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Segurança de Barragens

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DINÂMICA DAS CATARATAS
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
Segurança de Barragens
						 ¹ .Fátima Ruiz
² Maiara Ines Mariani
 3.Rem Kassem Fattah 
	4.Thaisa Nicole Maiczuk
RESUMO
O seguinte trabalho apresenta os fatores associados à segurança de barragens. É discutido, o desacordo entre o modelo de projeto previsto de uma barragem e a realidade aplicada à mesma durante sua execução, logo, antes de ser colocado em prática o projeto devem-se levar em consideração alguns aspectos, como, os riscos para a população existente na área de influência, a qualidade técnica construtiva e a qualidade da equipe técnica gestora da estrutura. Além disso, a estrutura deve cumprir com sua finalidade construtiva sem danificar o meio ambiente e a comunidade situada ao seu redor. Portanto, torna-se indispensável o acompanhamento de agentes de fiscalização em todas as fases de desenvolvimento da barragem para minimizar os danos ou até evita-los, para que assim todas as partes envolvidas tirem o melhor proveito possível que as barragens podem proporcionar caso operadas e mantidas de maneira segura e adequada.
PALAVRAS-CHAVE: Risco; Segurança; Barragens. [1: ¹ Estudante de Engenharia Civil – 9º Período. E-mail: ruizfatima@hotmail.com² Estudante de Engenharia Civil – 9º Período. E-mail: maiaramariani01@gmail.com3. Estudante de Engenharia Civil – 9º Período. E-mail: ramrumi_96@hotmail.com 4. Estudante de Engenharia Civil – 9º Período. E-mail: thaisa.maiczuk@hotmail.com]
ABSTRACT 
The following paper presents the factors associated with dam safety. It is discussed, the disagreement between the predicted project model of a dam and the reality applied to it during its execution, so, before implementing the project, one must take into account some aspects, such as the risks to the population existing in the area of ​​influence, the constructive technical quality and the quality of the technical management team of the structure. In addition, the structure must meet its constructive purpose without damaging the environment and the community around it. It is therefore essential that monitoring agents be monitored at all stages of dam development in order to minimize damage or even prevent them, so that all parties involved can make the best use of which dams can provide if operated and maintained in a safe and appropriate manner.
KEYWORDS: Risk; Safety; Dams. 
INTRODUÇÃO
Desde a antiguidade, os homens construíam barragens para adaptar a civilização ao ambiente natural e para melhorar a qualidade de vida da população. Descobertas arqueológicas indicaram que as barragens simples de terra já eram construídas à 2000 a. C com a finalidade de fornecer água de fonte confiável. Ainda em tempos antigos, as barragens eram utilizadas para o armazenamento e coleta de água nos períodos de chuva, com o intuito de acumulo para o uso em tempos de escassez. Além disso, serviam para abastecimento e sustento das cidades e fazendas e também para irrigações de plantações.
Já no final do século XIX, as barragens deixaram de ser projetadas apenas para acumulo de água e passaram a ser utilizadas também para a navegação e a produção de energia hidrelétrica. Mas foi só a partir do século passado, com os avanços tecnológicos, que foi possível construir barragens de grandes dimensões. 
Apesar das barragens serem construídas para diversos fins como, fornecimento de água, controle de enchentes, irrigação, navegação, controles de sedimentos e produção de energia, a preocupação com a segurança delas só passou a ter ênfase no final da década de sessenta. A partir disso, muitos países criaram legislações especificas de segurança de barragens, abordando não só apenas medidas efetivas conta ocorrência de acidentes e incidentes como também questões organizativas e técnicas. 
A construção de barragens é um elemento de infraestrutura muito importante para o desenvolvimento sustentável pois, milhões de pessoas dependem desse recurso para obter água em condições adequadas, tanto em termo de qualidade, quantidade localização e tempo. Pode-se destacar então, que as barragens servem para o desenvolvimento de vários projetos, sendo essenciais para o país assim como para a população, pois não estão apenas ligados aos benefícios econômicos, mas também diretamente ligados ao desenvolvimento social no entorno dessas barragens, através da aquicultura, recreação e paisagismo. 
