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Fisioterapia em Evidência

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Revista FISIOTERAPIA EM EVIDÊNCIA – dezembro 2011 1
Número 2, dezembro 2010
Revista
FISIOTERAPIA
EM EVIDÊNCIA
NúMERO 4, dEzEMbRO 2011
issN 2178-1672
f a c u l d a d e
muito além dO ENsiNO
2 Revista FISIOTERAPIA EM EVIDÊNCIA – dezembro 2011 Revista FISIOTERAPIA EM EVIDÊNCIA – dezembro 2011 3
Ano 2º, n. 4, dezembro/2011
ISSN 2178-1672 
Revista
Pesquisa-se não só por curiosidade, mas principalmente para ajudar outras pessoas. Centenas de artigos são publicados 
a cada hora na área de saúde. Não se espera que todos os 
fisioterapeutas sejam pesquisadores, mas que 100% deles sejam 
leitores assíduos dos resultados de pesquisas científicas.
A pesquisa em fisioterapia tem evoluído muito nos últimos anos. 
Apesar de ser objeto de estudo relativamente novo, já colhemos os 
frutos dos resultados de pesquisas brilhantes na área. 
Essa edição da Revista Fisioterapia em Evidência traz cinco 
trabalhos de extrema relevância. A saúde da mulher, assunto muito 
atual na fisioterapia, está retratada em estudo sobre vulvodínia e 
vaginismo, que podem alterar a saúde física, mental, emocional e 
social da mulher. Chamando atenção para a grande demanda de 
pacientes idosos que teremos em breve no Brasil, a revista traz dois 
estudos sobre essa população. A fisioterapia desportiva, também 
em alta pelos eventos esportivos dos próximos anos em nosso 
país, é contemplada nessa edição por meio de artigo sobre futebol, 
de extrema importância científica. Finalizando o número, a revista 
apresenta estudo sobre hipertensão, o grande mal silencioso da 
vida moderna.
A qualidade dos estudos científicos deve ser observada com atenção, 
pois mudam-se vidas a partir de resultados e conclusões publicadas. 
A Revista Fisioterapia em Evidência leva isso muito a sério.
Sandra M. M. Adolph.
Editora responsável
Professora do curso de Fisioterapia da Faculdade Dom Bosco
Editores responsáveis
Sandra Mara Meireles Adolph (doutora)
Faculdade Dom Bosco
Salete do Rocio Cavassin Brandalize (mestre)
Faculdade Dom Bosco
fisioterapia-faculdade@dombosco.com.br
Conselho editorial
Ariani Cavazzani Szkudlarek (doutora)
Faculdade Dom Bosco
Cassio Preis (mestre)
Faculdade Dom Bosco e PUC-PR
Claudia Chaguri de Oliveira Pellenz (mestre)
Faculdade Dom Bosco
Cristiane Gonçalves Ribas (mestre)
Faculdade Dom Bosco e PUC-PR
Cristiane Regina Gruber (mestre)
Faculdade Dom Bosco e Unibrasil
Eduardo Bolisenha Simm (mestre)
Faculdade Dom Bosco, Faculdade Evangélica do 
Paraná e Unibrasil
Francisco Ernesto H. Zanardini (mestre)
Faculdade Dom Bosco e Faculdade Integradas Espírita
Gerson Luiz Cleto Dal Col (doutor)
Faculdade Dom Bosco e Universidade Tuiuti do Paraná
Gilda Maria Grasse Luck (doutora)
Faculdade Dom Bosco
Isabel Cristina Bini (mestre)
Faculdade Dom Bosco
Marcia Maria Kulczycki (mestre)
Faculdade Dom Bosco
Maria Laura Aquino C. Assunção (mestre)
Faculdade Dom Bosco
Raciele Ivandra Guarda (mestre)
Faculdade Dom Bosco e Faculdade Evangélica 
do Paraná
Silvia Regina Valderramas (doutora)
Faculdade Dom Bosco e Faculdade Evangélica 
do Paraná
4 Revista FISIOTERAPIA EM EVIDÊNCIA – dezembro 2011 Revista FISIOTERAPIA EM EVIDÊNCIA – dezembro 2011 5
Artigo - 1
Atuação da fisioterapia na síndrome do assoalho pélvico – 
vulvodínia e vaginismo – uma revisão da literatura
Physiotherapy in pelvic floor syndrome – vulvodynia and 
vaginismus – a literature review
RESUMO 
A hiperatividade do assoalho 
pélvico ocorre por diversos 
fatores. Ela pode estar 
diretamente relacionada com 
o vaginismo e a vulvodínia, 
disfunções que afetam a saúde 
física, mental, emocional 
e social da mulher. Este 
estudo teve como objetivo 
realizar uma revisão da 
literatura sobre a atuação da 
fisioterapia na síndrome da 
hiperatividade do assoalho 
pélvico, especificamente o 
vaginismo e a vulvodínia. 
Foram consultadas as bases de 
dados Medline, Lilacs e Scielo, 
com os seguintes descritores: 
assoalho pélvico, vaginismo, 
vulvodínia e períneo, sempre 
associados à fisiopatologia e/ou 
reabilitação, publicados no 
período de 2002 a 2010. Foram 
selecionados somente artigos 
que pudessem ser obtidos 
na íntegra e relacionados à 
atuação do fisioterapeuta 
na patologia, resultando 
em nove publicações 
analisadas, todas de revisão 
bibliográfica. Observou-se 
que todos os autores indicam 
o tratamento fisioterapêutico 
como intervenção primária 
no tratamento da patologia, 
do qual se destacam 
diversas técnicas e recursos 
fisioterapêuticos, entre eles 
a cinesioterapia, as técnicas 
manipulativas, a termoterapia, 
a eletroestimulação e o 
biofeedback eletromiográfico, 
além de correções da 
biomecânica. Entretanto, é 
notória a escassez de estudos 
clínicos randomizados 
para comprovação dos 
recursos utilizados e para a 
definição de um protocolo de 
tratamento adequado.
Palavras-chave: assoalho 
pélvico, vaginismo, 
vulvodínia, períneo, 
fisioterapia.
ABSTRACT 
Hyperactivity of the pelvic 
floor occurs due to many 
factors, which may be directly 
related to vaginismus and 
vulvodynia, disorders that 
affect the physical, mental, 
emotional and social woman. 
This study aimed to conduct 
a literature review on the 
role of physiotherapy in the 
syndrome of hyperactivity of 
the pelvic floor, specifically 
vaginismus and vulvodynia. 
We consulted the Medline, 
Lilacs and Scielo with the 
following keywords: 
pelvic floor, vaginismus, 
vulvodynia and perineum, 
always associated with the 
pathophysiology and/or 
rehabilitation, published 
between 2002 to 2010. We 
selected only articles that 
could be obtained in full 
and related to the role of 
a physiotherapist in the 
pathology, resulting in nine 
refereed publications, all of 
a literature review. It was 
observed that all authors 
indicate physical therapy 
as primary intervention in 
the treatment of disease, 
which stand out various 
physiotherapeutic técncicas 
and resources, among them 
the exercise, the manipulative 
techniques, thermotherapy, 
electrical stimulation, 
electromyographic 
biofeedback plus Corrections 
biomechanics. However, 
the scarcity of randomized 
Raciele Ivandra Guarda Korelo1
Cristiane Regina Gruber2 
Amanda dos Santos Nagata3 
Edlaine Y. Kuhnen, Eduardo Dutra3 
Elys Fernanda N. dos Santos3
Marielli D. Xavier3
Poliane D. de Oliveira3 
Tamara Antochecen3
1. Fisioterapeuta, mestre em Tecnologia em 
Saúde pela PUCPR e docente da Faculdade 
Dom Bosco e da Faculdade Evangélica do 
Paraná.
2. Fisioterapeuta, mestre em Engenharia 
Elétrica e Informática Industrial pela 
UTFPR e docente da Faculdade Dom Bosco 
e da Unibrasil.
3. Acadêmicos do 4º período de 
Fisioterapia da Faculdade Dom Bosco.
Endereço para correspondência:
Raciele Ivandra Guarda Korelo
Faculdade Dom Bosco. 
Rua Paulo Martins, 332. CEP: 80710-010. 
Curitiba, PR, Brasil.
E-mail: racieleguarda@dombosco.com.br
Artigo 1 ............................................................................................ 5
Atuação da fisioterapia na síndrome do assoalho pélvico – vulvodínia e vaginismo – 
uma revisão da literatura
Physiotherapy in pelvic floor syndrome – vulvodynia and vaginismus – a literature review
Artigo 2 ..........................................................................................16
Treinamento de força da musculatura inspiratória com o uso de carga linear 
pressórica – Threshold®, em pacientes idosos institucionalizados: estudo 
controlado randomizado
Training Muscle Strength using linear load pressor – Threshold® in institutionalized elderly patients: 
randomized controlled trial
Artigo 3 .......................................................................................... 29
Treinamento somatossensorial da planta dos pés para melhora do equilíbrio em 
idosos institucionalizadosSomatosensory training of the plant of foot for improvement of balance in institutionalized elderly
Artigo 4 ..........................................................................................37
Estudo comparativo entre dois programas de fortalecimento para músculos do 
complexo do joelho em jogadores de futebol de categoria amadora de Colombo – 
fortalecimento muscular em jogadores de futebol
Comparative study of two programs for strengthening muscles of complex knee in soccer players of 
the amateur category Colombo city – muscle strengthening in soccer players
Artigo 5 ..........................................................................................50
Análise dos fatores de risco para hipertensão arterial em adolescentes de escola 
pública comparada com escola particular de Curitiba
Analysis of the factors of risk for arterial hypertension in adolescents of compared public school with 
private school of Curitiba
Normas para apresentação de artigos .......................................58
6 Revista FISIOTERAPIA EM EVIDÊNCIA – dezembro 2011 Revista FISIOTERAPIA EM EVIDÊNCIA – dezembro 2011 7
clinical trials to prove the 
resources used and to define 
an appropriate treatment 
protocol. 
Keywords: pelvic floor, 
vaginismus, vulvodynia, 
perineum, phisiotherapy.
Introdução
Segundo Henscher (2007), 
a hiperatividade da 
musculatura do assoalho 
pélvico (MAP) pode ser 
ocasionada por diversos 
fatores, que decorrem desde 
hábitos físicos inadequados 
como adiar ou reter a micção 
e a evacuação cronicamente 
e/ou exagerar no treinamento 
de força, sobrecarregando a 
MAP a traumas emocionais 
por incesto, estupro ou 
abuso sexual. A autora 
relata que a contração 
reflexa da MAP se faz 
inerente a essa musculatura 
e consiste em resposta 
de defesa e manutenção 
fisiológica do organismo. 
