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Betim 2016 FACULDADE PITÁGORAS BETIM André Luiz Silva de Oliveira RECALQUE Betim 2016 RECALQUE Trabalho apresentado à disciplina de Matrizes do Pensamento em Psicanálise, com orientação da professora; Mônica Eulália da Silva. André Luiz Silva de Oliveira Aparecida Conceição Portela Elisangela Pereira de Oliveira Késsia D. Borges Lídia Fernandes de Souza Márcia Freitas Rodrigues Maria Inês de Gouvêa Selma de Oliveira Duarte Vania F. B. Brandão Vanilsa Ramiro Silva Vinícius Neves da Silva Rocha Wederson de Oliveira Garcia SUMÁRIO 1.Introdução........................................................................................................ 3 2. Desenvolvimento.............................................................................................4 3. Conclusão........................................................................................................9 Referências........................................................................................................10 3 INTRODUÇÃO A teoria do recalque é considerada por Freud como “a pedra angular sobre a qual repousa toda a estrutura da psicanalise”. (Freud, 1914-1916, p.26). O recalque da psicanálise se diferencia do recalque conhecido popularmente, popularmente é tido como “inveja” entre outros conceitos que o diferem do conceito utilizado por Freud em se tratando de recalque, o qual para ele significa o impedimento, a negação de uma ideia, um sentimento de chegar a consciência. O recalque impede que lembranças dolorosas cheguem a consciência, o evento recalcado em sua maioria, está associado a pulsões sexuais. A pulsão visa a satisfação do seu desejo, e quando esta é recalcada ela se associa a outros derivados mentais a fim de conseguir passar a consciência sem ser recalcado, pois, como sendo um elemento móvel e tendo como finalidade a satisfação de seu desejo, sempre tentara chegar a consciência. O recalque é então a tentativa de impedir o que se viu, pensou, vivenciou, ou seja, algo que se tornou desprazeroso ao ponto de prejudicar a vida psíquica do sujeito. É a nossa defesa com relação a eventos que não conseguimos lidar, e após estudarmos esta teoria, entendemos que seria impossível a existência do homem se não houvesse o recalque. Este trabalho tem como objetivo apresentar nosso entendimento, sobre o recalque, citando um pouco das origens, quem influenciou na construção desta teoria, assim como, seus tipos e objetivos 3 ASPECTOS HISTÓRICOS Atualmente o termo tem sido usado muito na internet, principalmente em redes sociais. Recalque tornou sinônimo de inveja, o tornando diferente do conceito usado por Freud. De acordo com o dicionário de psicanalise, ( referencia) o recalque é (Aqui nos iremos escrever aquele trecho do dicionário que falei eu pego com o eder segunda) Freud reconhece sua ideia como sendo original, até que um dia Otto Hank ( referencia) lhe mostrou um trecho da obra de Schopenhauer, “o mundo como vontade e representação”, onde ele busca uma explicação para loucura. Segundo Freud, o que ele leu coincidiu com seu conceito de recalque. A coincidência foi grande que levou Freud a dizer: “é possível que mais uma vez, eu tenho devido a possibilidade de uma descoberta a insuficiência de minhas leituras”.( referencias ) Ou seja, que o recalque não fosse uma ideia original sua, mas que alguém a tivesse pensado primeiro, pensando não ter lido o suficiente e lhe tenha mais uma vez deixado de ser original, o que para Freud era importante. O conceito de loucura de Schopenhauer foi um dos alicerces que possibilitou a Freud, constituir o conceito de recalque com seus respectivos pontos de vistas, tópico, econômico, e dinâmico. Através do conceito de loucura, foi possível observar além do que sua pratica clinica lhe trazia. O recalque freudiano se trata de uma lembrança ou acontecimento, tão doloroso que o ego não suporta e recalca essa lembrança. Schopenhauer afirma a mesma coisa quando diz que a vontade não deixaria que certos conteúdos chegassem ao intelecto, porque isso o prejudicaria, em casos extremos, o próprio intelecto se desligaria da realidade levando o indivíduo a loucura. Tanto a vontade, termo utilizado por Schopenhauer para designar o elemento fundamental que proporciona a vontade da vida..........falta concluir o raciocínio..... 