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Crimes contra a Administração da Justiça 338 a 359 Caciatorri

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CAPÍTULO III
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA
Reingresso de estrangeiro expulso
Artigo 338: Reingressar no território nacional o estrangeiro que dele foi expulso:
Pena: reclusão, de um a quatro anos, sem prejuízo de nova expulsão após o cumprimento da pena.
1 – Sujeito ativo – Somente o estrangeiro oficialmente expulso do país.
2 – Sujeito passivo - É o Estado.
3 – Objeto jurídico – Administração da Justiça.
4 – Objeto material – é o ato oficial de expulsão do governo brasileiro.
5 – Elementos objetivos do tipo – Reingressar (voltar, ingressar novamente) no território nacional – espaço onde o Brasil exerce a sua soberania.
– Elemento subjetivo do crime - é o dolo.
7 – Classificação – próprio (particularmente, de mão própria), formal, comissivo,instantâneo, unissubjetivo,plurissubsistente.
8 – Tentativa – é admissível.
9 – Momento consumativo – quando houver o reingresso,podendo inexistir efetivo prejuízo material para o Estado.]
10 – Competência – Justiça Federal.
Denunciação caluniosa
Artigo 339: Dar causa à instauração de investigação policial, de processo judicial, instauração de investigação administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de que o sabe inocente: (Redação dada pela Lei 10028, de 2000)
Pena: reclusão, de dois a oito anos, e multa.
§ 1º - A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve de anonimato ou de nome suposto. 
§ 2º - A pena é diminuída de metade, se a imputação é de prática de contravenção.
1 – Sujeito ativo – qualquer pessoa.
2 – Sujeito passivo – É o Estado, secundariamente, a pessoa prejudicada pelas informação.
3 – Objeto jurídico – É a administração da justiça.
4 – Objeto material – é a investigação policial, o processo judicial, a investigação administrativa, o inquérito civil ou ação de improbidade administrativa indevidamente instaurados.
5 – Elementos objetivos do tipo – “Dar causa” (dar motivo ou fazer nascer algo) a instauração de investigação policial (necessita ser o inquérito policial – que é procedimento administrativo de persecução penal do Estado, destinado à formação da convicção -, não se podendo considerar os meros atos investigatórios isolados, conduzidos pela autoridade policial ou seus agentes, proporcionados pelo simples registro de ocorrência), processo judicial (envolve não somente as ações penais – sempre de interesse público, mas também as ações civis públicas), investigação administrativa (sindicâncias e processos administrativos de toda ordem), inquérito civil (procedimento administrativo, presidido pelo Ministério Público com a finalidade de colher provas para eventual propositura de ação civil pública) ou ação de improbidade administrativa (ação ajuizadas para apurar atos de improbidade administrativa previstos na Lei nº 8.429/92) contra alguém, imputando-lhe (atribuir algo a alguém) crime (para a contravenção penal há regra especial no § 2º) de que o sabe inocente. 
6 - Elemento subjetivo do tipo específico – é a vontade de induzir em erro a autoridade.
– Elemento subjetivo do crime – é o dolo na sua forma direta.
8 – Classificação – crime comum, formal, de forma livre, comissivo, instantâneo, unissubjetivo, plurissubsistente.
– Tentativa – admissível.
10 – Momento consumativo – quando houver a instauração da investigação, processo, inquérito ou ação, ainda que não ocorr5a efetivo prejuízo material para Estado ou para o denunciado.
	11 – Causa de aumento de pena (§1º) – a pena é elevada de 1/6 se o agente se serve de anonimato (é a posição assumida por alguém que escreve ou transmite uma mensagem sem se identificar) ou de nome suposto (é a posição de quem escreve algo ou transmite uma mensagem adotando um nome fictício).
	12 – Causa de diminuição de pena (§2º) – a pena é diminuída de metade (1/2), se a imputação é de prática de contravenção. O fundamento é o desvalor da conduta, isto é, a menor potencialidade lesiva que propicia à vítima da denunciação caluniosa responder por uma contravenção penal do que por um crime.
