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UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA A´REA DE CIEˆNCIAS EXATAS E TECNOLO´GICAS Curso de Especializac¸a˜o em Engenharia de Automac¸a˜o Industrial Disciplina: Motores Ele´tricos Professor: Maur´ıcio Ruviaro Acadeˆmico: Eliton Tiago Guzi Guarnieri Resumo: PRACTICAL GUIDELINES FOR PLANNING NETWORK CONNECTION OF ELECTRIC DRIVE SYSTEMS ANDREWS, J.; GHEETH, A. H.; GANESAN, V. PRACTICAL GUIDELINES FOR PLANNING NETWORK CONNECTION OF ELECTRIC DRIVE SYSTEMS. In: 2017 Petroleum and Chemical Industry ConferenceEurope (PCIC Europe). [S.l.: s.n.], 2017. p. 1–11. Motores ele´tricos sa˜o amplamente utilizados na indu´stria de petro´leo e ga´s para alimentar cargas mecaˆnicas, como bombas, ventiladores e compressores. A maioria das aplicac¸o˜es exige um controle de velocidade e torque, podendo ser por meios mecaˆnicos ou ele´tricos, mas por se possuir maior eficieˆncia no controle sa˜o utilizados os meios ele´tricos, atrave´s do uso de unidades de frequeˆncia varia´vel (VFD, Variable Frequency Drive). Os motores de corrente alternado, teˆm sua velocidade definida pelos nu´meros de polos do motor ou a frequeˆncia da sua rede de alimentac¸a˜o. O nu´mero de polos e´ fixado na fabricac¸a˜o do motor, para atender a maior velocidade requerida e a frequeˆncia de alimentac¸a˜o pode ser controlada com a utilizac¸a˜o de unidades de frequeˆncia varia´vel. As VFD’s possuem como elementos principais o retificador, o barramento de corrente continua e o inversor. E podem ser principalmente classificadas como inversores de fonte de corrente (CSI, current source inverters), onde a energia e´ armazenada no indutor, ou por inversores de fonte de tensa˜o (VSI, voltage source inverters), onde a energia e´ armazenada no capacitor. A utilizac¸a˜o de VFD’s proporciona diversas vantagens, como a ampla gama de controle de velocidade, alto controle da carga, alto torque de partida, alta confiabilidade, corrente menor na partida e economia de energia. Varias empresas possuem calculadoras on-line para determinar a economia de energia que uma VFD pode propiciar. Um motor conectado direto na rede (DOL, Direct on Line) tem de ser corretamente projetado, de forma que a rede, a carga e o motor suportem a sua corrente de ine´rcia durante o arranque, ao mesmo tempo que entrega o torque para colocar a carga em velocidade nominal. Pois se a rede na˜o suportar tal esforc¸o pode ocorrer uma queda de tensa˜o que afetara´ os outros componentes conectados na mesma rede. Isso e´ melhor tratado com a utilizac¸a˜o de uma VFD, onde o motor e´ iniciado com 100% do torque desde o comec¸o da partida. Flutuac¸o˜es de tenso˜es em motores conectados na rede, particularmente motores s´ıncronos, onde uma queda de tensa˜o pode fazer que o motor perca o sincronismo ou ate´ mesmo desligue. Ja´ uma VFD pode ser projetada para quando houver uma perturbac¸a˜o de tensa˜o, ela fornec¸a torque total ou reduzido a carga. Normalmente uma VFD e´ projetada para fornecer carga total com variac¸o˜es de +/- 5% de tensa˜o ou +/- 2,5% de frequeˆncia. Para valores de quedas momentaˆneas de 5 a 30% de tensa˜o, a VFD fornecera´ tensa˜o e corrente reduzida, evitando assim a perda de sincronismo do motor. Todas as unidades de velocidade varia´vel criam harmoˆnicos na rede, estes sa˜o elementos na˜o senoidais dentro da forma de onda. Para reduzir estas pertubac¸o˜es, existem normas nacionais e 1 internacionais que determinam os limites harmoˆnicos aceita´veis, como a IEEE 519. Uma VFD conectada a um motor s´ıncrono, mesmo este com fator de poteˆncia unita´rio, na˜o evitara´ os harmoˆnicos na rede, pois ela somente vera´ o fator de poteˆncia da ponte retificadora da VFD, que em pontes de diodos sa˜o de aproximadamente 0,96% ou em pontes de tiristores que sa˜o de 0,89%. A