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Platão e a polis

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Segundo Platão, os seres humanos e a polis possuem a mesma estrutura. Os humanos são dotados de três almas ou três princípios de atividade: 
ALMA CONCUPISCENTE 
Satisfação das necessidades do corpo 
Prazer 
ALMA IRASCÍVEL/COLÉRICA 
Defender o corpo contra as agressões 
· Homem 
· Meio ambiente 
Agressividade 
Reage a dor na proteção da vida 
ALMA RACIONAL 
Conhecimento na forma de opiniões e percepções 
Experiência 
Na forma de idéias verdadeiras 
 
 
 
 
 
Segundo Platão, os seres humanos e a polis possuem a mesma estrutura. Os humanos são dotados de três almas ou três princípios de atividade: 
ALMA CONCUPISCENTE 
Satisfação das necessidades do corpo 
Prazer 
ALMA IRASCÍVEL/COLÉRICA 
Defender o corpo contra as agressões 
· Homem 
· Meio ambiente 
Agressividade 
Reage a dor na proteção da vida 
ALMA RACIONAL 
Conhecimento na forma de opiniões e percepções 
Experiência 
Na forma de idéias verdadeiras 
 
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Desta forma, na concepção de Platão, o homem justo é aquele cuja alma racional (pensamento e vontade) é mais forte do que as outras duas almas, impondo à concupiscente a virtude da temperança ou moderação, e à colérica a virtude da coragem, que deve controlar a concupiscência. O homem justo, no entender de Platão, é o homem virtuoso, onde prevalece o domínio racional sobre o desejo e a cólera. 
HOMEM JUSTO 
O homem injusto é aquele cuja alma concupiscente é mais forte e prevalece sobre a alma colérica e a alma racional 
HOMEM INJUSTO 
ALMA CONCUPISCENTE 
 
ALMA RACIONAL                                                        ALMA COLÉRICA 
Assim, a justiça ética e a hierarquia das almas, a racional superior, que domina as inferiores. Numa passagem Platão introduz sua exposição: “- por ventura o elemento que impede tais atos não provém, quando existe, do raciocínio, ao passo que o que impele a arrasta deriva de estados especiais e mórbidos? - Acho que sim? - Não é, portanto, sem razão que consideremos que são dois elementos, distintos um do outro, chamando aquele pelo qual ela raciocina, o elemento racional da alma, e aquele pelo qual ama, tem fome e sede e esvoaça em volta dos outros desejos, o elemento irracional e da concupiscência, companheiro de certas satisfações e desejos. - Não é natural que pensemos assim? - Por conseguinte – prossegui eu -, vamos distinguir na alma a presença destes dois elementos. Porém o da irratamos, será u terceiro, ou da mesma natureza de algum destes dois? - Talvez seja da do segundo, o da concupiscência.” ( A REPÚBLICA: 439d) 
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Desta forma, na concepção de Platão, o homem justo é aquele cuja alma racional (pensamento e vontade) é mais forte do que as outras duas almas, impondo à concupiscente a virtude da temperança ou moderação, e à colérica a virtude da coragem, que deve controlar a concupiscência. O homem justo, no entender de Platão, é o homem virtuoso, onde prevalece o domínio racional sobre o desejo e a cólera. 
HOMEM JUSTO 
O homem injusto é aquele cuja alma concupiscente é mais forte e prevalece sobre a alma colérica e a alma racional 
HOMEM INJUSTO 
ALMA CONCUPISCENTE 
 
