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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 1 Professor Renato Fenili Prezado(a) amigo(a) concursando (a), Iniciamos aqui nossa jornada rumo a um excelente resultado na prova de Administração Pública, no concurso para Auditor de Controle Interno da Secretaria de Estado de Administração Pública do Distrito Federal. Tenho total certeza de que estas aulas poderão aproximá-lo da tão desejada aprovação, por dois motivos. Primeiramente, eu estava no seu lugar há quase cinco anos. Estudava para o concurso de Analista Legislativo – atribuição material e patrimônio, da Câmara dos Deputados. Eram mais de 7 mil candidatos para apenas 11 vagas. E foi a primeira vez que tive contato com o material do Ponto dos Concursos. Não tive tempo, e não vi motivo de estudar por outras fontes as matérias de AFO, Administração Pública, Administração de Materiais e Direito Constitucional. Resultado: consegui a aprovação em 6º lugar. Começa daí minha crença pela seriedade do material que disponibilizamos aqui. Outro motivo é direto: comprometi-me pessoalmente com a missão de ajudá-lo. Meu nome é Renato Ribeiro Fenili, sou natural de São Paulo e tenho 34 anos. Atualmente sou Analista Legislativo da Câmara dos Deputados. Antes disso, fui Oficial da Marinha do Brasil, servia embarcado em navio, tendo exercido o cargo de Chefe de Máquinas por cerca de dois anos. Fazia cerca de 120 dias de mar por ano, o que não me deixava alternativa a não ser estudar sozinho... não era fácil! Bom, feitas as apresentações, creio que seja hora de começarmos o estudo. A Administração Pública, apesar de não ser uma das disciplinas mais “densas” que encontramos em concursos públicos, tem suas particularidades, capazes de pegarem os desavisados de “calças curtas”. Trata-se de uma disciplina que elucida muito do funcionamento administrativo dos governos federal, estadual e municipal, em especial abordando técnicas gerenciais exaustivamente empregadas no setor privado, mas que se devem moldar às normas legais do âmbito público. Nosso curso será construído com base em exercícios comentados, precedidos ou sucedidos de sólidas exposições teóricas. Apesar de haver grande foco em exercícios, garanto que será apresentado, de forma didática, ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 2 Professor Renato Fenili todo o conteúdo teórico necessário a prover um conhecimento robusto em Administração Pública. Vejamos como será a estrutura do curso: AULA CONTEÚDO 1 2. Administração pública: do modelo racional-legal ao paradigma pós-burocrático. 2.1 O Estado oligárquico e patrimonial, o Estado autoritário e burocrático, o Estado do bem estar, o Estado regulador. 2 1. As reformas administrativas e a redefinição do papel do Estado. 1.1 Reforma do Serviço Civil (mérito, flexibilidade e responsabilização) e Reforma do Aparelho do Estado. 3 5. Excelência nos serviços públicos. 5.1 Gestão por resultados na produção de serviços públicos. 5.2 Gestão de Pessoas por Competências 4 3. Empreendedorismo governamental e novas lideranças no setor público. 3.1 Processos participativos de gestão pública: conselhos de gestão, orçamento participativo, parceria entre governo e sociedade. 8 Mudanças institucionais: conselhos, organizações sociais, organização da sociedade civil de interesse público (OSCIP), agência reguladora, agência executiva. 5 4 Governo eletrônico. 4.1 Transparência da administração pública. 4.2 Controle social e cidadania. 4.3 Accountability 6 6 Comunicação na gestão pública e gestão de redes organizacionais. 7 7 Governabilidade e governança. 7.1 Intermediação de interesses (clientelismo, corporativismo e neocorporativismo). 8 9 Processo de formulação e desenvolvimento de políticas: construção de agendas, formulação de políticas, implementação de políticas. 10 As políticas públicas no Estado brasileiro contemporâneo. 10.1 Descentralização e democracia. 10.2 Participação, atores sociais e controle social. 10.3 Gestão local, cidadania e equidade social. 11 Planejamento e avaliação nas políticas públicas: conceitos básicos de planejamento. 11.1 Aspectos administrativos, técnicos, econômicos e financeiros. 11.2 Formulação de programas e projetos. 11.3 Avaliação de programas e projetos. 11.4 Tipos de avaliação. 11.5 Análise custobenefício e análise custo-efetividade. 9 12. O ciclo do planejamento em organizações (PDCA). 13 Balanced Scorecard (BSC): principais conceitos, aplicações, mapa estratégico, perspectivas, temas estratégicos, objetivos estratégicos, relações de causa e efeito, indicadores, metas, iniciativas estratégicas. 