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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA Faculdade de Medicina Veterinária Disciplina Anatomia Animal ROTEIRO TEÓRICO-PRÁTICO SOBRE SISTEMA CIRCULATÓRIO DOS ANIMAIS DOMÉSTICOS Prof. André Luiz Quagliatto Santos - Responsável. Profa. Lucélia Gonçalves Vieira – Colaboradora. Uberlândia/ 2016 SISTEMA CIRCULATÓRIO – PARTE TEÓRICA Consiste em 3 componentes inter-relacionados: o sangue, o coração e os vasos sanguíneos. SANGUE A maior parte das células do organismo não podem se mover para obter o O2 e nutrientes e nem fugir do CO2 dentre outras escórias. Ao contrário, para atender a essas necessidades, as células têm de ser servidas, e o líquido intersticial e sangue executam essa tarefa. O sangue é um tecido conjuntivo, formado por uma parte líquida, o plasma, e por outra parte celular, consistindo em vários tipos de células e fragmentos de células. O líquido intersticial é o líquido que banha as células corporais. O O2 e os nutrientes se difundem a partir do sangue, para o líquido intersticial e em seguida para as células corporais. O CO2 e as outras escórias se movem na direção oposta, das células para o líquido intersticial e daí para o sangue. Função do sangue 1- Transporte: transporta O2, dos pulmões para as células do corpo, e CO2 das células para os pulmões. Também transportam nutrientes, do trato gastrintestinal (TGI) para as células corporais, além de hormônios, das glândulas endócrinas para outras células do corpo e escórias para serem eliminados; 2- Regulação: O sangue participa da regulação do pH e da temperatura corporal; 3- Proteção: O sangue pode coagular e impedir sua perda excessiva pelo sistema circulatório, após lesão. Além disso, os glóbulos brancos do sangue protegem contra as doenças por serem fagocíticos e por produzirem anticorpos. Componentes do sangue O sangue total é composto pelo plasma sanguíneo, um líquido aquoso, contendo substâncias dissolvidas, e elementos figurados, que são células e fragmentos de células. Se uma amostra de sangue for centrifugada em tubo de ensaio, as células vão para o fundo do tubo, enquanto o plasma, mais leve forma a camada do topo. O sangue compõe-se de 45% de elementos figurados e 55% de plasma. Normalmente mais de 99% dos elementos formados são glóbulos vermelhos. Os glóbulos brancos e as plaquetas ocupam menos de 1% do volume sanguíneo total. CORAÇÃO Para que o sangue possa atingir as células corporais e trocar nutrientes com elas, ele deve ser constantemente, propelido ao longo dos vasos. O coração é um órgão muscular oco em forma de cone, é uma bomba que produz a força necessária para impelir o sangue através dos vasos sanguíneos. Forma e localização O coração está localizado na cavidade torácica, sua base situa-se no mediastino médio e o seu ápice preso ao osso esterno (por meio do ligamento esternopericárdíaco). O coração desloca-se cerca de 60% do seu volume à esquerda do plano mediano e entre a terceira e sexta costela. No cão e no gato alcança até a sétima costela. Tem forma de um cone irregular, com a base voltada dorsalmente e o ápice ventralmente. Apresenta duas faces, face auricular ou esquerda e face atrial ou direita; e duas bordas, borda ventricular direita, voltada cranialmente, e borda ventricular esquerda, voltada caudalmente. As faces do coração são percorridas por dois sulcos perpendiculares à base: sulco interventricular paraconal ou esquerdo e sulco interventricular subsinuoso ou direito. Estes sulcos marcam externamente a divisão das cavidades ventriculares pelo septo interventricular. O sulco interventricular paraconal é o mais desenvolvido, dispõe-se obliquamente na face auricular (esquerda) e termina ao nível do terço ventral da borda ventricular direita. O sulco interventricular subsinuoso é pouco profundo, corre verticalmente na face atrial (direita) e quase alcança o ápice do coração. Próximo à base, o coração é circundado quase que inteiramente por um sulco transversal paralelo à base, o sulco coronário, que representa externamente o limite entre os átrios e ventrículos; este sulco é interrompido apenas ao nível da saída do tronco pulmonar. Envoltórios do coração: Pericárdio É uma membrana fibrosa e serosa que reveste e protege o coração, separando-o dos outros órgãos do mediastino e limitando sua expansão durante a diástole ventricular. O pericárdio consiste em duas partes: o pericárdio fibroso e o pericárdio seroso. O pericárdio fibroso superficial é tecido conjuntivo irregular denso, resistente e inelástico. Assemelha-se a um saco, que repousa sobre o diafragma e se prende a ele; sua extremidade aberta está fundida aos tecidos conjuntivos dos vasos sanguíneos que entram e saem do coração. O pericárdio fibroso impede o estiramento excessivo do coração. O pericárdio seroso, mais profundo, é uma membrana mais fina e mais delicada que forma uma dupla camada, circundando o coração. A camada parietal, mais externa do pericárdio seroso está fundida ao pericárdio fibroso. A camada visceral, mais interna, também chamada de epicárdio, adere fortemente a superfície do coração (miocárdio). Entre as camadas parietal e visceral do pericárdio seroso existe um espaço virtual, a cavidade do pericárdio, ocupada por uma fina camada de líquido pericárdico, uma secreção lubrificante que reduz o atrito entre as membranas, enquanto o coração se move. Camadas da parede cardíaca A parede do coração consiste em 3 camadas: o epicárdio, mais externa; miocárdio, camada média e o endocárdio, camada mais interna. O epicárdio, também chamado de camada visceral do pericárdio seroso é o fino e transparente revestimento que forma