ALMA RACIONAL                                                        ALMA COLÉRICA 
Assim, a justiça ética e a hierarquia das almas, a racional superior, que domina as inferiores. Numa passagem Platão introduz sua exposição: “- por ventura o elemento que impede tais atos não provém, quando existe, do raciocínio, ao passo que o que impele a arrasta deriva de estados especiais e mórbidos? - Acho que sim? - Não é, portanto, sem razão que consideremos que são dois elementos, distintos um do outro, chamando aquele pelo qual ela raciocina, o elemento racional da alma, e aquele pelo qual ama, tem fome e sede e esvoaça em volta dos outros desejos, o elemento irracional e da concupiscência, companheiro de certas satisfações e desejos. - Não é natural que pensemos assim? - Por conseguinte – prossegui eu -, vamos distinguir na alma a presença destes dois elementos. Porém o da irratamos, será u terceiro, ou da mesma natureza de algum destes dois? - Talvez seja da do segundo, o da concupiscência.” ( A REPÚBLICA: 439d) 
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E continua: 
- Entendes perfeitamente o que eu quero dizer, mas, além disso, vais pensar ainda neste ponto. - Qual? - Que relativamente ao elemento irascível, é o contrário do que nos parecia há pouco. De fato, julgávamos então que se aproximava do elemento da concupiscência, ao passo que agora afirmamos que está muito, longe disso; de preferência, toma armas pela razão, quando há lutas na lama. - Exatamente. - Porventura, será diferente da razão, ou qualquer das suas formas, de maneira que haverá na alma, não três, mas dois elementos, o racional e o concupiscível? Ou tal como, na cidade, esta se compunha de três classes: a negociante, a auxiliar e a deliberativa; também na alma a terceira servia este elemento irascível, auxiliar do racional por natureza, quando não foi corrompido por má educação? (A REPÚBLICA:440c/d) 
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Seguindo essa linha de raciocínio, as formas tipificadas por Platão estão associadas as particularidades morais, ou seja, os vícios e as virtudes das classes dirigentes. A polis, também possui uma estrutura tripartite, formada por três classes sociais:
CLASSE MILITAR
CLASSE DOS MAGISTRADOS
Proprietários de terra, artesão e comerciantes 
Garante a sobrevivência material da sociedade
Guerreiros 
Responsável pela defesa da cidade
Sábios, Legisladores
Garante o governo da cidade sob as leis
CLASSE ECONÔMICA
 Os sábios legisladores devem, governar a polis pela sua sapiência, os militares subordinados aos legisladores, devem defender a cidade. Quanto aos membros da classe econômica, também subordinados aos legisladores, devem assegurar a sobrevivência da polis. Neste sentido, Platão apresenta quatro formas de governos corrompidos, tendo como ponto de referência a constituição de Estado Ideal – a Aristocracia. Aqui, vale destacar Bobbio: 
 	
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Como vimos no diálogo de Sócrates e seus interlocutores, a discussão sobre a concepção de justiça gira em torno de uma cidade justa, uma cidade ideal. A partir dessa construção, os interlocutores se deparam com uma questão crucial, a necessidade de um guerreiro guardião da cidade. Daí, o mérito de educá-lo e instruí-lo. Como o nosso propósito é refletir sobre educação em Platão, cumpriremos o nosso intuito de estabelecer uma relação com o Estado, bastante evidente em Platão.
 Historicamente, o processo de formação da polis e da democracia estão intimamente relacionados aos mecanismos da aproximação dos cidadãos e de fortalecimento da sociedade, uma vez que, a educação era necessária ao êxito dos cidadãos na participação dos discursos relacionados a polis. 
Assim, discursar com êxito, surgiu com a democracia e, consequentemente, o surgimento de uma classe de pessoas inclinadas a ensinar -, os chamados sofistas. Platão, por sua vez, considerava a prática dos sofistas absurda, pois considerava os sofistas verdadeiros corruptores da juventude, alicerçados no princípio da justiça como a vantagem do mais forte. 
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A concepção de educação platônica é alvo de críticas não só pela sua postura idealista, como também pelo caráter elitista. Platão, parte do princípio, ponto de partida de seu ideário, que somente os sábios podem dirigir o Estado. Desta forma, a relação saber-poder, fundamentalmente estabelece, sem dívida alguma, uma conexão com o processo de uma escola excludente e os fundamentos da exclusão social. Porém, vale ressaltar a confiança que Platão depositou na educação, principalmente, no aspecto do processo de construção de uma elite dirigente. Somente a educação poderia criar homens dirigentes compromissados com o bem comum, ou seja, uma aristocracia descompromissada com a cobiça da riqueza. 
Portanto, no conjunto de sua obra, mais de perto em A República, Platão constrói a idéia de uma comunidade alternativa contrapondo-se
às comunidades existentes, com real destaque para a Educação. Por entre linhas, Platão se projeta como o primeiro pensador a se posicionar em favor do caráter público da educação, entregando ao poder estatal a responsabilidade não só de sua execução como também a formulação de seus pressupostos teóricos. 
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2.1. O Mundo das Idéias
No Banquete, Platão, indagando a natureza do amor, elabora uma concepção do mundo que culmina no belo em si. Já não se trata apenas de um fenômeno geral, chamado belo (equivalente mais ou menos a um conceito abstrato), mas de um ser que é sempre, não nasce nem perece, não aumenta nem diminui, não se chama belo apenas segundo algum aspecto ou em algum dado momento, ou em um determinado lugar somente; não consiste em determinada relação a certas pessoas, para as quais é belo, sendo feio para outros; não pode ser representado pelos sentidos, nem existe apenas no pensamento ou nalguma ciência não se acha em nenhum outro, quer em algum vivente, quer na terra, quer no céu, ou em outro lugar qualquer; mas é ele mesmo, segundo seu próprio modo estando só consigo mesmo. Um ser que permanece idêntico. O singular, concreto, é a negação de todas as qualidades acima (embora Platão não diga tão expressamente, limitando-se a afirmar que o mundo material é imagem desse belo em si de que participa de tal maneira, que o belo em si não sofre aumento, nem diminuição, nem é afastado de forma alguma por uma participação).
	
