Buscar

DIREITO PENAL COMUM 27-12

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 57 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 57 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 57 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DIREITO PENAL COMUM – CEFC 
2 
 
AUTORIDADES 
 
Governador do Estado do Rio de Janeiro 
Exmº Sr Cláudio Bonfim de Castro e Silva 
 
Secretário de Estado de Polícia Militar 
Exmº Sr Coronel PM Luiz Henrique Pires 
 
Subsecretário de Estado de Polícia Militar 
Ilmº Sr Coronel Carlos Eduardo Sarmento da Costa 
 
Diretor-Geral de Ensino e Instrução 
Ilmº Sr Coronel PM Marco Aurelio C. Guarabyra Vollmer 
 
Comandante do CFAP 31 de Voluntários 
Ilmº Sr Coronel PM Marcelo Andre Teixeira da Silva 
 
Comandante do Centro de Educação a Distância da Polícia Militar 
Ilmº Sr Tenente-Coronel PM Alexandre Moreira Soares 
 
 
DIREITO PENAL COMUM – CEFC 
3 
APRESENTAÇÃO 
 
Estamos vivendo a era da tecnologia, na qual a informação está cada dia mais 
latente e veloz em nossa rotina diária. Este curso tem por objetivo , formar e 
especializar os Cabos da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro. Para tal, o 
Curso ocorrerá na modalidade à Distância, pois as disciplinas ocorrerão no 
ambiente virtual de aprendizagem, por intermédio da Escola Virtual, no Centro 
de Educação a Distância Cel Carlos Magno Nazaré Cerqueira (CEADPM) e as 
avaliações de forma presencial no Centro de Formação e Aperfeiçoamento de 
Praças ( CFAP 31 Vol.). 
É fundamental o seu empenho no curso, pois você terá na parte EaD 
autonomia de estudos e de horários, mas também é necessário disciplina e 
dedicação para o êxito dessa jornada, pois alcançar o sucesso depende do 
esforço coletivo e também individual, objetivando que nossos policiais sejam 
cada vez mais qualificados, bem treinados e especializados, para cumprirmos 
nossa missão, buscando cada vez mais a excelência de nossas ações. 
O bom treinamento envolve aspectos físicos e cognitivos, na era da 
informação e da tecnologia, precisamos nos aprimorar cada vez mais a fim de 
garantir uma tropa consciente, respeitosa, pautada em valores morais e 
institucionais, garantindo assim o cumprimento de suas funções com dignidade 
e excelência. 
Esperamos que você aproveite ao máximo os conhecimentos adquiridos 
através deste curso e busque uma reflexão acerca de suas funções perante a 
sociedade e seus companheiros de profissão. Que seja um momento de 
repensar as práticas e fortalecer seu vínculo profissional, ampliando cada vez 
mais seus conhecimentos para lidar com as particularidades de ser um Policial 
Militar no Estado do Rio de Janeiro. 
 
Desejamos a todos bons estudos! 
Marco Aurélio C. Guarabyra Vollmer – Coronel PM 
Diretor-Geral de Ensino e Instrução 
Marcelo André Teixeira da Silva – Coronel PM 
Comandante do CFAP 
 
DIREITO PENAL COMUM – CEFC 
4 
Desenvolvedores 
Supervisão Geral EAD 
MAJ PM Rodrigo Fernandes Ferreira 
Equipe Técnica 
SUBTEN PM Willian Jardim de Souza 
3º SGT PM Edson dos Santos Vasconcelos 
SD PM Lucas Almeida de Oliveira 
SD PM Diogo Ramalho Pereira 
Diagramação 
2º SGT PM Alan dos Santos Oliveira 
2º SGT PM Wallace Reis Fernandes 
CB PM Michele Pereira da Silva de Oliveira 
CB PM Vanessa Souza Rino Bahia 
Design Instrucional 
1º SGT PM Eloisa Cláudia Clemente de Almeida 
CB PM Michele Pereira da Silva de Oliveira 
Filmagem e Edição de Vídeo 
CB PM Renan Campos Barbosa 
SD PM Alessandra Albuquerque da Silva 
Designer Gráfico / Diagramação Interativa 
2º SGT PM Wallace Reis Fernandes 
SD PM Leonardo da Silva Ramos 
Suporte ao Aluno 
CB PM Vanessa Souza Rino Bahia 
 
CFAP 
 
Supervisão e Coordenação Pedagógica 
CAP PM Ped. Patrícia Kalife 
3ºSGT Rodrigo Barroso Candido 
CB PM Juliana Pereira de Carvalho 
CB PM Fernanda Belisio Oliveira dos Santos 
SD PM Eduarda Vasconcellos Dias de Oliveira 
 
Conteudista 
1º TEN PM Luciana Ribeiro Almeida 
DIREITO PENAL COMUM – CEFC 
5 
 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 6 
VAMOS VER OS CONCEITOS E FUNDAMENTOS? ............................................... 7 
VOCÊ SABE O QUE É DIREITO PENAL OBJETIVO E DIREITO PENAL 
SUBJETIVO? ......................................................................................................................... 10 
FONTES DO DIREITO PENAL E A INTERPRETAÇÃO DA NORMA E DA 
LEI PENAL ............................................................................................................................. 11 
DOLO, CULPA, ERRO DE TIPO E EXCLUDENTE DE ILICITUDE – 
CONCEITOS E AÇÃO PENAL ........................................................................................ 15 
AÇÃO PENAL ........................................................................................................................ 19 
RELAÇÃO DE CAUSALIDADE ....................................................................................... 20 
ANÁLISE DE ALGUNS TIPOS PENAIS .................................................................... 22 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO PENAL COMUM – CEFC 
6 
INTRODUÇÃO 
 
De todos os ramos da grande árvore jurídica, o Direito Penal é 
aquele que protege os valores mais preciosos e significativos para a 
convivência social. Quais são esses valores? São por exemplo, a vida, 
a saúde, a honra, a liberdade, a paz pública. Em razão de relevante 
importância desses valores,quando alguém pratica um homicídio não 
compete aos parentes ou amigos da vítima punir o autor do delito. A 
maioria dos crimes tem caráter público e não privado. Ofende a todos, 
isto é, à sociedade e não exclusivamente a vítima. Portanto, compete 
ao Estado - Juiz, como representante da sociedade, o direito e o dever 
de punir os infratores da Leipenal. 
O conjunto dos profissionais chamados de “operadores do 
direito” não se limitam aos juízes, promotores, advogados e aos 
agentes das polícias judiciárias, mas, também, aos policiais militares. 
O conhecimento jurídico é imprescindível para o policial militar 
não incidir em práticas de atos arbitrários, que consistem em 
posicionamentos antagônicos à prática de atos discricionários, o policial 
militar deve ter a noção exata dos contornos legais da 
discricionariedade. Destarte, não existe outra forma senão estudar as 
leis, conhecer a doutrina e, ainda, tomar contato com a jurisprudência, 
como faz um bom operador dodireito. 
Diante disto, é importante que ele receba uma boa formação 
técnico-jurídica para que se sinta preparado e, consequentemente, 
encontre-se seguro ao tomar decisões, 
sob o peso da responsabilidade de quem 
representa o próprio Estado e, nessa 
condição, é o primeiro normalmente a 
tomar contato com situação de conflito, 
adotando providências imediatas e 
indispensáveis para o restabelecimento 
da ordem pública. 
DIREITO PENAL COMUM – CEFC 
7 
VAMOS VER OS CONCEITOS E FUNDAMENTOS? 
 
Finalidade do direito penal 
 
“Ninguém será obrigado a fazer ou a 
deixar de fazer alguma coisa senão em 
virtude de lei”, 
 
Dispositivo pétreo da nossa Constituição Republicana 
consagra o Princípio da Legalidade, que deve nortear o entendimento 
do Direito Penal, portanto, a proteção dos bens jurídicos mais 
importantes e necessários para a própria sobrevivência da sociedade 
perpassam pela legalidade, evitando o exercício arbitrário da própria 
razão ou o uso violento da força sem reserva legal para tanto, 
funcionando como um instrumento de controle social. 
 
