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Fichamento mlj parte 4

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Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
São Paulo, 13 de maio de 2018
Faculdade de Direito — Metodologia e lógica jurídica 
Kaue Andrade Mamed
Apresentação parcial da monografia: 
( Capítulo 4 )
4. Regulação da Internet.
4.1. Multistakeholder governance model.
O modelo multistakeholder, também conhecido como iniciativa multistakeholder (MSI), é 
uma maneira de governar que vem sendo desenvolvida com grande ênfase no século XXI, 
sobretudo devido a Internet, de maneira que possa atender as necessidades que os fenômenos 
sociais mais complexos demandam.
Essa iniciativa é baseada em trazer para junto dos que governam, especialistas que de 
alguma forma estão envolvidos com o problema e, nesse sentido, aumentar o domínio sobre 
determinadas áreas ainda vistas como obscuras por aqueles que estão acostumados a governar.
Em outras palavras, é dizer que alguns problemas têm se feito assaz complexos que um 
mero legislador não é capaz de conter e tutelar certas mazelas oriundas deles, isto é, se vê incapaz 
de exercitar sua função essencial, que é legislar, frente a nebulosidade que alguns temas trazem à 
tona.
Nesse sentido, um grande exemplo de uma matéria que o Poder Legislativo tem se mostrado 
ineficaz em sua regulação é a Internet. Embora recentemente tenhamos atingido o Marco Civil, LEI 
Nº 12.965, DE  23 DE ABRIL DE 2014, tal tutela se mostra quase que obsoleta frente ao real 
problema que a Internet, ainda vista por muitos como um mundo desconhecido, pode causar.
Outrossim, o marco civil brasileiro da Internet serve mais como uma diretriz de como a 
internet deve ser utilizada, seu viés, os objetivos de seu uso, os direitos e garantias dos usuários, e 
algumas outras tutelas básicas de direito, que nem sequer abrangem o real objeto a ser tutelado e, 
sendo assim, se mostra ineficiente. 
A Internet tem revolucionado o mundo com seus adventos, e concomitante a isso, tem se 
tornado difícil controlar seus efeitos que podem ser de fato maléficos se usados para prejudicar 
alguém. A verdade é que muitos países tem trazido a Internet como um mecanismo de promoção da 
informação e de, nesse sentido, constituir uma sociedade mais equânime, fraterna e solidária. Dessa 
forma, o marco civil brasileiro traz em seu artigo número sete, "O acesso à internet é essencial ao 
exercício da cidadania (…) “ o que expõe a vontade do legislador de legitimar a internet como um 
mecanismo de garantir e promover a cidadania dos indivíduos. 
Além disso, o Estado brasileiro reconhece nessa mesma lei, em seu capítulo IV, que é 
necessária a atuação do poder público de forma a garantir que a Internet se faça eficiente e seu uso 
frutífero pelos cidadãos brasileiros. No entanto, o enfoque presente nessa dissertação não esta em 
uma análise desta lei, mas ao contrário, citar os pontos relevantes para o tema em questão, que é o 
modelo de governança multiparticipativa e como ele pode ser eficaz no regulamento da Internet em 
uma sociedade que tudo flui tão rapidamente com relações humanas deveras intensificadas. 
Dessa forma, o marco civil da Internet em questão, traz em seu artigo 24, inciso primeiro, o 
seguinte texto: 
Art. 24.  Constituem diretrizes para a atuação da União, 
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios no 
desenvolvimento da internet no Brasil:
I - estabelecimento de mecanismos de governança 
multiparticipativa, transparente, colaborativa e democrática, 
com a participação do governo, do setor empresarial, da 
sociedade civil e da comunidade acadêmica;
 II - promoção da racionalização da gestão, expansão e 
uso da internet, com participação do Comitê Gestor da internet 
no Brasil;
Conforme supramencionado no artigo em questão, o modelo de governança 
multiparticipativa é abrangido em nossa legislação nacional, o que traz o modelo de governança em 
questão legítimo e capaz de ser executado. 
