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* * Análises toxicológicas aplicada à Forense Ana Leonor Pardo Campos Godoy -2018.1- UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE FARMÁCIA * * Department of Forensic Medicine Monash University Uso de drogas no Mundo 153-300 milhões de pessoas usam drogas Cannabis 119-224 milhões; Anfetaminas 14,3-52,5 milhões (exceto ecstasy); Opiáceos 13-21 milhões (heroína); Cocaína 13,2-19,5 milhões Há diferença entre regiões e o tipo e forma de uso de drogas Source: UN World Drug Report 2016 Department of Forensic Medicine Monash University * * * * Department of Forensic Medicine Monash University Particularmente quando: Suspeita-se de envenenamento; Acidentes, batida de carro, bagunça; Assaltos e outros casos como assassinatos; Suicídeos; Morte “natural” repentina ou inesperada; Morte infantil sem causa prévia; Morte sem causa definida; Em 70% dos casos criminosos o agressor está sobre efeito de drogas ilícitas Department of Forensic Medicine Monash University * * TOXICOLOGIA FORENSE Termo relacionado a qualquer aplicação da ciência dos toxicantes com a finalidade de elucidar uma investigação criminal. * * Campo de ação da Toxicologia Forense Investigação médico-legal análises post mortem investigação criminal Controle antidopagem Testagem “forense” de drogas na urina - drogas de abuso no ambiente de trabalho Caracterização de crime ambiental Sociedade de Toxicologia Forense e Academia Americana de Ciências Forenses * * Principais substâncias químicas de interesse na Toxicologia Forense * * Álcool etílico Ocorrem 2 milhões de mortes/ano * * Efeitos agudos do Álcool * * Heroína Opióide; Uso IV e pulmonar * * Cocaína Alcalóide Anestésico Local Estimulante SNC + Potente Natural * * Maconha Oral e pulmonar 9THC é o principal canabinóide psicoativo * * Praguicidas Substâncias químicas, natural ou sintéticas, destinadas a matar, prevenir, repelir ou mitigar as pragas. Homicídios: Chumbinho Acidentes: domissanitário e crianças * * Como também Metais e Inalantes Depressores do SNC – BDZ Opióides Anfetaminas Antidepressivos CO e cianeto * * Department of Forensic Medicine Monash University METHAMPHETAMINE 853 ZOLPIDEM 52 ECGONINE METHYL ESTER 15 NORTHIADEN 4 DIAZEPAM 681 IBUPROFEN 50 RISPERIDONE 14 BENZHEXOL 3 CODEINE, TOTAL 640 FRUSEMIDE 47 COCAETHYLENE 14 CLOBAZAM 3 MORPHINE, TOTAL 625 QUININE 47 PETHIDINE 13 REBOXETINE 3 6-MONOACETYLMORPHINE 548 DOXYLAMINE 42 LITHIUM 13 STRYCHNINE 3 NORDIAZEPAM 483 BENZOYLECGONINE 38 NORBUPRENORPHINE 13 IMIPRAMINE 3 AMPHETAMINE 474 VERAPAMIL 34 DIGOXIN 12 IRBESARTAN 3 D9-TETRAHYDROCANNABINOL 320 CLOZAPINE 31 MIANSERIN 11 LEVETIRACETAM 3 MDMA 274 CHOLESTEROL 30 PHENOBARBITONE 10 MEXILETINE 3 PARACETAMOL 259 DOTHIEPIN 30 BENZTROPINE 10 DIHYDROCODEINE 3 TEMAZEPAM 213 PROPOXYPHENE 27 AMISULPRIDE 10 NIFEDIPINE 3 METHADONE 204 KETAMINE 27 NORPROPOXYPHENE 10 NORDOXEPIN 3 MDA 180 PROMETHAZINE 25 HYDROCODONE 9 FLUNITRAZEPAM 2 CAFFEINE 172 GLICLAZIDE 24 HYDROXYALPRAZOLAM 9 PROCHLORPERAZINE 2 OXAZEPAM 152 THIOPENTONE 9 AMIODARONE 2 LIGNOCAINE 147 DESMETHYLCLOZAPINE 9 THEOPHYLLINE 2 MIDAZOLAM 139 ZOPICLONE 8 LORAZEPAM 2 OXYCODONE 133 MOCLOBEMIDE 8 DESIPRAMINE 2 METOCLOPRAMIDE 131 NALOXONE 8 NALTREXONE 2 VENLAFAXINE 130 NITRAZEPAM 8 NORFLUOXETINE 2 OLANZAPINE 124 NORVERAPAMIL 7 FENTANYL 1 THC-COOH 124 HALOPERIDOL 7 PAPAVERINE 1 CITALOPRAM 121 7-AMINOFLUNITRAZEPAM 6 PHENCYCLIDINE 1 MIRTAZAPINE 119 AMYLOBARBITONE 6 GLIBENCLAMIDE 1 PHENYTOIN 118 PMA 5 PIROXICAM 1 TRAMADOL 