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Técnicas de Publicidade e Propaganda Planejamento de Mídia em Publicidade e Propaganda Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Ms. Alexandre Giorgio Revisão Textual: Profa. Ms. Selma Aparecida Cesarin 5 • Introdução • Defesa dos meios - Caracteríicas publicitárias • Definições • Variáveis (e conceitos) fundamentais • As mídias e suas características principais • Técnicas para programação de mídia Para que os objetivos da Unidade sejam alcançados, é de fundamental importância que você leia cuidadosamente todo o material e realize com atenção as atividades propostas. Nesta Unidade, é importante que durante as leituras e os exercícios você consiga compreender os termos mídia, GRP, TARP, COM. OTS, BTL, OTL entre outros. Sugerimos que você: • Acesse o material teórico, lendo-o cuidadosamente; • Depois, veja a Apresentação Narrada para melhor compreender os principais assuntos da unidade; • Em seguida, realize a atividade de sistematização para verificar sua aprendizagem sobre o tema; • Realize a atividade de aprofundamento, que associa os assuntos que estudamos à atividade profissional por meio de reflexão e produção de sua própria autoria no Fórum de Discussão; • Leia atentamente os textos e assista aos vídeos indicados no material complementar. Nesta Unidade, veremos o trabalho de um departamento de mídia dentro de uma agência de publicidade e propaganda. Você entrará em contato com os principais elementos de planejamento tático de mídia e entenderá a complexidade desse tipo de atividade. A publicidade é bem mais complexa do que parece em um primeiro momento e, para podermos lançar mão desta importante ferramenta do marketing, vamos entendê-la mais profundamente. Planejamento de Mídia em Publicidade e Propaganda 6 Unidade: Planejamento de Mídia em Publicidade e Propaganda Contextualização Planejamento de mídia envolve muita informação. Além de conhecer o target, o mercado, os veículos etc., o profissional de mídia trabalha com inúmeras planilhas de custo e cálculos de alcance e produtividade. As questões que surgem com mais força e precisam de respostas são: O que é mídia? Posso falar “o mídia” de uma agência? Quais os principais meios de comunicação de massa? O que é GRP? O que é TARP? Como se calcula o custo por mil pessoas “atingidas” por uma mensagem? Para respondermos a essas e outras questões relevantes para o estudo desta intrigante Disciplina, será preciso fazer um viagem importante pelas diferentes mídias e como fazer cálculos básicos de programação e veiculação. Esperamos que ao término desta Unidade, as questões propostas acima estejam devidamente respondidas e que estejamos prontos para as questões teóricas e técnicas da Disciplina. 7 Introdução Olá, vamos começar a Unidade com a definição desta palavra estranha para leigos e (muitos) não leigos: MÍDIA. Entender a origem de algo sempre ajuda na compreensão de suas funções e usos. Estamos acostumados com os meios de comunicação de massa e com as mídias em nosso dia a dia, mas o que é Mídia? O que difere mídia de meio de comunicação? Quais são as principais mídias que o publicitário tem à disposição? Qual a vantagem de cada uma delas? Como programar mídia? Essas são questões que procuraremos responder no transcorrer deste texto e, ao final, juntamente com as atividades, você estará apto a respondê-las também. Mídia Esta é uma palavra estranha mesmo e existem para ela diversos significados e usos. Veremos aqui o termo mídia como função da publicidade e propaganda. A palavra mídia deriva da palavra meio. Segundo Benetti: Hoje, utilizamos o termo em propaganda como a atividade da agência de publicidade responsável pelo planejamento, negociação e veiculação das peças publicitárias criadas para o cliente. Dentro da agência, o departamento, a atividade e o profissional que atua nesta área são chamados de mídia. Portanto, se houver um profissional chamado Marcos dentro de uma agência e ele for o responsável pelo departamento de mídia, também o chamaremos de mídia: “Marcos é o mídia da agência Y” ou “Marcos trabalha na mídia da agência Y”. A palavra mídia, no contexto publicitário, pode ser masculina ou feminina: o mídia/a mídia. Para Tahara: Definições Ela é o