Comunicação falsa de crime ou de contravenção
Artigo 340: Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime ou de contravenção que sabe não se ter verificado:
Pena: detenção, de um a seis meses, ou multa.
1 – Sujeito ativo – qualquer pessoa.
2 – Sujeito passivo – é o Estado.
3 – Objeto jurídico – é a administração da justiça.
4 – Objeto material – é a ação da autoridade.
5 – Elementos objetivos do tipo – “Provocar” (dar causa, gerar ou proporcionar) a ação de autoridade (o tipo menciona apenas ação, logo, podem o delegado, por exemplo, registrando um boletim de ocorrência, o promotor e o juiz, requisitando a instauração de inquérito policial, tomar atitudes em busca da descoberta ou investigação de uma infração penal, ainda que não oficializem seus atos, através da instauração do inquérito policial ou do oferecime4nto ou recebimento da denúncia) comunicando-lhe (fazendo saber ou transmitindo-lhe) a ocorrência de crime ou de contravenção que sabe não se ter verificado. 
6 – Elemento subjetivo do tipo específico – é a vontade de fazer a autoridade atuar sem causa.
7 – Elemento subjetivo do crime – é o dolo na sua forma direta.
8 – Classificação – comum, formal, de forma livre, comissivo, instantâneo, unissubjetivo, plurissubsistente.
9 – Tentativa – é admissível.
10 – Momento consumativo – quando houver a comunicação de infração penal inexistente, ainda que não ocorra efetivo prejuízo para o Estado.
11 – Particularidades – Segundo o autor é possível a hipótese de tentativa inidônea (art. 17 CP) quando o agente, ainda que aja com vontade de provocar inutilmente a ação da autoridade, comunicando-lhe infração penal que sabe não se ter verificado, termina por fazer com que a autoridade policial ou judiciária encontre subsídios concretos de cometimento de um outro crime.Seria indevido punir o agente por delito contra a administração da justiça, já que esta só teve a ganhar com a comunicação efetuada. Aliás, também se configura crime impossível quando não há mais possibilidade de ação da autoridade (anistia, abolição do crime, prescrição, outros).
Auto-acusação falsa
Artigo 341: Acusar-se, perante a autoridade, de crime inexistente ou praticado por outrem:
Pena: detenção, de três meses a dois anos, ou multa.
1 – sujeito ativo – qualquer pessoa.
2 – Sujeito passivo – é o Estado.
3 – Objeto jurídico – é a administração da justiça.
4 – Objeto material – é a declaração falsa.
5 – Elementos objetivos do tipo – “Acusar-se” (é a conduta do sujeito que se auto-incrimina, chamando para si um crime que não praticou, seja porque inexistente, seja porque o autor foi outra pessoa), perante a autoridade (o agente do poder público que tenha atribuição para apurar a existência de crime e sua autoria ou determinar que tal procedimento tenha início. Portanto, é a autoridade judiciária ou policial, bem como o membro do Ministério Público), de crime inexistente (não se aceita falsa imputação de contravenção penal) ou praticado por outrem (é indispensável, para a configuração do tipo penal, que o sujeito se auto-acuse da prática de crime cometido por outra pessoa, sem ter tomado parte como co-autor ou partícipe). 
6 – Elemento subjetivo do tipo específico – é a vontade de prejudicar a administração da justiça.
7 – Elemento subjetivo do crime – é o dolo.
8 – Classificação – comum, formal, de forma livre, comissivo, instantâneo, unissubjetivo, plurissubsistente.
9 – Tentativa – é admissível, embora de difícil configuração.
10 – Momento consumativo – quando houver a auto-acusação, ainda que não ocorra efetivo prejuízo material para o Estado, ou para terceiros.
Falso testemunho ou falsa perícia
Artigo 342: Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral: (Redação dada pela Lei 10268, de 28.8.2001).Pena: reclusão, de um a três anos, e multa.