117 CLOMIPRAMINE 5 PROPOFOL 1 AMITRIPTYLINE 117 SALICYLATE 5 STYRENE 1 SERTRALINE 116 ROPIVACAINE 5 SULFORIDAZINE 1 PSEUDOEPHEDRINE 111 THIORIDAZINE 5 BICARBONATE 1 CARBAMAZEPINE 106 TOLUENE 5 TRIAZOLAM 1 ALPRAZOLAM 102 TRICHLOROETHANOL 5 TRIFLUOPERAZINE 1 QUETIAPINE 92 MDEA 5 TRIMIPRAMINE 1 NORTRIPTYLINE 80 PHENYLBUTAZONE 4 COLCHICINE 1 EPHEDRINE 73 CLONAZEPAM 4 CYCLIZINE 1 FLUOXETINE 60 HYDROMORPHONE 4 BUPROPION 1 CODEINE 60 METHORPHAN 4 ACETAZOLAMIDE 1 VALPROIC ACID 57 METOPROLOL 4 Drug Count Drug Count Drug Count Drug Count Examplo de drogas investigadas no “screen” de rotina nos instituitos 6-Acetylmorphine 7-Aminoclonazepam 7-Aminoflunitrazepam 7-Aminonitrazepam Alprazolam Amphetamine Benzoylecgonine Clonazepam Cocaethylene Cocaine Codeine Diazepam Ecgonine methyl ester EDDP Flunitrazepam MDA MDMA Methadone Methamphetamine Morphine Nitrazepam Nordiazepam Oxazepam Oxycodone Pethidine Temazepam Tramadol Zolpidem Diphenhydramine Disopyramide Doxylamine Fenfluramine Hydrocodone Ketamine Lidocaine Metoclopramide Midazolam Nicotine Nifedipine Paracetamol Phencyclidine Phentermine Phenytoin Pholcodine Propranolol Propoxyphene Pseudoephedrine Quinine Strychnine Triazolam Verapamil Zopiclone Amitriptyline Citalopram Clomipramine Desipramine Dosulepin Doxepin Fluoxetine Fluvoxamine Imipramine Mianserin Mirtazapine Moclobemide Nortriptyline Paroxetine Sertraline Venlafaxine 9-OH Risperidone Amisulpride Aripiprazole Buspirone Chlorpromazine Clozapine Droperidol Haloperidol Olanzapine Perphenazine Pimozide Promazine Promethazine Quetiapine Risperidone Sulpiride Thioridazine TrifluorperazineZuclopenthixol Melperone Levomepromazine Chlorprothixene Perazine Zotepine Miscellaneous I Miscellaneous II Antidepressants Antipsychotics Drugs of Abuse Department of Forensic Medicine Monash University * * * * TOXICODINÂMICA * * Histórico * * Histórico Condutas COM HISTÓRICO – Busca direcionada - escolha da melhor matriz e do método (cocaína, inalação benzina, metal) SEM HISTÓRICO – Busca não direcionada - proceder todas as marchas analíticas disponíveis no laboratório (análise toxicológica sistemática) * * “O único sinal seguro de intoxicação é a identificação da substância no corpo” Plenck - Elementa Medicine et Chirurgiae, 1781 Resultado inequívoco Laudo irrefutável Análises Toxicológicas * * Resultado analítico confiável Cadeia de custódia Validação do método analítico Interpretação do resultado * * Cadeia de custódia Procedimentos documentados que possibilitam o rastreamento de todas as operações realizadas em cada amostra desde sua coleta até o descarte. É o registro administrativo de todos os passos visando fornecer evidências defensáveis quanto à preservação da amostra, garantia da confidencialidade e validade dos resultados. A cadeia de custódia estabelece uma relação única, codificada, entre a pessoa e sua amostra biológica e constitui prova escrita do ocorrido entre a coleta e a emissão do resultado * * Amostras post mortem para análise toxicológica Amostra convencionais Sangue Urina Conteúdo gástrico Fígado Amostras alternativas Bile Humor vítreo Cabelo Dente Unha Osso * * Department of Forensic Medicine Monash University Diferentes tubos para propósitios específicos H. Vitreo Álcool no sangue Urina Fluido cérebro espinhal Department of Forensic Medicine Monash University * * Department of Forensic Medicine Monash University Department of Forensic Medicine Monash University * * Sangue post mortem Amostra de escolha uma vez que as