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Os erros no Texto Profissional Comunicação e Expressão | EAD 01 Os erros no texto profissional - Aula 06 Os erros no texto profissional Que bom que você está novamente conosco para discutirmos assuntos importantes da disciplina de Comunicação e Expressão - EAD! Nós, UNINASSAU, das Facul- dades Maurício de Nassau e da Joaquim Nabuco, estamos interessados no seu aprendizado, na sua preparação para o competitivo e acelerado meio profissional. Por isso, temos conversado sobre as comunicações profissionais nas aulas anterio- res. Não custa você voltar, pelo menos, à aula anterior e revisar as características indispensáveis ao moderno texto profissional. Isto porque nesta aula vamos tratar do oposto! Se na aula anterior a concisão, a objetividade, a clareza, a correção gra- matical foram abordadas como as BOAS características do texto, nesta aula trata- remos dos erros, dos vícios textuais. Quando desejamos construir um bom texto, é necessário que evitemos cometer erros que prejudiquem a compreensão da nossa mensagem. Esses erros são co- mumente chamados de vícios de linguagem. Existem diferentes tipos de vícios que estamos habituados a encontrar nas produções escritas de muitos alunos e até de profissionais. Os mais encontrados são a prolixidade, a obscuridade, a ambiguida- de, o pleonasmo, a cacofonia e o eco. Vamos estudá-los? Vícios de Linguagem Prolixidade A prolixidade é o oposto da concisão, característica boa que explicamos na aula anterior. Se você escrever um texto utilizando mais palavras do que o necessário para expressar suas ideias, o texto se torna cansativo, enfadonho. Ele fica longo demais e se torna desinteressante. Você já assistiu a um discurso no qual o pales- trante falasse demais? Já leu um texto em que o autor não vai direto ao assunto? Certamente sim! Então você percebe que um texto prolixo afasta o receptor, fazen- do com que ele não dê atenção ao que se deseja transmitir. Na abertura desta aula você deve ter lido o texto “Poética”, de José Paulo Paes. Leia de novo: conciso? com siso prolixo? pro lixo (José Paulo Paes) Comunicação e Expressão | EAD 02 Os erros no texto profissional - Aula 06 Ele nos diz que o que é conciso foi feito com reflexão, raciocínio (siso). Mas o que é prolixo deve ir para o lixo! Vamos ver o que você vai jogar no lixo após esta aula! Algumas pessoas usam “muletas” na hora de falar - expressões que só servem para prolongar o discurso e nada acrescentam de significativo. “Então”, “eu acho que”, “entende?” “tá entendendo?”, “éééééééé” (assim mesmo, prolongado e so- noro!). Evite utilizá-las na oralidade, nos seus discursos. E atenção ao escrever! Muitos de nós acabamos levando, para nossos textos escritos, essas mesmas mu- letas. Assim como devem ser evitados chavões (expressões viciadas e já muito re- petidas) como “vitória esmagadora”, “caixinha de surpresas”, “abraço caloroso”. Por quê? Porque demonstram falta de criatividade e alongam o texto até ninguém mais querer ler o que você escreve! Leia o que a autora Miriam Gold diz a esse respeito: Só que você já aprendeu nesta disciplina EAD que, na era da informação, a rapidez e a eficiência são requisitos primordiais para a aceitação do texto profissional. Não há espaço para textos longos sem acréscimo de informação. Obscuridade Obscuro é aquilo que não está claro. Quando um texto não tem clareza ele tem obscuridade. E como podemos deixar um texto obscuro? Sempre que prolongamos demais uma frase ou período, que utilizamos linguagem rebuscada, por exemplo. Leia o exemplo: (...) deve haver uma adequação da linguagem empregada em cada situação e certamente uma forma rebuscada e artificial não atende à necessidade (...) de rapidez nas decisões. FONTE: GOLD, Miriam. Redação Empresarial: escrevendo com sucesso na era da globalização. