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RAZÕES DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO Associação Moradores de Caicó

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO CEARÁ.
PROCESSO NÚMERO: XXXXXXXXXXX
ASSOCIAÇÃO DOS MORADORES UNIDOS DE CAICÓ, pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos, legalmente constituída desde 01.12.2000, já qualificada nos autos, com fundamento no art. 102, III, ‘a’ da Constituição Federal, vem à presença de Vossa Excelência, por seu advogado assinado abaixo - conforme procuração em anexo, propor o presente:
RECURSO EXTRAORDINÁRIO
Contra o v. acórdão de fls. xxxx dos autos, nos termos que seguem. Requer, para tanto, que o recurso seja recebido e, após notificada a parte contrária, seja determinada a sua remessa ao Egrégio Supremo Tribunal Federal, para que dele conheça e dê uma nova decisão.
Em anexo, segue o comprovante de recolhimento das custas recursais a fi m de garantir o preparo recursal, em observância ao art. 1007 do CPC.
Nestes termos, pede e espera deferimento
.
Caicó, CE. xx de xxxxxxx de xxxx
________________________ 
“Nome do advogado”
OAB número “xxxxxx” 
AO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
PROCESSO NÚMERO: XXXXXXXXXXX
Recorrente: Associação dos Moradores Unidos de Caicó - CE
Recorridos: Guararapes Adm. Ltda. e Prefeitura Municipal de Caicó – CE
RAZÕES DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO
DA SÍNTESE PROCESSUAL
Caicó possui algumas ruínas da época da colonização portuguesa, as quais fazem parte do patrimônio histórico e cultural da cidade. A ruína mais famosa, “Colosseu”, é administrada pela empresa ré por meio de contrato de convênio com o Poder Público local, firmado entre a Prefeitura do Município de Caicó e a GUARARAPES ADM LTDA.
A ruína virou um ponto turístico de intensa visitação no município. Ocorre que, nos últimos meses, a empresa tem deixado de lado a manutenção do local, o qual está gravemente deteriorado, precisando de sérios reparos, os quais a empresa promete que vai realizar, porém não o faz.
Após solicitações de informações da apelante em conjunto com a Defensoria Pública do Estado, a Prefeitura do Município informou que já havia diligenciado junto à empresa as providências cabíveis, mas que também ainda não tinha obtido retorno. Informou também que, em reunião com o responsável da empresa convocada para tratar do assunto, foi dado prazo a resolução do problema, porém o mesmo não foi cumprido. Entretanto, o contrato com a empresa continua vigente sem que sejam tomadas as devidas providências para a revitalização do local, seja pela Prefeitura ou pela empresa privada responsável pela administração do local.
Tal fato vem causando grave dano ao patrimônio histórico, cultural e turístico do município, pelo que a ASSOCIAÇÃO DOS MORADORES UNIDOS DA CIDADE DE CAICÓ, ora recorrente, ajuizou Ação Civil Pública contra a empresa responsável pela administração do local, GUARARAPES ADM LDTA e contra a PREFEITURA MUNICIPAL, titular do contrato público firmado com a referida empresa, e ente responsável pela preservação do local na forma do artigo 30 da CF/88.
Após o ajuizamento, a ação seguiu seu trâmite normal. Foi ouvido o representante do Ministério Público, o qual exarou parecer favorável a Associação, pugnando pela condenação das requeridas à reparação de danos e à obrigação de fazer.
Entretanto, o juiz de primeiro grau extinguiu a ação sem resolução de mérito, por entender que as partes que ocupam o polo passivo da ação são ilegítimas. A sentença foi publicada no dia 10/11/2017, com fundamento na repartição de responsabilidade entre os entes federativos prevista na Constituição Federal. O Juiz, sem julgar o mérito da demanda, extinguiu o processo por entender que as partes alocadas no polo passivo não possuíam legitimidade, aduzindo que a matéria é de competência comum da União, Estados e Municípios e, por isso, os três entes deveriam estar no polo passivo da demanda. Fundamentou a decisão no art. 23, incisos III e IV, da Constituição Federal.
