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2 CRENÇAS ANTIGAS
2.1	Crenças sobre a alma e a morte
2.2	O culto dos mortos
2.3 O fogo sagrado
2.4 A religião domestica 
3 A FAMILIA
3.1	A religião foi o principio constitutivo da família antiga 
3.2 	O casamento
3.3 	Da continuidade da família; celibato proibido; divorcio em caso de esterilidade. Desigualdade entre o filho e a filha
3.4 Da adoção e da emancipação 
3.5 Do parentesco do que os romanos chamavam de agnação 
3.6 O direito de propriedade
3.7 O direito de sucessão
3.8 A autoridade na família
3.9 A antiga moral da família
3.10 A gens em Roma e na Grécia
4 A CIDADE
4.1	A fratria e a cúria; a tribo
4.2	Novas crenças religiosas
4.3 Forma-se a cidade
4.4 A urbe
4.5 O culto do fundador; A lenda de Eneias
4.6 Os deuses da cidade
4.7 A religião da cidade 
4.8 Os rituais e os anais
4.9 Governo da cidade
4.10 O magistrado
4.11 A lei
4.12 O cidadão e o estrangeiro
4.13 O patriotismo – o exilio
4.14 Do espirito municipal
4.15 Relações entre as cidades; a guerra; a paz; a aliança dos deuses
4.16 O romano; o ateniense
4.17 Da onipotência do estado; os antigos não conheceram a liberdade individual
5 AS REVOLUÇÕES 
5.1 Patricios e clientes
5.2 Os plebeus
5.3 Primeira revolução
5.4 A aristocracia governa as cidades
5.5 Segunda revolução: mudança na constituição da família; desaparece o direito de primogenitura; a gens desmembra-se
5.6 Os clientes libertam-se 
5.7 Terceira revolução: a plebe entra na cidade
5.8 Mudança no direito 
5.9 Novo principio de governo; o interesse público e o voto
5.10 Uma aristocracia da riqueza da riqueza tenta constituir-se
5.11 Regras do governo democrático; exemplo da democracia ateniense
5.12 Ricos e pobre; morre a democracia; os tiranos populares
5.13 Revoluções de Esparta
6 DESAPARECE O REGIME MUNICIPAL
6.1 Novas crenças; a filosofia muda às regras da politica
6.2 A conquista romana
6.3 O cristianismo muda as condições do governo
	REFERENCIAS
	ANEXOS
2 CRENÇAS ANTIGAS
2.1 Crenças sobre a alma e sobre a morte
Acreditava-se que a alma continuava associada ao próprio corpo, nascida com ele, à morte não a separava dele; encerrava-se com ele na tumba. Era considerada terrível a punição da privação de sepultura, pois lhe infligiam um suplício quase eterno. 
2.2 O culto dos mortos
Eram necessárias as preparações de cultos para oferecer a refeição fúnebre aos mortos, pois acreditavam que se lhe negassem essa oferenda, a sua alma começaria a assombrar os vivos, lhes enviavam doenças ou tornavam estéril a terra. Os mortos eram considerados deuses, aos quais se lhes rogavam o apoio e os favores.
2.3 O fogo sagrado
A casa de um grego ou de um romano continha um altar; sobre esse altar devia haver sempre um pouco de cinzas e de brasas acessas. O fogo tinha que ser acesso em um ritual e apagado da mesma maneira, apenas uma vez por ano. Era um objeto divino que as pessoas acreditavam ser deuses que protegiam as suas casas e a sua família. Não podiam ser cometidos atos impuros cerca do fogo. Lhe ofertavam tudo que acreditavam ser agradável a um Deus, assim como lhe pediam proteção e refugio na presença de qualquer perigo.
2.4 A religião domestica
 As sepulturas dos mortos era posicionada perto da casa da família, para facilitar as sua refeições fúnebres, assim os antepassados se tornavam os Manes da casa e ofereciam a sua proteção a ela. Os cultos só podiam ser realizados na presença da família, não podia ter nenhum estranho ouvindo ou observando a cerimônia.
