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PARQUE ESTADUAL DE IBIPORÃ 2

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PARQUE ESTADUAL DE IBIPORÃ
PLANO DE MANEJO E GESTÃO AMBIENTAL
Prof. Dr. Edson A. Proni
1. INTRODUÇÃO 
O manejo de áreas silvestres fundamenta-se em princípios técnicos científicos, baseado na conservação dos recursos naturais, objetivando a interação do homem e suas necessidades com o meio ambiente em que vive. 
Para que os propósitos de um Plano de Manejo sejam atendidos, deve se buscar a preservação permanente, atendendo os seguintes princípios: 
a) garantir a proteção de unidades ecológicas, valores naturais ou culturais importantes e recursos genéticos; 
 b) desenvolver a educação ambiental; 
 c) oferecer oportunidades de lazer e recreação ao ar livre; 
 d) servir as atividades de pesquisa científica. 
O manejo adicional como características das unidades de conservação, tendo como os seguintes os objetivos básicos: 
a) manter a diversidade natural – pela preservação de amostras ecológicas, objetivando manter o processo evolutivo natural e a qualidade do ambiente; 
b) conservar os recursos genéticos – pela conservação da variabilidade de fauna e flora silvestres; 
c) proporcionar educação ambiental – proporcionando oportunidades educativas e monitoramento do ambiente; 
d) manter a sobrevivência da fauna silvestres – mantendo e manejando os recursos da fauna silvestre, com base na atividade turística; 
e) proporcionar recreação – proporcionando recreação ao ar livre de forma saudável para visitantes, desenvolvendo o turismo regional, baseado nas características naturais da área; 
f) assegurar crescimento econômico à Região – pela produção de essências florestais em atendimento ao programa para desenvolvimento florestal integrado do Estado, bem como pela geração de oportunidades estáveis de trabalho. 
2. CRIAÇÃO, LOCALIZAÇÃO E LIMITES DO PARQUE 
 O Parque Estadual de Ibiporã foi criado pelo Decreto Estadual nº 2.301/80, de 30 de abril de 1980. 
 Com área total de 74,05 ha, o Parque localiza-se junto ao quadro urbano da cidade de Ibiporã e a 16 km do município de Londrina, na microrregião homogênea 281 – Norte Novo de Londrina, entre 23º15’05” e 23º15’40” latitude sul e 51°02’05” e 51° 01’ 40” de longitude oeste. 
 Seus limites são os seguintes: NORTE – confrontando com o muro do cemitério municipal e marginando a estrada vicinal com a área da Prefeitura, terras de Francisco Favari, Flavio Pomim, Antonio Paulleti e Yashiharu e Shigueharu Fukuda. 
 NORDESTE – segue margeando a estrada em confrontação com terras de Afonso Sarabia, José Manella Neto e Roberwal Consalter até cruzar o caminho. 
 SUDESTE - segue por linha seca em confrontação com terra de Roque e Benjamim Paulleti. 
 SUDOESTE – segue margeando a estrada na direção de Londrina em confrontação com a área ocupada pelo IAPAR, até encontrar a BR 369, seguindo por esta até encontrar o canto do muro do cemitério. 
3. ENQUADRAMENTO DO PARQUE, ESTADUAL E REGIONAL 
Enquadramento Fisiogeográfico e Geopolítico 
 O Estado do Paraná segundo MAACK (1968) está dividido em cinco grandes regiões geográficas, baseado na posição de escarpas, vales de rios, divisões de água e caráter fisiogeográfico unitário da paisagem dentro de tais limites naturais. 
Estas cinco regiões correspondem: 
1) Zona Litoral 
2) Serra do Mar 
3) Primeiro Planalto 
4) Segundo Planalto 
5) Terceiro Planalto ou Trapp do Paraná 
 O Parque Estadual de Ibiporã, situa-se no Terceiro Planalto, na subdivisão denominada Planalto do Apucarana e apresenta relevo suave ondulado. (Fig. 01). 
 
HIDROGRAFIA – O Parque Estadual de Ibiporã está situado na Bacia Hidrográfica do rio Tibagi, cuja área de drenagem é de 252.239 km² (MAACK, 1968). O rio Tibagi nasce na Serra de São Luiz no município de Palmeira, nos Campos Gerais, a Oeste da escarpa Devoniana. Desenvolve-se na direção S-N por cerca de 550km até a sua foz no Paranapanema, apresentando um desnível total de 792m entre as altitudes de 1.060 e 238m, o rio Tibagi apresenta 68 corredeiras e 19 cachoeiras. 
Dos inúmeros afluentes do rio Tibagi, 65 são os mais conhecidos, sendo 29 na margem direita e 36 na margem esquerda. Dentre estes podemos citar os principais dentro do contexto regional do Parque, sendo os rios São Gerônimo, Apucarana, Apucaraninha, Taquara, e Três Bocas. No município de Ibiporã, os principais afluentes do Tibagi são: rios das Abóboras, Limoeiro e Jacutinga, sendo este último responsável pelo abastecimento da cidade de Ibiporã e o Parque, recebendo esta, água tratada da SAMAE. 