1 – Sujeito ativo – somente a testemunha, o perito, o 
2 – Sujeito passivo – É o Estado. Secundariamente, pode ser a contador, o tradutor ou o intérprete;pessoa prejudicada pela falsidade produzida;
3 – Objeto jurídico – É a administração da Justiça;
4 – Objeto material – pode ser o depoimento, o laudo, o cálculo ou a tradução;
5 – Elementos objetivos do tipo:
I - 
fazer afirmação falsa (mentir ou narrar fato não correspondente à verdade);
negar a verdade ( não reconhecer a existência de algo verdadeiro ou recusar-se a admitir a realidade);
calar a verdade (silenciar ou não contar a realidade dos fatos).
II - 
a) como testemunha (é a pessoa que viu ou ouviu alguma coisa relevante e é chamada a depor sobre o assunto em investigação ou processo);
b) como perito (é a pessoa especializada em determinado assunto, preparada para dar seu parecer técnico);
c) como contador (é o especialista em fazer cálculos);
d) como tradutor (é aquele que traslada algo de uma língua, servge de ponte para que duas ou mais pessoas possam estabelecer conversação entre si).
III – 
em processo judicial;
em processo administrativo;
inquérito policial;
juízo arbitral.
6 – Elemento subjetivo do tipo específico é a vontade de prejudicar a administração da justiça.
7– Elemento subjetivo do crime é o dolo.
8 – Classificação: próprio (particularmente de mão própria); formal, de forma livre, comissivo ou omissivo, conforme o caso; instantâneo; unissubjetivo; unissubsistente.
9 – Tentativa – não é admissível.
10 – Momento consumativo – quando houver a prática de qualquer das condutas previstas no tipo, ainda que não ocorra efetivo prejuízo material para o Estado ou para terceiros.
11 – Causas de aumento de pena:
§ 1o As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é praticado mediante suborno ou se cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo penal, ou em processo civil em que for parte entidade da administração pública direta ou indireta.
12- Causa de extinção da punibilidade
§ 2o O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade.
Corrupção ativa de testemunha ou perito:
Artigo 343: Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer outra vantagem a testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete, para fazer afirmação falsa, negar ou calar a verdade em depoimento, perícia, cálculos, tradução ou interpretação: 
Pena: reclusão, de três a quatro anos, e multa.
1 – Sujeito ativo – qualquer pessoa;
2 – Sujeito passivo – É o Estado. Secundariamente, pode ser a pessoa prejudicada pela falsidade produzida;
3 – Objeto jurídico – É a administração da justiça;
4 – Objeto material – Pode ser a testemunha, o perito, contador, tradutor ou intérprete;
5 – Elementos objetivos do tipo:
Dar (presentear ou conceder);
Oferecer (propor para que seja aceito, apresentar);
Prometer (comprometer-se a fazer alguma coisa).
- Dinheiro ou qualquer outra vantagem (indispensável que a vantagem oferecida tenha um valor econômico;
- A testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete.
d) Negar a verdade (não reconhecer a existência de algo verdadeiro ou recusar-se a admitir a realidade);
e) Calar a verdade (silenciar ou não contar a realidade dos fatos).
- Em depoimento, perícia, cálculos, tradução ou interpretação.
6 – Elemento subjetivo do tipo específico – é a vontade de prejudicar a administração da justiça;
7 – Elemento subjetivo do crime – é o dolo;
8 – Classificação: comum, formal, de forma livre, comissivo, instantâneo, unissubjetivo, unissubsistente ou plurissubsistente.
9 – Tentativa – É admissível na forma plurissubsistente;
– Momento consumativo – quando houver a prática de qualquer das condutas previstas no tipo, ainda que não ocorra efetivo prejuízo material para o Estado ou para terceiros;
Causas de aumento de pena:
Parágrafo único: As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo penal ou em processo civil em que for parte entidade da administração pública direta ou indireta. 
Coação no curso do processo
Artigo 344: Usar de violência ou grave ameaça, com o fim de favorecer interesse próprio ou alheio, contra autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada a intervir em processo judicial, policial ou administrativo, ou em juízo arbitral:
Pena: reclusão, de um a quatro anos, e multa, além da pena correspondente à violência.