soluc¸a˜o normalmente empregada e´ a utilizac¸a˜o de uma ponte de 12 pulsos na VFD e tambe´m o projeto de um filtro de capacitaˆncia e indutaˆncia na rede para correc¸a˜o do fator de poteˆncia e absorc¸a˜o dos harmoˆnicos. As VFD’s na˜o criam harmoˆnicos somente na rede, ha´ tambe´m harmoˆnicos presentes na forma de onda que vai ao motor. Eles podem criar picos de tensa˜o e com isso gerar aquecimento no motor danificando a sua isolac¸a˜o, sendo necessa´rio um motor com um isolamento maior ou a adic¸a˜o de filtro, entre a VFD e o motor, para melhorar a forma de onda entregue ao motor. Para aquisic¸a˜o de uma VFD deve ser informado ao fornecedor a tensa˜o da rede, n´ıveis de ma´ximo e mı´nimo curto circuito, n´ıvel de tensa˜o auxiliar, poteˆncia do eixo do motor, faixa de velocidade operacional, curva de velocidade e torque da carga, temperatura e umidade do ambiente e outras caracter´ısticas como espac¸os de instalac¸a˜o e normas aplica´veis (fator de poteˆncia, harmoˆnicos). Os grandes avanc¸os e mudanc¸as no desenvolvimento das grandes VFD’s, tornam um desafio para os usua´rios finais se manterem atualizados nestas tecnologias. Contudo, cada adic¸a˜o de uma VFD deve conter uma designac¸a˜o e engenharia cuidadosa, evitando qualquer incompatibilidade com o sistema. E tambe´m, e´ altamente recomenda´vel que o fabricante da VFD seja o responsa´vel pela concepc¸a˜o de todo o sistema, garantido assim o funcionamento de toda a planta e evitando falhas futuras. 2 Resoluc¸a˜o de exerc´ıcios 1 As caracter´ısticas funcionais t´ıpicas dos rele´s sa˜o comumente descritas em termos de: velocidade, sensibilidade, confiabilidade e seletividade. Descreva duas dessas funcionalidades A confiabilidade de um rele´ esta´ diretamente ligado com a seguranc¸a que e´ necessa´rio para protec¸a˜o de um determinado equipamento, o grau de certeza de uma func¸a˜o ser executada de forma desejada, na˜o podendo atuar fora da zona de protec¸a˜o ou ate´ mesmo na auseˆncia de falta. Sendo a confiabilidade a certeza de uma operac¸a˜o correta a ocorreˆncia de uma falha e a de na˜o omissa˜o de um disparo. A seletividade tem como foco principal assegurar um servic¸o cont´ınuo e seguro, pois garante que somente o circuito com defeito seja desligado. Com a seletividade, o sistema atuara´ primeira mais pro´ximo do ponto de falha, caso esta somente na˜o seja suficiente enta˜o o sistema atuara´ a seguinte, e assim por diante. 2 Em relac¸a˜o a` protec¸a˜o por meio de rele´s, explique o significado dos seguintes termos te´cnicos: Pick-up, Trip e Dropout Pick-up e´ o valor de atuac¸a˜o do rele´ de protec¸a˜o, podendo este ser de grandezas de tensa˜o, corrente, entre outros. Trip e´ o sinal de abertura do rele´ de protec¸a˜o, ou seja quando o rele´ detectou uma falha. Dropout e´ o valor de grandeza de ajuste do rele´, podendo esta´ ser de tensa˜o, corrente, entre outros, onde o rele´ ira´ voltar ao estado de repouso, ou seja, retornar de uma falha (Trip). 3 Estabelec¸a a correlac¸a˜o mais adequada entre os equipamentos de protec¸a˜o (I a VI) e suas func¸o˜es ou caracter´ısticas (A a F) I. Rele´ de tensa˜o II. Disjuntor III. Fus´ıvel IV. Rele´ de sobrecorrente 3 V. Rele´ de sincronismo VI. Rele´ diferencial A. Permite abrir circuitos (manobra), protec¸a˜o de condutores contra sobrecarga (dispositivo te´rmico) e protec¸a˜o contra curto-circuito (dispositivo magne´tico); B. Protec¸a˜o de geradores contra faltas internas; C. Na˜o permite o rearme do circuito apo´s a sua atuac¸a˜o, devendo ser substitu´ıdo; D. Incorporam as func¸o˜es 27 (subtensa˜o) e 59 (sobretensa˜o); E. Verifica se as condic¸o˜es de paralelismo entre o gerador e a rede foram atendidos antes do fechamento do disjuntor de interligac¸a˜o; F. Atua na protec¸a˜o de motores de induc¸a˜o quando submetidos a` sobrecarga. A partir das