Complementa que várias 
disfunções são ocasionadas 
por essa síndrome, desde 
sexuais e fisiológicas, como 
instabilidade do músculo 
detrusor da bexiga, cistite 
intersticial, fissuras anais e 
coccidinia, até disfunções 
osteomusculares de cunho 
maldefinido. Tanto a 
vulvodínia como o vaginismo 
são descritos como disfunção 
sexual e consistem em 
síndrome que causa impactos 
significantes na saúde física 
e na qualidade de vida 
da mulher. (SÁNCHEZ 
e CHALELA, 2007; 
PRENDERGAST, RUMMER e 
KOTARINOS, 2008; AVEIRO, 
GARCIA e DRIUSSO, 2009).
Artigo - 1 Artigo - 1
Vulvodínia consiste em 
uma dor crônica na região 
vulvar que pode ser dividida 
em dor vulvar associada 
à doença específica, 
dor localizada ou dor 
generalizada. (LEIBOWITCH, 
STAUGHTON, NEILL 
et al., 1998; ÂNGULO e 
CHALELA, 2006; ARNOLD, 
BACHMANN, KELLY et al., 
2006; SÁNCHEZ e CHALELA, 
2007; PRENDERGAST, 
RUMMER e KOTARINOS, 
2008; KANDEEL, 2008; RICCI, 
2010). Em 2003, a Associação 
Americana de Fisioterapia 
concluiu que pode estar 
relacionada com problemas 
musculoesqueléticos, causas 
neurológicas ou disfunções 
miofasciais, com ou sem 
incontinência urinária 
(STEPHESON e O’CONNOR, 
2004). Já o vaginismo é 
descrito como uma contração 
ou espasmo involuntário dos 
músculos do terço inferior da 
vagina. (BROSENS, TERRASA 
e ASTOLFI, 2009; PINHEIRO, 
2009). Essas duas síndromes, 
de causa orgânica ou 
psicogênica, fazem com que a 
penetração do pênis se torne 
impossível e o toque na região 
seja extremamente doloroso 
(PINHEIRO, 2009).
Estima-se que a prevalência 
das duas patologias é de 
aproximadamente 16% 
(ARNOLD, BACHMANN 
e KELLY et al., 2006; RICCI, 
2010). Sánchez e Chalela 
(2007) acrescentam que a 
probabilidade de ocorrência 
é igual entre mulheres 
brancas e negras, entretanto, 
levando em consideração 
as latino-americanas, essa 
porcentagem passa para 
80%. Kandeel (2008) propõe 
que aproximadamente uma 
em cada seis mulheres pode 
sofrer de vulvodínia em 
algum momento de sua vida. 
Cerca de 20% das consultas 
ginecológicas são devidas 
ao vaginismo (BROSENS, 
TERRASA e ASTOLFI, 2009).
Mulheres que apresentam 
vulvodínia sentem dor 
crônica, queimação e 
até mesmo prurido, que 
podem ser provocados 
pela relação sexual ou não. 
(SÁNCHEZ e CHALELA, 
2007; KANDEEL, 2008; 
RICCI, 2010). No vaginismo, a 
mulher sente dor no momento 
da penetração, ou antes, e 
podem ocorrer reações como 
náusea, sudorese, falta de 
ar e aumento da frequência 
cardíaca devido ao medo 
do espasmo muscular 
involuntário e tensão. A dor 
pode resultar em problemas 
psicológicos como medo da 
dor, ansiedade, depressão, 
baixa autoestima, cefaleia 
tensional, tristeza e distúrbios 
do sono. (BROSENS, 
TERRASA e ASTOLFI, 2009; 
PINHEIRO, 2009).
De acordo com RICCI (2010), 
a vulvodínia é diagnosticada 
pelos critérios de Friedrich: 1) 
dor severa ao tocar o vestíbulo 
ou na tentativa de penetração 
vaginal; 
2) sensibilidade local à pressão 
da região vestibulovulvar; 
3) diferentes graus de 
eritema local (SÁNCHEZ e 
CHALELA, 2007; EDGARDH 
e ABDELNOOR, 2007). Já 
Brosens, Terrasa e Astolfi 
(2009) descrevem que o 
diagnóstico do vaginismo 
é realizado por meio de 
exame físico, verificando-se 
alterações anatômicas, causas 
infecciosas, lubrificação 
inadequada, entre outros. 
Devido ao espasmo muscular 
presente em tal patologia, 
torna-se dificultosa a 
realização do exame (toque 
vaginal e papanicolau).
Vários tratamentos são 
propostos para vulvodínia 
e vaginismo, sendo que 
não se devem limitar à 
região ginecológica, mas 
serem multidisciplinares e 
individualizados, levando-se 
em consideração os múltiplos 
fatores etiológicos envolvidos. 
O tratamento pode incluir 
desde técnicas cirúrgicas 
(última opção de tratamento, 
utilizada em caso de insucesso 
terapêutico conservador), 
uso de medicamentos 
(anestésicos, antidepressivos, 
anticonvulsivantes, injeções 
botulínicas, cremes tópicos, 
entre outros), terapia 
cognitivo-comportamental 
(hipnoterapia e acupuntura) 
e terapias físicas, incluindo a 
fisioterapia (MARIANI, 2002; 
BARACAT E LIMA, 2005; 
GRAZIOTIN E GIOVANNINI, 
2005; ETIENNE E WAITMAN, 
2006; DROUIN, DAMANT E 
TURCOTTE, 2008, NEUBERN, 
2009).
O tratamento fisioterapêutico 
é indicado como intervenção 
primária, e aborda 
técnicas manipulativas, 
exercícios para o assoalho 
pélvico, estimulação 
elétrica, termoterapia, 
biorretroalimentação, 
mobilizações neurais 
e estruturais, além de 
correções da biomecânica. 
(PRENDERGAST, RUMMER e 
KOTARINOS, 2008; AVIEIRO, 
GARCIA e DRIUSSO, 2009). 
Apesar de ser indicação 
de intervenção primária, 
a atuação da fisioterapia 
na hiperatividade do 
assoalho pélvico ainda 
é pouco explorada em 
estudos clínicos, devido à 
complexidade da patologia, 
referente a inúmeras 
causas etiológicas e fatores 
biomecânicos associados. 
Portanto, faz-se necessário 
o estudo dos recursos 
e técnicas empregados 
por fisioterapeutas para 
esclarecimentos de quais 
técnicas devem ser utilizadas 
na terapêutica, bem como 
seus mecanismos de atuação e 
quando indicá-las. 
Baseado nessas premissas, 
este estudo teve por objetivo 
elucidar, como forma de 
tratamento, a atuação da 
fisioterapia na síndrome da 
hiperatividade do MAP, 
restringindo-se à vulvodínia e 
ao vaginismo. 
Materiais e métodos 
Trata-se de uma pesquisa de 
revisão de literatura realizada 
nas bases de dados Medline, 
Lilacs e Scielo. Os descritores 
utilizados para a pesquisa 
foram assoalho pélvico, 
vaginismo, vulvodínia e 
períneo, sempre associados 
à fisiopatologia e/ou 
reabilitação, publicados em 
inglês, português ou espanhol, 
durante os anos de 2002 a 
setembro de 2010. 
Foram selecionados e 
incluídos nesta revisão apenas 
estudos obtidos na íntegra que 
discorressem sobre a atuação 
da fisioterapia e/ou de seus 
recursos e técnicas para o 
tratamento da hiperatividade 
do assoalho pélvico. 
ResultadosForam selecionados nove 
artigos, por descrevem 
alguma forma de atuação da 
fisioterapia como recurso no 
tratamento do vaginismo e/ou 
vulvodínia, os quais poderão 
ser verificados na tabela 1. É 
possível constatar que todos 
os artigos eram de revisão 
bibliográfica, não sendo 
encontrado nenhum estudo 
clínico.
8 Revista FISIOTERAPIA EM EVIDÊNCIA – dezembro 2011 Revista FISIOTERAPIA EM EVIDÊNCIA – dezembro 2011 9
Artigo - 1 Artigo - 1
TABELA 1 – Dados gerais dos artigos selecionados
Ref. Objetivo Metodologia Resultados Considerações
2* Descrever as 
principais alternativas 
fisioterapêuticas que 
visam minimizar as 
disfunções sexuais da 
mulher. 
Revisão bibliográfica Os métodos fisioterapêuticos 
baseiam-se na contração 
voluntária da MAP para reeducá-la 
e aumentar seu tônus. Os recursos 
utilizados foram: cones vaginais, 
exercícios de Kegel, biofeedback, 
eletroestimulação, trabalho 
manual e orientações domiciliares.
A fisioterapia, associada a outras 
opções terapêuticas, pode auxiliar no 
restabelecimento de uma vida sexual 
saudável. Entretanto, são necessárias 
mais pesquisas, principalmente estudos 
clínicos, que elucidem a eficácia dessa 
forma de terapia.
3* Avaliar a efetividade 
de tratamentos 
fisioterapêuticos 
propostos para o 
vaginismo.
Revisão bibliográfica 
de estudos clínicos 
que abordassem 
opções de tratamento 
fisioterapêuticos.
Apenas três estudos foram 
incluídos e utilizavam terapia 
cognitiva comportamental 
associada à estimulação elétrica 
funcional com biofeedback; 
dessensibilização por dilatadores 
de silicone; e a terapia sexual 
proposta por Masters & Johnson 
(1970), modificada por Kaplan 
(1974).
Os autores afirmam que os estudos 
são de baixa qualidade metodológica e 
não fornecem evidências consistentes 
de intervenção clínica no vaginismo. 
Portanto, há necessidade de outros 
estudos clínicos randomizados para a 
comprovação de resultados.
12* Verificar a taxa de 
sucesso no tratamento 
do vaginismo, e os 
fatores que influenciam 
essa taxa, por meio da 
utilização da terapia 
sexual de Masters 
& Johnson (1970), 
modificada por Kaplan 
(1974).
Estudo clínico com 
120 casais, realizando 
terapia sexual (exercícios 
de Kegel, dilatação 
vaginal, relaxamento da 
MAP, aconselhamento 
e aplicação local de 
xilocaína, analgésicos 
orais e relaxantes 
musculares antes da 
penetração).
93,3% dos casais tiveram 
penetração vaginal satisfatória 
depois do tratamento e com três 
meses de seguimento; 83,3% 
também relataram orgasmos. Um 
ano após a terapia, 63,3% das 
mulheres estavam grávidas ou 
tiveram o primeiro filho.