plural da palavra medium, que em latim significa meio. Os americanos, que inventaram quase tudo nesse negócio de Marketing e Comunicação, a adotaram, porém, pronunciada à inglesa e nós brasileiros adaptamos a grafia ao som e de Media obtivemos Mídia. (RIBEIRO et al., 1995, p. 185) 8 Unidade: Planejamento de Mídia em Publicidade e Propaganda Estamos acostumados a chamar a televisão, o rádio, o jornal, a revista e outros veículos de mídia. Exemplo: “Saiu uma notícia na mídia”. Nesse caso, estamos considerando o termo como veículo de comunicação de massa. Portanto, mídia também pressupõe o conceito de “massa”, uma comunicação genérica e não focada em mercados específicos. Este conceito vem sofrendo fortes abalos por teóricos e profissionais de comunicação, pois os próprios veículos empenham-se (por meio de pesquisas) em determinar quem é exposto a seus veículos. É incorreto, portanto, dizer “mídia de massa”, pois o conceito já está implícito no termo. O correto é meio de comunicação de massa ou veículo de comunicação de massa. A função básica O mídia se ocupa de fazer com que a mensagem certa, definida pelo marketing do cliente, planejamento e criação da agência, chegue às pessoas certas, de forma correta e na hora exata. Além disso, o mídia é responsável por determinar quantas vezes a pessoa será exposta à mensagem publicitária para que se obtenha o efeito desejado. Esta é uma tarefa muito complicada, pois mesmo com tudo programado corretamente, a mensagem criada disputa a atenção das pessoas com uma infinidade de outras coisas: outras mensagens publicitárias, o conteúdo dos veículos, outras pessoas em volta, enfim, com todo o resto do mundo que nos cerca. Outro efeito complicador é o diálogo interno que a mensagem publicitária gera em nossa mente. Não recebemos as mensagens como meros receptores de rádio ou televisão; ao contrário, a mensagem que chega dialoga com quem nós somos, que é uma somatória complexa de experiências passadas, momento de vida, experiências com o produto ou marca e seus concorrentes etc. Por exemplo: por ocasião da Copa do Mundo no Brasil em 2014, o jogador da equipe alemã, Mesut Özil, foi flagrado fazendo um selfie entre amigos com um celular cuja capa ostentava a marca Nike. Para muitas pessoas, o fato pode ter passado despercebido, para muitas outras, pode ter parecido uma propaganda voluntária do jogador para seu patrocinador. O fato merece destaque para nós, pois o jogador é patrocinado pela marca Adidas e isso gerou várias notícias na mídia. É possível que o celular não seja do jogador, mas o caso serve para gerar uma reflexão sobre a complexidade do planejamento, controle e dos efeitos do trabalho do mídia. No contexto atual, mídia pode indicar a atividade de veicular, o departamento ou profissional que planeja, negocia, executa e controla a veiculação de uma campanha ou ainda os meios ou veículos de comunicação (TAHARA, 1998, p.9). Fo nt e: R ep ro du çã o Fa ce bo ok 9 O profissional de mídia precisa de informações básicas para poder iniciar seu trabalho. Estas informações precisam chegar até ele em formato de briefing e cinco itens são fundamentais: 1. O que se vai anunciar?; 2. A quem se vai anunciar?; 3. Por que se compra/contrata o produto/serviço?; 4. Quando se compra/contrata o produto/serviço?; 5. Onde se compra/contrata o produto/serviço? De posse dessas informações, o profissional de mídia pode dar início ao planejamento. A partir daí, ele precisaencontrar respostas a questões de fundamental importância para um bom planejamento de mídia, e precisa responder, com base em pesquisas e conhecimento de mercado, a questões1 como: • A que mídia o consumidor está mais exposto?; • Em que horário isso acontece?; • Onde isso acontece?; • Qual o melhor timing para atingi-lo?; • Qual a frequência de exposição necessária para conscientização da mensagem?; • Qual a duração mínima necessária da campanha? Tahara conclui: 1 TAHARA, 1998, p. 14. Explore http://exame.abril.com.br/marketing/noticias/nike-em-celular-de-ozil-chama-atencao- de-internautas. Resumindo, mídia é quem planeja, executa e controla onde (seleção de meios), quanto (determinação de intensidade), quando (determinação de “timing” propício), como (tática de meios) e em que mercado (determinação