Antes de entrar no ponto central do que estamos a analisar é importante ressaltar o trabalho 
do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), criado pela Portaria Interministerial nº 147, de 31 
de maio de 1995 e alterada pelo Decreto Presidencial nº 4.829 de 3 de setembro de 2003 para 
coordenar e integrar todas as iniciativas de serviços Internet no país, promovendo a qualidade 
técnica, a inovação e a disseminação dos serviços ofertados. De acordo com tal decreto temos como 
uma de suas atribuições: “ (…) V - articular as ações relativas à proposição de normas e 
procedimentos relativos à regulamentação das atividades inerentes à Internet; ( …) “ o que nos 
mostra sua responsabilidade na tutela e regulação de conteúdos pertinentes à internet. 
Tendo em vista a discussão promovida até o momento e a informação apresentada, faz-se 
suficiente para o entendimento do âmago da questão que estamos buscando estudar. À luz do 
exposto, é possível notar a legitimação do multistakeholder, com base no marco civil da Internet, e 
também a existência de uma instituição responsável por regular e zelar pela Internet no Brasil.
Nesse sentido, cumpre destacar que o próprio Comitê Gestor da Internet no Brasil trabalha 
com o sistema de governança multiparticipativa. Esta estrutura de governança busca reunir os 
especialistas e interessados de uma determinada matéria, por exemplo a Internet, em busca de uma 
participação conjunta na construção de diálogos, feitura de decisões, implementações de soluções 
para problemas ou fanais a serem alcançados. O princípio por traz de tal estrutura é que se for em 
fornecidas ideias de especialistas que entendem de um assunto complexo, sob diferentes ângulos, 
uma eventual decisão consensual ganha mais legitimidade e, sendo assim, melhor refletirá um 
conjunto de perspetivas ao invés de uma única fonte de validação, como ocorre quando apenas o 
legislador produz uma tutela. Tal comitê é formado por uma serie de interessados, precisamente 21 
membros, oriundos do Governo Federal, do setor empresarial, da comunidade científica e 
tecnológica, e até mesmo possui um representante com notório saber em assuntos da Internet, 
oriundo da sociedade civil. 
O que se nota é que dessa maneira é possível reunir os mais diversos especialistas e realizar 
uma melhor tutela acerca de um assunto de tamanha complexidade como a Internet, e retirando o 
ônus da obrigação do legislador de sobre tudo precisar saber legislar, um grande problema que 
assola o Estado Democrático de Direito, visto a ligação, por exemplo da Internet, com temas de 
cidadania que refletem em um ambiente democrático.
Por fim, apenas a título de exemplos desse grande sistema de governança que vem 
abrangendo o mundo temos, a Cúpula Mundial sobre a Sociedade da Informação, patrocinada pela 
Organização das Nações Unidas ( ONU ), sobretudo em 2005, que visou o estabelecimento de um 
Fórum de Governança da Internet, a iniciação de uma convenção multi-participante na governança 
da Internet, a liberdade de expressão e a liberdade de associação e privacidade, bem como de 
garantir o acesso à Internet de maneira universal e acessível.
Outro grande exemplo de tal estrutura de governança é a utilizada pela cidade de Nova 
York, que incumbe a entidades como a ICANN ( The Internet Corporation for Assigned Names and 
Numbers), que é responsável por coordenar a manutenção e os processos de diversos bancos de 
dados relacionados com a Internet, garantindo estabilidade e segurança na rede. Também usada pela 
mesma cidade norte-americana temos a "Internet Engineering Task Force” que desenvolve e 
promove padrões voluntários da Internet, particularmente os padrões necessários para compreender 
o TCP, que é um protocolo de controle de transmissão, que provê confiabilidade, entrega nasequência correta e verificação de erros dos pacotes de dados, entre os diferentes nós da rede, para a 
camada de aplicação.
Como se nota, são entidades com viés tecnológicas, com um auto potencial de ciência da 
computação, tornando o entendimento até mesmo complexo para leitores leigos do assunto 
computacional. O que importa aqui, para a discussão trazida, é que esses exemplos trouxeram para 
próximo dos criadores das leis, pessoas que de alguma forma poderiam colaborar para a criação de 
uma regulação mais sólida e, de fato, protegerem os indivíduos dos problemas que a Internet 
poderia trazer.