Devido à alta taxa de sucesso, os 
autores encorajam as mulheres com 
vaginismo a realizar a terapia proposta 
no estudo.
14* Apontar os recursos 
mais utilizados para 
o tratamento clínico 
conservador da vestibulite 
vulvar.
Revisão bibliográfica Os procedimentos mais populares 
encontrados foram cinesioterapia 
para treinamento da MAP, 
antidepressivos, tratamento 
psicológico comportamental, uso 
de Interferon e modificação da 
dieta.
O tratamento deve, primeiramente, 
abordar o uso de antidepressivos 
e o treinamento da MAP. A terapia 
psicológica deve ser complemento de 
qualquer opção de tratamento. 
17* Estudar o vaginismo, 
abordar sua etiologia 
e alguns dos métodos 
terapêuticos.
Revisão bibliográfica O tratamento do vaginismo 
pode ser realizado por diversos 
profissionais (fisioterapeutas, 
médicos e psicólogos), utilizando 
abordagens específicas.
Destaca como tratamento 
fisioterapêutico a cinesioterapia, o 
biofeedback e o uso de dilatadores 
vaginais. 
19* Relatar o manejo da 
fisioterapia no tratamento 
da vulvodínia.
Revisão bibliográfica O fisioterapeuta pode utilizar da 
cinesioterapia, da terapia manual 
(toque bidigital e massagem), 
além de técnicas manuais para 
desativação de trigger points.
A fisioterapia é essencial para a 
evolução do quadro da paciente, devido 
ao componente musculoesquelético 
estar presente.
20* Citar aspectos gerais e 
opções de tratamento 
para vulvodínia.
Revisão bibliográfica O tratamento pode envolver 
cremes tópicos, antidepressivos, 
dieta, cinesioterapia, psicoterapia 
e até cirurgias. A fisioterapia pode 
utilizar a eletroestimulação com 
biofeedback, a eletroanalgesia e 
até mesmo a acupuntura.
O tratamento deve ser multidisciplinar, 
sendo que a eletroestimulação é um dos 
recursos que têm causado boa evolução.
21* Revisar a literatura 
acerca da dor vulvar 
para determinar sua 
abordagem terapêutica.
Revisão bibliográfica Por ser uma patologia multifatorial, 
o tratamento inicialmente é clínico 
(multidisciplinar), e o último 
recurso deve ser cirúrgico.
O autor sugere um protocolo terapêutico 
para vulvodínia, sendo a fisioterapia a 
etapa quatro do protocolo, incluindo a 
terapia física e o biofeedback, com taxas 
de melhora de 60%.
22* Determinar a eficácia 
de um protocolo de 
tratamento em mulheres 
com vaginismo, utilizando 
estimulação elétrica 
funcional (FES) e 
biofeedback associado 
à terapia cognitivo- 
-comportamental sexual 
(SCBT)
Estudo clínico com doze 
mulheres diagnosticadas 
com vaginismo, 
realizando relaxamento 
semanal com FES- 
-biofeedback até que 
se tornasse tolerável 
à manipulação vaginal 
para realizar a SCBT 
em oito estágios de 
dessensibilização vaginal 
por oito semanas.
Todos os casais puderam atingir 
coito vaginal satisfatório.
FES e biofeedback associados à SCBT 
podem ser eficazes para incrementar o 
sucesso terapêutico de mulheres com 
vaginismo.
Fonte: elaborada pelos autores, 2010.
*Autores numerados de acordo com as referências
Os recursos fisioterapêuticos mais utilizados apontados pelos 
artigos podem ser visualizados na tabela 2. 
Tabela 2- Modalidades terapêuticas abordadas pelos autores
Modalidades terapêuticas 2* 3* 12* 14* 17* 19* 20* 21* 22*
Clínica
Farmacoterapia (antidepressivos, 
anticonvulsivantes e hormonais)
- X X X X - X X -
Injeções de toxina botulínica - X - - - - - - -
Infiltrações locais de anestésicos - X X - - - X X -
Cirúrgico - - - - X - X X -
Fisioterapêutica
Exercícios X X X X X X - X X
Terapia manual X X X - - X - - X
Cones vaginais X - - - -
Dessensibilização associada ao 
uso de dilatadores
- X X - X X - - X
Estimulação elétrica X X - - - X X - X
Termoterapia - X - - - - - -
Biofeedback X X - X X X X X X
Acupuntura - - - - - - X -
Psicológica
Terapia cognitiva 
Comportamental (TCC)
- X X X X X X - X
Hipnoterapia - X - - - - X - -
Psicanálise - - - - X - - - -
Gestalt - Terapia - - - - X - - - -
Fonte: elaborada pelos autores, 2010.
*Autores numerados de acordo com as referências
Discussão
De acordo com estudo realizado no Brasil por Abdo, Oliveira, 
Moreira e Fittipaldi (2004) apud Aveiro, Garcia e Driusso 
(2009), a vulvodínia e/ou vaginismo afetam as mulheres 
10 Revista FISIOTERAPIA EM EVIDÊNCIA – dezembro 2011 Revista FISIOTERAPIA EM EVIDÊNCIA – dezembro 2011 11
Artigo - 1 Artigo - 1
significativamente, chegando 
a uma prevalência de 49% de 
uma amostra de 1.219 sujeitos. 
Tais disfunções sexuais levam 
à depreciação da qualidade 
de vida da mulher, de seu 
cônjuge e de todo o meio que 
a cerca.
Apesar da alta prevalência 
encontrada, ainda é escassa 
a produção bibliográfica 
acerca dos recursos e técnicas 
terapêuticas para o tratamento 
da hiperatividade do assoalho 
pélvico, principalmente 
estudos clínicos de qualidade, 
controlados e randomizados, 
que comprovem a eficácia do 
tratamento fisioterapêutico 
na patologia. Isso se deve 
à complexidade de sua 
etiologia e às diversas causas 
biomecânicas associadas, 
além do fato de se tratar deárea recente de atuação do 
profissional.
Entretanto, evidências 
sugerem, conforme 
Prendergast, Rummer e 
Kotarinos (2008), que o 
tratamento fisioterapêutico 
em mulheres com vulvodínia 
deve objetivar devolver a 
funcionalidade dos tecidos 
envolvidos para o sucesso 
terapêutico, para a redução ou 
eliminação do quadro álgico 
e restabelecimento da função 
sexual. 
A seguir, apresentam-se técnicas 
e recursos fisioterapêuticos 
encontrados na literatura, 
demonstrando sua 
aplicabilidade, justificativa e 
possível efetividade. 
Cinesioterapia
A terapia por meio de 
exercícios físicos, com ou 
sem o uso de recursos 
para sua escolha de acordo 
com os achados do exame 
físico e priorizar a fase de 
relaxamento muscular para 
não buscar feedback negativo, 
agravando o quadro.
Dilatadores vaginais
Na técnica de dilatação 
gradual, são inseridos 
dilatadores de silicone ou 
de material emborrachado 
lubrificados no canal 
vaginal como sondas que 
podem ser insufladas 
(exemplo é o epi-no: recurso 
utilizado por mulheres 
grávidas que consiste em 
uma sonda que pode ser 
insuflada gradativamente, 
objetivando-se aumentar 
a elasticidade do períneo). 
Inicialmente, os dilatadores 
devem ser pequenos; seu 
tamanho deve ser aumentado 
gradativamente, à medida 
que a tolerância da paciente 
o permita. A técnica de 
dilatação pode também ser 
praticada em casa, usando os 
dedos em vez dos dilatadores 
(MERCK SHARP e DOHME 
2007 apud PINHEIRO, 2009). 
No momento em que os 
dilatadores estão inseridos 
na vagina, exercícios de 
fortalecimento da MAP 
podem ser realizados. 
Dessa forma, de acordo com 
Pinheiro (2009), a utilização 
da técnica nos casos de 
vaginismo pode contribuir 
para melhora do quadro, 
diminuindo a sensibilidade 
à penetração e favorecendo 
a percepção da MAP pela 
mulher, o que lhe possibilita 
seu controle e relaxamento. 
Apesar desta afirmativa, 
apenas três estudos foram 
encontrados citando o uso 
de dilatadores vaginais 
como opção de tratamento 
(PRENDERGAST, RUMMER, 
KOTARINOS, 2008; AVEIRO, 
GARCIA, DRIUSSO, 2009; 
PINHEIRO, 2009), e os 
mesmos não forneceram 
evidências consistentes de 
intervenção no vaginismo. 
Críticas podem ser feitas 
a: 1) que pacientes podem 
se beneficiar com o recurso 
tendo em vista a presença 
de hipertonia associada e 
etiologia de cunho psicológico 
que pode levar à recusa e à 
sensação de agressão pelo 
seu uso; 2) qual o momento 
ideal para ser utilizado no 
protocolo de reabilitação 
para que não provoque algia; 
3) qual deve ser a quantidade 
de ar a ser insuflada; e ainda 
4) como proceder com o 
tempo, duração e frequência 
de utilização. Essas dúvidas 
ainda precisam ser objeto de 
estudos futuros. 
Terapia manual
Constituída por um conjunto 
de procedimentos com 
finalidade terapêutica ou 
preventiva, no qual é aplicado 
toque ou manobra manual 
sobre os tecidos musculares, 
ósseos, conjuntivos e 
nervosos. Geralmente é 
mais utilizada no alívio de 
tensões (mobilização de 
pontos gatilhos), restrição 
de mobilidade, desvios 
mecânicos ou bloqueios 
funcionais.
No caso do vaginismo e 
da vulvodínia, podem ser 
indicados procedimentos 
manuais com o intuito de 
desativar os pontos gatilhos, 
mas não devem ser a primeira 
opção de tratamento, pois 
as mulheres que possuem 
essas patologias referem 
muita dor ao toque. O mais 
indicado seria utilizá-los após 
outro procedimento, com o 
princípio de alívio da dor e a 
retirada de tensão muscular, 
que são as principais causas 
dos sintomas, como a 
eletroanalgesia.
Segundo Prendergast, 
Rummer e Kotarinos (2008), o 
fisioterapeuta deve observar a 
existência de pontos gatilhos 
e se eles estão contribuindo 
para seus sintomas. Os 
músculos identificados como 
principais causadores de 
dor nos tecidos da vagina 
ou vulvar, por possuírem 
maior número de pontos 
gatilhos, são isquiocavernoso, 
bulboesponjoso e elevador 
do ânus. Após a localização 
dos pontos gatilhos, existem 
técnicas a serem seguidas para 
sua respectiva desativação, 
dentre elas a de compressão 
isquêmica, pela qual o 
fisioterapeuta pressiona 
manualmente o ponto de dor 
por 60 a 90 segundos ou até 
sentir a “liberação” dele.