1 – Sujeito ativo – qualquer pessoa;
2 – Sujeito passivo – É o Estado. Secundariamente, pode ser a pessoa que sofreu a violência ou grave ameaça;
3 – Objeto jurídico – é a administração da justiça;
4 – Objeto material – é a pessoa que sofre a coação;
	5 – Elementos objetivos do tipo:
usar (empregar ou servir-se);
de violência (coação física);
grave ameaça (séria intimidação).
Com o fim de favorecer interesse próprio ou alheio, contra autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa como funcionários que promovem o andamento processual, a testemunha que vai depor, o perito que fará o laudo, o jurado e outros que funciona ou venha a ser chamado a intervir em processo judicial, no inquérito policial ou administrativo, ou em juízo arbitral.
Restando o emprego de violência, no lugar da grave ameaça, fica o agente responsável também pelo que causar à integridade física da pessoa, devendo responder em concurso material.
	6 – Elemento subjetivo do tipo específico – é a finalidade de favorecer interesse próprio ou alheio em processo ou em juízo arbitral;
	7- Elemento subjetivo do crime – é o dolo;
	8 – Classificação: comum, formal, de forma livre; comissivo; instantâneo; unissubjetivo; plurissubsistente.
	9 – Tentativa – É admissível;
	10 – Momento consumativo – quando houver a prática de violência ou grave ameaça, ainda que não ocorra efetivo prejuízo material para o Estado ou para terceiros;
Exercício arbitrário das próprias razões (1)
Artigo 345: Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora legítima, salvo quando a lei o permite.
Pena: detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da pena correspondente à violência.
1 – Sujeito ativo – qualquer pessoa;
2 – Sujeito passivo – É o Estado. Secundariamente, pode ser a pessoa contra a qual se volta o agente;
3 – Objeto jurídico – é a administração da justiça;
4 – Objeto material – é a coisa ou pessoa que sofre a conduta típica;
– Elementos objetivos do tipo:
a) Fazer justiça pelas próprias mãos (obter, pelo próprio esforço, algo que se considere justo ou correto);
b) para satisfazer pretensão (há de ser um interesse que possa ser satisfeito em juízo, pois não teria o menor cabimento considerar crime a atitude do agente que consegue algo incabível de ser alcançado através da atividade jurisdicional do Estado);
c) Havendo o emprego de violência, fica o agente responsável à também pelo que causar à integridade física da pessoa, devendo responder em concurso material.
6 – Elemento subjetivo do tipo específico – é a finalidade de satisfazer qualquer espécie de aspiração;
7 – Elemento subjetivo do crime – é o dolo;
8 – Classificação: comum, formal, de forma livre, comissivo, instantâneo, unissubjetivo; plurissubsistente.
9 – Tentativa – é admissível;
10 – Momento consumativo – quando houver a prática de qualquer conduta apta a concretizar a figura típica, ainda que não ocorra a efetiva satisfação da pretensão do agente ou prejuízo efetivo para a vítima.
11 – Particularidade – é crime de ação penal pública ou privada, conforme o caso concreto. Inexistindo violência, deixa o Estado a ação penal sob a iniciativa exclusiva da parte ofendida. Porém, quando o agente empregar atos violentos, torna-se público o interesse, habilitando o Ministério Público a agir.
Parágrafo único: Se não há emprego de violência, somente se procede mediante queixa.
Exercício arbitráriodas próprias razões (2)
Artigo 346: Tirar, suprimir, destruir ou danificar coisa própria, que se acha em poder de terceiro por determinação judicial ou convenção.