concentrações podem ser comparadas com dados clínicos O sangue preferencialmente deve ser coletado da região femoral (sangue cardíaco útil em análises qualitativas) Concentrações sangüíneas de fármacos podem aumentar após a morte – redistribuição post mortem Este fenômeno afeta seriamente a interpretação de dados de concentração sangüínea Outros tecidos são frequentemente utilizados para aumentar a certeza da interpretação Deve ser coletado de 4 a 8 mL Coletar em frascos contendo anticoagulante (EDTA) e conservante (1% Fluoreto de sódio) * * Sangue post mortem (assalto facilitado por drogas) Etanol: sangue 1,3; vítreo 1,7; urina 2,4 g/L Triazolam (BDZ): sangue 4 µg/L Valores de referências: Triazolam: aprox. 1-5 µg/L; ocasionalmente até 10 µg/L. Interpretação: A combinação etanol e triazolam foi suficiente para causar a morte. * * Humor vítreo Deve ser coletado em todos os exames necroscópicos Apresenta boa estabilidade e localiza-se em região anatomicamente isolada Mais resistente à alterações decorrentes do processo de putrefação Coleta feita através do puncionamente da esclera Volume de aproximadamente 2 mL em cada olho Coletar em frascos sem a presença de aditivos ou conservantes Após a coleta deve ser mantido sob refrigeração até a análise * * Urina Fluido utilizado frequentemente para triagem da presença de drogas de abuso As concentrações de fármacos e metabólitos são usualmente maiores do que em outros biofluidos e portanto mais fáceis de detectar Deve ser coletada todo o volume disponível Coleta feita através do puncionamento da bexiga externamente na região do púbis ou diretamente na bexiga Coletar em frascos sem a presença de aditivos ou conservantes * * Fígado Este é frequentemente o “segundo” tecido usado pelos toxicologistas Usado em conjunto com o sangue Dificuldades na interpretação uma vez que não existem dados controlados em situações clínicas Amostra adicional útil * * Conteúdo gástrico O conteúdo do estômago sempre deve ser descrito pelo patologista -Cor, consistência, volume Uma amostra representativa do conteúdo deve ser coletada para análise Se partículas ou alimento estiverem presentes, coletar todo o conteúdo Útil para determinar quantidades residuais de fármacos e venenos Atenção: Traços de fármacos podem vir da excreção biliar * * Morte repentina de um homem, suspeito de ter sido natural devido à existência de doença cardíaca - Toxicologia no sangue: Tramadol 1,5 μg/mL Nifedipina 1,0 μg/mL - Toxicologia no conteúdo gástrico: Tramadol ~ 250 mg (3 comprimidos) Nifedipina ~ 100 mg (5 comprimidos) • Provável overdose, com contribuição da doença cardíaca * * Cabelo Histórico do uso de drogas Adesão à tratamentos médicos Ex: metadona, buprenorfina, antipsicóticos Programas de reabilitação – monitoramento de abstinência Controle de drogas em local de trabalho * * Modificações post mortem Diversos processos ocorrem logo após a morte que podem alterar significativamente a concentração de toxicantes – Estabilidade – Metabolismo – Redistribuição • A compreensão destas modificações é importante para a interpretação de achados toxicológicos post mortem * * Modificações post mortem Alterações na estrutura e integridade celular: * respiração aeróbica, * Síntese de proteínas e enzimas, * Estrutura proteica = dependendo do órgão envolvido. * * Morte celular Pára a respiração aeróbica Diminui ATP; inicia metabolismo anaeróbico Acúmulo de ác láctico e fosfato inorgânico Diminui o pH intracelular Acúmulo de Na – falência bomba de