14 Referencial Estratégico das Organizações. 14.1 Análise de ambiente interno e externo. 14.2 Ferramentas de análise de ambiente: análise swot, análise de cenários, matriz GUT. 14.3 Negócio, missão, visão de futuro, valores. 10 15 Indicadores de desempenho. 15.1 Tipos de indicadores. 15.2 Variáveis componentes dos indicadores. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 3 Professor Renato Fenili De modo geral, podemos dizer que a programação do edital, no que se refere à Administração Pública, é vasta e muito voltada às práticas e às ferramentas de gestão atualmente levadas a cabo nos diversos órgãos públicos. A Fundação Universa, organizadora do certame, não possui uma grande tradição na abordagem das disciplinas Administração Geral e Pública. No entanto, iremos recorrer o máximo às suas questões, de modo a nos familiarizar com o modo de cobrança. De extrema relevância, contudo, é o fato de a programação da disciplina “Administração Pública”, conforme consta do edital, ser a mesma (CTRL+C, CTRL+V) da programação elaborada pelo CESPE, na prova deste ano para o Tribunal de Contas da União. Assim, esta banca irá nortear nosso foco, culminando em uma sólida preparação para a prova. A aula de hoje será menos densa do que as demais de nosso curso. Trata- se de uma aula demonstrativa, na qual será trabalhado o conceito de gestão por competências. IMPORTANTE! • Esta aula, por ser apenas demonstrativa, possui menos exercícios do que as demais do curso. Em geral, iremos trabalhar de 20 a 30 questões por aula, ok? • O conteúdo desta aula poderá ser repetido ao longo de nosso curso, em especial quando abordarmos o tópico Gestão de Pessoas por Competências (aula 03). Feita esta introdução, vamos ao trabalho! ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 4 Professor Renato Fenili I. Gestão de pessoas por competências1 1. (CESPE / MPU / 2013) O modelo de gestão estratégica com base em competências é considerado uma prática cuja finalidade é melhorar o desempenho global da organização por meio do incremento do desempenho individual dos empregados. Antes de respondermos esta questão, é pertinente uma breve exposição teórica acerca da Gestão por Competências. • O Conceito de Competência Desde o final do século passado, o conceito de competência foi retomado com grande ênfase na gestão de organizações. Nesse contexto, o termo “competência” pode referir-se tanto ao indivíduo quanto à organização em si (as core competences2). O termo competência provém do vocábulo latino competentia, significando “proporção”, “justa relação”, remetendo-se à faculdade que determinada pessoa ou entidade detém para apreciar o lidar com determinado assunto. Historicamente, surge no século XV, empregado para designar a faculdade que tribunais possuíam para analisar fatos ou pronunciar julgados. Apenas noséculo XVIII observa-se a ampliação do significado original, passando a ser aplicado ao nível individual, “designando a capacidade devida ao saber e à experiência” (DIAS, 2010, p. 74). Diversos são os autores (FLEURY; FLEURY, 2001; LANA; FERREIRA, 2007, entre outros) que avaliam o artigo Testing for Competence rather than for Intelligence3, de David McClelland, publicado em 1973, como o marco inicial do debate sobre competência entre psicólogos e administradores nos Estados Unidos. Nas décadas subsequentes, este construto foi trabalhado por uma série de autores, com visões que caminhavam de uma ótica 1 O CESPE usa, de forma indistinta, os termos Gestão de Competências e Gestão por Competências. 2 São as competências centrais da organização. 3 Uma tradução livre seria: “Testando-se para Competência ao invés de para Inteligência”. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 5 Professor Renato Fenili comportamental (típica da linha de pesquisa estadunidense) a uma visão de aprendizado frente às demandas organizacionais (inerente à linha francesa). O quadro abaixo traz um apanhado de definições do conceito de competência, salientando-se distintas óticas sobre sua operacionalidade: O CONCEITO DE COMPETÊNCIA AUTOR(ES) DEFINIÇÃO Boyatizis (1982) Aspecto verdadeiro ligado à natureza humana. São comportamentos observáveis que determinam, em grande parte, o retorno da organização. Le Boterf (1997) Competência é assumir responsabilidades frente a situações de trabalho complexas buscando lidar com eventos inéditos, surpreendentes, de natureza singular. É um saber agir responsável e que é reconhecido pelos outros. Implica saber como mobilizar, integrar e transferir os conhecimentos, recursos e habilidades, num contexto profissional determinado. Zariffian (1999) Inteligência prática