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A LEI DE GESTAO E FLORESTAS PUBLICAS e o panorama das concessões florestais na amazônia brasileira

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Prévia do material em texto

As Concessões de 
Florestas Públicas na 
Amazônia Brasileira
A lei de gestão de florestas públicas e o panorama 
das concessões florestais na amazônia brasileira
Informativo Técnico 2
Ficha Técnica
Equipe Técnica Responsável
Ana Luiza Violato Espada
Engenheira de Projetos I do IFT.
E-mail: anaviolato@ift.org.br
Engenheira Florestal. CREA-PA 17586 D
Iran Paz Pires
Gerente Operacional do IFT.
E-mail: iran@ift.org.br
Engenheiro Florestal. CREA-PA 14732 D
Marco A. W. Lentini
Gerente Técnico do IFT.
E-mail: lentini@ift.org.br
Engenheiro Florestal. CREA-SP 5061271412 D
Paulo R. G. Bittencourt
Coordenador Operacional do IFT.
E-mail: paulo@ift.org.br
Engenheiro Florestal. CREA-PA 12974 D
Projeto gráfico e Diagramação
Estúdio Ovelha Negra
Fotografias
Adriano Gambarini e arquivo do IFT
3
A lei de gestão de florestas públicas e o panorama das concessões florestais na amazônia brasileira
Agradecimentos
Os autores agradecem a Mariana Balieiro, advogada da equipe técnica do IMAFLORA, por 
suas contribuições à construção do presente informativo. Agradecemos também aos demais 
membros do IMAFLORA, uma vez que muito do conteúdo do presente manual foi adapta-
do de publicação editada pelo IMAFLORA e IFT em 2010 para divulgar a Lei de Gestão de 
Florestas Públicas junto a pequenos e médios produtores florestais. Agradecemos ao Dr. José 
Natalino Macedo da Silva, professor visitante da Universidade Federal Rural da Amazônia 
(UFRA), que revisou o manuscrito para auxiliar em sua consistência técnica. O conteúdo 
desta publicação é de responsabilidade dos autores, não expressando necessariamente a po-
sição das instituições que financiaram e apoiaram a elaboração de seu conteúdo.
4
Informativo Técnico IFT 2
Apresentação
A Lei de Gestão de Florestas Públicas, ou LGFP (Lei 
Federal 11.284, de 02/03/2006), regulamentada pelo 
Decreto Federal 6.063/07, gerou novas perspecti-
vas para o avanço do setor florestal brasileiro e para 
o aumento da área florestal manejada na Amazônia 
ao criar modalidades de gestão das florestas públicas 
para fins de produção sustentável, pautada na conser-
vação dos recursos naturais e na geração de benefícios 
socioambientais. Dentre tais modalidades, o modelo 
de concessão florestal nasceu para permitir o uso ra-
cional das florestas públicas brasileiras diante de um 
rígido controle e monitoramento do manejo florestal 
por parte do governo e da sociedade. 
Entretanto, para que as florestas públicas utilizadas 
em regime de concessão possam cumprir seu papel - 
maximizando os benefícios socioeconômicos de seu 
uso, os benefícios ambientais de sua conservação, e 
servindo como uma fonte estável de matéria-prima à 
indústria de transformação brasileira - é importante 
que os potenciais interessados nas concessões estejam 
cientes de seus deveres e responsabilidades. Concorrer 
às concessões florestais exige um esforço em termos 
técnicos e financeiros por parte dos empreendimentos 
interessados (empresariais e comunitários) para que 
possam ter acesso às florestas públicas. 
Esta publicação foi desenvolvida para auxiliar neste 
esforço dos empreendimentos florestais, em especial 
os de pequeno e médio porte, a se prepararem para 
o processo de licitação a uma dada concessão. Neste 
volume, serão discutidos em detalhes os princípios e 
modelos de gestão impostos pela LGFP, assim como 
os passos que são seguidos desde a identificação de 
uma dada floresta pública até a sua exploração sob o 
regime de concessões regulado por esta Lei. Em se-
guida, será mostrado um panorama atual das conces-
sões florestais na Amazônia brasileira, com ênfase nas 
principais perspectivas que o modelo de concessões 
florestais traz para o setor florestal da Amazônia. 
Este informativo faz parte de uma série de três volu-
mes desenvolvidos especificamente para a preparação 
dos potenciais interessados à concessão, sendo que o 
primeiro informativo dispôs sobre as principais preo-
cupações envolvidas no manejo de florestas naturais 
amazônicas, e o terceiro trata especificamente sobre 
como concorrer às concessões a partir das informa-
ções detalhadas pelos dois volumes anteriores. Os in-
formativos têm um enfoque especial nas concessões 
em âmbito federal em andamento, mas os mesmos 
princípios e dicas apresentados são aplicáveis às de-
mais concessões a nível estadual.
Desejamos que esse informativo seja útil para todos 
aqueles empreendimentos florestais interessados na 
concessão, sejam estes empresariais ou comunitários, 
de grande ou pequena escala, mas que possuem po-
tencial para promover as mudanças que a LGFP apre-
senta ao permitir a concessão de florestas públicas à 
iniciativa privada.
Foto: Adriano Gambarini
A lei de gestão de florestas públicas e o panorama das concessões florestais na amazônia brasileira
AGRADECIMENTOS
APRESENTAÇÃO
GLOSSÁRIO DE SIGLAS E ABREVIATURAS
CAPÍTULO 1: A LEI DE GESTÃO DE 
FLORESTAS PÚBLICAS
1.1. Princípios e Conceitos Sobre a Lei de Gestão 
de Florestas Públicas
1.2. Os Modelos de Gestão das Florestas Públicas
CAPÍTULO 2: MODELOS DE GESTÃO DE 
FLORESTAS PÚBLICAS PARA A PRODUÇÃO 
SUSTENTÁVEL
2.1. Modelo 1: A Gestão Direta de Florestas 
Públicas
2.2. Modelo 2: A Destinação de Florestas 
Públicas às Comunidades Locais
2.3. Modelo 3: A Concessão Florestal
CAPÍTULO 3: OS PASSOS PARA O 
ESTABELECIMENTO DE UMA CONCESSÃO 
FLORESTAL
3.1. A Fase Pré-Edital
3.2. A Fase do Edital de Concessão
3.3. A Fase de Execução do Contrato de 
Concessão
CAPÍTULO 4: O PANORAMA DAS 
FLORESTAS PÚBLICAS E SUA 
IMPORTÂNCIA PARA A EXPANSÃO DO 
MANEJO FLORESTAL NA AMAZÔNIA
4.1. Um Panorama das Concessões Florestais 
na Amazônia brasileira
4.2. A Importância das Concessões Florestais 
e do Desenvolvimento do MFCF em Terras 
Públicas Destinadas para o Setor Florestal 
Amazônico
REFERÊNCIAS PARA CONSULTA
SUGESTÕES DE LEITURA E SITES PARA 
CONSULTA
03
10
13
04
10
06
08
10
13
Sumário
08
08
11
18
20
21
24
25
26
27
Agência de Desenvolvimento Sustentável (AM)
Área de Proteção Ambiental
Área de Preservação Permanente
Conselho Estadual de Concessão Florestal (AM)
Conselho Florestal Estadual (AC)
Concessão de Direito Real de Uso
Conselho Estadual de Concessão Florestal (AM)
Centro Nacional de Apoio ao Manejo Florestal
Conselho Florestal Estadual (AC)
Comissão de Gestão de Florestas Públicas
Cadastro Nacional de Florestas Públicas
Comissão Estadual de Florestas (PA)
Conselho Nacional do Meio Ambiente
Conselho Regional de Arquitetura, Engenharia e 
Agronomia
Estudo Prévio de Impacto Ambiental
Estação Ecológica
Floresta Nacional
Floresta Estadual
Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal
Florestas Públicas do tipo A
Florestas Públicas do tipo B
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos 
Naturais Renováveis
Instituto Chico Mendes de Conservação da 
Biodiversidade
Instituto de Desenvolvimento Florestal do estado do 
Pará
Instituto Floresta Tropical
Instituto de Manejo e Certificação Florestal e 
Agrícola
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária 
Instituto Nacional de Metrologia, Normatização e 
Qualidade Industrial
6
ADS
APA
APP
CECFAM
CEF
CDRU
CECFAM
CENAFLOR
CFE
CGFLOP
CNFP
COMEF
CONAMA
CREA 
EIA
ESEC
FLONA
FLOTA
FNDF
FPA
FPB
IBAMA 
ICMBio 
IDEFLOR 
IFT 
IMAFLORA 
INCRA 
INMETRO
Glossário de Siglas e Abreviaturas
Informativo Técnico IFT 2
 Lei de Gestão de Florestas Públicas
Ministério do Meio Ambiente
Manejo Florestal Comunitário e Familiar
Órgão Estadual de Meio Ambiente
Organização da Sociedade Civil de Interesse Público 
Projeto Agroextrativista
Projeto de Assentamento Florestal
Plano Anualde Outorga Florestal
Projeto de Desenvolvimento Sustentável
Projeto de Desenvolvimento Sustentável dos 
Assentamentos
Produto Florestal Não Madeireiro
Plano de Manejo Florestal Sustentável
Plano de Manejo da Unidade de Conservação
Plano Operacional Anual
Relatório Ambiental Preliminar
Reserva de Desenvolvimento Sustentável
Reserva Biológica
Redução de Emissões por Desmatamento e 
Degradação Florestal
Reserva Extrativista
Reserva Particular do Patrimônio Natural
Secretaria de Desenvolvimento Sustentável (AM)
Secretaria de Estado de Desenvolvimento 
Florestal, da Indústria, do Comércio e dos Serviços 
Sustentáveis (AC)
Secretaria de Estado de Floresta do Acre
Secretaria de Estado do Meio Ambiente (AC e PA)
Serviço Florestal Brasileiro
Sistema Nacional de Meio Ambiente
Sistema Nacional de Unidades de Conservação da 
Natureza
Secretaria de Patrimônio da União
Unidade de Conservação
Universidade Federal Rural da Amazônia
Unidade de Manejo Florestal
7
LGFP
MMA
MFCF
OEMA
OSCIP 
PAE
PAF
PAOF
PDS
PDSA 
PFNM
PMFS
PMUC
POA
RAP
RDS
REBIO
REDD 
RESEX
RPPN
SDS
SEDENS 
 
SEF
SEMA
SFB
SISNAMA
SNUC 
SPU
UC
UFRA
UMF
A lei de gestão de florestas públicas e o panorama das concessões florestais na amazônia brasileira
8
Informativo Técnico IFT 2
1.1. Princípios e Conceitos Sobre a Lei de Gestão 
de Florestas Públicas
Em 2006, o Governo Federal promulgou a Lei de 
Gestão de Florestas Públicas (Lei Federal 11.284, de 
02/03/2006), doravante LGFP, que trata da gestão de 
florestas públicas brasileiras para a produção susten-
tável. O objetivo da LGFP é proteger as florestas públi-
cas, regulamentando o acesso a estas áreas em todo o 
Brasil, de modo a mantê-las com suas funções ecoló-
gicas preservadas, garantindo o uso racional e eficien-
te dos recursos naturais para que possam gerar bene-
fícios socioeconômicos locais e regionais. Em seguida, 
a LGFP criou também o Serviço Florestal Brasileiro 
(SFB) e o Fundo Nacional de Desenvolvimento Flo-
restal (FNDF).