Na-K ATPase Edema celular Degredação progressivo dos componetes cel Entrada dos componentes extracelulares na cel * * Modificações post mortem Modificações na Farmacocinética: Vd Lipofilissidade pKa da droga REDISTRIBUIÇÃO * * Outros fatores na redistribuição Órgãos como: esôfago, estômago, pulmão e fígado = + próximos vasos e coração – sofrem mais redistribuição Humor Vítreo = menos suceptível Drogas com elevada redistribuição tem alta relação entre as concetrações post/ante mortem * * Como minimizar a redistribuição? Coletar sangue periférico - Especialmente sangue femoral - Avaliar concentrações de metabólitos - Medir concentrações no fígado - Avaliar mais de uma especime * * Processo de decomposição Formação de substâncias endógenas Alterações químicas de drogas e venenos Degradação e formação de outras espécies Amostras Tecidos moles Cabelo Dente Unha Osso Insetos Outras (solo, roupas) * * Amostras de exumação Ossos Cabelos Unhas Outras (alças e tecidos do caixão) * * *Society of Forensic Toxicology, AAFS * * Erros no laboratório – fase pré-analítica Solicitação de amostras Coleta das amostras biológicas Armazenamento Transporte Identificação Preparação das amostras (congelamento, descongelamento e pipetagem) * * * * Preparo de amostras Eliminação de interferentes Concentração analito na amostra Estabilização/Conservação das substâncias * * Métodos de análise * * Métodos de triagem Imunoensaios Colorimétrico - Morfina, heroína, inalantes, anfetaminas e metanfetaminas, ecstasy CCD * * Confirmação e Quantificação Confirmação através de 2ª técnica (fundamento químico diferente) Detecção do analito em diferentes matrizes biológicas Quantificação do analito por técnica diferente * * CG/MS Morfina, heroína, inalantes, anfetaminas e metanfetaminas, ecstasy, cocaína, organofosforados LC/MS * * Department of Forensic Medicine Monash University Department of Forensic Medicine Monash University * *Cuidados: origem das matérias-primas; Técnicos treinados; Conhecimento da análise; Manuseio correto das amostras; Aparelhos calibrados; Cuidado com falsos-positivos * * Interpretação dos resultados 1. A substância está presente? Qual substância? 2. Quanto desta substância está presente? Essa concentração no organismo é suficiente para causar a morte? 3. A concentração encontrada modifica o comportamento do indivíduo? 4. Como a substância foi administrada? Klassen & Watkins, 2001 * * Interpretação dos resultados TOXICOCINÉTICA TOXICODINÂMICA * * Interpretação dos resultados Dados valiosos: Epidemiológicos e Estatísticos Alertando a comunidade médica quanto ao aparecimento de novas epidemias resultantes do abuso de drogas. * * Interpretação dos resultados Ex1. Etanol Estabilidade do Etanol nas amostras biológicas: * * A concentração de etanol encontrada na análise toxicológica é devido ao consumo ou à formação após a morte? Fatores que contribuem na elucidação Histórico de consumo de álcool Análise de diferentes amostras Corpo em decomposição (humor vítreo e urina) * * Interpretação dos resultados Sangue (+) Humor vítreo (-) Decomposição Urina (-) Análise de outros voláteis: acetaldeído e acetona Acetaldeído metabolismo normal Acetona indivíduos diabéticos ou desnutridos Alterações na concentração de álcool postmortem Difusão - Estômago – outros órgãos e sangue Amostragem - Contaminação com álcool do estômago Decomposição - Produção de álcool Embalsamamento - Fluido para embalsamamento * * Interpretação dos resultados Ex2: Crack CRACK INDIVÍDUO