Buscar

FILOSOFIA II

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 32 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 32 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 32 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

FILOSOFIA 
 
 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO II: 
FILOSOFIA SOCRÁTICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROFESSOR: JONAS MARANGONI 
2019 
SÓCRATES 
 
 
Depois de um período crítico, no qual o relativismo moral era a principal 
característica dos sofistas, a filosofia grega entra no seu período clássico através de 
Sócrates. 
Sócrates nasceu em Atenas em 470 a. C. e desenvolveu uma filosofia voltada 
para questões humanas, principalmente relacionadas à verdade e aos valores. 
Para muitos estudiosos, Sócrates deve ser incluído no grupo de filósofos sofistas, 
já que praticava uma filosofia oral e argumentativa. Entretanto, Sócrates acreditava em 
uma verdade universal e combatia o relativismo moral. 
A filosofia oral de Sócrates era baseada na Ironia e na Maiêutica. A Ironia 
consistia em perguntar sobre uma coisa em discussão, depois delimitar um conceito e, 
contradizendo-o, refutá-lo. Só assim, as ilusões que acompanhavam as pessoas seriam 
desfeitas, ou seja, acabar com os preconceitos e as relatividades que acompanham as 
pessoas e geralmente são impostas por tradição social, cultural e religiosa. 
Já a Maiêutica é o ato de parturejar – em homenagem a sua mãe, uma parteira. 
Em outras palavras é tirar do seu interior o conhecimento ou dar a luz ao conhecimento. 
Assim, o conhecimento é algo interno e pessoal e no máximo podemos ser auxiliados 
nessa busca. 
A frase “só sei que nada sei”, que imortalizou Sócrates, representa exatamente a 
filosofia baseada na Ironia e na Maiêutica. Uma vez que saía do pressuposto que nada 
sabia e que a aprendizagem estava estreitamente ligada à dialética. 
Sócrates não escreveu nenhuma obra e, por isso, a sua filosofia tornou-se eterna 
a partir dos seus discípulos, Platão e Aristóteles. 
Segundo Aristóteles, Sócrates buscava compreender a ideia universal. Em outras 
palavras, podemos afirmar que esta ideia universal estava relacionada a formação e ao 
valor do pensamento humano. Por isso, podemos afirmar que a filosofia socrática era 
existencialista. 
Para chegar a este conhecimento universal era necessária a racionalização e 
esquematização do saber, ou seja, combater o relativismo, no qual os sofistas haviam 
pautado a filosofia. Assim, a filosofia socrática não é fantasiosa e sim sóbria e 
esquemática, baseada no existencialismo humano universal e imutável. 
Já o Valor é visto por Sócrates como uma questão ética (conceito de bem e mal). 
O valor, assim, seria relacionado à utilidade e ao poder e não ao prazer, como no 
hedonismo. Segue, com isso, a moral do bem-estar. 
Sócrates também acreditava que o homem deveria ser sábio e prudente, pois o 
inteligente seria sábio e consequentemente bom. Assim, a virtude estaria relacionada ao 
conhecimento, já que para Sócrates, “ninguém pratica o mal voluntariamente”. 
 
 
 
 PLATÃO 
Platão nasceu em 427 a. C. em Atenas e pertencia a uma importante linhagem 
aristocrática desta cidade grega. Por isso, tinha tendência a vida política. Foi o mais 
importante discípulo de Sócrates e o primeiro filósofo a escrever sobre este sábio na 
obra República. Outra importante obra de Platão foi Banquete, na qual o filósofo vai 
falar sobre o amor. 
A seguir, segue dois pequenos resumos sobre estas relevantes obras de Platão: 
 
BANQUETE: 
Em O banquete, Platão trabalha com o conceito de amor. Para tanto, ele utilizará 
o mundo das ideias, no qual o amor perpetua a existência humana, que por sua vez não 
consegue interferir neste mundo inteligível. 
 
Veja a baixo o resumo de Sérgio Biagi Gregório: 1 
"O Banquete" é um livro de diálogos de Platão atribuído a ele mesmo e não a 
Sócrates, seu mestre. O pano de fundo são os sete discursos acerca do deus Eros, o deus 
do amor. Diz-se que depois de muitas festas, com bebidas em excesso, resolveram dar 
uma trégua à orgia e instituíram um encontro filosófico sobre o elogio ao deus Eros, 
sugerido por Erixímaco. Os oradores, em ordem de apresentação, foram: Fedro, 
Pausânias, Erixímaco, Aristófanes, Agaton, Sócrates e Alcibíades. 
 