a camada mais externa da parede do coração. É composto por mesotélio e por tecido conjuntivo delicado, que dá a textura lisa e escorregadia da superfície mais externa. O miocárdio, é o tecido muscular cardíaco, forma a maior massa cardíaca, sendo o responsável pela atividade de bombeamento. O músculo cardíaco é estriado e involuntário. As fibras do músculo cardíaco se enrolam diagonalmente em torno do coração em feixes entrelaçados. O endocárdio é uma camada de endotélio sobreposto à camada fina de tecido conjuntivo. Forma um revestimento para as câmaras do coração, recobrindo as válvulas cardíacas. O endocárdio é contínuo com o revestimento endotelial dos grandes vasos sangüíneos presos a base do coração. Câmaras cardíacas O coração contém 4 câmaras: dois átrios e dois ventrículos. Em cada átrio existe uma estrutura enrugada, em forma de saco, chamada aurícula (recebe esse nome devido a semelhança com orelha de cão). Cada aurícula aumenta ligeiramente a capacidade do átrio. Átrio direito: O átrio direito forma a borda direita do coração. Recebe sangue da veia cava cranial, veia cava caudal e seio coronário. Entre os átrios direito e esquerdo existe uma fina divisória, o septo interatrial. Uma característica proeminente neste septo é a fossa oval, que é um remanescente do forame oval, um orifício no septo interatrial do coração fetal, que normalmente fecha-se logo após o nascimento. O sangue passa do átrio direito para o ventrículo direito através da valva tricúspide (por ser formada por três folhetos, válvulas ou cúspides). As valvas cardíacas são formadas por tecido conjuntivo denso, recoberto por endotélio. Externamente, a borda ventral da aurícula apresenta-se pregueada; este pregueamento corresponde internamente a cristas musculares, denominadas músculos pectíneos,que também são encontrados na face interna da parede lateral do átrio. Ventrículo direito: situa-se ventralmente ao átrio direito, formando a maior parte do contorno cranial do coração. Está separado do ventrículo esquerdo pelo septo interventricular. Sua parede é mais delgada e sua cavidade mais ampla que a do ventrículo esquerdo. O interior do ventrículo direito apresenta uma série de cristas, formadas por feixes elevados de fibras musculares cardíacas, as trabéculas cárneas. Algumas das trabéculas cárneas contêm parte do sistema de condução e são chamadas de trabéculas septomarginais. As cúspides da valva tricúspide estão conectadas por cordões semelhantes a tendões, as cordas tendíneas, que por sua vez, estão conectadas a trabéculas cárneas, em forma de cone, os músculos papilares. O sangue sai do ventrículo direito, passa pela valva pulmonar (válvulas semilunares) depois para o tronco pulmonar, que se divide nas artérias pulmonares direita e esquerda. Átrio esquerdo: Apresenta, como o átrio direito, uma cavidade central e uma expansão em fundo cego, a aurícula do átrio esquerdo. Esta é geralmente menor que a do átrio direito e seu fundo cego está situado caudalmente ao tronco pulmonar. A superfície interna da aurícula esquerda também se apresenta forrada por músculos pectíneos. No átrio esquerdo abrem-se os óstios das veias pulmonares, que são em número de quatro e seis nos ruminantes. Ventralmente, o átrio esquerdo comunica-se com o ventrículo esquerdo através do óstio atrioventricular esquerdo. O sangue passa do átrio esquerdo para o ventrículo esquerdo através da valva bicúspide (mitral) que tem apenas duas cúspides. Ventrículo esquerdo: possui parede mais espessa que a do ventrículo direito e, no cadáver, sua cavidade apresenta-se bastante reduzida devido à contração muscular. As trabéculas septomarginais, semelhantes às do ventrículo direito, variam em número e forma. No ventrículo esquerdo abrem-se o óstio atrioventricular esquerdo e o óstio da aorta. O óstio atrioventricular esquerdo, tal como o direito, está também guarnecido por um anel fibroso e a valva atrioventricular esquerda compõe-se de duas cúspides ou válvulas, que se inserem por meio de cordas tendíneas em dois músculos papilares situados na parede do ventrículo. O óstio da aorta, situado cranialmente ao óstio atrioventricular esquerdo, é guarnecido pela valva da aorta, composta de três válvulas semilunares. Nos ruminantes adultos pode-se encontrar o osso do coração (osso cardíaco) ao redor do óstio da aorta. Espessura e funcionamento do miocárdio A espessura do miocárdio, nas 4 câmaras, varia de acordo com a função exercida por cada uma delas. Os átrios têm parede finas, por levarem sangue para os ventrículos adjacentes, visto que os ventrículos bombeiam sangue por maiores distâncias, suas paredes são mais grossas. Embora os ventrículos direito e esquerdo atuem como bombas independentes, que simultaneamente, ejetam volumes iguais de sangue, o lado direito tem carga de trabalho bem menor. Isso se deve ao fato de que o ventrículo direito bombeia sangue para os pulmões, que ficam próximos e que oferecem pequena resistência ao fluxo sanguíneo, enquanto o ventrículo esquerdo bombeia para todo o resto do corpo, sendo a resistência do fluxo sanguíneo maior. Dessa maneira, o ventrículo esquerdo atua mais intensamente que o ventrículo direito para manter a mesma intensidade de fluxo sanguíneo. A anatomia dos ventrículos confirma essa diferença funcional. A parede muscular do ventrículo esquerdo é consideravelmente mais espessa que a do ventrículo direito. Atuação das valvas cardíacas Conforme cada uma das câmaras cardíacas se contrai, ela empurra um determinado volume de sangue para um ventrículo, ou para fora do coração, por uma artéria. As valvas abrem-se e fecham-se em resposta às variações de pressão, quando o