ABSORVE COC E EMA COC (PIRÓLISE) * * Interpretação dos resultados Ex2: Crack Cocaína e o EMA continuam a ser degradados após a morte dificultando a determinação de potencial intoxicação esterases promovem a hidrólise da COC e do EMA em sangue, fígado, rim, pulmões e cérebro in vivo e post mortem EMA: t1/2 curta sendo rapidamente distribuído para outros compartimentos, podendo ser detectado em outras matrizes, além do sangue ou plasma. * * Interpretação dos resultados Ex3: Benzodiazepínicos Diazepam e clordiazepóxido = [2 mg/L] Comum combinação com álcool e outras drogas = morte Difícil interpretação: * instabilidade in vitro – clordiazepóxido “quebrado” em demoxepam e nordiazepma - clonazepam e nitrazapam (nitrocompostos) são reduzidos em seus produtos aminados Diferentes métodos para detectá-los – dosando fármaco e metabólito ativo Barry Levine – Principles of Forensic Toxicology - 1999 * * Interpretação dos resultados Ex4: Cocaína Tolerância gera altas [ ] sem aparecimento de efeitos tóxicos; Uso Crônico – exames patológicos direciona Casos de falência renal + concentração sanguínea do metabólito polar (benzoilecgonina) – relatam toxicidade Sofre hidrólise em má conservação = in vitro (dependendo da temperatura, pH e tipo de anticoagulante); Ação de bactérias = queda da concentração Barry Levine – Principles of Forensic Toxicology - 1999 * * * * Combinado com etanol e outras drogas; Depois etanol – Maconha + acidentes carro Sangue = valores detectados não relatam nível de comprometimento – alta meia vida; Levar em conta: interações; tolerância; idade e saúde; Interpretação dos resultados Ex5: Maconha Barry Levine – Principles of Forensic Toxicology - 1999 * * tolerância + outras drogas = difícil dizer a responsabilidade pela causa morte; Difícil interpretação = baixas concentrações associados a outros incidentes; Na ausência de causas patológicas ou anatomicas – detecção via sangue Interpretação dos resultados Ex6: Anfetaminas Barry Levine – Principles of Forensic Toxicology - 1999 * * O laudo apresenta no mínimo: Preâmbulo: dados gerais como autoridade requisitante, objeto do exame, data da ocorrência Quesitos: na área criminal os quesitos são oficiais e padronizados para as principais perícias – são perguntas relevantes para o Direito Histórico: é resumidamente os fatos geradores da perícia Laudo Pericial * * Descrição: pormenores e etapas dos exames realizados com apresentação dos elementos colhidos no decorrer do exame - (“visum et repertum” ) É A PARTE MAIS IMPORTANTE DO RELATÓRIO! Discussão: interpretação dos fatos, diagnósticos, prognósticos – os peritos comentam os dados obtidos, discutem várias hipóteses e exteriorizam suas impressões Conclusões: ilações e ponderações decorrentes do exame feito – é a síntese do laudo! Respostas aos quesitos oficiais e aos formulados – devem ser simples, breves, com o mínimo possível de palavras Fecho ou encerramento * * Concluindo... Para garantir uma conclusão segura quanto a interpretação dos dados toxicológicos deve-se levar em conta: Histórico : o que? Onde? Quando ? Por que? e quanto? Escolhas adquadas das matrizes a serem analisadas Cadeia de Custódia Metodologia Dados Anato-fisiológicos * * Doping no esporte UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE FARMÁCIA * * “ DOPING é qualquer substância que ministrada ao organismo aumente artificialmente o seu rendimento ou performance em competições ” O QUE VENHA A SER… * * PRINCIPAIS MOTIVOS DO USO DE SUBSTÂNCIAS DOPANTES