Buscar

Trabalho THAU - WALTER GROPIUS, O EXPRESSIONISMO ALEMÃO E A BAUHAUS

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Bacharelado em Arquitetura e Urbanismo 
 
 
 
 
WALTER GROPIUS, O EXPRESSIONISMO ALEMÃO E A BAUHAUS 
 
 
 
 
Acadêmico(a): Andressa Mayer, Daiane Pauli, 
Felipe Mohler e Kelly Carvalho 
 Professor(a): Ana Claúdia Böer Breier 
Disciplina: Teoria e História da Arquitetura e 
Urbanismo IV 
 Turma: T2 
 
 
 
 
 
 
SANTA ROSA 
2017/2 
2 
 
SUMÁRIO 
1. INTRODUÇÃO .........................................................................................................3 
2. DESENVOLVIMENTO..............................................................................................3 
2.1 Contexto Histórico.....................................................................................3 
2.2 Walter Gropius............................................................................................4 
2.3 Expressionismo Alemão............................................................................6 
2.4 Bauhaus......................................................................................................9 
3. CONCLUSÃO.........................................................................................................16 
4. REFERÊNCIAS......................................................................................................18 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
1. INTRODUÇÃO 
 A Bauhaus tinha como objetivo unificar todas as artes com um método de 
ensino específico, como uma resposta para a situação devastadora que a Alemanha 
enfrentava. Neste contexto o trabalho busca abordar o surgimento dessa escola de 
artes, em Weimar – 1919, a história de seu fundador, o arquiteto Walter Gropius e o 
expressionismo alemão. 
 
2. DESENVOLVIMENTO 
 2.1 Contexto Histórico 
O fim da Primeira Guerra Mundial marcou a derrota da Alemanha. As 
consequências trazidas por esta derrota foi um país destruído e endividado, dando 
início a um processo inflacionário cujo resultado foi o desmoronamento do mercado 
imobiliário. Na Alemanha, a reação ao caos econômico foi a revolução, e essa também 
trouxe uma polarização dos radicalismos políticos da esquerda e da direita. Nas artes, 
grupos de visionários redigiam seus manifestos com base naqueles dos grupos de 
trabalhadores radicais, e esperavam que a revolução política pudesse ser 
acompanhada pela cultural. A Alemanha, antes da guerra, possuía uma das piores 
condições de vida para os operários, pequenos empregadores e funcionários na 
Europa. Essas condições haviam piorado muito mais em função dos anos em que 
nada fora construído e principalmente pela própria destruição produzida pela guerra. 
 A “moradia para todos” era um dos direitos fundamentais da Constituição de 
Weimar, que instituiu a primeira república na Alemanha em 1919. Os métodos de 
produção e a arquitetura industriais influenciaram as construções da época. Isso 
permitiu grandes experimentações nos campos urbanístico, arquitetônico e 
habitacional, sendo elaborados planos para as principais cidades e construção de 
grande quantidade de habitações sociais. Mas, alta inflação da moeda contribuía para 
o espirito permanente na Alemanha, ao minimizar as possibilidades reais de se 
construir, e assim, os arquitetos da Alemanha se voltaram para a criação de projetos 
que não sairiam do papel, nos quais previam a imagem de uma nova sociedade. 
4 
 
No entanto, Gropius foi quem entendeu este espírito dividido do período- a 
oscilação entre o desespero provocado pelo colapso interno e a esperança na 
construção de uma nova e radiante edificação social. 
 
 2.2 Walter Gropius 
Nascido em Berlim, em 1883, Gropius estuda em institutos técnicos em 
Munique e posteriormente na Universidade de Charlottenburg, em Berlim, no início do 
século 20. Após uma longa viagem pela Espanha, França, Inglaterra e Dinamarca, e 
depois de cumprir o serviço militar obrigatório, ingressa no escritório de Behrens, onde 
trabalha por cerca de três anos até virar seu primeiro assistente. É lá que toma 
contato, pela primeira vez, com a problemática da projetação, da industrialização e da 
fabricação em série. Trabalhavam lá alguns jovens ainda desconhecidos como Ludwig 
Mies Van der Rohe e Charles Jeanneret, imortalizado posteriormente como Le 
Corbusier. 
Após esse breve período, Gropius desenvolve, entre 1910 e 1914, uma 
brilhante atividade profissional independente. O primeiro grande projeto desse período 
é a Fábrica Fagus, que explora uma abordagem espacial, plástica e construtiva 
totalmente original. 
Figura 1 - Fábrica Fagus 
 