coração se contrai e relaxa. Cada uma das 4 valvas ajuda a assegurar o fluxo unidirecional de sangue, abrindo-se para deixar passar o sangue e fechando-se, para impedir se refluxo. Valvas atrioventriculares (AV) Por estarem situadas entre os átrios e ventrículos, as valvas tricúspides (direita) e bicúspides (esquerda) são chamadas valvas atrioventriculares. Quando uma valva atrioventricular está aberta, a extremidade de cada cúspide se projeta para o interior do ventrículo. O sangue então se desloca dos átrios para os ventrículos, passando pelas valvas AV abertas, quando a pressão ventricular é menor que a atrial. Neste momento os músculos papilares estão relaxados e as cordas tendíneas estão frouxas. Quando os ventrículos se contraem, a pressão do sangue empurra as cúspides para cima, até que suas bordas livres entrem em contato e fechem a abertura. Ao mesmo tempo os músculos papilares também estão se contraindo, o que puxa e retesa as cordas tendíneas, impedindo que as cúspides das valvas se evertam (forçadas abrir na direção oposta, para o átrio, devido a pressão ventricular). Valvas aórtica e pulmonar Estas valvas permitem a ejeção de sangue, do coração para as artérias, e impedem o refluxo do sangue para os ventrículos. As valvas aórtica e pulmonar, consistem em 3 cúspides em forma de meia lua, semilunares, cada uma das quais está presa à parede arterial. As bordas livres das cúspides se curvam para fora, projetando-se para o lúmen arterial. As valvas aórtica e pulmonar se abrem quando a pressão, nos ventrículos, excede a pressão nas artérias, permitindo a ejeção do sangue dos ventrículos para o tronco pulmonar e para a aorta. Quando os ventrículos relaxam, o sangue começa a fluir de volta para o coração, esse fluxo de retorno do sangue enche as cúspides das valvas, e fecha firmemente as valvas e impede o refluxo. Esqueleto fibroso do coração Além do tecido muscular cardíaco, a parede do coração contém tecido conjuntivo fibroso, que forma o esqueleto fibroso do coração. Essencialmente, este esqueleto consiste em anéis de tecido conjuntivo denso que circundam as valvas cardíacas, fundem-se entre si e, com o septo interventricular. Quatro anéis fibrosos sustentam as quatro valvas cardíacas, fundidos uns aos outros. Esse esqueleto forma o alicerce ao qual se prendem as valvas cardíacas, serve como ponto de inserção para os feixes musculares cardíacos, impede o estiramento excessivo das valvas, quando o sangue passa por elas. Atua também como isolante elétrico que impede dispersão direta dos potenciais de ação dos átrios para os ventrículos. Vasos da base do coração Vários vasos sangüíneos de grande calibre entram ou saem do coração pela sua base. As veias cavas cranial e caudal: trazem o sangue rico em CO2 do corpo para o átrio direito. O tronco pulmonar que se divide e forma as artérias pulmonares direita e esquerda: levam o sangue do ventrículo direito para os pulmões. As veias pulmonares: duas direitas e duas esquerdas (6 nos ruminantes); trazem o sangue do pulmão para o átrio esquerdo. A aorta: leva o sangue do ventrículo esquerdo para o corpo. Ramos craniais do arco da aorta: O tronco braquiocefálico origina-se do arco da aorta, dirigindo-se cranialmente. Ele emite: a artéria subclávia esquerda e direita e o tronco bicarótico nos ruminantes e equinos. No cão, gato e no suíno, a artéria subclávia origina-se, após o tronco braquiocefálico, do arco da aorta. Sistema de condução: células auto-rítmicas Uma atividade elétrica, intrínseca e rítmica, é a razão dos batimentos contínuos do coração. A origem dessa estimulação é uma rede de fibras musculares cardíacas especializadas, chamadas células auto-rítmicas, por serem auto-excitáveis. As células auto-rítmicas,repetitivamente, geram potenciais de ação espontâneos, que desencadeiam as contrações cardíacas. Estas células explicam porque um coração foi retirado do corpo, por exemplo, para ser transplantado, pode continuar a bater, muito embora todos os seus nervos tenham sido seccionados. Impulsos neurais autônomos e hormônios modificam os batimentos, mas não estabelecem o ritmo fundamental. Durante o desenvolvimento embrionário, cerca de 1% das fibras musculares cardíacas tornam células auto-rítmicas, que geram potencial de ação. Estas células auto- rítmicas têm duas importantes funções: Atuam como marcapasso, definindo o rítmo para todo o coração; e formam o sistema de condução, que é a via para a propagação dos potenciais de ação, por todo o músculo cardíaco. O sistema de condução assegura que as câmaras cardíacas sejam estimuladas de forma coordenada e faz com que o coração seja, efetivamente, uma bomba. Os potenciais de ação cardíacos se propagam por meio dos seguintes componentes do sistema de condução: 1- Normalmente, a excitação cardíaca começa no nodo sino-atrial (SA), situado na parede atrial direita, sob o epicárdio do sulco terminal, na junção da veia cava cranial com o átrio direito; 2- Inferior à abertura da veia cava cranial, cada potencial de ação, originado no nodo sino-atrial, propaga-se pelos átrios e na sequência do potencial de ação os átrios se contraem; 3- Propagando-se ao longo das fibras atriais, o potencial de ação atinge o nodo atrioventricular (AV), situado sob o endocárdio da parede interatrial do átrio direito, cranialmente ao óstio do seio coronário; 4- Do nodo AV, o potencial de ação chega ao feixe atrioventricular, que é a única conexão elétrica entre os átrios e os ventrículos (devido o esqueleto fibroso atuar como um isolante); 5- Após ser conduzido ao longo do feixe atrioventricular, o potencial de ação entra nos ramos dos feixes direito e esquerdo, que cursam pelo