Códigos penais do Brasil 
 
Pensando na história, desde que o homem passou a viver em 
sociedade até quando iniciou o controle social temos diversas fases, 
começando na punição oriunda dos deuses ou para satisfazer suas 
aspirações, passando pela vingança privada e chegando na vingança 
pública. Atualmente vivemos a fase humanitária, onde as penas 
devem corresponder ao crime cometido, não na ideia de vingança, 
antes correção.Feita a síntese genérica e mui rápida, vejamos os 
códigos penais do nosso país: 
 
1. Período colonial – do descobrimento ao Império.Valia o 
direito Lusitano e vigoravam as Ordenações Afonsinas que 
foram substituídas pelas Ordenações Manuelinas e por fim 
Ordenações Filipinas. O que haviam de comum nessas 
Ordenações era que não se adotava o princípio da reserva legal, 
DIREITO PENAL COMUM – CEFC 
8 
antes sem direito a defesa e com penas cruéis e desproporcionais 
o Estado punia o criminoso; 
 
 
 
 
 
 
 
 
GRAVURA REPRESENTANDO A PENA DE MORTE IMPOSTA 
 
2. Período Imperial–Grande avanço humanitário em relação ao 
período anterior, proibindo torturas, marcas de ferro, açoites 
entre outras práticas como a personalização da pena, que passou 
a ser apenas do delinquente, mas foram mantidas a pena de 
morte, trabalho forçado, banimento entre outras. Foram editados 
os códigos penais: 
 
1) Código Criminal do Império do Brasil – 1830; 
2) Código Penal dos Estados Unidos do Brasil – 1890; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GRAVURA REPRESENTANDO A ASSINATURA DO CÓDIGO CRIMINAL 
DIREITO PENAL COMUM – CEFC 
9 
3. Período Republicano – é o atual, com grandes tendências 
humanitárias, contudo atualmente marcado pela fragilidade do 
Estado no enfrentamento a criminalidade crescente e 
desenfreada. Foram editados os seguintes códigos: 
 
1) Consolidação das Leis Penais – 1932; 
2) Código Penal – 1940, cuja parte especial, com algumas 
alterações, vigora até hoje; 
3) Código Penal – 1969, que teve uma ‘vacatio legis’ de 
aproximadamente nove anos, e foi revogado sem nunca ter 
entrado em vigor; 
4) Código Penal – 1984, que revogou tão somente a parte geral 
do Código de 1940. 
 
Assim, o nosso atual Código possui uma parte geral (arts. 1o a 
120), que reporta a 1984, e uma parte especial (arts. 121 a 361), que 
reporta a 1940 com alterações. Embora muitas leis esparsas tenham 
sido editadas, nosso código penal já está ultrapassado carecendo de 
uma nova edição. 
 
 
 
 
DIREITO PENAL COMUM – CEFC 
10 
VOCÊ SABE O QUE É DIREITO PENAL OBJETIVO E DIREITO 
PENAL SUBJETIVO? 
 
Direito penal objetivo– em síntese são as Leis 
em vigor, ou seja, as editadas e não revogadas. 
 
Direito Penal subjetivo– é a possibilidade que tem o Estado de punir 
o cidadão dentro da sociedade, que abarca: 
 
1. A possibilidade de criar Leis, impondo sanção a determinados 
comportamentos abstratamente considerados; 
2. O poder-dever de aplicar a pena cominada quando ocorrer, 
concretamente, o comportamento proscrito; 
3. O poder-dever de executar a pena aplicada, forçando o 
delinquente condenado a efetivamente se submeter à sanção 
que lhe foi imposta; 
4. A possibilidade de abolir figuras delitivas ou restringir o alcance 
da mesma. 
 
Nos itens 2 e 3 – a polícia é um dos órgãos que tem esse 
poder-dever! 
DIREITO PENAL COMUM – CEFC 
11 
FONTES DO DIREITO PENAL E A INTERPRETAÇÃO DA NORMA E 
DA LEI PENAL 
 
 
Vamos ver os conceitos e considerações gerais da 
Infração penal? 
 
O legislador penalista estabeleceu diferença entre crime (ou 
delito - sinônimo) e contravenção penal, mas essa diferença não 
é essencial, situando-se, tão somente, no campo da pena. Os delitos 
sujeitam seus autores a penas de reclusão e detenção, enquanto as 
contravenções, no máximo, implicam prisão simples, portanto, o 
critério é exclusivamente político. 
Uma contravenção muito comum no cotidiano do policial é o 
cidadão não querer se identificar, conforme o artigo 68 da 
LCP.Interessante notar que a rigor não existe diferença entre ilícito 
civil e penal, pois ambos são infrações à Lei, contudo, o ilícito penal 
afronta bens jurídicos mais importantes para a sociedade. 
Um ilícito civil muito comum em nossa cidade é o ato de urinar 
na rua, punido com multa, cujo agente fiscalizador é a prefeitura 
municipal, não a polícia. 
 
 
 
DIREITO PENAL COMUM – CEFC 
12 
Agora no tocante ao conceito de crime, nosso legislador não o 
conceituou!!!Portanto, este é essencialmente jurídico. Você sabia que 
o crime pode apresentar três conceitos diferentes: 
 
1. Conceito formal; 
2. Material e 
3. Conceito analítico. 
 
Vamos ver cada um? 
 
1. CONCEITO FORMAL – o crime é determinado pelo conceito 
da Lei; 
 
2. CONCEITO MATERIAL – todo o fato humano lesivo de um 
interesse capaz de comprometer as condições de existência, 
de conservação e de desenvolvimento da sociedade. É a 
conduta que viola os bens jurídicos mais importantes. 
 
3. CONCEITO ANALÍTICO – crime é ação típica (tipicidade – 
reserva legal), antijurídica ou ilícita (ilicitude – 
comportamento contrário a lei) e culpável (culpabilidade– 
consciência que afere dolo ou culpa). 
Aqui começa a confusão, pois nesse ponto se conceitua o 
crime a partir dos seus elementos, 
principalmente pela posição pacífica 
em que o crime é um fato típico, ilícito 
e culpável. O principal motivo dos 
debates é a conduta. Existem três 
teorias acerca da conduta – causal, 
social e finalista.Para nosso estudo 
importa duas formas de condutas 
humanas: AÇÃO E OMISSÃO. 
DIREITO PENAL COMUM – CEFC 
13 
Os crimes podem ser praticados por ação (crimes comissivos) ou 
por omissão (crimes omissivos). Os crimes comissivos consistem num 
fazer, numa ação positiva. Os crimes omissivos consistem na 
abstenção da ação devida. 
Os crimes omissivos dividem-se em:omissivos próprios (ou 
omissivos puros) – deixar de socorrer (135 CP), por exemplo sem o 
dever de agir, respondendo apenas pelo não agir e nunca pelo 
resultado; e comissivos por omissão (omissivos impróprios– 13§ 
2º CP) – deixar de socorrer, sendo policial ou bombeiro ou qualquer 
agente garantidor. Há de se avaliar o crime de deixar de socorrer e o 
resultado da omissão do dever de agir. 
Um caso interessante para nosso 
cotidiano é o caso da tortura, pois a Lei 
9455/97 pune a conduta de quem se 
omite em face da tortura, quanto tinha o 
dever de evitar ou apurar o fato. 
A conduta penal ainda precisa ser 
analisada sob o aspecto do dolo e da 
culpa. 
DOLOSA – ocorre quando o agente quer o resultado ou assume 
o risco de produzi-lo; 
CULPOSA – ocorre quando o agente dá causa ao resultado em 
virtude de sua imprudência, imperícia ou negligência. 
 
Via de regra, os crimes só podem ser dolosos, sendo culposos 
apenas quando houver previsão legal expressa nesse sentido. De 
acordo com o artigo 18, PARÁGRAFO ÚNICO, do CP. Salvo os casos 
expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como 
crime, senão quando o pratica dolosamente. 
Interessante e oportuno trazer ao conhecimento que se não 
houver vontade dirigida à produção de um resultado qualquer, não 
haverá, penalmente falando, conduta. 
DIREITO PENAL COMUM – CEFC 
14 
Ocorre nos casos de: 
a) força irresistível (seja proveniente da natureza ou da ação de 
um terceiro); 
b) movimentos reflexos (só excluem a conduta quando 
absolutamente imprevisíveis); 
c) estados de inconsciência, entre outros. 
 
Outro ponto a destacar é que a simples vontade de delinquir não 
é punível, se não for seguida de um comportamento externo. Nem 
mesmo o fato de outras pessoas tomarem conhecimento da vontade 
criminosa será suficiente para torná-la punível. É necessário que o 
agente, pelo menos, inicie a execução da ação que pretende realizar 
(a exceção é no crime de terrorismo e o de quadrilha ou bando). 
Logo, o ‘Iter Criminis’ divide-se duas fases: uma interna e outra 
externa. Na fase interna, está a cogitação. Já na fase externa, estão 
preparação, execução e consumação. É importante perceber que nem 
todo crime percorre o iter criminis completo. (Crimes tentados, crimes 
de terrorismo, quadrilha ou bando). 
O crime pode ser Permanente, continuado ou instantâneo. 
Crime permanente é aquele crime que a sua consumação se 
estende no tempo. 
Crime continuado quando o agente pratica várias condutas, 
implicando na concretização de vários resultados, terminando por 
cometer infrações penais de mesmas espécies, em circunstânciasparecidas de tempo, lugar e modo de execução, aparentando que umas 
são meras continuações de outras. Em face 
disso aplica-se a pena de um só dos delitos. 
Já o crime instantâneo é porque a 
consumação ocorre num só momento, num 
instante, sem continuidade temporal. Um 
segredo para identificá-los é analisar o 
verbo descrito no tipo penal. 
DIREITO PENAL COMUM – CEFC 
15 
DOLO, CULPA, ERRO DE TIPO E EXCLUDENTE DE ILICITUDE – 
CONCEITOS E AÇÃO PENAL 
 
Dolo 
 
Oartigo 18 do CPdiz do crime doloso: quando o agente quis o 
resultado ou assumiu o risco de produzi-lo, logo, dolo é a vontade livre 
e consciente de realizar a conduta prevista no tipo penal incriminador. 
Para juristas o dolo possui inúmeras classificações. Nós ficaremos 
apenas com o dolo direto e o eventual. Assim, dolo direto é aquele 
em que o agente quer o resultado e o indiretoou eventual onde o 
agente assume o risco de causá-lo. 
 