para situações que se apoiam sobre os conhecimentos adquiridos. Fleury e Fleury (2001) A noção de competência associa-se a verbos como: saber agir, mobilizar recursos, integrar saberes múltiplos e complexos, saber aprender, saber engajar-se, assumir responsabilidades, ter visão estratégica. As competências devem agregar valor econômico à organização e valor social ao indivíduo. Fonte: elaborado com base em Holanda et al. (2008) De modo geral, as definições convergem nos seguintes aspectos: • as competências são observadas em um contexto profissional; • o resultado é a ação frente a determinada situação exposta pelo contexto da organização. Quanto mais desafiadora a situação (inédita, complexa), mais desenvolvidas deverão ser as competências em jogo; • o retorno financeiro de uma organização é dado (também) em função das competências das quais dispõe. A despeito das diversidades conceituais afetas ao construto em análise, são recorrentes os registros, na literatura especializada, de que ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 6 Professor Renato Fenili competências podem ser entendidas como conjuntos de capacidades humanas, dispostas em três categorias ou dimensões interdependentes: As competências podem ser inerentes ao indivíduo ou à organização em si. A seguir, veremos esta particularidade que, em uma visão ampla, dá base à gestão por competências. • A Competência Individual Fleury e Fleury (2001), ao analisarem a obra de Le Boterf (1995), registram que esse autor situa a competência individual como formada por três eixos, assim discriminados: • Pessoa → trata-se da biografia, do histórico de socialização, da cultura, personalidade do indivíduo. Poder-se-ia correlacionar estes traços com a atitude que irá moldar a competência individual; • Formação educacional → refere-se à aprendizagem acadêmica obtida, culminando em determinado grau de conhecimento teórico ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 7 Professor Renato Fenili específico e de desenvolvimento intelectual. Irá compor os conhecimentos, nas competências do indivíduo; • Experiência profissional → trata-se do conhecimento prático gerado a partir do histórico de trabalho do indivíduo. Denota maior relação com as habilidades do ator social e, sem segundo plano, com seus conhecimentos. A competência individual emerge, segundo Roldão (2003), quando, perante uma situação, o ator social mostra-se capaz de mobilizar adequadamente diversos conhecimentos prévios, selecionando-os e integrando-os de forma adequada à situação-problema em questão. Deste modo, podemos adotar a seguinte definição de competência individual: Competência do indivíduo é o conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes que determinado ator organizacional dispõe e que é empregado para a consecução dos objetivos organizacionais. Pertinente é, ainda, a menção do seguinte conceito, que alia as competências do indivíduo e o seu desempenho profissional: Competências [individuais] representam combinações sinergéticas de conhecimentos, habilidades e atitudes, expressas pelo desempenho profissional, dentro de determinado contexto organizacional (DURAND, 2000; NISEMBAUM, 2000) • A Competência Organizacional Ao extrapolarmos o conceito de competência individual para o nível organizacional, tratamos de gerir o nexo entre os comportamentos dos colaboradores e os objetivos estratégicos compartilhados. Nesta ótica, sendo a organização composta por um conjunto de indivíduos unidos para a realização de tarefas, onde as características dos ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 8 Professor Renato Fenili colaboradores devem ser combinadas da forma mais eficiente possível, “introduz-se a noção da empresa como uma carteira de competências” (FLEURY; FLEURY, 2001, p. 189). Dentre as competências organizacionais, além daquelas genéricas, associadas às atividades meio e fim, sobressaem-se (MILLS et al., 2002): • Competências essenciais → são as competências centrais e mais relevantes à organização, fundamentais para a consecução dos objetivos estratégicos. Sô também conhecidas por core competencies; • Competências distintivas → são as competências que são percebidas pelos clientes como o diferencial positivo da organização. Estas competências, no setor privado, provêm vantagem competitiva. Partindo-se do pressuposto de que determinadas competências podem implicar o atingimento de metas estratégicas, ou a obtenção de vantagens competitivas, a gestão por competências passa a se revestir das características de um modelo de gestão organizacional. O modelo de gestão que dá forma à gestão por