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Realismo na Literatura

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REALISMO - NATURALISMO - PARNASIANISMO
REALISMO
. A literatura do Realismo reflete a realidade da segunda metade do século XIX nas produções literárias, mais especificamente na França, em reação ao romantismo. Entre 1850 e 1900 o movimento cultural, chamado realismo, predominou na França e se estendeu pela Europa e outros continentes. Os integrantes desse movimento repudiaram a artificialidade do neoclassicismo e do romantismo, pois sentiam a necessidade de retratar a vida, os problemas e costumes das classes média e baixa não inspirada em modelos do passado. O movimento manifestou-se também na escultura e, principalmente, na pintura e em alguns aspectos sociais. Os autores desse período procuraram seguir a tendência filosófica do Positivismo, ao observar e analisar a realidade e ao reproduzi-la fielmente.
Características
Contexto histórico
O movimento realista correspondeu à ascensão da pequena burguesia. O pensamento filosófico que exerceu mais influência no surgimento do realismo foi o positivismo. Ao contrário do gosto da alta burguesia, interessada no jogo vazio das formas artísticas (a "arte pela arte"), motivou-a uma arte voltada a solução dos problemas sociais, isto é,a uma arte "engajada" de "compromissos", que se colocava também contra o radicionalismo romântico e procurava incorporar os descobrimentos científicos de seu tempo. O Realismo não só foi moldado como uma importante escola e períodos da história da literatura, mas também foi uma constante de toda a literatura, a sua primeira formulação teórica baseada na Poética de Aristóteles.] Em geral, os realistas retratavam temas e situações em contextos contemporâneos do cotidiano, e tentaram descrever indivíduos de todas as classes sociais de uma maneira similar. O idealismo clássico, a emoção romântica foram evitados de forma igual, e muitas vezes os sórdidos ou não cuidados elementos de temas não foram suavizados ou omitidos. O realismo social enfatiza a representação da classe trabalhadora, e as trata com a mesma seriedade que as outras classes de arte, mas o realismo, como prevenção a artificialidade, no tratamento das relações humanas e as emoções também eram um objetivo do realismo. Tratamentos de assuntos de uma maneira heroica ou sentimental foram igualmente rejeitados.
Paralelismo com o romantismo
Embora alguns manuais de literatura estabeleçam uma grande ruptura entre as propostas estéticas do romantismo e do realismo, acredita-se que é possível considerar que há um momento de continuidade entre esses dois importantes momentos na história da literatura. O romantismo conquistou o direito de registrar e debater os grandes momentos da história nacional dos países que floresceu; o realismo, a seu modo, amplificou esse interesse e trouxe a reflexão sobre a realidade social e política para o centro das narrativas realistas.[10]
	