das prioridades, visando a objetivos de “share”) a verba da campanha deverá ser aplicada (TAHARA, 1998, p. 15). Conheça um pouco mais sobre o profissional de mídia em pesquisa feita para o jornal meio&mensagem em: • http://www.meioemensagem.com.br/home/comunicacao/noticias/2012/06/18/ O-profissional-de-midia-como-ele-e.html 10 Unidade: Planejamento de Mídia em Publicidade e Propaganda Como vimos, o profissional de mídia trabalha para levar a mensagem ao consumidor por meio de canais de comunicação. Vamos agora analisar as principais características dos principais canais, ou mídias. Didaticamente (e muitos profissionais de mercado também utilizam essa polêmica divisão), dividiremos as mídias em online e offline. As mídias offline são todas as tradicionais que conhecemos há anos e que não estão desconectadas da Internet em seu formato original. Exemplo: televisão, revistas impressas, jornais impressos, rádio tradicional (hoje as principais rádios já estão também na Internet e existem rádios que atuam somente pela Internet), outdoor etc. As mídias online são todas aquelas que utilizam a conexão com a Internet como suporte. Exemplo: Mídias Sociais2 (Facebook, Tweeter, Plus Google, Youtube etc.), sites, hotsites, blogs etc. Um planejamento de mídia precisa prever esses dois tipos de meios em sua programação e, sempre que possível, provocar a interação ente eles. Outro par de termos comum em propaganda, e não menos polêmico, é Below The Line (BTL) e Above The Line (ATL). Nesta divisão, as características de conexão ou não com a Internet não influenciam. O que conta é a definição de mídia. • Above The Line – São atividades promocionais que utilizam mídia como televisão, rádio, mídias impressas (revistas, jornais etc.), outdoor, cinema e Internet; • Below The Line – São as ações publicitárias fora da mídia como relacionamento, merchandising, promoções, relações públicas, licenciamento, marketing direto etc MOOH e MDOOH MOOH é a sigla do termo em inglês de Mídia Out Of Home, ou seja, qualquer mídia que nos impacte assim que saímos de casa. O conhecido outdoor, que foi proibido na cidade de São Paulo pela Lei Cidade Limpa, é a mais conhecida dessas mídias. A ele juntaram-se os espaços em mobiliário urbano: relógios de rua, pontos de ônibus, corrimãos e vagões de metrô adesivados etc. 2 Existe muita controvérsia no meio publicitário quanto à definição do que é mídia social ou rede social. Redes sociais como Facebook, Orkut, MySpace entre outras, são consideradas mídias? Deixaremos esta questão de fora de nossa Disciplina. Para quem desejar explorar mais os termos e definições, sugiro iniciar por aqui: http://www.midiatismo.com.br/comunicacao-digital/qual-a-diferenca-entre-redes-sociais-e-midias-sociais As mídias e suas características principais Fonte: oohmidia.com.br Figura 2 Ação de OOH em abrigo de ônibus. 11 MDOOH é a sigla do termo em inglês de Mídia Digital Out Of Home, ou seja, qualquer mídia DIGITAL que nos impacte assim que saímos de casa como Elemídia, quiosques com telas digitais, as TVs em metrôs e ônibus etc. Cada mídia tem características próprias, que o planejador precisa aproveitar ao máximo para conseguir alcançar os objetivos de marketing e comunicação. É preciso conhecer essas características a fundo para criar um bom mix de mídia. Meios Pontos Fortes Pontos Fracos Televisão - Cobertura/visibilidade - Dinamismo; - Baixo custo relativo; - Qualificação por meio da programação. - Necessidade de frequência; - Alto custo de produção; - Alto custo absoluto; - Inflexibilidade com prazos. TV Paga - Qualificação de público; - Dinamismo. - Baixa cobertura; - Não favorece a regionalização. Rádio - Segmentação de público e mercado; - Imediatismo; - Baixo custo relativo; - Gerador de frequência; - Baixo custo de produção. - Cobertura lenta; - Necessidade de programação de múltiplas emissoras. Revista - Segmentação de público; - Formador de opinião; - Credibilidade; - Alta durabilidade; - Adequação editorial. - Inflexibilidade com prazos; - Baixa cobertura; - Alto custo relativo. Figura 3 Ação de MDOOH feita pela agência Leo Burnett de Kuala Lumpur para o McDonald’s. Fonte: abmooh.com.br Explore Veja como foi a ação em: http://www.abmooh.com.br/nt-mercado/outdoor-do- mcdonalds-interage-com-smartphone-do-consumidor/. Defesa