O acesso às florestas públicas é controlado para evitar 
o uso predatório dos recursos naturais, a apropriação 
ilegal por particulares (grilagem), o desmatamento e o 
uso alternativo do solo não autorizado. Neste contexto, 
a LGFP estabelece princípios (artigo 2º) que norteiam 
a gestão de florestas públicas no sentido de destinar 
estas florestas para atividades sustentáveis, para a ge-
ração de renda e para a melhoria da qualidade de vida 
das populações locais, além de benefícios ambientais 
- tais como serviços e proteção da biodiversidade. Tais 
princípios são: 
 › A proteção dos ecossistemas, do solo, da água, da 
biodiversidade e dos valores culturais associados, 
bem como do patrimônio público.
 › O estabelecimento de atividades que promovam 
o uso eficiente e racional das florestas e que 
contribuam para o cumprimento das metas do 
desenvolvimento sustentável local, regional e 
nacional.
 › O respeito aos direitos da população, em especial 
das comunidades locais, de acesso às florestas 
públicas e aos benefícios decorrentes de seu uso e 
conservação.
 › A promoção do processamento local e o incentivo 
ao incremento da agregação de valor aos produtos 
e serviços da floresta, bem como à diversificação 
industrial, ao desenvolvimento tecnológico, à 
utilização e à capacitação de empreendedores locais 
e da mão de obra regional.
 › O acesso livre de qualquer indivíduo às 
informações referentes à gestão de florestas públicas, 
nos termos da Lei 10.650/2003, que trata sobre o 
acesso público aos dados e informações existentes 
nos órgãos e nas entidades integrantes do Sistema 
Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA).
 › A promoção e a difusão da pesquisa florestal, 
faunística e edáfica, relacionada à conservação, à 
recuperação e ao uso sustentável das florestas.
 › O fomento ao conhecimento e à promoção da 
conscientização da população sobre a importância 
da conservação, da recuperação e do manejo 
sustentável dos recursos florestais.
 › A garantia de condições estáveis e seguras que 
estimulem investimentos de longo prazo no manejo, 
na conservação e na recuperação das florestas.
1.2. Os Modelos de Gestão das Florestas Públicas
A LGFP prevê três modelos para a gestão das florestas 
públicas (artigo 4º), que serão mais bem explicados no 
próximo capítulo:
 › A criação de florestas nacionais, estaduais e 
municipais, em conformidade com o Sistema 
Nacional de Unidades de Conservação da Natureza, 
ou SNUC (termos do artigo 17 da Lei 9.985/2000), e 
sua gestão direta.
Capítulo 1: A Lei de Gestão de Florestas Públicas
O que são as florestas públicas?
São florestas localizadas em terras públicas per-
tencentes à sociedade e, portanto, geridas pelo 
governo (esfera federal, estadual e municipal). 
Na definição da LGFP, florestas públicas são 
“florestas, naturais ou plantadas, que estão loca-
lizadas nos diversos biomas brasileiros em áreas 
da União (Governo Federal), dos Estados, dos 
Municípios, do Distrito Federal ou das entida-
des da administração pública indireta”. Em ou-
tras palavras, se a terra está localizada em área da 
União, então a floresta é de responsabilidade do 
Governo Federal. No caso de terras dos Estados 
ou dos municípios, passam a ser de responsa-
bilidade dos governos estaduais ou municipais, 
respectivamente.
9
A lei de gestão de florestas públicas e o panorama das concessões florestais na amazônia brasileira
O Serviço Florestal Brasileiro (SFB)
O SFB, criado pela LGFP, na estrutura do Mi-
nistério do Meio Ambiente (MMA), tem por 
missão “conciliar o uso e a conservação das flo-
restas, valorizando-as em benefício das gerações 
presentes e futuras, por meio da construção de 
conhecimento, do desenvolvimento de capaci-
dades e da oferta de serviços especializados”. O 
SFB também é responsável por desenvolver o 
Cadastro Nacional de Florestas Públicas, além 
de gerenciar o Fundo Nacional de Desenvolvi-
mento Florestal (FNDF) para fins de fomento ao 
desenvolvimento de atividades florestais susten-
táveis e a promoção da inovação tecnológica no 
setor. O FNDF é um fundo público de natureza 
contábil criado pela LGFP e regulamentado pelo 
Decreto Federal 7.167/2010. As áreas prioritá-
rias para a aplicação de recursos do FNDF são 
a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico em 
manejo florestal, além da assistência técnica e 
extensão florestal.
O que são as Unidades de 
Conservação da Natureza (UCs)?
De acordo com o SNUC, as UCs são “espaços 
territoriais e seus recursos ambientais (...), com 
características naturais relevantes, legalmente 
instituídos pelo Poder Público, com objetivos 
de conservação e limites definidos, sob regime 
especial de administração, ao qual se aplicam 
garantias adequadas de proteção”. Podem ser 
áreas públicas (federais, estaduais e municipais), 
ou mesmo privadas, como é o caso das Reservas 
Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs). As 
UCs são áreas criadas com o objetivo de proteger 
o patrimônio natural e promover o desenvolvi-
mento com base na valorização socioambiental 
e no fomento de atividades econômicas susten-
táveis, além da gestão do conhecimento pautada 
na pesquisa e na educação ambiental. 
Quais são os tipos de UCS e como 
são criadas e geridas?
O SNUC estabelece critérios e normas para 
a criação, implantação e gestão das UCs. No 
SNUC são estabelecidos dois grupos de Unida-
des de Conservação, as Unidades de Proteção 
Integral e as de Uso Sustentável, conforme o grau 
e o tipo de restrição de uso permitido em cada 
uma destas categorias de UCs. Os tipos de UCs 
incluídos em cada grupo podem ser vistos no 
quadro a seguir. 
1 Uma descrição completa do todos os usos e atividades possíveis 
de serem realizados em cada tipo deUC pode ser vista em PAL-
MIERI et al. (2005) (ver Referências para Consulta).
 › A destinação de florestas públicas às comunidades 
locais residentes nestas florestas.
 › A concessão florestal em florestas públicas naturais 
ou plantadas, compreendendo as unidades de 
manejo florestal em Unidades de Conservação - 
florestas nacionais, estaduais ou municipais.
Grupos de UCs Tipo de Unidade1 Sigla
Proteção Integral
Estação Ecológica ESEC
Reserva Biológica REBIO
Parque Nacional -
Monumento Natural -
Refúgio de Vida Silvestre -
Uso Sustentável
Área de Proteção Ambiental APA
Floresta Nacional FLONA
Reserva Extrativista RESEX
Reserva de Fauna -
Reserva de Desenvolvimento Sustentável RDS
Reserva Particular do Patrimônio Natural RPPN
10
Informativo Técnico IFT 2
2.1. Modelo 1: A Gestão Direta
de Florestas Públicas
Nesse modelo, é permitido ao poder público realizar 
diretamente a gestão das florestas públicas (especi-
ficamente as UCs do tipo floresta nacional, estadual 
ou municipal). Desta maneira, se torna possível ao 
governo realizar o manejo de produtos e de serviços 
florestais nestas áreas, utilizando equipe própria para 
esse fim ou, então, contratando serviços de terceiros. 
É facultado ao gestor da UC firmar convênios, termos 
de parceria, contratos ou instrumentos similares com 
terceiros, desde que observados os procedimentos li-
citatórios e as demais exigências legais, e obedecendo 
a um prazo de contrato limitado a 120 meses. 
Na Amazônia brasileira, um bom exemplo de gestão 
direta para a produção sustentável acontece na Flores-
ta Estadual do Antimary, localizada no estado do Acre. 
Nesse arranjo de gestão direta, o governo estadual2 de-
senvolve um projeto de manejo sustentável por meio 
da contratação de serviços terceirizados, envolvimen-
to da comunidade local na repartição de benefícios e a 
venda de madeira por meio de licitações.