1 
 
 � GREGÓRIO, Sergio Biagi. Acesso: http://sbgfilosofia.blogspot.com.br/2009/04/o-banquete-de-
platao-um-resumo.html em 01 de maio de 2013. 
http://sbgfilosofia.blogspot.com.br/2009/04/o-banquete-de-platao-um-resumo.html
http://sbgfilosofia.blogspot.com.br/2009/04/o-banquete-de-platao-um-resumo.html
 
Fedro, o primeiro orador a falar, coloca o Eros como um dos mais antigos 
deuses, que surgiram depois do Caos da terra. Pelo fato de ser antigo, traz diversas 
fontes de bem, que é o amor de um amante. De tudo o que o ser humano pode ter – 
vínculos do sangue, dignidade e riquezas – nada no mundo pode, como Eros, fazer 
nascer a beleza. É o Eros que insufla os homens a grandes brios. Só os que amam sabem 
morrer um pelo outro. 
 
Pausânias, o segundo a falar, critica o elogio a Eros, feito por Fedro, porque o 
deus Eros não é único, pois há o Eros Celeste e o Eros Vulgar. Para ele, qualquer ação 
realizada não é em si mesma nem boa nem ruim. Para que uma ação seja boa, ela deve 
se fundamentar na justiça. O mesmo se dá com o amor. Atender ao Eros Vulgar é 
prender-se à cobiça, à iniquidade e aos caprichos da matéria. Para atender ao Eros 
celeste, deve agir segundo os cânones da justiça e da beleza celeste. 
 
Erixímaco, o terceiro orador, educado nas artes médicas, quer completar o 
discurso de Pausânias, dizendo que o Eros não existe somente nas almas dos homens, 
mas em muitos outros seres: nos corpos dos animais, nas plantas que brotam da terra, 
em toda natureza. Para ele, a natureza orgânica comporta dois eros: saúde e doença, e 
que "o contrário procura o contrário". Um é o amor que reside no corpo são; o outro é o 
que habita no corpo enfermo. Tal qual a medicina, que procura a convivência entre os 
contrários, o amor deve procurar o equilíbrio entre as necessidades físicas e espirituais. 
 
Aristófanes, o quarto orador, começa o seu discurso enfatizando o total 
desconhecimento por parte dos homens acerca do poder de Eros. Para conhecer esse 
poder, ele diz que é preciso antes conhecer a história da natureza humana e, dito isto, 
passa a descrever a teoria dos andróginos, que é o mito da nossa unidade primitiva e 
posterior mutilação. Segundo Aristófanes, havia inicialmente três gêneros de seres 
humanos, que eram duplos em si mesmos: havia o gênero masculino masculino 
masculino, o feminino feminino feminino e o masculino feminino masculino, o qual era 
chamado de Andrógino. 
 
Agaton, o quinto orador, critica os seus antecessores, pois acha que eles 
enalteceram Eros sem contudo explicar a sua natureza. Ele diz: "Para se louvar a quem 
quer que seja, o verdadeiro método é examiná-lo em si mesmo para depois enumerar os 
benefícios que dele promanam". Diz, ao contrário de Fedro, que Eros é um deus jovem. 
Depois passa a enumerar as suas virtudes, ou seja, a justiça, a temperança e a potência 
desse deus. 
 
Sócrates, o sexto orador, considerado o mais importante dos oradores presentes, 
afirma que o amor é algo desejado, mas este objeto do amor só pode ser desejado 
quando lhe falta e não quando possui, pois ninguém deseja aquilo de que não precisa 
mais. Segundo Platão, o que se ama é somente "aquilo" que não se tem. E se alguém 
ama a si mesmo, ama o que não é. O "objeto" do amor sempre está ausente, mas sempre 
é solicitado. A verdade é algo que está sempre mais além, sempre que pensamos tê-la 
atingido, ela nos escapa entre os dedos. 
 
Alcibíades, o sétimo orador, procura muito mais fazer um elogio a Sócrates do 
que discorrer sobre o amor. 
 