Liberações miofasciais, 
mobilização neural e 
massagem local também 
podem ser indicadas, 
entretanto a literatura a 
respeito do tratamento da 
hiperatividade do assoalho 
pélvico com o uso da terapia 
manual é escassa e sem 
especificações, devendo ser 
objeto de futuros estudos 
clínico.
Vale ressaltar que, da 
mesma forma que o uso dos 
dilatadores vaginais são 
contestados no tratamento 
do vaginismo associado 
auxiliares, é indicada para as 
mulheres com o diagnóstico 
de hiperatividade do assoalho 
pélvico. Objetiva-se o controle 
da MAP, promovendo 
voluntariamente o relaxamento 
quando necessário. Os 
exercícios baseiam-se na 
contração e no relaxamento 
da musculatura, dando ênfase 
a este, que é difícil de ser 
obtido nas pacientes devido à 
hiperatividade muscular. 
A primeira etapa para a 
prática consiste na busca 
da percepção local, ou seja, 
perceber a existência da 
contração da MAP. Para isso, 
posiciona-se adequadamente 
a paciente em decúbito 
dorsal, com membros 
inferiores fletidos e apoiados 
na maca. Solicita-se então 
que a paciente coloque seus 
dedos sob o centro tendíneo 
do períneo e realize uma 
contração seguida de um 
relaxamento do mesmo. 
Esse exercício pode ser 
realizado em diversas 
posições, dependendo das 
dificuldades encontradas na 
avaliação, como a presença 
de sinergismos musculares 
ou “contrações parasitas” 
que impeçam a contração 
isolada da MAP. O correto 
posicionamento da paciente 
deve buscar o isolamento da 
ação muscular do períneo, 
mantendo-o em posição de 
alongamento para melhorar a 
percepção da região. No caso 
de sinergismo de adutores 
de quadril, deve-se adotar a 
posição de abdução de quadril 
para a realização do exercício 
(HENSCHER, 2007).
Os exercícios de percepção 
local podem ser auxiliados 
por um espelho, que melhora 
a visualização do movimento, 
pela bola terapêutica ou por 
uma almofada pélvica, que 
melhora a noção corporal, 
e pelo fisioterapeuta, 
associando-os à respiração. 
Alguns autores sugerem 
associar o exercício com o uso 
de sondas ou cones vaginais, 
entretanto não deve ser a 
primeira opção se a causa 
for de cunho psicológico, 
pois tendo em vista a 
impossibilidade de penetração 
do recurso pelo quadro álgico, 
sua utilização pode retardar 
o processo de melhora e/ou 
cura. Outros autores também 
indicam, para a percepção 
local, a interrupção do 
fluxo urinário (POLDEN E 
MANTLE, 2000) no momento 
da micção, o que só deve ser 
realizado uma única vez pela 
paciente, pois pode ser motivo 
de infecção urinária por 
volume residual. 
Após a mulher dominar o 
movimento promovido pela 
MAP sem o uso demasiado 
de sinergismos musculares, 
é indicada uma sequência de 
exercícios locais, denominados 
exercícios de Kegel, que 
envolvem contração rápida, 
lenta e/ou isométrica/
sustentada, respeitando 
intervalos de tempo de acordo 
o objetivo do tratamento. 
Exercícios relacionados à 
mobilização pélvica e de 
tronco também devem ser 
associados com os exercícios 
de Kegel para potencializar os 
resultados. O fisioterapeuta 
pode utilizar de diversas 
técnicas ou métodos para o 
tratamento, como os exercícios 
hipopressivos, de pilates 
ou isostretching. Entretanto, 
deve ter discernimento 
12 Revista FISIOTERAPIA EM EVIDÊNCIA – dezembro 2011 Revista FISIOTERAPIA EM EVIDÊNCIA – dezembro 2011 13
Artigo - 1 Artigo - 1
à hipertonia e causas 
psicológicas, a massagem em 
U invertido na vagina para 
dessensibização do assoalho 
pélvico também o é, pois pode 
ser motivo de não aceitação do 
tratamentoe piora do quadro.
Biofeedback/
biorretroalimentação
Para Antoniolil e Simões 
(2010), o biofeedback 
consiste em um método 
de reeducação que tem 
efeito modulatório sobre 
o sistema nervo so central 
(SNC) por meio da utilização 
de uma retroalimentação 
externa como meio de 
aprendizado. Esse método 
é realizado com a aplicação 
de eletrodos acoplados na 
musculatura do assoalho 
pélvico e musculatura 
sinergista (glúteo máximo, 
adutores e abdominais), que 
captam sinais de atividade 
mioelétrica, e por meio de 
comandos verbais dados pelo 
fisioterapeuta ou visuais/
sonoros oferecidos pelo 
equipamento, orientará 
os músculos do assoalho 
pélvico a realizar sua função 
excluindo a contração 
sinergista. O objetivo desse 
tratamento é ajudar as 
pacientes a desenvolver 
maior percepção e controle 
voluntário (contração/
relaxamento) dos músculos 
do assoalho pélvico. Sua 
contribuição consiste também 
em garantir a aquisição 
rápida, precisa, segura da 
participação da paciente 
em sua reeducação. O 
treinamento do controle 
voluntário eficiente da função 
do assoalho pélvico é capaz 
de reestabilizar os circuitos 
neuronais e aperfeiçoar a 
função dos alvos periféricos.
Pinheiro (2009) complementa 
que o biofeedback tem como 
natureza a abordagem que o 
fisioterapeuta usa para gerar 
a conscientização corporal 
e funcional do corpo de 
suas pacientes. Nesse caso, 
como meio para alcançar tais 
objetivos, os profissionais 
utilizam de estímulos táteis, 
visuais, auditivos ou elétricos 
(perineômetro, toque digital 
ou cones vaginais). Então 
o biofeedback geralmente 
é um aparelho que faz a 
medição, avalia e trata as 
disfunções neuromusculares. 
É um eficiente recurso na 
reabilitação dos músculos 
do assoalho pélvico, devido 
ao fato de monitorar 
o tônus em repouso, a 
força e a sustentação, 
entre outros padrões de 
atividade mioelétrica, 
mostrando-se efetivo na 
percepção da paciente, 
que consequentemente 
verifica melhora nas 
contrações voluntárias dessa 
musculatura, e por fim 
favorece também o treino de 
relaxamento.
Conforme apresentado na 
tabela 2, a maioria dos estudos 
cita a utilização do biofeedback 
como forma de tratamento 
para a hiperatividade do 
assoalho pélvico. Em um 
dos estudos, realizado por 
Sánchez e Chalela (2007), 
sugere-se que o biofeedback 
pode reduzir a dor nos casos 
de vulvodínia e/ou vaginismo, 
com taxa de melhora em 
torno de 60%. Aparelhos mais 
sofisticados que não utilizam 
sondas vaginais, somente 
eletrodos de superfície, 
podem ser indicados como 
abordagem inicial de 
tratamento, pois dessa forma 
a paciente poderá visualizar 
a avaliação da tensão 
muscular (luzes coloridas ou 
parar) e, assim, controlar o 
desenvolvimento (contrações) 
voluntário. Entretanto, mais 
estudos devem ser realizados 
para definir os padrões para 
sua utilização.
Outro estudo associa 
o biofeedback com a 
eletroestimulação. Segundo 
Ricci (2010), a associação dos 
dois recursos é uma forma 
de tratamento eficaz para 
vulvodínia e/ou vaginismo, 
pois a eletroestimulação pode 
aumentar a percepção corporal 
da mulher e ensiná-la a relaxar 
voluntariamente a MAP. 
Essa característica torna-se 
mais importante quando, 
além do vaginismo, por 
exemplo, existir a associação 
de hipertonia e fatores 
psicossociais.
Estimulação elétrica
Segundo Kitchen (2003), 
trata-se da utilização de 
correntes elétricas para 
fortalecimento e reeducação 
muscular, redução de edema, 
alívio da dor e reparo de 
feridas. Quando se trata de 
vulvodínia e/ou vaginismo a 
literatura não é clara no que 
se diz respeito à utilização 
da eletroterapia em seu 
tratamento.
Essa forma de terapia pode 
ser utilizada de duas formas 
diferentes: 
1) a eletroestimulação busca 
a contração muscular da 
MAP evocada eletricamente 
para o alcance posterior do 
relaxamento. Os parâmetros 
elétricos geralmente utilizados 
são os de fortalecimento, 
entretanto variam muito entre 
os autores: transmissão da 
corrente em trens de pulso, 
forma de onda bifásica, 
frequência entre 10 a 50 Hz, 
duração de pulso entre 
200 a 500 microssegundos, 
intensidade em nível motor, 
trens de pulso com o tempo de 
repouso de no mínimo duas 
vezes o tempo da contração. 
2) a eletroanalgesia busca a 
redução de impulsos elétricos 
intrínsecos hiperativados 
no caso de hipertonia, que 
serão evocados por impulsos 
elétricos externos sob o nervo 
pudendo. Os parâmetros 
elétricos sugeridos consistem 
na transmissão de corrente 
sem trens de pulso ou 
convencional, forma de onda 
bifásica e simétrica, frequências 
entre 50 a 100 Hz, breve 
duração de pulso entre 40 a 75 
microssegundos, intensidade 
variando entre sensorial e 
motor. Os estímulos elétricos 
podem ser transmitidos por 
eletrodos de superfície ou por 
sondas vaginais ou anais.
Antoniolil e Simões 
(2010) afirmam que a 
eletroestimulação deve 
ser considerada eficaz 
para proporcionar a 
conscientização do assoalho 
pélvico e reforço muscular, 
sendo que sua vantagem é não 
apresentar efeitos colaterais 
se comparado ao tratamento 
medicamentoso, apesar de 
algumas pacientes relatarem 
algum tipo de desconforto e 
irritação local. 
Ricci (2010) afirma que 
alguns estudos demonstram 
a eficácia da eletroanalgesia 
no tratamento da patologia 
em questão por reduzir a dor 
da paciente e o espasmo local, 
considerando o método como 
seguro e eficaz. 
Termoterapia
Segundo Kitchen (2003), 
trata-se da utilização da 
temperatura nos tecidos 
corporais e em estímulos à 
termorregulação corporal, 
gerando benefícios 
terapêuticos como a analgesia. 
Diversos estudos elucidam 
a ação da temperatura nos 
quadros álgicos e portanto 
pode ser utilizada no 
tratamento da vulvodínia e/ou 
vaginismo.