4 O RECALQUE O recalque é uma resistência que procura tornar inoperantes, eventos que ao chegar a consciência, possam ser dolorosos, esses eventos são ideias, um representante pulsional, (ideacional). A pulsão só tem um objetivo, obter a satisfação de seu desejo e isso é somente possível, chegando a consciência. A pulsão forma uma ideia do desejo, e em sua grande maioria esta relacionado a desejos sexuais, essa ideia para chegar a consciência precisa que seja mais prazerosa do que desprazerosa, pois do contrário essa ideia será recalcada. Essa ideia não questionará nenhum aspecto de adaptação do desejo à realidade física, mas somente sua satisfação. Ao perder o interesse por hipnose, Freud inicia uma técnica sugestiva, influenciado por “Bernheim” (Rappaport, Clara, 2014, p.18) as aplicações desta técnica, levou Freud a importantes questionamentos, como o que impedia o acesso a esta ideia (evento) ao consciente e o grande esforço que é necessário para trazer este fato a consciência, e isto, o levou a ideia desta força que se opunha a sua percepção consciente, Freud define então esta força como recalque. Mas definir esta força não resolveria todos os questionamentos de Freud, mas trouxe outros, como, o que é recalcado, Freud então, percebe este evento, como uma recordação traumática que mesmo recalcada, permanece móvel no inconsciente e sempre tentando entrar na consciência, diante disto, o recalque não elimina o evento recalcado do inconsciente, apenas impede sua entrada na consciência. O recalque não se faz presente na origem do psiquismo do sujeito, ele “surge quando ocorre a cisão entre a atividade inconsciente e consciente”. (Freud, 1914-1916,p.152) O recalque pode ser dividido em duas fases, a primeira, consiste na negação do representante pulsional, e na segunda, ocorre o surgimento de derivados mentais do que já estava recalcado. O evento recalcado não é a pulsão em si, pois esta, não chega a consciência, mas o seu representante pulsional, a ideia. É necessário portanto, uma grande dispensação de força para manter este evento recalcado, pois este, sempre tentara voltar e por associações, faz ligações, podendo chegar a consciência, sendo dois os meios, pelos quais, este evento consegue passar pelo recalque, um é o da condensação e o outro o deslocamento. O deslocamento ocorre quando um evento impedido de chegar a consciência por ser doloroso, tem seu objeto deslocado a outro, com características parecidas entre os objetos. A condensação e quando ocorre....... ver a definição correta. Acrescentar aqui a parte do vinicius se ele mandar ele disse que mandaria. Como toda realização de um desejo é prazerosa, cabe saber o porquê deste evento recalcado, tornar-se mais desprazeroso, caso chegue a consciência. O ego e o superego tem papel fundamental já que é a partir destes, queas pulsões chegam ou são impedidas de alcançar a consciência. O ego irá buscar meios para que a satisfação deste desejo ocorra sem trazer prejuízos ao sujeito, caminhos mais tranquilos para a satisfação, já o superego, são os princípios morais e éticos que se obtêm por meio de famílias, igrejas, sociedades, enfim, estas duas instancia controlam aquilo que é permitido, é por meio destas instancia que se colocam como parâmetros sobre o que é ou não permitido e cabendo ao recalque censurar, impedindo este evento de chegar a consciência. Mas além da ideia, do representante pulsional, há também um fator importante com relação ao recalque, trata-se da quota de afeto, este sendo outro elemento da 5 pulsão, mas passando por vicissitudes do recalque diferentemente das experimentadas pela ideia. Esta quota de afeto corresponde a pulsão ao se afastar da ideia encontrando expressão proporcional a sua quantidade, em