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TEXTO AULA 1 - Ensino de ciências, direitos humanos e diversidades - cederj

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1 
 
 
Direitos Fundamentaisi 
Os direitos do homem são direitos válidos para  todos os povos e em  todos os  tempos. Esses 
direitos advêm da própria natureza humana, daí seu caráter inviolável, intemporal e universal 
(dimensão jusnaturalista‐universalista). 
Por Flavia Martins André da Silva 
INTRODUÇÃO 
O primeiro código de  leis escrito de que  se  tem notícias,  foi o Código de Hamurabi, que  foi 
gravado em uma stela de basalto negro por volta do século XVIII a.C, que hoje se encontra no 
museu do Louvre, em Paris. 
O Código de Hamurabi defendia a vida e o direito de propriedade, e contemplava a honra, a 
dignidade, a família e a supremacia das  leis em relação aos governantes. Esse código contém 
dispositivos que continuam aceitos até hoje, tais como a Teoria da imprevisão, que fundava‐se 
no  princípio  de  talião:  olho  por  olho,  dente  por  dente.  Depois  deste  primeiro  código, 
instituições sociais (religião e a democracia) contribuíram para humanizar os sistemas legais. 
Mais tarde com a  junção dos princípios religiosos do cristianismo com os  ideais  libertários da 
Revolução Francesa, deram origem à Declaração Universal dos Direitos do Homem, assinada 
em  Paris  em  10/12/1948.  Representou  a  primeira  tentativa  da  humanidade  de  estabelecer 
parâmetros  humanitários  válidos  universalmente  para  todos  os  homens,  independentes  de 
raça,  sexo, poder,  língua,  crença etc., e  foi adotada e proclamada pela Resolução n. 217 da 
Organização das Nações Unidas,  e o Brasil, nesta mesma data,  assinou  esta declaração. Os 
Direitos Humanos  são  conquistas da  civilização, uma  sociedade  é  civilizada  se  seus Direitos 
Humanos são protegidos e respeitados. 
A Constituição Federal de 1988, espelhou‐se na Declaração Universal dos Direitos Humanos da 
ONU. Os cidadãos tem que participar e vigiar os Direitos Humanos, não delegando apenas ao 
Estado a proteção e aplicação desses direitos. 
   
DIREITOS FUNDAMENTAIS NA CONTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988  
 
A Constituição Federal de 1988, trouxe em seu Título II, os Direitos e Garantias Fundamentais, 
subdivididos em cinco capítulos:  
2 
 
a‐ Direitos individuais e coletivos: são os direitos ligados ao conceito de pessoa humana e à sua 
personalidade, tais como à vida, à igualdade, à dignidade, à segurança, à honra, à liberdade e à 
propriedade. Estão previstos no artigo 5º e seus incisos;  
b‐  Direitos  sociais:  o  Estado  Social  de  Direito  deve  garantir  as  liberdades  positivas  aos 
indivíduos. Esses direitos são referentes à educação, saúde, trabalho, previdência social, lazer, 
segurança, proteção à maternidade e à infância e assistência aos desamparados. Sua finalidade 
é a melhoria das condições de vida dos menos favorecidos, concretizando assim, a  igualdade 
social. Estão elencados a partir do artigo 6º;  
c‐ Direitos de nacionalidade: nacionalidade,  significa, o  vínculo  jurídico político que  liga um 
indivíduo  a  um  certo  e  determinado  Estado,  fazendo  com  que  este  indivíduo  se  torne  um 
componente  do  povo,  capacitando‐o  a  exigir  sua  proteção  e  em  contra  partida,  o  Estado 
sujeita‐o a cumprir deveres impostos a todos;  
d‐ Direitos políticos: permitem ao  indivíduo, através de direitos públicos  subjetivos, exercer 
sua cidadania, participando de forma ativa dos negócios políticos do Estado. Esta elencado no 
artigo 14;  
e‐  Direitos  relacionados  à  existência  ,  organização  e  a  participação  em  partidos  políticos: 
garante a autonomia e a liberdade plena dos partidos políticos como instrumentos necessários 
e importantes na preservação do Estado democrático de Direito. Esta elencado no artigo 17. 
Todo ser humano já nasce com direitos e garantias, não podendo estes ser considerados como 
uma concessão do Estado, pois, alguns estes direitos são criados pelos ordenamentos jurídicos, 
outros  são  criados  através  de  certa  manifestação  de  vontade,  e  outros  apenas  são 
reconhecidos nas cartas legislativas. 
As pessoas devem exigir que a sociedade e todas as demais pessoas respeitem sua dignidade e 
garantam os meios de atendimento das suas necessidades básicas. 
Os direitos humanos têm uma posição bidimensional, pois por um lado tem um ideal a atingir, 
que  é  a  conciliação  entre  os  direitos  do  indivíduo  e  os  da  sociedade;  e  por  outro  lado, 
assegurar um campo legítimo para a democracia. 
Os  Direitos  Fundamentais,  ou  Liberdades  Públicas  ou  Direitos  Humanos  é  definido  como 
conjunto de direitos e garantias do ser humano institucionalização, cuja finalidade principal é o 
respeito a sua dignidade, com proteção ao poder estatal e a garantia das condições mínimas 
de vida e desenvolvimento do ser humano, ou seja, visa garantir ao ser humano, o respeito à 
vida,  à  liberdade,  à  igualdade  e  a  dignidade,  para  o  pleno  desenvolvimento  de  sua 
3 
 
