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apelação civel constitucional 2

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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA __ VARA CÍVEL DA COMARCA DE CAICÓ DO ESTADO DO CEARÁ
Processo n° xxx
 ASSOCIAÇÃO DOS MORADORES UNIDOS DE CAICÓ, pessoa jurídica de direito privado, sediada na rua xxx, n° xxx, bairro xxx, CEP -xxx, da cidade de Caiacó-Ce, endereço de e-mail xxxxx@xxxx.com, representada por seu fundador JUSTINO, estado civil, profissão, brasileiro, portador da cédula de identidade RG n° xx.xxx.xxx.xx, CPF/MF n° xxx.xxx.xxx.xx, residente e domiciliado na rua xxx, n ° xxx, bairro xxx, CEP xxxxx-xxx, da cidade de Caicó-Ce, com endereço eletrônico xxxxx@xxxx.com, por sua advogada e procuradora infra-assinada (procuração em anexo, doc. n° xx), com endereço profissional na rua xxx, n° xxx, bairro xxx, CEP xxxxx-xxx, da cidade de Caicó, endereço eletrônico xxxxx@xxx, OAB xxx/xxx, vem tempestivamente, a presença de Vossa Excelência, com fulcro nos arts. 724 e 1.009 do Código de Processo Civil, interpor;
RECURSO DE APELAÇÃO
 Em face de decisão de fls. xx, e xx, que extinguiu a AÇÃO CIVIL PUBLICA COM PEDIDO LIMINAR sem julgamento do mérito, movida em face da empresa GUARARAPES ADMINISTRADORA LTDA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ nº xxx, sediada na rua xxx, nº xxx, bairro xxx, CEP -xxx na cidade de Caicó-Ce, e PREFEITURA MUNICIPAL DE CAICÓ, pessoa jurídica de direito publico, inscrita no CNPJ nº xxx, com endereço na rua xxx, nº xxx, bairro xxx, CEP xxx, na cidade de Caicó-Ce, cujas razões seguem acostadas. 
Deixa o apelante de efetuar o preparo do recurso, tendo em vista possuir isenção de custas e emolumentos judiciais.
Requerendo, para tanto, que o recurso seja recebido no efeito devolutivo, intimando-se a parte contrária, para, querendo, apresentar as contrarrazões, sendo remetidos os autos ao Egrégio Tribunal de Justiça do estado do Ceará, para que dele conheça e profira nova decisão.
 
 Nestes termos, pede-se deferimento.
 
 Ceará, dia X de mês X ano X
 Advogado: X
 OAB: XXXX
RAZÕES DE RECURSO DE APELAÇÃO
APELANTE: ASSOCIAÇÃO DOS MORADORES UNIDOS DE CAICÓ
APELADA: GUARARAPES ADMINISTRADORA LTDA
APELADA: PREFEITURA MUNICIPAL DE CAICÓ
Origem: x Vara Cível da Comarca de Caicó-CE, Ação Civil Publica Com Pedido Liminar n° xxxxxxx.
COLENDA TURMA
EGREGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA
 