2.2. Modelo 2: A Destinação de Florestas
Públicas às Comunidades Locais
A LGFP incorporou um mecanismo de garantir às 
comunidades locais sua permanência ou continuida-
de de uso nas florestas públicas que ocupam ou que 
utilizam. Esta modalidade de uso ainda permite o uso 
racional dos recursos naturais para a produção agrí-
cola e florestal de forma sustentável, observando as 
regras de uso da floresta em questão (ou seja, o plano 
de uso ou plano de manejo da unidade) e a legislação 
ambiental e fundiária pertinente. 
A destinação de florestas públicas às comunidades lo-
cais prevalece sobre a concessão florestal, sendo não 
onerosa para os beneficiários (ou seja, não envolve 
pagamentos ao governo pelo uso dos recursos). No 
entanto, a destinação não prevê o repasse do direito de 
posse da terra pública para tais comunidades. Desta 
forma, a destinação compreende:
 › A criação de Reservas Extrativistas (RESEX) e de 
Reservas de Desenvolvimento Sustentável (RDS), 
que são categorias de UCs de Uso Sustentável.
 › A concessão de uso, por meio de Projetos de As-
sentamento Florestal (PAF), Projetos de Desenvolvi-
mento Sustentável (PDS), Projetos Agroextrativista 
(PAE) ou modalidades similares nos Estados e nos 
municípios. 
É papel do órgão gestor da floresta pública (ou seja, 
o órgão do governo responsável pela gestão desta flo-
resta), em conjunto com outros órgãos competentes 
(como o Instituto Nacional de Colonização e Refor-
ma Agrária, ou INCRA), a identificação e a destinação 
de florestas nas modalidades descritas acima. Após a 
destinação da área em questão, as comunidades de-
verão criar uma associação comunitária para fins de 
representação jurídica das famílias e para firmar com 
o poder público a Concessão de Direito Real de Uso 
(CDRU).
A concessão de direito real de uso não pode ser con-
fundida com a concessão florestal. Na concessão flo-
restal, como veremos adiante, o poder concedente 
permite ou licencia uma atividade a partir de ônus e 
responsabilidades que devem ser cumpridos em um 
contrato legalmente estabelecido. Em ambos os sis-
temas, entretanto, o concessionário ou o detentor do 
direito de uso não possuem a titularidade da terra. 
Em uma determinada Floresta Nacional (FLONA) ou 
Floresta Estadual (FLOTA), quando é reconhecido 
o uso da floresta por comunidades locais residentes 
no interior ou em seu entorno, é formalizado o Ter-
mo de Uso com tais comunidades, o qual permite às 
famílias extrair produtos florestais de uso tradicional 
e de subsistência na UC em questão (Decreto federal 
6.063/2007). O termo de uso tem validade, podendo 
ser renovado e, neste termo, são especificadas as res-
trições e a responsabilidade pelo manejo dos recursos 
florestais. O termo permite, também, que tais comu-
Capítulo 2: Modelos de Gestão de Florestas Públicas
para a Produção Sustentável
Quem pode ser considerado como comunidade local?
A LGFP conceitua comunidades locais como sendo “popula-
ções tradicionais e outros grupos humanos, organizados por 
gerações sucessivas, com estilo de vida relevante à conserva-
ção e à utilização sustentável da diversidade biológica”. 
2 O modelo de gestão direta estadual da Floresta do Antimary foi 
originalmente desenvolvido pela SEF, sigla de Secretaria de Esta-
do de Florestas, atualmente incorporada à Secretaria de Estado de 
Desenvolvimento Florestal, da Indústria, do Comércio e dos Serviços 
Sustentáveis (SEDENS). 
11
A lei de gestão de florestas públicas e o panorama das concessões florestais na amazônia brasileira
O que é a Concessão de Direito Real de Uso (CDRU)? 
A CDRU é um contrato assinado pelo poder público e pela 
associação representativa dos moradores ou produtores da 
comunidade local que dá o direito de uso da terra. O con-
trato tem tempo de validade, mas pode ser renovado para 
que os herdeiros das famílias reconhecidas sejam também 
beneficiados, desde que cumpram as regras do contrato. A 
CDRU é uma ferramenta de regularização fundiária apli-
cada em UCs e em assentamentos diferenciados previstos 
no Programa Nacional de Reforma Agrária. Com a CDRU, 
os assentados e beneficiários de UCs têm o direito real de 
uso, ou seja, podem desenvolver as atividades necessárias 
para sua reprodução sociocultural e econômica, desde que 
tais atividades estejam de acordo com os instrumentos de 
gestão destas áreas. Estes instrumentos podem ser o plano de 
manejo para as RESEX e as RDS, ou o Plano de Desenvol-
vimento Sustentável dos Assentamentos (PDSA) para os 
assentamentos. Mesmo com a CDRU, a titularidade da terra 
permanece em nome do Poder Público.
Quais as pessoas jurídicas que podem concorrer a uma 
concessão?
Quando a LGFP fala de pessoa jurídica habilitada para 
concorrer a uma determinada concessão florestal, compre-
ende: (i) empresas privadas de quaisquer portes/escalas; (ii) 
associações ou cooperativas comunitárias e de produtores 
florestais; e (iii) OSCIPs, sigla de Organizações da Sociedade 
Civil de Interesse Público.
nidades façam uso dos recursos florestais localizados 
nos lotes de concessão florestal (ver definição na pró-
xima seção), sem prejuízos ao concessionário e ob-
servando as épocas de exploração florestal para evitar 
acidentes e outros desentendimentos. 
Esta modalidade de gestão das florestas públicas não 
exclui o direito das comunidades de participar das lici-
tações de concessão florestal, por meio de associações 
comunitárias, cooperativas ou outras pessoas jurídi-
cas. Nestes casos, as associações comunitárias passam 
a estar sujeitas aos mesmos ônus e responsabilidades 
de quaisquer outros concessionários.
2.3. Modelo 3: A Concessão Florestal
O modelo brasileiro de concessões florestais se desen-
volveu em um momento tardio da história do setor 
florestal do país, em especial se o compararmos com 
os sistemas desenvolvidos em outros países. Entretan-
to, foi desenvolvido em um momento crucial para o 
manejo florestalna Amazônia, uma vez que a falta de 
definição fundiária de grande parte da região acabou 
por restringir a expansão do manejo florestal. Diante 
das concessões, apareceram novas perspectivas para o 
uso sustentável dos recursos florestais amazônicos, o 
que se torna uma medida interessante para estimular 
uma mudança do sistema predominante de produção 
de madeira na região, a exploração predatória, para 
uma exploração planejada baseada no manejo flores-
tal. 
A concessão florestal é um modelo de gestão de flo-
resta pública previsto na LGPF que outorga a flores-
ta pública para a iniciativa privada, diante de ônus e 
obrigações legais. A LGFP define a concessão flores-
tal como sendo a “delegação onerosa, feita pelo poder 
concedente, do direito de praticar manejo florestal sus-
tentável para a exploração de produtos e serviços numa 
unidade de manejo, mediante licitação, à pessoa jurí-
dica, em consórcio ou não, que atenda às exigências do 
respectivo edital de licitação e demonstre capacidade 
para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo 
determinado”. 
Em outras palavras, o contrato de concessão é uma 
licença formalizada para a realização do manejo de 
produtos e de serviços florestais, concedida à pessoa 
jurídica (previamente selecionada por licitação pú-
blica), sendo necessário o pagamento pelos produtos 
e pelos serviços florestais que serão acessados pelo 
concessionário, além do atendimento de outras obri-
gações e responsabilidades. Há também algumas exi-
gências básicas adicionais para estas pessoas jurídicas: 
devem ser constituídas sob as leis brasileiras e devem 
ter sede e administração no Brasil.
Uma segunda pergunta que pode permanecer é o que 
são os produtos e serviços passíveis de manejo em 
uma concessão? Tais produtos e serviços são chama-
dos de objeto da concessão e são descritos no edital 
de concessão de uma determinada floresta pública. ▶
Definição de produtos e serviços 
florestais na LGFP
Produtos Florestais: Produtos madeireiros, ma-
terial lenhoso residual (galhada) da exploração 
florestal e produtos florestais não madeireiros 
gerados pelo manejo florestal sustentável (raízes, 
óleos, resina, látex, sementes, cipós, frutos, cas-
cas, plantas medicinais, folhas, entre outros).
Serviços Florestais: Turismo e outras ações 
ou benefícios decorrentes do manejo e da con-
servação da floresta, não caracterizados como 
produtos florestais. Como serviços florestais, o 
concessionário pode desenvolver atividades de 
hospedagem, esportes de aventura, visitação e 
observação da natureza. 
12
Informativo Técnico IFT 2
Além disso, é interessante observar que o consórcio 
entre diferentes pessoas jurídicas é permitido, po-
dendo ser feito inclusive entre empreendimentos de 
naturezas tão diferentes quanto empresas e coopera-
tivas. Entretanto, devem ser observadas as seguintes 
condições:
 › Nenhuma empresa participante de consórcio 
poderá participar na licitação de forma isolada ou 
em outro consórcio; e
 › Se o consórcio for vencedor, pode ser que tenha que 
se constituir em uma nova empresa para a assinatura 
do contrato de concessão, caso isto seja previsto no 
edital de licitação da concessão florestal em questão.
Os interessados em formar consórcios deverão com-
provar sua formalização por meio de compromisso 
público ou particular de sua constituição. No caso em 
que o consórcio vencer a licitação, o mesmo deve pro-
mover a constituição e o registro do consórcio antes 
da assinatura do contrato, e os membros do consórcio 
deverão eleger a pessoa jurídica-líder. Essa empre-
sa-líder ficará responsável pelo consórcio, mantendo 
as condições de liderança especificadas no edital, mas 
devendo cada consorciado entregar toda a documen-
tação exigida pelo poder público no edital ou no con-
trato de concessão. Além disso, é importante notar 
que os editais lançados até o momento adotam como 
procedimento a constituição de uma nova pessoa jurí-
dica para representar o consórcio.
