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APONTAMENTOS E ANOTAÇÕES 
DE 
DIREITO CIVIL 
(TEORIA GERAL)
1º Semestre
Prof Me CARLOS ALBERTO FERREIRA
E-mail: profcarlosalbertoferreira@hotmail.com
1
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
	“A ‘reconstrução’ do mundo passa, obrigatoriamente, por uma nova concepção do homem que aceita apenas uma civilização a serviço do homem e nunca contra ele”.
Lino Rampazo
Atenção: índice sistemático do CÓDIGO CIVIL (parte geral – parte especial)
LIVRO I – DAS PESSOAS 
						Da personalidade e da capacidade
			PESSOAS NATURAIS	Dos direitos da personalidade
						Da ausência
TÍTULOS		PESSOAS JURÍDICAS
			
			DO DOMICÍLIO
Atenção: os animais e as coisas podem ser objeto de direito.
Todavia, somente as pessoas são sujeitos de direito, ou seja, sujeitos das relações jurídicas que regulam os interesses humanos.
Obs¹: A legislação ambiental protege a fauna, flora, os recursos naturais etc com o objetivo de proporcionar ao próprio homem seu direito a um meio ambiente equilibrado (CRFB, Art. 225). 
Obs²: O ser humano é um zoon politikon. As pessoas necessitam uma das outras. É praticamente impossível viver sem as outras pessoas para atender nossas necessidades e satisfazer nossos interesses individuais de saúde, educação, habitação, lazer, etc..
ATENÇÃO
A Parte Geral do Código Civil é a responsável por organizar os conceitos fundamentais, não só para o direito civil, como para todo o direito.
Ex: Pessoas e Bens
PESSOA NATURAL (pessoa humana) é o valor fonte de todo o Direito (é a ela a quem o Direito se dirige e não o contrário). A pessoa humana é o único ente dotado do atributo dignidade humana. Pessoa física?
PESSOA JURÍDICA agrupamento de pessoas naturais com objetivo de alcançar interesses comuns.
Capítulo I – da personalidade e da capacidade (Arts. 1° ao 10)
Art. 1º Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil.
O conceito de personalidade está
 intimamente ligado ao de pessoa.
Conceito: aptidão, reconhecida 
pela ordem jurídica a alguém, 
para exercer direitos e 
contrair obrigações.
Toda pessoa? Nem sempre foi assim – escravos. 
Quando se adquire? 
 
 Art. 2º A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo desde a concepção, os direitos do nascituro. 
CAPACIDADE
O art. 1º do CC, afirma que toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil. 
Repita-se, por necessário, essa capacidade é atribuída a todos indistintamente.
CAPACIDADE DE DIREITO ou DE GOZO (em certa medida se confunde com a personalidade)
CAPACIDADE DE FATO, de AGIR ou de OBRAR [de exercício] que é a capacidade de exercer pessoal e diretamente os direitos e deveres de que se é titular.
EXEMPLO 
Mulher gestante solteira e rica!!! Ao dar à luz vem a falecer e a criança nasce com vida. A criança é detentora de capacidade de direito ou de gozo (Art. 1°) e de personalidade civil (Art. 2°) razão pela qual herda o acervo patrimonial deixado pela mãe do mesmo modo que torna-se responsável pelas obrigações e eventuais débitos deixados por ela. Assim, embora tenha capacidade de direito, não possui capacidade de fato e, portanto, não será ela que pessoalmente irá administrar o patrimônio do espólio. 
ATENÇÃO
	Quando se diz que uma pessoa é incapaz, a incapacidade é sempre de fato, não existe no Brasil, um ser humano incapaz de adquirir direitos e deveres.
No passado existia a pena de morte civil onde a pessoa era privada de sua personalidade.
Atualmente a doutrina enxerga no instituto da indignidade (art. 1.816), resquício de morte civil, pois, para fins sucessórios o indigno é tratado como se morto fosse.
Ex: Suzane Von Richthofen 
ATENÇÃO
Nos casos em que faltar a certas pessoas alguns requisitos materiais: maioridade, saúde, desenvolvimento mental etc a lei sonega-lhes o direito de se autodeterminarem, isto é, de exercer pessoal e diretamente seu direito, sempre exigindo a participação de outra pessoa que será seu REPRESENTANTE LEGAL ou ASSITENTE. Os indivíduos que tem apenas capacidade de direito possuem CAPACIDADE LIMITADA são denominados de INCAPAZES.
Quando um mesmo indivíduo reúne a capacidade de direito + capacidade de fato ele torna-se detentor de CAPACIDADE CIVIL PLENA.
INCAPACIDADE CIVIL 
Como visto a capacidade de direito se confunde em certa medida com a personalidade, posto que todos os indivíduos a detém. 
Todavia, com a ausência de capacidade de fato tem-se: 
					 ABSOLUTA (Art. 3°) 
 INCAPACIDADE CIVIL 
					RELATIVA (Art. 4°)
FUNDAMENTOS DOS DIREITOS DE PERSONALIDADE
Como visto a personalidade jurídica consiste na aptidão para se titularizar direitos e contrair obrigações na órbita jurídica.
A doutrina majoritária (Prof. Rubens Limongi França) afirma que os direitos de personalidade consistem nos direitos próprios da pessoa humana em suas emanações e prolongamentos. Logo, violação aos direitos de personalidade implica em violação a dignidade humana.
DIGNIDADE HUMANA 
 