REPÚBLICA: 
A obra República é a mais importante de Platão. Nesta obra o filósofo vai 
trabalhar em dez capítulos a ideia de Estado ideal e de homem ideal. Sócrates é o 
personagem principal, já que este procurou nos homens a virtude universal e imutável. 
A baixo, segue um fragmento da resenha de ReinaldoSampaio Pereira2 sobre o livro: 
A leitura da República é elemento indispensável para quem deseja introduzir-se 
na filosofia de Platão. Nesta obra está exposta sua concepção filosófica sobre cosmos, 
sobre o homem, o Estado, a física, a metafísica, isto é, configura-se como uma espécie 
de síntese de sua produção filosófica. 
Excelentes lições sobre os princípios que devem reger a vida, em especial em 
sua dimensão pública e política, onde o ideal de Estado corresponde ao ideal de homem. 
Tem-se mesmo a impressão de que Platão quer purificar o homem de sua época, e de 
todas as épocas, das influências baseadas em uma concepção mítica ou então utilitarista 
da realidade. 
 
2 � PEREIRA, Reinaldo Sampaio. Resenha sobre a República: Acesso 
http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAYG4AF/resenha-republica-plataoEm 1 de maio de 2013. 
 
http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAYG4AF/resenha-republica-platao
A educação de verdadeiros cidadãos, exige métodos condizentes com sua 
natureza, cujo escopo é a excelência, a perfeição. Em seu Estado, pressupõe a divisão de 
classes e postula, assim, uma hierarquia, segundo a função de cada uma. Das mais 
importantes novidades parece ser a que prevê os filósofos como os mais indicados ao 
governo deste Estado ideal, devido aos valores pelos quais pautam a sua existência. 
Uma leitura mais atenta permite ainda iniciar-se na densa e profunda reflexão 
metafísica deste grande pensador. Por meio desta, toma-se contato com noções 
essenciais de toda sua obra, como os conceitos que se referem ao mundo das ideias, o 
mundo real, em contraposição com o mundo sensível, mera aparência daquele. 
Platão mantém nesta obra o consagrado estilo literário do diálogo. Estes e 
inúmeros outros elementos fazem desta obra, uma das mais importantes da história do 
pensamento ocidental, tanto por sua originalidade, como pela perenidade de conceitos, 
no que se refere à concepção sobre o cosmos, e o homem enquanto ser político. 
 
CONHECIMENTO SEGUNDO PLATÃO: 
 
Para Platão, o conhecimento estava intimamente ligado à dialética socrática, que 
era totalmente contrária a retórica sofista, que se enquadrava em um relativismo moral 
não compactuado pelos socráticos. 
Na Carta Sétima da obra República, Platão vai introduzir o conceito de 
conhecimento. Para o filósofo o conhecimento deve ser dividido em sensível e 
inteligível, sendo que o conhecimento sensível seria responsável pela forma de adquirir 
propriamente o conhecimento verdadeiro (inteligível). O conhecimento sensível seria 
dividido, assim, em nome, definição e imagem (ou forma). 
O conhecimento inteligível seria a verdadeira essência das coisas e Platão 
exemplifica esta mudança do conhecimento sensível para o inteligível a partir do Mito 
da Caverna (livro VII da República). Nesta alegoria, Platão vai trabalhar com aquilo que 
enxergamos e acreditamos ser real (mundo sensível) e a verdade (mundo inteligível), 
que é representado nesta alegoria pela luz solar, que passa a ser a racionalidade e o 
conhecimento humano. 
 
TEXTO DE APOIO 
Platão e a sua concepção de política 3 
Platão sempre foi apaixonado pela política, muitas vezes sua insistência em relação às 
suas ideias ocasionou-lhe problemas, sendo inclusive vendido como escravo após tentar 
convencer o rei da Sicília a adotar seu modelo político. 
De origem aristocrática, ressentido com a condenação de seu mestre Sócrates, Platão era 
descrente em relação à democracia. Para Platão, os homens comuns são vítima de um 
conhecimento que é apenas imperfeito, por que está baseado na pura “opinião”. Assim, 
esses homens, na medida em que são limitados deveriam ser dirigidos por homens 
sábios, mais capacitados e preparados, trata-se da “sofocracia” ou o “poder da 
sabedoria”. 
Essa concepção de poder restrito aos sábios liga-se em Platão com a ideia do “mito da 
caverna”. Trata-se de uma caverna onde estão acorrentados homens desde a sua 
infância, dispostos de tal forma que somente podem vislumbrar o fundo da caverna. À 
sua frente são projetadas as sombras das coisas que passam às suas costas, onde existe 
uma fogueira. Essa é a realidade para esses homens. Platão afirma que se um desses 
homens conseguisse se libertar de seus grilhões e contemplar o mundo exterior, quando 
retornasse a caverna e relatasse o que havia visto, esses os veria como um louco, não lhe 
dando crédito. 
 