Pena: detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
1 – Sujeito ativo – É o proprietário da coisa;
2 – Sujeito passivo – É o Estado. Secundariamente, pode ser a pessoa prejudicada pela conduta;
3 – Objeto jurídico – É a administração da justiça;
4 – Objeto material – É a coisa tirada, suprimida, destruída ou danificada;
– Elementos objetivos do tipo:
Tirar (arrancar ou retirar);
Suprimir (eliminar ou fazer com que desapareça;
Destruir (aniquilar)
Danificar (causar dano ou provocar estrago);
 e) Coisa própria (objeto pertencente ao próprio sujeito ativo, pode ser coisa móvel ou imóvel);
 f) Que se acha em poder de terceiro por determinação judicial ou convenção (deve estar sob a esfera de proteção e vigilância de terceiro, seja porque o juiz assim determinou, como, por exemplo, ocorre com coisa penhorada e guardada em depósito, seja porque as partes haviam acordado que dessa maneira aconteceria, como ocorreria com o automóvel alugado em poder do locatário); Trata-se de tipo misto alternativo, significando que o agente pode praticar uma única conduta ou todas e o delito será um só.
– Elemento subjetivo do tipo específico – não há;
– Elemento subjetivo do crime – é o dolo;
8 – Classificação: próprio, material, de forma livre, comissivo, instantâneo, unissubjetivo, plurissubsistente;
9 – Tentativa – é admissível;
10 – Momento consumativo – quando houver a subtração, supressão, destruição ou dano à coisa que estiver em poder de terceiro;
Fraude processual
Artigo 347: Inovar artificiosamente, na pendência de processo civil ou administrativo, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de induzir a erro o juiz ou o perito:
Pena: detenção, de três meses a dois anos, e multa.
1 – Sujeito ativo – qualquer pessoa;
2 – Sujeito passivo – É o Estado. Secundariamente, pode ser a pessoa prejudicada pela inovação artificiosa;
3 – Objeto jurídico – É a administração da justiça;
4 – Objeto material – é a coisa, a pessoa ou o lugar que sofre a inovação;
5 – Elementos objetivos do tipo:
Inovar (introduzir uma novidade capaz de gerar engano);
Artificiosamente (usar um recurso engenhoso, malícia ou ardil);
c) Na pendência de processo civil ou administrativo (não estão abrangidas as investigações de natureza civil e as sindicâncias);
O estado de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de induzir a erro juiz ou o perito.
6 – Elemento subjetivo do tipo específico – é a vontade de fraudar o processo, levando o juiz ou o perito a erro;
7 – Elemento subjetivo do crime – é o dolo;
8 – Classificação – comum, formal, de forma livre, comissivo, instantâneo, unissubjetivo, plurissubsistente;
9 – Tentativa – é admissível;
10 – Momento consumativo – quando houver a inovação, ainda que não ocorra efetivo prejuízo para o Estado ou para terceiro.
11 – Causa de aumento de pena;
Parágrafo único: Se a inovação se destina a produzir efeito em processo penal, ainda que não iniciado, as penas aplicam-se em dobro.
12 – Particularidade: O crime destina-se, portanto, àquele que não é réu, diretamente envolvido no processo, mas busca alterar o estado de coisa,lugar ou pessoa para levar a erro o magistrado ou o perito.
Favorecimento pessoal
Artigo 348: Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública autor de crime a que é cominada pena de reclusão.
Pena: detenção, de um a seis meses, e multa.
1 – Sujeito ativo – qualquer pessoa;
2 – Sujeito passivo – O Estado;
3 – Objeto jurídico – é a administração da justiça;
4 – Objeto material – é a autoridade enganada;
5 – Elementos objetivos do tipo;
Auxiliar a subtrair-se (fornecer ajuda a alguém para fugir, esconder-se ou evitar a ação da autoridade que o busca) à ação de autoridade pública (pode ser juiz, o promotor, o delegado ou qualquer outra que tenha legitimidade para buscar o procurado) autor de crime a que é cominada pena de reclusão. 
6 – Elemento subjetivo do tipo específico – é a vontade de ludibriar a autoridade, deixando de fazer prevalecer a correta administração da justiça;
7– Elemento subjetivo do crime – é o dolo
8– Classificação – comum, material, de forma livre, comissivo, instantâneo, unissubjetivo, plurissubsistente.
