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Resumo o que é linguística

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Resumo de: O que é Linguística? Cuja autora é Eni Puccionelli Orlandi.
É notável que o homem, ao longo da história, sempre esteve em busca de poder, para tal é necessário o conhecimento, a informação. Como consequência dessa característica humana, é de indispensável relevância saber o que é Linguística, em que áreas esta é abordada, dentre vários outros aspectos, visto que esta lida com a linguagem. É importante considerar que a Linguística é dita como ciência desde o séc. XX e, desde então, aproximou-se das ciências humanas.
O desígnio desta ciência, ao contrário do que considera o senso-comum, não tem como função ditar regras ou normas para o bom uso da língua. Ela preocupa-se em descrever ou explicar a linguagem verbal, isto é, estuda somente a linguagem oral ou escrita. Vale ressaltar que para ela todos os constituintes da língua são motivos para reflexão.
A Linguística, ao longo de sua história, possui dois momentos importantes: o século XVII, o qual é considerado século das gramáticas gerais, e o século XIX, com suas gramáticas comparadas. Tais momentos em muito contribuíram para esta ciência, pois forneceram um vasto leque de teorias para aperfeiçoá-la e, cada vez mais, torná-la abrangente.
O primeiro momento caracteriza-se por um estudo racional da linguagem. Os pensadores, desta época, preocupavam-se com a linguagem enquanto representação do pensamento e almejavam mostrar que as línguas obedecem a princípios racionais e lógicos. Essa é uma das tendências que alimenta a Lingüística e é considerada de Formalismo, visto que se preocupa com o psíquico da linguagem.
Pode-se citar a Gramática de Port- Royal, como exemplo de gramática desse período, também conhecida como Gramática Geral e Racional (ou Razoada), dos franceses Claude Lancelot e Antoine Arnaul de 1960. A contribuição dessa gramática para a Linguística é a de estabelecer princípios que não descreviam uma língua particular, mas generalizada.
O segundo momento é o da Lingüística histórica, com as gramáticas comparadas. O que vai chamar a atenção dos pensadores é o fato de que as línguas se transformam com o tempo. Há o objetivo de mostrar que o homem não interfere nas mudanças que a língua sofre. Existe um pensador que se destaca neste cenário o qual se chama F. Boop, alemão, sua importância é tamanha, tanto que se considera o ano da publicação de sua obra, 1816, como a data de nascimento da Linguística Histórica. Esta acepção é o Sociologismo, que explora a relação entre sociedade e linguagem.
No século XIX, se descobre semelhanças entre a maior parte das línguas europeias e o sânscrito. Isto leva a considerar de que estas línguas têm parentesco, ou seja, elas são notadas como transformações naturais de uma mesma língua. Cria-se, a partir desta observação, o alvo deste período o qual é a língua- mãe.
A contribuição das gramáticas comparadas, para essa nova ciência, é a evidência de as mudanças, pelas quais as línguas são passivas, são ordenadas, possuem uma determinada organização, isto é, não são caóticas, divergindo das ideias que se tinham, a princípio, naquele período.
Assim como toda ciência, a Linguística também desenvolveu uma escrita, ou seja, uma metalinguagem, esta, por sua vez, é formal contribuindo para a sua disseminação entre as ciências humanas. No entanto, esta linguagem somente foi considerada rigorosa com Noam Chomsky, nos anos 1950.
Mesmo com todos os momentos importantes da Linguística, esta somente é considerada ciência com a publicação do Curso de Linguística Geral, do suíço Ferdinand Saussure no ano de 1916. Em contrapartida, tal obra resulta de anotações de aulas reunidas e publicadas pelos seus dois alunos: Charles Bally e A. Sechehaye.
A ciência que Saussure constituiu tem quatro disciplinas, estas correspondem a níveis diferentes de análise, são elas: fonologia (estudo das unidades sonoras), sintaxe (estudo da estrutura das frases) e morfologia (estudo da forma das palavras) elas, por sua vez, constituem a gramática e a semântica (estudo dos significados).