septo interventricular, em direção ao ápice do coração; 6- Finalmente, as miofibrilas condutoras (ramos subendocárdicos), conduzem rapidamente, o potencial de ação, primeiro para o ápice e em seguida para cima, para o restante do miocárdio ventricular, estende-se inclusive nos músculos papilares e trabéculas septomarginais. Após a contração atrial, os ventrículos se contraem. O músculo cardíaco também tem uma inervação extrínseca que provém de nervos situados fora do coração. A inervação extrínseca deriva do sistema nervoso autônomo, isto é, simpático e parassimpático. Fisiologicamente o simpático acelera e o parassimpático retarda os batimentos cardíacos. VASOS SANGUÍNEOS Consistem num sistema de tubos fechados que transportam o sangue para todas as partes do corpo e o trazem de volta ao coração. As artérias são vasos que levam o sangue do coração para os tecidos. As grandes artérias elásticas saem do coração e se dividem em artérias musculares, de tamanho médio, que se ramificam para diversas regiões do corpo. As artérias de tamanho médio, então se dividem em pequenas artérias, que por sua vez, se dividem em artérias ainda menores, as arteríolas. Conforme essas arteríolas entram em um tecido elas se ramificam em inúmeros vasos microscópicos, os capilares. Substâncias são trocadas entre o sangue e os tecidos corporais através das finas paredes dos capilares. Antes de saírem dos tecidos, grupos de capilares se unem para formar pequenas veias, chamadas vênulas, que confluem para formar os vasos maiores, as veias. As veias então leva de volta o sangue dos tecidos para o coração. Visto também que os vasos sanguíneos necessitam de O2 e de nutrientes, como qualquer outro tecido do corpo, os vasos sanguíneos mais calibrosos são servidos por seus próprios vasos sanguíneos, chamados vasa vasorum, localizados em suas paredes. Artérias A parede de uma artéria tem 3 túnicas ou camadas: túnica interna ou íntima, túnica média e túnica externa. Túnica interna: É formada por células endoteliais, pela membrana basal e por uma camada de tecido elástico, a lâmina elástica interna. O endotélio é uma lâmina contínua de células que reveste a superfície interna de todo o sistema cardiovascular. Normalmente o único tecido com que o sangue entra em contato é o endotélio. Túnica média: É, em geral a camada mais espessa, consiste em fibras elásticas e em fibras musculares lisas, disposta circularmente em torno do lúmen. Devido ao grande número de fibras elásticas, as paredes das artérias podem ser expandidas, sem se romper, em resposta a pequenos aumentos da pressão. Túnica externa: É composta, principalmente por fibras elásticas e colágeno. Nas artérias musculares, uma lâmina elástica externa composta por tecido elástico separa a túnica média da túnica externa. Inervação dos vasos Fibras simpáticas do sistema neural autônomo inervam o músculo liso vascular. Aumento da estimulação simpática, estimula o músculo liso a se contrair, apertando a parede do vaso e estreitando o lúmen. Redução desse tipo do diâmetro do lúmem de um vaso sanguíneo é a vasoconstrição. Ao contrário, quando a estimulação simpática diminui, o músculo liso se relaxa. O aumento resultante do lúmen é a vasodilatação. Artérias elásticas São as artérias de maior calibre, suas túnicas médias contém proporção elevada de fibras elásticas e paredes mais finas. As artérias elásticas executam funções importantes: elas ajudam a propelir o sangue para frente enquanto os ventrículos estão relaxando. Conforme o sangue é ejetado do coração para as artérias elásticas, suas paredes são estiradas, acomodando o jato de sangue. As artérias aorta, braquiocefálica, carótidas comuns, subclávia, vertebrais, pulmonares e ilíacas comuns são exemplos de artérias elásticas. Artérias musculares São artérias de tamanhos médios, suas túnicas médias contêm mais músculo liso e menos fibras elásticas. Dessa forma as artérias musculares são capazes de vasoconstrição e de vasodilatação mais acentuadas, para regular a intensidade do fluxo sanguíneo. São também chamadas de artérias de distribuição, por distribuírem o sangue para diversas partes do corpo. Exemplos de artérias musculares são as artérias braquial e radial. Arteríolas Uma arteríola é uma artéria muito pequena que leva sangue para os capilares. As arteríolas proximas às artérias de onde se ramificam tem a constituição das túnicas muito parecidas à das artérias. No entanto, as arteríolas que estão mais próximas dos capilares, consistem em pouco mais que um anel de células endoteliais, circundados por algumas fibras musculares. As arteríolas desempenham importante função na regulação do fluxo sanguíneo das artérias para os capilares. Quando o músculo liso das arteríolas se contrai, produzindo vasoconstrição, o fluxo sanguíneo para os capilares, diminui, quando esse músculo liso se relaxa, as arteríolas apresentam vasodilatação e o fluxo sanguíneo para os capilares aumenta. Capilares Os capilares são vasos microscópicos que, usualmente conectam as arteríolas às vênulas. O fluxo de sangue das arteríolas para as vênulas, por meio dos capilares é chamado microcirculação. Os capilares são encontrados próximos de quase todas as células do corpo, sua distribuição varia conforme a atividade metabólica do tecido que vascularizam. A função primária dos capilares é a de permitir as trocas de nutrientes e gases e escórias entre sangue e as células teciduais, por meio do líquido intersticial. A estrutura do capilar é adequada para esse propósito, a parede do capilar possui uma única camada de células endoteliais e por membrana basal. As trocas de materiais só ocorremdas paredes dos capilares