Melhora da performance física em competições esportivas; Depressão; Melhora da estética; Alívio da dor em treinamentos * * - "doping" foi mencionada pela 1° vez em 1889 em um dicionário Inglês. Descrito como uma mistura de remédios contendo ópio que foi usado para "dopar" cavalos. Século III a.C. - Atletas gregos da Antiguidade já utilizam o doping nos Jogos Olímpicos 1967 – O COI condenou a dopagem 1968 – Instituído o teste antidoping 1999 - WADA HISTÓRICO: * * TIPOS DE “TRAPAÇAS” DOPAGEM FÍSICA: Estimulação muscular por eletrodos, muito difícil de provar Riscos: ruptura muscular DOPAGEM BIOQUÍMICA: Retira – se de 0,5 e 1L de sangue cerca de 30 dias antes da competição e o reinjeta na véspera. Riscos: Mau armazenamento do sangue pode gerar contaminações, além do risco de embolia DOPAGEM QUÍMICA: Uso de substâncias sintetizadas, pré - existentes ou não no corpo humano, com objetivo de otimizar uma função específica. Riscos: Inúmeros. * * Tipos de “trapaças” DOPAGEM GENÉTICA: Prevê a manipulação do DNA afim de aumentar as secreções hormonais normais do ser humano com objetivo de melhorar o rendimento do atleta. GESTAÇÃO PROGRAMADA: Inoculação de espermatozódeis em mulheres três meses antes da prova principal, fazendo com que a atleta competisse ao terceiro mês de gestação, aproveitando – se do fato de que ela teria uma maior quantidade de glóbulos vermelhos no sangue. Após a competição era realizado o aborto. (TÉCNICA ABANDONADA HOJE EM DIA!!!) * * Manipulação do material de coleta Aparelho provavelmente usado para manipular urina de arremessadores em Atenas 2004 Adição de cerveja, uísque, saliva à urina coletada, alterando assim o pH da solução; Troca da urina do atleta por uma de outra pessoa, por meio de trocas de frascos coletores * * WADA ou AMA (agência mundial antidoping) -promove,cordena e monitora – doping WADA consiste: 1-) Código mundial anti-doping; 2-) Lista internacional de substâncias proibídas; 3-) Padronização internacional para laboratórios; 4-) Testes padrão internacional; 5-) Padrão internacional para a proteção da informação pessoal e privada; 6-) Padrão internacional de excessões de uso terapêuticos * * The 2017 prohibited list World anti-doping codeSubstâncias e métodos proibidos permanentemente (anabólicos, hormônios peptídicos e FC, agonistas beta-2, hormônios e moduladores metabólicos, diuréticos e agentes mascarantes); Métodos proibidos (manipulação do sangue e componentes do sangue, manipulação química e física, doping genético); Substâncias e métodos proibidos em competição (estimulantes, narcóticos, canabinóides, glicocorticosteróides); Substâncias proibidas em esportes específicos (álcool, beta-bloqueadores); * * Padrão internacional para laboratórios -recomenda 4 fatores: 1- sua creditação deve ser assinada na convenção da UNESCO; 2- o laboratório dever ser creditado na ISO 17025; 3- o laboratório deve ter ser avaliado com sucesso pelo corpo nacional de ISL; (ISL = padrão internacional para laboratório) 4- o laboratório deve participar do EQAS (EQAS = External quality assessment scheme) - Validação é revisada e requerida com base na ISO 17025; Documentação e padronização para todos laboratórios; * * Exame Toxicológico * * Análise Toxicológica * * Coleta * * Coleta * * Coleta * * MÉTODOS DE ANÁLISE * * Métodos * * ESTIMULANTES: Efeitos: diminuição da sensação de fadiga, aumento do estado de alerta e euforia; Utilizados em esportes coletivos, tais como futebol, volei e basquete e em provas de longa