Immanuel Kant –fundamentação metafísica dos costumes.
O filosofo diferencia pessoas e coisas nos seguintes termos: coisas tem preços, pessoas tem dignidade. Ninguém pode utilizar um ser humano como um simples meio.
Para kant a violação da dignidade humana se caracteriza quando ocorre a coisificação do ser humano, 
isto é, quando uma pessoa é tratada 
como se coisa fosse.
A ideia de dignidade humana passou
a fazer parte do contexto jurídico 
com a lei fundamental alemã 
do pós segunda guerra mundial. 
E sua proclamação teve por objetivo 
evitar que os horrores do nazismo 
se repetissem. 
 
DIREITOS DE PERSONALIDADE DE PESSOAS JURÍDICAS
A doutrina majoritária afirma que os direitos de personalidade tem por fundamento a dignidade humana. Tal entendimento, permite inferir que as pessoas jurídicas não são titulares dos direitos de personalidade, pois não tem dignidade humana. 
Esta tese no Brasil é minoritária, pois, o Código Civil no art. 52 dispõe que: aplica-se as pessoas jurídicos no que couber a proteção de diversos direitos de personalidade. 
Súmula 227 do STJ
Cerveja Rio Carioca é condenada 
por propaganda que 
deprecia cerveja Itaipava
CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS 
DE PERSONALIDADE
	Os direitos de personalidade estão disciplinados nos artigos 11 a 21.
	Art. 11. Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária.
	Obs¹: em razão do seu caráter PERSONALÍSSIMO e por não possuir conteúdo econômico os direitos de personalidade são impenhoráveis.
	Obs²: Ao lado dessas características legais a doutrina aponta ainda que os direitos de personalidade são ABSOLUTOS, ou seja, existem independentemente de qualquer relação jurídica. 
	Ex: eu tenho direito ao nome, independentemente de qualquer relação jurídica.
	Isso significa que para que alguém seja titular de direitos de personalidade, basta que seja um ser humano, independentemente de qualquer outra condição. 
ORIGEM DOS DIREITOS DE PERSONALIDADE
A doutrina diverge quanto a origem dos direitos de personalidade, podem se apontar três teorias:
1ª DIREITO NATURAL: os direitos de personalidade são direitos naturais, ou seja, existem independentemente de qualquer lei que os reconheça, são assim, inatos aos seres humanos. Existem independentemente de qualquer reconhecimento estatal, pois nasce com o homem.
2ª DIREITO POSITIVO: não existe direito que não seja positivado, os direitos de personalidade são atribuídos pela lei, tanto é verdade que em alguns períodos históricos, certas pessoas foram privadas dos direitos de personalidade.
3ª HISTORICISMO AXIOLÓGICO (MIGUEL REALE): os direitos de personalidade seriam conquistas civilizacionais transmitidas de uma geração a outra e que portanto dão a sensação de sempre terem existido. Exemplo: direito a igualdade, direito a liberdade, direito a intimidade.
PERGUNTA
	Em que momento a PESSOANATURAL adquire personalidade jurídica?
	
	A partir do nascimento com vida, isto é, no instante em que principia o funcionamento do aparelho cardiorrespiratório.
	Art. 2º A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; 
mas a lei põe a salvo desde a concepção, os direitos do nascituro. 
	COMO SE PROVA? 
	pelo exame de docimasia hidrostática de Galeno
	É uma medida pericial, de caráter médico-legal, aplicada com a finalidade de verificar se uma criança nasceu viva ou morta, ou seja, se chegou ou não a respirar.
	Após a respiração o feto tem os pulmões cheios de ar e quando colocados num vasilhame com água, flutuam; não acontecendo o mesmo com os pulmões que não respiram. Se afundarem, é porque não houve respiração; se não afundarem é porque houve respiração e, conseqüentemente, vida. Daí, a denominação docimasia pulmonar hidrostática de Galeno.
	No âmbito jurídico a docimasia é relevante porque contribui para a determinação do momento da morte, pois se a pessoa vem à luz viva ou morta, as conseqüências jurídicas serão diferentes em cada caso.
DIREITOS DO NASCITURO
Todavia a 2ª parte do mesmo dispositivo reconhece a proteção dos DIREITOS DO NASCITURO desde a concepção.
 
