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INTOLERÂNCIA À LACTOSE VERSUS ALERGIA A PROTEÍNA DO LEITE DE VACA DIFERENÇAS E TRATAMENTO DIETOTERÁPICO. FABIANA SACOMAN PAZZINI JULIANA QUARESMA THAISE DI ANESI VALMIRETE SOUSA • DEFINIÇÃO ❖ Incapacidade do organismo de degradar o dissacarídeo lactose (LUIZ, et al. 2005), isso ocorre devido a deficiência da enzima lactase, responsável por hidrolisar este em monossacarídeos, glicose e galactose, no intestino delgado. A lactose não digerida transitará pelo intestino grosso e será fermentada por bactérias intestinais com produção de grandes quantidades de ácido lático, ácido acético e hidrogênio, conduzindo ao aparecimento de sintomas da intolerância (SILVA, 1997). INTOLERÂNCIA À LACTOSE • CLASSIFICAÇÃO ❖ Intolerância primária da lactase: A capacidade de ação da enzima lactase diminui consideravelmente entre 2 e 5 anos com recuperação progressiva a partir dos 5 anos(GONZÁLEZ, 2007). ❖ Deficiência secundária da lactase: É caracterizada por lesões no epitélio intestinal ocasionada por doenças como desnutrição, colite ulcerativa, desnutrição, gastroenterite, entre outras (GONZÁLEZ, 2007). ❖ Intolerância congênita à lactose: É mais rara. É caracterizada pela ausência total ou parcial da ação da lactase. (FARIAS, et al., 2004). ❖ Intolerância ontogenética à lactose: É caracterizada como mau absorvedor da lactose (FARIAS, et al., 2004). INTOLERÂNCIA À LACTOSE INTOLERÂNCIA À LACTOSE • SINTOMAS Fonte: http://cotidiano.sites.ufsc.br • DIETOTERAPIA ❖ A maioria dos pacientes com certo grau de deficiência de lactase não necessita seguir uma dieta rotineiramente restrita de lactose, pois conseguem ingerir uma quantidade menor, cabe ao nutricionista verificar o grau de sensibilidade do paciente ao executar a dieta (LUIZ, et al., 2005). ❖ Orientar o paciente quando consumir alimentos que contenham lactose, ingerir em conjunto com alimentos que não a possuem em sua composição (TÉO, 2002) e a fracionar os alimentos ao longo do dia que contenham lactose e não consumir em grandes quantidade uma única vez; INTOLERÂNCIA À LACTOSE INTOLERÂNCIA À LACTOSE • DIETOTERAPIA ❖ Podem ser consumidos queijos maturados ou processados, pães fabricados com soro do leite, pois são alimentos que apresentam reduzido teor de lactose. Outra opção é o consumo de alimentos lácteos fermentados, como iogurte que contém culturas ativas, em especial a Lactobacillus delbrueckii sub, bulgaricus que pré digerem cerca de 20 a 30% da lactose (LUIZ, et al., 2005); ❖ A administração de lactase ou sua adição ao leite pode ser um outro recurso a ser utilizado; INTOLERÂNCIA À LACTOSE • DIETOTERAPIA ❖ A administração de lactase ou sua adição ao leite pode ser um outro recurso a ser utilizado, além de leites isentos de lactose em substituição ao leite comum; ❖ Alguns alimentos fontes de cálcio são alternativas para incluir na dieta para consumo deste mineral, como vegetais verde escuro, feijão, carnes, ovos, queijo de soja (tofu) e sardinha. É importante avaliar a ingestão de cálcio na dieta, pois em casos de deficiência ou baixo consumo deste mineral, é recomendado que se faça a suplementação (BUARRAJ, et al., 2003). ALERGIA À PROTÉINA DO LEITE DA VACA ( APLV) • DEFINIÇÃO ❖ A APLV é uma condição clínica que ocorre geralmente na infância, devido o desmame precoce com introdução do leite de vaca antes dos 3 meses de vida, sendo que o organismo do bebê não é maduro suficiente para metabolizar