competências é, na realidade, um processo contínuo, destinado à captação e ao desenvolvimento de competências necessárias à consecução dos objetivos organizacionais (BRUNO-FARIA; BRANDÃO, 2003, p. 38). Um típico modelo de gestão por competências é retratado por Bruno- Faria e Brandão (2003), e pode ser sintetizado na observância das seguintes etapas: • formulação da estratégia da organização, bem como definição da missão, da visão de futuro e dos seus macro objetivos; • identificação das competências organizacionais necessárias à consecução dos objetivos estratégicos; • definição de indicadores de desempenho corporativo; • realização de diagnóstico das competências profissionais existentes, identificando-se uma eventual lacuna (ou gap) entre as competências organizacionais necessárias à consecução dos objetivos estratégicos e aquelas disponíveis na atualidade;ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 9 Professor Renato Fenili • o diagnóstico realizado na etapa anterior subsidia as decisões em termos de captação (recrutamento externo) ou desenvolvimento (treinamento e capacitação) de competências; • por fim, formulam-se planos operacionais e de gestão e definem-se os respectivos indicadores de desempenho e de remuneração dos indivíduos e das equipes. O modelo organizacional acima descrito pode ser assim representado4: Finalmente estamos aptos a retornarmos à questão proposta: (CESPE / MPU / 2013) O modelo de gestão estratégica com base em competências é considerado uma prática cuja finalidade é melhorar o desempenho global da organização por meio do incremento do desempenho individual dos empregados. 4 Fonte: BRUNO-FARIA; BRANDÃO, 2003, p. 38. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 10 Professor Renato Fenili Como vimos, a gestão com base em competências é, em si, um modelo de administração organizacional que visa a prover o suporte à consecução das metas estratégicas, por meio do incremento de seu desempenho global. Uma das linhas de ação, abordada na questão, é o desenvolvimento de competências internas, mediante a qual há a melhora dos desempenhos individuais. Outra linha de ação é a captação de novas competências no mercado. A questão está correta. 2. (ESAF / Receita Federal / 2012) Selecione a opção que melhor representa o conjunto das afirmações, considerando C para afirmativa correta e E para afirmativa errada. I. O conceito de competência distingue-se do conceito de qualificação, entre outras características, pelo foco nos resultados e a alta aprendizagem do contexto do primeiro. II. O processo de escolha utilizado na captação de pessoas em uma abordagem por competências é a observação e a adequação para um cargo específico. III. Na gestão de pessoas por competências, a pessoa é desenvolvida para uma determinada trajetória dentro da organização. a) E – E – C b) C – E – E c) C – C – E d) C – E – C e) E – C – E Vejamos a análise das assertivas: I. O conceito de competência abrange, necessariamente, o desempenho profissional, denotando foco em resultados ante uma hipotética situação real. De certo modo, podemos afirmar que o conceito de competência abrange o de qualificação, já que a ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 11 Professor Renato Fenili carência da última inibe o pleno exercício da primeira. A assertiva está correta; II. O foco, seja no desenvolvimento ou na captação de competências, é a concretização de uma visão de futuro da organização. Não visa, pois, a um cargo específico, mas sim à agregação de valor à carteira de competências organizacionais, que darão base à evolução da trajetória profissional dos colaboradores. A assertiva está errada; III. A assertiva espelha um entendimento correto, conforme comentários da afirmativa anterior. Reposta: D. 3. (CESPE / EBC / 2011) A gestão por competências, cuja adoção, na administração pública, não visa ao alcance dos objetivos da instituição, é conceituada como a gestão da capacitação orientada para o desenvolvimento do conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes necessários ao desempenho das funções dos servidores. Ao falarmos de gestão por competências na administração pública brasileira, vale a menção ao Decreto nº 5.707, de 23 de fevereiro de 2006, que institui a política e as diretrizes para o desenvolvimento de pessoal da administração pública federal direta, autárquica e fundacional. Para o citado normativo, eis a definição de gestão por competência: Art. 2o Para os fins deste Decreto, entende-se por: [...] II - gestão por competência: gestão da capacitação orientada para o desenvolvimento do conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias ao desempenho das funções dos servidores, visando ao alcance dos objetivos da instituição; ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 12 Professor Renato Fenili Nota-se, pois, que, na administração pública, similarmente ao observado na iniciativa privada, a gestão por competências visa à consecução dos objetivos institucionais. A assertiva está errada. 