	9 – Tentativa – é admissível.
10 – Momento consumativo – quando houver a efetiva ocultação do procurado da autoridade pública;
11 – Figura Privilegiada.
§ 1º - Se ao crime não é cominada pena de reclusão:
Pena: detenção, de quinze dias a três meses, e multa.
12 – Imunidade absoluta (escusa absolutória)
§ 2º - Se quem presta o auxílio é ascendente, descendente, cônjuge ou irmão do criminoso, fica isento de pena.
Favorecimento real
Artigo 349: Prestar a criminoso, fora dos casos de co-autoria ou de receptação, auxílio destinado a tornar seguro o proveito do crime.
Pena: detenção, de um a seis meses, e multa.
1 – Sujeito ativo – qualquer pessoa;
2 – Sujeito passivo – é o Estado;
3 – Objeto jurídico – é a administração da justiça;
4 – Objeto material – é proveito do crime;
5 – Elementos objetivos do tipo:
Prestar auxílio (ajudar ou dar assistência) a criminoso (há de ser a pessoa que comete o crime, não se incluindo os inimputáveis, fora dos casos de co-autoria (leia-se também o partícipe) ou de receptação (há tipo específico para puni-lo), destinado a tornar seguro o proveito do crime (é o ganho, o lucro ou a vantagem auferida pela prática do delito; pode ser bem móvel ou imóvel, material ou moral).
6 – Elemento subjetivo do tipo específico – é a vontade de tornar seguro o proveito do crime;
7 – Elemento subjetivo do crime – é o dolo;
8 – Classificação – comum, formal, de forma livre, comissivo, instantâneo, unissubjetivo, plurissubsistente.
9 – Tentativa – é admissível;
10 – Momento consumativo – quando houver a prestação do auxílio, independentemente de ocorrer efetivo prejuízo para o Estado ou para terceiro.
Artigo 349-A: Ingressar, promover, intermediar, auxiliar ou facilitar a entrada de aparelho telefônico de comunicação móvel, de rádio ou similar, sem autorização legal, em estabelecimento prisional. (Incluído pela Lei 12012, de 2009).
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.
Exercício arbitrário ou abuso de poder
Artigo 350: Ordenar ou executar medida privativa de liberdade individual, sem as formalidades legais ou com abuso de poder.
Pena: detenção, de um mês a um ano.
Parágrafo único: Na mesma pena incorre o funcionário que:
I - ilegalmente recebe e recolhe alguém a prisão, ou a estabelecimento destinado a execução de pena privativa de liberdade ou de medida de segurança; 
II - prolonga a execução de pena ou de medida de segurança, deixando de expedir em tempo oportuno ou de executar imediatamente a ordem de liberdade; 
III - submete pessoa que está sob sua guarda ou custódia a vexame ou a constrangimento não autorizado em lei;
IV - efetua, com abuso de poder, qualquer diligência.
Artigo foi revogado.
Fuga de pessoa presa ou submetida a medida de segurança
Artigo 351: Promover ou facilitar a fuga de pessoa legalmente presa ou submetida a medida de segurança detentiva.
Pena: detenção, de seis meses a dois anos.
§ 1º - Se o crime é praticado a mão armada, ou por mais de uma pessoa, ou mediante arrombamento, a pena é de reclusão, de dois a seis anos.
§ 2º - Se há emprego de violência contra pessoa, aplica-se também a pena correspondente à violência.
§ 3º - A pena é de reclusão, de um a quatro anos, se o crime é praticado por pessoa sob cuja custódia ou guarda está o preso ou o internado.
§ 4º - No caso de culpa do funcionário incumbido da custódia ou guarda, aplica-se a pena de detenção, de três meses a um ano, ou multa.
- Sujeito ativo – qualquer pessoa.
- Sujeito passivo – o Estado.
- Elemento subjetivo do crime – dolo – culpa somente no § 4º.
- Tentativa – é admissível.
- Momento consumativo – quando houver a fuga.