Diante da decisão, a recorrente apresentou recurso de Apelação ao Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, o qual foi recebido, porém negado provimento ao pedido de reforma da decisão com base nos mesmos fundamentos da decisão de primeiro grau, conforme o v. acórdão recorrido, publicado no dia 05/03/2018.
DA TEMPESTIVIDADE DO RECURSO
O artigo 1003, §3º do Código de Processo Civil estabelece como regra geral prazo o de 15 dias para a interposição de recurso, excetuados os embargos de declaração. Logo, o prazo para interposição do presente recurso segue a regra geral. Pois o fim do prazo para interposição 24/11/2017. Como protocolado antes da data fatal, o presente recurso é tempestivo.
DAS RAZÕES PARA A REFORMA 
a. Violação do artigo 23, incisos III e IV da Constituição Federal de 1988, que prediz.
É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos; impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor histórico, artístico ou cultural.
Como o v. acórdão recorrido manteve a r. sentença de primeiro grau que extinguiu o processo sem resolução de mérito, com fundamento do artigo acima, observa-se que a interpretação dada ao dispositivo constitucional, com o devido respeito, não merece prosperar. 
Entendeu o Tribunal de Justiça do Estado do Ceará que como a se trata de uma competência comum, deveriam estar no polo passivo da Ação Civil Pública proposta pela apelante, a União, o Estado do Ceará e o município de Caicó. Porém, incorre em erro a referida decisão.
O fato de ser uma competência comum, não quer dizer que há a obrigatoriedade de todos os entes estarem no polo passivo da ação. Quer dizer que é possível que seja exercida por mais de um ente federativo, sem que esse exercício exclua a competência dos demais.
A este fato, doma-se que o objeto da Ação Civil Pública proposta pela apelante é a proteção de patrimônio histórico cultural local, pertencente ao munícipio de Caicó, como demonstrado na petição inicial.
b. Violação do artigo 30, incisos IX da Constituição Federal de 1988, que prediz.
Compete aos Municípios: promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual.
O artigo citado trata da competência exclusiva dos Municípios. Em seu inciso IX atribui ao ente municipal a competência para promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local. Sendo assim, o que se extrai do texto constitucional é que o exercício da competência de um ente não exclui a competência de outro no que tange a proteção do patrimônio histórico e cultural. Assim, fica evidente que o preenchimento do polo passivo da demanda foi feito corretamente em observância ao texto constitucional.
A legitimidade passiva da empresa GUARARAPES decorre do fato de que o Município, através de contrato público, contratou a referida empresa para realizar a administração do local, o que não vem sendo feito corretamente, pelo que a empresa também foi incluída na demanda. 
Sendo assim, em vista do que foi exposto, verifica-se que a Prefeitura Municipal de Caicó e a empresa GUARARAPES ADM LTDA são partes legitimas para figurarem no polo passivo da ação.
DO CABIMENTO DO RECURSO
A decisões anteriores ao v. acórdão recorrido, bem como o próprio acórdão em questão, violam diretamente o art. 30 da Constituição Federal. Por isso, cabível o presente recurso extraordinário com fundamento no art. 102, III, ‘a’ da Constituição Federal. Preenche, também, o requisito previsto no art. 102, III, § 3º da CF e no art. 1.035 do CPC, eis que o objeto da demanda é a preservação de patrimônio histórico e cultural, logo evidente que a matéria tratada na demanda transcende o interesse das partes nela presentes.
DO PEDIDO
Diante do exposto, requer Vossa Excelência:
a. O recebimento e conhecimento do presente recurso, pois preenche todos os requisitos necessários.
b. Seja dado o provimento, para reformar o v. acórdão, a fim de que seja reconhecidaa legitimidade passiva da Prefeitura Municipal de Caicó e GUARARAPES ADM LTDA, determinando-se que outra decisão seja proferida, com a apreciação do mérito da causa.
Nestes termos, pede e espera deferimento
.
Caicó, CE. xx de xxxxxxx de xxxx
________________________ 
“Nome do advogado”
OAB número “xxxxxx”

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