dos meios - Caracteríicas publicitárias 12 Unidade: Planejamento de Mídia em Publicidade e Propaganda Jornal - Formador de opinião; - Imediatismo; - Cunho noticioso; - Flexibilidade. - Baixa durabilidade; - Alto custo de produção; - Limitação de período. Outdoor - Grande visibilidade; - Flexibilidade de formatos; - Possibilita regionalização; - Alta cobertura. - Baixa durabilidade; - Alto custo de produção; - Limitação de período. Mídia exterior - Grande visibilidade; - Flexibilidade de formatos; - Possibilita regionalização; - Alta cobertura. - Baixa durabilidade; - Alto custo de produção; - Limitação de período. Internet - Segmentação de público; - Imediatismo; - Baixo custo relativo. - Baixa cobertura. Os mídias utilizam informações de empresas conceituadas para fazer seus planos. As principais são: Ipsos3 – A Ipsos é uma empresa especializada em estudos do consumo de mídia e inteligência de mercado. É muito utilizada por planejadores e mídia e traz informações relevantes para a área, pois disponibiliza um software chamado SISEM Suíte, que permite consulta e tabulação dos dados da empresa e compara tendências de mídia entre outras informações importantes. Acesse: www.ipsos.com.br; IPC Maps – Índice de potencial de consumo: Fornece dados sobre potencial de consumo e informações demográficas de todos os municípios brasileiros baseados em informações do IBGE. Acesse: http://www.ipcbr.com/12/; IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística: Indicadores estatísticos oficiais como SENSO, PNAD etc. Acesse: http://www.ibge.gov.br/home/; IBOPE – Instituto Brasileiro de Opinião e Estatística: Instituto privado de pesquisas. O grupo é dividido em unidades de negócios como IBOPE Media, IBOPE Inteligência, IBOPE Ambiental e IBOPE e-commerce. Acesse: http://www.ibope.com/pt-br/Paginas/home.aspx; Datamonitor – Mais abrangente e detalhada fonte de informações dos últimos lançamentos de bens de consumo em massa no mercado global. Acesse: http://www.datamonitor.com/; 3 Ipsos é a terceira maior empresa de pesquisa e de inteligência de mercado do mundo. Fundada na França, em 1975, a Ipsos conta hoje com 16.000 funcionários e está presente em 85 países. Fonte: www.ipsos.com.br. Importante Dados e informações sobre mídia e consumo são essenciais para o planejamento de mídia. 13 Euromonitor – GMID – Global Market Information Database: Acervo de informações e estatísticas por país que inclui variáveis demográficas, econômicas e indicadores de estilo de vida para205 países. Acesse: http://www.euromonitor.com/; IVC – Instituto de Verificação de Circulação: É o órgão responsável pela auditoria de circulação de jornais, revistas, controladas (publicações técnicas) e websites. Acesse: http://www. ivcbrasil.org.br/. Segundo Benetti (RIBEIRO et al., 1995, p. 218), o raciocínio básico de mídia pode ser sempre reduzido a quatro variáveis fundamentais: • Cobertura – Percentual de pessoas expostas pelo menos uma vez a determinada mensagem; • Frequência – número de vezes que determinada pessoa pode vir a receber a mensagem; • Formato – tamanho/secundagem da peça publicitária; • Continuidade – extensão de tempo de determinada campanha. É função do profissional de mídia determinar estes quatro elementos em função da necessidade da campanha e da verba disponível. Quanto maior a cobertura e a frequência, maior será o custo de mídia. Os custos devem ser bem distribuídos de forma a potencializar a verba do cliente, ou seja, dimensionar corretamente estas quatro variáveis de forma que a campanha seja mais efetiva, com o menor custo possível. O ideal é preparar um mídia mix, ou seja, utilizar várias mídias diferentes em uma mesma campanha de forma a fazer com que o máximo de pessoas entre em contato com a mensagem (Opportunities To See ou OTS), em diferentes meios, com o menor custo possível. O OTS é um bom indicador de frequência. Quanto maior for o OTS, maiores as oportunidades de que o consumidor entre em contato com a mensagem. Para compreender como o estudo é dirigido, veja o material da Ipsos em: • http:/ /www.espm.br/Unidades/RioDeJaneiro/Bibl ioteca/Documents/ Treinamento%20Estudos%20Marplan.pdf Variáveis (e conceitos) fundamentais 14 Unidade: Planejamento