Com a criação da ciência, há, também, a criação de seu objeto de estudo que é a língua cuja definição é um conjunto de signos (que são associações entre significante-imagem acústica- e significado-conceito), isto é, conjunto de estruturas que se organizam para criar um todo.
É importante salientar, que a Linguística, no decorrer de sua história, não esteve isolada, mas sim se relacionando com outras teorias, tais como: o estruturalismo. O que Saussure chamava de sistema os estruturalistas chamavam de estruturas. Com esta acepção, se valoriza a ideia de que cada elemento da língua adquire um valor quando este se relaciona com o meio no qual se insere.
Por meio do funcionalismo, que constitui o estruturalismo, é considerada a função que cada elemento lingüístico dispõe, sob quaisquer de seus aspectos, sejam eles fônicos, gramaticais e/ou semântico. Por exemplo: a fonologia vai estabelecer, levando-se em conta a função, é que entre a sonoridade fisicamente presente em uma pronuncia apenas alguns têm valor distintivo, ou seja, não é toda sonoridade que tem função na comunicação de uma informação.
Há relações que precisam ser analisadas, tais como: as oposições e os contrastes. Estas relações constituem dois eixos, o paradigmático, o qual organiza as relações de oposição em que as estruturas se substituem, e o sintagmático, este representa as relações de contrastes em que as estruturas se combinam. O que leva à conclusão de substituição ou combinação das marcas.
As línguas também são constituídas pelas funções constitutivas. Estas caracterizam o papel de cada elemento do esquema da comunicação: emissor, receptor, mensagem, canal, código, referente. Como conseqüência, há as seguintes funções resultantes:
Expressiva: centrada no emissor.
Conativa: centrada no receptor.
Referencial: centrada no objeto de comunicação.
Fática: centrada no canal, no contato que liga emissor a receptor.
Poética: centrada na mensagem.
Metalingüística: centrada no código.
Esta concepção de funcionalismo aproximou a Linguística da literatura, enriquecendo, como consequências, a compreensão de aspectos fundamentais da linguagem com respeito a seus usos nos diferentes processos de comunicação, nas diferentes funções.
Existe outra forma de funcionalismo cujo objetivo é descrever a língua estudando, primordialmente, os erros, inovações, gírias, usos populares, isto é, os desvios da norma. Tais desvios são funcionais, ou seja, mostram o que o falante espera algo da língua, mas não encontra. Como resultado, revela=se as funções que comandam a atividade da língua: expressividade, brevidade, assimilação, diferenciação, invariabilidade.
Tal corrente em muito contribuiu para a Linguística, visto que, desse modo, levou-se em consideração os desvios como importantes para o estudo, não somente como estruturas que demonstravam apenas erros.
Além do funcionalismo, como meio estrutural, há o distribucionalismo difundido pelo americano L. Bloomfield, no entanto foi desenvolvido e sistematizado pelos alunos deste. Tal teoria tem muitos aspectos convergentes com a européia, a funcional.
Bloomfield propõe uma explicação comportamental tomando posição contra explicações da linguagem que fizessem recurso à interioridade do homem. Ele coloca em prática uma primeira etapa de seu projeto linguístico: a descrição, esta exclui o historiticismo e a linguagem resultante do pensamento.
Segundo as posições do distribucionismo, para, de fato, estudar uma língua é necessária a reunião de enunciados emitidos pelos falantes em certo momento, chamado de corpus, procurando, assim, seu modo de organização, sua regularidade. Esta é observada pela análise da distribuição das estruturas nos contextos lingüísticos em que aparecem.