 DOUTROS DESEMBARGADORES.
 I - DA TEMPESTIVIDADE
O presente recurso encontra-se dentro da tempestividade, conforme art. 1003, § 5º do CPC, haja vista que a intimação da decisão foi publicada dia 10/11/2017, as partes são legítimas e estão devidamente representadas, portanto, preenchido os pressupostos de admissibilidade.
II - SÍNTESE DOS FATOS
A ASSOCIAÇÃO DOS MORADORES UNIDOS DE CAICÓ vem interpor recurso de apelação contra sentença exarada pelo juízo da x Vara Cível da Comarca de Caicó, nos autos da Ação Civil Pública Com Pedido Liminar nº xxxxx, que indeferiu a petição inicial com fundamento na repartição de responsabilidade entre entes federativos prevista na Constituição Federal, extinguindo o processo, por conseguinte, sem resolução do mérito.
Em apertada síntese, o apelante ajuizou Ação Civil Pública Com Pedido Liminar, buscando provimento jurisdicional que obrigue a empresa GUARARAPES ADMINISTRADORA LTDA e a PREFEITURA MUNICIPAL DE CAICÓ a reparação dos danos causados ao patrimônio histórico Colosseu, situado na cidade de Caicó deste mesmo estado.
O representante do Ministério Público foi ouvido e exarou parecer favorável a Associação pugnando pela condenação das requeridas à reparação de danos e à obrigação de fazer.
Consoante o raciocínio esposado pelo Juízo a quo, seria juridicamente impossível o ingresso da presente demanda, por entender que as partes ocupantes do polo passivo são ilegítimas. De igual maneira, o magistrado deixou de analisar o mérito da ação, extinguindo o processo sem julgamento de mérito, fundamentou tal decisão no art. 23, incisos III e IV, da Constituição Federal de 1988, aduzindo que a matéria é de competência comum da União dos Estados e Municípios. 
III - DO CABIMENTO DO RECURSO
De acordo com o artigo 203, § 1º, do Código de Processo Civil, sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos artigos 485 e 487, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução. Assim, ter-se-á por sentença a decisão judicial que extinguir a fase do processo com ou sem a análise do mérito. 
No caso em tela, o magistrado extinguiu a ação civil pública com pedido liminar por entender que o polo passivo não possuía legitimidade, nos termos do artigo 330, inciso II, do Código de Processo Civil. Extinguiu, por conseguinte, o processo sem a devida resolução do mérito, lastreado no artigo 485, inciso VI, do mesmo Código. 
Nesse diapasão, o artigo 1.009, caput, do Código de Processo Civil, preconiza ser a apelação o recurso cabível contra sentença: 
Art. 1.009. Da sentença caberá apelação. 
Figurando, pois, a presente situação como inconformismo em face de sentença, inquestionável se revela o cabimento do recurso de apelação interposto.
IV - DO MÉRITO DO RECURSO
Na r. sentença recorrida, o Juízo a quo extinguiu a ação sem julgamento de mérito sob o argumento de que o polo passivo não era devidamente legitimo, uma que estava apenas a Prefeitura Municipal de Caicó e a Empresa Guararapes Administradora Ltda., fundamentando no art. 23, incisos, III e IV da Constituição Federal de 1988, data máxima vênia a r. decisão merece reforma, haja vista que o polo passivo estava devidamente representado, haja vista que, qualquer pessoa cuja cometa ato lesivo nos termos do art. 1°, inciso III, da Lei 7.347 de 1985, pode ser sujeito passivo da ação.
Art. 1º  Regem-se pelas disposições desta Lei, sem prejuízo da ação popular, as ações de responsabilidade por danos morais e patrimoniais causados:
[...]
III – a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;
É certo que os entes descritos por Vossa Excelência poderiam integra ao polo passivo, por tratar-se de matéria na qual a competência é comum entre os entes federativos, no entanto, pelo principio norteador da repartição constitucional de competência é a predominância de interesse que prevalece, o que faz com que a regra geral seja: à União pertencem as questões de interesse geral, aos Estados interesses regionais e aos Municípios interesses locais. 
 [...
III -  proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;
IV -  impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor histórico, artístico ou cultural;
TJ- 
 SP - Apelação APL 10171009720148260506 SP 101710097.2014.8.26.0506 (TJ-SP). 