4. (CESPE / TRT 10ª Região / 2013) Entre os resultados possíveis de um mapeamento de competências, o principal deles é a lacuna de competências. A partir desse resultado, podem-se estabelecer as prioridades da gestão de pessoas. Quando há lacunas grandes de competências e não há mão de obra qualificada disponível, recomenda-se o desenvolvimento e a capacitação das pessoas. Porém, quando há lacuna de competência, mas há mão de obra qualificada disponível, pode- se priorizar a seleção ou a movimentação nas organizações. Um dos processos centrais da Gestão por Competências refere-se ao mapeamento das competências nas organizações. Este procedimento visa à identificação das competências atualmente existentes, bem como à lacuna de competências (gap), no caso de competências julgadas como necessárias não serem encontradas. No intuito de minimizar a lacuna de competências, duas são as estratégicas possíveis: desenvolvimento interno de competências (especialmente aplicada quando não há mão de obra disponível e qualificada no mercado, que atenderiam este gap) ou a captação no mercado (quando julgada conveniente e, logicamente, houver a disponibilidade de pessoal capacitado no mercado de trabalho). Feita esta exposição, infere-se que a assertiva está correta. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 13 Professor Renato Fenili 5. (FCC / TRE – PE / 2011) Gestão por competências é um modelo de gestão utilizado pelas organizações, visando a orientar os esforços dos gestores de pessoas no planejamento, captação, desenvolvimento e avaliação das competências organizacionais e humanas necessárias à consecução dos seus objetivos. Analise o gráfico e os itens I a IV abaixo: I. A identificação do gap (lacuna) de competências permite aos gestores de pessoas otimizarem as ações de captação e desenvolvimento de competências, maximizando-se a lacuna. II. O gap, na ausência de ações de captação ou desenvolvimento por parte da organização, tende a crescer. III. A complexidade do ambiente no qual as organizações estão inseridas faz com que sejam exigidas novas competências, o que tende a elevar a curva representativa das competências ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 14 Professor Renato Fenili necessárias para a concretização da estratégia organizacional. IV. A curva que representa as competências atuais disponíveis na organização tende ao declínio, se as competências tornarem-se obsoletas no tempo; por isso, as ações de captação e desenvolvimento dever ser constantes. De acordo com os dados fornecidos, é correto o que consta APENAS em: a) I e IV. b) I, II e III. c) I e II. d) III e IV. e) II, III e IV. Vejamos a análise das assertivas: I. As iniciativas de desenvolvimento interno de competências ou de captação visam à minimização da lacuna. A assertiva está errada; II. Tendo em vista que as competências necessárias são dinâmicas, alterando-se com o passar do tempo, na ausência de desenvolvimento/ captação o gap certamente irá crescer, conforme tendência evidenciada no gráfico. A assertiva está correta; III. Quanto mais complexo e mutável for o ambiente externo, maior dinamismo será imposto nas competências necessárias. A assertiva está, assim, correta; IV. A obsolescência é uma característica natural das competências organizacionais, inseridas em um ambiente dinâmico. Eis a relevância das chamadas “organizações de aprendizagem” ou “organizações que aprendem”. A assertiva está correta. Resposta: E. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 15 Professor Renato Fenili 6. (CESPE / ANAC / 2012) Nas organizações, o mapeamento de competências deve ser realizado a partir da aplicação de diferentes técnicas de coleta e análise de dados qualitativos e quantitativos. O mapeamento de competências é efetuado mediante distintas técnicas de coleta de dados: entrevistas, grupos focais, aplicação de questionários, análise documental, análise de processos mapeados etc. A questão está certa. 