personalidade. Esta proteção deve ser reconhecida pelos ordenamentos  jurídicos nacionais e 
internacionais de maneira positiva. 
As principais características dos direitos fundamentais são:  
a‐ Historicidade:  os  direitos  são  criados  em  um  contexto  histórico,  e  quando  colocados  na 
Constituição se tornam Direitos Fundamentais;  
b‐ Imprescritibilidade: os Direitos Fundamentais não prescrevem, ou seja, não se perdem com 
o decurso do tempo. São permanentes;  
c‐  Irrenunciabilidade:  os  Direitos  Fundamentais  não  podem  ser  renunciados  de  maneira 
alguma;  
d‐  Inviolabilidade:  os  direitos  de  outrem  não  podem  ser  desrespeitados  por  nenhuma 
autoridade  ou  lei  infraconstitucional,  sob  pena  de  responsabilização  civil,  penal  ou 
administrativa;  
e‐ Universalidade: os Direitos  Fundamentais  são dirigidos a  todo  ser humano em  geral  sem 
restrições, independente de sua raça, credo, nacionalidade ou convicção política;  
f‐ Concorrência: podem ser exercidos vários Direitos Fundamentais ao mesmo tempo;  
g‐ Efetividade: o Poder Público deve atuar para garantis a efetivação dos Direitos e Garantias 
Fundamentais, usando quando necessário meios coercitivos;  
h‐  Interdependência:  não  pode  se  chocar  com  os  Direitos  Fundamentais,  as  previsões 
constitucionais e infraconstitucionais, devendo se relacionarem para atingir seus objetivos;  
i‐ Complementaridade: os Direitos Fundamentais devem ser interpretados de forma conjunta, 
com o objetivo de sua realização absoluta. 
Os  Direitos  Fundamentais  são  uma  criação  de  todo  um  contexto  histórico‐cultural  da 
sociedade. 
   
AS SUCESSIVAS GERAÇÕES DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS 
Vários  autores  baseados  na  ordem  histórico‐cronológica  estabelecem  assim,  as  sucessivas 
gerações dos Direitos Fundamentais que são:  
4 
 
a‐ Os direitos da primeira geração ou primeira dimensão inspirados nas doutrinas iluministas e 
jusnaturalistas  dos  séculos  XVII  e  XVIII:  seriam  os  Direitos  da  Liberdade,  liberdades  estas 
religiosas,  políticas,  civis  clássicas  como  o  direito  à  vida,  à  segurança,  à  propriedade,  à 
igualdade  formal  (perante  a  lei),  as  liberdades  de  expressão  coletiva,  etc.  São  os  primeiros 
direitos  a  constarem  do  instrumento  normativo  constitucional,  a  saber,  os  direitos  civis  e 
políticos. Os direitos de liberdade têm por titular o indivíduo, traduzem‐se como faculdades ou 
atributos da pessoa e ostentam uma subjetividade que é seu traço mais característico, sendo, 
portanto, os direitos de resistência ou de oposição perante o Estado, ou seja,  limitam a ação 
do Estado.  
b‐ Segunda geração ou  segunda dimensão:  seriam os Direitos da  Igualdade, no qual estão à 
proteção do trabalho contra o desemprego, direito à educação contra o analfabetismo, direito 
à  saúde,  cultura,  etc.  Essa  geração  dominou  o  século  XX,  são  os  direitos  sociais,  culturais,econômicos e os direitos coletivos. São direitos objetivos, pois conduzem os  indivíduos  sem 
condições de ascender aos conteúdos dos direitos através de mecanismos e da intervenção do 
Esatdo.  Pedem  a  igualdade  material,  através  da  intervenção  positiva  do  Estado,  para  sua 
concretização. Vinculam‐se às chamadas “liberdades positivas”, exigindo uma conduta positiva 
do Estado, pela busca do bem‐estar social.  
c‐ Terceira geração ou  terceira dimensão, que  foram desenvolvidos no  século XX:  seriam os 
Direitos da Fraternidade, no qual está o direito a um meio ambiente equilibrado, uma saudável 
qualidade de  vida, progresso, etc.  Essa  geração é dotada de um  alto  teor de humanismo  e 
universalidade, pois não se destinavam somente à proteção dos  interesses dos  indivíduos, de 
um grupo ou de um momento. Refletiam  sobre os  temas  referentes ao desenvolvimento, à 
paz, ao meio ambiente, à comunicação e ao patrimônio comum da humanidade.  
d‐ Quarta  geração  ou  quarta  dimensão,  que  surgiu  dentro  da  última  década,  por  causa  do 
avançado  grã de desenvolvimento  tecnológico:  seriam os Direitos da Responsabilidade,  tais 
como a promoção e manutenção da paz, à democracia, à informação, à autodeterminação dos 
povos,  promoção  da  ética  da  vida  defendida  pela  bioética,  direitos  difusos,  ao  direito  ao 
pluralismo etc. A globalização política na esfera da normatividade jurídica foi quem introduziu 
os direitos desta quarta geração, que correspondem à derradeira fase de institucionalização do 
Estado  social. Está  ligado a pesquisa genética,  com a necessidade de  impor um  controle na 
manipulação do genótipo dos seres, especialmente o homem. 
As  três  gerações  que  exprimem  os  ideais  de  Liberdade  (direitos  individuais  e  políticos), 
Igualdade  (direitos  sociais, econômicos e  culturais) e Fraternidade  (direitos da  solidariedade 
internacional), compõem atualmente os Direitos Fundamentais. 
5 
 