e do começo das paredes das vênulas. As paredes das arteríolas, artérias e da maioria das vênulas e veias apresentam barreiras espessas. Vênulas Quando diversos capilares confluem, eles formam as vênulas. Estas coletam sangue dos capilares e drenam para as veias. Como os capilares as paredes das vênulas menores são muito porosas e são locais onde muitos glóbulos brancos fagocíticos emigram da corrente sanguínea para os tecidos inflamados. Conforme as vênulas aumentam de diâmetro, convergindo para formar veias, elas passam a ter a túnica externa, características das veias. Veias Embora as veias sejam compostas pelas as mesmas três camadas das artérias, as espessuras relativas dessas camadas são difetentes. A túnica interna é mais delgada que a das artárias; a túnica média é mais fina que a das artérias, com pouco músculo liso e fibras elásticas; a túnica externa das veias é mais espessa, consistindo em colágeno e fibras elásticas. Nas veias não existem as lâminas elásticas internas e externas, encontradas nas artérias. Apesar dessas diferenças, as veias são ainda suficientemente distensíveis para se adaptar às variações de volume e de pressão do sangue que cursa por elas, embora não sejam preparadas para resistir a pressão muito alta. O lúmen das veias é maior que o das artérias correspondentes e as veias com muita frequência parecem colapsadas (achatadas) quando seccionadas. Seio venoso é uma veia com delgada parede endotelial desprovida de músculo liso para poder variar seu diâmetro. Muitas veias, especialmente as dos membros, possuem válvulas, que são delgadas pregas da túnica interna que formam cúspides, semelhantes a dobras, que se projetam para o lúmen, em direção ao coração. Visto que a baixa pressão do sangue nas veias permite que o sangue que retorna ao coração curse lentamente, ou até mesmo se acumule, as válvulas facilitam o retorno venoso, por impedirem o fluxo retrógrado do sangue. Um dos mais importantes fatores do retorno do sangue venoso ao coração é a contração muscular, bomba muscular esquelética, que comprime as veias e impulsiona o sangue nelas contidos. Anastomoses As artérias comunicam-se entre si por meios das anastomoses. Assim, as anastomoses arteriais são conexões entre duas ou mais artérias que favorecem a irrigação dos orgãos. A importância desta disposição é que, se uma das artérias for obstruída, a outra pode ser uma via alternativa (anastomose) para irrigar o órgão suprido. A via alternativa para o fluxo é chamada circulação colateral. As artérias que não se anastomosam são conhecidas como artérias terminais. Então as artérias podem emitir ramos colaterais e terminais. ESQUEMA DAS PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE ARTÉRIAS E VEIAS Características das artérias - Relacionadas com os ventrículos - Irrigam - Sentido centrífugo (saem do coração) - Cor rósea no vivente - Parede mais espessa - Lúmen menor - Sangue com pressão alta (jorra) - Menor quantidade - Mais protegidas (são profundas) - Pulsação arterial. Características das veias - Relacionadas com os átrios - Drenam - Sentido centrípeta (entram no coração) - Cor azulada - Parede mais fina - Lúmen maior - Sangue com baixa pressão (escorre) - Maior quantidade - Menos protegidas (são superficiais ou profundas) - Não pulsa. TIPOS DE CIRCULAÇÃO DO SANGUE A circulação é a passagem de sangue através do coração e dos vasos. Assim temos: circulação sistêmica ou grande circulação, circulação pulmonar ou pequena circulação, circulação coronariana, circulação porta e circulação fetal. Circulação sistêmica ou grande circulação O lado esquerdo do coração é a bomba para a circulação sistêmica, o sangue presente no átrio esquerdo (recentemente oxigenados nos pulmões), passa para o ventrículo esquerdo através das valvas atrioventriculares. O ventrículo esquerdo ejeta sangue para a aorta. Da aorta o sangue se divide em correntes distintas entrando em artérias sistêmicas, progressivamente menores, que o levam a todos os órgãos do corpo, exceto para os alvéolos pulmonares, que são supridos pela circulação pulmonar. Nos tecidos sistêmicos, as artérias dão origem às arteríolas, com diâmetro ainda muito menor, que finalmente deságua em extensas redes de capilares sistêmicos. Trocas de nutrientes e gases ocorrem através das delgadas paredes capilares. Do capilar o sangue flui para uma vênula sistêmica, estas vênulas levam sangue pobre em O2 para fora dos tecidos e por fim, o sangue flui de volta para o átrio direito por meio das veias cavas cranial e caudal e seio coronário e o ciclo começa novamente. Circulação pulmonar ou pequena circulação O lado direito do coração é a bomba para a circulação pulmonar, ele recebe todo o sangue pobre em O2, que retorna da circulação sistêmica. O sangue ejetado para o ventrículo direito, flui para o tronco pulmonar, que se divide em artérias pulmonares direita e esquerda que levam sangue para os pulmões direito e esquerdo. Ao entrar nos pulmões, esses ramos se dividem até formarem capilares, em torno dos alvéolos. O CO2 passa do sangue para o ar e é eliminado e o O2 passa do ar, no interior dos pulmões, para o sangue. Os capilares pulmonares se unem para formar as vênulas e, eventualmente as veias pulmonares, que saem dos pulmões, transportando o sangue oxigenado para o átrio esquerdo. Duas veias pulmonares esquerdas e duas direitas chegam ao átrio esquerdo (seis veias pulmonares nos ruminantes). A contração do ventrículo esquerdo, então, ejeta o sangue oxigenado para a circulação sistêmica. Circulação coronariana Artérias: A vascularização do coração é assegurada pelas artérias e veias coronárias. As artérias coronárias são duas, as