4.2. Law is Code.
Por muitos anos filósofos se dedicaram ao entendimento dessa fenômeno social complexo 
que é a lei. Longe de tentar continuar essa exploração, a discussão aqui se faz presente no âmbito de 
como a revolução informacional mudou a concepção de assuntos pertinentes relacionados ao 
fenômeno de tutela. Utilizemos então, uma definição de lei simples, porém profunda e cabível ao 
objeto de estudo dessa análise. Por Montesquieu temos que "As leis, em seu significado mais amplo, 
são as relações necessárias que derivam da natureza das coisas; neste sentido, todos os seres 
possuem suas leis”.
Nessa concepção, sob os ombros de Montesquieu, temos que o ambiente virtual também 
possui sua lei, e por que não a entendermos e abarcá-la como fazemos com outras leis? Em outras 
palavras, temos como exemplo as leis naturais, nas quais o direito tenta se encaixar de modo a 
proteger os indivíduos das consequências maléficas que delas podem ser extraídas e trazerem 
prejuízos à sociedade. Exemplificando a questão, temos que a chuva é um fenômeno social, tal qual 
a gravidade e as condições de solo. Nesse sentido, o direito tutela a construção de casas em locais 
cujo a vivência possa ser perigosa devido a fenômenos naturais como a chuva que pode afetar o 
solo e em conjunto com a gravidade, desmoronar uma casa e trazer prejuízos a sociedade. 
Ante o exposto, cumpre destacar que o ambiente virtual também possui particularidades e, 
nesse sentido, merece uma regulação do direito mais abrangente, para que este possa se encaixar 
melhor nas necessidades de proteção que o fenômeno da Internet tem trazido. O termo “law is 
code” é introduzido pelo professor Lawrence Lessig, da Universidade de Harvard, o qual 
desenvolve uma ideia de que a lei por si só da maneira que conhecemos é ineficaz para conter o 
fenômeno da Internet.
Isto não significa dizer que apenas o código é suficiente para conter os problemas que 
podem ser originados da Internet, mas sim que se faz necessária uma atuação conjunta entre a lei e 
o código. Este, nesse sentido, significa para fins didáticos, uma ferramenta computacional lógica 
que é capaz de efetuar tarefas, inclusive de proteção, a fim de se atingir um objeto, como por 
exemplo a programação. 
Muitos dos programas computacionais possuem objetivos como proteção, segurança e 
prevenção, por exemplo, os anti-vírus. Dessa forma, através da programação pode se conter 
problemas futuros que possam trazer prejuízos aos indivíduos.
Para isso, o professor Lawrence Lessig, em seu livro “Code”, explora a ideia de uma 
regulação conjunta entre o código, isto é, o poder computacional, e a lei, ou em outras palavras, um 
poder coercitivo. 
Para o renomado professor de Harvard, é necessário alterar a arquitetura da rede, isto é, a 
programação na qual ela é criada. Ele cita um exemplo para fins didáticos, que é a relação entre um 
prédio e um carro. Nesse exemplo, diz o autor que, devido a arquitetura de ambos os objetos, um 
carro seria muito mais fácil de ser roubado que um prédio, no sentido literal de se retirar o prédio do 
solo e levá-lo consigo, não um mero assalto ao prédio, mas sim o roubo do prédio, isto é, das vigas, 
do concreto, de todos os andares. Claro que o exemplo traz de maneira grosseira a ideia de que a 
arquitetura transforma a natureza das coisas, em serem mais fáceis de serem controladas ou não. 
Nesse sentido, o autor busca mostrar que se conseguíssemos transformar a arquitetura da rede para 
que ela fosse como o prédio, e não como o carro, poderíamos fazê-la trabalhar em nosso favor, 
agindo conjuntamente com a lei, tornaria o ambiente virtual mais seguro.
Se os governos trouxerem para próximo de si, especialistas nessa determinada área, será 
possível controlar o que se quer controlar e se utilizado de maneira correta, trazer benefícios para a 
sociedade. Desse modo, o autor cita como exemplo o dispositivo “Worm" que é uma possibilidade 
de se aproximar a lei do código.