Fonte: <http://www.archdaily.com/612249/ad-classics-fagus-factory-walter-gropius>. Acesso em set de 2017. 
5 
 
A primeira guerra mundial interrompe bruscamente o trabalho de Gropius, que 
é chamado a servir no exército como um oficial da cavalaria. Com o fim da guerra, em 
1918, com apenas 35 anos, Gropius vem a acumular os cargos de diretor da Escola 
Granducal de Artes e Ofícios e da Granducal Academia de Artes. A unificação que 
promove das duas escolas, formando a Staatliches Bauhaus, já demonstrava as 
intenções do arquiteto. 
Em seus poucos anos de existência, preparou mais de 500 aprendizes, e o 
peso da sua influência, difundida em toda a Europa Ocidental e também na América, 
com a transferência de Gropius para Harvard, foi ainda muito superior à sua efetiva 
existência. 
Uma característica que difere a obra de Gropius da de seus contemporâneos 
Frank Lloyd Wright ou Mies van der Rohe é a profunda preocupação com os 
problemas sociais. E isso se mostra não só nos conjuntos de habitações operárias ou 
grandes projetos urbanísticos, como também no resultado plástico que sua obra 
adquire e que o afastam de uma linguagem mais pessoal e subjetiva. 
Em 1922, o arquiteto participa do concurso para a sede do jornal Chicago 
Tribune. Embora vencido pela proposta neogótica de Howels e Hood, o projeto de 
Gropius pode ser considerado o primeiro grande trabalho da sua fase pós-guerra. Em 
seguida, envolve-se em um novo projeto que viria a se tornar a sua obra-prima. Tal 
resultado não foi um mero acaso, visto que entre todos os edifícios que já tinha 
projetado, este foi criado para o cliente cujas exigências ele conhecia melhor: ele 
próprio. A obra era um complexo de edifícios para a Bauhaus. 
Em 1928, para retomar à sua plena atividade como arquiteto, Gropius passa 
adiante a direção da Bauhaus. Fugindo do regime nazista, Gropius vai para Londres 
em 1934, onde permanece por três anos projetando diversos edifícios que 
influenciaram significativamente a arquitetura moderna inglesa. Apesar do sacrifício 
pessoal de um exílio, sua ida à Inglaterra não teve consequências sensíveis em sua 
atividade profissional. 
Da mesma maneira, sua genialidade não sofre com a nova transferência do 
arquiteto, em 1937, para os Estados Unidos. Os projetos para a sua própria casa em 
Cambridge, em 1937, e para uma cidade operária em New Kensington, em 1941, 
6 
 
mostram uma perfeita inserção no novo ambiente em que vivia nesse momento. 
Gropius é convidado a ser professor e, um ano depois, diretor da Universidade 
Harvard, onde leciona por 15 anos. 
Figura 2 - Casa Gropius 
 
Fonte: <http://www.archdaily.com.br/br/01-126875/classicos-da-arquitetura-casa-gropius-slash-walter-gropius>. 
Acesso em set. de 2017 
 
Em 1946, o arquiteto forma o escritório Architects Collaborative que, por 
aproximadamente uma década, faz muitos projetos nos Estados Unidos, Grécia, 
Alemanha e uma série de outros países. Nesse período de pós-guerra, entretanto, a 
qualidade e a originalidade demonstradas nos primeiros anos na Europa nãosão 
alcançadas. 
A proposta para a Nova Universidade de Bagdá é um dos maiores e mais 
significativos desse período de sua carreira. São dessa época também o projeto do 
edifício de apartamentos no bairro Interbau, em Berlim, a sede da embaixada 
americana em Atenas e o edifício sede da Pan Am, em Nova York. 
 
Figura 3 - Edifício sede da Pan Am 
7 
 
 
Fonte: < http://www.aviewoncities.com/img/nyc/kveus5513s.jpg>. Acesso em set. de 2017. 
 
Figura 4 - Edifício de apartamentos em Berlim 
 
Fonte: < https://www.pinterest.pt/pin/414331234447576891/>. Acesso em set. de 2017. 
 