Deste modo, a segurança das barragens é de grande interesse para o poder público e da sociedade. E, uma barragem só é considerada segura se o seu desempenho satisfaz as exigências necessárias para evitar incidentes e acidentes, desde aspectos estruturais, econômicos, ambientais até os aspectos sociais. 
DESENVOLVIMENTO
CONCEITO DE RISCO
Conforme (ALMEIDA, A. B. 2001) a palavra risco tem múltiplos significados nas linguagens corrente e técnico-científica. Segurança é uma das palavras mais associadas ao risco na terminologia técnico-científica, outra é incerteza. A primeira designa uma situação que, progressivamente, tem vindo a ser considerada como um direito dos cidadãos. Este “direito” tem, contudo, uma particularidade singular: não pode ser absoluto nem tão pouco garantido. A incerteza acompanha-o, impedindo a garantia total de o mesmo se concretizar. Trata-se de um direito de expectativa no espaço e no tempo, só verificável à “posteriori”. 
(ALMEIDA, A. B. 2001) também afirma que esta singularidade dificulta a discussão prática do conceito de segurança no âmbito das relações com o público, nomeadamente sempre que, em situações específicas, se coloca o problema de apreciar um estado ou nível de segurança, no presente ou no futuro. Neste contexto preciso, técnico-científico e de interação com o público, o risco pode ser considerado como um aferidor ou indicador do nível de garantia de um determinado estado de segurança. 
Em cada situação, a segurança pressupõe a continuidade da existência do que nos rodeia, ou da realidade tal como é considerada no presente ou é prevista no futuro, sem perturbações que provoquem prejuízos ou danos relativamente significativos, de ordem material ou imaterial, incluindo a perda de vidas. O conceito de risco aplica-se a eventos com efeitos negativos que podem ocorrer no futuro.
De uma forma integrada, o risco pretende caracterizar a possibilidade de ocorrência de perturbações que alterem o estado de segurança existente ou previsto e que provoquem os correspondentes danos. 
ESTRUTURA GERAL DA GESTÃO DE RISCO 
A seguinte estrutura, ilustrada na figura abaixo, pode ser adaptada para o processo de gestão do risco em vales com barragens: 
Figura 1 - Estrutura geral de um sistema de gestão do risco
Avaliação do Risco:
• Determinação dos eventos perigosos: ações perigosas que podem ocorrer e colocar em perigo a segurança das barragens. 
• Análise do Risco: determinação de cenários e avaliação de probabilidades de ruptura de barragens e dos danos nestas e nos vales. 
Mitigação do Risco:
• Redução do Risco: seleção e implementação de medidas estruturais e não estruturais de segurança e prevenção por forma a reduzir a exposição ao perigo e os consequentes danos ao longo dois vales. 
• Resposta ao Risco: preparação da assistência adequada em caso de um acidente – gestão de crise.
ANÁLISE DE RISCO EM BARRAGENS
A partir da década de 60 do século XX, o conceito de risco passou a ter aplicações operacionais relevantes no domínio das barragens, nomeadamente em duas áreas: 
 Na teoria da fiabilidade, na qual risco é definido como a probabilidade de ocorrência de uma inoperacionalidade do sistema.
 Na análise de segurança, em que está associado ao valor expectável dos danos resultantes de uma inoperacionalidade grave, ou acidente, de que resulta uma ruptura na barragem. 
De acordo com o ICOLD (International Commision on Large Damns), as barragens, independente do seu porte, mas que as que se enquadram em situações de riscos potenciais, são:
Barragens localizadas a montante de cidades, vilas ououtros elementos de grande valor, para os quais a ruptura representa risco elevado;
Barragens contendo rejeitos de mineração, com metais pesados, material radioativo, poluente ou tóxico;
Barragens cuja crista é utilizada como via de transporte de importância para a interligação entre os diversos aglomerados urbanos, para o escoamento de materiais, produção agrícola e industrial e as atividades de comercio;
Barragens cujo reservatório tem importância na economia e/ou sobrevivência de determinada região;
Barragens sobre fundações muito deformáveis (argilas moles, solos colapsáveis, solos expansivos, etc.);
Barragens sobre fundações muito permeáveis (aluviões, rochas muito fraturadas e sobre falhas geológicas).