Apenas para consolidarmos alguns conceitos, é 
importante destacar que a concessão florestal dá o 
direito ao concessionário de explorar certa gama de 
produtos ou serviços da floresta. Desta forma, a LGFP 
coloca alguns itens que NÃO são concedidos ao 
concessionário: 
 › A titularidade imobiliária ou a preferência em sua 
aquisição;
 › O acesso ao patrimônio genético;
 › O uso dos recursos hídricos acima da quantidade 
considerada insignificante;
 › A exploração dos recursos minerais;
 › A exploração dos recursos pesqueiros e da fauna 
silvestre;
 › A comercialização de créditos decorrentes da 
emissão evitada de carbono em florestas naturais 
(sistemas de REDD). 
Além destes itens, a exclusão de produtos relaciona-
dos ao objeto da concessão também inclui os produtos 
de uso tradicional e de subsistência para as comunida-
des locais que não poderão ser explorados pelo con-
cessionário. 
Todos os ônus e as obrigações assumidos pelo conces-
sionário são registrados em contrato assinado entre as 
partes interessadas, ou seja, o poder concedente e o 
vencedor do processo licitatório. Mas, para chegar a 
essa etapa, existe todo um processo que se inicia com 
o cadastramento da floresta pública pelo SFB, passa 
pela fase do edital e finaliza com o monitoramento, 
controle e fiscalização da execução do contrato. No 
próximo capítulo, apresentaremos em detalhes este 
passo a passo das fases do processo de concessão flo-
restal.
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13
A lei de gestão de florestas públicas e o panorama das concessões florestais na amazônia brasileira
Foto: Adriano Gambarini
Neste capítulo, discutiremos em detalhes quais são os 
passos que um empreendimento florestal (uma pessoa 
jurídica ou um consórcio formalizado) deve conhe-
cer e seguir para concorrer a uma concessão florestal. 
Tendo tais passos em vista, no Informativo Técnico 
do IFT 3 discorreremos sobre as principais recomen-
dações para que o empreendimento florestal se torne 
apto a concorrer – quais os critérios que deve ter em 
mente e como deve preparar uma proposta técnica e 
financeira. Em ambos os casos, consideramos o pro-
cesso básico relacionado às concessões lançadas pelo 
governo federal. Pode haver diferenças sutis no caso 
de concessões promovidas por estados e, eventual-
mente, por municípios. 
3.1. A Fase Pré-Edital
A LGFP prevê uma série de ações, principalmente 
aquelas relacionadas com a concessão florestal, que 
demonstrem transparência do processo de gestão 
da floresta pública. Tais ações vêm de princípios que 
norteiam a condução do processo de concessão ba-
seados no processo licitatório fundamentado na Lei 
8.666/1993, apresentados a seguir. 
 › Legalidade: Cumprimento das leis relacionadas à 
concessão em floresta pública.
 › Moralidade: Garantia de que o interesse público 
seja protegido na administração de bens públicos, 
mediante conduta ética e moral dos servidores da 
administração pública.
 › Publicidade: Divulgação clara e abrangente. 
Todos os segmentos interessados devem ter acesso à 
informação sobre o processo de concessão. 
 › Igualdade do julgamento por critérios objetivos: 
Garantia de participação igualitária entre os 
interessados nas aquisições públicas.
 › Vinculação ao instrumento convocatório: 
Garantia de que o edital de concessão tenha força 
de Lei e de que tudo o que o mesmo contiver seja 
cumprido, sob pena de anular a licitação. Uma 
vez que o interessado em firmar contrato com o 
poder concedente, ao entregar sua documentação e 
proposta, assuma a responsabilidade de obedecer ao 
edital. 
Baseado nesses princípios, para que uma determina-
da floresta pública seja concedida, o primeiro passo é 
que esta floresta tenha um cadastro que a identifique 
como pública. Previsto na LGFP, o Cadastro Nacio-
nal de FlorestasPúblicas (CNFP) é um instrumento 
de planejamento da gestão florestal, que reúne dados 
georreferenciados sobre as florestas públicas brasilei-
ras. Esses dados auxiliam os processos de destinação 
destas florestas segundo as modalidades de gestão que 
discutimos no capítulo anterior. O CNFP foi criado 
para mapear, organizar e disponibilizar informações 
sobre as florestas públicas, de forma a contribuir para 
a transparência, para a participação social e para a 
unificação das informações sobre as florestas públicas 
no Brasil. 
O CNFP permite o cadastro de diferentes tipos de flo-
restas públicas arrecadadas (ver detalhes abaixo), mas 
apenas uma porção das florestas cadastradas estará 
passível de ser licitada para a concessão. Por esta ra-
zão, é necessário fazer uma análise das florestas cadas-
tras no CNFP aplicando filtros de seleção, de forma 
que estarão aptas para a concessão apenas as seguintes 
florestas:
 › UCs da categoria floresta nacional (ou equivalente 
nos estados e municípios).
 › Florestas públicas arrecadadas, mas que não foram 
objetos de destinação específica pelo órgão em nome 
do qual a terra pública está matriculada. ▶
Capítulo 3: Os Passos para o Estabelecimento
de uma Concessão Florestal
14
Informativo Técnico IFT 2
Os tipos de florestas públicas
No âmbito federal, o SFB estabeleceu três tipos 
de florestas públicas que indicam sua dominia-
lidade e forma de uso (Resolução SFB 02/2007):
 › Florestas Públicas do TIPO A (FPA): São 
as florestas já destinadas, com dominialidade 
definida, como as UCs, as terras indígenas, 
os assentamentos rurais, as áreas militares ou 
outras formas de destinação. As FPAs têm a 
função de proteção e conservação do meio 
ambiente, produção sustentável e uso por 
comunidades tradicionais.
 › Florestas Públicas do TIPO B (FPB): 
São florestas localizadas em áreas públicas 
arrecadas pelo poder público, mas que ainda 
não tiveram destinação específica.
 › Florestas Públicas do TIPO C (FPC): São 
florestas localizadas em áreas de domínio 
indefinido, geralmente em processo de 
reconhecimento e disputa da dominialidade 
(pública ou privada). São conhecidas por terras 
devolutas. Essa tipologia de floresta não é 
passível de concessão florestal.
Instituições responsáveis pela 
concessão florestal
O processo de concessão florestal é conduzido de 
maneira a envolver instituições governamentais e di-
ferentes setores da sociedade civil organizada. Dessa 
forma, estão envolvidos no processo de concessão (ar-
tigo 3º da LGFP):
 › Poder concedente: União, Estado, Distrito Federal 
ou Município titular da terra pública.
 › Órgão gestor: Órgão do poder concedente com a 
competência de disciplinar e conduzir o processo de 
outorga da concessão florestal.
 › Órgão consultivo: Órgão com representação do 
poder público e da sociedade civil, com a finalidade 
de assessorar, avaliar e propor diretrizes para a 
gestão de florestas públicas. Na esfera federal, 
o órgão consultivo é a Comissão de Gestão de 
Florestas Públicas (CGFLOP), que se reúne, em 
caráter ordinário, pelo menos duas vezes ao ano. Nos 
estados e municípios, também podem ser formados 
os órgãos consultivos respectivos. Alguns estados da 
Amazônia já criaram seus órgãos, como é o caso do 
Acre, do Amazonas e do Pará.
No quadro abaixo estão alguns exemplos de institui-
ções e organismos responsáveis pelo processo de con-
cessão, gestão e consulta das florestas públicas.
Desse primeiro filtro, serão selecionadas para a con-
cessão as florestas que não apresentarem conflitos 
(reivindicação de posse, grilagem, extração ilegal de 
madeira etc.) e que não sejam objeto de reivindicação 
de comunidades locais e de populações tradicionais. 
Outro critério importante sendo utilizado é o de desti-
nar à concessão prioritariamente as florestas públicas 
que estejam localizadas em regiões nas quais exista 
viabilidade econômica para a exploração florestal. 
Com base no CNFP, é então elaborado o Plano Anual 
de Outorga Florestal (PAOF). O PAOF é uma publica-
ção anual elaborada e divulgada pelo órgão gestor da 
concessão florestal e aprovado e publicado pelo poder 
concedente.
Esfera de
Governo
Pode
 Concedente
Órgão 
Gestor
Órgão
Consultivo
União MMA SFB1 CGFLOP2
Estado do 
Acre
SEMA SEF3 CFE4
Estado do 
Amazonas
SDS9 ADS5 CECFAM6
Estado do 
Pará
SEMA IDEFLOR7 COMEF8
1 SFB: Serviço Florestal Brasileiro. 2 CGFLOP: Comissão de Ges-
tão de Florestas Públicas. 3 SEF: Secretaria Estadual de Floresta. 
4 CFE: Conselho Florestal Estadual. 5 ADS: Agência de Desenvol-
vimento Sustentável. 6 CECFAM: Conselho Estadual de Conces-
são Florestal. 7 IDEFLOR: Instituto de Desenvolvimento Florestal 
do estado do Pará. 8 COMEF: Comissão Estadual de Florestas. 
9 SDS: Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentá-
vel do Amazonas.
Foto: Adriano Gambarini
15
A lei de gestão de florestas públicas e o panorama das concessões florestais na amazônia brasileira
O PAOF é um documento previsto em Lei (artigo 10 
da LGFP) que identifica, seleciona e descreve as flores-
tas públicas passíveis de serem submetidas a processos 
de concessão no ano em que o plano vigorar. O PAOF 
da União deve considerar os PAOFs dos estados, dos 
municípios e do Distrito Federal. 
