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Desenvolvimneto Social do Homem

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Universidade Salgado de Oliveira
Disciplina: Desenvolvimento Interpessoal
Curso: Psicologia
Profa.: Flávia Mucci
 DESENVOLVIMENTO SOCIAL DO HOMEM
 Alguns conceitos
- Homem: ser que se desenvolve continuamente em busca de realização e felicidade
- Desenvolvimento: evoluir, crescer, progredir, em vários aspectos: social, psicológico, educacional, biológico, físico, econômico
- Interpessoal: adjetivo que envolve a relação entre 2 ou mais pessoas, em diferentes níveis.
- Intrapessoal: relacionado à pessoa com ela mesma.
O HOMEM: UM SER RELACIONAL
 Do nascimento até a morte nossa vida é um permanente exercício de sociabilidade. “ O homem pela sua natureza psicológica, é um ser social, mais exatamente um ser grupal”. Ele está em contínuo processo de integração com o outro.
O ser humano é um ser social, sempre viveu em grupo, desde os primórdios dos tempos, por necessidade de sobrevivência. No começo as relações eram simples, baseadas numa hierarquia simples (forte/fraco, superior-inferior, homem/mulher). 
Quando a humanidade se defronta com o raciocínio, com a inteligência, tendo consciência do “eu”, houve a necessidade do respeito ao outro, do respeito mútuo. 
Iniciou-se a codificação de normas de conduta e regras de convívio social, que em princípio foi dual (certo-errado), pois conflitos começaram dentro dos grupos sócias, que para assegurar sua sobrevivência e coesão, necessitava de normas de conduta definidas (quer seja na cidade ou na selva).
Com o avançar dos tempos e o aumento da complexidade das relações humanas e o desenvolvimento, a vida em grupo passa a exigir uma organização mais formal, que discipline a atividade dos indivíduos, que proporcione condições de equilíbrio nas relações e assegure a distribuição e posse de bens.
Foi no Direito Romano ( +/-700 a.c) que pela primeira vez as normas de conduta social separam-se das religiosas e formaram um complexo de leis baseadas no respeito mútuo. 
Cada sociedade está em um estágio de evolução social:
 
 SOCIEDADES DIFERENTES – ETAPAS DIFERENTES DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL
Segundo Sérgio Buarque de Holanda (importante historiador brasileiro) o indivíduo que tem como prerrogativas a civilidade deve ser cordial, ético e educado nas ações e comportamentos.
Surgem, assim os fenômenos de grupos: pessoas que se juntam, com objetivos definidos (ou não), defendendo causas, criando projetos, “jogando conversa fora”, cumprindo ordens, enfim, buscando ou desenvolvendo os mais variados objetivos. 
Especialistas em desenvolvimento humano tem afirmado que GRUPOS caminham juntos mas não se afinam, EQUIPES compreendem seus objetivos e engajam-se em alcançá-los de forma compartilhada. Numa equipe há comunicação verdadeira, as opiniões divergentes são estimuladas de forma sadia, existe confiança mutua entre seus membros, os riscos são assumidos juntos, há respeito, mente aberta e cooperação. 
Na vida, na família, na escola, no trabalho, no lazer, as ações isoladas tornam mais difícil o alcance dos objetivos.
Ninguém é bom ou excelente sozinho: há sempre alguém, um referencial, um suporte, uma estrutura que incentiva e impulsiona para a realização.
TERAPIA X TREINAMENTO
Aprender a aprender é o cerne de qualquer processo educativo.
Porém é preciso mudar primeiro em si. “Mudar é des-envolver(se) dos seus pré-conceitos. Não se pode mudar nada externamente sem que antes essa mudança ocorra em si próprio, internamente.”
Ajudar alguém a crescer e modificar-se para melhor desempenho pessoal é terapia ou educação?
Não há linhas divisórias rígidas entre educação e terapia. Em um extremo situa–se a educação formal, caracterizada, no outro a terapia formal. Intermediariamente, situam–se aprendizagens informais, reeducação e treinamento de laboratório.
A educação tem componentes terapêuticos e terapia tem componentes educacionais.
Os objetivos gerais são similares: ajudar o indivíduo a adquirir e desenvolver comportamentos mais funcionais do que os utilizados até momento. Os objetivos específicos são diferentes, decorrem de percepções diferentes do participante – paciente ou treinando. Em terapia o paciente é considerado portador de comportamentos disfuncionais, insatisfatórios, cujas causas desconhece, e é levado a lembrar e examinar eventos da sua infância e do presente, num esforço para descobrir a raiz do problema. O participante de um treinamento (em laboratórios, por exemplo), não é considerado doente, apenas desconhecedor de alguns aspectos do seu comportamento e de seus efeitos sobre os outros, de suas dificuldades e possibilidades de incrementar seu relacionamento interpessoal e sua eficiência como líder e membro de um grupo.
EDUCAÇÃO DE LABORATÓRIO 
Educação de laboratório é um termo genérico, aplicado a um conjunto metodológico visando mudanças pessoais a partir de aprendizagens baseadas em experiências diretas ou vivências.
As mudanças pessoais podem abranger diferentes níveis de aprendizagem: nível cognitivo ( informações, conhecimentos), nível emocional (sentimentos e emoções, gostos, preferências), nível atitudinal (percepções, conhecimentos, emoções e predisposição para ação integrada), nível comportamental (atuação e competência). Modalidades diversas de processos de influência social visam, níveis diferentes de aprendizagem: psicoterapia-nível emocional; educação de laboratório-nível de atitudes; escola-nível cognitivo.
Algumas características do processo de educação de laboratório:
- o nome LABORATÓRIO indica o caráter experimental da situação vivenciada;
- os participantes são encorajados a experimentar comportamentos diferentes do seu padrão costumeiro de interação com outras pessoas em grupo;
- não pode ser considerado totalmente artificial, pois as pessoas que o compõe são reais e o que nele acontece é real;
- o enfoque “aqui-e-agora” é a característica mais marcante do método;
- a experiência vivenciada é direta, pessoal, imediata, compartilhada pelos membros do grupo, podendo ser comparada, apreciada e validada, como base para conceitos e conclusões pessoais e grupais a serem.
O processo vivencial da educação de laboratório abrange dois objetivos: 
- Aprender a aprender: quebrar paradigmas a cerca de conceitos já arraigados, permiter-se desaprendê-los. É um processo de buscar e conseguir informações e recursos para solucionar seu problemas, com e através da experiência de outras pessoas conjugadas às suas próprias.
- Aprender a dar ajuda: abri-se para o outro no sentido de ser colaborador, solidário. É estabelecer uma relação com a outra pessoa e demais pessoas do seu grupo, visando um crescimento em conjunto, um sinergia. 
Bibliografia:
MOSCOVICI, F. Desenvolvimento Interpessoal. Rio de Janeiro. José Olympio, 2003.
MILITÃO, A e R. SOS Dinâmica de Grupo. Rio de Janeiro. Qualimarket, 2003.

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