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. É indispensável que se conheça o critério que se adotou para que sejam corrigidas as provas que se realizaram ontem, a fim de que se tomem as providências que forem julgadas necessárias, onde procuraremos solucionar os problemas que podem decorrer daquilo que for considerado sem clareza, desde que de difícil solução, no entanto, duvidosos. Comunicação e Expressão | EAD 03 Os erros no texto profissional - Aula 06 Percebeu como o texto está cansativo? O parágrafo inteiro é formado por apenas um período! Assim as ideias ficam misturadas, não há clareza nas informações. Para que isso não ocorra em seus textos, escreva, no máximo, três orações por pe- ríodo sintático. A frase curta tem várias vantagens. A primeira é diminuir o número de erros, principalmente em pontuação. A segunda é tornar o texto mais claro. A ter- ceira é apresentar a ideia de forma mais objetiva. Vinícius de Moraes afirmava que “uma frase longa não é mais que duas curtas”. Ambiguidade Você já deve ter ouvido falar de duplo sentido. Quando uma mesma expressão per- mite mais de uma interpretação, temos o chamado duplo sentido, ou ambiguidade. Imagine que uma testemunha de assalto é chamada pelo delegado para depor e ela diz: O delegado certamente pedirá que ela explique melhor. Já que existem duas possi- bilidades de entendimento: A ambiguidade prejudica o entendimento da mensagem, porque deixa a informação imprecisa e pode levar o receptor a atribuir à frase um sentido diferente do que o emissor desejava. Existem formas diferentes de provocar uma ambiguidade: a) Uso inadequado de pronomes: Vi o ladrão saindo do banco. 1. A testemunha viu o ladrão e ele estava saindo do banco. 2. A testemunha viu o ladrão no momento em que ela saía do banco. Antônio esqueceu a senha do cartão que ele cancelou. (O que ele cancelou? A senha ou o cartão?) Júlia saiu com seu pai. (Com o pai de Júlia mesma, ou com o pai da pessoa com quem o texto fala?) Comunicação e Expressão | EAD 04 Os erros no texto profissional - Aula 06 b) Ordem indireta da oração. A ordem direta da oração em língua portuguesa é sujeito, verbo e complementos. Veja a diferença entre as orações abaixo: A oração escrita na ordem direta apresenta claramente a informação de que o leão está morto. Mas, quando a oração é colocada na ordem indireta, não sabemos quem está vivo e quem está morto! Pleonasmo (Redundância ou Tautologia) É um vício de linguagem que consiste na repetição desnecessária de uma mesma ideia. Existem muitos exemplos observados em nosso cotidiano, como subir para cima, descer para baixo, entrar para dentro, hemorragia do sangue, encerramento final, etc. O mesmo vício nomeado Pleonasmo é uma figura de linguagem, usada para criar efeitos artísticos, que pode sim ser utilizada, mas em textos poéticos, com propósi- tos literários, e não na comunicação empresarial. O poeta Vinicius de Moraes escreveu no seu Soneto de Fidelidade: ORDEM DIRETA O caçador matou o leão. ORDEM INDIRETA Matou o leão o caçador. AMBIGUIDADE De tudo ao meu amor serei atento Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto Que mesmo em face do maior encanto Dele se encante mais meu pensamento. Quero vivê-lo em cada vão momento E em seu louvor hei de espalhar meu canto E rir meu riso e derramar meu pranto Ao seu pesar ou seu contentamento. E assim, quando mais tarde me procure Quem sabe a morte, angústia de quem vive Quem sabe a solidão, fim de quem ama Eu possa me dizer do amor (que tive): Que não seja imortal, posto que é chama Mas que seja infinito enquanto dure. Em:http://sereduc.com/9RjEPM rir meu riso” é sim um pleonasmo, mas com a finalidade de reforçar a ideia. Esse recurso é possível pela chamada licença poética, que permite aos autores de textos literários “brincarem” com as palavras e com as regras do nosso idioma. Comunicação e Expressão| EAD 05 Os erros no texto profissional - Aula 06 O espetáculo dos humoristas Leandro Hassum e Marcius Melhem também usa de forma interessante, com finalidade artística, os pleonasmos. Você pode assisti-lo através da nossa sugestão de link. Cacofonia Também chamada de cacófato, ela é constituída de som desagradável, formado pe- las sílabas finais de uma palavra com as iniciais da palavra seguinte. Ela é o oposto da eufonia (som agradável) Segundo o Dicionário Priberam da Língua Portuguesa: Veja e leia em voz alta o exemplo: Assim como outros vícios que você já leu acima, a cacofonia tira a atenção da infor- mação, fazendo com que o receptor perceba a sonoridade e nem perceba a infor- mação que você deseja passar no seu texto. Eco O eco também está relacionado à sonoridade criada a partir da seleção e organi- zação das palavras de um texto. Mas neste