No PAOF somente são incluídas as florestas públicas 
cadastradas e identificadas no Cadastro Nacional de 
Florestas Públicas. Leva em consideração as políticas 
e os planejamentos existentes para o ordenamento e 
para a regularização territorial e o desenvolvimento 
regional. O Plano identifica a demanda por produtos 
e serviços florestais justificando a entrada de florestas 
públicas para concessão. E deve apresentar, também, 
disposições sobre revisão de contratos, monitoramen-
to, fiscalização e auditorias (artigo 20 da LGFP). Além 
disso, para assegurar a permanência de comunidades 
locais nas florestas que fazem uso, o PAOF deve prever 
zonas de uso restrito destinadas a essas comunidades, 
desde que reconhecida sua presença dentro dos limi-
tes ou circunvizinhanças das florestas públicas desti-
nadas à concessão. 
A LGFP também prevê salvaguardas para evitar a con-
centração econômica nos lotes de concessão florestal 
ao garantir o direito de acesso às concessões flores-
tais por pessoas jurídicas de pequeno porte, micro e 
médias empresas (artigo 33 da LGFP), e ao definir o 
número de unidades de manejo por lote de conces-
são que podem ser outorgados a uma mesma pessoa 
jurídica e o limite percentual máximo de área de con-
cessão florestal para uma mesma pessoa jurídica. Des-
ta forma, os lotes devem possuir UMFs de diferentes 
tamanhos. 
As categorias de tamanho das UMFs podem variar, 
conforme definições do PAOF. Para as florestas 
públicas para fins de concessão florestal em 2013, as 
categorias de UMFs possuíam os limites descritos a 
seguir: 
Segue um exemplo fictício, de um lote de concessão 
florestal, no qual existem três UMFs de diferentes 
tamanhos dentro de uma floresta pública. A área da 
Flona (Floresta Nacional) fora do lote de concessão é 
utilizada para outros usos que não sejam a concessão. 
É importante lembrar que a definição da área do lote 
somente é possível se a UC possuir um plano de manejo 
e um zoneamento e que a concessão somente ocorra 
na zona destinada à produção florestal. Também é 
importante destacar que as UMFs são definidas por 
ocasião da elaboração do edital de licitação para 
concessão, um passo posterior ao PAOF, conforme 
veremos adiante. ▶
Categoria
Aplicável na Amazônia 
em concessão envolvendo 
produção madeireira
Demais casos, 
incluindo concessão 
de florestas plantadas
Pequena até 40.000 ha Até 500 ha
Média 40.000 a 80.000 ha 500 a 5.000 ha
Grande acima de 80.0000 ha Acima de 5.000 ha
Fonte: SFB (2012)
3As APPs são áreas especiais definidaspela legislação brasileira 
(Lei Federal 12.651, de 25/05/ 2012) que devem ser protegidas, 
incluindo florestas em beiras de rios e igarapés, morros com 
mais de 45 graus de inclinação e nascentes de corpos d’água. 
 4 Instituída pela LGFP, a reserva absoluta corresponde a 5% da área 
da UMF e deve permanecer não explorada para efeito de compara-
ção com a floresta explorada durante o monitoramento da atividade. 
 5 Maiores detalhes no Informativo Técnico do IFT 1.
Lote de concessão em uma Flona fictícia (Flona X), formada por 
três unidades de manejo florestal (UMFs) de tamanhos diferentes. 
Cada UMF pode ser ocupada por diferentes concessionários ou 
pelo mesmo concessionário, observando os limites que podem ser 
outorgados a uma mesma pessoa jurídica.
O que é uma Unidade de Manejo Florestal (UMF)?
A UMF é uma área de floresta natural passível de ser 
explorada racionalmente por meio do manejo florestal para 
a produção de bens e serviços. Apenas uma porção da UMF 
é explorada anualmente, uma vez que é preciso que seja 
respeitado o ciclo de corte estabelecido para a floresta. Além 
disso, a UMF engloba áreas que não podem ser exploradas, 
como Áreas de Preservação Permanente (APP)3 e as reser-
vas absolutas4. A exploração de uma dada UMF é regulada 
por um Plano de Manejo Florestal Sustentável (PMFS), 
elaborado especificamente para a Unidade de Manejo em 
questão5. 
O que são os lotes de concessão florestal? 
O lote de concessão é um conjunto de unidades de manejo 
florestal (UMFs) a serem licitadas em um mesmo edital de 
concessão, por sua vez referente a uma determinada floresta 
pública. Em cada UMF é permitido ter apenas um conces-
sionário (ou consórcio).
16
Informativo Técnico IFT 2
Para garantir a transparência no processo, o PAOF 
passa por um período de consulta pública, recebendo 
manifestações diversas sobre eventuais adequações no 
conteúdo do Plano6. Além disso, na época de publica-
ção do PAOF pelo MMA, é verificada a existência de 
PAOFs dos estados, fazendo referência aos mesmos. 
Desta forma, a União considera os PAOFs estaduais 
como critérios de seleção das florestas públicas fede-
rais a constarem no PAOF daquele ano, considerando 
a oferta de matéria-prima e a demanda dos polos ma-
deireiros regionais. É importante ressaltar que a inclu-
são de uma determinada floresta pública legalmente 
passível de concessão no PAOF não significa, neces-
sariamente, que a floresta será objeto de licitação para 
concessão no período de vigência do plano. 
Uma vez finalizada as etapas de reconhecimento das 
florestas públicas passíveis de concessão e sua inclu-
são no PAOF, o órgão gestor lança, primeiramente, 
o pré-edital de licitação. O objetivo é tornar público 
o processo e, ainda, envolver os diferentes setores da 
sociedade interessados em validar o documento. Des-
sa forma, com o lançamento do pré-edital, o mesmo 
fica disponibilizado para consulta e são realizadas au-
diências públicas nos locais de influência do lote de 
concessão.
As audiências são realizadas pelo órgão gestor e de-
vem envolver todos os setores interessados, como 
representantes de comunidades locais que vivem ou 
fazem uso dos recursos da floresta onde o lote de con-
cessão está localizado, bem como o setor produtivo, 
prefeituras, gestores das UCs, órgão consultivo, entre 
outros. Nos casos de aparecimento de sugestões e re-
comendações de mudanças no pré-edital, o órgão ges-
tor deve realizar uma avaliação e eventual checagem 
em campo, acatando ou não tais sugestões. Somente 
depois de consideradas tais manifestações, é possível 
dar o próximo passo no processo, elaborando o edital 
de concessão.
6 Durante este processo, são necessariamente consultados a SPU, o 
ICMBio, O Conselho Nacional de Defesa (para áreas de zona de 
fronteira), bem como a CGFLOP.
Foto: Adriano Gambarini
17
As fases da concessão florestal
FONTE: Adaptado de BALIEIRO et al. (2010), a partir de SFB 
(2008).
*PMUC: Plano de Manejo da Unidade de Conservação.
**RAP: Relatório Ambiental Preliminar.
A lei de gestão de florestas públicas e o panorama das concessões florestais na amazônia brasileira
18
Informativo Técnico IFT 2
 Lote de concessão fora de Unidade de Conservação. 
Com a validação do pré-edital por meio das audiên-
cias públicas, o passo seguinte é a obtenção da licença 
prévia. A licença prévia para o uso sustentável é um 
requerimento do órgão gestor para autorizar a lici-
tação do lote de concessão. O órgão gestor, por sua 
vez, deve apresentar Relatório Ambiental Preliminar 
(RAP) ao órgão licenciador integrante do SISNAMA. 
Nos casos de florestas federais, essa licença é obtida 
com o IBAMA e, nos casos estaduais, junto aos Ór-
gãos Estaduais de Meio Ambiente (OEMAs).
Lote de concessão em Unidade de Conservação, como 
é o caso de Flonas. No caso de concessão florestal em 
UCs o RAP é substituído pelo Plano de Manejo da 
Unidade de Conservação (PMUC). O PMUC é um 
instrumento de planejamento estabelecido como obri-
gatório pelo SNUC, confeccionado com o objetivo de 
ordenar e planejar as atividades a serem desenvolvidas 
na UC em questão. Além disso, nestes casos, um se-
gundo requerimento importante antes do lançamento 
do edital é a constituição do Conselho Consultivo da 
Unidade.
Após estes passos, é lançado o edital. Esta fase do pro-
cesso tem por objetivo selecionar a pessoa jurídica que 
terá a permissão de manejar a floresta pública. Na pri-
meira etapa desta fase, o edital de licitação convoca os 
interessados para participarem da concorrência para 
a concessão. O documento é elaborado pelo órgão 
gestor da concessão florestal e amplamente publicado 
conforme critérios e normas gerais da Lei 8.666/1993. 
Conforme especificação da LGFP (artigo 20), o edital 
deve conter, minimamente:
1. O objeto da concessão, que contém a definição dos 
produtos e dos serviços florestais que poderão ser ex-
plorados, bem como os casos especiais e de exclusão.
2. A delimitação da UMF com sua localização e limi-
tes, além de mapas e imagens de satélite e outras infor-
mações públicas disponíveis.
3. Os resultados do inventário amostral7 com infor-
mações quantitativas e qualitativas dos produtos dis-
poníveis no lote, baseando a definição do objeto da 
concessão.
4. O prazo da concessão que será estabelecido em con-
trato (artigo 35 da LGFP). O prazo é estabelecido de 
acordo com o ciclo de colheita8 da floresta, podendo 
ser de, no máximo, 40 anos. O ciclo de colheita é o 
período decorrido entre duas diferentes colheitas de 
produtos ou serviços florestais em uma mesma área. 
Na concessão, o prazo do contrato considera o produ-
to ou grupo de produtos incluídos no objeto de con-
cessão com ciclo mais longo. No caso da exploração 
de serviços florestais, o prazo dos contratos exclusivos 
deverá estar entre cinco e 20 anos. É ainda permitido 
prorrogar o prazo do contrato, de acordo com condi-
ções previstas nos editais.