3 LIVRO SEGUNDO: A FAMILIA
3.1 A religião foi o principio constitutivo da família antiga
O direito grego e o romano não levam em conta a afeição natural, nem a ordem de nascimento como principio da família. O que une os membros da família é a religião do lar e os seus antepassados, assim como os direitos da herança também eram regulados segundo os direitos de participação no culto.
3.2	O CASAMENTO
Desde criança uma menina toma parte da religião do pai; ela invoca a sua lareira, essa lareira paterna é o seu deus. Se um jovem da família vizinha a pedir em casamento, ela terá de abandonar o lar paterno para passar a invocar o lar do marido. Trata-se de deixar o deus da sua infância para se colocar sob o jugo de um deus que ela não conhece. No entanto, o casamento não é um ato menos grave para o marido, pois ele vai introduzir junto ao seu lar uma estranha, e lhe revelara os seus ritos e formulas que são patrimônio da família.
 O casamento era a cerimônia que permitia que a moça fizesse parte dos cultos, era realizada perante o fogo domestical (deus domestico). Para essa mudança na sua religião o pai da moça faz um sacrifício e pronuncia uma formula sacramental para a filha se desligar do seu antigo deus. Assim, após a união santa diante das divindades domesticas, eles passam a se associar no mesmo culto.
A religião ensinou ao homem que a união conjugal é algo diferente de uma relação de sexos e de uma afeição passageira, e uniu dois esposos pelo laço forte do mesmo culto. Era proibida a poligamia nessa religião, a dissolução do casamento era feita também perante um culto religioso onde a mulher renunciava ao culto e aos deuses do marido.
3.3	Da continuidade da família; celibato proibido; divorcio em caso de esterilidade. Desigualdade entre o filho e a filha
Todas essas crenças foram fundamentais para o Direito domestico, os mortos precisavam que sua descendência não se extinguisse. A lei encarregava o magistrado da cidade, zelar para que nenhuma família viesse a extinguir, pois uma família que se extingue é um culto que morre. O grande interesse da vida humana era continuar a descendência para continuar o culto. 
Conforme as crenças: o homem não se pertencia, mas sim a família, não nascera por acaso o haviam introduzido na vida para que continuasse com o culto. O filho que devia perpetuar a religião domestica, devia ser o fato de um casamento religioso. O filho fora do casamento religioso não tem direito a oferecer os banquetes, muito menos de receber herança.
O celibato era proibido pela religião, após esse tempo passou a ser proibido pelas leis que vieram em seguida, e era punida como a um delito.
Caso a mulher fosse estéril, o casamento poderia ser rompido (era até mesmo uma obrigação), pois ela não daria continuidade à família. 
A entrada do filho na família era assinalada por um ato religioso, ele se iniciava por uma cerimonia com o objetivo de purificar a criança, e inicia-la no culto. O nascimento de uma menina não cumpria o objetivo do casamento, pois assim que ela cassasse não pertenceria mais a família, senão a família do marido.
 3.4 Da adoção e da emancipação 
Era, sobretudo, necessário ter tanto um descendente que a adoção era a melhor saída para evitar a extinção da família. Pois a única razão para a adoção era prevenir essa fatalidade, por conseguinte ela só podia ser realizada por famílias que não tinham filhos. O recém-nascido era admitido por uma cerimonia sagrada assim como qualquer filho unigênito.
O principal efeito da emancipação era a renuncia ao culto da família onde se nascera.
3.5 Do parentesco do que os romanos chamavam de agnação
Os homens constituíam um parentesco quando praticam o mesmo culto e oferecem o banquete fúnebre no mesmo tumulo. A refeição fúnebre só é oferecida aos Manes do pai, outro do avô paterno, um terceiro ao bisavô, jamais a linhagem feminina. 
Assim então o filho não pertencia mais a família materna, pois a mãe renunciou a família no seu casamento. 
3.6 O direito de propriedade
A lareira não podia mudar de lugar, portanto ela teria que permanecer ali naquela propriedade ate a extinção dessa família. Era propriedade da família, para separar a lareira das outras era preciso criar uma barreira para estabelecer o limite do seu domínio, essa barreira era considerada sagrada. É impiedade ultrapassa-la. Mais tarde a lei em Roma determinou que existisseum espaço entre as casas.