duração, como maratonas; Efeitos colaterais: hipertensão, taquicardia, hepatopatias, alterações renais, dependência física, convulsões, ansiedade e alterações na termorregulação. Substâncias e concentrações proibidas: Efedrina – Maior que 10 μg/mL Cafeína - Maior que 12 μg/mL Fenilpropanolamina – Maior que 25 μg/mL * * Simpatomiméticos: anfetaminas * * - Análises: GC e HPLC – MS e MS/MS Cocaína * * Diego Maradona Copa Mundo 1994 * * - Proibida pela WADA até 2004 com limites na urina de 12µg/mL, hoje está dentre as substâncias que deve ser monitorada Cafeína como agente de dopagem * * - Análise: extração alcalina - HPLC – UV Van Thuyne et al, 2005 – Int. J. Sports Med. Nov 26 (9)-714-18. extração alcalina – CG/MS Del Coso et al, 2011 – Appl Physiol. Nutr. Metabol. Aug 36 (4)-555-61 Cafeína como agente de dopagem * * NARCÓTICOS ANALGÉSICOS: Efeitos: Alívio da dor Utilizados em quase todos os esportes Exemplos de Substâncias proibidas: Morfina – Maior que 0,1 micrograma/mL Heroína; Metadona. * * DIURÉTICOS Classificação: inibidores da anidrase carbônica; diuréticos de alça; tiazídicos; poupadores de potássio e antagonistas da aldosterona * * DIURÉTICOS: Exemplos de substâncias proibidas: Hidroclorotiazida; Clortalidona; Bumetanida. Encontradas em remédios específicos Efeitos colaterais: Fadiga, Cefaléia, fraqueza, mal estar, vômitos. * * ESTERÓIDES ANABOLIZANTES Grupo de hormônios já existentes no corpo humano, como Testosterona, estradiol, progesterona Usados com o objetivo de aumentar a massa muscular do atlêta Esportes que são mais utilizados: Esportes que exigem força, velocidade e explosão. Efeitos colaterais: Hipertensão, infertilidade, maior probabilidade de ataque cardíaco, disfunção hepática, câncer, disfunção nos sitemas reprodutor masculino e feminino... * * Agentes anabólicos * * AGENTES ANABÓLICOS Análogos da testosterona; * * Esteróides Anabolizantes Método de Análise: Compara – se a testosterona com a epitestosterona, seu metabólito natural, se a razão entre elas for maior que 4-6 será considerado doping. Outros exemplos famosos de esteróides: Nandrolona, Stanozolol. * * Classe de substâncias proibidas em certos esportes Álcool; Canabióides; Anestésicos locais; Glicocorticóides; Beta-bloqueadores; * * ÁLCOOL * * Canabióides Está formalmente proibida uma concentração > de 15 ng/mL de 11-nor-delta 9-tetrahydrocannabinol-9-carboxylic acid (carboxy-THC) na urina do atleta; Uso alteração do humor e relaxamento. falta provas para as propriedades de melhoria do desempenho do cannabis + forte prova dos seus efeitos adversos nas capacidades psicomotoras e função cognitiva do utilizador. * * Anestésicos locais Os anestésicos locais são produtos que interferem no início e / ou na transmissão dos impulsos nervosos. O uso de anestésicos locais (sprays, cremes, gotas oftálmicas e para os ouvidos) não estão proibidos. O uso de injetáveis, não é proibido desde que administradas localmente ou por via intra-articular. No entanto, este tipo de procedimentos deve ser notificado antecipadamente. * * Glicocorticóides Os corticosteróides são compostos sintéticos ou naturais relacionados com os hormônios produzidos no córtex das glândulas suprarenais. São usados com fins terapêuticos para suprimir a inflamação, asma e dor. Está proibido = exceto em aplicação tópica (ocular, em otorinolaringologia e dermatologia) a sua aplicação e aerossóis (na asma e rinite alérgica) e em injeções locais ou intra-articulares. O seu uso deve ser notificado às instâncias