CLIMA - de acordo com a classificação de Köeppen, a região de Ibiporã é do tipo Cfa, ou seja, subtropical úmido mesotérmico, verões quentes, geadas menos freqüentes, tendência de concentração das chuvas nos meses de verão, sem estações secas definidas com média dos meses mais quentes, superior a 22°C. A média das temperaturas mínimas anuais está entre 15 e 16°C e máxima entre 28 e 29°C. 
 A precipitação anual fica entre 1.300 e 1.400mm e Umidade Relativa do ar abaixo de 75%. 
 Nesta região com a frequente substituição das florestas nativas por cafezais e culturas, principalmente as de soja e trigo, sem deixar reservas florestais ou matas ciliares e de proteção as nascentes, devido a isto em 20 anos o coeficiente de variação de precipitação aumentou consideravelmente, passando de 1,4 a 1,6% anteriormente, para um coeficiente de 2,0 a 2,9%. Isto significa que as precipitações tornaram-se mais irregulares, registrando ocasiões de abundância e escassez de chuvas.
VEGETAÇÃO – A cobertura vegetal do Estado do Paraná foi classificada e quantificada por MAACK (1968) em: 
 a) Mata Pluvial Tropical e Subtropical: 9.404.400 ha 
 b) Mata de Araucária nos planaltos e nas regiões acima de 500m de mata pluvial tropical e subtropical: 7.378.000 ha. 
 c) Campos limpos e campos cerrados (estepes de gramíneas baixas): 3.053.200 ha. 
 d) Vegetação de várzeas e pastagens: 176.100 ha. 
 e) Vegetação de praias, restingas e de regiões altas da serra: 52.900 ha. 
 f) Baías com faixas de mangues: 55.700 ha. 
 Tal situação representa uma cobertura florestal da ordem de 83,7% da área aproximada de 20.130.300 ha do estado do Paraná, ou seja, 16.848.200 ha de matas, incluindo os mangues, as matas sub-xerófitas de restinga e faixas de matas de neblina da Serra do Mar. 
O intenso processo de desmatamento, no entanto segundo MAACK (1968), levou o Paraná do início da colonização até 1930, período de aproximadamente 35 anos, a ser uma área desmatada de 3.800.000 ha por processos de queimadas e aproveitamento de madeiras. Vinte e cinco anos mais tarde, em 1955, já era de 8.868.800 ha a área desmatada, tendo sido a ela acrescentada 1.350.000 hectares nos cinco anos seguintes. O autor ainda considerou que, dado o rítmo de desmatamento, os restantes 3.820.400 ha da mata pluvial e 1.593.200 ha de matas de araucárias desapareceriam completamente nos próximos 20 anos seguintes. O desenvolvimento de estudos sobre a vegetação da região sul, realizados pela SUDESUL (1978), identificaram um decréscimo de 60,93% da cobertura florestal do Estado no decênio de 1963-1973, confirmando as suposições de Reinhold Maack. 
 Para a região do Parque de Ibiporã, microrregião do Norte Nova de Londrina, estudos indica uma perca de 15% da cobertura florestal no período de 1976 a 1986. Desta forma as matas remanescentes assumem função ecológica importante e devem ser preservadas e/ ou recuperadas, não só aqui, mas como também em todas as regiões do Estado.
Baseando-se no mapa fitogeográfico do Estado do Paraná (MAACK, 1968), a região norte do Estado, onde se localiza o Parque, apresenta a formação florística de matas secundárias devastadas e substituídas por cafezais, pastagens e demais culturas. Normalmente as árvores são altas de troncos cilíndricos e grandes diâmetros, copas em parasol e muitos cipós, árvores médias de copas fechadas. Muitas espécies apresentam propensão a perda das folhas em estações secas normais. Seus exemplares mais comuns são: peroba(Aspidosperma polyneuron), canafístula (Peltophorum dubium), cedro (Cedrela fissilis), angico (Parapiptadenia rigida), pau-jacaré (Piptadenia gonoa), gurucaia (Peltophorum vogelianum). Nas clareiras e bordas da floresta, vegetam colônias de embaúba, que como espécie pioneira, indica a ação do homem. 
 Devemos salientar que em solos rasos e de baixa fertilidade, ocorre uma floresta mais raquítica, com espécies de médio e pequeno porte e de troncos médios e finos. Seus exemplares mais comuns são canela amarela (Ocotea aciphylla), cedro (Cedrela fissilis), canjarana (Cabralea glaberrima), angico-branco (Parapiptadenia rigida) capixingui, taquara, assa-peixe, etc.. Com as queimadas e derrubadas, aparece uma vegetação muito fraca, composta quase que exclusivamente de samambaia, taquara, assa-peixe e outros.
FAUNA - A nível regional, devido ao excessivo desmate, com áreas restritas de reservas florestais, caracteriza-se por uma escassez de fauna silvestre, os quais genericamente podemos considerar como espécies de pequeno porte, tais como gambás, gatos-do-mato, cachorros-do-mato, coatis, cutias, capivaras e poucas espécies de símios. Dentre os répteis, a jararacuçu, cascavel, urutu, coral e jararaca; e ainda lagartos e jacarés. 