SEGURANÇA DE BARRAGENS
Uma barragem é dita como segura quando atende aos critérios técnicos de segurança estrutural, ou seja, é quando possui um equilíbrio entre projeto, execução e manutenção que garantem o seu funcionamento necessitando apenas de manutenção preventiva. Mas, deve ser levado em conta também, as consequências de uma possível ruptura. 
Por isso, é de grande importância levar em conta o posicionamento da barragem em relação às ocupações de montante e jusante. Desta forma, quando é feita uma avaliação de segurança de barragem, muitos fatores devem ser considerados, como: a ocupação existente na área de influência, a qualidade técnica construtiva e a qualidade da equipe técnica gestora da estrutura. 
Por outro lado, todas as barragens envelhecem e se tornam suscetíveis aos efeitos nocivos do tipo: fadiga de materiais, redução da sua resistência estrutural (concreto, aço, etc.), obstrução de sistemas de drenagem, entre outros. Além disso, interferência proveniente de construções de edificações, pavimentações, etc, associadas às alterações meteorológicas e hidrológicas no entorno da barragem também podem tornar o barramento inadequado, com risco de transbordamento.
De acordo com a Lei 12.334/10, as barragens são classificadas quanto a dois quesitos principais, a Categoria de Risco – CR e o Dano Potencial Associado – DPA. Segundo a Categoria de Risco, os aspectos da própria barragem que podem indicar comprometimento da segurança são:
Características técnicas:
Altura do barramento;
Comprimento do coroamento da barragem;
Tipo de barragem quanto ao material de construção;
Tipo de fundação da barragem;
Idade da barragem;
Tempo de recorrência da vazão do projeto do vertedouro;
Estado de conservação da barragem: 
Confiabilidade das estruturas extravasoras;
Confiabilidade das estruturas de captação;
Eclusa;
Percolação;
Deformações e recalques;
Deterioração de taludes;
Plano de segurança de barragem: 
Existência de documentação de projeto;
Estrutura organizacional e qualificação dos profissionais da equipe técnica de segurança de barragem;
Procedimentos de inspeção de segurança com analise e interpretação;
Rega operacional dos dispositivos de descarga de barragem;
Relatórios de inspeção de segurança com analise e interpretação
Além disso, existe a avaliação quanto ao Dano Potencial Associado – DPA, ou seja, considera o perigo que a estrutura representa em caso de rompimento. Os parâmetros analisados são:
Existência de população a jusante com potencial de perda de vidas;
Existência de unidades habitacionais ou equipamentos urbanos ou comunitários;
Existência de infraestrutura ou serviços;
Existência de equipamentos de serviços públicos essenciais;
Existência de áreas protegidas definidas em legislação; 
Natureza dos rejeitos ou resíduos armazenados;
Volume. 
Desde modo, torna-se indispensável o acompanhamento de agentes de fiscalização em todas as fases de desenvolvimento da barragem, dando maior ênfase nas fases de concepção e construção do empreendimento.
Segundo o Manual de Segurança e Inspeção de Barragens, o proprietário é responsável pela segurança da barragem em todas as fases, ou seja, desde a construção, o comissionamento, a operação e um eventual abandono, respondendo pelas consequências de eventuais incidentes e acidentes.
LEGISLAÇÃO SOBRE SEGURANÇA DE BARRAGENS
A Lei N° 12334, de 20 de setembro de 2010 estabelece a Política Nacional de Segurança de Barragens (PNSB) e se aplica a barragens com a finalidade de acumular água para qualquer uso, a forma de disposição de rejeitos, e também aqueles com o fim de acumular resíduos industriais. 
Essa lei tem como objetivo garantir padrões de segurança e evitar acidentes nas fases de planejamento, projeto, construção, desativação e usos futuros, assim também promover o monitoramento constante pelos responsáveis do empreendimento, e as responsabilidades dos órgãos fiscalizadores. 
A mesma define como responsável legal ao empreendedor, dessa forma este deve desenvolver as ações correspondentes para garantir a segurança da barragem e dependo da função da barragem (retenção de água, rejeitos, resíduos industriais, etc.) haverá uma entidade fiscalizadora do poder público. 
A Lei N° 10165, de 27 de Dezembro de 2000 dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente que controla e fiscaliza as atividades potencialmente poluidoras e utilizadoras de recursos naturais. Define a Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental – TCFA para as diferentes categorias de empresas, o tipo de atividade e o nível ou potencial de poluição.