 
 
 
3 � Retirado de http://imagohistoria.blogspot.com.br/2012/05/platao-e-sua-concepcao-de-
politica.html. Acesso em 05/03/2014 
http://imagohistoria.blogspot.com.br/2012/05/platao-e-sua-concepcao-de-politica.html
http://imagohistoria.blogspot.com.br/2012/05/platao-e-sua-concepcao-de-politica.html
 
 
A indagação de Platão diz respeito a real possibilidade de se influenciar os homens que 
não querem ver, e nesse âmbito caberia ao sábio ensinar e dirigir esses indivíduos. 
Platão vai imaginar uma cidade utópica – a sua Calípolis – que passa a ser o seu modelo 
de cidade ideal. Desta cidade utópica cabe destacar as seguintes características: 
 
 O estado deveria se ocupar da educação das crianças. 
 Criar-se-ia um sistema de eugenia para evitar casamentos entre pessoas 
desiguais. 
 Instituições para a educação coletiva das crianças, sendo que a educação seria 
igual para todos até os 20 anos. 
A partir dos 20 anos seria feita uma “seleção” que dividiria as pessoas de acordo com 
suas aptidões. Os primeiros indivíduos selecionados seriam as “almas de bronze”, que 
teriam uma sensibilidade grosseira e deveriam se ocupar da agricultura, do artesanato e 
do comércio (as atividades de subsistência da polis). 
Os demais indivíduos continuariam seus estudos por mais dez anos, até que alguns 
seriam classificados na categoria “almas de prata”, que teriam a virtude da coragem, 
essencial para a prática da guerra. Esses ficariam responsáveis em resguardar a polis. 
Por fim restariam as “almas de ouro”, os mais notáveis e capacitados na arte de pensar e 
dialogar. Esses indivíduos se dedicariam a filosofia, e aos cinquenta anos, aqueles que 
passassem por uma série de provas estariam, enfim, habilitados para serem admitidos no 
governo da cidade. 
Para Platão, o fato de esses indivíduos serem extremamente sábios, os tornariam justos. 
Mais do que isso os sábios seriam os únicos conhecedores da “ciência política”, 
portanto, seriam aqueles mais habilitados para exercer essa arte, que tomaria forma na 
missão de “governar os outros indivíduos”. 
Assim para Platão a democracia é inapropriada na medida em que a grande maioria dos 
indivíduos não está preparada para governar, sendo que o estado deve ser governado por 
filósofos. Trata-se de uma aristocracia da inteligência, onde o poder é dos melhores, ou 
em outras palavras, dos mais sábios. Cabe lembrar, que para Platão caso a persuasão não 
seja suficiente, o rei filósofo pode fazer uso de instrumentos como a força e a censura 
para atingir seus objetivos. 
As formas de governo 
Com a sua utopia, Platão critica a política do seu tempo e recusa as formas de poder 
degeneradas que segundo eles são: 
 A timocracia, quando o culto da virtude é substituído pela forma guerreira. 
 A oligarquia, quando prevalece o gosto pelas riquezas, e o critério para o 
exercício do poder passa a ser o dinheiro. 
 A democracia, que seria o governo dos mais pobres (cabe lembrar que para 
Platão os indivíduos não são iguais e uns são melhores que os outros). 
 A demagogia (político que manipula e engana o povo) “o que conduz o povo” e 
que seria uma das formas da democracia. 
 A democracia poderia levar ainda a tirania, a pior forma de governo, onde o 
poder é exercido por apenas um homem. O tirano é o oposto do “rei-filósofo”. 
 
 
 