Culpa 
 
O mesmo artigo 18do CP diz do crime culposo: quando o agente 
deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia 
e no seu PARÁGRAFOÚNICO afirma que salvo os casos expressos em 
lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, senão 
quando o pratica dolosamente. 
Nos delitos culposos, a conduta do agente é dirigida, em regra, 
a um fim lícito. Não há conduta sem finalidade, seja ela dolosa ou 
culposa. Cabe ressaltar 
que na conduta dolosa a 
ação é impulsionada por 
uma finalidade ilícita já 
na culposa, visto ser a 
finalidade geralmente 
lícita, precisar-se-á 
analisar o resultado. 
 
 
DIREITO PENAL COMUM – CEFC 
16 
Erro de Tipo 
 
O artigo20 do CP ensina que o erro de tipo pode ter duas 
facetas: 
Erro de tipo escusável – é o erro de tipo invencível, em que qualquer 
pessoa normal poderia incorrer; erro de tipo inescusável é o erro de 
tipo vencível, que poderia ter sido evitado se 
o agente tivesse agido com as diligências 
ordinárias. 
OBS.: Seja o erro de tipo escusável 
ou inescusável, o fato é que ele sempre 
afastará o dolo do agente. 
 
Excludente de Ilicitude 
 
O artigo 23 do CP (42 do CPM) enumera as causas excludentes 
de ilicitude: 
Estado de necessidade - quando o autor pratica a conduta para 
salvar de perigo atual não provocado voluntariamente pelo agente. 
Legítima defesa - consiste em repelir moderadamente injusta 
agressão a si próprio ou a outra pessoa. 
A legítima defesa requer, para sua configuração, a ocorrência dos 
seguintes elementos: 
 
 Que o sujeito conheça a situação de fato justificante, ou 
seja, sabe que está agindo em legítima defesa (animus 
defendendi); 
 
 Agressão injusta: agressão é conduta humana - Não vale, 
por exemplo, contra quem cumpre mandado de prisão; vale 
contra inimputáveis; pode ser usada pelo provocador, desde que 
não premeditadamente; 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Estado_de_necessidade
https://pt.wikipedia.org/wiki/Leg%C3%ADtima_defesa
DIREITO PENAL COMUM – CEFC 
17 
 Agressão atual ou 
iminente: Atual é aquela 
que está ocorrendo e 
iminente é aquela que está 
prestes a ocorrer. Não é a 
simples ameaça; 
 
 Lesão ou ameaça de lesão a direito próprio ou alheio: 
Significa que o agente pode repelir injusta agressão a direito seu 
(legítima defesa própria) ou de outrem (legítima defesa de 
terceiros). Pode ser filho, cônjuge, um segurança com relação ao 
patrão. 
 
 Uso do meio necessário: eficaz e suficiente. Juristas entendem 
que é aquele que o ofendido dispõe no momento em que está 
sendo agredido ou na iminência de sê-lo. 
 
 Moderação no emprego dos meios: Significa que o agente 
deve agir sem excesso. Comedimento, visando apenas afastar a 
agressão, interrompendo a reação quando cessar a reação 
injusta. 
 
 Inevitabilidade: não é a covardia, mas os tribunais têm 
entendido que: “o cômodo e prudente afastamento do local”. 
 
Estrito Cumprimento de Dever Legal 
 
Quando o autor tem o dever de agir - por 
ser agente público - e o faz de acordo com 
determinação legal.Exemplos de estrito 
cumprimento de dever legal, largamente 
difundidos na doutrina: 
 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Estrito_cumprimento_de_dever_legal
DIREITO PENAL COMUM – CEFC 
18 
 Policial que viola domicílio onde está sendo praticado um delito; 
 Emprego de força indispensável no caso de resistência ou 
tentativa de fuga; 
 Soldado que mata um inimigo no campo de batalha; 
 Oficial de justiça que viola domicílio para cumprir ordem de 
despejo, dentre outros. 
 
Exercício regular de direito 
 
Consiste na atuação do agente dentro dos limites conferidos pelo 
ordenamento legal. Exemplos de exercício regular de direito largamente 
difundidos na doutrina: 
 
 Correção de filho pelo pai 
 Violência esportiva, praticada nos limites da competição 
 Prisão em flagrante por particular; 
 Direito de retenção por benfeitorias previsto no Código Civil; 
 Desforço imediato no esbulho possessório. 
 Trote acadêmico ou militar; 
 
OBS.: O agente, em qualquer das hipóteses, responderá pelo 
excesso doloso ou culposo. 
As excludentes de ilicitude 
como a própria designação 
sugere, eliminam a 
antijuridicidade da conduta do 
agente. 
Não há, portanto, fato típico 
e antijurídico (o fato é lícito), logo, 
não há crime a ser imputado, em 
princípio. 
 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Exerc%C3%ADcio_regular_de_direito
DIREITO PENAL COMUM – CEFC 
19 
AÇÃO PENAL 
 
É um direito subjetivo público de se invocar do ‘Estado-
Administração’ a sua tutela jurisdicional, a fim de que decida sobre 
determinado fato trazido ao seu crivo, trazendo de volta a paz social, 
concedendo ou não o pedido levantado em juízo. A ação penal é, 
portanto, o exercício de uma acusação, que indica o autor de 
determinado crime, responsabilizando-o, e pedindo, para o mesmo, a 
punição prevista em lei. 
Inúmeras são as doutrinas e correntes sobre o tema. A nós 
interessa conhecer que existem ações penais públicas, públicas 
condicionadas e privadas. As ações penais públicas independem da 
vontade da vítima, já as públicas condicionadas/ privadas carecem de 
manifestação da vítima ou de seus familiares. Normalmente crimes 
sexuais e ligados à honra são públicos condicionadas/ privadas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO PENAL COMUM – CEFC 
20 
RELAÇÃO DE CAUSALIDADE 
 
Nexo Causal 
 
Nexo de causalidade, também chamado de nexo causal ou 
relação de causalidade, é o elo que existe entre a conduta e o 
resultado. É a relação de causa e efeito existente entre a ação ou 
omissão do agente e a modificação produzida no mundo exterior, em 
resumo significa avaliar se a conduta deu ou não causa ao resultado. 
Inúmeras são as correntes doutrinárias e jurisprudenciais, além 
de várias teorias. A nós importa saber que o nexo causal ocorrerá nos 
seguintes crimes: 
 
a) Crimes materiais – a lei penal exige, para sua caracterização, 
a produção de um resultado que cause uma modificação no 
mundo exterior, perceptível pelos sentidos. 
EXEMPLOS: homicídio, tráfico de entorpecentes, roubo de 
veículo, etc. 
 
b) Crimes omissivos impróprios (comissivos por omissão) – 
são os constantes do §2º do artigo 13 do CP, que também exigem 
materialidade para a responsabilização do agente. 
EXEMPLO: mãe que não alimenta o filho e ele morre. 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO PENAL COMUM – CEFC 
21 
Porém, não ocorrerá nexo causal, nos seguintes crimes: 
 
a) Formais– não importa o resultado, apenas a conduta. 
Ocorrendo ou não o resultado o crime estará caracterizado. O 
resultado é mero exaurimento. 
EXEMPLO: extorsão, corrupção, ameaça, desacato, etc. 
 
b) Mera conduta – delitos de simples atividade, em que o 
legislador não fez qualquer previsão de resultado a fim de 
caracterizá-lo. Difere-se do formal porque, neste, embora não 
seja necessário o resultado para sua consumação, o legislador o 
prevê como mero exaurimento do crime. 
EXEMPLOS: o porte ilegal de arma defogo (perigo abstrato), 
violação de domicílio e o controvertido embriaguez ao volante, 
etc.... 
 
 
 
 
 
 
 
 
Esses crimes são assim interpretados para repelir 
comportamentos indesejados na sociedade. 
 
c) Comissivos próprios ou omissivos puros – para sua 
caracterização, basta a inação do agente. 
EXEMPLO é a omissão de socorro. 
ATENÇÃO - Quem se omite não permanece inativo, mas 
realiza uma ação diferente à que se podia e devia esperar! 
DIREITO PENAL COMUM – CEFC 
22 
ANÁLISE DE ALGUNS TIPOS PENAIS 
 
Alguns Crimes Contra a Vida 
 
1. Homicídio: (121 CP) 
 
 Objeto jurídico: Preservação da vida humana. 
 
Convém destaque que pode restar 
caracterizado pela omissão do autor, nas 
hipóteses de crime omissivo impróprio, 
aqueles que a norma impõe ao autor 
obrigação de impedir a ocorrência crime 
(fala-se também em impedir o 
resultado), previstas no artigo 13, §2.º, 
do Código Penal.A conduta também 
admite a colaboração de terceiros: a 
coautoria e/ou a participação, O homicídio simples será considerado 
hediondo se praticado em “... atividade típica de grupo de 
extermínio...”, mesmo praticado por um só agente. Também será 
hediondo o homicídio qualificado, previsto nas hipóteses do § 2.º do 
artigo 121 (artigo1.º, inciso I, da Lei n. º 8072/90). 
 