 Data de publicação: 10/10/2016 
 Ementa: AÇÃO CIVIL PÚBLICA. Obrigação de fazer consistente em executar as medidas necessárias para a recuperação e restauração da sede da Prefeitura Municipal, o Palácio Rio Branco. Dever de proteção do patrimônio histórico, artístico e cultural. Competência comum da União, Estados e Municípios. Arts. 23 e 216 da Constituição Federal . Possibilidade da intervenção do Poder Judiciário, por meio da tutela jurisdicional, a fim de suprir eventual omissão do Poder Público no cumprimento do dever de preservação do meio ambiente cultural, sem que isso implique ofensa ao Princípio da Separação dos Poderes. O Município não pode se negar a cumprir um dever imposto pela Constituição face à falta de previsão orçamentária. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.
 Art. 30, incisosI e IX, da Constituição Federal.
 Compete aos Municípios
  I -  legislar sobre assuntos de interesse local;
  IX -  promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual.
(TJ-MG 1986405 MG 1.0000.00.198640-5/000(1), Relator: ALMEIDA MELO, Data de Julgamento: 21/12/2000, Data de Publicação: 20/02/2001)
Município. Competência legislativa. Proteção ao patrimônio histórico-cultural. O Município tem competência, legislativa e administrativa, para dispor sobre a proteção do patrimônio histórico-cultural de interesse local (Constituição da República, arts. 23, III, e 30, II e IX). O interesse local, para o efeito do patrimônio histórico, diz respeito à proteção dos valores que não ultrapassem a estima pública do lugar ou em que esta seja muito predominante.
 (TJ-MG - AC: 10687110065574001 MG, Relator: Edgard Penna Amorim, Data de Julgamento: 26/09/2017, Câmaras Cíveis / 1ª CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 04/10/2017)
APELAÇÃO CÍVEL E REEXAME NECESSÁRIO - AÇÃO CIVIL PÚBLICA - DIREITO CONSTITUCIONAL, ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL - DEFESA DE IMÓVEL DE VALOR CULTURAL - RESTAURAÇÃO E CONSERVAÇÃO DO BEM CONHECIDO COMO 'FORNO HOFFMAN' - MUNICÍPIO DE TIMÓTEO - PROTEÇÃO AO PATRIMÔNIO HISTÓRICO-CULTURAL LOCAL - COMPETÊNCIA MUNICIPAL - ART. 30, INC. IX DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA DE 1988 - APRESENTAÇÃO DE PROJETO DE RESTAURAÇÃO E CONSERVAÇÃO - PRAZO DE CENTO E VINTE DIAS - REFORMA PARCIAL DA SENTENÇA. 1. Reconhecida a importância local do prédio conhecido como 'Forno Hoffman', inventariado como patrimônio cultural do Município de Timóteo em seu 'Primeiro Plano de Inventário de Proteção ao Acervo Cultural', incumbe ao próprio ente municipal promover a restauração integral do imóvel em questão, bem como a sua conservação - de acordo com projeto previamente aprovado pelo Conselho Municipal do Patrimônio Cultural ou pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA) - nos termos do art. 30, inc. IX, da Constituição da República de 1988. 2. Em observância aos limites da lide, a procedência do pedido relacionado à obrigação de fazer consistente na restauração e conservação do bem deve se restringir à condenação do Município de Timóteo a apresentar, no prazo de 120 (cento e vinte dias), o projeto executivo para viabilizar as referidas medidas.
Para tanto, o polo passivo da presente ação, está perfeitamente legítimo, sendo possível a resolução de mérito condenando os réus a repararem os danos e desgastes sofridos pela Ruína Colosseu devido ao seu abandono.  Quando se tratando de patrimônio local, a competência do município merece destaque. 
V - DOS PEDIDOS
I - Diante do exposto, requer seja o presente Recurso de Apelação conhecido e provido, a fim de anular a sentença, dando-se prosseguimento ao feito perante o Juízo a quo;
II - Intimação do Ministério Público para intervir no feito até o final agindo como fiscal da ordem publica;
III - Citação das embargadas na pessoa de seus representantes legais para, querendo, apresentar contrarrazões a presente demanda;
IV - A condenação da empresa GUARARAPES ADMINISTRADORA LTDA à obrigação de fazer consistente na realização de reparos necessários à preservação e conservação da ruína Colosseu. 
 Nestes termos, pede-se deferimento.
 
 Ceará, dia X de mês X ano X.
 Advogado: X
 OAB: XXXX

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