenda
constitucional, as denominadas cláusula pétreas, e as normas constitucionais de eficácia plena,
que embora de aplicação imediata, admitem alteração pelo poder constituinte deriv ado de
ref orma.
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- Normas programáticas
Segundo André Ramos Tavares as
normas programáticas “são as que
estabelecem programas a serem
desenvolvidos mediante a vontade do
legislador infraconstitucional”.
Tais normas fixam princípios, programas e
metas a serem alcançadas pelos órgãos
do Estado.
Conforme Tercio Sampaio Ferraz Jr.,
"a eficácia técnica, neste caso, é limitada.
E a eficácia social depende da própria
evolução das situações de fato. Daí
resulta uma aplicabilidade dependente".
Maria Helena Diniz cita exemplos de
normas programáticas: Artigos 21, IX, 23,
170, 205, 211, 215, 218, 226, parágrafo
2º, da Constituição Federal de 1988.
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23
- Teoria da recepção:
No momento em que uma nova
Constituição é colocada em vigor há,
automaticamente, um processo de
reconhecimento da legislação pretérita e
uma verificação de sua conformidade com
a nova ordem que se estabelece.
• Quanto às leisinfraconstitucionais que 
foram editadas sob fundamento de 
validade de Constituição anterior, não 
haverá necessidade de votação de novas 
leis, uma vez que, se uma determinada lei 
editada antes for compatível com a nova 
Constituição, será recepcionada por esta, 
possuindo, então, um novo fundamento de 
validade.
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• Caso as leis infraconstitucionais não 
sejam compatíveis com o novo Diploma 
Constitucional, serão revogadas. Assim, 
uma lei que não for recepcionada será 
revogada, servindo a Constituição como 
uma espécie de “filtro”.
- Teoria da desconstitucionalização
A desconstitucionalização consiste na
manutenção de regra da Constituição
anterior, mas recepcionado pela nona
Constituição, expressamente, como lei
infraconstitucional, desaparecendo o
status de norma constitucional.
A Constituição Federal de 1988 não
adotou este sistema.
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2. INTERPRETAÇÃO DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS:
- Tendo em v ista a solução de conf litos, compatibilizando-se as normas constitucionais, a f im de
que todas tenham aplicabilidade, a doutrina apresenta div ersas regras de hermenêutica constitucional
em auxílio ao intérprete.
- Conf orme Vicente Ráo, "a hermenêutica tem por objeto inv estigar e coordenar por modo
sistemático os princípios científ icos e leis decorrentes, que disciplinam a apuração do conteúdo, do
sentido e dos f ins das normas jurídicas e a restauração do conceito orgânico do direito, para ef eito
de sua aplicação e interpretação; por meio de regras e processos especiais procura realizar,
praticamente, estes princípios e estas leis científicas; a aplicação das normas jurídicas consiste na
técnica de adaptação dos preceitos nelas contidos assim interpretados, às situações de f ato que se
lhes subordinam".
- O termo “intérprete”, salienta Fernando Coelho, "tem origem latina - interpres - que designav a
aquele que descobria o f uturo nas entranhas das v ítimas. Tirar das entranhas ou desentranhar era,
portanto, o atributo do interpres, de que deriv a para a palav ra interpretar com o signif icado específico
de desentranhar o próprio sentido das palav ras da lei, deixando implícito que a tradução
do v erdadeiro sentido da lei é algo bem guardado, entranhado, portanto, em sua própria
essência".