A religião ensinou a construir casas, pois eram elevadas paredes de pedra para isolar e defender as sua lareiras, as famílias possuíam uma morada duradoura para que as sua gerações se sucedam na mesma residência.
Uma parte do solo, em nome da religião, se torna um objeto de propriedade perpetua para cada família. A terra onde repousam os mortos é inalienável e imprescritível. Portanto quando era comprada uma propriedade, se encontrava a sepultura dos antigos proprietários. Não foram as leis que garantiram inicialmente o direito de propriedade, foi a religião. 
A venda de uma casa ou um terreno era sempre acompanhada de um sacrifício aos deuses. A expropriação por utilidade publica era desconhecida entre os antigos.
3.7 O direito a sucessão
3.7.1 Natureza e principio do direito de sucessão entre os antigos 
O filho é o continuador natural e obrigatório do culto, herda também os bens. Não lhe cabe aceitar nem recusar a herança. A continuação da propriedade, como a do culto, é para ele a sucessão, seja ela qual for mesmo com seus encargos e dívidas. O beneficio de inventario e o beneficio de abstenção não são admitidos no direito grego e só muito tarde foram introduzidos no direito romano. 
3.7.2 O filho herda, não a filha
Uma filha única não herda, mas o culto e a herança se transmitiam por meio dela.
3.7.3 Da sucessão colateral 
 Se um homem morresse sem herdeiro próprio, a sucessão pertencia ao ágnato mais próximo.
 3.7.4 Efeitos da emancipação e da adoção 
O estranho que, pela adoção, havia sido incorporado ao culto de uma família e se tornava filho desta, continuava e herdava os bens.
 3.7.5 Originalmente não se conhecia o testamento 
O testamento não era conhecido uma vez que o pai morto à propriedade é passada obrigatoriamente ao filho para dar continuidade a família, ele era apenas o depositário do culto e da propriedade; o seu direito sobre o culto e sobre a propriedade cessava com a vida.	 Portanto o filho não podia ser deserdado e nem negar recusar a herança.
3.7.6O direito da primogenitura
Todos os bens e cultos eram indivisíveis e cabia ao primogênito cuidar das cerimonias do culto, ele também oferecia banquetes fúnebres e pronunciava as formulas das orações, a autoridade era dele, pois tal autoridade significava a indivisão do patrimônio e da família.
3.8 A autoridade da família
3.8.1 Principio e natureza do poder paterno entre os antigos
As leis decorreram de crenças religiosas assim como a religião domestica que indicava na família a condição de cada um. O pai exercia a função mais elevada, os filhos eram sempre submetidos ao pai enquanto vivo, e se morto, os filhos continuam unidos ao lar paterno, pois o lar é indivisível. O filho mesmo casado, com filhos mantinha-se sob a tutela do pai. Por meio da religião a família era organizada como uma pequena sociedade com o seu chefe e seu governo.
A mulher tinha uma posição menos elevada, pois era introduzida não pelo seu nascimento como o homem e sim pelo casamento, é considerada como parte do seu esposo, ela nunca da ordem, não é livre e nem senhora de si. Ela nunca deve se governar a sua vontade. Eram as crenças religiosas que colocavam o homem em condição superior a da mulher. 
 3.8.2 Enumeração dos direitos que compunham o poder paternal
 O poder paterno era reconhecido em três categorias:
Era o chefe supremo da religião não tinha ninguém superior a ele;
Era o usufrutuário da propriedade da família, os bens que a família pudessem adquirir pertenciam ao pai;
O poder sobre a mulher, o filho e o escravo, tamanho era o poder sobre eles que se alguém cometesse algum delito, era ele quem respondia. Só ele podia aparecer perante o tribunal da cidade, o pai era o juiz, o chefe da família sentenciava em virtude da autoridade que possuía.
As crenças existentes nos espíritos foram suficientes, sem necessidade do direito da força ou autoridade de um poder social, para constitui-la regularmente, para dar-lhe disciplina, governo, justiça, e fixar em todos os detalhes o direito privado.