Evasão mediante violência contraa pessoa
Artigo 352: Evadir-se ou tentar evadir-se o preso ou o indivíduo submetido a medida de segurança detentiva, usando de violência contra a pessoa:
Pena: detenção, de três meses a um ano, além da pena correspondente à violência.
- Sujeito ativo – o preso ou aquele submetido a medida de segurança;
- Sujeito passivo – o estado e a eventual vítima;
- Classificação – trata-se de crime próprio
- Tentativa – não cabe, o crime já é de atentado;
- Consumação – quando houver a violência visando a fuga;
Obs. Se o fato ocorrer no momento da decretação da prisão – o crime será de resistência
Arrebatamento de preso
Artigo 353: Arrebatar preso, a fim de maltratá-lo, do poder de quem o tenha sob custódia ou guarda.
Pena: reclusão, de um a quatro anos, além da pena correspondente à violência.
- Sujeito ativo – qualquer pessoa;
- Sujeito passivo – é o Estado;
- Objeto jurídico p administração da justiça;
- Objeto material o preso arrebatado;
- Elemento subjetivo do tipo específico – vontade de maltratar;
- Elemento subjetivo do crime – dolo;
- Tentativa – admissível;
- Consumação – quando houver o arrebatamento do preso, ainda que não seja maltratado.
Motim de presos
Artigo 354: Amotinarem-se presos, perturbando a ordem ou disciplina da prisão.
Pena: detenção, de seis meses a dois anos, além da pena correspondente à violência.
- Sujeito ativo – somente o preso;
- Sujeito passivo – Estado;
- Objeto jurídico – administração da justiça;
- Objeto material – disciplina carcerária;
- Elemento subjetivo do tipo – dolo;
- Tentativa – admissível;
- Consumação – quando houver o confronto com a ordem vigente do estabelecimento penal;
Patrocínio infiel
Artigo 355: Trair, na qualidade de advogado ou procurador, o dever profissional, prejudicando interesse, cujo patrocínio, em juízo, lhe é confiado.
Pena: detenção, de seis meses a três anos, e multa.
Patrocínio simultâneo ou tergiversação
Parágrafo único: Incorre na pena deste artigo o advogado ou procurador judicial que defende na mesma causa, simultânea ou sucessivamente, partes contrárias.
- Sujeito ativo – Advogado somente;
- Sujeito passivo – Estado – secundariamente a pessoa prejudicada;
- Objeto material – pessoa que sofre prejuízo;
- Elemento subjetivo do crime – dolo;
- Tentativa – admissível;
- Consumação – quando houver o ato de traição, ainda que ausente o prejuízo.
Sonegação de papel ou objeto de valor probatório
Artigo 356: Inutilizar, total ou parcialmente, ou deixar de restituir autos, documento ou objeto de valor probatório, que recebeu na qualidade de advogado ou procurador.
Pena: detenção, de seis a três anos, e multa.
1 – Sujeito ativo – somente o advogado ou procurador judicial;
2 – Sujeito passivo – é o Estado, secundariamente, a pessoa prejudicada;
3 – Objeto jurídico – é a administração da justiça;
4 – Objeto material – são os autos, documentos ou objetos probatórios;
5 – Elemento subjetivo do crime – é o dolo;
6 – Classificação – próprio,material e formal, de forma livre, comissivo ou omissivo,instantâneo, unissubjetivo e plurissubjetivo;
7 – Tentativa - admissível
8 – Momento consumativo – quando houver qualquer das condutas típicas ainda que não concretize prejuízo para o Estado e para terceiro;
Exploração de prestígio
Artigo 357: Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade, a pretexto de influir em juiz, jurado, órgão do Ministério Público, funcionário de justiça, perito, tradutor, intérprete ou testemunha:
Pena: reclusão, de um a cinco anos, e multa.
Parágrafo único: As penas aumentam-se de um terço, se o agente alega ou insinua que o dinheiro ou utilidade também se destina a qualquer das pessoas referidas neste artigo.