O dispositivo era utilizado pelo FBI e consistia em um software que entrava nos hardware 
de maneira invisível e verificava se algum dado a ser procurado estava presente, depois disso ele 
desaparecia relatando informações das buscas para os seus controladores.
Muitos questionamentos foram trazidos para o direito acerca desse dispositivo. 
Questionamentos que abrangiam o direito como o direito a privacidade, que alegava que o 
dispositivo visualizaria o que a pessoa tem feito, ou procurado na Internet, o que poderia gerar 
desconforto, mesmo que ela não tenha feito nenhum mal a sociedade. O autor discute ela questão 
com base na emenda número quatro dos Estados Unidos da América, refere-se à proteção contra 
buscas e apreensões arbitrárias e foi instituída como resposta aos abusos do controverso "writ of 
assistance", um tipo de mandado geral de busca emitido pelo governo colonial britânico e que foi 
uma importante fonte de tensão na América pré-revolucionária. A emenda proíbe a busca e 
apreensão sem que haja motivo razoável e mandado judicial baseado em causa provável.
O que acontece na prática é que diferentemente de um agente humano do Estado, que 
deixaria rastros invadindo por exemplo uma casa, como destroços e rachaduras nas portas, e 
também da desorganização que iria gerar dentro de uma casa em busca do objeto a ser procurado e 
dessa maneira, tendo acesso visual a toda região interna e violando assim a privacidade do 
indivíduo, mesmo que sem uma razão para ali estar buscando, o dispositivo “ Worm” é de natureza 
computacional e perfeita. Ele não deixa rastros, isto é, não há como perceber que ele adentrou seu 
computador, além disso, não tem capacidade de visualizar mais nada senão o que esta buscando, e 
dessa forma, só pode captar a existência do que se busca, não violando a privacidade dos 
indivíduos, visto que não tem acesso aos dados destes. Outrossim, o dispositivo é perfeito, 
diferentemente dos seres humanos que são inclináveis às paixões, como a corrupção, o dispositivo 
impossibilita que o dono do computador por exemplo, ofereça suborno para a não notificação do 
delito, e também que, em uma busca dentro da casa de algum indivíduo os seres humanos, que são 
imperfeitos, podem não encontrar o que estão a buscar, mesmo este objeto estando no local de 
busca, o dispositivo em questão é perfeito, isto é, se existir o objeto a ser buscado, ocorre que não 
há margem para erro, e o dispositivo irá captá-lo.
À luz do exposto acima, temos que é de grande proveito vincular a lei ao código e assim 
exercer um controle melhor sobre os meios informáticos, que difíceis são de serem controlados. 
Cabe, portanto, iniciar uma discussão acerca do problema que marca esse trabalho, o caso Jonatas.
No caso em questão, caso existisse uma coalizão melhor entre a lei o código, como será 
apresentado em seguida em “Perspectivas de mudanças”ainda nesse trabalho, menos pessoas na 
sociedade teriam sofrido os problemas que o caso trouxe à tona. Ocorre que o que se nota é uma 
falta de regulamentação eficaz dos mecanismo de coletas e que essa falta de regulamentação dámargem ao indivíduo que deseja ser vil e maléfico uma grande área de atuação. Isto ocorre, 
portanto, no atual “cyberspace" que devido a falta de regulação, é visto por muitos indivíduos como 
um local sem lei, no qual seus atos não estão sendo supervisionados por uma força coercitiva maior 
que podem lhe trazer consequências graves.
O autor traz então um caso para clarificar a questão. Ele conta de um garoto americano 
chamado Jake Baker que no mundo real, isto é, no mundo tutelado pelo direito, apresentava 
comportamento exemplar, seguia as regras impostas pela sociedade, não possuía histórico criminal, 
pelo contrário, era envolvido em causas sociais, e alem disso, frequentava uma universidade, tinha 
muitos amigos e dessa forma, não trazia consigo nenhum arsenal de dados comportamentais que 
poderiam transformá-lo em suspeito por qualquer que seja o crime. 