O distribucionalismo para estabelecer suas unidades, fragmenta a frase, usando a técnica binária de subdivisão, isto é, um segmento maior é subdividido em dois e, em seguida, se pega cada elemento e o subdivide ainda mais a fim de chegar a unidades mínimas indivisíveis.O objetivo desta teoria é detectar unidades e estabelecer classes semelhantes entre elas, por meio de métodos comparativos dos contextos em que são empregadas, vale notar que quando são do mesmo contexto pertecem às mesmas classes.
Além das teorias, a Lingüística também deve seu desenvolvimento aos círculos lingüísticos. Estes eram formados por grupos de estudantes os quais se reuniam para discutir a linguagem sob certas perspectivas.
Em 1915, devido ao russo R. Jakobson, formou-se o Círculo Linguístico de Moscou ou CLM, este reunia os formalistas russos. Tinha como objetivo o estudo científico da língua e das leis da produção poética, os participantes almejavam desmistificar o mito da linguagem poética enquanto “linguagem dos deuses”, analisar as formas do conto, a narrativa dos poemas populares.
O Círculo Linguístico de Praga ou CLP, fundado em 1928, iniciou-se como um manifesto, em Haya, pelos russos Trobetzkoy, Karcevsky e Jakobson. Personalidades cujas características primordiais são as diferenças entre eles e origens culturais miscigenadas, reuniam-se para expor suas ideias. O desenvolvimento deste círculo vai ser principalmente no domínio fonológico e poético.
Em 1931, surge um círculo que rompe as ligações ente literatura e Linguística, este círculo leva como notório a lógica-matemática, tem como objetivo a elaboração de teoria linguística universal, é neste círculo que ocorre a criação de conceitos das palavras conotação e denotação, tal grupo é conhecido como Círculo Linguístico de Copenhage ou CLC.
É essa divisão que contribui para o surgimento de outro círculo, o Círculo Linguístico de Viena ou CLV o que alimenta tal grupo é a relação às ilusões da linguagem cotidiana, leva os estudiosos a livrá-la da irracionalidade, separando, desta maneira, os enunciados dotados de sentido dos que não são.
É perceptível que o estruturalismo comandou a Línguística até os nãos de 1950. Todavia, neste período Noam Chomsky executa uma mudança, fazendo críticas à vocação classificatória do distribucionalismo e propõe que a reflexão da linguagem não seja tão subjugada aos dados, mas à teoria.
Ele propõe uma teoria, inspirado pelo racionalismo e tradição lógica, chamada de gramática e centraliza seus estudos na sintaxe. Esta, conforme este autor constitui um nível central para a explicação da linguagem. Não possui o objetivo de ditar regras, mas de dar conta de todas as frases gramaticais pertencentes à língua.
Deste modo, é que surge a Gramática Gerativa ou Transformacional de Noam Chomsky, recebeu este nome, pois é a partir de um número restrito de sequências, isto é, frases.
O mecanismo que esta teoria gerativa leva é dedutivo: parte é abstrata, isto é, de um sistema de regras, e alcança o concreto, ou seja, as frases existentes na língua. Nota-se que esta é a acepção de gramática: um conjunto de regras que produzem frases da língua. A partir deste momento, a teoria da linguagem deixa, conforme seus conceitos, de ser somente descritiva e passa a ser explicativa e científica.
Além de construir a definição de gramática, Chomsky, cria a tarefa do linguísta: descrever a competência do falante, ou seja, toda capacidade que o falante tem em relação às frases: ele compara estruturas sintáticas semelhantes, separa frases que fazem parte da língua, estas são as capacidades de um falante ideal.
Além disso, ele afirma que o conjunto de frases é infinito, ou seja, as palavras são dinâmicas, criativas, em contrapartida essa criatividade é restringida por regras. A língua não se define só pelas palavras que a constituem, mas pelas possíveis, visto que o léxico das línguas é constantemente renovado. Os falantes possuem um sistema de regras que os tornam aptos a produzir frases.