processos que são sentidos como afeto, assim é necessário separar aquilo que acontece a ideia e o que acontece a energia pulsional vinculada a ela (Freud, 1914-1916, p.157). Caso esta ideia fosse previamente consciente, passaria por uma vicissitude geral e desapareceria da consciência, já quando ela estiver preste a entrar na consciência, seria ela afastada. Quando o representante pulsional não é totalmente suprimido, ele aparece como um afeto ou transformado em um afeto, ou uma ansiedade. Como o recalque é a fuga do desprazer, o afeto se torna mais importante que a ideia. Quando o recalque não impede o surgimento de desprazer ou ansiedade, significa que este falhou, mesmo que tenha tido êxito com a ideia, ou seja, que tenha impedido a ideia de alcançar a consciência, mas não conseguiu evitar que a quota de afeto chegasse. Com relação a parcela ideacional, percebe-se a criação de uma formação substituta, lembrando que o recalque deixa sintomas em seu rastro, sendo tanto a formação substituta como sintomas, indicativos do “retorno do recalcado”. com relação ao recalque e estes substitutos, Freud diz que o mecanismo de recalque, não coincide com o mecanismo de formação destes substitutos, que existem inúmeros mecanismos formadores de substitutos e que o mecanismo de recalque tem algo em comum com os do substitutos, que é a "retirada da catexia de energia ou da libido quando lidamos com pulsões sexuais" (Freud 1914-11916, p. 159). Partindo dos exemplos dados por Freud, temos, na histeria de ansiedade, a remoção e substituição da idéia, não evitando o desprazer, assim, segue-se uma tentativa de fuga, evitando assim a liberação da ansiedade. Na histeria de conversão, há a possibilidade de um desaparecimento total da quota de afeto, embora em alguns casos esta supressão não ocorra, sensações aflitivas então podem ligar-se aos sintomas, ou as vezes ate mesmo tornando impossível a liberação de ansiedade. O representante ideacional é totalmente retirado da consciência, como um substituto e ao mesmo tempo como um sintoma. com relação a formação de substituto, o recalque na histeria de conversão não obtêm êxito, com relação ao afeto, possui êxito total, já numa segunda fase ele não se firma, tendo seu fracasso cada vez mais acentuado. Na neurose obsessiva, temos um quadro diferente do recalque, ha duvidas quanto ao representante pulsional que seria recalcado, percebemos uma fase inicial, onde o recalque alcança êxito, o conteúdo ideacional é rejeitado, fazendo com que o afeto também desapareça, o substituto e sintomas não se coincidem. Assim como nas demais perturbações, o recalque afastou a libido e nesta perturbação em especifico, utilizou para tal, a formação da reação, "o trabalho do recalque nesta perturbação se prolonga numa luta estéril e interminável". (Freud, 1914-1916, p.162) 6 CONCLUSÃO Diante de tudo que foi estudado sobre recalque, reconhecemos que ha ainda, um longo caminho pela frente, não somente o nosso como estudantes, mas também em relação ao recalque, não no sentido de aprimorá-lo, mas sim em compreender este importante mecanismo. O que nos fica de mais impressionante, se é que se pode dizer isso, é o fato de que sem o recalque não seria possível a existência do homem, da civilização. O recalque aparece como um aliado, nos preservando de eventos que estão além de nossas forças, eventos estes, dolorosos e traumáticos. eventos dolorosos, que tentam chegar a nossa consciência são impedido pelo recalque, mas muitos destes eventos, conseguem chegar a consciência por meio de substitutos e sintomas. as pulsões que tem como objetivo a satisfação de seu desejo, tem a necessidade de formar um representante ideacional, um objeto de satisfação deste desejo, pois somente assim esta pulsão pode chegar a consciência, além deste conteúdo ideacional, ha também como representante pulsional a quota de afeto, este se separando da idéia ao ganhar expressão. Quando ha o surgimento do desprazer, percebe-se que o recalque do representante ideacional teve êxito, mas não o do afeto.