 Sujeito ativo: Qualquer pessoa. 
 
 Sujeito passivo: Qualquer pessoa com vida. 
 
 Elemento subjetivo: Dolo ou Culpa. 
 
 Consumação: Evento morte. Só ocorrerá a tentativa se, e 
apenas se, por circunstâncias alheias à vontade do agente o 
evento não ocorrer 
DIREITO PENAL COMUM – CEFC 
23 
Importante conhecer um pouco sobre o homicídio privilegiado, 
cuja natureza jurídica é de causa de diminuição de pena, e embora a 
letra da lei mencione que o juiz pode diminuir a pena, na verdade, a 
doutrina e os tribunais tem entendido tratar-se de um dever por parte 
do magistrado e não uma faculdade.O ‘privilégio’, por ser circunstância 
subjetiva, não se comunica aos colaboradores no caso de concurso de 
pessoas. Já o homicídio qualificado é aquele que é cometido em 
circunstâncias que o tornam ainda mais reprovável. 
 
2. Homicídio culposo de trânsito: (302 CTB) 
 
Desse tipo penal importante salientar 
que para a caracterização não basta que o 
homicídio seja no trânsito, é necessário que 
seja na condução de veículo automotor. Se 
alguém no trânsito, conduzindo uma 
mobilete, uma bicicleta, uma carroça, matar 
alguém, responderá pelo Código Penal. 
 
3. Induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio (122 CP) 
 
 Objeto jurídico: Preservação da vida humana. 
 Sujeito ativo: Qualquer pessoa. 
 Sujeito passivo: Qualquer pessoa com discernimento. 
 Elemento subjetivo: Apenas o dolo. 
 Consumação: Com o evento morte ou lesão corporal grave 
OBS.: Não é necessário que o acidente com veículo automotor 
ocorra na via pública. Não há essa especificação no art. 302. Se o 
homicídio ocorrer em via particular também incidirá o CTB. 
DIREITO PENAL COMUM – CEFC 
24 
Induzir: Significa despertar, dar, criar a ideia na cabeça da vítima. 
Instigar: Significa reforçar, encorajar uma ideia já existente. 
Auxiliar: Significa dar apoio material ao ato suicida, disponibilizar 
os meios materiais para que o suicídio morra. 
 
4. Infanticídio (123 CP) 
 
 Objeto jurídico: Preservação da vida humana. 
 
 Sujeito ativo: Só a mãe. 
 
 Sujeito passivo: O recém-nascido. 
 
 Elemento subjetivo: Apenas o dolo. 
 
 Consumação: Com o evento morte, admissível a tentativa. 
 
Para entender melhor o tipo penal, o puerpério é o período que 
se estende do início do parto até a 
volta da mulher às condições pré-
gravidez e como toda mãe passa pelo 
estado puerperal, algumas com graves 
perturbações e outras com menos, é 
desnecessário a perícia. 
São duas as 
modalidade de 
participação ao 
suicídio: 
MORAL - Induzir e 
Instigar; 
MATERIAL -Auxiliar. 
DIREITO PENAL COMUM – CEFC 
25 
5. Aborto (124 a 128 CP) 
 
 Objeto jurídico: Preservação da vida humana. 
 
 Sujeito ativo: A gestante no auto abortamento e qualquer 
pessoa no aborto provocado por terceiros. 
 
 Sujeito passivo: O feto no auto abortamento e o feto e a 
gestante no aborto provocado por terceiros. 
 
 Elemento subjetivo: Apenas o dolo. 
 
 Consumação: Com o evento morte, admissível a tentativa ou a 
destruição do óvulo. 
 
O aborto consiste na interrupção da gravidez com a consequente 
morte do feto, que pode ser realizada pela própria gestante ou por 
terceira pessoa. O aborto em geral é classificado em: 
 
a) natural: interrupção espontânea da gravidez; 
b) acidental: decorrente de queda ou traumatismo da gestante, 
por exemplo; 
c) criminoso; 
d) legal ou permitido. 
DIREITO PENAL COMUM – CEFC 
26 
6. Lesão Corporal (129 CP) 
 
 Objeto jurídico: Integridade física e psíquica da pessoa. 
 
 Sujeito ativo: Qualquer pessoa. 
 
 Sujeito passivo: Qualquer pessoa. 
 
 Elemento subjetivo: Dolo e culpa. 
 
 Consumação: Com a efetiva ofensa, 
admissível a tentativa. Importante salientar que ainda que a 
vítima sofra mais de uma lesão o crime será único. 
 
O delito de lesão corporal consiste em todo e qualquer dano 
produzido por alguém, sem animus necandi, à integridade física ou 
à saúde de outrem. 
Ela abrange qualquer ofensa à normalidade funcional da pessoa, 
tanto do ponto de vista anatômico, quanto do fisiológico ou psíquico. 
A doutrina e os Tribunais têm entendido ser impossível uma 
perturbação mental sem um 
dano à saúde, ou um dano à 
saúde sem uma ofensa física. 
O objeto da proteção 
legal é a integridade física e a 
saúde do ser humano. 
A autolesão não é punida 
no ordenamento jurídico 
brasileiro. 
No crime, mesmo 
doloso, é cabível fiança e 
admite transação penal. 
DIREITO PENAL COMUM – CEFC 
27 
7. Disparo de arma de fogo 
 
Agora um assunto a se estudar profundamente é o crime de 
disparo de arma de fogo, estabelecido pelo Estatuto do 
Desarmamento versus o crime de lesão corporal, o disparo de arma 
de fogo no seu artigo 15, verbis: 
Art. 15.- Disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar 
habitado ou em suas adjacências, em via pública ou em direção 
a ela, desde que essa conduta não tenha como finalidade a 
prática de outro crime: 
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. 
PARÁGRAFO ÚNICO. O crime previsto neste artigo é 
inafiançável. 
A jurisprudência dos tribunais quanto à condenação de policiais 
por disparos de arma de fogo, sem a observância do princípio da 
proporcionalidade, é farta! 
A questão que se coloca para solução doutrinária e 
jurisprudencial é o disparo de arma de fogo realizado por policial que 
causa lesão corporal de natureza leve, sem que a intenção deste seja 
o homicídio. 
Alguns poucos juristas entendem que o disparo de arma de fogo 
por ser crime mais grave que a lesão corporal leve deve prevalecer na 
tipificação delitiva, contudo, toda a questão se prende a conduta do 
policial, qual foi o seu ânimo. 
Por moderação/ proporcionalidade, alguns tribunais têm 
entendido que o disparo para o alto para cessar grave perturbação da 
ordem é cabível ou para reprimir a ocorrência de outro crime, como 
por exemplo, se defender, ou a 
terceiros, do ataque de uma 
multidão, mas repudiam, 
condenando o policial pelo 
chamado ‘tiro de advertência’. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/2003/L10.826compilado.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/2003/L10.826compilado.htm
DIREITO PENAL COMUM – CEFC 
28 
A jurisprudência majoritária e a doutrina dominante, entende que 
o crime de disparo de arma de fogo é subsidiário à prática do delito de 
lesão corporal, sendo por este absorvido. 
Assim, uma vez comprovado que a conduta do agressor, ao 
disparar a arma, almejava lesionar os ofendidos, não se pode falar em 
condenação pelo crime meio, mesmo que a sua pena seja superior à 
do crime fim.Frisando bem o tipo penal inserto no art. 15 da Lei 10.826 /03 
apenas restam configurado se a conduta praticada não tenha como 
finalidade precípua a prática de outro crime, não se concretizando 
quando o agente se vale do disparo da arma de fogo apenas como um 
meio para se atingir outro objetivo criminoso final. 
Se o agente comete o crime de ameaça ou de lesão corporal leve 
utilizando-se de disparo de arma de fogo para tanto, impera aplicar o 
princípio da consunção, em que o crime-meio resta absorvido pelo 
crime-fim ainda que o Código Penal comine a esta pena privativa de 
liberdade menor. 
 
DIREITO PENAL COMUM – CEFC 
29 
Alguns crimes contra a honra 
 
1. Calúnia (138 CP) 
 
 Objeto jurídico: Honra objetiva (reputação). 
 
 Sujeito ativo: Qualquer pessoa. 
 
 Sujeito passivo: Qualquer pessoa. 
 
 Elemento subjetivo: Apenas o Dolo. 
 
 Consumação: Quando chega ao conhecimento de uma terceira 
pessoa. 
 
2. Difamação (139 CP) 
 
 Objeto jurídico: Honra objetiva (reputação). 
 
 Sujeito ativo: Qualquer pessoa. 
 
 Sujeito passivo: Qualquer pessoa. 
 
 Elemento subjetivo: Apenas o Dolo. 
 
 Consumação: Quando chega ao conhecimento de uma terceira 
pessoa. 
 
3. Injúria (140 CP) 
 
 Objeto jurídico: Honra subjetiva (sentimento de per si). 
 
 Sujeito ativo: Qualquer pessoa. 
 