3.9 A antiga moral da família
A antiga moral, pautada por essas crenças, ignorava a caridade, mas, pelo menos, ensinava as virtudes domésticas. O isolamento da família foi, entre essas raças, o início da moral. Então os deveres apareceram claros, precisos, imperiosos, mas confinados a um círculo restrito. E não nos devemos esquecer, desse caráter restrito da moral primitiva, porque a sociedade civil, fundada mais tarde sobre idênticos princípios, revestiu-se dos mesmos caracteres, e muitos traços singulares da antiga política terão nela sua explicação.
3.10 A Gens em Roma e na Grécia
Não se tem uma clara definição de Gens; mas esta formava um corpo, cuja constituição era puramente aristocrática; é graças à sua organização interior que os patrícios de Roma e os eupátridas de Atenas perpetuaram por muito tempo seus privilégios.
LIVRO TERCEIRO: A CIDADE
4.1 A fratria e a cúria; a tribo
Mais tarde as sociedades antigas se limitaram, uma vez que não eram autossuficientes diante de todas as experiências de vida. Pois, a sua inteligência do ser divino e também a moral deste, se revelou consequentemente mesquinha e incompleta. Dessa forma, a religião e a sociedade humana foram modificando-se. Algumas famílias formaram um grupo que a língua grega denominou de Fratria e a latina chamou de Cúria. As famílias uniam os seus próprios deuses domésticos e os adoravam em conjunto, a religião mantinha a natureza, mesmo banquete fúnebre, e altar com suas preces. Continuando os mesmos costumes para as celebrações sagradas. Para se fazer parte das fratrias o individuo deveria ter nascido de casamento legítimos entre as famílias do grupo. Só se transmitia pelo sangue como na família. Cada fratria tinha o seu chefe a quem cabia presidir os sacrifícios e em cada fratria havia um deus, um culto, um sacerdote, uma justiça e um governo. Eram umas pequenas cidades modeladas exatamente sobre a família. Partindo disso, varias fratrias se agrupavam dando origem a tribo e as tribos unidas tinham um herói, o qual tinha o seu dia de festa com cerimonia religiosa que era o banquete onde todos se faziam presente. Nestas tribos eram feitas assembleias, tinham tribunais e jurisdição sobre os membros. Eram consideradas como sociedade a qual não respondia a ninguém acima dela.
4.2 Novas crenças religiosas
4.2.1 Os deuses da natureza física 
O homem por estar constantemente em contato com a natureza se via sem separação desta e encontrada perante as belezas e grandezas, sentia-se reconhecido e grato. A sua vida dependia inteiramente da natureza, assim, um misto de sentimentos que ora fazia o homem amar, ora fazia temer ou venerar a natureza deu-os a concepção de deuses.
4.2.2 Relação dessa religião com o desenvolvimento da sociedade humana
As famílias divinizavam os astros, os chamavam e criavam como deuses particulares, os tinham como patrimônios próprios e não consentiam partilhar seus deuses mesmo que naturais. À medida que a religião desenvolveu-se, cresceu também a sociedade. E o que antes era um altar em um lar, se tornou um altar em um tempo aonde multidões junto à sociedade iam desenvolvendo-se.
4.3 Forma-se a cidade
A tribo, como a família e a fratria, estava constituída para ser um corpo independente, porque tinha culto especial, do qual os estranhos eram excluídos. Uma vez formado, nenhuma nova família podia ser nela admitida. Duas tribos também não podiam fundir-se em uma: a religião opunha-se a isso. Mas, assim como várias fratrias se haviam unido em uma tribo, várias tribos puderam associar-se entre si, com a condição de que o culto de cada uma fosse respeitado. No dia em que se fez essa aliança, a cidade começou a existir.
4.4 A urbe
A urbe como a cidade era chamada, era o lugar onde aconteciam reuniões, era o domicilio, o santuário da sociedade. Dava-se quando as famílias, fratrias e tribos uniam-se num só culto, pois, ali era seu santuário. Era fundada não por acaso mas por intermédio dos deuses, ate mesmo a escolha do local. Depois do local chegava o dia da fundação, era feita uma cerimonia sagrada para purificar e limitar o que deve ser inviolável. Assim foi fundada Roma, e esta fundação é recordada todos os anos. Nenhuma colônia deveria ser fundada sem esta cerimonia, e mesmo numa urbe já construída dava-se a cerimonia, pois toda urbe era um santuário, chamada ainda, de morada dos deuses nacionais.