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O fato de ser movido de fora é o indício mais seguro de que não possua alma. É claro que o movimento de que fala Platão, não se deve entender somente do movimento local do corpo. A alma se move, vive por si; o corpo vive, e é movido pela alma.
Nas Leis, a alma é chamada primeiro motor (analogia entre alma individual humana, e alma cosmos). Ele é causa de tudo o que é bom ou não, belo ou feio, justo ou injusto e de todos os outros contrários. 
Platão, falando de partes da alma não as entende como faculdades distintas, nem como mais tarde Aristóteles, no sentido das diversas funções que uma e a mesma alma é capaz de exercer, mas praticamente Platão afirma três almas.
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aqui na Politéia, a alma intelectual goza duma completa independência, ou melhor, não tem nenhuma relação direta com o corpo. Está diretamente orientado para o mundo das idéias. Isto não impede, porém, que ela, ou a virtude que lhe é característica, isto é, a sabedoria exerce uma influência sobre o ânimo (principalmente através da opinião verdadeira, que é um conhecimento intermediário entre a contemplação pura e a empíricia). Por sua vez, o ânimo está em relação com a parte inferior. 
Em uma palavra, o domínio do espírito sobre o corpo é apenas indireto. Por outro lado, o espírito ou a parte intelectiva pode ser antagonizada não diretamente pelo corpo, e sim pelas partes inferiores da alma. Praticamente, esta nova posição de Platão implica no seguinte: como ele é puro intelectualista que quase não conhece a vontade mas para quem, antes, o conhece a virtude e o agir virtuosamente são uma só coisa, segundo a doutrina da Politéia o defeito moral tem sua raiz única e exclusivamente na parte inferior da alma, e não como em outros diálogos, na alma (intelectiva na sua totalidade) como tal, que teria sido desviado do bem(= do conhecimento do bem pelo corpo). No Fedro, Platão compara a relação entre as três almas a um cocheiro que governa dois cavalos. O cocheiro é o que há de mais tipicamente humano, que ao dirigir seu carro, está com a cabeça mais perto do céu (as idéias). Dos cavalos um, o ânimo é nobre, o outro, a alma 
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conceptível é de baixos linhagem, tende a dispersar, afastar-se da rota, desobedecer, estorvar o bom andamento do carro. A arte do cocheiro é governar a ambos de tal maneira que o carro alcance a meta.
II A CONCEPÇÃO POLÍTICA EM PLATÃO
A,oral do homem platônico é uma moral sobretudo política. Este tipo de concepção de Platão se deu devido o fato de sua juventude ter sido marcada pelo Fenômeno conhecido como "polís", ou seja, o homem para Platão é o cidadão, que vive e participa da sociedade política.
Portanto a política sempre ocupar[a um lugar de destaque na vida do filósofo: "... passei por experiência comum a muitos e me decidi firmemente a uma coisa: apenas em condição de dispor da minha vontade, logo dedicar-me à vida política"[15].
O contexto em que viveu Platão foi um contexto onde a corrupção, não somente na cidade de Atenas, mas em todas as cidades do mundo grego. Este tipo de corrupção a liado a uma injustiça crescente da vida política de Atenas, contribuíram para que Platão fomentasse dentro de si o desejo de propor uma nova forma e concepção política, onde a justa medida, governasse a vida de todos os cidadão da pólis.
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Referências bibliográficas 
	
BOBBIO, Norberto (2000). A teoria das formas de governo. 10ª ed. Brasília: ed. UnB. 
CHAUI, Marilena (2000). Convite à Filosofia. São Paulo: Martins Fontes. 
JAEGER, Werner (1994). Paidéia, a formação do homem grego. São Paulo: Martins Fontes. 
PLATÃO, A república. In: Coleção Os Pensadores. 5ª ed. São Paulo: Nova Cultural, 1991. 
PESSANHA, José Américo (2004). Platão e as idéias. In: Curso de Filosofia: para professores e alunos dos cursos de segundo grau e graduação. Rio de Janeiro: Zahar.

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