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Origem do Coelho

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Origem do Coelho
Os primeiros dados referentes à criação do coelho e sua exploração datam dos tempos mais remotos, entretanto a sua origem é muito discutida.
Alguns afirmam ser o coelho originário do sul da Europa, e que só muito depois foi introduzido nos outros países. Entretanto, muitos afirmam ser o coelho proveniente do sul da África, de onde passou para a Europa, daí se propagou logo com rapidez por todo o Continente.
Nada sabemos ao certo quando foi domesticado, entretanto parece que os romanos foram os primeiros a criar os coelhos, em liberdade, em grandes parques. Mais tarde, as primeiras tentativas da domesticação do coelho foram iniciadas nos conventos, onde os monges da Idade Média foram os primeiros propagadores da cunicultura em alojamentos e gaiolas, por toda Europa, principalmente na Bélgica, França, Inglaterra de onde essa criação do coelho se espalhou pelo mundo todo.
Somente muitos anos depois é que a criação do coelho foi introduzida nos Estados Unidos e Canadá, países estes em que a cunicultura alcançou o seu maior desenvolvimento. Nos Estados Unidos, o centro da criação de coelhos está situada na Califórnia, onde são encontradas as maiores granjas, cujos animais são enviados para todo país, não só como reprodutores para início de criação, como também abatidos, cuja carne é destinada aos hospitais, hotéis e casas de carne. Durante a última guerra mundial, muitos países que tinham dificuldades em adquirir carne para o mercado interno, incentivaram o povo a dedicar-se à criação de coelho. Nos Estados Unidos, por exemplo, a criação doméstica do coelho passou a ter um caráter industrial, pois devido ao consumo cada vez maior da carne que não estava sujeita aos cartões de racionamento, as criações foram aos poucos aumentando a produção para melhor atenderem ao mercado consumidor. 
No Brasil, a criação de coelho bem orientada, organizada e com fins comerciais começou a aparecer a partir de 1957 no Estado de São Paulo, após a primeira exposição de coelhos realizada na cidade de Leme, patrocinada pelo Departamento de Produção Animal da Secretaria da Agricultura.
As Relações Desarmônicas são as que trazem prejuízos para uma das partes envolvidas.  Estas relações ocorrem tanto entre indivíduos da mesma espécie (intraespecíficas) quanto entre indivíduos de espécies diferentes (interespecíficas).  As relações desarmônicas são de grande importância para o contexto ecológico, uma vez que são as responsáveis diretas pelo estabelecimento do equilíbrio nos ecossistemas e o controle das populações que coabitam o mesmo biótopo.
As relações desarmônicas intraespecíficas conhecidas são: canibalismo e competição intraespecífica.
COMPETIÇÃO INTRAESPECÍFICA.
Tipo de relação onde indivíduos da mesma espécie lutam entre si por diversos fatores.  Dentre os principais fatores podemos citar: parceiro reprodutivo, domínio do território, alimento, habitat, defesa da prole, disponibilidade de água, de luz, de nutrientes, etc.
Exemplos.
Coelhos – os coelhos apresentam um comportamento de competição especialmente por território.  Experimentos realizados na Austrália (país onde os coelhos foram introduzidos e se transformaram em uma verdadeira praga) mostram que os coelhos estabelecem um território que é respeitado por outros coelhos da mesma espécie.  O território é demarcado por um casal, que comanda a clã.  No território a coelha - líder fica com o ninho mais bem protegido na série de buracos e túneis cavados com a finalidade de procriação.  As fêmeas subordinadas ficam com os buracos mais rasos e suscetíveis a enchentes e a ação dos predadores.  Os machos demarcam seu território e fêmeas de sua clã com a sua urina.  A urina possui ferormônios (substâncias especiais que deixam cheiro característico).  O coelho, a exemplo de diversos outros mamíferos, é dotado de glândulas especiais que produzem o ferormônio.
A criação de coelhos ou mesmo ter apenas um animalzinho em casa requer vários cuidados. Esses estão relacionados ao ambiente em que vivem e como vivem.