5. Uma descrição da infraestrutura disponível con-
tendo as informações relevantes para a elaboração da 
proposta, como o acesso às UMFs, as formas de es-
coamento da produção, benfeitorias existentes, entre 
outras.
6. As condições e as datas para a realização de visitas 
às UMFs para que o interessado na concessão possa 
elaborar sua proposta. O objetivo é fazer o reconheci-
mento da área e levantar dados adicionais se o poten-
cial concorrente à concessão sentir esta necessidade.
7. Uma descrição das condições necessárias à explo-
ração do objeto de concessão, pois o concessionário 
tem obrigações e responsabilidades a serem cumpri-
das durante o contrato.
8. Os prazos para o recebimento das propostas, para 
o julgamento da licitação e para a assinatura do con-
trato.
9. As informações sobre fornecimentos de dados, es-
tudos e projetos necessários à elaboração dos orça-
mentos e paraa apresentação das propostas.
10. Os critérios e a relação dos documentos obrigató-
rios para a comprovação de capacidade técnica para 
assumir a concessão, bem como para comprovar a 
idoneidade financeira e regularidade jurídica e fiscal.
11. Os critérios, indicadores, fórmulas e parâmetros 
a serem utilizados no julgamento da proposta, pois, 
para concorrer ao edital de licitação, o candidato deve 
apresentar proposta técnica (como executar a explo-
ração do objeto de concessão) e de preço (valor a ser 
pago pelo produto ou serviço florestal a ser explora-
do)9. 
12. Os preços mínimos da concessão que devem ser 
levados em consideração na proposta de preços dos 
concorrentes. Há também informações sobre os crité-
rios de reajuste e revisão dos preços durante o período 
do contrato. 
13. Uma descrição das garantias financeiras e dos se-
guros exigidos, considerando casos de danos causados 
ao meio ambiente, ao tesouro público e a terceiros. So-
mado a isso, a garantia também poderá cobrir o de-
sempenho do concessionário em termos de produção 
florestal. 
14. As características dos bens reversíveis (ou seja, 
bens que nasceram de investimentos do concessioná-
19
A lei de gestão de florestas públicas e o panorama das concessões florestais na amazônia brasileira
rio que serão ressarcidos pelo governo).
15. As condições de liderança da pessoa jurídica nas 
situações de consórcio.
16. A minuta do contrato a ser celebrado entre poder 
concedente e o vencedor da concessão.
17. As condições de extinção do contrato.
18. Os itens, a forma e os prazos de pagamento dos 
valores de estudos, levantamentos, projetos, obras, 
despesas ou investimentos já efetuados na UMF e re-
lacionados ao processo de licitação a serem ressarci-
dos pelo vencedor da licitação10 (Art. 37 do Decreto 
federal 6.063/2007).
O edital de concessão pode ser obtido gratuitamente 
no site dos órgãos gestores da concessão florestal11 e 
são vendidos diretamente nas sedes desses órgãos e 
em suas unidades regionais. 
Finalmente, com o edital em mãos, o interessado po-
derá conhecer as regras da licitação e avaliar se está 
apto para concorrer. O primeiro passo para entrar na 
concorrência é se habilitar como pessoa jurídica na 
licitação. A habilitação dos concorrentes consiste na 
entrega de uma série de documentos que comprovem 
a sua capacidade técnica, idoneidade financeira e re-
gularidade jurídica e fiscal. Se o candidato atender a 
todas essas exigências, então estará habilitado para 
concorrer à concessão e passar para a próxima etapa, 
que é o julgamento das propostas técnica e de preço. 
Depois da etapa de habilitação, o processo segue para 
a análise e julgamento das propostas técnica e de pre-
ço. A concorrência se dá por meio do julgamento das 
propostas apresentadas pelos concorrentes. A melhor 
proposta será considerada em razão da combinação do 
maior preço e da melhor técnica ofertados (artigo 26 
da LGFP). Ao contrário do que muitos possam imagi-
nar, os critérios técnicos têm recebido nas concessões 
federais um peso maior do que os preços. A proposta 
técnica está relacionada a critérios que dizem respeito:
 › Ao impacto ambiental, atendendo ao menor 
impacto negativo ou ao maior impacto positivo.
 › Aos maiores benefícios sociais diretos.
 › À maior eficiência derivada do uso dos recursos 
florestais.
 › À maior agregação de valor ao produto ou ao 
serviço florestal nos municípios abrangidos pelo lote 
de concessão.
A metodologia de pontuação deverá seguir a aplica-
ção dos critérios de seleção, estabelecidos no edital de 
licitação, contemplando os critérios, os indicadores, a 
fórmula precisa de cálculo da melhor oferta (baseada 
nos indicadores) e os parâmetros a serem utilizados 
no julgamento da proposta12. O candidato que apre-
sentar a melhor pontuação (somatória da técnica e de 
preço) será declarado o vencedor da licitação, e assi-
nará um contrato com o poder concedente tornando-
se o concessionário da UMF em questão. 
Por fim, para celebrar a assinatura do contrato de con-
cessão, é necessário que o vencedor da licitação faça 
a prestação das garantias e dos seguros exigidos. De 
Documentos mínimos exigidos na fase 
de habilitação dos concorrentes
Documentos exigidos pela Lei Federal 8.666/1993: 
Documentação relativa à habilitação jurídica, 
qualificação técnica, qualificação econômico-fi-
nanceira e regularidade fiscal.
Documentos exigidos pela Lei Federal 11.284/2006 
e Decreto Federal 6.063/2007: (i) certidão negati-
va de débitos inscritos na dívida ativa relativos a 
infração ambiental nos órgão competentes inte-
grantes do SISNAMA; (ii) certidão negativa de 
decisões condenatórias, com trânsito em julga-
do (sem disponibilidade de recurso), em ações 
penais relativas a crime contra o meio ambiente 
ou à ordem tributária, ou crime previdenciário, 
observada a reabilitação de que trata o artigo 93 
do Decreto-Lei 2.848/1940 (Código Penal).
7 Maiores detalhes no Informativo Técnico do IFT 1.
8 O ciclo de colheita a que se refere a LGFP está relacionado ao 
ciclo de corte no manejo florestal. Ver o Informativo Técnico do 
IFT 1 para maiores detalhes.
9 Mais detalhes sobre estes temas podem ser vistos no Informativo 
Técnico do IFT 3.
10 A LGFP deixa claro que as empresas de pequeno porte, micro-
empresas e associações de comunidades locais não precisam res-
sarcir tais gastos.
11 Para concessões de florestas públicas federais, acesse os endere-
ços eletrônicos do Ministério do Meio Ambiente (www.mma.gov.
br) e do Serviço Florestal Brasileiro (www.sfb.gov.br). 
12 O Informativo Técnico IFT 3 descreve em etapas os quesitos 
para a formulação técnica e de preços das concessões florestais.
20
Informativo Técnico IFT 2
fato, essa não é uma tarefa muito simples, frente ao 
montante a ser destinado como garantia. No entanto, 
o SFB vem trabalhando em novas metodologias13 para 
facilitar o pagamento da garantia e, ainda, atender as 
exigências legais frente à necessidade de estabelecer 
meios de cobrar do concessionário a cobertura por 
danos e por seu desempenho em termos de produção 
florestal. 
3.3. A Fase de Execução do 
Contrato de Concessão
Com a assinatura do contrato, o concessionário pas-
sa a ter a obrigação de fazer o bom cumprimento do 
mesmo, observando não somente suas cláusulas, mas 
outras leis vigentes relacionadas à atividade de manejo 
florestal. O primeiro passo para iniciar a execução do 
contrato é licenciar a atividade junto ao órgão respon-
sável. A licença prévia concedida para o órgão gestor 
permite a realização da licitação, mas não autoriza a 
execução propriamente dita do manejo de produtos 
e serviços florestais. Semelhante a outras situações na 
Amazônia (o manejo florestal realizado por empreen-
dimentos empresariais e comunitários), o concessio-
nário deve elaborar e submeter para análise o Plano de 
Manejo Florestal Sustentável (PMFS) ao órgão licen-
ciador da atividade14. 
Somente após a aprovação do PMFS pelo órgão licen-
ciador o concessionário poderá realizar as etapas do 
manejo florestal, como a elaboração e aprovação do 
Plano Operacional Anual (POA), recebendo então a 
autorização de exploração florestal. Com estes reque-
rimentos mínimos, o concessionário pode iniciar a 
exploração florestal observando os itens previstos em 
contrato de concessão e aplicando técnicas adequadas 
para minimizar os impactos na floresta e nas comuni-
dades vizinhas.
A execução do contrato de concessão florestal é moni-
torada pelo poder público. No caso de floresta federal, 
tal tarefa fica sob a responsabilidade do órgão gestor 
(SFB) e, para florestas estaduais, do órgão estadual 
gestor da concessão. A execução do PMFS é controla-
da e fiscalizada por órgão do SISNAMA responsável. 
Nas FLONAs, o IBAMA é responsável pela fiscaliza-
ção e, nasFLOTAS, a OEMA é a responsável pelo mo-
nitoramento do manejo florestal. 
A concessão florestal deve também passar por audito-
rias independentes em um prazo máximo de três anos 
entre cada auditoria, que têm por objetivo verificar o 
cumprimento do PMFS, do contrato de concessão e 
das leis ambientais e trabalhistas aplicáveis. Durante 
as auditorias, são realizadas verificações de campo e 
consultas a comunidades e a autoridades locais. Os 
resultados devem ser publicados na forma de resu-
mo pelo órgão gestor de modo a torná-los públicos e 
transparentes. Nas florestas federais, essas auditorias 
devem ser realizadas por auditores acreditados pelo 
Instituto Nacional de Metrologia, Normatização e 
Qualidade Industrial (INMETRO). Os custos da au-
ditoria são delegados ao concessionário. Entretanto, 
nas auditorias de UMFs de pequeno porte devem ser 
aplicados procedimentos que diminuam e amortizem 
tais custos.