ARISTÓTELES 
 
Aristóteles viveu entre 384 a. C. e 322 a. C. Nasceu em Estagira, na península 
Macedônica.O seu pai, Nicômaco, foi médico do rei Amintas, avô de Alexandre, o 
Grande, de quem foi tutor por três anos. 
Aristóteles foi o grande discípulo de Platão, com quem conviveu em Atenas. 
Platão lhe chamava de “inteligência ambulante”, por causa da sua capacidade intelectual 
e Aristóteles sempre afirmava que era amigo de Platão, mas que era mais amigo da 
verdade. 
O filósofo pautava a sua teoria do conhecimento na lógica. Esta lógica era 
representada metodologicamente pela teoria das quatro causas: 
 A causa material: aquilo que a coisa é feita. (Princípio) 
 A causa eficiente: aquilo que faz a coisa. (Causa) 
 A causa formal: aquilo que a coisa vai ser. (Substrato) 
 A causa final: aquilo para qual a coisa é feita. (Essência) 
Esta teoria acaba gerando os conceitos de ato e potência. Ou seja, Aristóteles 
acredita que todas as substâncias estão em constante movimento ou transformação e 
comprova a dialética. 
Segundo Aristóteles, só não se movimenta aquilo que está concluído e que 
atingiu a sua potência máxima (podemos afirmar aqui que o acabamento de algo é a 
perfeição). Em sua visão filosófica, apenas o mundo divino não estava em movimento, 
pois era perfeito e responsável pelo movimento nos dois outros mundos aristotélicos: o 
terrestre e o celeste. 
Diferentemente de Platão, Aristóteles não diferenciava o mundo sensível e o 
mundo inteligível. Para o filósofo macedônio, a origem das ideias se dava através de 
seis formas ou grau de conhecimento: sensação, percepção, imaginação, memória, 
raciocínio e intuição. Todas as formas de conhecimento eram consideradas verdadeiras 
e válidas independentemente de partirem da observação ou da reflexão. 
Em outras palavras, enquanto Platão busca a verdade no mundo ideal, Aristóteles 
trabalha com o mundo real e prático. 
Para Aristóteles a filosofia é a totalidade do saber e tem como objetivo a própria 
filosofia, ou seja, o conhecimento, Por isso, a filosofia era uma ciência única, que não 
busca dialogar com outras ciências, que por sua vez, buscam na filosofia explicação 
para as suas teorias. 
Para Aristóteles a filosofia primeira ou a metafísica é responsável pelo princípio 
do conhecimento e pode ser interpretada de várias formas, já que o próprio filósofo foi 
modificando o seu conceito sobre o assunto durante a sua vida. 
Entretanto, a sua última definição ficou mais conhecida e é a mais utilizada diz 
que a metafísica é aquilo que não se movimenta, ou seja, o que já atingiu a sua máxima 
potência. Em outras palavras a metafísica ou filosofia primeira seria o divino. Já o 
objeto da metafísica seria as quatro causas descritas no início do texto e que podem ser 
resumidas como: princípio, causa, substrato e essência. 
As investigações filosóficas de Aristóteles deram origem a diversas áreas do 
conhecimento, como por exemplo, a física, a história natural, a biologia, a zoologia e a 
psicologia. Também resultou em conceitos de política e ética, entre outros. 
http://www.coladaweb.com/
Isto só foi possível com a utilização da dialética, uma vez que o filósofo buscava 
o conceito já existente sobre um assunto para buscar os seus erros e refutá-lo e criar 
conceitos. 
Para concluir, sobre a política e a ética aristotélica podemos afirmar que a 
política está unida a moral: 
 
Porque o fim último do Estado é a virtude, isto é, a formação moral 
dos cidadãos e o conjunto dos meios necessários para isso. O Estado 
é um organismo moral, condição e complemento da atividade moral 
individual, e fundamento primeiro da suprema atividade 
contemplativa. A política, contudo, é distinta da moral, porquanto 
esta tem como objetivo o indivíduo, aquela a coletividade. A ética é a 
doutrina moral individual, a política é a doutrina moral social. 4 
 
TEXTO DE APOIO: 
Aristóteles: a política, a ética e a cidade.5 
Quais são os traços que, segundo Aristóteles, formam uma cidade? Eis aqui a 
questão de fundo que pretendemos desvendar. Talvez o tempo e o espaço nos sejam 
pequenos, mas tentaremos expor os principais elementos presentes no pensamento de 
Aristóteles. 
Já sabemos que a cidade é uma koinonia6 para Aristóteles, ou seja, é um lugar 
onde habita aquilo que se designa em grego como sendo o(rmh/. Vamos nos deter um 
pouco neste substantivo grego. A palavra geralmente é traduzida por impulso, mas 
também pode ser entendida por ataque, assalto. O importante neste caso é este 
substantivo grego se forma a partir do verbo o(rmaw ou ainda de o(rmai/nw. São dois 
verbos que na sua forma transitiva expressam a ideia de colocar em movimento, impelir, 
desencadear uma ação, pode ainda nos dar a ideia de algo que se agita no espírito em 
forma de meditação ou desejo. Em todo caso, aquilo que podemos compreender é que 
 
4 MOURA, Paulo Sérgio: retirado de 
http://www.pucsp.br/pos/cesima/schenberg/alunos/paulosergio/index.htm Acesso em 08/06/2013 
 