Para Prendergast, Rummer 
e Kotarinos (2008), a 
termoterapia deve ser a 
opção para pacientes que 
apresentam dificuldade em 
tolerar a terapia manual e/ou 
toque, devido à dor presente. 
Os mesmos sugerem que 
o programa de tratamento 
pode ser modificado 
incluindo-se a massagem 
com gelo (crioterapia). 
Já outros autores citam a 
utilização da termoterapia 
como uma das opções para o 
tratamento da hiperatividade, 
entretanto, sem definir os 
padrões de utilização como 
tempo, duração, frequência 
e intensidade (AVEIRO, 
GARCIA e DRIUSSO, 2009).
Acupuntura
Segundo (SINTAN, 2006), 
acupuntura é o conjunto 
de conhecimentos teórico- 
-empíricos da medicina 
chinesa tradicional que 
visa à terapia e à cura 
das doenças por meio da 
aplicação de agulhas e moxas, 
além de outras técnicas. 
De acordo com a medicina 
chinesa, a acupuntura 
visa à normalização dos 
órgãos doentes por meio 
de um suporte funcional 
que exerce um efeito 
terapêutico. A acupuntura 
é uma técnica segura e 
prática que exige bom nível 
técnico do terapeuta. Como 
desvantagem, verificam-se 
o medo dos pacientes em 
relação à agulha e o longo 
período de tratamento. 
Angulo e Chalela (2006) 
apenas citam a acupuntura 
como forma de tratamento 
para vulvodínia e/ou 
vaginismo, sem informações 
específicas no que se refere 
a tal técnica. Entretanto, 
Ricci (2010) afirma que a 
acupuntura tem sido utilizada 
para o controle da dor 
crônica em várias síndromes, 
inclusive para o tratamento da 
vulvodínia e/ou vaginismo, 
citando um estudo publicado 
em 1999, em que a técnica foi 
utilizada semanalmente em 
doze pacientes, mostrando 
que apenas pacientes (25% da 
amostra) não apresentaram 
efeito algum, em sete (58,3% 
da amostra) houve diminuição 
da intensidade da dor, 
fazendo com que se sentissem 
melhor, e em duas (16,7% da 
amostra) houve erradicação 
da dor. Esses são considerados 
bons resultados, o que 
incentiva os pesquisadores 
a realizar novos estudosreferentes a esse recurso de 
maneira mais abrangente para 
definir se a acupuntura deve 
ser mais um dos recursos 
utilizados para a terapêutica 
de dor crônica, em que se 
14 Revista FISIOTERAPIA EM EVIDÊNCIA – dezembro 2011 Revista FISIOTERAPIA EM EVIDÊNCIA – dezembro 2011 15
Artigo - 1 Artigo - 1
enquadra a vulvodínia e/ou 
o vaginismo.
CONCLUSÃO
Vários tratamentos são 
propostos para a vulvodínia e 
o vaginismo envolvendo uma 
equipe multidisciplinar, sendo 
o tratamento fisioterapêutico 
indicado como intervenção 
primária. A fisioterapia 
envolve a aplicação de 
cinesioterapia, técnicas 
manipulativas, estimulação 
elétrica, termoterapia, 
biofeedback, acupuntura, além 
de correções da biomecânica. 
Entretanto, a efetividade das 
técnicas/recursos ainda não 
está elucidada e comprovada 
por estudos clínicos, 
demonstrando que sua 
aplicabilidade ainda se baseia 
em observações empíricas 
clínicas e subjetivas, portanto, 
não se pode afirmar de 
forma completa os benefícios 
relatados pelos diversos 
autores em seus artigos. 
Dessa forma, conclui-se que 
diante de um problema com 
alta prevalência na população 
de mulheres e a escassez de 
literatura acerca do assunto, 
recomenda-se que pesquisas 
sejam realizadas para 
definição de um protocolo de 
tratamento individualizado e 
aceito perante a comunidade 
científica, além de evidenciar a 
necessidade da especialização 
dos profissionais que atuam 
na área da fisioterapia em 
uroginecologia.
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16 Revista FISIOTERAPIA EM EVIDÊNCIA – dezembro 2011 Revista FISIOTERAPIA EM EVIDÊNCIA – dezembro 2011 17
Artigo - 2
Treinamento de força da musculatura inspiratória com o 
uso de carga linear pressórica – Threshold®, em pacientes 
idosos institucionalizados: estudo controlado randomizado
Training Muscle Strength using linear load pressor – Threshold® in 
institutionalized elderly patients: randomized controlled trial
RESUMO
Objetivos: verificar se 
o treinamento muscular 
inspiratório auxilia no ganho 
da pressão inspiratória 
máxima (PImáx) em idosos 
institucionalizados. 
Métodos: A pesquisa foi 
intervencional, experimental, 
qualiquantitativa. A mostra 
foi constituída por quatorze 
gerontes de duas casas de 
repouso de Curitiba, PR, 
divididos de forma 
randomizada, em grupo 
experimental – GE (n = 8, 
média de idade 74,25 anos) 
e grupo controle – GC (n = 6, 
média de idade 80,83). Os 
grupos foram submetidos à 
avaliação da PImáx e PEmáx por 
meio da manovacuometria, 
também sendo aplicado o 
questionário de qualidade de 
vida SF-36. O treinamento de 
intervenção no GE constituiu 
exercícios de padrão 
ventilatório em grupo e treino 
utilizando o Threshold® 
por vinte minutos, com sete 
séries de fortalecimento (dois 
minutos cada) e intervalo de 
um minuto entre as séries, 
durante duas semanas, três 
vezes na semana. A carga de 
trabalho do Threshold® foi 
instalada gradualmente (30% 
da PImáx na primeira semana 
e 40% da PImáx na segunda 
semana). O GC realizou 
apenas os exercícios de padrão 
ventilatório em grupo.
Resultados: Houve diferença 
significativa no domínio 
da capacidade funcional, 
avaliado pelo questionário 
de qualidade de vida SF-36, 
observado no GE, bem 
como a melhora da PImáx em 
ambos os grupos, porém sem 
significância estatística.
Conclusão: Observa-se que 
o treinamento muscular 
utilizando o Threshold® 
realizado com os idosos 
interfere no aumento da 
PImáx e consequentemente 
proporciona melhor 
qualidade de vida.
Palavras-chave: força 
muscular respiratória, carga 
linear prossórica, treino 
muscular respiratório, 
idosos intitucionalizados e 
qualidade de vida.
ABSTRACT
Objectives: aim of this study 
was to determine whether 
inspiratory muscle training 
helpsto gain the maximum 
inspiratory pressure (MIP) in 
institutionalized elderly.
Methods: The study was 
interventional, experimental, 
qualitative and quantitative. 
The show consisted of 14 
Geronte two nursing homes 
in Curitiba, PR, randomly 
divided in experimental 
group – EG (n = 8 mean age 
74.25 years) and GC – control 
group (n = 6 average age 
80.83). The groups were 
assessed for MIP and MEP 
through the manometer, 
which also applied the quality 
of life questionnaire SF-36. 
The training intervention 
consisted GE ventilatory 
pattern exercises and group 
training using the Threshold® 
for 20 minutes, with seven 
sets of strengthening (2 
minutes each) and 1 minute 
between sets for two weeks, 
three times a week . The 
workload of the Threshold® 
was installed gradually (30% 
of MIP in the first week and 
40% of MIP in the second 
week). The GC has only held 
the exercises in groups of 
ventilatory pattern.
Results: There were 
significant differences in 
Aldinéia Maria de Moraes 
Callegarini1
Angélica Ferreira dos Santos2
Bárbara Carlins Czuika3
Elaine Maria dos Santos4
Valéria Cabral Neves Luszczynsk
5
1. Graduanda da Faculdade Dom Bosco
neiammc@gmail.com
2. Graduanda da Faculdade Dom Bosco
angelfsantos@hotmail.com
3. Graduanda da Faculdade Dom Bosco
barbaraczuika@yahoo.com.br
4. Graduanda da Faculdade Dom Bosco
elainefisio07@hotmail.com
5. Professora mestre da Faculdade Dom Bosco
valeriakabral@hotmail.com
Artigo - 2
physical functioning domain, 
assessed by the Quality of Life 
Questionnaire SF-36, observed 
in the GE, as well as the 
improvement in MIP in both 
groups, but without statistical 
significance.
Conclusion: It is noted that 
the muscle training using 
the Threshold® performed 
interferes with the elderly for 
the increase MIP and therefore 
provides a better quality of life.
Keywords: respiratory muscle 
strength, linear load pressure, 
respiratory muscle training, 
institutionalized elderly and 
quality of life.
Introdução
Um conjunto de estudos 
epidemiológicos indica que a 
função pulmonar prejudicada, 
especialmente a diminuição 
nas taxas de fluxo expiratório, 
é responsável por taxas altas 
de mortalidade, tanto por 
problemas pulmonares quanto 
cardíacos, causas principais 
de óbito em homens e 
mulheres. No caso do idoso, 
esses aspectos adquirem 
tal importância que, muitas 
vezes, a medida da função 
respiratória é sugerida como 
fator de qualidade de vida 
(REBELATTO; MORELLI, 2007).
A manovacuometria é um 
método de avaliação que 
permite quantificar de 
forma não invasiva, rápida, 
simples e segura a força dos 
músculos respiratórios. A 
pressão inspiratória máxima 
(PImáx) indica a força dos 
músculos inspiratórios, e a 
pressão expiratória máxima 
(PEmáx), a força dos músculos 
expiratórios. São graduados 
em centímetros de água.
O Threshold® teve sua 
validade testada nos estudos 
de Johnson e Gosselink apud 
Britto, Brant e Parreira (2009), 
sendo muito utilizado no 
treinamento da musculatura 
respiratória (BRITTO; BRANT; 
PARREIRA, 2009).
Sendo assim, o objetivo do 
presente estudo foi verificar 
se o treinamento muscular 
inspiratório auxilia no ganho 
da pressão inspiratória 
máxima (PImáx) em idosos 
institucionalizados. 
Metodologia
Trata-se de um estudo 
intervencional, experimental, 
qualiquantitativo. Ele teve 
abordagem intervencional, 
por se tratar de uma 
ação fisioterapêutica em 
idosos institucionalizados. 
Quantitativa, pois foram 
avaliadas as medidas da 
pressão inspiratória máxima 
e da pressão expiratória 
máxima desses indivíduos por 
meio de manovacuometria, 
bem como qualitativa, pois se 
aplicou um questionário de 
qualidade de vida. 