 Sujeito passivo: Qualquer pessoa. 
 
 Elemento subjetivo: Apenas o Dolo. 
 
 Consumação: Quando chega ao conhecimento do ofendido. 
DIREITO PENAL COMUM – CEFC 
30 
Para que se caracterize a calúnia, deve haver uma falsa 
imputação de fato definida como crime (não se admite fato definido 
como contravenção penal) de forma determinada e específica, onde 
um terceiro toma conhecimento. 
Já o crime de difamação consiste na atribuição de um fato 
desonroso (não precisa ser falso) enão criminoso, distinguindo-se da 
calúnia por essa razão. 
Por derradeiro injuriar alguém, significa imputar a este uma 
condição de inferioridade perante a si mesmo, atacando de forma 
direta seus próprios atributos pessoais. Se gerar uma discussão onde 
ambas as partes se atacam verbalmente procurando diminuir o outro, 
ambos cometem o crime. Se houver agressão física, ocorre a chamada 
injúria real e dependendo da lesão, pode haver o concurso com o crime 
de lesão corporal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO PENAL COMUM – CEFC 
31 
Alguns crimes contra a liberdade pessoal 
 
1. Ameaça (147 CP) 
 
 Objeto jurídico: Liberdade pessoal, paz de espírito, segurança 
da ordem jurídica, tranquilidade pessoal entre outros. 
 
 Sujeito ativo: Qualquer pessoa. 
 
 Sujeito passivo: Qualquer pessoa capaz de sentir-se 
intimidado. 
 
 Elemento subjetivo: Apenas o Dolo específico. 
 
 Consumação: Quando chega ao conhecimento do ofendido. É 
crime formal. 
Ameaçar significa procurar intimidar, prometendo malefício. 
Pode ser oral, escrito, por mímica e até simbolicamente. O mal deve 
ser injusto e grave, além do meio ser idôneo e sério. 
Vale ainda frisar que predomina, portanto, o entendimento de 
que a ameaça, para configurar o tipo penal, precisa ser marcada pela 
seriedade e idoneidade, razão pela qual diversas decisões judiciais 
apontam a não configuração de crime quando a ameaça é produto de 
ato impensado, tal qual em momento de cólera, revolta ou ira; ou 
estando o autor ébrio; ou ainda quando a vítima não lhe confere maior 
relevância. 
Cumpre distinguir a ameaça do constrangimento ilegal, onde este 
o objetivo a subjugação, por meio da 
violência ou grave ameaça, da 
vontade do ofendido para alcançar um 
fim ilegítimo e, aquela o incutimento 
do medo é um fim em si mesmo. 
DIREITO PENAL COMUM – CEFC 
32 
2. Sequestro e cárcere privado (148 CP) 
 
 Objeto jurídico: Liberdade individual, notadamente a de 
locomoção; 
 
 Sujeito ativo: Qualquer pessoa (se funcionário público o crime 
pode ser outro). 
 
 Sujeito passivo: Qualquer pessoa. 
 
 Elemento subjetivo: Apenas o Dolo. 
 
 Consumação: Delito material e permanente. Admite-se a 
tentativa 
 
O sequestro pode dar-se mediante detenção que em síntese 
consiste em levar a vítima para outra casa e prendê-la em um quarto, 
ou retenção que nada mais é que impedir que a vítima saia de casa. 
Outros autores afirmam que o tipo penal procura tutelar o direito à 
liberdade. 
Inúmeros meios podem ser empregados para concretizar o 
intento criminoso como, por exemplo o emprego de substâncias 
entorpecentes, fraude, ameaça, não 
conceder autorização para liberação 
de enfermo, dentre outros que a 
mente criminosa puder imaginar. 
Importante frisar que o núcleo 
do tipo penal admite hipótese de 
omissão, qual seja, a do agente 
garantidor, que ao tomar 
conhecimento não adota 
providências para cessar o crime. 
DIREITO PENAL COMUM – CEFC 
33 
 
 
É um crime material e permanente, como já 
estudado. 
 
 
A respeito sobre o tipo penal há pequenas diferenças entre as 
condutas criminosas, a saber: no crime de sequestro, a vítima possui 
maior liberdade de locomoção, enquanto que no crime de cárcere 
privado a vítima quase não tem como se locomover, sua liberdade é 
mais restrita. 
Se o crime for praticado por funcionário público no exercício de 
suas funções, aplica-se, de acordo com o princípio da especialidade, a 
Lei 4898/65 – Abuso de Autoridade. 
 
 
 
DIREITO PENAL COMUM – CEFC 
34 
Alguns crimes contra a inviolabilidade do domicílio 
 
1. Violação de domicílio (150 CP) 
 
 Objeto jurídico:Inviolabilidade da casa. 
 
 Sujeito ativo: Qualquer pessoa. 
 
 Sujeito passivo: Morador da casa. 
 
 Elemento subjetivo: Apenas o Dolo. 
 
 Consumação: Com a entrada ou permanência. Crime 
formal de mera conduta. 
 
Fazendo uma leitura 
do tipo penal, podemos 
conceituá-lo como o ato de 
entrar ou permanecer, de 
maneira clandestina ou 
astuciosa, em casa alheia, 
contra a vontade do seu 
habitante. 
Este é um tipo penal também consagrado constitucionalmente 
contendo um dos princípios mais sagrados da Constituição Federal, 
no seu artigo 5º inciso XI, que estabelece a casa como ASILO 
INVIOLÁVEL DO CIDADÃO. 
A busca sem mandado judicial só é justificada por uma fundada 
suspeita da prática de crime permanente, como por exemplo o tráfico 
de drogas e a posse de armamento de uso proibido ou restrito. 
DIREITO PENAL COMUM – CEFC 
35 
Observa-se que as decisões majoritárias dos tribunais, deixam 
bem claro a conduta policial esperada, mesmo ante crimes 
permanentes: 
Desconstruindo a afirmativa que deve ser analisada frente às 
narrativas comuns aos autos de prisão em flagrante por tráfico de 
drogas, descobre-se que, em regra, não há uma situação de flagrância 
comprovadamente constatada antes da invasão de domicílio, o que a 
torna ilegal, violadora de direito fundamental. 
Porém, como em um passe de mágica juridicamente 
insustentável, por uma convalidação judicial, a apreensão de 
objetos ou substâncias que sejam proibidos ou indicativos da prática 
de crime e a prisão daquele (s) a quem pertença (m) travestem de 
legalidade uma ação essencialmente – e originariamente – violadora 
de direito fundamental. 
O STF definiu que o ingresso forçado em domicílios sem 
mandado judicial apenas se revela legítimo, em qualquer período do 
dia (inclusive durante a noite) quando tiver suporte em razões 
devidamente justificadas pelas circunstâncias do caso concreto e que 
indiquem que no interior da residência esteja a ocorrer situação de 
flagrante delito, sob pena de responsabilidade penal, cível e/ ou 
disciplinar do policial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO PENAL COMUM – CEFC 
36 
Alguns crimes contra o patrimônio 
 
1. Furto (155 CP) 
 
 Objeto jurídico: Propriedade, posse, detenção da coisa. 
 
 Sujeito ativo: Qualquer pessoa. 
 
 Sujeito passivo: Proprietário, possuidor ou detentor da coisa. 
 
 Elemento subjetivo: Apenas o Dolo. Consumação: Quando a coisa é retirada da esfera da 
disponibilidade do ofendido. É crime material e admite tentativa. 
Para a jurisprudência do STF, para a consumação do crime de 
furto basta a posse do bem em poder do agente, 
independentemente de vigilância da vítima ou posse tranquila, 
de modo que a fuga logo após o furto caracteriza a inversão da 
posse estará consumado mesmo havendo perseguição imediata 
e, consequente retomada do objeto. 
O crime insculpido no artigo 155 do CP consiste em 
subtrair coisa alheia móvel. A subtração é o ato de tomar para si 
aquilo que não está sob a sua legítima posse ou de que não seja de 
sua propriedade, logo, o verbo é SUBTRAIR, consiste em tirar; retirar 
de outrem, bem móvel sem a permissão com o ânimo definitivo de ficar 
com a coisa. 
 
É a retirada do bem sem o 
consentimento de quem detém 
ou possui o bem. A coisa não 
está com o sujeito ativo. 
DIREITO PENAL COMUM – CEFC 
37 
Importante salientar que para o direito penal, o conceito de 
móvel é o natural, qual seja tudo aquilo que é removível de um local 
para outro, pouco importando se a coisa está ou não incorporada ao 
solo. 
Não pratica furto o funcionário público que subtrai dinheiro, valor 
ou bem, público ou particular, ou concorre para que seja subtraído, 
valendo-se de facilidade proporcionada pela qualidade de funcionário, 
antes pratica o crime de “peculato-furto”, previsto no art. 312, § 1º, 
do CP. 
Pode haver alguma confusão com o tipo penal da Apropriação 
indébita, previsto no art. 168 do CP e uma forma bem simples de 
saber quando se aplica uma ou outra tipicidade, dentro da esfera penal 
e aplicando a análise ao caso concreto, é saber o seguinte: 
A coisa estava com o agente? 
Se a resposta for positiva, o crime é de apropriação indébita 
(analisadas as circunstâncias); 
Se a resposta for negativa, o crime é de furto (analisadas as 
circunstâncias). 
Outro assunto interessante para conhecermos é que o furto com 
abuso de confiança, furto uso, quando a pessoa repõe em seguida ao 
uso, não é considerado ilícito penal, mas ilícito civil. 
 