 ÓRGÃOS FISCALIZADORES DE SEGURANÇA DE BARRAGENS 
O órgão fiscalizador está obrigado a ter um cadastro dos empreendedores e os responsáveis técnicos habilitados e de todos aqueles estudos, planos e fiscalizações feitos por eles, assim também exigir o cumprimento das recomendações de segurança e constante atualização das informações sobre o estado da barragem. 
A instituição deverá trabalhar com os outros órgãos envolvidos na operação das barragens correspondentes a sua jurisdição e informar a Agencia Nacional de Aguas (ANA) e ao Sistema Nacional de Defesa Civil (Sindec) qualquer tipo de risco ou acidente. 
A Revisão Periódica de Segurança de Barragem, inspeções regulares e relatórios deverão ser realizados para saber o estado geral da segurança da barragem e deverá estar disponível ao órgão fiscalizador. De ser necessário poderá exigir o Plano de Ação de Emergência (PAE), com as medidas de ação em caso de emergência, origens de acidentes, ações preventivas e corretivas, alerta às comunidades possivelmente afetadas e a análise dos itens anteriores. 
2.2.1 Sistema Nacional de Informações sobre Segurança de Barragens (SNISB):
É o instituto responsável pelo registro do estado de segurança das Barragens em todo o Brasil. Contém um sistema de coleta de dados, o tratamento e armazenamento das mesmas e abrangem todas as barragens em construção, operação ou desativadas, tendo as informações à disposição da sociedade.
2.2.2 Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL):
É responsável pela fiscalização das barragens destinadas à geração de energia. Produz um relatório de classificação de barragens por ciclos. A Superintendência de Fiscalização dos Serviços de Geração – SFG realiza visitas presenciais e remotas às instalações geradoras de energia, com ajuda de outras entidades acompanha a expansão e evolução da geração de energia elétrica. 
2.2.3 Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM):
Fiscaliza as barragens para contenção de rejeitos minerais, com o objetivo de garantir o aproveitamento dos recursos minerais racionalmente e procurando a sustentabilidade de acordo com o estabelecido no Código de Mineração e no Código de Águas Minerais. 
2.2.4 Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA):
Junto com os órgãos ambientais estaduais, a depender da emissão da Licença Ambiental, é o encarregado de cadastrar todas as barragens existentes e registrá-las no Cadastro Técnico Federal (CTF), além de fazerem parte do Relatório Anual de Atividades Potencialmente Poluidoras e Utilizadores de Recursos Ambientais – RAPP e preencher o Relatório Anual de Barragens. 
2.2.5 Agência Nacional de Águas (ANA):
As barragens com usosmúltiplos são fiscalizadas pela ANA ou outros órgãos gestores estaduais de recursos hídricos e regula o uso de recursos hídricos como, por exemplo, barragem com finalidade de irrigação emite e controla o cumprimento de normas, em especial as outorgas. 
 ASPECTOS SOCIAIS DE SEGURANÇA DE BARRAGENS 
A construção de barragens pode gerar desvantagens no setor social e ambiental. Elas mudam e transformam os rios pelo mundo, sendo assim, estimativas globais calcularam que cerca de 40 a 80 milhões de pessoas foram prejudicadas pelas barragens, como o deslocamento dos mesmos. A pluralidade desses conflitos se concentra sobre as comunidades afetadas que dependem do ambiente ribeirinho. (WORLD COMMISSION ON DAMS, 2000). 
O texto a seguir, extraído de World Commission on Dams (2000), situa muito bem a abrangência do problema: 
Os conflitos em torno das barragens também derivam da incapacidade dos seus defensores e dos órgãos de financiamento cumprirem os compromissos assumidos, respeitarem os regulamentos estabelecidos e se aterem às diretrizes e normas internas de suas instituições. Em alguns casos, as oportunidades de corrupção propiciadas pelas barragens, como projetos infraestruturas [...], contribuíram para distorcer ainda mais o processo decisório, o planejamento e a implementação. Embora tenha havido uma melhoria significativa nas diretrizes públicas, nos requisitos legais e nas normas de avaliação, particularmente nos anos 90, as coisas ainda parecem continuar como antes no que diz respeito ao planejamento e às decisões efetivas. 