Devido a falta de estudos sobre a zoologia no Estado do Paraná, foram consideradas observações de campo e informações de miradores e caçadores locais. Sendo encontrado com frequência as aves, as perdizes, as rolas, inambus e jacuaçú. Entre os mamíferos as capivaras, preás, lebres, pacas, cotias e tapitis. 
Naturalmente, as devastações, o progresso e avanço do homem para as terras interiores, dizimando e construindo, acarretaram grandes prejuízos aos animais em número de exemplares e espécies. Segundo BLASI (1972), a desapropriação faunística é enorme e dentro de pouco tempo não restará nenhum registro vivo da fauna paranaense, tornando-se difícil encontrar respaldo sobre o assunto na literatura ou em campo.
REGIÃO FITOGEOGRÁFICA NATURAL – O Parque Estadual de Ibiporã está situado no terceiro planalto paranaense a aproximadamente 500m a.n.m, na região de influência do baixo vale do rio Tibagi, onde predominam originalmente as florestas latifoliadas com 
O Parque Estadual de Ibiporã teve origem na regularização do remanescente de terras devolutas da antiga concessão Beltrão, restando a titular na faixa esquerda do rio Tibagi uma área conhecida como Fazenda do Estado e sob a administração do Serviço de Defesa Animal da Secretaria da Agricultura e posteriormente entregue ao IAPAR sob regime de comodato para funcionamento do Centro de Experimentação e Pesquisa Animal. A regularização seguiu as normas da Lei de Terras do Estado do Paraná – Lei nº 7.055, de 04/12/78, respeitando-se as ocupações existentes, titulando-se a porção maior ao IAPAR, parte do DER e parte a APAE de Ibiporã. 
Para dar cumprimento a exigência legal na manutenção de 20% da área em mata, optou-se para a manutenção desta exigência a forma de reserva florestal única e/ ou em condomínio, liberando-se os titulares da exigência de reflorestar 25% de cada lote e transformando a área condensada e existente de mata secundária, num Parque Florestal sob a administração do ITCF, através da Lei Estadual nº 2.301/80, de 30/04/1980. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
 – Fatores Condicionantes 
As análises das características do Parque de Ibiporã levaram à definição dos objetivos de manejo que estão fundamentados nos seguintes fatores condicionantes: 
a) o Parque apresenta populações de importantes espécies da fauna consideradas raras ou em extinção na região; 
b) o Parque encontra-se em região de intensa exploração agrícola e pecuária, constituindo-se um dos últimos refúgio da fauna da região e gozando de proteção ambiental do Estado; 
c) o Parque encontra-se em local de fácil acesso, quer para atividades de recreio e turismo como economia (Horto Florestal); 
d) o Parque encontra-se em local de importante acesso rodoviário, com ligações para São Paulo, Curitiba e demais regiões do país; 
e) o zoneamento e o manejo proposto para o Parque, são considerados processos dinâmicos, portanto sujeitos a alterações e revisões. 
 – Suposições 
Além dos fatores que condicionam a definição dos objetivos do manejo, foram consideradas algumas suposições, sem as quais ter-se-á dificuldades na implantação deste plano proposto. As suposições são: 
a) Deverão ser destinados recursos necessários à implantação do Plano, benfeitorias a construir e demais infra-estruturas necessárias à execução deste Plano; 
b) Deverão ser construídas instalações necessárias para os fins de administração, recepção dos visitantes, atividades de recreio, pesquisa e proteção e manutenção do Parque; 
c) o viveiro existente na área do Parque, continuará operando em sua capacidade normal de produção; 
d) a apicultura existente no Parque, não poderá ser expandida além dos limites atuais (12 caixas), sob o risco de se afetar a visitação pública e o lazer. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 1. INSTITUTO DE TERRAS, CARTOGRAFIA E FLORESTAS. Princípios básicos de manejo e administração de áreas silvestres. 
2. _____ . _____ . _____. Plano de manejo, Parque Estadual de Caxambu. Castro, Paraná. 1985 
3. _____ . _____ . _____. Recomendações municipais para o meio ambiente Município de Ibiporã, Curitiba, Paraná. 1985. 22p. 
4. INSTITUTO AGRONÔMICO DO PARANÁ. Levantamento de reconhecimento dos solos do Estado do Paraná. Londrina, Paraná. Tomo I, 18, 1984. 21p. 
5. _____ . _____ . _____. Cartas de solos do Paraná. Londrina, Paraná. 1985 
6. FUNDAÇÃO DSE PESQUISAS FLORESTAIS. Projeto madeira do Paraná. Curitiba, Paraná. 1984. 244p. 
7. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Censo demográfico: mão-de-obra. Paraná 1980/1982 (v. 1) 
8. MAACK, R. Geografia física do Estado do Paraná. 2ª ed. Rio de Janeiro. Ed. J. Olympio; Curitiba: Secretaria da Cultura e do Esporte. 1981. p. 314/316 
9. REVISTA ROTEIRO. Londrina, ano I, nº 7. 21p.

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