Temperatura ambiente para criação de coelhos
Os coelhos aguentam muito bem temperaturas mais baixas do que temperaturas elevadas. No Brasil geralmente tem temperaturas mais elevados o ano todo. Isso pode trazer alguns prejuízos econômicos e principalmente ao bem-estar dos coelhos. O intervalo de conforto está entre 18 e 21°C, sendo crítica abaixo de 10°C e acima de 28°C.
Temperaturas acima de 30°C causam esterilidade temporária em machos, afeta o comportamento reprodutivo e sexual. Também altera os componentes do leite, causa aborto, parto prematuro e muitas vezes a morte da matriz. Acima de 40°C ocorre morte de todos os animais se não forem tomadas medidas. Alguns pesquisadores indicam como controle da temperatura colocar sacos de gela nas gaiolas, realizar o fornecimento de ração manhã e fim da tarde, quando as temperaturas diminuem, passar água no dorso dos coelhos e reduzir os acasalamentos.
A perda de calor pelos coelhos ocorre por perdas evaporativas como a ofegação, com baixa eficiência, e perdas não evaporativas observadas pela posição do corpo quando se deitam estendidos e mantêm as orelhas elevadas. Os coelhos não apresentam glândulas sudoríparas.
Somente os filhotes dentro do ninho, chamados láparos precisam de temperatura mínima de 28°C, sendo ideal de 32-34°C. Essa temperatura é conseguida no ninho graças ao pelos retirados pela mãe na confecção do ninho antes do nascimento dos láparos.
Qualidade do ar
O ar onde os coelhos vivem precisam ser livres de poluentes, fumaça, poeira, amônia da urina, metano das fezes e gás carbônico, conseguida com boa ventilação. Caso contrários os coelhos podem desenvolver problemas respiratórios. A umidade ideal é de 60-70%.
Ambiente – Gaiola
Coelhos que são mantidos em gaiolas precisam ter um espaço mínimo de 80 cm de comprimento, 60 cm de largura e 40 cm de altura para cada coelho. Claro que para coelhos gigantes a gaiola precisa ser o dobro. Porém as gaiolas precisam ter materiais que melhoram as condições de vida deles. Pois, a falta de estímulos também afeta a reprodução, no caso as fêmeas podem não aceitar os machos. Além do efeito na reprodução, qualquer coelhos num ambiente sem estímulos pode ter um sistema imune prejudicado, o crescimento é inibido e ocorre catabolismo de tecidos.
Para a European Food Safety Authority (EFSA) existem algum objetos que obrigatoriamente precisam estar dentro das gaiolas de coelhos como a plataforma elevada que pode ser de madeira ou plástico, prancha de apoio para os pés, túneis ou tocas, feno e pedaços de madeira ou brinquedos de madeira.
Hoje, vamos falar sobre o oryctolagus cuniculus
Tome cuidado para não fazer muito barulho, porque eles se assustam facilmente.  
Veja aqui as 10 curiosidades
Eles não são roedores: Ao contrário do que todos pensam, os coelhos não são roedores. São mamíferos e herbívoros; por isso sua dieta deve incluir legumes e fibras, como o feno ou grama.
Os coelhos ronronam: Se o seu coelho ronrona ou range os dentes, é um sinal de que está feliz e precisa ser acariciado. É um momento muito carinhoso.
Os coelhos são como os cães. Viram de barriga para cima para que você possa acariciá-lo. Esse é um sinal de confiança.
As unhas e os dentes dos coelhos não param de crescer. Eles precisam de um brinquedo de madeira para roer. Devemos estar sempre atentos aos seus dentes; se eles não se desgastarem, podem vir a ter problemas e até parar de comer. Quanto às suas unhas, elas devem ser cortadas a cada seis meses.
Não é recomendado dar banho neste animal. Eles são muito limpos e fazem a sua própria higiene pessoal. Mas, se por algum motivo, estiverem muito sujos, você pode banhá-lo com cuidado, para que ele não se assuste. Também pode lavá-los a seco, com xampu específico para coelhos.