4.5 O culto do fundador; a Lenda de Enéias
O fundador era o homem que realizava o ato religioso, sem o qual uma cidade não podia existir. Era o fundador que assentava o lar, onde devia brilhar eternamente o fogo sagrado; era ele que, com suas preces e ritos, chamava os deuses, fixando-os para sempre na nova cidade. Graças a Enéias, o fogo sagrado não se extinguiu, e os deuses têm ainda um culto.
4.6 Os deuses da cidade
Assim como o altar doméstico mantinha unidos a seu redor os membros de uma família, assim o culto de uma cidade era a reunião daqueles que tinham os mesmos deuses protetores, e que celebravam os atos religiosos no mesmo altar.
4.7 A religião da cidade
4.7.1 Os banquetes públicos
A principal cerimonia de uma cidade era o banquete, a partir dele se dava a comunicação entre o povo e seus deuses, e toda a cidade participava. Essas regras da antiga religião jamais deixaram de ser observadas, e os banquetes sagrados, conservaram sempre toda a sua simplicidade primitiva. Assim a Associação humana era uma religião; e seu símbolo, o banquete comum. 
4.7.2 As festas e o calendário
Durante a sua vida o homem reservava dias aos deuses, esses dias eram para as festas. Toda cidade tinha uma festa para cada divindade, e nestas festas era proibido o trabalho, e, eram obrigados a alegrar-se, a cantar, entre outros. O calendário variava de cidade para cidade e o ano tinha duração variada também. Em algumas cidades o ano começava no aniversario da sua fundação. O calendário era administrado por sacerdotes e suas leis misteriosas. 
4.7.3 O censo e a lustração
O censo era o magistrado para pronunciar a formula das orações e tambémera o responsável a imolar as vitimas das cerimonias. Estas eram realizadas pedindo a participação de todos e toda a cidade devia se inscrever no relatório de cerimônia. Quem não fazia perdia o direito a cidadania, pois não estava inscrito no censo. Antes do inicio das cerimônias o censor denominava quem era senador, cavaleiro e tribo. Assim, ate a lustração próxima os homens tinham que se manter na categoria denominada na cerimônia pelo censor. Só os cidadãos assistiam a cerimônia. 
4.7.4 A religião na assembleia, no senado no tribunal e no exercito; o triunfo
Todas as ações eram realizadas partindo da permissão da religião. As assembleias, a tribuna, as reuniões do Senado, as deliberações eram realizadas após um pronunciamento da religião: um ato religioso, uma oração. Tanto na guerra quanto na paz a religião era poderosa, o exercito da cidade seguia a religião. Estado e religião estavam tão intimamente unidos que seria impossível não só fazer ideia do conflito entre eles, mas mesmo diferenciá-los entre si.
4.8 O ritual e os anais
a religião era composta de rituais, cerimonias, atos de cultos, ela era quem mantinha o homem na escravidão. Com a religião o homem não amava os seus deuse e sim os temiam e receavam ser traídos por eles os costumes, as orações eram mantidas e livros que passavam dos antepassados para que nem uma silaba fosse dita diferente, pois se isto acontecesse os deuses se manteriam indiferentes. Toda a cidade tinha um livro, onde guardavam as suas formulas para que não caíssem no esquecimento. Estes livros mesmo passando épocas e épocas nunca eram mostrados a estrangeiros, pois tudo o que o que os livros continham era a sua historia, que se encontrava em seus cultos. Tudo era para o ensinamento dos seus descendentes. Estes anais eram mantidos em segredo pelos sacerdotes, pois deveriam permanecer inalterados. 
4.9 Governo da cidade. O rei
4.9.1 Autoridade religiosa do rei
As instituições politicas cresceram junto a cidade e a religião prescrevia a forma de governo e de organização. Assim como no lar 	se tinha um sacerdote, na cidade este sacerdote era chamado de rei, prítane ou arconte que era o chefe do culto; quem cuida do lar, faz o sacrifício e pronuncia a oração, e preside aos banquetes religiosos, este também escolhia os chefes e era o intermédio para saber se os deuses aceitavam tal chefe como responsável por algum cargo nomeado. Este rei era o responsável pela salvação da cidade e por suas orações e sacrifícios e ainda eram responsáveis em certificar se os deuses aceitavam ou não o novo rei.