	Romantismo
	Realismo
	Pessoa
	primeira
	terceira
	Valoriza
	o que se idealiza e sente
	o que se é
O termo realismo foi empregado pela primeira vez em 1850 para descrever um novo estilo de pintura e logo se difundiu na literatura. Os realistas literárias de meados do século XIX, foram distinguidos pela sua rejeição deliberada do romantismo. Os realistas literários queriam lidar com personagens comuns da vida real, em vez de heróis românticos em ambientes incomuns. Eles também procuraram evitar línguas floridas e sentimentais por meio de observação cuidadosa e descrição precisa e abordagem que os levaram a rejeitar a poesia em favor de prosa e romance. Realistas muitas vezes combinavam seu interesse na vida cotidiana com uma análise na busca de questões sociais.
As principais características do Realismo:
● Objetivismo;
● Linguagem culta e direta;
● Narrativa lenta, que acompanha o tempo psicológico;
● Descrições e adjetivações objetivas, com a finalidade de captar a realidade de maneira fidedigna;
● Universalismo;
● Sentimentos, sobretudo o amor, subordinados aos interesses sociais;
● Herói problemático, cheio de fraquezas;
● Não idealização da mulher
Realismo no Brasil
No Brasil, entre as décadas de 1870 e 1880, as formas do romantismo já se haviam convencionalizadas. O culto a natureza, o panegírico da pátria e o sentimentalismo, dividindo entre os arroubos patéticos e o pudor receoso despertaram o fastio de alguns jovens poetas. A estética romântica, além do mais, estava extremamente associada ao modus vivendi do Segundo Império, de maneira que sua composição estética nasceria em meio aos anseios de uma geração, apologista de República e de abolição da escravatura. Assim, em 1881, houve um marco na literatura no Brasil,  Machado de Assis publica Memórias Póstumas de Brás Cubas (primeiro romance realista do Brasil). 
De Machado de Assis, Memórias Póstumas de Brás Cubas, Fundação Biblioteca Nacional.
Machado de Assis foi um grande crítico e escritor do realismo e também do romantismo no Brasil, suas principais obras foram: Memórias Póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba e Dom Casmurro.[34] No artigo "Instinto de Nacionalidade" (1899), Machado critica o principal ponto de honra do romantismo brasileiro: o tema nacionalista. Ele vai dizer, em poucas palavras, que para ser brasileiro não é necessário falar sempre de imagens nacionalistas ou de símbolos — como a natureza exuberante do Brasil, ou mesmo a figura do índio como marca nacional. Em relação ao realismo, Machado sempre se manteve alheio aos preceitos explícitos da Escola. 
Principais escritores do Realismo No Brasil
Machado de Assis
Considerado um dos melhores escritores do Brasil, Machado de Assis sempre teve em suas obras a predominância do pessimismo e da ironia. Foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, e suas obras passaram por muitos gêneros literários, entre eles o realismo. Entre suas principais obras estão Memórias Póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba e Dom Casmurro.
Raul Pompéia
Participante ativo de agitações estudantis, Raul Pompéia sempre foi ligado aos ideais republicanos e abolicionistas. Estudou jornalismo, escrevendo crônicas, folhetins e contos para o jornalismo profissional. Sua consagração definitiva como escritor se deu com O Ateneu, obra realista. Entre suas principais obras estão, além de O Ateneu, Uma tragédia no Amazonas, Canções sem Metro e As Joias da Coroa.
Artur Azevedo
Irmão mais velho de Aluísio de Azevedo, também escritor, Artur Azevedo era jornalista, dramaturgo, poeta e contista. Escreveu diversos poemas satíricos sobre as pessoas de São Luís, o que lhe custou seu emprego. Grande defensor da abolição da escravatura, publicava em artigos de jornais e cenas de revistas os seus ideais, proibidos na época. Suas peças principais eram O Liberato e A Família Salazar. Esta última, proibida pela censura imperial, foi escrita em colaboração com Urbano Duarte, e publicada mais tarde com o título O Escravocrata.
Visconde de Taunay
O autor, primeiro e único visconde de Taunay, era um nobre, escritor, músico, engenheiro e político. Nascido em uma família aristocrática, estudou e lutou em guerras. O escritor era crítico das influências da literatura francesa, e buscava a promoção da arte brasileira no exterior. Usava pseudônimos em algumas de suas publicações, e entre suas principais obras estão Inocência, Céus e Terras do Brasil e No Declínio.
TEXTO: ESAÚ E JACÓ
“Era a primeira vez que as duas iam ao Morro do Castelo. Começaram de subir pelo lado da Rua do Carmo. Muita gente há no Rio de Janeiro que nunca lá foi, muita haverá morrido, muita mais nascerá e morrerá sem lá pôr os pés. Nem todos podem dizer que conhecem uma cidade inteira. Um velho inglês, que aliás andara terras e terras, confiava-me há muitos anos em Londres que de Londres só conhecia bem o seu clube, e era o que lhe bastava da metrópole e do mundo.
Natividade e Perpétua conheciam outras partes, além de Botafogo, mas o Morro do Castelo, por mais que ouvissem falar dele e da cabocla que lá reinava em 1871, era-lhes tão estranho e remoto como o clube. O íngreme, o desigual, o mal calçadoda ladeira mortificavam os pés às duas pobres donas. Não obstante, continuavam a subir, como se fosse penitência, devagarinho, cara no chão, véu para baixo. A manhã trazia certo movimento; mulheres, homens, crianças que desciam ou subiam, lavadeiras e soldados, algum empregado, algum lojista, algum padre, todos olhavam espantados para elas, que aliás vestiam com grande simplicidade; mas há um donaire que se não perde, e não era vulgar naquelas alturas. A mesma lentidão do andar, comparada à rapidez das outras pessoas, fazia desconfiar que era a primeira vez que ali iam. Uma crioula perguntou a um sargento: "Você quer ver que elas vão à cabocla?" E ambos pararam a distância, tomados daquele invencível desejo de conhecer a vida alheia, que é muita vez toda a necessidade humana.
Com efeito, as duas senhoras buscavam disfarçadamente o número da casa da cabocla, até que deram com ele. A casa era como as outras, trepada no morro. Subia-se por uma escadinha, estreita, sombria, adequada à aventura. Quiseram entrar depressa, mas esbarraram com dois sujeitos que vinham saindo, e coseram-se ao portal. Um deles perguntou-lhes familiarmente se iam consultar a adivinha.
— Perdem o seu tempo, concluiu furioso, e hão de ouvir muito disparate...
— É mentira dele, emendou o outro rindo; a cabocla sabe muito bem onde tem o nariz.

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