Você pode não acreditar, mas os coelhos ficam entediados. Eles precisam de atenção, brincadeiras, brinquedos, interagir com pessoas e outros coelhos. Precisam fazer exercícios, adoram correr e pular soltos por aí, isso é essencial paraque não fiquem obesos.
Os coelhos devem comer com frequência, para que o seu intestino funcione bem. Eles comem o seu próprio excremento noturno, que contém uma substância chamada cecotrofos, que é muito saudável para eles.
Seus recordes: Um coelho pode atingir a velocidade de 55km/h. Seu salto mais alto pode atingir 1 metro de altura e o mais longo até 3 metros. Segundo o Guinness Book, o maior coelho do mundo mede 1,23m e pesa cerca de 20kg. A maior ninhada foi de 24 filhotes e isso aconteceu por duas vezes.
Realizam acrobacias: É muito divertido ver um coelho saltando e dando piruetas como um louco. Eles se comportam assim quando estão felizes.
A visão do coelho pode chegar a quase 360º. O seu campo visual tem apenas um ponto cego, que é na frente do seu rosto. Para suprir essa deficiência, ele possui pelos no nariz, que são capazes de detectar qualquer coisa.
O coelho como presa do lince
Com efeito, o consumo de presas alternativas ao coelho tende a ser reduzido ao mínimo no Verão, quando a abundância de coelho é maior, por oposição ao que acontece no Outono-Inverno (Delibes, 1980). As espécies-presa alternativas que também fazem parte do menu do lince são alguns ungulados, a lebre, diversos micromamíferos, e aves como a perdiz ou os patos.
Apesar de poder complementar a sua dieta com presas distintas, o que é facto é que o lince constitui um predador “especialista em coelhos” que depende da disponibilidade desta presa para sobreviver e reproduzir-se.
Tendo em conta a dependência do lince-ibérico do coelho como fonte de alimento principal, bem como as necessidades energéticas diárias de cada indivíduo, calcula-se que cada lince adulto necessite de consumir em média um coelho por dia (Aldama e Delibes, 1990; Aldama e Delibes, 1991), sendo necessária uma densidade mínima a rondar 1 coelho/ha para manter uma população de lince numa determinada área no Outono (Palomares, 2001).
Na caça ao coelho, o lince tem ao seu dispor diferentes tácticas. Com efeito, este felino pode optar por perseguir a presa sem ser visto, a que se segue uma emboscada e o ataque em salto (Delibes, 1980) ou, alternativamente, pode-lhe fazer uma espera em terreno aberto mas camuflado pela vegetação, aguardando a sua aproximação (Valverde, 1967).
 Embora, a especialização alimentar não seja uma estratégia comum entre os predadores típicos dos habitats mediterrânicos, existem diversas outras espécies de predadores que também se alimentam de coelhos que, no entanto, não o fazem de forma “quase exclusiva” como acontece com o lince. Exemplo disso são outros mamíferos carnívoros como a raposa, o sacarrabos ou a geneta, que funcionam portanto como competidores do lince no que ao coelho diz respeito. Diversos são os estudos que referem que estes outros predadores de coelho são alvo do lince, que os persegue e mata sem no entanto os ingerir (Valverde, 1957, 1960; Palomares et al, 1996). Este comportamento de super-predação, que foi interpretado como forma de eliminação da concorrência, parece ter efeitos positivos sobre as populações de coelhos, através da diminuição do número total de coelhos capturados numa dada área num dado intervalo de tempo se os linces estiverem aí presentes. Com efeito, a densidade de coelho é superior em áreas de ocorrência de lince apesar da sua exploração como presa, do que nas áreas envolventes que não fazem parte do território de nenhum felino desta espécie.
Deste modo, a relação entre as populações de lince e coelho é bidireccional: não só a presença de lince é condicionada pela disponibilidade de coelho numa dada área, como as populações desta presa podem beneficiar demograficamente da presença deste predador nas zonas que habitam.