artérias coronárias direita e esquerda. Elas têm este nome porque ambas percorrem o sulco coronário e se originam da aorta ascendente. A artéria coronária esquerda cursa por baixo da aurícula esquerda e o tronco pulmonar. Divide-se nos ramos interventricular paraconal, percorre o sulco de mesmo nome, irrigando a parede cardíaca esquerda e grande parte do septo interventricular. E no ramo que segue o sulco coronário, o ramo circunflexo. Este ramo percorre o sulco coronário em direção a face direita do coração, de onde continua como ramo interventricular subsinuoso, no cão e nos ruminantes; nos equinos, suínos e as vezes no gato, o ramo interventricular subsinuoso tem sua origem na artéria coronária direita. A artéria coronária direita apresenta apenas o ramo circunflexo direito. Veias: Após o sangue passar pelas artérias da circulação coronária, onde libera O2 e nutrientes para o músculo cardíaco, ele passa para as veias, onde capta o CO2 e escórias. Então o sangue pobre em O2 é coletado por diversas veias cardíacas que desembocam na veia cardíaca magna, que percorre juntamente com os ramos da artéria coronária esquerda, os sulcos interventricular paraconal e coronário. Pouco antes da sua desembocadura no seio coronário, ela recebe a veia cardíaca média, que percorre o sulco interventricular subsinuoso. Circulação colateral Só acontece frente às várias anastomoses. É quando uma artéria é obstruída por algum motivo, forçando a passagem do sangue por outro caminho para drenar aquela região. A capacidade para desenvolver uma circulação colateral adequada amplia-se quando a obstrução se desenvolve lentamente; é reduzida por manifestação súbita e pelo envelhecimento, ou por alterações francamentepatológicas na parede do vaso. Circulação porta-hepática O sistema porta leva o sangue, entre dois leitos capilares, de um local do corpo para outro, sem passar pelo coração. Neste caso, o sangue flui dos capilares no trato gastrintestinal (TGI), para os sinusóides hepáticos. Ou seja, a circulação porta-hepática desvia o sangue venoso dos órgãos gastrointestinais e do baço para o fígado antes de retornar ao coração. Após a alimentação, o sangue porta hepático fica rico em substância absorvidas pelo TGI. O fígado armazena parte delas e desintoxica as substâncias nocivas que foram absorvidas pelo TGI e destrói bactérias por fagocitose, antes que passem para a circulação geral. A veia porta-hepática é formada pela união das veias mesentérica cranial (do intestino) e veia lienal (do estômago, pâncreas e baço). Ao mesmo tempo em que o fígado recebe sangue desoxigenado da veia porta- hepática, ele também recebe sangue oxigenado pela artéria hepática. Por fim, todo o sangue sai do fígado pelas veias hepáticas que deságuam na veia cava caudal e depois coração. Circulação fetal O sistema circulatório do feto difere da circulação pós-natal porque os seus pulmões, rins e os órgãos gastrintestinais não funcionam até o nascimento, ou seja, seus pulmões estão cheios de líquido, oferecendo alta resistência ao fluxo sangüíneo. Então, o feto obtém O2 e nutrientes pelo sangue materno. As trocas de materiais entre a circulação fetal e materna ocorrem através da placenta, que se forma no interior do útero e se prende ao umbigo do feto, pelo cordão umbilical. Na placenta o sangue fetal capta O2 e nutrientes e elimina CO2 e escórias. O sangue oxigenado retorna da placenta por meio da veia umbilical única. Esta veia ascende até o fígado do feto, onde se divide em dois ramos, ramo para a veia porta- hepática e ramo ducto venoso. Enquanto algum sangue flui pelo ramo que se junta a porta-hepática entrando no fígado, a maior parte do sangue flui pelo segundo ramo, o ducto venoso, que drena na veia cava caudal. Então o sangue pobre em oxigênio, retornando das regiões caudais do feto, mistura-se ao sangue oxigenado do ducto venoso, na veia cava caudal. Esse sangue misturado entra no átrio direito. O sangue pobre em oxigênio que retorna das partes craniais do feto entra na veia cava cranial e daí para o átrio direito. A maior parte do sangue fetal não passa do ventrículo direito para os pulmões, como acontece na circulação pós-fetal, porque existe um orifício no septo interatrial, o forame oval. Cerca de um terço do sangue passa pelo forame oval diretamente para a circulação sistêmica. O sangue que passa para o ventrículo direito é bombeado para o tronco pulmonar, mas muito pouco desse sangue atinge os pulmões não funcionantes do feto (apenas o suficiente para suprir as células do pulmão). Ao contrário, sua maior parte é enviada via ducto arterial, um vaso que conecta o tronco pulmonar à aorta, de modo que a maior parte do sangue é desviado dos pulmões. O sangue na aorta é levado para todos os tecidos fetais pela circulação sistêmica. Quando as artérias ilíacas comuns se ramificam em artérias ilíacas externas e internas, parte do sangue flui para as ilíacas internas e daí para as artérias umbilicais, retornando à placenta, para outra troca de materiais. As artérias umbilicais, que são ramos das artérias ilíacas, ficam dentro do cordão umbilical.O único vaso fetal que transporta sangue totalmente desoxigenado é a veia umbilical única. Após o nascimento, quando começam as funções pulmonares, renais e gastrintestinais, ocorrem as seguintes alterações: 1- Quando o cordão umbilical é desligado, o sangue não mais flui pelas artérias umbilicais, estas se enchem de tecido conjuntivo e transformam-se em ligamento redondo da bexiga. 