Para finalizar a contextualização da influência antrópica, Capra (2002) afirma que:
[...] ‘a nova economia’ está gerando um sem-número de consequências danosas e relacionadas entre si – um aumento da desigualdade e da exclusão social, um colapso da democracia, uma deterioração mais rápida e extensa do ambiente natural e uma pobreza e alienação cada vez maiores. O novo capitalismo global criou também uma economia criminosa de amplitude internacional que afeta profundamente a economia e a política nacional e internacional dos diversos países. O mesmo capitalismo põe em risco e destrói inúmeras comunidades locais pelo mundo inteiro; e, no exercício de uma biotecnologia mal-pensada, violou o caráter sagrado da vida e procurou transformar a diversidade em monocultura, a ecologia em engenharia e a própria vida numa mercadoria. 
Os investimentos envolvidos e os impactos gerados pelas grandes barragens provocaram conflitos acerca da localização e impactos dessas construções – tanto das já existentes como das que ainda estão em fase de projeto, tornando-se atualmente uma das questões mais controvertidas na área do desenvolvimento sustentável. 
A ruptura de barragens pode causar grandes danos à propriedade e ao meio ambiente, além da perda de muitas vidas. Com o crescimento da população, o envelhecimento e a consequente deterioração das barragens, aumenta o potencial de mortes causadas por rupturas. Isso se deve ao poder destrutivo da onda da cheia induzida pelo colapso repentino de uma barragem.
 ASPECTOS AMBIENTAIS DE SEGURANÇA DE BARRAGENS 
É imprescindível desenvolver novas técnicas e/ou aplicar novas metodologias que minimizem os impactos que os rejeitos dispostos em barragens possam causar. Estas técnicas devem evitar principalmente acidentes. Tratar e armazenar os resíduos visando minimizar os custos e maximizar a segurança é um dos principais objetivos de empresas que desejam cumprir as exigências ambientais, e principalmente empresas certificadas no Sistema de Gestão Ambiental. (Comissão Mundial de Barragens, 2000)
Os reservatórios são implantados, geralmente, visando o aproveitamento em diversos usos, inclusive o abastecimento humano, o que contribui, sem dúvida, para o desenvolvimento de sua área de influência, garantindo, inclusive, a fixação do homem no interior. No entanto, a construção e a operação de um reservatório de usos múltiplos, envolve, quase sempre, uma série de potenciais impactos negativos sobre o ambiente e as comunidades situadas nas áreas próximas. Os impactos negativos podem ocorrer nos meios físico, biótico e antrópico, devendo ser identificados e avaliados, para que sejam adotadas medidas mitigadoras visando minimizá-los ou evitá-los. 
QUADRO 2.4.1 - POSSÍVEIS IMPACTOS DA IMPLANTAÇÃO DE UM RESERVATÓRIO 
 ASPECTOS ECONÔMICOS DE SEGURANÇA DE BARRAGENS 
Os enormes investimentos envolvidos e os impactos gerados pelas grandes barragens provocaram conflitos acerca da localização e impactos dessas construções - tanto das já́ existentes como das que ainda estão em fase de projeto, tornando-se atualmente uma das questões mais controvertidas na área do desenvolvimento sustentável. Os partidários das barragens apontam para as necessidades de desenvolvimento social e econômico que as barragens visam satisfazer, como a irrigação, a geração de eletricidade, o controle de inundações e o fornecimento de agua potável. Os oponentes ressaltam os impactos adversos das represas, como o aumento do endividamento, o estouro dos orçamentos, o deslocamento e o empobrecimento de populações, a destruição de ecossistemas e recursos pesqueiros importantes e a divisão desigual dos custos e dos benefícios. 
Um estudo da Comissão Mundial de Barragens, 2000 mostra os fatores relacionados à sustentabilidade física das grandes barragens e seus benefícios, confirmando o seguinte: 
A segurança das barragens irá exigir cada vez mais atenção e investimentos, pois as barragens estão envelhecendo e os custos de manutenção aumentando. Mudanças climáticas também podem possivelmente alterar os regimes hidrológicos que basearam os projetos dos vertedouros das barragens. 
