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AULA 5 SOCIEDADES LTDA ADMINISTRAÇÃO EMPRES. II

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SOCIEDADES LTDA
ADMINISTRAÇÃO DA SOCIEDADE
Se por acaso o contrato social da LTDA não designar expressamente seus administradores – será aplicado a regra do art. 1.013 CC
Mas não há impedimento legal no caso dos sócios apesar de não terem designados o administrador no próprio contrato social – o faça em ato separado posteriormente - mas é imprescindível averbação no órgão de registro da sociedade (art. 1012 CC) – tendo em vista que pelos atos que praticar antes de requerer a averbação responderá pessoal e solidariamente com a sociedade.
Há uma diferença entre o administrador nomeado no contrato social e o administrador nomeado em ato separado - relativo aos “poderes”:
 
 pois o sócio administrador nomeado no contrato social, em princípio os poderes são irrevogáveis – salvo por decisão judicial – que reconheça a ocorrência de justa causa para a revogação; contudo os poderes do administrador não sócio ou de administrador designado em ato separado, ainda que seja sócio – serão revogáveis a qualquer tempo pela vontade dos demais. (art. 1019 CC)
Os administradores deverão, prestar contas anualmente em assembleia anual ou qualquer outro modo previsto no contrato – apresentando também balanço patrimonial e de resultado – prazo para estas providência são de 04 meses após o termino do exercício social.
Caso o contrato silencie sobre os poderes e atribuições dos administradores – o entendimento é de que podem praticar todos e quaisquer atos pertinente à gestão da sociedade – exceto oneração ou alienação de bens imóveis – pois só poderão o fazer se tais atos constituírem o próprio objeto da sociedade (1.015 CC).
Caso haja os estabelecimento dos poderes e atribuições espera-se que a atuação deste seja diligente e honesta conforme o art. 1011, caput: “O administrador da sociedade deverá ter, no exercício de suas funções, o cuidado e a diligência que todo homem ativo e probo costuma empregar na administração de seus próprios negócios.”
A sociedade em regra responde pelos atos com excesso de poderes praticados pelo administrador - somente em situações excepcionais o excesso do administrador afastará a sua responsabilidade - art. 1015, § único CC:
Parágrafo único. O excesso por parte dos administradores somente pode ser oposto a terceiros se ocorrer pelo menos uma das seguintes hipóteses:
I - se a limitação de poderes estiver inscrita ou averbada no registro próprio da sociedade;
II - provando-se que era conhecida do terceiro;
III - tratando-se de operação evidentemente estranha aos negócios da sociedade.
No inciso I – “se a limitação de poderes estiver inscrita ou averbada no registro próprio da sociedade” – quando os sócios decidirem impor limites ao administrador, estes deverão fazer dentro do prazo e na forma prevista em lei afim de que produza efeitos contra terceiros
Em regra conforme tal artigo – a sociedade responde por todos os atos de seus legítimos administradores, ainda que eles tenham atuado com excesso de poderes – assim se o Código afirma que a sociedade somente poderá opor o excesso contra terceiros em determinadas situações que foram elencadas pelo próprio legislador taxativamente, significa dizer que nas demais situações o excesso dos administradores não pode ser oposto a terceiros ou seja, a sociedade terá que responder pelas obrigações decorrentes da atuação excessiva dos seus gestores – podendo depois voltar-se contra eles em ação de regresso.
ao registrar a limitação de poderes na Junta Comercial houve a publicização do ato - que é a razão pelo qual os terceiros não podem alegar desconhecimento - assim presume-se que os administradores sabiam da limitação de poderes ou no mínimo deveriam saber.
No inciso II – “a sociedade não responderá pelos atos com excesso de poderes dos seus administradores provando-se que, a limitação de poderes era conhecida do terceiro;
 Aqui nesta situação, apesar de existir a limitação de poderes ao administrador - por algum motivo a mesma não foi registrada na Junta - que é a razão pela qual não se pode exigir que o terceiro soubesse;
Cabe então à sociedade provar que o terceiro conhecia a limitação mesmo ela não tendo sido averbada na junta comercial – se não se desincumbir desse onus probandi - vai responder pela obrigação ainda que ela de fato seja decorrente de atuação excessiva de seus administradores
O inciso III, o administrador assume obrigação decorrente de operação evidentemente estranha aos negócios da sociedade.
- é o que se chama teoria “ultra vires” – o administrador ao celebrar contrato assumindo obrigações, em, nome da sociedade em operações evidentemente estranhas ao seu objeto social presume-se que houve excesso de poderes .
O direto brasileiro, adotará em tais situações a teoria ultra vires (apesar de não ser mais adotada em nenhum outro lugar do mundo – nem mesmo na Inglaterra onde nasceu) ou seja – a pessoa jurídica responderá somente pelos atos praticados em seu nome quando compatíveis com o seu objeto. 
Nesses casos acima, caberá aos terceiros cobrar as obrigações decorrentes do ato excessivo diretamente do administrador
Igualmente o administrador responderá ao agir com culpa no desempenho de suas atribuições seja praticando ato regular de gestão ou ato com excesso de poderes – ele responderá tanto perante terceiros quanto perante a sociedade conforme art. 1016 CC
Mas se for estranha a finalidade da PJ, deve ser aplicada a pessoa física que agiu em nome dela. Quando ela estiver sujeita a regência supletiva do regime das sociedades simples não responde por tais atos, mas se estiver no regência das sociedades anônima responderá por todos os atos praticados em seu nome mas pode em regresso contra o administrador que excedeu ressarcir-se.