4.9.2 Autoridade política do rei
Esta autoridade era o intermédio do homem com os deuses. Ele velava pelo fogo sagrado e tinha um culto diário de salvação a cidade. Somente ele conhecia as formulas sagradas da oração para pedir os deuses em combate. Era sem duvida reconhecido como chefe. Este sacerdócio era passado de pai para filho. E foi a crença quem impunha a sucessão do pai ao filho a proteção da cidade. As revoluções mais tarde acabaram com a realeza, mas esta não deixou rastro de ódio no coração do homem.
4.10 O Magistrado 
O magistrado que substituiu o rei foi, como ele, sacerdote e chefe político simultaneamente.
4.11 A lei
As leis não eram criadas por um homem e tampouco votadas pelo povo, as leis vinham desde os tempos remotos pela religião dos deuses. As leis antigas eram irrevogáveis, não eram discutidas por serem divinas. Durante anos passou de pai pra filho sem serem escritas. Mais tarde eram escritas e guardadas em templos. Seus textos eram inalterados, caso contrario a lei deixava de existir. Para haver direito entre dois homens, deveria haver primeiramente um vinculo religioso. O direito não era mais do que um dos aspectos da religião. Onde não havia religião comum não poderia existir lei comum. 
4.12 O cidadão e o Estrangeiro
O cidadão era reconhecido por sua participação no culto da cidade, e dessa participação provinham todos os seus direitos políticos e civis. Renunciar ao culto era renunciar aos direitos. (p.213) O estrangeiro, pelo contrário, não tendo nenhuma parte na religião, não tinha direito algum. Se entrasse no recinto sagrado, que o sacerdote traçara para a assembleia, era punido com a morte. As leis da cidade não existiam para ele. Se cometesse algum crime, era tratado como escravo e punido sem processo, pois a cidade não lhe devia nenhuma justiça. 
4.13 O patriotismo. O Exílio
Estado, cidade e pátria não existiam como abstrações, tinham de fato um conjunto de divindades locais com cultos, crenças que agiam fortemente sobre as almas. Era onde o homem encontrava a segurança, seus direitos, sua fé, seus deuses. Ali o homem tinha sua dignidade e dever é onde o homem é um cidadão por completo. A pátria mantinha o homem como um vínculo sagrado e devia amar e obedecer como se obedece a um deus. Em geral o homem vivia e morria pela pátria. Sendo, assim a grande punição era o exilio, o qual excluía o homem de tudo, da religião. O exilio não era apenas a proibição de permanência na cidade e o afastamento da pátria; era ao mesmo tempo a interdição do culto, e continha o que os homens chamam de excomunhão. Exilar um homem era, de acordo com a fórmula usada pelos romanos, vedar o uso do fogo e da água.
4.14 O espirito municipal
Cada cidade, por exigência da própria religião, devia ser absolutamente independente. Era necessário que cada uma tivesse seu código particular, porque cada uma tinha sua religião, e a lei era o resultado da religião. Cada uma devia ter sua justiça soberana, e não podia haver nenhuma justiça superior à da cidade. Cada uma tinha suas festas religiosas e seu calendário; os meses e o ano não podiam ser idênticos em duas cidades, porque a série dos atos religiosos era diferente. Cada cidade tinha sua moeda particular, que, nos primeiros tempos, era ordinariamente marcada por seu emblema religioso. Cada cidade tinha medidas e pesos próprios. Não se admitia nada comum entre duas cidades. A linha de demarcação era tão profunda, que apenas se imaginava que o casamento fosse permitido entre habitantes de duas cidades diferentes. 
4.15 Relações entre as cidades; a Guerra; a Paz; a Aliança dos Deuses
Quando estavam em guerra, não eram apenas os homens que combatiam; os deuses também tomavam parte na luta. E não se julgue que isso seja mera ficção poética. Houve entre os antigos uma crença muito arraigada e viva, em virtude da qual cada exército carregava consigo seus deuses. Estavam convencidos que eles combatiam com os soldados, que os defendiam, e eram por eles protegidos. Lutando contra o inimigo, cada um julgava lutar também contra os deuses da outra cidade; era permitido detestar, injuriar, agredir os deuses estranhos; podiam até fazê-los prisioneiros.