Cálculo amostral
Para o cálculo do tamanho 
da amostra, foi usada a 
variável “manovacuômetro” 
(parâmetro principal do 
estudo). Foi considerado 
o nível de significância de 
5%, o poder do teste de 70% 
e a variância do teste igual 
a 5 cm. Para se detectarem 
diferenças significativas de 
5 cm, o número da amostra 
foi de quatorze indivíduos 
(ALTMAN , 1991).
Tipo de amostra
A amostra desta pesquisa 
foi probabilística, do tipo 
aleatório estratificada, que 
segundo Gil (2002, p.122) 
é aquela em que ocorre a 
seleção de uma amostra de 
cada subgrupo da população 
pesquisada. 
 
População e participantes
Foram incluídos idosos com 
idade acima de 60 anos, de 
ambos os sexos, moradores 
das instituições Asilo Santa 
Clara e Casa de Repouso Sant’ 
Felicy, da cidade de Curitiba, 
que compreendessem 
e executassem os 
comandos ensinados, 
concordassem em assinar 
o termo de consentimento 
livre esclarecido e com 
disponibilidade para a 
realização dos atendimentos. 
Foram excluídos 
idosos hospitalizados, 
traqueostomizados, sob uso 
de oxigenioterapia ou suporte 
ventilatório. Além disso, 
foram excluídos indivíduos 
com hipertensão arterial 
não tratada e/ou com risco 
de hemorragia (aneurisma 
de aorta), infarto agudo do 
miocárdio e angina instável 
recente, pneumotórax, 
fístulas pulmonares, hérnias 
abdominais, cirurgia torácica 
ou abdominal recente e 
problemas agudos de ouvido 
médio. 
Foram excluídos também 
pacientes com quadro 
febril e álgico não tratável, 
imunossupressão severa, 
bem como aqueles sob 
tratamento fisioterapêutico e/ou 
submetidos à reabilitação 
pulmonar nos últimos três 
meses e que não preencheram 
18 Revista FISIOTERAPIA EM EVIDÊNCIA – dezembro 2011 Revista FISIOTERAPIA EM EVIDÊNCIA – dezembro 2011 19
Artigo - 2
os critérios de inclusão.
Procedimentos
Os idosos foram 
randomizados, de acordo 
com os métodos de inclusão 
e exclusão, sendo assim 
apresentado o termo de 
Consentimento Livre 
Esclarecido, segundo a 
resolução 196/96 do Conselho 
Nacional de Saúde, que 
esclarece o estudo, assim 
como seus objetivos, riscos e 
benefícios da técnica utilizada.
Após a assinatura do 
termo de Consentimento 
Livre Esclarecido, foram 
selecionados dezoito idosos 
da terceira idade, dos quais 
foram excluídos três por 
não adesão ao tratamento 
e um por entrar em óbito 
no decorrer da pesquisa. 
Finalizou-se a pesquisa 
com quatorze participantes. 
Os idosos foram divididos 
em dois grupos de forma 
randomizada, sendo um grupo 
experimental (GE, n = 8) e um 
grupo controle (GC, n = 6). 
Os atendimentos foram 
realizados em uma sala 
reservada no local onde os 
idosos residem, Asilo Santa 
Clara ou Casa de Repouso 
Sant’ Felicy.
Os idosos passaram por 
uma avaliação respiratória 
fisioterapêutica contendo 
dados pessoais, escala de 
Borg, SpO2, PEmáx e PIMax. 
Também responderam ao 
questionário de qualidade 
de vida validado (SF-36) no 
primeiro e no último dia de 
tratamento.
Os idosos foram submetidos 
a uma avaliação de força 
muscular respiratória por 
meio do manovacuômetro. 
O bocal utilizado para o 
aparelho foi adaptado para 
este estudo contendo uma 
mangueira de silicone de 20 cm 
de comprimento e um 
adaptador de metal.
Conforme relata Nagakawa 
e Barbabé (2006), 
quando utilizados bocais 
circulares obtêm-se valores 
significativamente maiores 
e são indicados para 
idosos, pois estes possuem 
dificuldade para realizar 
preensão labial adequada ao 
redor do bocal, o que facilita 
o escape de ar durante a 
manobra.
A pressão inspiratória máxima 
(PImáx) foi avaliada com o 
idoso na posição sentada, 
estando o tronco em ângulo 
de 90° com as coxas.
O indivíduo expirou até 
alcançar seu volume residual, 
conectou-se imediatamente 
à peça bucal e com o nariz 
ocluído por clipe nasal, 
efetuou esforço inspiratório 
máximo. O teste foi realizado 
três vezes, com pausa de um 
minuto, sendo utilizado o 
valor de PImáx maior. Estando 
o indivíduo na mesma 
posição, foi avaliada também 
a pressão expiratóriamáxima 
(PEmáx); conectando-se a peça 
bucal com o nariz ocluído por 
clipe nasal, o idoso efetuou 
inspiração máxima três vezes, 
com pausa de um minuto 
entre cada uma, obtendo-se o 
valor máximo. 
O GE realizou treinamento 
muscular respiratório 
utilizando o Threshold® 
por vinte minutos, com sete 
séries de fortalecimento (dois 
minutos cada) e intervalo de 
um minuto entre as séries, 
durante duas semanas, três 
vezes por semana. Também 
realizou os exercícios 
respiratórios a seguir em 
grupo três vezes por semana, 
por duas semanas. 
Exercício respiratório 
com inspiração máxima 
sustentada 
1º passo: paciente sentado em 
cadeira com encosto, MMII a 
90° e pés apoiados no chão;
2º passo: o paciente enche o 
pulmão de ar, puxando-o pelo 
nariz o máximo possível e de 
forma lenta, o máximo que 
conseguir; 
3º passo: sustenta por cerca de 
três a dez segundos;
4º passo: solta o ar 
normalmente, sem esforço, 
pela boca.
Exercício respiratório, 
frenolabial 
1º passo: paciente sentado em 
cadeira com encosto, MMII a 
90° e pés apoiados no chão;
2º passo: o paciente enche o 
pulmão de ar, puxando-o pelo 
nariz;
3º passo: solta o ar pela boca 
contra a resistência dos lábios 
franzidos ou fechamento dos 
dentes;
4º passo: o tempo pode ser 
longo ou curto, conforme a 
capacidade de cada paciente.
Exercício de expiração 
forçada 
1º passo: paciente sentado em 
cadeira com encosto, MMII a 
90° e pés apoiados no chão;
2º passo: o paciente puxa pouco 
ar, lentamente, pelo nariz;
Artigo - 2
3º passo: solta todo o ar 
possível, forçadamente, pela 
boca. 
O GC fez apenas exercícios 
respiratórios em grupo, 
orientados e realizados 
juntamente às pesquisadoras 
três vezes por semana, por 
duas semanas.
 
Análise estatística
Foi utilizada estatística 
descritiva com média e desvio-
padrão para SpO2, PImáx, PEmáx, 
escala de Borg e em todos os 
domínios do questionário 
de qualidade de vida. Para a 
análise das variáveis respostas, 
foi utilizado na análise 
intragrupos e intergrupos o 
teste ANOVA one way. Adotou-
se o nível de p < 0,05 para 
significância estatística. Para 
avaliação dos resultados foram 
utilizados o programa Excel e 
software Minitab 15.
Resultados 
Grupo experimental
Dos 29 idosos moradores da 
casa de repouso Saint’ Felicy, 
quatro (14%) foram incluídos 
no grupo experimental. De 
todos os moradores desta casa, 
apenas dez (34%) preenchiam 
os critérios de inclusão. Destes, 
três gerontes não aderiram 
ao tratamento por motivos 
individuais e um entrou em 
óbito por infarto fulminante. 
No Asilo Santo Clara, 
dos 26 moradores, quatro 
(15%) foram incluídos no 
grupo experimental. Foram 
excluídos do estudo 18 idosos 
por não preencherem os 
critérios de inclusão e, em sua 
maioria, não compreenderem 
os comandos ensinados. 
No total, o grupo experimental foi composto por oito 
idosos (14%); seis (75%) do gênero feminino e dois (25%) 
do masculino, sendo a média de idade desse grupo 74,25 
anos.
O grupo experimental apresentou melhora na pressão 
inspiratória máxima (PImáx), de modo que inicialmente era 
–67,50 ± 42,68 cm H2O e após treinamento foi para –97,50 
± 31,05 cmH2O. No entanto, não houve significância 
estatística (p > 0,05).
Análise da pressão inspiratória máxima no grupo 
experimental
 
Fonte: Dados da pesquisa.
 
Houve melhora também em dois domínios do questionário 
de qualidade de vida SF-36: capacidade funcional e 
aspectos sociais. Porém, não houve significância estatística.
A escala de Borg não obteve alteração na reavaliação 
quando comparada à avaliação, observando-se que esse 
treinamento não influenciou na melhora da dispneia.
Grupo controle
Constituíram o grupo controle dois idosos (7%) da casa de 
repouso Saint’ Felicy e quatro (15%) do Asilo Santa Clara, 
sendo finalizado com o total de seis indivíduos (11%). 
Destes, cinco (83%) eram do gênero feminino e um (17%) 
do masculino, com idade média de 80,83 anos.
O grupo controle apresentou aumento na PImáx e saturação 
de pulso (SpO2) quando comparado com a avaliação. A 
PImáx passou de –50,00 ± 20,00 para –54,67 ± 20,46, e a SpO2 
foi de 0,9100 ± 0,07348 para 0,9350 ± 0,03937, porém não 
houve significância estatística (p > 0,05).
140
120
100
80
60
40
20
Fase
Avaliação Reavaliação
Boxplot of PImáx (cmH2O) – GC
PI
m
áx
 (c
m
H
2O
) –
 G
C
20 Revista FISIOTERAPIA EM EVIDÊNCIA – dezembro 2011 Revista FISIOTERAPIA EM EVIDÊNCIA – dezembro 2011 21
Artigo - 2
Análise da PImáx no grupo controle
 
Fonte: Dados da pesquisa.
Em relação ao questionário de qualidade de vida SF-36, os 
domínios estado geral de saúde, vitalidade e saúde mental 
melhoraram quando comparados à avaliação, no entanto sem 
significância estatística (p > 0,05). 
Grupo controle e grupo experimental
A média de idade dos dois grupos foi de 77,07 anos.
Com relação ao meio de locomoção dos idosos, no grupo 
experimental um indivíduo (12%) era cadeirante, quatro (50%) 
deambulavam e três (38%) usavam órteses. No grupo controle, um 
indivíduo (17%) era cadeirante, dois (33%) deambulavam e três 
(50%) usavam órteses.
