Buscar

Ação de Consignação em Pagamento

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA 2º VARA CÍVEL DA COMARCA DE PARANAVAÍ – PARANÁ.
CARRO NOVO LTDA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº. 000.000.699/5000-00, com sede estabelecida na Avenida Deputado Heitor Alencar Furtado, nº. 555, Jardim Santos Dumont, CEP: 87711-001, em Paranavaí/PR, com endereço eletrônico carronovovendas@contato.br, vem, perante Vossa Excelência, por sua advogada abaixo assinado, endereço eletrônico massessoriajuridica@consultoria.com, com escritório profissional à Rua Tapajós, nº. 25, Sala 07, em Paranavaí/PR, ajuizar AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO, em face de MILTON LEITE, brasileiro, solteiro, empresário, inscrito no cadastro de pessoas físicas sob o nº. 030.033.000-00, endereço eletrônico miltonleite@gmail.com, residente e domiciliado na Avenida Paraná, nº. 5555, Jardim Alvorada, em Paranavaí/PR, expondo e requerendo o seguinte:
DOS FATOS
O autor celebrou com o réu um contrato de compra e venda em 20 de fevereiro de 2018, definindo o foro da comarca de Paranavaí para dirimir eventuais conflitos a respeito do negócio jurídico.
O objeto do aludido contrato trata da aquisição de um veículo Volkswagen Amarok Highline CD 2.0 16V TDI, ano 2015, placa XXX-1950, no valor de R$85.000,00 (oitenta e cinco mil reais), quitado pelo réu no momento da compra.
Contudo, ficou ajustado entre as partes que a entrega do veículo só ocorreria em 01 de março de 2018, após o autor realizar as revisões necessárias e documentar o automóvel. Ocorre que, ao disponibilizar o veículo para retirada na data ajustada, o réu não compareceu e nem enviou qualquer representante para cumprir o feito. 
Diante do descumprimento do acordo e passados quinze dias sem que o réu entrasse em contato, o autor procura pela concessão da tutela jurisdicional a fim de se liberar dos termos obrigacionais.
DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS
A consignação é considerada pagamento e extingue a obrigação, como prescreve o art. 334 do Código Civil, permitindo, ao falar em depósito judicial da “coisa devida”, a consignação não só de dinheiro como também de bens móveis ou imóveis.[1: Art. 334. Considera-se pagamento, e extingue a obrigação, o depósito judicial ou em estabelecimento bancário da coisa devida, nos casos e forma legais.]
Pagar não é apenas um dever, mas também um direito do devedor. Se não for possível realizar o pagamento diretamente ao credor, em razão de recusa injustificada deste em receber ou de alguma outra circunstância, poderá valer-se da consignação em pagamento, para não sofrer as consequências da mora. 
O art. 335 do Código Civil apresenta um rol dos casos que autorizam a consignação. [2: Art. 335. A consignação tem lugar: I - se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação na devida forma; II - se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição devidos; III - se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, ou residir em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil; IV - se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento; V - se pender litígio sobre o objeto do pagamento.]
Os fatos que autorizam a consignação têm por fundamento: 
a) a mora do credor (incs. I e II); 
b) circunstâncias inerentes à pessoa do credor que impedem o devedor de satisfazer a sua intenção de exonerar-se da obrigação (incs. III a V).
No caso concreto, o réu não compareceu para retirar o veículo no dia combinado, como mencionado alhures; enquadrando o fato no que dispõe o inciso II do art. 335 do CC	/2002, já citado. 
Trata-se de dívida quérable (quesível), em que o pagamento deve efetuar-se fora do domicílio do credor, cabendo a este a iniciativa. Permanecendo inerte, faculta-se ao devedor consignar judicialmente a coisa devida ou extrajudicialmente a importância em dinheiro para liberar-se da obrigação.
Assim, cuidando-se, na hipótese, 