de Mídia em Publicidade e Propaganda No planejamento de mídia, o profissional lança mão de técnicas específicas para simular custos, intensidade de campanha, somatória de audiência de comerciais etc. Vamos ver quais sãos as principais. CPM - Custo Por Mil Técnica antiga de medição, mas em uso até hoje. Consiste em Calcular o menor custo possível para alcançar 1.000 pessoas através de uma fórmula matemática simples. Segundo Tahara4, essa técnica é primária, pois não considera outros fatores que cercam a programação como: • Audiência total por inserção; • Adequação da programação ao produto; • Função que a programação deverá ter na campanha etc. Contudo, essa técnica pode ser muito útil quando utilizada após (quando possível) a verificação destes itens. Onde obter as informações? Os veículos disponibilizam informações de circulação, perfil do target (público alvo), custos etc. em um documento chamado Mídia Kit. São informações importantes geradas pelo próprio veículo, mas que devem ser consideradas com cuidado pelo planejador de mídia, afinal é o próprio veículo vendendo a si próprio. Veja alguns mídia kits: • Revista Carta Capital – http://www.cartacapital.com.br/anuncie/media-kit/copy9_of_ MIDIAKITCARTACAPITAL2014.pdf; • UOL – http://publicidade.uol.com.br/midia-kit/; • Revista Caras –http://caras.uol.com.br/anuncie/revista/missao.html; • Rede Globo – http://comercial2.redeglobo.com.br/midiakit/Pages/Home.aspx 4 TAHARA, 1998, p. 45. Técnicas para programação de mídia Figura 4. Cálculo de CPM - Custo por mil. 15 GRP – Gross Rating Points Pontos por audiência bruta é um indicador do tamanho de esforço de comunicação. Quanto maior o número GRP, maior o esforço de comunicação. O índice é obtido pela somatória de audiência. Para Tahara: “O GRP é uma medida de intensidade de campanha e é obtido através da somatória de audiência esperada dos programas (comerciais) ou anúncios, em se tratando de mídia impressa, que compõem a programação” (TAHARA, 1998, p. 46). Por exemplo: se você programa duas inserções de um comercial padrão de 30 segundos nos intervalos comerciais de uma novela que tem 50 pontos de audiência esperados, o GRP será de 100. A partir do GRP, você será calcular o Custo Por Ponto (CPP), que é o custo de alcançar o número de pessoas que representam um ponto de audiência. Exemplo seguindo o exemplo anterior: Duas inserções em um programa com 50 pontos de audiência a um custo total de R$ 100,00 o CPP será de R$ 2,00. O ponto de audiência Recentemente5, o Ibope divulgou um reajuste do ponto de audiência para a pesquisa de TV Aberta. Em 2014, cada ponto passou a corresponder, por Grande São Paulo, 65.2014 domicílios e 193.281 indivíduos; Grande Rio de Janeiro: 39.600 domicílios e 109.982 indivíduos; Painel Nacional de Televisão (PNT): 217.460 domicílios e 641.286 indivíduos. Com a necessidade cada vez maior de otimizar os custos com Publicidade atingindo a segmentação do público que realmente interessa para a empresa, o conceito de GRP tem seu valor questionado, pois é um índice de audiência bruta e não focada. Dessa necessidade, foi desenvolvido o TARP (Target Audience Rating Point) que leva em consideração a segmentação por público de interesse. TARP – Target Audience Rating Point: Expressa a relação entre a parcela do target, alcançada pela determinada programação e o total do universo de target existente na praça. É também um método de mensuração de intensidade de uma programação, porém, considera o público de interesse. O TARP é calculado multiplicando-se o número de inserções no intervalo comercial de determinado programa multiplicado pela audiência individual do programa. 5 Notícia no site da revista Exame da Abril. (Exame Abril, 2014). Acesse a explicação no manual básico de mídia da Rede Globo em: http://comercial.redeglobo.com.br/informacoes_comerciais_manual_basico_de_ midia/manual_basico_grp.php. Figura 5. Cálculo de TARP - Target. 