 
O declínio do coelho como factor-chave no declínio do lince
O coelho foi em tempos históricos uma presa muito abundante na Península Ibérica, facto que ficou imortalizado na designação “Hispania” atribuída ao território pelos Romanos, derivado de um termo próximo atribuído pelos Fenícios, que significa literalmente “ilha de coelhos”, segundo alguns autores. Esta elevada abundância reflecte, em boa medida, o grande potencial reprodutor deste lagomorfo. A expressão “reproduzir-se como um coelho”, usada como metáfora para caracterizar alguém que tem uma prole numerosa, faz parte da linguagem popular, e reflecte a capacidade dos efectivos populacionais desta espécie crescerem exponencialmente. Isto porque cada fêmea, que atinge a maturidade sexual aos 3,5 meses de idade, pode gerar mais diversas ninhadas de 3-6 crias anualmente.
No entanto, as em tempos prolíficas populações de coelho deixaram de o ser na maior parte da Península Ibérica, como resultado de um conjunto de fenómenos que actuaram de forma concertada desde meados do século passado e foram responsáveis por um declínio populacional generalizado que se acentuou nos últimos anos.
O aparecimento da Mixomatose em meados do séc. XX constituiu o primeiro golpe, já que esta doença, introduzida intencionalmente em França por um agricultor com o intuito de controlar as populações deste lagomoforfo, é letal, conduzindo à morte dos animais infectados 13 dias após os primeiros sintomas (Smith e Boyer, 2008). A esta epizootia veio juntar-se, no início da década de 90 no caso do território português, a Doença Hemorrágica Viral, também ela causadora de elevados índices de mortalidade nas populações de coelho (Cabral, 2005). Os efeitos destas duas doenças foram agravados por fenómenos de perda, degradação e fragmentação de habitat, consequência do abandono das práticas agro-silvo-pastorias tradicionais que mantinham o mosaico de áreas de vegetação mais densa e áreas mais abertas que constituem o habitat preferencial do coelho, que também se viu alterado pelo estabelecimento de plantações de árvores de crescimento rápido e pela adopção de práticas de agricultura intensiva. Por fim, a perseguição directa e indirecta de que a espécie é alvo por destruir cultivos, bem como a sua exploração excessiva em termos cinegéticos quando não é acompanhada de uma gestão adequada, também tem contribuiu para piorar a situação em diversas áreas (Cabral, 2005; Smith e Boyer, 2008).
 Em termos globais, calcula-se que, na última década o efectivo populacional de coelho a nível nacional tenha sofrido uma redução de mais de 30%, tendo a espécie sido classificada como “Quase Ameaçada” no âmbito do Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal (Cabral, 2005).
Dada a dependência do lince do coelho, a diminuição da abundância do coelho, e consequentemente, da sua disponibilidade como presa, afectaram directa e negativamente de forma muito significativa, as populações de lince. Com efeito, Alejandro Rodríguez refere, na  Enciclopedia Virtual de los Vertebrados Españoles  (Rodriguez, 2004) que “as tendências em termos de distribuição e abundância descritas para ao lince a todas as escalas são consistentes com uma forte resposta numérica às flutuações na disponibilidade de coelhos”.
 
A recuperação das populações de coelho como imperativo na Conservação do lince
Uma condição essencial para o sucesso da conservação do lince é a recuperação das depauperadas populações de coelho, algo que está contemplado no projecto IBERLINX, à semelhança de outros projectos que estão actualmente a ser implementados.
Esta recuperação passa, na prática, por fomentar as populações de coelho de diferentes formas. Em primeiro lugar deve fazer-se uma gestão do habitat de forma a aumentar a sua “capacidade de carga”. Isto passa pelo aumento disponibilidade de alimento, água e refúgio, através da construção de refúgios artificiais – e.g., marouços – e a colocação de alimentadores artificiais e bebedouros que são reabastecidos regularmente. Como complemento destas acções pode-se recorrer ao repovoamento com animais resultantes de reprodução em cativeiro ou capturados noutros locais (atendendo a um conjunto de restrições de natureza sanitária e genética), aliado a actuações ao nível do controlo das epizootias – possivelmente com vacinação dos indivíduos - e gestão dapredação de predadores generalistas.

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