DIREITO PENAL COMUM – CEFC 
38 
2. Roubo (157 CP) 
 
 Objeto jurídico: Propriedade, 
posse, detenção da coisa. 
 
 Sujeito ativo: Qualquer pessoa. 
 
 Sujeito passivo: Proprietário, possuidor ou detentor da coisa. 
 
 Elemento subjetivo: Apenas o Dolo. 
 
 Consumação: Quando a coisa é retirada da esfera da 
disponibilidade do ofendido. É crime material e admite tentativa. 
Para a jurisprudência do STF, para a consumação do crime de 
roubo basta a posse do bem em poder do agente, 
independentemente de vigilância da vítima ou posse tranquila, 
de modo que a fuga logo após o roubo caracteriza a inversão da 
posse estará consumado mesmo havendo perseguição imediata 
e, consequente retomada do objeto. 
O roubo nada mais é que o furto agravado pelas circunstâncias 
da violência física ou psíquica contra a pessoa, ou ainda por outro meio 
que a impede de resistir aos propósitos e à ação do delinquente. O 
roubo próprio, previsto no caput do artigo 157 do CP, para sua 
configuração, exige que a violência ou grave ameaça ocorra para 
possibilitar a subtração do bem, enquanto que no roubo impróprio, 
descrito no § 1º do artigo referido, primeiro ocorre a retirada do bem 
da vítima e, logo após, haja a violência ou grave ameaça para garantir 
a manutenção da posse da coisa subtraída. Portanto a diferença entre 
ambos está no momento em que ocorre a violência, se antes – roubo 
próprio, se depois – roubo impróprio.Interessante observar que se por 
alguma razão, não houver violência após a subtração da coisa, não 
haverá roubo tentado, mas furto consumado, sendo essa a posição 
doutrinária e jurisprudencial dominante. 
DIREITO PENAL COMUM – CEFC 
39 
3. Extorsão (158 CP) 
 
 Objeto jurídico: O patrimônio, a liberdade e a 
incolumidade pessoais. 
 
 Sujeito ativo: Qualquer pessoa. 
 
 Sujeito passivo: Qualquer pessoa. 
 
 Elemento subjetivo: Apenas o Dolo, admissível a tentativa. 
 
 Consumação: É crime formal e consuma-se mesmo sem a 
obtenção da vantagem indevida. Ela consuma-se, portanto, no 
momento em que a vítima, depois de sofrer a violência ou grave 
ameaça, realiza o comportamento desejado pelo criminoso. 
 
No crime de extorsão, usando da violência ou da grave ameaça 
o criminoso, obriga outra pessoa a ter determinado comportamento, 
com o objetivo de obter uma vantagem econômica indevida. 
A vítima é coagida pelo autor do crime a fazer, tolerar que se 
faça ou deixar fazer alguma coisa.Importante saber que se a extorsão 
fosse crime material, o agente poderia ser preso no momento em que 
estivesse recebendo a vantagem, no entanto, como a extorsão é crime 
formal, a prisão em flagrante deverá levar em consideração o momento 
em que houve o agente constrangeu a vítima. 
Se o constrangimento for feito em um momento e a obtenção da 
vantagem em outro, o que importa para o flagrante é o instante do 
constrangimento, o recebimento da vantagem indevida é mero 
exaurimento. Exemplificando, podemos citar que 
se o agente constrangeu a vítima a dar o seu 
cartão bancário e senha em um dia, mas somente 
foi sacar a quantia três dias depois, nesse 
momento do saque não haverá mais flagrante. 
DIREITO PENAL COMUM – CEFC 
40 
4. Extorsão mediante sequestro (159 CP) 
 
 Objeto jurídico: O patrimônio, a liberdade e a incolumidade 
pessoais. 
 
 Sujeito ativo: Qualquer pessoa. 
 
 Sujeito passivo: Qualquer pessoa. 
 
 Elemento subjetivo: Apenas o Dolo, admissível a tentativa. 
 
 Consumação: Com o sequestro/ privação de liberdade. É um 
crime permanente. 
A corrente majoritária entende que no tipo penal da extorsão a 
expressão “qualquer vantagem diz respeito realmente a ‘qualquer 
vantagem’, sendo irrelevante que seja devida ou indevida, econômica 
ou não econômica”. 
Também é um crime complexo formado pela conexão de dois 
crimes, o de extorsão e o de sequestro. O objeto jurídico protegido pela 
norma é o patrimônio, a liberdade de locomoção e a incolumidade 
pessoal, e mesmo havendo ofensa à liberdade pessoal, trata-se de 
crime contra o patrimônio, pois o sequestro é crime meio para obter 
vantagem patrimonial. 
Interessante relembrar, tal qual no crime do artigo 148, algumas 
diferenças conceituais entre sequestro e cárcere privado. A primeira 
diferença é que o cárcere privado consiste na privação da liberdade de 
locomoção de uma pessoa nos moldes mais 
estrito, concretizada por meio da clausura, no 
local onde ela estiver. Já o sequestro admite que 
essa mesma privação da liberdade de locomoção 
seja efetivada de uma forma mais ampla – 
geograficamente –, admitindo sua efetivação em 
local diverso daquele no qual ela se encontrar. 
DIREITO PENAL COMUM – CEFC 
41 
5. Apropriação indébita (168 CP) 
 
 Objeto jurídico: O patrimônio. 
 
 Sujeito ativo: Quem tem a posse ou a detenção lícita da coisa. 
 
 Sujeito passivo: O dono ou o possuidor em razão de direito 
real. 
 
 Elemento subjetivo: Apenas o Dolo. 
 
 Consumação: Com a negativa de devolver a coisa. 
O tipo penal consiste no apoderamento de coisa alheia móvel, 
sem o consentimento do proprietário. O criminoso recebe o bem por 
empréstimo ou em confiança, e passa a agir como se fosse o dono. 
Como já estudado, pode haver alguma confusão com o tipo penal 
do Furto, previsto no art. 155 do CP e uma forma bem simples de saber 
quando se aplica uma ou outra tipicidade, dentro da esfera penal e 
aplicando a análise ao caso concreto, é saber o seguinte: 
 
A coisa estava com o agente? 
 
Se a resposta for positiva, o crime é de apropriação indébita 
(analisadas as circunstâncias); 
Se a resposta for negativa, o crime é de furto (analisadas as 
circunstâncias). 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO PENAL COMUM – CEFC 
42 
6. Estelionato (171 CP) 
 
 Objeto jurídico: O patrimônio. 
 
 Sujeito ativo:Qualquer pessoa. 
 
 Sujeito passivo: Qualquer pessoa determinada. 
 
 Elemento subjetivo: Apenas o Dolo. Admissível a tentativa. 
 
 Consumação: Crime material. Consuma-se no momento e local 
em que o agente obtém a vantagem ilícita em prejuízo alheio. 
O tipo penal deverá sempre abarcar o fim econômico, de 
natureza patrimonial. A vantagem precisa ser ilícita, do contrário o 
crime será o previsto no artigo 345 CP, exercício arbitrário das próprias 
razões. 
Se o sujeito passivo for criança ou menor incapaz o crime será o 
de abuso de incapaz, previsto no 173 CP. 
Interessante em nossa prática diária, conhecer que a chamada 
“COLA ELETRÔNICA” segundo a orientação do STF e do STJ, não é 
crime de estelionato, antes crime de fraude em concurso público 
previsto no artigo 311-A CP. 
Ainda de acordo com o com o STJ, a exploração e funcionamento 
de máquinas eletrônicas 
programadas, denominadas 
caça-níqueis, videopôquer, 
vídeo bingo e equivalentes, 
em qualquer uma de suas 
espécies, revela prática 
contravencional, não 
configurando o estelionato. 
 
DIREITO PENAL COMUM – CEFC 
43 
7. Receptação (180 CP) 
 
 Objeto jurídico: O patrimônio. 
 
 Sujeito ativo: Qualquer pessoa. 
 
 Sujeito passivo: Qualquer pessoa. 
 
 Elemento subjetivo: Dolo e culpa. Admite-se tentativa. 
 
 Consumação: Crime material e formal. Enquanto material 
(receptação própria) consuma-se no momento em que 
ocorre a aquisição, transporte, condução (e outras condutas) 
de objeto produto de crime. Já no formal (receptação 
imprópria) consuma-se com a conduta idônea de influir na 
opinião, requerendo segundo corrente majoritária, no 
entanto, que o terceiro pratique o ato para o qual foi induzido. 
Interessante para nosso estudo pontuar que no crime de 
receptação, a alegação de desconhecimento que o bem era oriundo de 
um crime, se o valor ou a condição do objeto indicam que ele não vem 
de boa procedência, o comprador ou quem receber estará cometendo 
o crime de receptação. 
A expressão deve presumir usada na lei é muito importante, 
pois a pessoa não precisa ter certeza ou evidência de que o produto 
tem origem criminosa, basta que a condição ou preço faça com que 
qualquer pessoa normal suspeite que o produto é originário de um 
crime. 
 