Todavia, Jake era autor de um blog que escrevia sobre as coisas mais absurdas e repudiadas 
pela sociedade. Ele escrevia sobre assassinato, estupro, sequestro e principalmente temas machistas 
e de destruição às mulheres, quase sempre envolvendo tortura e a morte de um indivíduo do gênero 
feminino. Estes acontecimentos, por sua vez, ocorriam no mundo virtual, com falta de 
regulamentação, o que fez aquele mesmo garoto com um comportamento completamente diferente, 
de certa forma, agir livremente e que no caso do Jack, uma ação extremamente degradante. 
O blog de Jack começou a ganhar fama e se tornar popular, o que chamou a atenção das 
autoridades locais que agiram para conter o garota, que estimulava outros indivíduos a praticarem 
na vida real as ações que o jovem propagava no mundo virtual - inclusive encontraram e-mails dele 
com um jovem fã do Canada planejando um crime. 
O final é que Jack é preso, contudo, o que chama atenção é como ambientes com regulações 
diferentes promovem indivíduos com atitudes diferentes. E todos os argumentos acima 
mencionados, são utilizados pelo autor de maneira a expor a necessidade de regulamentação 
conjunta entre o código e a lei, de forma a conter de fato as atitudes que estão inter-relacionadas 
com o mundo real e o virtual.
4.3. Perspectivas de mudança.
Frente ao exposto, cumpre destacar algumas maneiras de se conter o problema que este 
trabalho buscou explorar, que é o abuso que os familiares de Jonatas cometeram frente a um 
ambiente inóspito e pouco controlado, que é a Internet, gerando problemas a milhares de pessoas.
Uma das possibilidades de mudanças parte da ideia de blockchain, que em suma, é um 
livro-razão, descentralizado, digital, incorruptível, ao menos atualmente, e seguro que garante a 
transação de valores, de quaisquer espécies.
Com a tecnologia blockchain, ocorre a eliminação do intermediário, na maioria das vezes 
representado pela instituição bancária, possuindo apenas como polos, as pessoas envolvidas na 
transação. Com ele, e sua tecnologia, os dados não ficam centralizados em um único ponto, ou seja, 
ficam dispersos na rede e todos os indivíduos envolvidos possuem acesso a essas transações, e 
devido a isso, é considerado na ciência da computação como impossível de ser fraudado com a 
tecnologia existente atualmente. Devido a essa descentralização, todos os indivíduos seriam capazes 
de detectar uma fraude, e devido também à cadeia de dados que o blockchain executa, uma 
manipulação quedaria se ineficaz. 
Uma tecnologia atual que traz o uso do blockchain são os "smart contracts” que executam 
as transações com base em objetivos preestabelecidos e que de maneira geral poderiam ter 
controlado a arrecadação de capital executada em prol de Jonatas.
Por exemplo, com os "smart contracts" todos os indivíduos envolvidos, isto é, os pais e os 
doadores, teriam acesso transparente ao montante de dinheiro, de forma que se caso alguém tentasse 
fraudar o sistema manipulando - o na tentativa de retirar, por exemplo o dinheiro, devido a 
tecnologia blockchain, essa ação não seria executada. Além disso, tal tecnologia faz com que o 
montante de dinheiro não pudesse ser ultrapassado, e que em caso de ultrapassagem, o valor seria 
devolvida de maneira equânime, ao indivíduos que executaram tal transação.
Outrossim, os “ smart contracts “ poderiam vincular todo o dinheiro a ser arrecado a uma 
compra de um bem que o garoto necessitasse, por exemplo, bloqueando que aquele dinheiro fosse 
movimentado para a compra de um celular, ou qualquer outro bem que não tenha sido designado 
pelos pais a serem comprados com o dinheiro dos doadores, que com o mal uso deste, gerou 
desconforto e frenesi nos que solidariamente se comprometeram a contribuir. 
Portanto, uma possível solução ao problema deste trabalho seria o uso dos “smart 
contracts” que como exposto, tornaria eficaz o uso do dinheiro arrecado e não teria causado o 
sentimento de enganação que muitos indivíduos sentiram após o uso do dinheiro. Essa é, nesse 
sentido, apenas uma possível solução que aproxima o código da lei, e que agindo conjuntamente, 
podem trazer inúmeros benefícios aos indivíduos da sociedade.

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