4.16 O Romano; O Ateniense.
O romano sacrifica diariamente em casa, mensalmente na cúria, e várias vezes por ano em sua gens ou tribo. Além de todos esses deuses, deve ainda cultuar os deuses da cidade. Roma tem mais deuses que cidadãos. 
O ateniense não começa nem uma frase sem antes invocar a boa fortuna. Na tribuna, o orador inicia o discurso invocando de bom grado os deuses e heróis que habitam a região. Governa-se o povo recitando oráculos. Os oradores, para fazerem prevalecer suas ideias, repetem a todo instante: A deusa assim o ordena.
4.17 Da onipotência do estado; os antigos não conheceram a liberdade individual.
O homem nada tinha de independente. Seu corpo pertencia ao Estado, e destinava-se à sua defesa; em Roma o serviço militar era obrigatório até os quarenta e seis anos; em Atenas e Esparta o era por toda a vida. Sua fortuna estava sempre à disposição do Estado; se a cidade tivesse necessidade de dinheiro, podia mandar às mulheres que lhe entregassem as joias, aos credores que privassem de seus créditos, aos proprietários de olivais que lhe cedessem gratuitamente o óleo que haviam fabricado.
5 LIVRO QUARTO: AS REVOLUÇÕES
Os povos antigos tinham duas autoridades reunidas em uma só, a religião que solidamente constitui sociedades duradouras. Mas porvolta do sétimo século antes de nossa era esta organização foi sendo discutida e atacada pelas revoluções. A primeira causa sabe-se que foi o desenvolvimento humano, fazendo esmorecer as crenças e abalando esta sociedade; a segunda era existência dos excluídos, obrigados a suportar esta sociedade; a segunda era a existência dos excluídos, obrigados a suportar esta sociedade, tendo vontade de destruí-las com suas guerras continuas. Estes conflitos contra o regime fizeram esta desaparecer. Assim, todas as cidades Esparta, Atenas, Roma, Grécia, Itália, sofreram iguais revoluções. Os homens afastaram-se dessas.
5.1 Patrícios e clientes
A lei, aliás, proíbe que o cliente discorde da opinião do patrono. Se o cliente está ligado à cidade, isso só acontece por intermédio dos chefes patrícios; eles participam do culto público, comparecem ao tribunal, e às assembleias, mas sempre seguindo os passos dos patronos.
5.2 Os Plebeus
Os plebeus estavam abaixo dos servos, eram fracos, mas com o tempo ganhou força suficiente para destruir a organização social, eles não faziam parte do povo, este era composto por patrícios e seus clientes. Este povo vivendo em estado de inferioridade não possuía religião, eram excluídos naturalmente de tudo o que a sociedade continha. Viviam a margem das cidades, por uma linha demarcada. Seus domicílios eram asilos semelhantes as cidades, viviam fora da cidade religiosa. Os plebeus não tinham pais, um chefe, não tinha gens. O casamento sagrado não fazia parte de suas vidas, uma vez que não conheciam os ritos. Não tinham uma autoridade paterna, reconheciam o pai, pela força ou sentimento natural, a autoridade sagrada das cidades, desconhecia. Este grupo excluído não tinha direito a propriedade, uma vez que para te-la tinham que ter religião, um lar, tumulo. O plebeu não é considerado cidadão, para eles não tinha justiça. Mata-los não era crime com punição legal, pois este vivia fora da lei. Na realidade o plebeu era um estrangeiro e com isso sua presença profana o sacrifício. Este ser era enxotado pelos deuses. A plebe é uma população desprezada e abjeta, fora da religião, fora da lei, fora da sociedade e da família. O contato com o plebeu é impuro.