 
 
 
 
DIREITO PENAL COMUM – CEFC 
44 
Alguns crimes contra os costumes 
 
1. Estupro (213 CP) 
 
 Objeto jurídico: A liberdade sexual da pessoa. 
 
 Sujeito ativo: Qualquer pessoa. 
 
 Sujeito passivo: Qualquer pessoa. 
 
 Elemento subjetivo: Apenas o Dolo, admitida a tentativa. 
 
 Consumação: O estupro é crime material, se consuma com a 
cópula vagínicae/ou outro ato libidinoso, indispensável o 
constrangimento da vítima, mediante violência ou grave 
ameaça. 
 
São quatro as condutas a serem observadas: 
 
 Constrangimento decorrente da violência física ou da grave 
ameaça; 
 Dirigido a qualquer pessoa, seja do sexo feminino ou masculino; 
 Para ter conjunção carnal; 
 Ou, que a vítima pratique ou permita que com ela se pratique 
qualquer ato libidinoso. 
 
O ESTUPRO, CONSUMADO OU TENTADO É CRIME 
HEDIONDO. 
 
Para configurar o estupro é necessário que durante todo o ato 
sexual que a vítima não concorde e manifeste de forma clara e objetiva 
que não deseja que com ela se pratique, seja cópula vaginal, seja ato 
DIREITO PENAL COMUM – CEFC 
45 
libidinoso, sem, contudo, exigir comportamento heróico que coloque 
em risco sua vida. 
Para os casos de vítimas vulneráveis o 
consentimento é indiferente! 
Sobre vítimas vulneráveis, o bem 
jurídico tutelado no art. 217-A é a dignidade 
do menor de catorze anos, do enfermo e do 
deficiente mental, ou seja, pessoas que 
possuam discernimento reduzido. 
Outrora, o tipo penal para vítimas 
vulneráveis permitia muitas elucubrações, o que com o atual tipo não 
ocorrem, uma vez que basta ser menor de 14 anos de idade. 
A conhecida corrupção de menores da nossa profissão, hoje 
no artigo 218 do CP, impõe analisar se o agente induziu (convenceu, 
criou a ideia) da vítima praticar algum ato que visasse satisfazer a 
lascívia de outra pessoa, de forma meramente contemplativa, sem que 
exista qualquer contato físico, que se vier a ocorrer, ambos, quem 
induziu e beneficiado, serão responsabilizados por estupro de 
vulnerável, desde que, tenha existido dolo do aliciador nesse sentido. 
Importante salientar que todos os crimes contra o costume, a 
liberdade sexual, passaram a ser de ação pública condicionada a 
representação e, para vulneráveis, pública incondicionada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO PENAL COMUM – CEFC 
46 
Alguns crimes contra a paz pública 
 
1. Apologia de crime ou criminoso (287 CP) 
 
Objeto jurídico: A paz pública. 
 
Sujeito ativo: Qualquer pessoa. 
 
Sujeito passivo: A coletividade se for pessoa determinada o crime 
será outro. 
 
Elemento subjetivo: Apenas o Dolo, admitida a tentativa. 
 
Consumação: É crime formal, não sendo necessário que alguém 
cometa o crime incitado. 
 
Impossível esgotar o tema. Mas alguns apontamentos 
importantes para nossa profissão: 
Incitação na área musical/ artística: Inicialmente cumpre 
estabelecer que a música é uma forma de expressão cultural, e como 
tal, a Constituição a protege com veemência: Inciso IX, do artigo 5º 
da CF - É livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica 
e de comunicação, independente de censura ou licença. 
E não poderia ser diferente tendo em vista constituir-se nosso 
país num Estado Democrático de Direito, sendo um de seus objetivos 
a construção de uma sociedade livre, justa e solidária, contudo, não se 
pode entender que há, caso a caso, liberdade absoluta. 
 
Nesse sentido seria legitimado, por exemplo, 
expressão cultural de caráter claramente 
antidemocrático, como a que pregasse o racismo 
ou o nazismo, uso de entorpecentes? 
DIREITO PENAL COMUM – CEFC 
47 
Claro que não. O direito à liberdade de expressão deve ser 
sopesado com outros direitos, como o da segurança, sob a perspectiva 
do princípio democrático. 
Importante frisar que a conduta pública a ser avaliada, deve 
constituir incentivo doloso indireto a prática de crime. 
Outro local onde o crime de incitação ao crime é fértil é a internet, 
sendo os crimes cuja incitação ou apologia mais comuns são: 
 A pedofilia, 
 Racismo, 
 Nazismo, 
 Uso de entorpecentes e pirataria (violação dos direitos autorais). 
Um último detalhe, fazer publicamente apologia de alguém que 
fugiu não é crime porque fugir não é crime, mas apologia de 
favorecimento pessoal ou do criminoso que ajudou a escapar ou que 
escapou é crime. 
Interessante frisar que defender publicamente alguém 
condenado, não é apologia a criminoso, mas puro e simples 
exercício da liberdade de expressão. 
Ser amigo de criminoso também não é crime. 
Enfim você pode se associar, gostar ou desgostar de quem 
quiser, mas dizer que alguém que cometeu um crime é um 
exemplo a ser seguido, um herói, etc, é crime. 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO PENAL COMUM – CEFC 
48 
2. Associação Criminosa (288 CP) 
 
Objeto jurídico: A paz pública. 
 
Sujeito ativo: Qualquer pessoa. Trate-se de crime coletivo ou 
plurissubjetivo, que requer a participação de pelo menos 3 
pessoas. 
 
Sujeito passivo: A coletividade. 
 
Elemento subjetivo: Apenas o Dolo. 
 
Consumação: É crime formal e permanente, se consuma com a 
efetiva associação. 
 
O ponto central da análise do novo tipo penal trazido pela Lei 
12.850/2013é que não basta que de três (ou mais) pessoas 
pratiquem delitos. 
É necessário que se faça para a específica prática de crimes. A 
lei exige que a paz pública seja afetada pela intenção específica de 
cometer crimes. 
Ressalte-se que se associação criminosa não possuir estabilidade 
e caráter de permanência será considerado mero concurso de agentes. 
Vale acrescentar que se trata de atividade criminalordinária, 
devidamente orquestrada. 
Por fim interessante observar 
que o crime de associação criminosa é 
formal, autônomo e independe da 
prática e/ou comprovação de 
outros delitos e enquadra-se na 
modalidade de ofensa a paz 
pública. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Lei/L12850.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Lei/L12850.htm
DIREITO PENAL COMUM – CEFC 
49 
Alguns crimes contra a administração pública 
 
1. Peculato (312 CP) 
 
Objeto jurídico: A 
administração pública no 
aspecto moral e patrimonial. 
 
Sujeito ativo: O funcionário 
público. 
 
Sujeito passivo:O Estado e 
a entidade de direito público. 
 
Elemento subjetivo: Dolo e 
culpa. 
 
Consumação: Quando o agente passa a dispor do objeto 
material como se fosse seu e quando existe o desvio da coisa 
pública. 
 
De forma resumida, o crime de peculato, previsto no artigo 312 
do Código Penal, ocorre com: 
 
 A apropriação (peculato-apropriação) ou 
 
 Desvio (peculato-desvio) devalor ou qualquer outro bem 
móvel, público ou particular, de que tem a posseem razão 
da função, ou 
 
 O desvia em proveito próprio ou alheio (peculato-furto). 
 
DIREITO PENAL COMUM – CEFC 
50 
2. Concussão (316 CP) 
 
 Objeto jurídico: A administração pública no aspecto moral e 
patrimonial. 
 
 Sujeito ativo: O funcionário público. 
 
 Sujeito passivo: O Estado e a entidade de direito público. 
 
 Elemento subjetivo: Apenas o dolo, não há forma culposa. 
 
 Consumação: Crime formal se consuma com a simples 
exigência. 
 
Em resumo, o crime de Concussão previsto no artigo 316 do 
Código Penal, ocorre quando o funcionário público, em razão do 
cargo, exige para si ou para outrem, vantagem indevida. Como 
exemplo poderíamos ter um delegado de polícia exigindo dinheiro para 
permitir o funcionamento de prostíbulo. 
Mister destacar que a vantagem deve ser indevida, caso seja 
devida não há o crime. Caso o particular ceda à exigência indevida, 
não comete crime algum. 
É preciso que o agente efetivamente exija a vantagem, não 
basta que a peça, que a solicite. Quando servidor público apenas ‘pede’ 
vantagem ilícita devido à sua função, isso caracteriza outro crime, que 
o caso concreto dirá qual será, contudo, se a vantagem for oferecida 
por alguém ao agente 
público, não haverá 
crime de concussão, 
mas corrupção ativa, de 
acordo com o artigo 
333 do Código Pena. 
DIREITO PENAL COMUM – CEFC 
51 
3. Corrupção passiva (317 CP) 
 
 Objeto jurídico: A administração pública no aspecto moral e 
patrimonial. 
 