A tabela a seguir mostra a média e o desvio-padrão da avaliação e 
reavaliação dos grupos experimental e controle, nos quesitos SpO2, 
PImáx e PEmáx, podendo também serem observados os níveis de 
significância intragrupos e intergrupos.
Estatística descritiva da SpO2, PImáx e PEmáx entre grupo controle e 
grupo experimental
Artigo - 2
As médias e desvio-padrão dos domínios do questionário de 
qualidade de vida SF-36 estão apresentados na tabela a seguir, 
bem como os níveis de significância intragrupo e intergrupos.
Estatística descritiva do questionário de qualidade 
de vida SF-36 entre grupo controle e grupo experimental
Ambos os grupos aumentaram os valores da PImáx, porém sem 
significância estatística. O grupo experimental apresentou 
aumento da PImáx (–67,50 ± 42,68 cm H2O para –97,50 ± 31,05 cm 
H2O), e o grupo controle (–50,00 ± 20,00 cmH2O para –54,67 ± 
20,46 cmH2O). O grupo experimental obteve aumento maior do 
que do grupo controle devido ao fortalecimento dos músculos 
inspiratórios utilizando o Threshold®.
Comparação da PImáx entre o grupo controle 
e grupo experimental
Fonte: Dados da pesquisa. 
Fase
Avaliação Reavaliação
80
70
60
50
40
30
20
10
Boxplot of PImáx (cmH2O) – GC
PI
m
áx
 (c
m
H
2O
) –
 G
C
Tipo de Grupo
Grupo Controle Grupo Experimental
80
60
40
20
0
-20
-40
Boxplot of PI (cmH2O)
PI
 (c
m
H
2O
)
Critérios Grupo controle Grupo experimental P Inter 
Avaliados n = 6 n = 8 Grupos
 AV RE P Intra AV RE P Intra 
 Grupos Grupos
SpO2 Média 0,9100 0,9350 0,479 0,95500 0,95375 0,934 0,435
 DP (0,07348) (0,03937) (0,02673) (0,03249) 
PImáx Média -50,00 -54,67 0,698 -67,50 -97,50 0,130 0,174
 DP (20,00) (20,46) (42,68) (31,05)
PEmáx Média 51,67 51,67 1 70,00 70,00 1 1
 DP (31,25) (29,94) (35,46) (26,19)
AV= Avaliação; RE= Reavaliação; DP= Desvio-Padrão; GE= Grupo Controle; GC= Grupo 
Experimental; SpO2= Saturação de Oxigênio; PImáx= Pressão Inspiratória Máxima; PEmáx= Pressão 
Expiratória Máxima; n= número da amostra.
Fonte: Dados da pesquisa.
Critérios Grupo controle Grupo experimental P Inter 
Avaliados n = 6 n = 8 Grupos
 AV RE P Intra AV RE P Intra 
 Grupos Grupos
CP Média 46,67 38,33 0,604 30 31,87 0,91 *0,053
 DP (28,58) (25,23) (30,59) (34,12) 
AF Média 58,33 33,33 0,33 62,5 43,75 0,398 0,122
 DP (40,82) (43,78) (44,32) (41,73)
DOR Média 86,33 63 0,096 63 62,25 0,972 0,115
 DP (14,990) (27,24) (42,47) (41,97)
EGS Média 45 50,5 0,748 42,25 39,25 0,833 0,077
 DP (25,42) (31,97) (27,53) (28,34)
VIT Média 55,83 58,33 0,872 58,1354,38 0,766 0,223 
 DP (29,90) (22,06) (22,51) (26,65)
AS Média 64,58 58,33 0,766 62,50 76,56 0,445 0,289
 DP (33,93) (36,80) (37,20) (34,35)
LAE Média 72,22 49,99 0,282 66,67 50,00 0,392 0,775
 DP (25,10) (40,82) (39,83) (35,63)
SM Média 64,67 69,33 0,732 59,00 58,00 0,944 0,382
 DP (21,97) (23,82) (27,69) (27,96)
AV= Avaliação; RE= Reavaliação; DP= Desvio-Padrão; GE= Grupo Controle; GC= Grupo 
Experimental; CP= Capacidade Funcional; AF= Aspecto Físico; DOR= Dor; EGS= Estado Geral 
Saúde; VIT= Vitalidade; AS= Aspectos Sociais; LAE= Limitação por Aspectos Emocionais; SM= 
Saúde Mental; n= número da amostra; *=p<0,005 (significância estatística).
Fonte: Dados da pesquisa.
22 Revista FISIOTERAPIA EM EVIDÊNCIA – dezembro 2011 Revista FISIOTERAPIA EM EVIDÊNCIA – dezembro 2011 23
Artigo - 2
O domínio capacidade funcional do questionário SF-36 apresentou 
melhora significativa (p < 0,05) no grupo experimental quando 
comparado ao grupo controle, sendo observado no gráfico a seguir.
Comparação da capacidade funcional 
entre o grupo controle e o grupo experimental
Fonte: Dados da pesquisa. 
 
O fortalecimento dos músculos inspiratórios causou melhora 
no domínio aspectos sociais do SF-36. No início do estudo, 
os grupos controle e experimental apresentaram valores 
de aspectos sociais próximos (64,58 ± 33,93 e 62,5 ± 37,20 
respectivamente). Com o fortalecimento dos músculos 
inspiratórios realizado somente pelo grupo experimental, os 
aspectos sociais do grupo controle diminuíram para 58,33 ± 
36,80, enquanto no grupo experimental aumentou para 76,56 ± 
34,35, entretanto não houve significância estatística (p > 0,05).
A variável PEmáx em ambos os grupos não obteve alteração, 
mantendo-se o mesmo resultado apresentado na avaliação, 
lembrando que o estudo envolvia o treinamento da musculatura 
inspiratória. 
Discussão
O objetivo do presente estudo foi verificar se o treinamento 
muscular utilizando o Threshold® é eficiente para a melhora 
da função respiratória e da qualidade de vida em idosos 
institucionalizados.
Diversos estudos comprovam a eficácia do fortalecimento 
muscular respiratório realizado com carga linear pressórica, 
indicando aumento no valor da pressão inspiratória máxima em 
indivíduos submetidos a esse treinamento (RIBEIRO et al., 2007; 
FONSECA et al., 2010) 
Artigo - 2
no estudo descrito, o não 
ganho de força significativa 
na musculatura diafragmática 
realizado na presente pesquisa 
pode ser justificado pelo 
curto período de intervenção 
realizado, de duas semanas.
Enright et al. (2004) realizaram 
estudo com uma amostra 
de 29 indivíduos com idade 
média de 22,0 ± 4,2 anos, 
sendo dezesseis homens. O 
programa de tratamento teve 
duração de oito semanas 
de treinamento muscular 
inspiratório em pacientes 
com fibrose cística, que foram 
divididos em três grupos: 
grupo 1 (G1, n = 9), com 
intensidade de 80% de esforço 
máximo, grupo 2 (G2, n = 10), 
com intensidade de 20% de 
esforço máximo, e grupo 3 (G3, 
n = 10), como controle, sem 
realizar carga alguma. Após o 
treinamento, houve aumento 
significativo (p < 0,05) em 
pressão inspiratória máxima 
(PImáx), pressão inspiratória 
máxima sustentada (SPImáx), 
capacidade vital (CV) e 
capacidade pulmonar total 
(CPT) do G1 em relação ao 
G3. O G2 apresentou melhora 
significativa (p < 0,05) somente 
na PImáx e SPImáx referente ao G3. 
O G3 não apresentou melhora 
em nenhum item avaliado. O 
G1, quando comparado ao 
G2, não apresentou diferença 
significativa. 
No que diz respeito à carga 
linear pressórica, a literatura 
relata que o treinamento 
muscular específico tem 
sido descrito como capaz de 
aumentar a função muscular 
inspiratória, quando a 
intensidade é monitorada 
e excede 30% da PImáx, 
podendo ser gradualmente 
inspiratória e expiratória 
máxima (PImáx, p = 0,07 e PEmáx, 
p = 0,31), e menores valores 
significativamente (p = 0,001) 
para os três subgrupos foram 
encontrados para as pressões 
respiratórias máxima em 
relação aos previstos. 
Relatam Simões, Auad e 
Wilkins (2009) que as pressões 
respiratórias apresentaram 
correlação negativa moderada 
com a idade e moderada 
correlação positiva com o 
índice de massa corporal. 
Houve forte correlação 
positiva em relação ao peso e 
correlação positiva moderada 
com a altura em relação à 
pressão expiratória máxima 
e forte correlação em relação 
à pressão. Concluíram os 
autores com esse estudo que 
a força muscular respiratória 
é marcantemente reduzida 
em idosos institucionalizados 
com idades de 60 a 89 
anos, e que existe relação 
entre características 
antropométricas e os níveis 
de força dos músculos 
respiratórios.
Ribeiro et al. (2007) fizeram 
um estudo com dezenove 
pacientes com doença 
pulmonar obstrutiva 
crônica (DPOC), sendo estes 
divididos aleatoriamente 
em dois grupos: grupo de 
reeducação respiratória (RR) 
e grupo de treinamento 
muscular inspiratório 
(TMI) + RR. Ambos foram 
submetidos a uma avaliação 
antes e após o programa de 
reabilitação pulmonar. A força 
muscular foi avaliada por 
meio de manovacuometria, 
verificando-se a PImáx e PEmáx. 
O protocolo de treinamento 
realizado pelos autores teve 
A seguir estão relacionados 
estudos que comparam os 
diferentes itens explorados 
por esta pesquisa, o que gera 
discussões sobre a intervenção 
da fisioterapia respiratória 
em idosos institucionalizados, 
principalmente no que 
diz respeito à melhora da 
qualidade de vida.
Função respiratória
O estudo de Neder e 
colaboradores em 1999 
buscou estabelecer valores 
de referência de PImáx e PEmáx 
para a população brasileira. 
Esse estudo avaliou 100 
indivíduos não fumantes 
(50 homens e 50 mulheres), 
de 20 a 80 anos. Os valores 
mostraram-se influenciados 
por gênero, idade e variáveis 
antropométricas.