5.3 Primeira revolução 
5.3.1 Os reis perdem a autoridade política
O rei foi chefe religioso da cidade e autoridade política, uma vez que representava a religião poderia exercer qualquer posição politica. Assim o poder estava concentrado em suas mãos. Ao lado desse rei foi estabelecida de chefes de família, das fratrias e das tribos. Este rei atuava na cidade, mas não no interior das famílias e clientela, ele mandava somente nos chefes, que enquanto aristocracia eram tão poderosos como ele. O rei era tratado com respeito com respeito, mas estes chefes na verdade deviam pouca submissão os reis queriam ser poderosos, e os padres não queriam que fossem tanto. Travando assim uma luta entre aristocracia e reis. A realeza perdendo para aristocracia conservou-se apenas com o sacerdócio, ao mesmo tempo cuidados com os sacrifícios. 
5.3.2 Historia dessa revolução em Esparta
A realeza foi enfraquecida, tirara o poder executivo e confiados a magistrados anuais chamados de éforos, eles administravam a justiça em matéria civil, enquanto o Senado julgava os processos criminais. Os éforos, com o voto do Senado, declaravam a guerra ou determinavam as clausulas dos tratados de paz. Para o rei restou apenas o sacerdócio e julgamento de casos ligados a religião. Na guerra o rei comanda, dá o sinal das batalhas, mas não os éforos que dirigem todos os movimentos do exército. O poder realmente esta nas mãos do Senado, que decide e os éforos que executam. Quando não dizia respeito a religião o rei obedecia aos éforos.
5.3.3 A mesma revolução em Atenas
O governo de Atenas de monárquico transformou-se em republicano. O poder ficou nas mãos da Aristocracia, isto significa, ficou para os chefes. Houve transformações no governo, com direitos e exigências que podiam ter. E o rei absoluto, ficou apenas chefe do Estado federativo, isto é, o primeiro entre seus iguais. A realeza tornou-se dependente, ficando subordinada ao senado dos eupátridas. Atenas teve reis hereditários, mas sem o poder, estes tinham apenas funções religiosas e mais tarde só podiam ter dignidade sacerdotal por dez anos. A realeza ficou apenas com sacerdócio.
5.3.4 A mesma revolução em Roma
O rei era o sumo sacerdote da cidade; era ao mesmo tempo o juiz supremo; em tempo de guerra comandava os cidadãos armados. Ao lado dele estavam os chefes de família, partes, que formavam um Senado. Havia só um rei e este por sua vez devia consultar os chefes de famílias confederadas sobre todos os negócios importantes. Desde aquela época já existia a assembleia do povo, que era o corpo politico no tempo dos primeiros reis. Essa assembleia das cúrias não era, pois, senão a cidade patrícia reunida perante o rei.
A disputa entre os reis e a aristocracia assumiu o aspecto de uma luta social. Os reis atraiam pra si o povo; obtinham o apoio dos clientes e da plebe. Ao patrocinado tão poderosamente organizado opunham as classes inferiores, tão numerosas em Roma. Os reis, portanto, eram para ela inimigos odiosos que, para aumentar seu poder pretendiam subverter a organização santa da família e da cidade. No fim a realeza apressou em nomear um rei, mas que fosse rei apenas para os sacrifícios, rex sacrorum. Tomaram-se todas as precauções imagináveis para que esse rei-sacerdote jamais abusasse do grande prestigio que as suas funções lhe davam para apoderar-se da autoridade.
5.4 A aristocracia governo as cidades
A mesma revolução, sob formas ligeiramente variadas, declarou-se em Atenas, em Esparta, em Roma, enfim, em todas as cidades cuja história nos é conhecida. Em toda parte foi obra da aristocracia, e teve por efeito suprimir a realeza política, deixando subsistir a realeza religiosa. A partir dessa época, e durante um período cuja duração foi muito desigual para as diversas cidades, o governo da cidade pertence à aristocracia. 
5.5 Segunda revolução: mudanças na constituição da família; desaparece o direito de primogenitura; a gens desmembra-se 
O direito de primogenitura, portanto, desaparece de toda parte, revolução considerável que começou a transformar a sociedade. A gens italiana e o ghénos helênico perderam sua unidade primitiva. Os diferentes ramos se separaram; cada um recebeu daí em diante sua parte de propriedade, seu domicílio, seus interesses particulares, sua independência. 
5.6 Os clientes se libertam 
5.6.1 Que era a clientela inicialmente e como se transformou
A revolução
REFERENCIAS
LOCKE, John. Dois tratados sobre o governo. São Paulo: Martins Fontes, 1998.

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