Assim, os terceiros cobrarão diretamente do administrador - mas caso eles cobrem da sociedade ela poderá agir em regresso contra o administrador faltoso:
Débitos da sociedade em divida ativa tributária ou não – administradores, sócios, ou não – responderão pelo inadimplemento da Ltda.(135, III, CTN) – se for ato administrativo, a certidão da dívida ativa pode ser executada diretamente no patrimônio particular do administrador (pode opor embargos do devedor e demonstrar que o inadimplemento não importou descumprimento de lei ou ato do contrato).
CONSELHO FISCAL
Foi instituída pelo art. 1.066 o “conselho fiscal” composto de 03 ou mais membros e respectivos suplentes sócios ou não, residentes no país.
Art. 1.016. Os administradores respondem solidariamente perante a sociedade e os terceiros prejudicados, por culpa no desempenho de suas funções
Art. 1.017. O administrador que, sem consentimento escrito dos sócios, aplicar créditos ou bens sociais em proveito próprio ou de terceiros, terá de restituí-los à sociedade, ou pagar o equivalente, com todos os lucros resultantes, e, se houver prejuízo, por ele também responderá
Parágrafo único. Fica sujeito às sanções o administrador que, tendo em qualquer operação interesse contrário ao da sociedade, tome parte na correspondente deliberação.
É uma mera faculdade geralmente em sociedades limitadas maiores, em sociedades pequenas com poucos sócios – a existência de conselho fiscal é totalmente desnecessárias, bem como representaria um custo adicional tornando inviável a sua manutenção e funcionamento regular
São impedidos de fazerem parte os membros da administração da sociedade ou de outra controlada por ela , empregados de ambas ou dos respectivos administradores, cônjuge ou parentes ate 3º. (1.066, § 1º)
Os membros do conselho fiscal serão escolhidos na assembleia anual ou em reunião prevista no contrato social pelo voto da maioria dos sócios presentes 
A lei assegura aos que dissentirem dos fiscais escolhidos pela maioria o direito de eleger em separado um membro e respectivo suplente desde que titularize pelo menos 1/5 do capital social;
Se houver mais de um dissidente com quotasrepresentando individualmente 20% ou mais do capital cada um elegerá em separado o seu representante.
Se dois ou mais minoritários possuírem juntos no mínimo 1/5 do capital poderão escolher um representante deles, caso discordem do conselho constituído pelos majoritários
O conselho responde por abusos de poderes, e pode escolher um auxiliar no exame de livros, contas e demonstrativos um contabilista cuja remuneração será aprovada por sócios em assembleia – 1.070
Os membros do conselho fiscal receberão remuneração fixada na assembleia que os eleger (1.068)
As atribuições previstas no art. 1.069 (examinar trimestralmente os livros e papéis da sociedade e o estado de caixa, lavrar atas e pareceres do conselho fiscal e etc.) são de competência exclusiva do conselho fiscal da sociedade limitada não podendo ser conferida a qualquer outro órgão dela (art. 1.070 e 1.016)
DELIBERAÇÕES SOCIAIS
 Em regra as decisões menores de uma sociedade limitada são tomadas unipessoalmente – ou seja, por quem tem o poder de administrar a sociedade (administrador);
 Mas quando se trata de decisões bem mais complexas – ex.: alterações de contrato social ou fusão com outra sociedade – exigem uma deliberação colegiada;
 Traz o art. 1071 CC, um rol exemplificativo que dependerão de deliberações sociais além de outras matérias indicadas por lei ou no contrato:
I - a aprovação das contas da administração;
II - a designação dos administradores, quando feita em ato separado;
III - a destituição dos administradores;
IV - o modo de sua remuneração, quando não estabelecido no contrato;
V - a modificação do contrato social;
VI - a incorporação, a fusão e a dissolução da sociedade, ou a cessação do estado de liquidação;
VII - a nomeação e destituição dos liquidantes e o julgamento das suas contas;
VIII - o pedido de concordata.
Quem será responsável por tomar tais deliberações são as “assembleias” - que deverão cumprir a exigência relativa ao quórum deliberativo legalmente previsto para a validade da decisão que tomarem;
Mas o CC sobre tal matéria criou uma regra – assim nas sociedades limitadas menores com até 10 sócios o código previu que o “regime de assembleia” poderá ser substituído pela “reunião de sócios” (arts. 1072 CC);
O que difere uma da outra é que, na assembleia segue-se um rito mais solene, com regras procedimentais ditadas pelo Código – já na reunião tem-se um rito mais simplificado, cabendo aos sócios no contrato social estabelecer detalhes de seu procedimento;
Contudo tanto a assembleia, quanto a reunião - poderão ser dispensadas e substituídas por um documento escrito - mas desde que todos os sócios estejam de acordo (decisão unânime) – art. 1072, § 3º CC;
Quando tais deliberações sociais são tomadas conforme a lei e o contrato social – elas irão vincular todos os sócios mesmo estando ausentes ou dissidentes (§ 5º);
Quanto as deliberações infringentes - traz o art. 1080, que terão responsabilidade ilimitada sempre que aprovarem deliberações infringentes – dessa forma o sócio dissidente deverá requerer sempre a consignação em ata do seu voto contrário à deliberação tomada.
A assembleia deverá ser convocada através de avisos públicos por 03 vezes na imprensa oficial e em jornal de grande circulação, com antecedência mínima de 08 dias;
Elas somente poderão deliberar de maneira válida se atenderem à convocação sócio ou sócios titulares de pelo menos ¾ do capital social;
Caso este quorum de instalação não seja atendido - deverá ser feita nova convocação com mais 03 publicações de avisos e antecedência de 05 dias –quando atendidas tais formalidades, a assembleia se instalará;

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