PERGUNTA: TERIA TAMBÉM O NASCITURO PERSONALIDADE JURÍDICA?
 
Trata-se de uma das mais acesas polêmicas da doutrina civilista brasileira, saber se o nascituro pode ou não ser considerado pessoa.
Segundo a doutrina de Limonge França o nascituro é um ente concebido mas ainda não nascido, em outras palavras é o ente de vida intra-uterina.
ATENÇÃO
Não se confunde NASCITURO com CONCEPTURO e NATIMORTO.
NASCITURO: é o ser já concebido, mas que ainda se encontra no ventre materno. ( 
CONCEPTURO: também chamado de prole eventual é aquele que nem concebido ainda foi (sucessão 1.799, I)
NATIMORTO: é aquele nascido morto, que deverá ser registrado em livro próprio do cartório de pessoas naturais 
 PERGUNTA : É conferida ao natimorto proteção jurídica?
Segundo a doutrina sim!!!
Em respeito ao princípio da dignidade da pessoa humana, deve-se proteger o nome, a imagem e a memória daquele que nasceu morto.
Enunciado 01 (Jornadas de Direito Civil – CJF): 
 
“Art. 2º. A proteção que o Código defere ao nascituro alcança o natimorto no que concerne aos direitos da personalidade, tais como nome, imagem e sepultura.” 
	