caso, a sonoridade inadequada é a re- petição dos sons finais das palavras. Elas podem, com intenções artísticas, serem utilizadas em poemas, mas não em textos empresariais. Veja e leia em voz alta o exemplo de eco: cacofonia (grego kakophonía, -as, som desagradável) s. f. Som desagradável ou palavra obscena resultante da união de sílabas ou palavras diferentes. = CACÓFATO, CACÓFATON ≠ EUFONIA Fonte: http://www.priberam.pt/dlpo/default.aspx?pal=cacofonia O dentista já viu a boca dela? Entregue-me já as provas do crime! Tenho muitas obras. Como as concebo é segredo. Comunicação e Expressão | EAD 06 Os erros no texto profissional - Aula 06 Arcaísmo A língua é viva! Você já deve ter ouvido essa expressão. Ela é uma máxima que deixa claro que um idioma utilizado por um grupo social sofre constante influência do meio, da época, da cultura de cada um que o utiliza. A Língua Portuguesa tam- bém passa por esse processo. É por isso que não podemos insistir em palavras ou expressões que eram utilizadas antigamente e hoje não fazem parte do vocabulário geral. O que você acharia se recebesse a seguinte mensagem: Se entendesse a mensagem, certamente você a acharia esquisita e sem propósito. Isso porque as palavras “quiçá” e “vosmecê” não fazem mais parte de nosso voca- bulário oficial. Foram substituídas pelas palavras “talvez” e “você”. Essa insistência no arcaico, no antigo em desuso transmite uma imagem de desatualização ao seu receptor. Neologismo Se a insistência em palavras e expressões antigas é o Arcaísmo, a criação de no- vas palavras, e sua utilização em textos profissionais, cria o vício de linguagem conhecido como neologismo. NEO significa “novo”. Neologismo, portanto, significa nova ideia, nova palavra. E qual o problema de utilizarmos palavras novas, você deve estar se perguntando? O problema acontece quando essa nova palavra ainda não é oficializada e nem todos os usuários da língua a conhecem. Como entenderão sua mensagem se des- conhecem o seu vocabulário? Utilize sempre o vocabulário oficial de nossa língua, definido pela Academia Brasileira de Letras, o VOLP (Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa). Solecismo Se os erros vistos até agora mostraram para você como os vícios prejudicam o seu texto, o solecismo é um dos que mais prejudicam a credibilidade da informação que você deseja partilhar. Em meio informal, você já sabe, podemos até fugir um pouco Seu irmão não moveu uma mão na hora de decidir a eleição e causou comoção na população. Quiçá vosmecê me acompanhe ao cinematógrafo! Comunicação e Expressão | EAD 07 Os erros no texto profissional - Aula 06 da norma gramatical com o intuito de tornar os interlocutores mais próximos. Mas quando seu texto acontece no meio acadêmico ou profissional, fugir das regras de regência, concordância, etc. provoca uma desvalorização de tudo o que deseja transmitir. Frases como “A gente sabemos.” fecham muitos ouvidos de receptores. A esses erros cometidos de concordância, regência e colocação de pronomes é dado o nome de Solecismo. Barbarismo Assim como o solecismo, o Barbarismo é facilmente identificado. Seja pela escrita fora da ortografia oficial da Língua Portuguesa, seja pela pronúncia incorreta, o bar- barismo acaba com a credibilidade de qualquer emissor. Expressões como “Ele de- teu.” (O correto é Ele deteve.) ou “Hontem a gente foi ao cinema.” São erros, infeliz- mente, muito comuns. Fique sempre em atenção na sua produção textual. Revisar o texto evita muitas dessas ocorrências. Todos esses defeitos são encontrados em textos de diversas áreas. Eles prejudi- cam a qualidade e, consequentemente, a compreensão do texto e a respeitabilida- de do autor do texto. Se você escrever tomando o cuidado de revisar sua redação e buscar aperfeiçoar sua escrita terá sucesso na comunicação profissional. Que bom que você nos acompanhou até aqui! Nossa caminhada está enriquecendo seus conhecimentos para a Era da Comunicação! Na próxima aula começaremos nossos estudos das normas gramaticais. Você se lembra de que a correção gramatical é uma característica obrigatória da redação, não é? Nada de cometer solecismos! Por isso começaremos nosso próximo encon- tro virtual tratando de regras! Bom estudo e até breve!
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