16 Unidade: Planejamento de Mídia em Publicidade e Propaganda A partir do GRP e do TARP, conseguimos calcular a somatória das audiências das inserções de uma programação: Isso representa a intensidade de alocação de esforço por período, mercado, produto, público alvo etc. Cobertura eficiente O profissional de mídia considera eficiente uma cobertura que assegure a conscientização da mensagem pelos consumidores potenciais, ou seja, o target. Ainda hoje, utiliza-se o three hit, teoria de Herbert Krugman, para um número máximo de frequência de exposições à mensagem. Tahara6 descreve as razões de Krugman de maneira bem simples: • Na primeira exposição, a audiência tenta entender a natureza dos estímulos, despertando a pergunta: O que é isto?; • Na segunda exposição, evoca-se uma resposta de reconhecimento e uma avaliação da mensagem, despertando a pergunta: para que serve?; • Na terceira exposição, responde-se às perguntas anteriores, constituindo-se numa lembrança, caso uma decisão de compra baseada em avaliação ainda não tiver sido efetivada; • Para a exposição máxima, o ideal é o feeling. Estima-se que acima de sete exposições semanais, a mensagem se torna desgastante. Classificação de público-alvo Para a classificação do público alvo no Brasil, utiliza-se (mais comumente) o Critério Brasil que é definido pela ABEP (Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa) e é continuamente atualizado pela instituição. Atualmente, está em vigor o Critério de Classificação Econômica publicado em 20117 válido desde 01/01/2013; a versão (prévia) do próximo CCEB passará a valer a partir de 01/01/2015. O Critério Brasil é um critério de classificação socioeconômica e não de classe social, como muitos ainda acreditam. O Critério leva em consideração níveis de renda e a posse de bens nos domicílios e utiliza um sistema de pontos. No final, faz-se a relação entre os pontos obtidos pelo pesquisador e a classe socioeconômica. 6 TAHARA, 1998, p. 53. 7 Você pode obter o PDF atual e o a versão preliminar do próximo, cliqueaqui: http://www.abep.org/new/criterioBrasil.aspx Figura 6. Audiência. 17 O Critério atual classifica em: • A1 de 42 a 46 pontos; • A2 de 35 a 41 pontos; • B1 de 29 a 34 pontos; • B2 de 23 a 28 pontos; • C1 de 18 a 22 pontos; • C2 de 14 a 17 pontos; • D de 08 a 13 pontos; • E de 00 a 07 pontos. O documento faz uma relação entre a classificação da classe econômica com a renda média bruta familiar no mês (em que for feita a pesquisa) e leva em consideração as informações referentes ao LSE (Levantamento da Situação Escolar) 2011 9 RMs (Regiões Metropolitanas) do IBOPE Mídia. Assim, fica mais fácil fazer uma relação entre classe socioeconômica e a renda domiciliar. É importante reparar que essa classificação elimina a divisão entre as classes A1 e A2, colocando- as em uma mesma classe A e que as classes D e E também foram consideradas conjuntamente. Classes Pontos Renda média bruta familiar no mês A de 35 a 46 pontos R$ 9.263,00 B1 de 29 a 34 pontos R$ 5.241,00 B2 de 23 a 28 pontos R$ 2.654,00 C1 de 18 a 22 pontos R$ 1.685,00 C2 de 14 a 17 pontos R$ 1.147,00 D, E de 00 a 13 pontos R$ 776,00 Dessa forma, mesclando números e conseguindo informações com os mais variados institutos e veículos, o planejador é capaz de fazer um plano de mídia bem feito. 18 Unidade: Planejamento de Mídia em Publicidade e Propaganda Material Complementar Para aprofundamento, leia o material indicado a seguir. Explore Bom manual prático de Criação Publicitária de Flávio Waitman: • http://www.flaviowaiteman.com.br/Manual_criacao_publicitaria_op.pdf; Aspectos da criação publicitária, de Karen Cristina Kraemer Abreu: • http://www.bocc.ubi.pt/pag/bocc-kraemer-criacao.pdf; Ótima reportagem com o criativo Eugênio Mohallem: • http://www.programareclame.com.br/tag/eugenio-mohallem/; Processo de criação e produção gráfica – Uniseb Interativo: • https://www.youtube.com/watch?v=ks4cKTPNh0c. 19 Referências Exame Abril. (2014). Ibope reajusta valor do ponto de audiência. Acesso em 15 de 7 de 2014, disponível em Exame Abril: http://exame.abril.com.br/tecnologia/noticias/ibope-reajusta- valor-do-ponto-de-audiencia. Ribeiro, J. et al. (1995). Tudo o que você queria saber sobre propaganda e ninguém teve paciência para explicar. 3.ed. São Paulo: Atlas. Tahara, M. (1998). Mídia. 7.ed. São Paulo: Global. 20 Unidade: Planejamento de Mídia em Publicidade e Propaganda Anotações www.cruzeirodosulvirtual.com.br Campus Liberdade Rua Galvão Bueno, 868 CEP 01506-000 São Paulo SP Brasil Tel: (55 11) 3385-3000
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