Após 1952, Gropius deixa a Universidade de Harvard para se dedicar com 
ainda maior intensidade à atividade profissional. Mesmo a assim, Gropius continua 
com sua vida acadêmica como professor emérito dessa universidade (1952), 
8 
 
professor honorário da Escola Nacional de Engenheiros em Lima, Peru (1953) e como 
membro do visiting comitee da Escola de Arquitetura do MIT (1953-55). Até morrer em 
julho de 1969, aos 86 anos de idade, Gropius foi membro honorário de mais de uma 
dezena de institutos de arquitetos no mundo todo, incluindo o IAB de São Paulo, além 
de possuir um sem número de importantíssimas premiações internacionais. 
 
 2.3 Expressionismo Alemão 
O Movimento Expressionista surgiu na Europa, no início do século XX, como 
uma tendência contrária ao Impressionismo, sendo que o primeiro adotava uma 
atitude relacionada à vontade do sujeito, enquanto o segundo manifestava uma atitude 
sensitiva. 
De uma maneira geral, o expressionismo define-se como qualquer 
manifestação artística em que os elementos são exagerados ou distorcidos a fim de 
se obter um resultado expressivo, manifestando-se pela distorção dos elementos, 
pelas cores fortes e pelo uso de formas incomuns. 
A arquitetura expressionista se desenvolveu no clima agitado do pós-guerra 
alemão. Nesse contexto, duas tendências acabaram ajudando na disseminação do 
expressionismo, por um lado, os experimentos feitos pelo art nouveau encorajaram 
uma visão extravagante que, embora se restringisse as inovações decorativas e não 
estruturais, com certeza ajudou a fazer da fantasia um componente válido do design. 
Por outro lado, as novas tecnologias estavam oferecendo muitos materiais modernos, 
como vigas de ferro, concreto armado e vidro em chapas. 
O grupo de artistas franceses Fauves e os grupos nascidos na Alemanha Die 
Brücke e o Novembergruppe (Grupo de Novembro) são movimentos muito 
importantes para o desenvolvimento e divulgação do Expressionismo. 
Vale destacar o Grupo de Novembro, que recebeu este nome em homenagem 
a revolução de Novembro de 1918, que derrubou o imperador e pôs fim a guerra. Seus 
objetivos básicos reivindicavam uma nova obra de arte total a ser criada com a 
participação do povo e se tratava também de um núcleo de pesquisa e 
experimentação da construção civil e, ao mesmo tempo, elemento de pressão para 
9 
 
conseguir que o Estado apoiasse as novas experiências, voltadas para um urbanismo 
capaz de responder as exigências de vida e de trabalho do povo. O grupo ficou 
conhecido pela sua ‘correspondência utópica’ ou Cadeia de Cristal, que se tratava de 
uma série de cartas escritas pelos membros do Novembergruppe como forma de se 
comunicarem já que suas atividades abertas foram interrompidas no período da 
Revolta Espartacista. Os principais representantes dessa vertente era Bruno Taut e 
Erich Mendelsohn. 
 Bruno Taut 
Bruno Taut ficou muito conhecido por ter projetado várias obras para 
exposições, sendo seu edifício mais conhecido o Pavilhão de Vidro realizado para a 
exposição da Deutscher Werkbund, realizada em Colônia, 1914. 
Figura 5 - Pavilhão de Vidro 
 
Fonte: <https://thaa2.wordpress.com/2009/07/24/expressionismo/>. Acesso em set. 2017. 
A edificação se conforma como uma espécie de colméia circular de telhas de 
vidro coloridas, onde os visitantes ficam suspensos sobre uma plataforma circular, 
enquanto um feixe de lentes rotativas lança raios de luz coloridos sobre todas as 
superfícies. Esse pavilhão é considerado obra importante da arquitetura 
expressionista. 
10 
 
 Erich Mendelsohn 
Erich Mendelsohn foi um grande nome da arquitetura do século XX. Durante 
sua etapa de estudante esteve contato com vários arquitetos neoclássicos e com 
arquitetos expressionistas, mas sempre venerou o arquiteto norte-americano Frank 
Lloyd Wright. 
Sua grande obra e um dos exemplos máximos da arquitetura expressionista é 
a Torre Einsten. 
Figura 6 – Torre Einsten 
 