O processo de concessão é amplamente divulgado 
para a sociedade brasileira. Quando uma floresta pú-
blica encontra-se sob concessão, são também disponi-
bilizadas informações sobre o andamento do manejo 
de produtos e serviços florestais, bem como sobre o 
cumprimento de outros itens previstos em Lei e exi-
gidos no contrato. Uma das ferramentas para essa di-
vulgação é o Relatório Anual de Gestão de Florestas 
Públicas, documento elaborado pelo órgão gestor da 
concessão e encaminhado ao Poder Legislativo e ao 
conselho de meio ambiente, nas respectivas esferas 
de governo. No relatório, devem ser apresentadas in-
formações referentes às florestas públicas concedidas, 
o valor dos preços florestais, a situação de execução 
dos contratos, os PMFS e seu estado de execução, as 
vistorias e auditorias florestais realizadas e os respecti-
vos resultados e demais informações relevantes sobre 
o efetivo cumprimento dos objetivos da LGFP. Com 
base nas informações contidas nos relatórios anuais, 
cabe ao Conselho Nacional do Meio Ambiente (CO-
NAMA) buscar adequações do sistema de concessão 
florestal e de seu monitoramento, além de sugerir os 
aperfeiçoamentos necessários. O relatório ainda pode 
ser debatido em audiências públicas.
13 As formas de prestar garantias durante a assinatura do contrato 
de concessões podem ser vistas em maiores detalhes no Informa-
tivo Técnico do IFT 3.
14 O Informativo Técnico do IFT 1 discute os parâmetros mínimos, 
legislação aplicável e o processo para a aprovação e implementa-
ção dos PMFS em florestas amazônicas. 
21
A lei de gestão de florestas públicas e o panorama das concessões florestais na amazônia brasileira
 As florestas públicas do Brasil estão localizadas nos 
diferentes biomas e regiões do País. No bioma Ama-
zônia, compreendem diferentes tipos que definem sua 
destinação, seu uso e, consequentemente, a oferta de 
matéria-prima para o setor florestal. 
Como discutimos no capítulo anterior, um dos instru-
mentos de gestão de florestas públicas utilizado para 
a indicação de florestas para concessão é o Cadastro 
Nacional de Florestas Públicas (CNFP) que, por sua 
vez, acessa o Sistema Nacional de Cadastro Rural. O 
CNFP é composto pelo Cadastro-Geral de Florestas 
Públicas da União (CGFPU) e pelos cadastros de flo-
restas públicas dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios. Dessa forma, tal cadastro disponibiliza 
informações sobre as florestas federais e também in-
clui aquelas localizadas em território estadual e mu-
nicipal (quando estado ou município disponibilizam 
informação). No Cadastro-Geral de Florestas Públicas 
da União são incluídas (artigo 2º, Decreto 6.063/2007):
 › Terras Indígenas
 › Unidades de Conservação
 › Florestas localizadas em imóveis urbanos ou rurais 
que estão em nome da União, de autarquias, de 
fundações, de empresas públicas e de sociedades de 
economia mista
 › Florestas públicas em áreas militares, as quais são 
incluídas no CGFPU apenas quando autorizadas 
pelo Ministério da Defesa
 › Florestas públicas federais plantadas após março 
de 2006, não localizadas em reserva legal ou 
em unidades de conservação, que podem ser 
cadastradas mediante consulta ao órgão gestor da 
floresta.
A situação atual das florestas públicas cadastradas no 
Brasil foi atualizada pelo SFB em novembro de 2011, 
publicada e disponibilizada gratuitamente, revelando, 
em números (SFB, 2012):
 › Cerca de 297 milhões de hectares de florestas 
públicas cadastradas no Brasil (35% do território 
nacional).
 › Um incremento de área incluídas em 2012 em cerca 
de 8 milhões de hectares (federais e estaduais).
 › Cerca de 75% das florestas públicas com destinação 
específica: 49% para uso comunitário (Terras 
Indígenas, Reservas de Desenvolvimento Sustentável, 
Reservas Extrativistas, Projetos de Desenvolvimento 
Sustentável, Projetos de Assentamento Florestais 
e Projetos de Assentamento Extrativista), 26% 
destinadas a proteção da biodiversidade e 1% de uso 
militar. 
 › Proporção de florestas públicas federais não 
destinadas de 17% (38,3 milhões de hectares), 
correspondendo às terras arrecadadas pela União, 
localizadas majoritariamente na região Norte.
 › Predominância das florestas públicas cadastradas 
na região Amazônica, o que representa 92% do total, 
o equivalente a 283 milhões de hectares.
Capítulo 4: O Panorama das Florestas Públicas e sua Importância para 
a Expansão do Manejo Florestal na Amazônia
Foto: Adriano Gambarini
22
Informativo Técnico IFT 2
23
 › Predominância das florestas públicas cadastradas 
nos estados do Amazonas e Pará.
Contendo a maioria das florestas públicas cadastra-
das, a Amazônia brasileira se destaca na oferta de flo-
restas passíveis de concessão florestal ou detidas por 
comunidades tradicionais. Não somente essa inicia-
tiva de destinação é favorável ao setor florestal ver-
ticalizado (ou seja, empresas que fazem a exploração 
e processam os produtos florestais), mas também às 
comunidades florestais, que podem se beneficiar eco-
nomicamente como fornecedoras de matéria-prima, 
principalmente madeira, para a indústria.
De fato, como pode ser visto na figura abaixo, cerca de 
60% das florestas públicas brasileiras são de uso comu-
nitário, sendo que mais de dois milhões de pessoas de-
pendem destas para sua subsistência (SFB, 2009). Atu-
almente, pequenos produtores florestais têm voltado 
sua atenção à floresta como uma alternativa legal para 
diversificar a renda familiar (ESPADA et al., 2011). 
No entanto, existem diversos fatores que impedem o 
estabelecimento do Manejo Florestal Comunitário e 
Familiar (MFCF) como atividade econômica gerado-
ra de trabalho, renda e matéria-prima. Por outro lado, 
algumas políticas públicas em andamento, somadas 
aos esforços de diversas organizações não governa-
mentais, estão caminhando para que essa realidade 
mude e torne o MFCF um importante mecanismo de 
suprimento de produtos florestais à indústria regional. 
Categorias de uso das florestas públicas destinadas 
(Fonte: SFB, 2011).
Foto: Adriano Gambarini
24
Informativo Técnico IFT 2
4.1. Um Panorama das Concessões Florestais 
na Amazônia Brasileira
Embora a Lei de Gestão de Florestas Públicas seja vá-
lida para todo o território brasileiro, como vimos, a 
maior parte das florestas passíveis de concessão en-
contra-se na região amazônica, revelando a impor-
tância que essa região possui frente à produção de 
serviços e produtos florestais para o Brasil. Todas as 
florestas atualmente destinadas à concessão, ou seja, já 
concedidas ou em processo de licitação, estão localiza-
das nos estados da Região Norte, mais especificamen-
te nos estados de Rondônia e Pará.
Estão previstos no PAOF de 2013 outras florestas fede-
rais e estaduais localizadas na Amazônia para conces-
são, totalizando 3,4 milhões de hectares passíveis de 
manejo somente em florestas federais(SFB, 2012). So-
madas às florestas estaduais incorporadas no mesmo 
PAOF, ficam passíveis de concessão, aproximadamen-
te, 4 milhões de hectares (~500 mil de hectares locali-
zados no estado do Pará). Vale ressaltar que a extensão 
territorial considerada no PAOF é da unidade florestal 
na sua totalidade (UC ou floresta não destinada), sen-
do necessário limitar a área efetiva a ser destinada para 
manejo florestal na concessão. Uma análise preliminar 
(SFB, 2011) em relação às FLONAs que já possuem 
plano de manejo, revela que suas áreas com aptidão 
Considerando as florestas públicas destinadas à con-
cessão que estão, efetivamente, com o manejo florestal 
em andamento, somam-se apenas 145 mil hectares 
produzindo matéria-prima para indústria madeirei-
ra. Este número está muito aquém do estimado pelos 
PAOFs anteriores e desejado pelas políticas públicas 
de incentivo ao manejo florestal na Amazônia. Um 
incremento de florestas públicas concessionadas ani-
mou o mercado com a licitação de novos concessio-
nários em florestas estaduais do Pará (Gleba Mamuru
-Arapiuns e FLOTA do Paru), mas que ainda estão em 
processamento de licenciamento e preparação para o 
início da execução do manejo florestal. Somadas as 
áreas com manejo em andamento e aquelas com o 
processo de licitação finalizado, ainda não foi atingido 
1 milhão de florestas públicas em concessão florestal 
na Amazônia.
para o manejo florestal sustentável empresarial variam 
de 51% a 82% do valor total da área da unidade.
Somente nas áreas de florestas federais, considerando 
uma intensidade de exploração de 20 m3 ha-1 ano-1, a 
estimativa de produção madeireira é de, aproxima-
damente, 1,8 milhões de metros cúbicos anuais (SFB, 
2011). 