correlac¸o˜es acima estabelecidas, marque a alternativa correta: a) I-D; II-E; III-C; IV-F; V-A; VI-B b) I-B; II-E; III-C; IV-F; V-A; VI-D c) I-D; II-A; III-C; IV-B; V-E; VI-F d) I-D; II-A; III-C; IV-F; V-E; VI-B e) I-D; II-C; III-A; IV-B; V-E; VI-F A Respostacorreta e´ a letra D. 4 Considere o seguinte transformador de corrente definido pela IEC: 10P20, 25VA, 50:1A, 0,6kV, 60Hz. A partir destas informac¸o˜es, especifique um TC equivalente pela NBR/ ABNT Com base nos dados e´ necessa´rio encontrar o V2maximo, para isso e´ necessa´rio encontrar o RTC e o Zcarga, como pode ser visto abaixo. 4 Com isso podemos determinar que o mesmo TC nas especificac¸o˜es da ABNT seria o 10B500 (FS20). 5 Considere o diagrama unifilar apresentado na Figura 1, no qual tem-se um TC classe 10B400; 600/5A Determinar: 5 a) A corrente no secunda´rio do TC quando passam 540A pelo prima´rio; b) A corrente no secunda´rio do TC diante de um curto-circuito de 12000A no terminal prima´rio do TC; c) A ma´xima carga no secunda´rio para que o TC respeite sua classe de exatida˜o diante do curto-circuito indicado a Figura. 6 Ao se medir a resisteˆncia dos Pt-100’s de um motor de induc¸a˜o trifa´sico, notou-se o valor de 147,95Ω. Nestas condic¸o˜es, qual e´ a temperatura absoluta do motor? Utilizando da fo´rmula para valores de resisteˆncia maiores que 100Ω e o Pt-100 sendo de platina: t = √ A2 − 4.B(1− Rt R0 )− A 2.B (1) e sabendo do valor das constantes: A = 3, 90802.10−3 B = −5, 802.10−7 R0 = 100Ω 6 7 Explique a diferenc¸a entre Termostatos e Termistores. Tanto um como o outro, sa˜o formas de leitura de temperatura com base na reac¸a˜o de metais. O Termostato comum se baseia no movimento de ele´trons no contato de dois metais distintos, estes podendo ser de cobre e de alumı´nio, tungsteˆnio ou n´ıquel. O Termistor e´ um semicondutor sens´ıvel as variac¸o˜es de temperatura, normalmente cobalto ou manganeˆs, possui uma boa toleraˆncia e precisa˜o, sa˜o usualmente aplicados onde uma precisa˜o na leitura da temperatura se faz necessa´ria. 7 8 Explique a protec¸a˜o te´rmica (func¸a˜o 49) aplicada a`s ma´quinas ele´tricas girantes. A protec¸a˜o te´rmica se faz necessa´ria pois uma alta temperatura pode danificar os enrolamentos desta ma´quina, mesmo a corrente de partida sendo alta esta´ na˜o danifica o motor, mas muitas partidas seguidas podem acarretar um aquecimento anormal e a protec¸a˜o te´rmica deve atuar, como tambe´m deve atuar em casos de sobrecarga, onde o motor/gerador passa muito tempo com uma corrente acima da sua nominal. A protec¸a˜o te´rmica deve ser regulada de forma que fique abaixo da curva te´rmica do motor/gerador, dando assim condic¸o˜es de trabalho tanto em regime, como em partidas, acelerac¸a˜o e rotor bloqueado. 9 Explique as func¸o˜es de protec¸a˜o te´rmica e magne´tica incorporadas aos disjuntores. Os disjuntores que possuem a protec¸a˜o te´rmica e magne´tica sa˜o comumente chamados de disjuntor termomagne´tico, possuem ainda a func¸a˜o de manobra, como tambe´m um atuador magne´tico para protec¸a˜o de curto circuito e um atuador bimeta´lico como protec¸a˜o de sobrecarga. O disparador magne´tico e´ composto por uma bobina magne´tica e uma armadura de imersa˜o, correntes que ultrapassam a corrente nominal do equipamento de protec¸a˜o geram um campo magne´tico que atrai a armadura, acionando assim o mecanismo de desarme do disjuntor. A protec¸a˜o te´rmica por sua vez atua com base na dilatac¸a˜o diferenciada entre dois metais, quando uma corrente ultrapassa a nominal gera um aquecimento e o bimetal dobra, ate´ que ele acionada o mecanismo de desarme do disjuntor. A protec¸a˜o magne´tica ocorre de treˆs a cinco milissegundos, enquanto a te´rmica pode levar muito tempo e pode ser influenciada pela temperatura ambiente. 