 Sujeito ativo: O funcionário público. 
 
 Sujeito passivo: O Estado e a entidade de direito público. 
 
 Elemento subjetivo: Apenas o dolo, não há forma culposa. 
 
 Consumação: Crime formal, se consuma com a simples 
exigência. 
 
Em síntese, na corrupção passiva, o 
servidor público comercializa sua função 
pública. Sua honra e caráter não 
importam... 
 
Não existe crime mais sério do que a corrupção. Outras ofensas 
violam uma lei enquanto a corrupção ataca as fundações de todas as 
leis.Sob nossa forma de Governo, toda a autoridade está investida no 
povo e é por ele delegada para aqueles que o representam nos cargos 
oficiais. 
Não existe ofensa mais grave 
do que a daquele no qual é 
depositada tão sagrada confiança, 
quem a vende para seu próprio 
ganho e enriquecimento, e não 
menos grave é a ofensa do pagador 
de propinas. Ele é pior que o ladrão, 
DIREITO PENAL COMUM – CEFC 
52 
porque o ladrão rouba o indivíduo, enquanto que o agente corrupto 
saqueia uma cidade inteira ou o Estado. 
Ele é tão maligno como o assassino, porque o assassino pode 
somente tomar uma vida contra a lei, enquanto o agente corrupto e a 
pessoa que o corrompe miram, de forma semelhante, o assassinato da 
própria comunidade. 
São três as condutas típicas que caracterizam corrupção passiva: 
 Solicitar (pedir) vantagem indevida; 
 Receber referida vantagem; e, por fim, 
 Aceitar promessa de tal vantagem, anuindo com futuro 
recebimento. A corrupção passiva é a prostituição da pureza do 
cargo pela parcialidade ou pelo interesse. 
No verbo solicitar, a corrupção parte do funcionário público 
corrupto e aqui reside a diferença marcante entre os crimes de 
corrupção passiva e concussão, qual sejaa ação do funcionário, no caso 
da concussão, representa uma exigência, e, no caso da corrupção 
passiva, representa uma solicitação (pedido). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO PENAL COMUM – CEFC 
53 
4. Prevaricação (319 CP) 
 
 Objeto jurídico: A administração pública no aspecto moral e 
patrimonial. 
 
 Sujeito ativo: O funcionário público. 
 
 Sujeito passivo: O Estado. 
 
 Elemento subjetivo: Apenas o dolo, não há forma culposa. 
 
 Consumação: Com o efetivo retardamento, omissão ou prática. 
 
A doutrina o considera crime funcional, isto é, um dos crimes 
que o agente público pode praticar contra o funcionamento regular da 
administração pública em geral, ao deixar de praticar o ato de ofício 
definido pela lei como decorrente de trabalho do agente público, ou 
seja, ato que deve ser praticado pela própria natureza do trabalho do 
agente, mesmo que não seja provocado para isso de forma específica. 
Seu retardamento, omissão ou a prática desvirtuada (ilegal) do 
ato devem ocorrer para a satisfação de interesse ou sentimento 
pessoal, e é nesse sentido que o crime de prevaricação se torna 
dificílimo de punição no Brasil, uma vez que a prova de interesse ou 
sentimento pessoal são difíceis de produzir e somado a isso, uma pena 
muito pequena para o delito. 
 
 
 
 
 
 
DIREITO PENAL COMUM – CEFC 
54 
Alguns crimes praticados por particular contra a administração 
pública 
 
1. Resistência (329 CP) 
 
 Objeto jurídico: A administração pública no aspecto moral e 
patrimonial. 
 
 Sujeito ativo: Qualquer pessoa. 
 
 Sujeito passivo: O Estado e a pessoa contra a qual a ação é 
praticada, ou seja, o funcionário público. 
 
 Elemento subjetivo: Dolo, não há modalidade culposa. 
 
 Consumação: Com a prática de violência ou ameaça, 
independentemente de conseguir obstar a execução (crime 
formal). 
Neste tipo penal, a conduta incriminada é a oposição à execução 
de ato funcional. 
Os meios empregados são a violência física ou a ameaça verbal 
ou escrita, independentemente da gravidade. 
São pressupostos do delito em estudo: 
a) Ato legal - é necessário a legalidade do meio e forma de 
execução, posto que a ilegalidade do ato do funcionário público, 
torna legítima a resistência e afasta o crime; 
b) Funcionário competente - é mister que o funcionário seja 
efetivamente competente, ou seja, competência funcional para 
praticar o ato; 
c) Violência física ou ameaça–é essencial para a configuração 
do crime, não caracterizando o crime a simples desobediência ou 
resistência passiva. 
DIREITO PENAL COMUM – CEFC 
55 
2. Desobediência (330 CP) 
 
 Objeto jurídico: A administração pública no aspecto do 
cumprimento de suas ordens. 
 
 Sujeito ativo: Qualquer pessoa. 
 
 Sujeito passivo: O Estado. 
 
 Elemento subjetivo: Dolo, não há modalidade culposa. 
 
 Consumação:Com a efetiva desobediência, após o prazo que se 
estabeleceu para o cumprimento da ordem (crime formal). 
O tipo penal de desobediência exige para a sua configuração a 
existência de pessoa determinada, contra quem foi expedida a ordem 
da autoridade. Por isso se diz que a ordem deve emanar de funcionário 
público, pois somente este é o agente do Poder Público, em cujo nome 
atua, expedindo ordemde cumprimento obrigatório direcionada a uma 
pessoa determinada. 
Portanto a ordem deverá ser direta, inequívoca e induvidosa, 
emanada por agente público competente. Por isso se diz que a 
desobediência é ao agente, não a Lei. Para o caso da nossa realidade, 
resistência passiva a prisão nãoé desobediência bem como crime de 
qualquer espécie. 
Outro ponto relevante para nossa profissão é o conhecido teste 
do bafômetro/exame de sangue e a presunção de inocência/ produção 
de prova contra si versus crime de desobediência – sem delongas o 
assunto ainda não foi pacificado nos tribunais bem como na doutrina, 
existindo teses para todos os gostos. De fato,ninguém é obrigado a 
produzir prova contra si mesmo, mas no caso de recusa o funcionário 
público deve considerar outro meio de prova, mas em todos os casos 
não é cabível a tipificação do delito de desobediência. 
DIREITO PENAL COMUM – CEFC 
56 
3. Desacato (331 CP) 
 
 Objeto jurídico: A administração pública. 
 Sujeito ativo: Qualquer pessoa. 
 Sujeito passivo: O Estado, secundariamente 
o funcionário ofendido. 
 Elemento subjetivo: Dolo, não há modalidade culposa. 
 Consumação: Com o ato ou palavra de que o ofendido tome 
conhecimento (crime formal). 
 
O cerne do delito está no verbo desacatar, que em outras 
palavras quer dizer ofender, menosprezar, diminuir, humilhar. Em 
suma qualquer palavra ou ato que procure impingir ao funcionário 
público algum tipo de humilhação, desprestígio, vexame, entre outras. 
Desnecessário estar na presença de outras pessoas, ou seja, mesmo 
presente apenas o funcionário público e o desacatante, o crime se 
consuma. 
É importante frisar que o funcionário público deve estar no 
exercício da função ou o desacato deve ser em razão da função 
exercida. Aspecto relevante para nossa profissão é que se o funcionário 
der causa ao desacato, não haverá crime, apenas retorsão ou repulsa. 
Outro assunto importante a tratar é que a desaprovação censura 
áspera ou reprovação não injuriosa da conduta do funcionário público 
não constitui crime. 
Por ser um crime formal é irrelevante o pedido de desculpas por 
parte do agente infrator. Um outro detalhe e relevante para nossa 
profissão é que mesmo embriagado o agente comete o crime, ficando 
pela corrente majoritária sem pena. 
 
4. Tráfico de Influência (332 CP) 
 
 Objeto jurídico: A administração pública. 
DIREITO PENAL COMUM – CEFC 
57 
 
 Sujeito ativo: Qualquer pessoa. 
 
 Sujeito passivo: O Estado e o prestígio da Administração. 
 
 Elemento subjetivo: Dolo, não há modalidade culposa. 
 
 Consumação: Com efetiva solicitação, exigência, cobrança ou 
obtenção de vantagem ou promessa desta, sem necessidade do 
resultado (crime formal). 
 
Atento ao tipo penal e seus verbos, entende-se no delito em 
questão que alguém pode se aproveitar de uma posição privilegiada 
dentro de uma instituição pública ou ainda de conexões com pessoas 
em posição de autoridade, para obter favores ou benefícios para 
terceiros, geralmente assim agindo em troca de favores ou ainda um 
pagamento. 
Tal qual na corrupção, esse tipo é nocivo porque se trata de 
mercadejar a função pública! 
 
Para nossa profissão é mister entender que o 
funcionário público que se deixa influenciar, o 
crime deste, é a corrupção! 
 
Muitos outros crimes poder-se-ia estudar de forma sucinta e 
prática, contudo estes estão aí para auxiliar-nos no exercício da 
profissão. 
Se entender pertinente outros tipos penais, não hesite em 
comentar com seu professor.

Outros materiais