A sedimentação e a consequente redução no longo prazo da capacidade de armazenamento é uma grave preocupação em todo o mundo, cujos efeitos serão sentidos particularmente nas bacias com taxas elevadas de erosão de origem geológica ou humana, em barragens construídas nas extensões a jusante dos rios e em barragens com reservatórios de menor capacidade. 
Alagamento e salinização afetam um quinto das terras irrigadas do mundo - incluindo terras irrigadas por grandes barragens - e apresentam graves impactos de longo prazo, muitas vezes permanentes, sobre a terra, a agricultura e a subsistência da população se não forem empreendidos esforços de reabilitação ambiental. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Apesar dos avanços quanto à segurança de barragens, ainda não se tem conhecimento suficiente sobre os mecanismos que acarretam aos incidentes e acidentes com rupturas de barragens. Os critérios constituídos baseados na Lei 12.334 são estabelecidos exclusivamente para o planejamento das ações de monitoramento e preservação da conservação da barragem e na definição do grau de dano potencial associado, quanto ao rompimento da barragem.
Há de se ressaltar a indispensável necessidade da introdução do poder público na fiscalização e monitoramento de empreendimentos civis no Brasil, em especial, sobre barragens, considerando critérios objetivos de avaliação e garantia das condições de segurança, qualidade, funcionalidade e durabilidade aceitáveis para estes empreendimentos. Por outro lado, como os antecedentes do assunto de barragens, de certa forma, é recente, o Brasil está necessitando profissionais capacitados para atuar, de forma, multidisciplinar e holística, na área. 
Nos projetos de barragens devem ser consideradas negociações em conjunto com as populações afetadas direta ou indiretamente. Tais negociações podem resultar em desenvolvimento sustentável, mitigação aos danos ambientais e redução do índice de insatisfações. Portanto podemos concluir que é de fato muito importante a fiscalização da segurança em barragens para que não ocorram graves acidentes que podem ser evitados. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA, A. B. “Emergência e Gestão do Risco”. “Curso de Exploração e Segurança de Barragens”, Capítulo 7, A. Quintela et al. (ed.), Instituto da Água (INAG), Lisboa, 2001.ALMEIDA, A. B. “Gestão e analise do risco em engenharia. O caso dos vales com barragens – Exemplo de aplicação na Engenharia Civil e atividades em Portugal.”2001.
ALMEIDA, A. B. “A gestão do risco em sistemas hídricos. Conceito e metodologias aplicadas a vales com barragens.” Disponível em <http://www.civil.ist.utl.pt/~joana/artigos%20risco%20ABA/pub-2003/a%20gest%C3%A3o%20do%20risco%20em%20sistemas%20h%C3%ADdricos%20-%20SILUSBA03.pdf>. Acesso em 19 mar. 2018.
AGUIAR, D. O. “Contribuição ao estudo do índice de segurança de barragens – ISB”. Disponível em <http://repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258108/1/Aguiar_DanielPrendadeOliveira_M.pdf> Acesso em 07 abr. 2018. 
BRASIL. DECRETO Nº 12.334, DE 20 DE SETEMBRO DE 2010. Política Nacional de Segurança de Barragens, Brasília, DF, set 2010. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12334.htm > Acesso em 10 abr. 2018. 
BRASIL. DECRETO Nº 10.165, DE 27 DE DEZEMBRO DE 2000. Política Nacional do Meio Ambiente, Brasília, DF, dez 2000. Disponível em: < https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L10165.htm > Acesso em 10 abr. 2018. 
Curso de Segurança de Barragens. Disponível em: < https://capacitacao.ead.unesp.br/conhecerh/bitstream/ana/110/18/Unidade_8-modulo1.pdf> Acesso em 07 abr.2018.
INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS (IBAMA). O que é segurança de barragens. Disponível em: <http://www.ibama.gov.br/emergencias-ambientais/seguranca-de-barragens/o-que-e-seguranca-de-barragens>. Acesso em 10 abr. 2018.
Manual de Segurança e Inspeção de Barragens. Disponível em: <http://arquivos.ana.gov.br/cadastros/barragens/inspecao/ManualdeSegurancaeInspecaodeBarragens.pdf > Acesso em 29 mar. 2018.
Relatório da Comissão Mundial de Barragens. Barragens e Desenvolvimento: Um Novo Modelo para Tomada de Decisões. Novembro de 2000.

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