Fonte: <https://thaa2.wordpress.com/2009/07/24/expressionismo/>. Acesso em set. 2017. 
Foi construída entre 1919 e 1921 e começou a funcionar em 1924 como um 
observatório astrofísico com o objetivo de através de experimentos com o telescópio 
provar ou derrubar a teoria da relatividade de Einstein. 
As superfícies das fachadas foram modeladas de maneira a obter-se uma 
forma com grande vigor plástico, dinamismo e continuidade volumétrica. Tem um 
trabalho de sentido escultórico. 
 2.4 Bauhaus 
11 
 
Após o fim da Primeira Guerra Mundial, Walter Gropius entendia que havia a 
necessidade de uma nova era na arquitetura, mas que não poderia ser concebida 
pelos ideais de sua geração. Seria necessária uma escola onde houvesse 
colaboradores ativos que auxiliassem na formação de uma nova geração de arquitetos 
que transformariam o conceito dessa área. 
Logo, em 1919 surge a Bauhaus na cidade de Weimar na Alemanha, com o 
seu foco voltado para a vida, como resultado da fusão da Academia de Belas Artes 
com a Escola de Artes Aplicadas. Essa escola quis redimensionar o valor do 
artesanato em uma sociedade dominada pela máquina e sua respectiva produção em 
massa. Segundo Gropius (2001, 32) “A meta da Bauhaus não consistia em propagar 
um “estilo” qualquer, mas sim em exercer uma influência viva no “design” (gestaltung)”. 
Nesse propósito, o primeiro manifesto da Bauhaus foi lançado com a sua capa, 
reproduzida por Lyonel Feininger, voltada para a corrente do expressionismo, 
justamente para transparecer a ideia de algo “inatingível” construída em nosso 
imaginário, através de recortes que formulam uma catedral de cristais. 
Consequentemente, junto de outros mestres, foi instaurado um método de ensino 
que priorizava um aprendizado único de cada estudante, sem meras cópias de seus 
professores, conforme Gropius (2001, 50) confirmava, “a arte surge da graça da súbita 
ideia pessoal”, ela não pode ser ensinada, mas deve ser compreendida com o auxílio 
dos mestres. 
Para isso, os alunos passavam por alguns processos inseridos por Gropius, já 
definidos em suas experiências na Werkbund, os quais uniam a estética com o 
utilitário. Inicialmente, os estudantes desaprendiam alguns hábitos e eram 
influenciados a adotar materiais naturais e formas abstratas através de um curso 
básico nomeado Vorkurs. 
 
Figura 7 - "Catedral do Socialismo", Lyonel Feininger. 
12 
 
 
Fonte: <https://br.pinterest.com/pin/518547344566944189/>. Acesso em set. 2012. 
 
Entretanto, para capacitar esses jovens, o arquiteto fundador da Bauhaus preza 
o incentivo à criação desde a infância. A escola precisa motivar as crianças através 
das suas fantasias, para assim priorizar a produção de novas ideias. 
Como a Alemanha vivenciava um período crítico de reconstrução em sua 
história, os alunos praticavam com materiais disponíveis gratuitamente e não 
trabalhavam com projetos para clientes devido à falta de bons negócios. Porém, em 
1920, Walter Gropius foi contratado para projetar uma casa para Adolf Sommerfeld, 
onde utilizou alguns dos trabalhos de seus alunos, frisando aqui o material em madeirautilizado por Marcel Breuer, que se tornaria um dos professores da escola. 
Portanto, na Bauhaus, os professores implantaram um sistema de transmissão 
de conhecimento acadêmico de todas as áreas da arte aliada à experiência. 
Experiência esta que não se resumia a trabalhos em escritórios, mas a participação 
na execução da obra para assim remodelar a importância do arquiteto em uma 
sociedade onde, no século XX, 80% dos edifícios nos Estados Unidos não contavam 
com esse profissional. 
Durante a década de 1920, os nazistas se opuseram à ideologia da Bauhaus, 
visto que eram reconhecidos na cidade por uma “degradação cultural”. Em 
13 
 
decorrência disso, Walter Gropius viu a necessidade de uma nova sede, oportunizada 
na cidade de Dessau. Para esse novo local, o arquiteto projetou um edifício exemplar 
para atrair a confiança do povo alemão novamente. 
 