As expectativas em torno das concessões florestais na 
Amazônia são promissoras, garantindo matéria-pri-
ma florestal de origem conhecida, maior controle dos 
processos de exploração, transporte e monitoramento 
por parte do poder público e da sociedade, além do 
fomento ao setor florestal. Diante dessas estimativas, 
a Amazônia passa a ter um papel ainda mais impor-
tante no fornecimento de madeira tropical, e também 
de outros produtos da biodiversidade que passam a 
Floresta Pública Estado
Status do 
processo de 
licitação
Área Total 
(ha)*
Área do lote 
de manejo 
florestal
Situação do 
manejo
Órgão 
gestor
Flona de Jamari RO Concluído 220.000 96.361 Iniciado SFB
Flona Saracá-Taquera PA Concluído 441.152 48.703 Iniciado SFB
Gleba Mamuru-Arapiuns PA Concluído 600.000 150.957 Submissão dos PMFS Ideflor
Flota Paru PA Concluído** 3.607.572 434.700 Não iniciado Ideflor
Flona Saraca-Taquera 
(Lote Sul) PA Concluído 441.147 93.204 Não iniciado SFB
Flona Jacundá RO Concluído 220.842 112.158 Não iniciado SFB
Flona do Amana PA Pré-edital 542.533 303.549 - SFB
Flona Crepori PA Pré-edital 741.784 231.357 - SFB
Flona Altamira PA Pré-edital 761.135 380.316 - SFB
Florestas públicas concedidas ou em processo de licitação para a 
concessão florestal, maio de 2013. Fonte: SFB e IDEFLOR.
* Áreas cadastradas no Cadastro Nacional Florestas Públicas.
** O lote foi dividido em nove UMFs, sendo apenas seis delas destinadas para concessão no primeiro edital e, futuramente, o IDEFLOR 
lançará outro edital para conceder as três UMFs restantes.
25
A lei de gestão de florestas públicas e o panorama das concessões florestais na amazônia brasileira
ocupar, mesmo que lentamente, destaque no cenário 
florestal do País. Considerando as perspectivas de 
decréscimo no fornecimento de madeira tropical de 
países na Ásia e na Bacia do Congo, o Brasil ganha 
notoriedade no mercado mundial como fornecedor 
dessa matéria-prima, devendo se preparar técnica e 
administrativamente para futuras demandas e, ainda, 
demandas atuais internas, como da construção civil 
frente à Copa Mundial de Futebol em 2014, os Jogos 
Olímpicos em 2016, Programas governamentais como 
o Minha Casa, Minha Vida, entre outros.
4.2. A Importância das Concessões Florestais e do 
Desenvolvimento do MFCF em Terras Públicas 
Destinadas para o Setor Florestal Amazônico
Segundo os dados existentes (VERÍSSIMO et al., 2002; 
LENTINI et al., 2003, 2005; e PEREIRA et al., 2010), 
o consumo de madeira em tora da Amazônia para fins 
industriais caiu pela metade em 12 anos, entre 1998 
e 2010 (de 28 milhões de metros cúbicos anuais para 
um pouco mais de 14 milhões de metros cúbicos anu-
ais). Esta diminuição do consumo de madeira em tora 
está provavelmente associada à crescente escassez de 
fontes de suprimento legalizadas, destacando os pla-
nos de manejo florestal.
Entre os principais entraves para a expansão do ma-
nejo florestal na Amazônia está a situação fundiária 
da região. Em 2008, um levantamento conduzido por 
pesquisadores do IMAZON (BARRETO et al., 2008) 
demonstrou que menos de 4% das terras da região 
eram áreas privadas regularizadas, que antes da LGFP 
eram uma das únicas fontes possíveis de suprimento 
de madeira legal à indústria da Amazônia. O aumento 
da pressão de monitoramento e controle implementa-
do pelo governo nos últimos 15 anos e a escassez de 
terras para o manejo florestal promoveram a retração 
da indústria madeireira regional, amplamente esti-
mulada pela demanda de madeira tropical existente 
principalmente no mercado doméstico brasileiro, des-
tacando o Sul e Sudeste do País. Este mesmo estudo 
demonstrou que quase a metade da Amazônia eram 
terras públicas com titularidade fundiária indefinida, 
e um pouco mais de 40% da Amazônia reservada na 
forma de áreas protegidas (principalmente Unidades 
de Conservação e Terras Indígenas), que antes da 
LGFP não poderiam ser utilizadas em nenhuma pro-
porção para o manejo florestal. 
Entretanto, as novas perspectivas de expansão do ma-
nejo florestal nas concessões, somadas à possibilidade 
de uso das florestas comunitárias para produzir pro-
dutos florestais com origem legal, há uma alternativa 
para o crescimento de um setor florestal na Amazô-
nia que pode expandir sua produção de forma legal e 
sustentável. Embora a implementação das concessões 
florestais tenha sido realizada na Amazônia em um 
ritmo relativamente lento até o momento (menos de 1 
milhão de hectares foram concedidos no âmbito fede-
ral e estadual até maio de 2013), espera-se sua rápida 
expansão devido às lições aprendidas nos primeiros 
processos de concessão finalizados e à conclusão de 
etapas importantes para o lançamento de pré-editais 
de várias florestas públicas. Ao mesmo tempo, muita 
experiência foi adquirida em relação à operação dos 
órgãos de governo e sociedade civil envolvida nestes 
processos, com maiores possibilidades de diálogo e 
negociação entre os diversos setores da sociedade en-
volvidos até esse momento. 
Fo
to
: A
dr
ia
no
 G
am
ba
rin
i
26
Informativo Técnico IFT 2
BALIEIRO, M.; ESPADA, A. L. V.; NOGUEIRA, O.; 
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BARRETO, P.; PINTO, A.; BRITO, B.; HAYASHI, S. 
Quem é dono da Amazônia? Uma análise de reca-
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2008. 74 p. Disponível em www.imazon.org.br.
BRASIL. CASA CIVIL. Lei nº 11.284/2006. Dispõe 
sobre a gestão de florestas públicas para a produção 
sustentável; institui, na estrutura do Ministério do 
Meio Ambiente, o Serviço Florestal Brasileiro - SFB; 
cria o Fundo Nacional de Desenvolvimento Flores-
tal - FNDF; e dá outras providências. Disponível 
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-
2006/2006/Lei/L11284.htm. 
BRASIL. MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. De-
creto 6.063, de 20/03/2007. Brasil, 2007. Regulamen-
ta,no âmbito federal, dispositivos da Lei no 11.284, 
de 2 de março de 2006, que dispõe sobre a gestão de 
florestas públicas para a produção sustentável, e dá 
outras providências. Disponível em: http://www.pla-
nalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Decreto/
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INSTITUTO FLORESTA TROPICAL. Manejo flo-
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Disponível em www.imazon.org.br. 
SERVIÇO FLORESTAL BRASILEIRO – SFB. Serviço 
Florestal Brasileiro – informações sobre as conces-
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Anual Florestal de Manejo Comunitário e Familiar. 
Brasília: SFB, 2009. Disponível em http://www.flores-
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2011. 130p. Disponível em www.florestal.gov.br. 
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Anual de Outorga Florestal 2013. Brasília: SFB, 2012. 
105 p. Disponível em http://www.florestal.gov.br. 
VERÍSSIMO, A.; LIMA, E.; LENTINI, M. Polos Ma-
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do Meio Ambiente da Amazônia. Belém: IMAZON, 
2002. 76 p. Disponível em www.imazon.org.br. 
Referências para Consulta
27
A lei de gestão de florestas públicas e o panorama das concessões florestais na amazônia brasileira
Sugestões de leitura
 › As Concessões de Florestas Públicas na 
Amazônia Brasileira. Um Manual para pequenos e 
médios produtores florestais. 
Onde consultar gratuitamente: www.ift.org.br
 › Cartilha Gestão de Florestas Públicas e 
Comunidades. 
Onde consultar: http://www.sfb.gov.br/publicacoes/
apoio-didatico
 › Perguntas e Respostas sobre Concessão Florestal. 
Onde consultar: http://www.sfb.gov.br/publicacoes/
apoio-didatico
 › Plano Anual de Outorga Florestal. 
Onde consultar: http://www.sfb.gov.br/publicacoes/
instrumento-de-gestao e http://www.ideflor.pa.gov.
br
 › Guia de Consultas Públicas para Unidades de 
Conservação. 
Onde consultar: http://www.imaflora.org/index.php/
biblioteca/detalhe/153
 › Resolução SFB 03, de 05 de outubro de 2007. 
Regulamenta os indicadores a serem utilizados 
no julgamento da melhor proposta técnica e 
bonificadores para concessão florestal. Onde 
consultar: http://www.sfb.gov.br/menu-horizontal-
de-internet/legislacao/index.php?option=com_
k2&view=item&layout=item&catid=33&id=1048
 › Lei Federal 11.284, de 2 de março de 2006. 
Publica a Lei de Gestão de Florestas Públicas, 
cria o Serviço Florestal Brasileiro e o Fundo 
Nacional de Desenvolvimento Florestal e 
dá outras providencias. Onde consultar: 
http://www.sfb.gov.br/menu-horizontal-de-
internet/legislacao/index.php?option=com_
k2&view=item&layout=item&catid=33&id=1048
 › Decreto 6.063, de 20 de março de 2007. 
Regulamenta os dispositivos da Lei Federal 
11.284/06 e dá outras providencias. Onde consultar: 
http://www.sfb.gov.br/menu-horizontal-de-
internet/legislacao/index.php?option=com_
k2&view=item&layout=item&catid=33&id=1048
 › Resolução SFB 02 de julho de 2007. 
Regulamenta o Cadastro Nacional de Florestas 
Públicas, define os tipos de vegetação e as formações 
de cobertura florestal, para fins de identificação das 
florestas públicas federais, e dá outras providências.
Sites para consulta
 › Serviço Florestal Brasileiro 
http://www.sfb.gov.br
 › Ministério do Meio Ambiente 
http://www.mma.gov.br 
 › Instituto Chico Mendes de Conservação da 
Biodiversidade 
http://www.icmbio.gov.br
 › Instituto de Desenvolvimento Florestal do Estado 
do Pará 
http://ideflor.pa.gov.br
 › Instituto Floresta Tropical 
www.ift.org.br
Sugestões de Leitura e Sites para Consulta
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