1 – Sujeito ativo – qualquer pessoa;
2 – Sujeito passivo – É o Estado;
3 – Objeto Jurídico – é a administração da justiça;
4 – Objeto material – é o dinheiro ou a utilidade recebida ou solicitada;
5 – Elementos objetivos do tipo – são os verbos solicitar ou receber, a pretexto de influir;
– Elemento subjetivo do tipo específico – é a finalidade de influir na ação do juiz, jurado,membro do Ministério Público, funcionário da justiça, perito, tradutor, intérprete ou testemunha;
– Elemento subjetivo do crime – é o dolo
– Classificação – comum, formal, de forma livre, comissivo, instantâneo, unissubjetivo, unissubsistente ou plurissubsistente, conforme o caso;
– Tentativa – é admissível;
– Momento consumativo – quando houver a prática de qualquer das condutas típicas,ainda que não se concretize prejuízo efetivo pafrao Estado e para terceiros;
Causa de aumento de pena:
A pena eleva-se de um terço, se o agente alega,insinua que o dinheiro ou utilidade também se destina a qualquer das pessoas referidas neste artigo. Ao valer-se dos verbos alegar e insinuar, o tipo penal deixa claro que tais pessoas não estão envolvidas no fato,mas são usadas pelo agente para a obtenção da vantagem.
Violência ou fraude em arrematação judicial
Artigo 358: Impedir, perturbar ou fraudar arrematação judicial; afastar ou procurar afastar concorrente ou licitante, por meio de violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem.
Pena: detenção, de dois meses a um ano, ou multa, além da pena correspondente à violência.
1 – Sujeito ativo – qualquer pessoa;
2 – Sujeito passivo – É o Estado, secundariamente o terceiro prejudicado;
3 – Objeto jurídico – é a administração da justiça;
4 – Objeto material – é a arrematação judicial ou a pessoa que desta toma parte;
5 – Elementos objetivos do tipo – são os verbos, impedir, perturbar ou fraudar, afastar, procurar afastar;
– Elemento subjetivo do crime – é o dolo;
	7 – Classificação – comum, formal (nas modalidades de perturbar e procurar afastar) e material (nas formas de impedir, fraudar e afastar); de forma livre, comissivo, instantâneo, unissubjetivo, plurissubsistente;
	8 – Tentativa – admissível;
	9 – Momento consumativo – quando houver a prática das condutas típicas, ainda que eventualmente, não se concretize prejuízo efetivo para o Estado e para terceiros.
Desobediência a decisão judicial sobre perda ou suspensão de direito
Artigo 359: Exercer função, atividade, direito, autoridade ou múnus, de que foi suspenso ou privado por decisão judicial.
Pena: detenção, de três meses a dois anos, ou multa.
1 – Sujeito ativo – somente a pessoa suspensa ou privada de direito por decisão judicial;
2 – Sujeito passivo – É o Estado;
3 – Objeto jurídico – É a administração da justiça;
4 – Objeto material – É a função, atividade, direito, autoridade ou múnus;
5 – Elementos objetivos do tipo – é o verbo, exercer a função;
6 – Elemento subjetivo do crime – é o dolo;
7 – Classificação – próprio, formal, de forma livre, comissivo, habitual, unissubjetivo, plurissubsistente;
8 – Tentativa – não é admissível;
9 – Momento consumativo – quando houver a prática habitual da função, atividade, direito, autoridade ou múnus, de que estava suspenso ou privado.
Particularidade:
a) a suspensão ou a proibição de dirigir veículos, advinda da prática de crime de trânsito, constitui decisão judicial, no entanto, não se aplica o artigo em estudo porque existe tipificação própria na Lei de Trânsito – art. 307 da Lei, 9503/97;
b) o descumprimento da medida protetiva prevista no art. 22, II e III, da Lei 11.340/06, constitui o crime de desobediência previsto no artigo 330 do CP e não o artigo em estudo, apesar de tratar-se de decisão judicial;
c) no mesmo sentido a infringência a pena alternativa de interdição temporária de direitos, pois a sua revogação poderá redundar na substituição pela pena privativa de liberdade.

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