2- A veia umbilical se colapsa e permanece como o ligamento redondo do fígado, uma estrutura que prende o umbigo ao fígado; 3- O ducto venoso colapsa, e permanece como ligamento venoso, um cordão fibroso na superfície inferior do fígado; 4- A placenta é elimina; 5- O forame oval normalmente se fecha logo após o nascimento e transforma-se na fossa oval, uma depressão no septo interatrial; 6- O ducto arterial se fecha por vasoconstricção quase imediatamente ao nascimento, e permanece como ligamento arterioso. SISTEMA LINFÁTICO O sistema linfático consiste de uma extensa rede de capilares e amplos vasos coletores (vasos linfáticos) que recebem o líquido tecidual do corpo e transportam para o sistema circulatório; linfonodos, que servem como filtros de líquido coletado pelos vasos; e órgãos linfóides, que incluem linfonodos, tonsilas, baço e timo. O sistema linfático está intimamente relacionado anatômica e funcionalmente ao sistema cardiovascular. O líquido que se acumula nos espaços entre as células dos tecidos conjuntivos frouxos é denominado líquido intersticial, ou líquido tecidual. Sob condições normais, uma pequena quantidade de líquido tende a deixar os capilares do sistema cardiovascular, mais do que a eles retorna. As proteínas plasmáticas não atravessam facilmente as paredes dos capilares; todavia, como a parte líquida do sangue se desloca para os espaços intercelulares, ela carrega uma pequena quantidade de proteínas plasmáticas. Se esse líquido (e as proteínas plasmáticas) se acumula, os tecidos incham, produzindo uma condição denominada edema. As proteínas plasmáticas são incapazes de reentrar nos capilares do sistema vascular; contudo elas penetram nos vasos do sistema linfático. Como consequência, um papel do sistema linfático é o de retornar o excesso de líquido intersticial e proteínas plasmáticas para a corrente circulatória e desta forma prevenir a formação de edema. Vasos linfáticos O líquido intersticial penetra no sistema linfático atravessando as paredes extremamente finas dos capilares linfáticos. Após penetrar nos vasos linfáticos, o líquido intersticial passa a ser denominado de linfa. A linfa apresenta uma composição semelhante à do plasma sanguíneo; ela consiste principalmente de água, eletrólitos e quantidades variáveis de proteínas plasmáticas que escaparam do sangue, através dos capilares sanguíneos. A linfa difere do sangue principalmente pela ausência de células sanguíneas. Os capilares linfáticos são vasos em fundo cego. Portanto, o sistema linfático é um sistema de mão única, isto é, ele retorna o líquido intersticial para a corrente sanguínea. As paredes dos capilares linfáticos, como as dos capilares sanguíneos, estão compostas de uma fina camada de endotélio e as bordas destas células estão unidas frouxamente entre si, sobrepondo-se frequentemente. Este arranjo forma uma válvula funcional de sentido único. A pressão do líquido intersticial fora dos capilares linfáticos empurra as margens das células endoteliais para dentro, permitindo ao líquido penetrar nos capilares. Uma vez no interior dos capilares esse líquido não pode voltar aos espaços intercelulares por causa da pressão no interior dos capilares, que força as bordas das células endoteliais a se juntarem, fechando a “válvula”. Por causa desse arranjo estrutural, os capilares linfáticos são mais permeáveis que a maioria dos capilares sanguíneos. A maior parte dos tecidos contém plexos linfáticos associados aos capilares sanguíneos. Capilares linfáticos especiais, conhecidos como vasos lácteos, se localizam nas vilosidades intestinais. Esses capilares auxiliam na absorção da gordura do trato digestório e o transportam para a corrente sanguínea. Os capilares linfáticos, que estão amplamente distribuídos através dos espaços intersticiais do corpo, se unempara formar vasos linfáticos progressivamente maiores. Estes vasos maiores, que são denominados vasos coletores, correm ao lado das artérias e das veias e, atravessam um ou mais nodos linfáticos antes de desembocarem no ducto torácico ou no ducto linfático direito que retornam a linfa à corrente sanguínea. As paredes dos vasos linfáticos são similares às das veias, embora mais finas, e como as veias, apresentam válvulas que ocorrem aos pares. Linfonodos São órgãos pequenos e arredondados ou em forma de feijão, que estão distribuídos ao longo do curso de vários vasos linfáticos. Cada linfonodo está envolto por uma cápsula fibrosa. O linfonodo consiste de uma região externa, cortical, e uma região interna, medular. A linfa penetra pela face convexa através de vários vasos linfáticos aferentes, e é lentamente filtrada. Depois de filtrada a linfa deixa o linfonodo através dos vasos linfático eferentes, que saem pela região do hilo. Normalmente, toda a linfa passa por vários linfonodos antes de retornar à corrente sanguínea. A linfa que circula pelo linfonodo apresenta muitos microorganismos e partículas estranhas alguns dos quais podem causar doenças, se não forem destruídos. As partículas nocivas são destruídas pelos macrófagos localizados no seio do linfonodo. Os linfonodos possuem também linfócitos e plasmócitos que produzem anticorpos para destruir certas substâncias. Infelizmente, nem todas as células que podem determinar uma doença, como as células cancerígenas, são destruídas no interior dos linfonodos. Algumas células cancerígenas podem sobreviver e se multiplicar no interior dos linfonodos, servindo como um local de onde elas podem se disseminar pelo corpo através do sistema cardiovascular. Por esta razão, linfonodos intumescidos próximos a áreas cancerosas, são removidas cirurgicamente. Os linfonodos são especialmente importantes para a inspeção de carne e órgãos. A lei de inspeção de carne estipula que os linfonodos devem ser examinados após o abate. No caso de