 Figura 8 - Edifício da Bauhaus em Dessau. 
 
Fonte: <https://arteenelvalle.wikispaces.com/Edificio+de+la+Bauhaus,+en+Dessau,+de+W.+Gropius> Acesso em 
set. 2017. 
 
Figura 9 – Planta Térrea do Edifício da Bauhaus 
 
 
14 
 
Fonte: <https://es.wikiarquitectura.com/edificio/edificio-de-la-bauhaus-en-dessau/> Acesso em set. 2017. 
Figura 10 - Planta do Primeiro Pavimento do Edifício da Bauhaus 
 
Fonte: <https://es.wikiarquitectura.com/edificio/edificio-de-la-bauhaus-en-dessau/> Acesso em set. 2017. 
 
Figura 11 - Planta Segundo Pavimento do Edifício da Bauhaus 
15 
 
 
Fonte: <https://es.wikiarquitectura.com/edificio/edificio-de-la-bauhaus-en-dessau/> Acesso em set. 
 
O novo edifício da Bauhaus é reconhecido por suas formas geométricas e suas 
fachadas com particularidades funcionalistas, demarcando características de uma 
arquitetura modernista. O complexo foi dividido em três alas principais unidas por um 
elemento de ponte: ateliês, escola técnica e habitação estudantil. 
 
Figura 12 - Edifício da Bauhaus 
 
Fonte: < https://www.bauhaus100.de/en/travel/Kick-off2017/Dessau.html> Acesso em set. 2017. 
 
Gropius não trabalhou com fachadas decorativas, mas apegou-se a meios que 
pudessem transmitir a função do interior para quem estivesse visualizando o prédio 
do exterior. Logo, percebe-se que as aberturas nos apartamentos estudantis são 
individuais, destinando-as a uma maior privacidade, enquanto as janelas do bloco de 
salas de aulas são horizontais, para assim obter iluminação adequada. Já os ateliês 
possuem uma vasta frente de vidro, permitindo o máximo de luz e vista do interior a 
partir do exterior. 
 
Figura 13 - Edifício da Bauhaus, vista aérea. 
16 
 
 
Fonte: < https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Dessau,Bauhausgeb%C3%A4ude.jpg> Acesso em set. 2017. 
 
Essas ‘pontes’, visíveis na foto acima, eram, além de ligações entre as 
principais alas, oficinas diversas e, também, o escritório de Gropius. 
 Tal arquiteto deixou a direção da escola em 1927, onde construiu um legado 
de cunho expressionista. Sua relação com a máquina já havia sido modificada, ele 
mesmo afirmava que ela deveria ser um meio moderno de projeto. Logo, em 1927, 
Hannes Meyer assume a diretoria da Bauhaus, como sucessor de Walter Gropius. 
Meyer insistia num processo de construção que levasse em conta as necessidades 
humanas – biológicas, intelectuais, espirituais e físicas. Portanto, sua arquitetura era 
voltada para o funcionalismo e conforto. 
Meyer redimensionou a Bauhaus após o seu comando. Ele modificou alguns 
métodos de ensino e valorizou a arquitetura dentre as várias áreas que eram 
lecionadas na escola. Devido à situação crítica da Alemanha, Meyer quis adequar os 
projetos desenvolvidos a economia do país (preços mais baixos). Logo, houve uma 
extrema valorização da indústria e sua respectiva produção em massa. 
 Seus principais projetos não saíram do papel. Em 1926, ele projetou, junto de 
Hans Wittwer, para uma competição da Petersschule, em Basiléia. O edifício era 
17 
 
composto de um volume retangular com escadas externas e deques tensionados por 
cabos. 
 
Figura 14 - Hannes Meyer e Hans Wittwer, projeto para a Peterschule, Basiléia. 
 
Fonte: < https://twitter.com/areasvellas/status/640465731591737344> Acesso em set. 2017. 
 