Segundo estudo sobre revisão 
bibliográfica realizado por 
Maior e Alves em 2003, o 
treinamento de força possui 
etapas distintas. No início 
do treinamento, ocorrem 
adaptações neurais essenciais 
para os ganhos de força, 
mas sem o devido aumento 
da massa muscular. As 
adaptações, de acordo com 
relatos de estudos, ocorrem 
durante o período de quatro 
a oito semanas (O’BRYANT, 
BYRD e STONE, 1988; in 
HICKSON, HIDAKA e 
FOSTER,1994). Deve-se 
enfatizar que o treinamento 
de força progressivo é 
essencialmente necessário 
para que se desenvolvam 
melhorias na sincronização 
das unidades motoras, 
consequentemente, melhor 
ativação dos motoneurônios 
(CARROLL, RIEK e 
CARLSON, 2001). Com base 
aumentada de 60 a 70% da 
PImáx. Descreve ainda que os 
resultados desse treinamento, 
quando realizado de três 
a sete vezes por semana, 
com duração de dez a trinta 
minutos e intensidade de 30 a 
70% da PImáx, geralmente são 
observados entre cinco e doze 
semanas.
Em comparação a esse estudo, 
houve diferença nas cargas 
aplicadas, sendo utilizada 
uma carga menor no grupo 
experimental, sendo 30 e 
40% na primeira e segunda 
semana, respectivamente, 
apresentando melhora na PImáx 
em ambos os grupos. 
O aumento da PImáx no grupo 
controle pode ser devido à 
reeducação respiratória. No 
grupo experimental justifica-se 
o maior aumento da PImáx 
devido ao treinamento com 
o Threshold®. No entanto, 
o tempo de treinamento 
foi inferior ao realizado 
na maioria dos estudos 
semelhantes a esse e que 
obtiveram resultados 
satisfatórios, podendo-se 
justificar o fato desse estudo 
não apresentar uma diferença 
significativa (p > 0,05).
Simões, Auad e Wilkins (2009) 
realizaram um estudo com 
56 idosas institucionalizadas, 
divididas em três subgrupos 
de acordo com a idade: 60-69 
anos (n = 20); 70-79 anos (n = 18)
e 80-89 anos (n = 18). As 
medidas de pressão máxima 
coletadas foram comparadas 
com os valores previstosutilizando a fórmula de Neder 
et al. (1999). Seu estudo relata 
que não foram encontradas 
diferenças significativas 
quanto às pressões 
Tipo Grupo
Controle Experimental
20
10
0
-10
-20
-30
Boxplot of Capacidade Funcional
C
ap
ac
id
ad
e 
Fu
nc
io
na
l
24 Revista FISIOTERAPIA EM EVIDÊNCIA – dezembro 2011 Revista FISIOTERAPIA EM EVIDÊNCIA – dezembro 2011 25
Artigo - 2
duração de seis semanas, três 
vezes por semana. O grupo 
RR realizou trinta minutos 
de exercícios em esteira 
ergométrica, oito minutos de 
treinamento para MMSS com 
halteres e quinze minutos de 
reeducação respiratória. O 
grupo TMI + RR realizou os 
mesmos exercícios do grupo 
RR mais o treinamento com 
Threshold®, obtendo melhora 
significativa (p < 0,05) da PImáx 
nos dois grupos (de –61 ± 
18 para –78 ± 20 cm H2O no 
grupo RR; de –63 ± 14 para 
–90 ± 12 cm H2O no grupo 
TMI + RR). 
Comparando os resultados 
desse estudo com o de nossa 
pesquisa, encontraram-se 
semelhaças, visto que ambos 
os grupos apresentaram 
aumento na PImáx (de 67,50 
± 42,68 cm H2O para 97,50 
± 31,05 cm H2O no grupo 
experimental e de 50,00 ± 
20,00 cm H2O para 54,67 
± 20,46 cm H2O no grupo 
controle), sendo esse aumento 
maior no grupo que realizou 
treino com o Threshold®.
Um estudo realizado por 
Vecchia e participantes em 
2005 descreve que a literatura 
reflete sobre os instrumentos 
utilizados para a análise da 
qualidade de vida de modo 
geral, e diz que estes não se 
adaptam para os idosos. As 
prováveis explicações para 
esse ocorrido devem-se à 
abordagem unidimensional 
e/ou porque os idosos que 
se autodenominam com boa 
qualidade de vida não as 
teriam segundo a interpretação 
de um instrumento específico, 
no nosso caso o SF-36, o que 
pode explicar os domínios 
do questionário de qualidade 
de vida que não obtiveram 
melhora com o aumento da 
PImáx.
Luiz e Oliveira, em 2008, 
verificaram em seu estudo 
descritivo a força muscular 
respiratória em idosos 
institucionalizados de Foz 
do Iguaçu. A amostra foi 
formada por vinte indivíduos 
com idade média de 70,5 
anos, sendo sete mulheres 
(35%) e treze homens (65%). 
Os idosos são moradores da 
Associação de Amparo aos 
Idosos “Lar dos Velhinhos 
Antônio Ayres de Aguirra”. 
Os grupos foram divididos 
por gênero. Nos participantes 
do sexo feminino, somente 
na PEmáx (46 cm H2O) houve 
significância estatística; já nos 
indivíduos do sexo masculino 
notou-se significância nos 
critérios PImáx (–69,1 cm H2O) e 
PEmáx (62,1 cm H2O). 
Os resultados encontrados, 
comparados ao do presente 
estudo, não obtiveram 
similaridade, visto que não 
era objetivo principal da 
pesquisa a análise da PEmáx 
nos indivíduos estudados e 
a amostra de idosos do sexo 
masculino (n = 3) era inferior 
à do sexo feminino (n = 11). O 
estudo, porém, demonstrou 
aumento da PImáx em ambos 
os grupos, sendo no grupo 
controle de –50,00 cm H2O 
para –54,67 cm H2O e no grupo 
experimental –67,50 cm H2O 
para –97,50 cm H2O, porém 
esses resultados não obtiveram 
significância estatística.
Fonseca et al. (2010) 
estudaram o impacto na 
autonomia funcional de 
idosos que participaram de 
programas de treinamento 
muscular respiratório. O 
estudo foi realizado com 42 
idosos institucionalizados, 
divididos, aleatoriamente, 
em três grupos: grupo 
Threshold®, grupo Voldyne® 
e grupo controle. Todos 
foram tratados com o mesmo 
protocolo de exercícios 
respiratórios. Ao grupo 
Threshold® foi associado 
protocolo de exercícios 
com treino muscular com 
equipamento Threshold®; ao 
grupo Voldyne®, foi associado 
ao protocolo o equipamento 
Voldyne®; e o grupo controle 
realizou apenas o protocolo de 
exercícios respiratórios. Sendo 
assim, o grupo Threshold®, 
quando comparado pré e 
pós intervenção, apresentou 
diferença significativa 
(p < 0,05) para todos os testes. 
No grupo Threshold® os 
resultados foram favoráveis 
quando comparados (pré e 
pós) em relação aos de forma 
satisfatória.
A melhora da autonomia 
funcional do grupo 
Threshold® do estudo de 
Fonseca e colaboradores 
mostra similaridade ao 
presente estudo, já que 
este apresentou melhora 
significativa (p < 0,05) na 
capacidade funcional.
Qualidade de vida
Pacheco e colaboradores 
(2005) realizaram estudo 
comparativo sobre qualidade 
de vida e performance 
motora em dezoito idosos, 
sendo o grupo treinado (GT) 
composto por cinco idosos do 
gênero masculino e quatro 
do feminino, que praticavam 
exercícios físicos três vezes 
por semana com tempo de 
treinamento maior ou igual 
a um ano. Os resultados 
para o sexo masculino no 
grupo treinado apresentaram 
significância estatística para 
os domínios capacidade 
funcional, aspectos físicos 
e dor do questionário SF-36 
quando comparados aos 
idosos sedentários. Em relação 
ao sexo feminino no grupo 
treinado, houve significância 
nos domínios capacidade 
funcional, dor e estado geral 
de saúde.
Observando os resultados 
do estudo de Pacheco e 
participantes comparados a 
este, houve similaridade no 
domínio capacidade funcional, 
e divergência quando 
comparados aos outros 
domínios que obtiveram 
significância estatística, 
visto que neste estudo foram 
analisados indivíduos não 
praticantes de atividade física; 
salientam Resende, Rassi e 
Viana (2008) que a atividade 
física aprimora a qualidade de 
vida.
Função respiratória e 
qualidade de vida
Segundo estudo descritivo 
de Souza (2003), cujo objetivo 
era avaliar a capacidade 
funcional de indivíduos da 
terceira idade em diferentes 
populações, os indivíduos 
foram avaliados em um 
único dia, sendo realizados 
exame físico, espirometria, 
manovacuometria e teste de 
caminhada de seis minutos. 
A amostra foi composta por 
dez alunos da universidade 
da experiência e dez internos 
do Asilo de Tubarão, com 
idade entre 57 e 77 anos. 
De acordo com Carvalho, 
Filho e Papaléo (1994), os 
idosos institucionalizados 
apresentam diminuição na 
qualidade de vida devido 
à falta de atividade física, 
além do fator psicológico 
de estarem asilados 
e, consequentemente, 
diminuição da funcionalidade.
Comparado ao estudo descrito 
de Souza (2003), o presente 
estudo mostra no grupo 
experimental significância 
na capacidade funcional 
(p = 0,053), avaliada pelo 
questionário de qualidade 
de vida SF-36. O que é 
justificado pelo treinamento 
da musculatura respiratória 
com carga linear pressórica ao 
qual foi submetido o grupo 
experimental. 
A literatura relata que a 
musculatura da respiração 
enfraquece com o progredir 
da idade. Isso ocorre devido 
ao enfraquecimento dos 
músculos esqueléticos 
somado ao enrijecimento da 
parede torácica, resultando 
na redução das pressões 
máximas inspiratórias 
e expiratórias com um 
grau de dificuldade maior 
para executar a dinâmica 
respiratória (CARVALHO; 
LEME, 2002). Em 2003 um 
estudo realizado por Souza 
avaliou a PImáx e PEmáx através 
da manovacuometria, sendo 
apresentados valores menores 
das pressões respiratórias 
máximas (PImáx –57cm H2O e 
PEmáx 70 cm H2O) nos idosos 
do Asilo de Tubarão quando 
comparados aos idosos da 
Universidade da Experiência 
(PImáx –72 cm H2O e PEmáx 
97 cm H2O). Verificados os 
dados da reavaliação do 
estudo, observam-se valores 
iguais da PEmáx e diferença 
quando comparada a PImáx, 
que na presente pesquisa 
apresentou aumento, sendo 
justificado pelo treinamento 
realizado utilizando o 
Threshold® . 
No estudo comparativo 
de Cader et al. (2006), foi 
avaliada a PImáx através da 
manovacuometria e a qualidade 
de vida através do questionário 
(WHOQOL-100). Eles tiveram 
uma amostra de 24 voluntárias, 
as quais foram divididas em 
três grupos: sedentárias (n = 8, 
média de idade 69 ± 2,06), 
idosas

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