competentes. * * BETA-BLOQUADORES * * BETA-AGONISTAS - concentração maior que 1000 ng de salbutamol não sulfatado/mL de urina = doping. * * Aumento da transferência de oxigênio Doping sanguíneo Aumento artificial da captação Análise citometria de fluxo – via maracador de superfície RBC Métodos proibidos permanentemente (em competição e fora de competição) * * O doping genético é considerado o uso não terapêutico de células, genes e elementos gênicos que venha a aumentar o desempenho físico do atleta por meio da terapia gênica (WORLD ANTI DOPING AGENCY, 2010). Doping genético * * In vivo: a entrega do gene pode ser feita por métodos físicos, químicos ou biológicos, sendo este último o mais utilizado. Neste caso, utiliza-se vírus (retrovírus, adenovírus, vírus adeno-associados, lentivírus) como vetores que são modificados biologicamente para promover a inserção do gene artificial em células de um determinado órgão ou tecido-alvo Doping genético * * Ex vivo: A técnica de doping genético ex vivo envolve a transferência, primeiramente, de genes para células em meio de cultura e reintrodução para o tecido alvo do atleta Doping genético * * Hôrmonios Peptídicos São substâncias naturais cuja molécula é formada por dois aminoácidos ligados (um peptídeo). Sua função principal é a fixação de proteínas no organismo Objetivo de aumentar a massa muscular Usados em esportes de potência e força pura, como arremesso de disco, levantamento de peso, ciclismo. Exemplos de substâncias: Gonadotrofina coriônica humana (HCG), Hormônio de Crescimento (HGH, somatotrofina). Efeitos Colaterais: Diabetes e reações alérgicas * * Hormônios peptídeos e proteínas Hormônio sintetizado pelos rins Regula velocidade de síntese dos eritrócitos Efeitos desejados: - estimular a produção de eritrócitos - aumentar capacidade de transporte de oxigênio Efeitos adversos: - sangue mais denso - fraqueza - elevação da pressão arterial - parada cardíaca e AVC Eritropoetina (EPO) * * Medo para Copa 2014… Doping genético Fármacos Mascarar o doping genético * * Como Fizeram? pequena % doping no futebol Exames prévios = perfil biológico ou passaporte biológico Coleta surpresa; Análise sangue e urina; Lab. Suíça * * Diego Maradona Copa Mundo 1994 EFEDRINA Rebeca Gusmão ANABOLIZANTES Lucimara Silvestre EPO Romário Finasterida * * Anderson Silva * * Escandalo Russo!!! Por causa de um escândalo de doping, o Comitê Olímpico Internacional (COI) anunciou o banimento da Rússia dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2018r/futebol/copa-do-mundo-2018/2018-01-14/russia-esquema-doping-copa-2018.html * * Copa mundo 2018 Jornalista que desvendou escândalo de doping na Rússia tem visto para a Copa negado 'Organizaçãodo doping na Copa da Rússia estará sob supervisão da Fifa' testes de doping serão realizados fora da Rússia e que os atletas russos serão alvos de 'rigorosos' exames. Jornal denuncia esquema de doping na Copa do Mundo da Rússia Após escândalo, Copa-2018 não terá teste antidoping realizado em solo russo... * * grandes avanços ciência analítica Os avanços incluíram não somente melhorias instrumentais + interpretação dos dados Novos softwares abordagens robustas estatísticas Com a introdução de testes em sangue nova ferramenta de detecção * 3 * * COI comite olimpico inernacional * ISL = padrão internacional para laboratório EQAS = External quality assessment scheme * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *
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