7. (CESPE / MPE – PI / 2012) Quando bem planejadas e executadas para suprir os gaps de competências identificados, as ações de treinamento garantem que os indivíduos apliquem no trabalho os novos CHAs5 aprendidos. Não de pode afirmar que um treinamento, independentemente de sua qualidade, seja capaz de garantir a aplicação posterior dos novos conhecimentos e habilidades aprendidos. Há de se observar que atitudes referem-se a aspectos comportamentais. Por mais que sejam também abordadas em um treinamento, refere-se a uma predisposição do indivíduo de agir em uma situação concreta. O treinamento não consegue determinar o comportamento posterior do indivíduo, mas tão somente prover orientações prévias. A questão está, portanto, errada. Ficaremos por aqui nesta aula demonstrativa. Em nosso próximo encontro, ingressaremos com maior profundidade em nossos estudos, de acordo com a programação do edital. Grande abraço e ótimos estudos! 5 CHA = Conhecimento, Habilidade e Atitude. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 16 Professor Renato Fenili QUESTÕES APRESENTADAS NESTA AULA 1. (CESPE / MPU / 2013) O modelo de gestão estratégica com base em competências é considerado uma prática cuja finalidade é melhorar o desempenho global da organização por meio do incremento do desempenho individual dos empregados. 2. (ESAF / Receita Federal / 2012) Selecione a opção que melhor representa o conjunto das afirmações, considerando C para afirmativa correta e E para afirmativa errada. I. O conceito de competência distingue-se do conceito de qualificação, entre outras características, pelo foco nos resultados e a alta aprendizagem do contexto do primeiro. II. O processo de escolha utilizado na captação de pessoas em uma abordagem por competências é a observação e a adequação para um cargo específico. III. Na gestão de pessoas por competências, a pessoa é desenvolvida para uma determinada trajetória dentro da organização. a) E – E – C b) C – E – E c) C – C – E d) C – E – C e) E – C – E 3. (CESPE / EBC / 2011) A gestão por competências, cuja adoção, na administração pública, não visa ao alcance dos objetivos da instituição, é conceituada como a gestão da capacitação orientada para o desenvolvimento do conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes necessários ao desempenho das funções dos servidores. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 17 Professor Renato Fenili 4. (CESPE / TRT 10ª Região / 2013) Entre os resultados possíveis de um mapeamento de competências, o principal deles é a lacuna de competências. A partir desse resultado, podem-se estabelecer as prioridades da gestão de pessoas. Quando há lacunas grandes de competências e não há mão de obra qualificada disponível, recomenda-se o desenvolvimento e a capacitação das pessoas. Porém, quando há lacuna de competência, mas há mão de obra qualificada disponível, pode- se priorizar a seleção ou a movimentação nas organizações. 5. (FCC / TRE – PE / 2011) Gestão por competências é um modelo de gestão utilizado pelas organizações, visando a orientar os esforços dos gestores de pessoas no planejamento, captação, desenvolvimento e avaliação das competências organizacionais e humanas necessárias à consecução dos seus objetivos. Analise o gráfico e os itens I a IV abaixo: ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 18 Professor Renato Fenili I. A identificação do gap (lacuna) de competências permite aos gestores de pessoas otimizarem as ações de captação e desenvolvimento de competências, maximizando-se a lacuna. II. O gap, na ausência de ações de captação ou desenvolvimento por parte da organização, tende a crescer. III. A complexidade do ambiente no qual as organizações estão inseridas faz com que sejam exigidas novas competências, o que tende a elevar a curva representativa das competências necessárias para a concretização da estratégia organizacional. IV. A curva que representa as competências atuais disponíveis na organização tende ao declínio, se as competências tornarem-se obsoletas no tempo; por isso, as ações de captação e desenvolvimento dever ser constantes. De acordo com os dados fornecidos, é correto o que consta APENAS em: a) I e IV. b) I, II e III. c) I e II. d) III e IV. e) II, III e IV. 6. (CESPE / ANAC / 2012) Nas organizações, o mapeamento de competências deve ser realizado a partir da aplicação de diferentes técnicas de coleta e análise de dados qualitativos e quantitativos. 7. (CESPE / MPE – PI / 2012) Quando bem planejadas e executadas para suprir os gaps de competências identificados, as ações de treinamento garantem que os indivíduos apliquem no trabalho os novos CHAs6 aprendidos. 6 CHA = Conhecimento, Habilidade e Atitude. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 19 Professor Renato Fenili GABARITO 1- C 2- D 3- E 4- C 5- E 6- C 7- E Sucesso!
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