alterações patológicas, é necessária a realização de um exame bacteriológico da carne. Considera-se ainda, no exame clínico, o conhecimento sobre o tamanho e o local dos linfonodos palpáveis. Órgãos linfóides Tonsilas São massas pequenas de tecido linfóide da mucosa de revestimento das cavidades bucal e faríngea. São elas: as tonsilas palatinas, tonsilas faríngeas e tonsilas linguais. As tonsilas, compostas por tecido linfóide e circundando a união das vias bucal e nasal, atuam como uma defesa adicional contra invasão bacteriana. Timo O timo é um órgão linfático e desenvolve sua atividade nos organismos jovens e depois regride. Pode-se distinguir macroscopicamente um lobo torácico do timo, ímpar e os lobos cervicais, pares e o lobo intermediário que conecta esses dois lobos. Nos ruminantes domésticos, o timo é muito desenvolvido, estendendo-se, nos animais jovens, desde a parte cranial do tórax até a região laríngica, podendo mesmo alcançar a região retrofaríngica. A parte torácica do timo é uma massa lobular compacta, situada no mediastino cranial. No pescoço, o timo forma duas massas alongadas, situadas lateroventralmente à traquéia. Nos animais adultos, o timo é encontrado sob a forma de rudimentos de forma e tamanhos variáveis. Baço É um órgão linfático de cor vermelho escuro ligado ao sistema circulatório. Situa-se caudalmente ao diafragma, à esquerda e ao nível do arco costal. Com exceção do ruminante, ele é envolto quase completamente pelo peritônio. A forma do baço é variável nas diferentes espécies animais. No equino, ele tem forma triangular; no bovino, de uma cinta retangular; nos pequenos ruminantes, de uma folha; no cão e no gato, irregular; e no suíno, de uma cinta alongada. No baço, podem ser diferenciadas uma face diafragmática e uma visceral. Em sua face visceral, situa-se o hilo, no qual penetram a artéria esplênica e saem a veia e os vasos linfáticos. O baço produz linfócitos e plasmócitos, que produzem anticorpos contra antígenos invasores e os macrófagos fagocitam os glóbulos vermelhos velhos, bem como bactérias e partículas estranhas. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BUDRAS, K. D.; MCCARTHY, P. H.; FRICKE, W.; RICHTER, R. Anatomy of the dog. 5 ed., Hannover: Schlütersche, 2007. DYCE, K. M.; SACPK, W. O.; WENSING, C. J. G. Tratado de Medicina Veterinária. 2 ed., Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1996. GETTY, R. Anatomia dos animais domésticos. 5 ed., v 1. Rio de Janeiro: Interamericana, 1981. KONIG, H. E.; LIEBICH, H. H. Anatomia dos animais domésticos. Porto Alegre: Artmed, 2004. SISTEMA CARDIOVASCULAR – PARTE PRÁTICA 1. Identifique em um cadáver aberto, a cavidade torácica com suas vísceras: - Observe os pulmões e entre eles a região do mediastino, onde está localizado o coração; - Observe a localização da base do coração; - Observe a localização do ápice do coração e o ligamento esternopericárdio; - Identifique o pericárdio (saco fibroso que envolve o coração). 2. Identifique no coração previamente preparado estratificação do pericárdio: - Pericárdio fibroso; - Lâmina parietal do pericárdio seroso; - Lâmina visceral do pericárdio seroso (epicárdio); - Cavidade pericárdica. 3. Em um coração isolado e fechado observe as seguintes estruturas: - Átrios direito e esquerdo; - Aurículas direita e esquerda; - Ventrículos direito e esquerdo; - Sulco coronário; - Face auricular (esquerda) e face atrial (direita); - Sulco interventricular paraconal ou esquerdo; - Sulco interventricular subsinuoso ou direito. 4. Reconheçam em um coração aberto as seguintes estruturas: - Átrios direito e esquerdo; - Ventrículos direito e esquerdo; - Septo interventricular; - Músculo cardíaco (miocárdio) e endocárdio; - Septos atrioventriculares direito e esquerdo; - Óstios atrioventriculares direito e esquerdo; - Valvas tricúspides (valva atrioventricular direita); - Valvas bicúspides (valva mitral ou atrioventricular esquerda); 5. Observem nas paredes internas do coração as seguintes estruturas: - Músculo pectíneo (pregueamentos presente nos átrios e aurículas); - Trabéculas cárneas (pregueamentos presente nos ventrículos); - Trabéculas septomarginais; - Músculos papilares; - Cordas tendíneas. 6. Observem no coração aberto os orifícios dos vasos que tem acesso ao órgão: - Óstio da veia cava cranial (no átrio direito); - Óstio da veia cava caudal (no átrio direito); - Óstio do tronco pulmonar (ventrículo direito) e valvas tronco pulmonar (válvulas semilunares); - Óstio da aorta (ventrículo esquerdo) e valva aórtica (válvulas semilunares). 7. Identifique os vasos da base do coração: - Veias cavas cranial e caudal; - Veias pulmonares; - Seio coronário; - Tronco pulmonar e sua bifurcação (artéria pulmonar direita e esquerda); - Aorta (aorta ascendente, arco da aorta, arco descendente); - Artéria coronária esquerda (ramo interventricular paraconal e circunflexo esquerdo – origina do ramo interventricular subsinuoso); - Artéria coronária direita (ramo circunflexo direito) 8. Observar junto ao cadáver a distribuição dos vasos condutores de sangue: - Artérias (grande, médio e pequeno calibre); - Veias (grande, médio e pequeno calibre); 9. Identificar linfonodos nas seguintes regiões do corpo do animal. - Cabeça; - Tronco; - Membros. 10. Identificar em uma hemicabeça: - Tonsila palatina. 11. Observar em cadáveres de fetos ou de animais jovens previamente dissecados o timo, com seus segmentos cervical e torácico. 12. Reconhecer nocadáver o baço na sua posição anatômica, bem como, isoladamente. Observe como este apresenta uma morfologia variada de acordo com a espécie animal.
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