De dívida quesível, bastará ao autor alegar que o réu não foi, nem mandou buscar a prestação devida, no tempo, lugar e modo convencionados, caso em que competirá ao segundo o ônus de provar que diligenciou o recebimento.(MARCATO, 2011, p. 65). [3: MARCATO, Antônio Carlos. Da consignação em pagamento — Os procedimentos do Código de Processo Civil e da Lei n. 8.245, de 1991. Revista do Advogado, 63/57, junho/2001.]
O artigo 539 do Código de Processo Civil reconhece ao autor, na qualidade de devedor da contraprestação ao contrato, o direito de extinguir sua obrigação, não sendo prejudicado em razão da mora accipiendi, pois, em nada lhe beneficia permanecer com o veículo do réu sendo que este já efetuou o pagamento, pelo contrário, procura o autor se desincumbir do que foi acordado, cumprindo com sua obrigação advinda do contrato de compra e venda como sempre faz com todos os seus clientes, honrando com o nome que construiu no meio comercial. [4: Art. 539.  Nos casos previstos em lei, poderá o devedor ou terceiro requerer, com efeito de pagamento, a consignação da quantia ou da coisa devida. § 1o Tratando-se de obrigação em dinheiro, poderá o valor ser depositado em estabelecimento bancário, oficial onde houver, situado no lugar do pagamento, cientificando-se o credor por carta com aviso de recebimento, assinado o prazo de 10 (dez) dias para a manifestação de recusa. § 2o Decorrido o prazo do § 1o, contado do retorno do aviso de recebimento, sem a manifestação de recusa, considerar-se-á o devedor liberado da obrigação, ficando à disposição do credor a quantia depositada. § 3o Ocorrendo a recusa, manifestada por escrito ao estabelecimento bancário, poderá ser proposta, dentro de 1 (um) mês, a ação de consignação, instruindo-se a inicial com a prova do depósito e da recusa. § 4o Não proposta a ação no prazo do § 3o, ficará sem efeito o depósito, podendo levantá-lo o depositante.]
O Egrégio Tribunal tem decidido no sentido de que é cabível a presente ação, mesmo se houvesse mora do devedor, pois há nesse caso uma recusa injustificável pela parte ré:
CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO. Mora do devedor Ajuizamento da ação Possibilidade. Demonstração de que existe recusa injustificada do credor em receber o montante acrescido de todos os encargos moratórios Necessidade: Mesmo havendo a mora do devedor, admite-se a propositura de ação de consignação em pagamento, desde que ele demonstre, já na petição inicial, que esteja existindo recusa injustificada do credor em receber o montante acrescido de todos os encargos moratórios. RECURSO PROVIDO. (TJ-SP - APL: 00027443020088260020 SP 0002744-30.2008.8.26.0020, Relator: Nelson Jorge Júnior, Data de Julgamento: 14/08/2013, 17ª Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 16/08/2013).
As normas acima dispostas corroboram tudo o que foi exposto, devendo a presente ação ser julgada procedente com a extinção da obrigação.
DOS PEDIDOS
Pelos fatos e razões retromencionados, pede-se, a Vossa Excelência, a procedência da Consignação em Pagamento, para:
Que seja autorizada a consignação da coisa devida, qual seja, o veículo Volkswagen Amarok Highline, no prazo de 5 dias (CPC, art. 542, I);[5: Art. 542. Na petição inicial, o autor requererá: I – o depósito da quantia ou da coisa devida, a ser efetivado no prazo de 5 (cinco) dias contados do deferimento, ressalvada a hipótese do art. 539, § 3º; II – a citação do réu para levantar o depósito ou oferecer contestação.]
Que seja extinta a obrigação do autor com o réu.
IV. REQUERIMENTOS
Face ao exposto, requer:
A citação do Requerido, para querendo, apresente resposta, no prazo de 15 dias;
Seja designada audiência de tentativa de conciliação;
A condenação nos honorários advocatícios, no importe de 20% sobre o valor da causa.
V. PROVAS
Prova os fatos por todos os meios em direito admitido.
VI. VALOR DA CAUSA
Dá-se a causa o valor de R$ 85.000,00 (oitenta e cinco mil reais).
Termos em que,
espera deferimento.
Paranavaí, 14 de maio de 2018.
_________________________________
Assinatura do advogado

Outros materiais