Os Direitos Fundamentais, atualmente, são reconhecidos mundialmente, por meio de pactos, 
tratados,  declarações  e  outros  instrumentos  de  caráter  internacional.  Esses  Direitos 
fundamentais nascem com o  indivíduo. E por essa razão, a Declaração Universal dos Direitos 
do Homem (ONU‐1948), diz que os direitos são proclamados, ou seja, eles pré existem a todas 
as  instituições políticas e sociais, não podendo ser retirados ou restringidos pelas  instituições 
governamentais, que por outro lado devem proteger tais direitos de qualquer ofensa. 
   
DIFERENCIAÇÃO ENTRE OS DIREITOS FUNDAMENTAIS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS 
As expressões direitos do homem e direitos fundamentais são frequentemente utilizadas como 
sinônimos. Os  direitos  do  homem  são  direitos  válidos  para  todos  os  povos  e  em  todos  os 
tempos.  Esses  direitos  advêm  da  própria  natureza  humana,  daí  seu  caráter  inviolável, 
intemporal e universal (dimensão jusnaturalista‐universalista). 
Os  direitos  fundamentais  são  os  direitos  do  homem  jurídico‐institucionalizadamente 
garantidos.  Seriam  os  direitos  objetivamente  vigentes  em  uma  ordem  jurídica  concreta,  ou 
seja,  são  os  enunciados  constitucionais  de  cunho  declaratório,  cujo  objetivo  consistiria  em 
reconhecer, no plano  jurídico,  a existência de uma prerrogativa  fundamental do  cidadão. A 
livre expressão (art. 5º, inciso IX), a intimidade e a honra ((art. 5º, inciso X) e a propriedade e 
defesa do consumidor são direitos fundamentais, que cumprem a função de direitos de defesa 
dos cidadãos sob um a dupla perspectiva:  
a‐ Constituem, num plano jurídico‐objetivo, normas de competência para os poderes públicos, 
proibindo, as ingerências destes na esfera jurídico‐individual;  
b‐  Implicam, num plano  jurídico‐subjetivo, o poder de exercer de modo positivo os direitos 
fundamentais  (liberdade  positiva)  e  de  exigir  dos  poderes  públicos,  omissões,  para  evitar 
agressões lesivas por parte dos mesmos (liberdade negativa). 
As  garantias  fundamentais  seriam os enunciados de  conteúdo  assecuratório,  cujo propósito 
consiste em fornecer mecanismos ou instrumentos, para a proteção, reparação ou reingresso 
em  eventual  direito  fundamental  violado.  São  remédios  jurídicos,  tais  como  o  direito  de 
resposta  (art.  5º,  inciso  V),  a  indenização  prevista,  o  Hábeas  Corpus  e  Hábeas  Data,  são 
garantias. 
 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS 
BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito Constitucional. 12. ed. São Paulo: Malheiros, 2002.  
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado Federal, 1988.  
6 
 
CANOTILHO, J.J. Gomes. Direito Constitucional. 6. ed. Coimbra: Almedina, 1993.  
HESSE, Konrad. A força normativa da constituição. Porto Alegre: Sérgio Antônio Fabris Editor, 
1991.  
MELLO,  Celso  Antônio  Bandeira  de.  Curso  de  Direito  Administrativo.  8.  ed.  São  Paulo: 
Malheiros, 1996.  
MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. São Paulo: Atlas, 1999.  
NETO,  Diogo  de  Figueiredo  Moreira.  Sociedade,  Estado  e  Administração  Pública.  Rio  de 
Janeiro: Top Books, 1996.  
REALE, Miguel. Filosofia do direito. 11. ed. São Paulo: Saraiva, 1986.  
SILVA,  José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 3. ed. São Paulo: Malheiros, 
1992. 
 
                                                            
i Disponível em: http://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/2627/Direitos‐Fundamentais. 
Acesso: 20 ago. 2012.

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