ENUNCIADOS CJF
Proposições/postulados doutrinários oriundas de congressos (encontros de juristas, realizados em Brasília pelo Conselho da Justiça Federal) que não têm força de súmulas apenas estudos com o objetivo de se uniformizar o melhor entendimento acerca de determinados dispositivos do Código Civil.
DIREITO HUMANITÁRIO
O nome ao natimorto é, afinal, um direito humanitário, no seu espectro mais denso. Na palavra de Rui Portanova, bem é certo que, omitir o nome representa, “uma crueldade para com os pais, que já passaram pelo traumático evento da criança morta, e não precisam passar por uma segunda “morte” do filho, desta vez causa pelo desprezo da ordem jurídica”. JONES FIGUEIRÊDO ALVES Des. decano do Tribunal de Justiça de Pernambuco
SITUAÇÃO JURÍDICA DO NASCITURO
O intrigante tema atinente à personalidade ou não do nascituro tenta ser solucionada a luz de três teorias explicativas:
1ª TEORIA NATALISTA - TRADICIONAL (Silvio Rodrigues): a personalidade civil somente se inicia (se adquire) a partir do nascimento com vida. O nascituro goza de expectativa de Direito. 
2ª TEORIA PERSONALIDADE CONDICIONAL (Serpa Lopes): está a meio caminho entre a natalista e a concepcionista. O nascituro é dotado apenas de direitos existenciais (direito a vida; proteção pré-natal), pois a aquisição de direitos econômicos ou materiais estaria condicionado ao nascimento com vida, momento em que se consolidaria a personalidade. 
3ª TEORIA CONCEPCIONISTA (Silmara Chinelato) o nascituro possui direitos da personalidade desde a concepção, mas sob condição suspensiva. Vale dizer, ao ser concebido, já pode titularizar alguns direitos (extrapatrimoniais, como o direito à vida e patrimoniais como alimentos). alimentos gravídicos 
ALIMENTOS GRAVÍDICOS
A fixação de alimentos gravídicos revela-se um direito eminentemente material de cunho econômico.
LEI Nº 11.804, DE 5 DE NOVEMBRO DE 2008.
Disciplina o direito a alimentos gravídicos e a forma como ele será exercido e dá outras providências.
Art. 1° Esta Lei disciplina o direito de alimentos da mulher gestante e a forma como será exercido.
Art. 2° Os alimentos de que trata esta Lei compreenderão os valores suficientes para ...
	Parágrafo único. Os alimentos de que trata este artigo referem-se à parte das despesas que deverá ser custeada pelo futuro pai, considerando-se a contribuição que também deverá ser dada pela mulher grávida, na proporção dos recursos de ambos.
	Art. 6° Convencido da existência de indícios da paternidade...
ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente
Art. 7. A criança e o adolescente têm direito à proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação de políticas públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas de existência.
JURISPRUDÊNCIA
“INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE. ALIMENTOS PROVISÓRIOS EM FAVOR DO NASCITURO. POSSIBILIDADE. ADEQUAÇÃO DO QUANTUM. 1. Não pairando dúvida acerca do envolvimento sexual entretido pela gestante com o investigado, nem sobre exclusividade desse relacionamento, e havendo necessidade da gestante, justifica-se a concessão de alimentos em favor do nascituro. 2. Sendo o investigado casado e estando também sua esposa grávida, a pensão alimentícia deve ser fixada tendo em vista as necessidades do alimentando, mas dentro da capacidade econômica do alimentante, isto é, focalizando tanto os seus ganhos como também os encargos que possui. Recurso provido em parte. (AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 70006429096, SÉTIMA CÂMARA CÍVEL, TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RS, RELATOR: SÉRGIO FERNANDO DE VASCONCELLOS CHAVES, JULGADO EM 13/08/2003)”.
INFORMATIVO 547 DO STJ
DIREITO CIVIL. INDENIZAÇÃO REFERENTE AO SEGURO DPVAT EM DECORRÊNCIA DE MORTE DE NASCITURO.
A beneficiária legal de seguro DPVAT que teve a sua gestação interrompida em razão de acidente de trânsito tem direito ao recebimento da indenização prevista no art. 3º, I, da Lei 6.194/1974, devida no caso de morte. O art. 2º do CC, ao afirmar que a “personalidade civil da pessoa começa com o nascimento”, logicamente abraça uma premissa insofismável: a de que “personalidade civil” e “pessoa” não caminham umbilicalmente juntas. Isso porque, pela construção legal, é apenas em um dado momento da existência da pessoa que se tem por iniciada sua personalidade jurídica, qual seja, o nascimento. Conclui-se, dessa maneira, que, antes disso, embora não se possa falar em personalidade jurídica – segundo o rigor da literalidade do preceito legal –, é possível, sim, falar-se em pessoa. 
Caso contrário, não se vislumbraria qualquer sentido lógico na fórmula “a personalidade civil da pessoa começa”, se ambas – pessoa e personalidade civil – tivessem como começo o mesmo acontecimento. Com efeito, quando a lei pretendeu estabelecer a “existência da pessoa”, o fez expressamente. É o caso do art. 6º do CC, o qual afirma que a “existência da pessoa natural termina com a morte”, e do art. 45, caput, da mesma lei, segundo o qual “Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro”. Essa circunstância torna eloquente o silêncio da lei quanto à “existência da pessoa natural”. Se, por um lado, não há uma afirmação expressa sobre quando ela se inicia, por outro lado, não se pode considerá-la iniciada tão somente com o nascimento com vida. Ademais, do direito penal é que a condição de pessoa viva do nascituro – embora não nascida – é afirmada sem a menor cerimônia. É que o crime de aborto (arts. 124 a 127 do CP) sempre esteve alocado no título referente a “crimes contra a pessoa” e especificamente no capítulo “dos crimes contra a vida”.Assim, o ordenamento jurídico como um todo (e não apenas o CC) alinhou-se mais à teoria concepcionista – para a qual a personalidade jurídica se inicia com a concepção, muito embora alguns direitos só possam ser plenamente exercitáveis com o nascimento, haja vista que o nascituro é pessoa e, portanto, sujeito de direitos – para a construção da situação jurídica do nascituro, conclusão enfaticamente sufragada pela majoritária doutrina contemporânea. Além disso, apesar de existir concepção mais restritiva sobre os direitos do nascituro, amparada pelas teorias natalista e da personalidade condicional, atualmente há de se reconhecer a titularidade de direitos da personalidade ao nascituro, dos quais o direito à vida é o mais importante, uma vez que, garantir ao nascituro expectativas de direitos, ou mesmo direitos condicionados ao nascimento, só faz sentido se lhe for garantido também o direito de nascer, o direito à vida, que é direito pressuposto a todos os demais. Portanto, o aborto causado pelo acidente de trânsito subsume-se ao comando normativo do art. 3º da Lei 6.194/1974, haja vista que outra coisa não ocorreu, senão a morte do nascituro, ou o perecimento de uma vida intrauterina. REsp 1.415.727-SC, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 4/9/2014.
INCAPACIDADE CIVIL ABSOLUTA
ABSOLUTA (representados)
Art. 3° São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos.
I - (Revogado); 
 II - (Revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) 
III - (Revogado). 
Cuidam-se dos MENORES IMPÚBERES. Abaixo deste limite etário, o legislador considera que a pessoa é inteiramente imatura para atuar na órbita do direito.
Vale lembrar que, no Estatuto da Criança e do Adolescente, a distinção é peculiar 
Art. 2º- Considera-se CRIANÇA, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e ADOLESCENTE aquela entre doze e dezoito anos de idade.
Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se excepcionalmente este Estatuto às pessoas entre dezoito e vinte e um anos de idade”

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