5 � Texto do Prof. Dr. Joaquim José de Moraes Neto. Retirado de: www.uel.br. Acesso em 
12/03/2014 
6 � A expressão vem de koino/j ou seja: aquilo que é comum, público, é o contrário de i)/dioj 
(próprio, particular, separado, isolado). Segundo Chantraine (Dictionnaire étymologique de la langue 
grecque, ed. Klincksieck, Paris, 1968) o ático koinwni/a designa a comunidade, o companheiro, o 
companheiro que participa associado. 
http://www.pucsp.br/pos/cesima/schenberg/alunos/paulosergio/index.htm
http://www.uel.br/
o(rmh/ designa uma espécie de ação impetuosa e ardorosa no sentido de ser o primeiro 
passo em direção à realização de algo. É o impulso que leva os homens uns em direção 
aos outros. Este impulso caracteriza a koinonia aristotélica. A cidade, portanto, é uma 
comunidade que responde ao impulso natural da sociabilidade natural, tanto aos homens 
quanto a outros animais.7 
[...] 
A satisfação das necessidades não é o único fim marcado no ser humano pela 
natureza. O homem liga-se a seus semelhantes não somente pelo interesse, mas também 
por prazer. O homem é o que há de mais agradável ao homem.8 Isto significa que para 
Aristóteles não podemos partir de um indivíduo separado e sim de um homem que já 
possui relações com outros homens. Portanto desde o início da organização comunitária, 
os homens experimentam as vantagens materiais e afetivas que é a companhia dos 
outros traz.9 
A partir deste argumento podemos considerar que a comunidade organizada, 
inicialmente, é determinada por uma finalidade superior ao seu objetivo econômico. 
Nos deparamos com este tipo de argumento na Economia de Aristóteles (I, 1343 b) onde 
ele nos diz que o lar é o lugar onde apreciamos e gozamos a vida. Esta situação será 
denominada como o gozo dos esposos. Este gozo só é possível porque o casal está 
ligado tanto pela atração sexual e assistência recíproca, quanto pelas relações de justiça. 
O que cria ou gera o lar e a polis é o colocar em comum os valores úteis e justos da 
vida.10 
[...] 
O modelo que detectamos em Aristóteles afasta-nos de uma concepção política 
onde os cidadãos vivem em estado de subordinação a uma autoridade. A cidade não é o 
Estado11, mas sim os cidadãos. Pertencer à polis é agir como cidadão com cidadãos. A 
 
7 � É de se considerar que na História dos animais Aristóteles fala sobre o assunto. Resumindo 
poderíamos dizer que ele faz uma oposição entre dois tipos de animais: os gregários que vivem em 
rebanhos e os solitários. Os homens podem ser gregários e solitários. Estes dois tipos de animais podem 
ainda se dividirem entre aqueles que possuem uma vida social (politika) e aqueles que veem de modo 
esparso (sporadika). O que diferencia a vida social do simples gregarismo é a participação numa ação 
comum. O homem, no entanto é o único que pode chegar a uma forma perfeita e mais elevada da vida 
social, pois ele possuí vida política. 
8 � Ética a Eudemo 1237a 28-29. 
9 � VERGNIÈRES, S.; Éthique et politique chez Aristote, Pais, PUF, 1995. 
10 � Política 1253 a 18. 
11 Poucas palavras são tão frequentemente empregadas como o termo cidade, a consequência disto 
é a banalização semântica da palavra. J. Quartim de Moraes em seu livro Epícuro (ed. Moderna, SP, 1998) 
cidade como comunidade política é muito mais coisa comum do que ato comum. Ela, a 
cidade, se organiza em função das ações participativas de semelhantes que encontram 
uma justa proporção de interesses. Agir em conjunto como um bloco único não é 
expressão de cidadania. O ato institucional que origina a constituição e todo corpo 
jurídico que a constitui não é independente, ele só pode ser uma realidade quando é 
respeitado por ações cívicas e políticas que lhe dão estatuto de realidade. 
[...] 
Finalizando pode-se dizer que não se faz política sem ética. A afirmação pode 
parecer óbvia, mas se olharmos os subterfúgios e os subterrâneos do poder 
constataremos a necessidade de repensar a política nos dias de hoje. Política e cidade 
estão em relação constante, na medida que construímos e organizamos a vida social. A 
cidade não é uma forma natural ou biologicamente viva, tampouco é um artefato que 
construímos artificialmente através de contratos. Nós aprendemos com Aristóteles que a 
cidade é um ato que comprova um gênero de vida. Quando Aristóteles escreveu a 
História dos animais12 ele vislumbrava que a vida social ou política é uma maneira de 
viver e de agir em conjunto de certas espécies, mas não o advento de novos tipos de 
organização.13 Toda cidade deve ser solidamente organizada para que aí possa existir 
uma economia, uma política que sejam éticas e que se revertam para o bem comum em 
forma de educação, saúde, alimentação, moradia, segurança, etc. Enquanto os homens 
forem capazes de compreender isto eles poderão subsistirem juntos. 
 