Em 1930, Hannes Meyer foi demitido da Bauhaus devido a sua grande alusão 
ao comunismo, o que ameaçava a existência da escola. Logo, de 1930 até 1933, ano 
de fechamento da Bauhaus, Mies van der Rohe assumiu a liderança. 
 Mies van der Rohe, muito antes de ser o diretor da escola, já havia desenvolvido 
vários projetos que traçavam o seu modo de ver a arquitetura. Em 1922, ele projetou 
um arranha-céu de vidro, o qual enfatiza uma arquitetura “pele e osso”, como ele 
gostava de se referir. 
 
Figura 15 - Projeto para um arranha-céu de vidro, 1922, maquete. 
18 
 
 
Fonte: <http://trabalhosgraduacaoarqurb.blogspot.com.br/> Acesso em set. 2017. 
 
 Essa arquitetura “pele e osso” era assim chamada devido aos seus projetos 
que eram conhecidos como estrutura e membrana externa. Dentre todos os detalhes, 
existia um grande vazio no espaço que, segundo o arquiteto, deveria ser preenchido 
pela vida. 
 Em 1932, os nazistas queriam fechar a escola, por isso Mies van der Rohe 
transferiu-a para um prédio industrial em Berlim. Porém, em 1933, a Bauhaus foi 
oficialmente fechada pelos nazistas, encerrando um longo período de atividade. 
Entretanto, os arquitetos que nela atuaram continuaram a propagar os seus métodos 
e ideais nos países para onde emigraram. 
 No Brasil, durante a década de 1930, podem ser destacadas algumas obras 
que se referenciam na Bauhaus. A remodelação urbana empreendida por Luiz Nunes 
(1909 - 1937), no Recife, os projetos do Instituto de Arte Contemporânea - IAC do 
Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand - Masp, 1951, e a Escola Superior 
de Desenho Industrial - Esdi, do Rio de Janeiro, 1963, inspiram-se, cada qual a seu 
modo, no programa educativo da escola de Gropius. 
 
3. CONCLUSÃO 
 Em suma, podemos destacar que embora Walter Gropius não quisesse 
propagar um novo estilo arquitetônico e sim um método de ensino, a Bauhaus teve 
19 
 
grande influência no surgimento da arquitetura moderna. Esse movimento é o reflexo 
das grandes inovações técnicas que começam a surgir no fim do século XIX e se 
caracteriza pelo uso de formas simples e geométricas, ausência de ornamentos e o 
emprego dos materiais em sua essência. Assim, o modo de pensar e fazer arquitetura 
muda de forma notável comparado com os movimentos do passado e influencia várias 
gerações de arquitetos pelo mundo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
4. REFERÊNCIA 
 
ALBUQUERQUE, Carlos. Especial: 90 anos da Bauhaus. Disponível 
em:<http://p.dw.com/p/An5M>. Acesso em: 14/09/2017 
 
BAUHAUS. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São 
Paulo: Itaú Cultural, 2017. Disponível em: 
<http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo368/bauhaus>. Acesso em: 14 de Set. 
2017. 
 
CURTIS, Willian J. R. Arquitetura moderna desde 1900. 3 ed. Porto Alegre: 
Bookman, 2008. 
 
Edifício da Bauhaus em Dessau. Disponível em: 
<https://pt.wikiarquitectura.com/constru%C3%A7%C3%A3o/edificio-da-bauhaus-em-
dessau/>. Acesso em: 14 set. 2017. 
 
FERRAZ, Rodrigo Marcondes. A mais pura arquitetura moderna. Disponível em: 
<http://www.au.pini.com.br/arquitetura-urbanismo/158/documento-walter-gropius-por-
rodrigo-marcondes-ferraz-48783-1.aspx>. Acesso em: 14 de Sep. 2017. 
 
GROPIUS, Walther. Bauhaus: Novarquitetura. 6.ed. São Paulo: Perspectiva, 2001. 
 
Heitlinger, Paulo. Hannes Meier. Disponívelem: 
<http://www.tipografos.net/bauhaus/hannes-meier.html>. Acesso em: 14 set. 2017. 
 
Heitlinger, Paulo. Mies Van der Rohe. Disponível em: 
<http://www.tipografos.net/bauhaus/mies-van-der-rohe.html>. Acesso em: 14 set. 
2017. 
 
TAVARES, Nathália Gomes Paschoalini. Expressionismo. 2009. Disponível em: 
<https://thaa2.wordpress.com/2009/07/24/expressionismo/>. Acesso em: 14 set. 
2017.

Outros materiais