10 Represente os esquemas de protec¸a˜o diferencial cla´ssico e diferencial auto-balanceado aplicados em ma´quinas ele´tricas trifa´sicas. A protec¸a˜o diferencial atua de forma a medir as corrente de entrada e de sa´ıda, caso estas na˜o sejam iguais, existe uma falha. Como observado na figura abaixo, existe um TC na entrada do equipamento a ser protegido e outro no final. Este circuito possui uma alta sensibilidade e seletividade a diferentes n´ıveis de corrente. 8 Figura 1 - Protec¸a˜o diferencial cla´ssica, retirada de http://www.osetoreletrico.com.br A protec¸a˜o diferencial auto-balanceada, pode ser vista na figura abaixo, este esquema se utiliza de um TC para cada um dos dois lados dos enrolamentos da ma´quina, pois se as correntes forem iguais elas se cancelaram. Para utilizac¸a˜o deste modelo de protec¸a˜o e´ obrigato´rio ter acesso aos cabos de entrada e sa´ıda dos enrolamentos. Figura 2 - Protec¸a˜o diferencial auto balanceada, retirada de http://www.osetoreletrico.com.br 11 Cite cinco protec¸o˜es t´ıpicas aplicadas aos geradores s´ıncronos. Func¸a˜o 24 - Sobreexitac¸a˜o de tensa˜o ou de frequeˆncia: O fluxo magne´tico esta´ diretamente ligado a frequeˆncia e tensa˜o de trabalho, a sua densidade e´ um bom indicador de aquecimento, mesmo com o gerador trabalhando a vazio. Este rele´ evita o de aumento da corrente de campo e o sobreaquecimento do gerador, evitando assim uma poss´ıvel falha de isolac¸a˜o. Alterac¸o˜es na excitac¸a˜o ocorrem normalmente na inicializac¸a˜o ou desligamento do gerador e durante rejeic¸o˜es de carga. Func¸a˜o 32 - Rele´ direcional de poteˆncia ou Anti-motorizac¸a˜o: Este rele´ tem como objetivo impedir que o gerador comec¸a a funcionar como um motor, monitorando a direc¸a˜o do fluxo da poteˆncia ativa. O rele´ de anti-motorizac¸a˜o visa mais proteger a turbina do que o pro´prio gerador, devendo seguir as orientac¸o˜es do fabricante da turbina para regulagem deste rele´. 9 Func¸a˜o 40 - Perda de campo: A perda do campo no gerador pode ocorrer se o disjuntor de campo atuar, abertura ou curto no campo, falha ou perda do sistema de controle do campo. Esta falha ira´ fazer o gerador trabalhar em velocidade diferente da s´ıncrona, passando a funcionar como um gerador de induc¸a˜o. O rele´ funciona normalmente verificando a variac¸a˜o de impedaˆncia vista nos terminais do gerador. Func¸a˜o 46 - Protec¸a˜o contra correntes desequilibradas ou sequeˆncia negativa: Este rele´ serve para atuar quando ocorre assimetrias causadas por cargas desequilibradas, faltas desequilibradas e ate´ falta de fase. Ele atua tambe´m em caso de correntes com sequeˆncia negativa, que estas induzem correntes no rotor, levando o gerador a um sobreaquecimento. Func¸a˜o 51V - Sobrecorrente temporizada com restric¸a˜o de tensa˜o: Quando ocorre um curto-circuito em um gerador, ocorre dois fenoˆmenos simultaˆneos, a sobrecorrente e a subtensa˜o. Este rele´ deve atuar sobre o disjuntor principal do gerador, desligando tambe´m o campo e a turbina. O rele´ normalmente e´ ajustado para 1,5 a 2 da corrente nominal do gerador, com uma temporizac¸a˜o de meio segundo. 12 Determine a poteˆncia reativa e a capacitaˆncia de um banco de capacitores necessa´rio para a correc¸a˜o do fator de poteˆncia do motor abaixo para 0,95. Dados do motor: • Poteˆncia nominal: 1810 cv • Tensa˜o: 4160V • Rotac¸a˜o: 1800 rpm • Fator de poteˆncia (cos φ1): 0,86 (100% de carga) • Rendimento: 95% (100% de carga) • Corrente nominal: 226,5A • Corrente de magnetizac¸a˜o: 55,4A OBS: 1cv = 0,736 kW 10 Observou-se que a poteˆncia ma´xima permiss´ıvel para capacitores ligados junto ao motor e´ inferior da necessa´ria para atingir o fator de poteˆncia de 0,95. Para respeitar isso e´ necessa´rio a instalac¸a˜o de uma parte do capacitor ser acionada separadamente depois do motor partir. 11 12
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