 
 
 
EXERCÍCIOS 
 
1. (Ufu 2015) Há um abismo imenso que separa esta escala de valores que Sócrates proclama com tanta 
evidência e a escala popular vigente entre os gregos e expressa na famosa canção báquica antiga: 
 
 
traz uma nota que esclarece o assunto. Diz ele que traduzir polis somente por estado no sentido único de 
comunidade de cidadãos não é correto. Polis tem um duplo sentido: societário enquanto significa 
comunidade de cidadãos e também estatal enquanto significa organização do poder e das relações 
políticas entre os cidadãos. “Era uma comunidade urbana detentora do poder político. Diz Quartin: 
“Traduzir somente por estado mutila o componente societário, explícito na fórmula koinonia politikê 
(comunidade política)...” 
12 � Cf. 487 b 
13 � VERGNIÈRES, S. op. cit. p. 161 
O bem supremo do mortal é a saúde; 
O segundo, a formosura do corpo; 
O terceiro, uma fortuna adquirida sem mácula; 
O quarto, desfrutar entre amigos o esplendor da juventude. 
 
JAEGER, W. Paideia. São Paulo: Martins Fontes, 1995, pp. 528-529. 
 
 
Responda: 
a) O que é o homem para Sócrates? 
b) Qual é a relação entre o que define o homem e a máxima délfica “Conhece-te a ti mesmo”? 
 
2. (Uel 2015) Leia o diálogo a seguir. 
 
Glauco: – Que queres dizer com isso? 
 
Sócrates: – O seguinte: que me parece que há muito estamos a falar e a ouvir falar sobre o assunto, sem 
nos apercebermos de que era da justiça que de algum modo estávamos a tratar. 
 
Glauco: – Longo proémio – exclamou ele – para quem deseja escutar! 
 
Sócrates: – Mas escuta, a ver se eu digo bem. O princípio que de entrada estabelecemos que devia 
observar-se em todas as circunstâncias, quando fundamos a cidade, esse princípio é, segundo me 
parece, ou ele ou uma das suas formas, a justiça. 
 
PLATÃO. A República. 7.ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1993. p.185-186. 
 
Com base nesse fragmento, que aponta para o debate em torno do conceito de justiça na obra A 
República de Platão, explique como Platão compreende esse conceito. 
 
3. (Pucpr 2015) Leia os enunciados abaixo a respeito do pensamento filosófico de Sócrates. 
 
I. O texto Apologia de Sócrates, cujo autor é Platão, apresenta a defesa de Sócrates diante das acusações 
dos atenienses, especialmente, os sofistas, entre os quais está Meleto. 
II. Sócrates dispensa a ironia como método para refutar as acusações e calúnias sofridas no processo de 
seu julgamento. 
III. Entre as acusações que Sócrates recebe está a de “corromper a juventude”. 
IV. Sócrates é acusado de ensinar as coisas celestes e terrenas, a não acreditar nos deuses e a tornar mais 
forte a razão mais débil. 
V. Sócrates nega que seus acusadores são ambiciosos e resolutos e, em grande número, falam de forma 
persuasiva e persistente contra ele. 
 
Assinale a alternativa que apresenta apenas as afirmativas CORRETAS. 
a) II, IV e V. 
b) I, III e IV. 
c) I, III e V. 
d) II, III e V. 
e) I, II e III. 
 
4. (Uea 2014) O sofista é um diálogo de Platão do qual participam Sócrates, um estrangeiro e outros 
personagens. Logo no início do diálogo, Sócrates pergunta ao estrangeiro, a que método ele gostaria de 
recorrer para definir o que é um sofista. 
 Sócrates: – Mas dize-nos [se] preferes desenvolver toda a tese que queres demonstrar, numa 
longa exposição ou empregar o método interrogativo? 
 Estrangeiro: – Com um parceiro assim agradável e dócil, Sócrates, o método mais fácil é esse 
mesmo; com um interlocutor. Do contrário, valeria mais a pena argumentar apenas para si mesmo. 
 
(Platão. O sofista, 1970. Adaptado.) 
 