Um dos aspectos para que a linguagem seja explicativa e científica é torná-la formal, isto é, linguagem que se alimenta dos símbolos abstratos. Para obter esta linguagem, Chomsky elege a gramática transformacional como a mais adequada, ou melhor, a que se sobressai às exigências necessárias para compreender melhor as estruturas sintáticas da linguagem.
A gramática transformacional possui duas regras: as sintagmáticas, que geram estruturas abstratas, e as transformações, que convertem estas estruturas abstratas nas sequências terminais, as quais são frases da língua. As transformações podem ser obrigatórias ou facultativas e elas mudam a ordem das palavras, acrescentam ou retiram elementos da estrutura.
Chomsky também estabeleceu conceitos: da estrutura superficial (ES), esta é das unidades que apresentam nas frases realizadas, e da estrutura profunda (EP), que é subjacente e em que se representam as formas abstratas. É importante ressaltar que as estruturas, superficial e profunda, relacionam-se por meio da regra de transformação. Na teoria- padrão de sua gramática, Chomsky, afirma que há três modelos componentes: um central (sintático) e dois interpretativos (semântico).
O componente sintático é formado pela base, estas geram as estruturas profundas, e pelas transformações que levam às estruturas mais superficiais. Os componentes interpretativos se relacionam sobre o componente sintático: a EP é de responsabilidade da semântica e a ES, da fonológica.
Tira-se como conclusão, da teoria de Chomsky, o percurso que leva ao universalismo, pois se leva em consideração o falante ideal da língua e não aquele falante real, ou seja, aquele que comete erros, desvios, que, de fato, não compreende a língua como capacidade de comparação. Além disso, traz a contribuição de estudos da área da lógica quanto da matemática.
É notável a relação entre Linguística e sociedade o que gera várias metodologias e conceitos, tais como o idioleto- forma de falar própria de cada indivíduo- e dialeto- formas de falar de cada região. Vale ressaltar, que o que difere as metodologias é o modo de ver a linguagem: ora como origem (causa) ora com conseqüência (efeito).
Sociolinguísta: a linguagem é resultante das estratificações sociais, o que leva a considerar que a sociedade é causa. Tem como objetivo sistematizar a variação existente na linguagem considera que a língua passa por transformações heterogêneas. Leva-se em consideração falante real e não o ideal.
Etnolinguística: vê a língua não como uma conseqüência das estratificações sociais, mas uma das causas destas. Conforme essa metodologia, a linguagem interpenetra a realidade, diferenciando-se segundo a cultura.
Sociologia da linguagem: afirma que não há separação entre ações lingüísticas e ações sociais, retira tal fundamento a partir dos fatos sociais.
Etnografia da fala: leva em consideração as funções da linguagem, no entanto valoriza a variedade dos aspectos culturais.
Pragmática: nota, além da relação entre signos (sintaxe) e do estudo das relações entre os signos e o mundo (semântica), o estudo das relações entre signos e usuários.
Teoria da enunciação: valoriza-se a relação entre locutor e destinatário. Parte das diferenças entre o enunciado, já realizado, e a enunciação, que é a ação de produzir o enunciado, o motivo de seu interesse é o processo de enunciação.
Análise de discurso: considera primordial a relação entre linguagem e exterioridade. Tal metodologia apresenta à sociedade as noções de sujeito, ideologia, situação histórica. Ao apresentar esta última, gera reflexões relacionadas com questões de poder e relações sociais. Tem como definição, os efeitos de sentidos entre locutores e não transmissor de informação.
Por conseguinte, estudar o histórico da Linguística, desde os momentos em que não passava de curiosidade, ao momento em que se torna ciência e até a atualidade, fornece, assim, uma maneira de pensar e refletir sobre a linguagem. Esta, por sua vez, move o homem, visto que em muito contribui nas relações de poder. Não obstante, esta ciência evoluirá muito mais, dissipando os mistérios sobre ela e tornando-se um universo em que a língua e suas particularidades dominam de forma soberana e singular.

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