o leite. (VIEIRA, et al., 2004). Ocorre quando o leite é ingerido e o sistema imunológico reconhece a proteína presente neste alimento como um antígeno e começa a desencadear mecanismo de ação contra ela, dando origem a sinais e alergias. As proteínas que estão presentes no leite e seus derivados, responsáveis por essas reações são: caseína, lactoalbumina, lactoglobulina, soroalbumina e imunoglobulinas (LUIZ, et al., 2005) ALERGIA À PROTÉINA DO LEITE DA VACA ( APLV) • SINTOMAS Fonte: http://cotidiano.sites.ufsc.br ALERGIA À PROTEÍNA DO LEITE DA VACA ( APLV) • DIETOTERAPIA ❖ A terapia nutricional consiste na exclusão total do leite e seus derivados e outros alimentos que possuem a proteína do leite intacta para não ocorrer distúrbios gastrointestinais e evitar a resposta imunológica, mantendo o paciente sem sintomas (CASTRO, et al., 2005); ❖ Alimentos à base de soja e os hidrolisados proteicos podem ser substituídos pelo leite de vaca, contanto que o paciente possua apenas alergia à proteína do leite da vaca; ALERGIA À PROTEÍNA DO LEITE DA VACA ( APLV) • DIETOTERAPIA ❖ Para os lactentes, durante a dieta de exclusão, é recomendado o aleitamento materno com a retirada da proteína do leite da vaca da dieta da lactante; ❖ No caso onde a mãe que não pode amamentar, deve ser oferecido fórmulas à base de aminoácidos livres, soja (para crianças a partir de 6 meses), de arroz e hidrolisados protéicos (ZEIGER, et al., 1999); ❖ O consumo de cálcio, quando deficiente na dieta, deve ser realizado por meio de suplementação com acompanhamento, para que assim o crescimento não sofra impacto. O tratamento nutricional para as duas patologias são diferentes, a primeira não há necessidade de exclusão do leite, dependendo da sensibilidade de cada pessoa, a diminuição do volume e aumento dos fracionamentos é o tratamento adequado, já na APLV deve ser restrito o leite e seus derivados e alimentos que contenham a proteína do leite. Excluir equivocadamente o leite e os alimentos que possuam as proteínas do leite pode acarretar em deficiências nutricionais e prejudicar o crescimento e desenvolvimento da criança, por outro lado, não restringir o leite dos pacientes alérgicos às suas proteínas através de um diagnóstico errado, pode colocar em risco a saúde do paciente, tendo em vista que a alergia à proteína do leite da vaca pode levar a óbito. CONCLUSÃO REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FARIAS, F. F.; FAGUNDES-NETO, U. Intolerância aos carboidratos. The Electronic Journal of Pediatric Gastroenterology, Nutrition, and Liver Diseases, São Paulo, v. 8, n. 4, 2004. Disponível em:<http://www.e- gastroped.com.br/dec04/intolerancia.htm>. LUIZ, V. F. C.; SPERIDIÃO, P. G. L.; FAGUNDES NETO, U. F. Terapia nutricional nas intolerâncias e alergias alimentares. The Electronic Journal of Pediatric Gastroenterology, Nutrition, and Liver Diseases, São Paulo, v. 9, n. 3, 2005. Disponível em:<http://www.e- gastroped.com.br/jun05/terapia_nutricional.htm>. SILVA PHF. Aspectos de composição e propriedades do leite. Rev. Química na Escola nº 6, novembro de 1997. GONZÁLEZ, F. A. Intolerancia a la lactosa y otros disacáridos. Gastroenterologia Latinoamericano, Santiago, v. 18, n. 2, p. 152-156, 2007 TÉO, C. R. P. A. Intolerância à lactose: uma breve revisão para o cuidado nutricional. Arquivos de Ciências da Saúde da Unipar, Toledo, v. 3, n. 6, p. 135-140, 2002.
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