- Canotilho enumera v ários princípios e regras interpretativ as das normas constitucionais:
• da unidade da constituição: a interpretação constitucional dev er ser realizada de
maneira a ev itar contradições entre suas normas;
• do efeito integrador: na resolução dos problemas jurídico-constitucionais, dev erá ser
dada maior primazia aos critérios fav orecedores da integração política e social, bem como ao ref orço
da unidade política;
• da máxima efetividade ou da eficiência: a uma norma constitucional dev e ser atribuído
o sentido que maior ef icácia lhe conceda;
• da justeza ou da conformidade funcional: os órgãos encarregados da interpretação da
norma constitucional não poderão chegar a uma posição que subv erta, altere ou perturbe o esquema
organizatório-f uncional constitucionalmente estabelecido pelo legislador constituinte originário;
• da concordância prática ou da harmonização: exige-se a coordenação e combinação
dos bens jurídicos em conf lito de f orma a ev itar o sacrif ício total de uns em relação aos outros;
• da força normativa da constituição: entre as interpretações possíveis, dev e ser
adotada aquela que garanta maior ef icácia, aplicabilidade e permanência das normas constitucionais.
- Tais princípios são perf eitamente completados por algumas regras propostas por Jorge
Miranda:
• a contradição dos princípios dev e ser superada, ou por meio da redução proporcional
do âmbito de alcance de cada um deles, ou, em alguns casos, mediante a pref erência ou a
prioridade de certos princípios;
• dev e ser f ixada a premissa de que todas as normas constitucionais desempenham
uma f unção útil no ordenamento, sendo v edada a interpretação que lhe suprima ou diminua a
f inalidade;
• os preceitos constitucionais dev erão ser interpretados tanto explicitamente
quanto implicitamente, a f im de colher-se seu v erdadeiro signif icado.
10/4/2014
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- Interpretação conf orme a Constituição:
Segundo Canotilho, "a interpretação conf orme a constituição só é legítima quando existe um
espaço de decisão (= espaço de interpretação) aberto a v árias propostas interpretativ as, umas em
conf ormidade com a constituição e que dev em ser pref eridas, e outras em desconf ormidade com ela”.
Conf orme entendimento do STF, a técnica da denominada interpretação conf orme só é
utilizáv el quando a norma impugnada admite, dentre as v árias interpretações possív eis, uma que a
compatibilize com a Carta Magna, e não quando o sentido da norma é unív oco, tendo salientado o
Ministro Moreira Alv es que "em matéria de inconstitucionalidade de lei ou de ato normativ o, admite-se,
para resguardar dos sentidos que eles podem ter por via de interpretação, o que f or
constitucionalmente legítimo - é a denominada interpretação conf orme a Constituição".
Para que se obtenha uma interpretação conf orme a Constituição, o intérprete poderá
declarar a inconstitucionalidade parcial do texto impugnado, no que se denomina interpretação
conf orme com redução do texto, ou, ainda, conceder ou excluir da norma impugnada determinada
interpretação, a f im de compatibilizá-la com o texto constitucional. Essa hipótese é denominada
interpretação conf orme sem redução do texto. Vislumbram-se, portanto, três hipóteses:
• Interpretação conforme com redução do texto: declara-se a inconstitucionalidade de
determinada expressão, possibilitando, à partir dessa exclusão de texto, uma interpretação compatív el
com a Constituição Federal. Exemplo: Adin n.° 1.127-8, o STF, que, liminarmente, suspendeu a
ef icácia da expressão ou desacato contida no art. 7.°, § 2.°, do Estatuto da OAB (Lei n.° 8.906/94);
• Interpretação conforme sem redução do texto, conferindo à norma impugnada uma
determinada interpretação que lhe preserve a constitucionalidade: técnica de suspensão da
ef icácia parcial do texto impugnado sem a redução de sua expressão literal.
• Interpretação conforme sem redução do texto, excluindo da norma impugnada uma
interpretação que lhe acarretaria a inconstitucionalidade: nesses casos, o Supremo Tribunal
Federal excluirá da norma impugnada determinada interpretação incompatív el com a Constituição
Federal, ou seja, será reduzido o alcance v alorativ o da norma impugnada, adequando-a à Carta
Magna.
Vale ressaltar que a declaração de inconstitucionalidade parcial sem redução de texto é um
importante instrumento decisório para atingir-se uma interpretação conf orme a Constituição.

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