É correto afirmar que o interlocutor de Sócrates escolheu, do ponto de vista metodológico, adotar 
a) a maiêutica, que pressupõe a contraposição dos argumentos. 
b) a dialética, que une numa síntese final as teses dos contendores. 
c) o empirismo, que acredita ser possível chegar ao saber por meio dos sentidos. 
d) o apriorismo, que funda a eficácia da razão humana na prova de existência de Deus. 
e) o dualismo, que resulta no ceticismo sobre a possibilidade do saber humano. 
 
5. (Unicamp 2013) A sabedoria de Sócrates, filósofo ateniense que viveu no século V a.C., encontra o seu 
ponto de partida na afirmação “sei que nada sei”, registrada na obra Apologia de Sócrates. A frase foi 
uma resposta aos que afirmavam que ele era o mais sábio dos homens. Após interrogar artesãos, 
políticos e poetas, Sócrates chegou à conclusão de que ele se diferenciava dos demais por reconhecer a 
sua própria ignorância. 
O “sei que nada sei” é um ponto de partida para a Filosofia, pois 
a) aquele que se reconhece como ignorante torna-se mais sábio por querer adquirir conhecimentos. 
b) é um exercício de humildade diante da cultura dos sábios do passado, uma vez que a função da 
Filosofia era reproduzir os ensinamentos dos filósofos gregos. 
c) a dúvida é uma condição para o aprendizado e a Filosofia é o saber que estabelece verdades 
dogmáticas a partir de métodos rigorosos. 
d) é uma forma de declarar ignorância e permanecer distante dos problemas concretos, preocupando-se 
apenas com causas abstratas. 
 
6. (Ufmg 2013) Em um trecho do diálogo Eutidemo, Sócrates conta a Críton como discutiu com Clínias a 
possibilidade de haver uma arte ou ciência que leve os homens à felicidade. Após descartar diversas 
artes, eles dedicaram-se a considerar a “arte política”, identificada por eles com a “arte real”, ou seja, 
com a arte do governo do rei. Todavia, o desdobramento do diálogo mostra que também essa “arte 
política” ou “real” não pode exercer a função de levar os homens à felicidade, porque sua ação não 
torna os homens melhores eticamente. Eles constatam, assim, que chegaram a um impasse na 
argumentação, isto é, uma aporia. 
A esse respeito, leia o fragmento: 
 
[SÓCRATES] Mas que ciência então? De que maneira a usaremos? Pois é preciso que ela não seja artíficede nenhuma das obras que não são nem boas nem más, mas sim que transmita nenhuma outra ciência a 
não ser ela própria. Devemos dizer então que <ciência> é esta afinal, e de que maneira a usaremos? 
Queres que digamos, Críton: é aquela com a qual faremos bons os outros homens? 
[CRÍTON] Perfeitamente. 
[SÓCRATES] Os quais serão bons em quê? e, em quê, úteis? Ou diremos que farão bons ainda outros, e 
esses outros <farão bons> outros? Mas em quê, afinal, são bons, não nos é claro de maneira nenhuma, 
já que precisamente desprezamos as obras que se diz serem da política [...]; e, é exatamente o que eu 
dizia, estamos igualmente carentes, ou ainda mais, no que se refere ao saber qual é afinal aquela ciência 
que nos fará felizes. 
[CRÍTON] Por Zeus, Sócrates! Chegastes a uma grande aporia, segundo parece. 
 
(PLATÃO, Eutidemo, 292d-e) 
 
EXPLIQUE por que, segundo Sócrates e Críton, a mesma arte não pode ser responsável por governar os 
homens e, simultaneamente, torná-los bons. 
 
7. (Ufu 2013) O diálogo socrático de Platão é obra baseada em um sucesso histórico: no fato de Sócrates 
ministrar os seus ensinamentos sob a forma de perguntas e respostas. Sócrates considerava o diálogo 
como a forma por excelência do exercício filosófico e o único caminho para chegarmos a alguma verdade 
legítima. 
De acordo com a doutrina socrática, 
a) a busca pela essência do bem está vinculada a uma visão antropocêntrica da filosofia. 
b) é a natureza, o cosmos, a base firme da especulação filosófica. 
c) o exame antropológico deriva da impossibilidade do autoconhecimento e é, portanto, de natureza 
sofística. 
d) a impossibilidade de responder (aporia) aos dilemas humanos é sanada pelo homem, medida de 
todas as coisas. 
 
8. (Uel 2013) Leia o texto a seguir. 
 
Tudo isso ela [Diotima] me ensinava, quando sobre as questões de amor [eros] discorria, e uma vez ela 
me perguntou: – que pensas, ó Sócrates, ser o motivo desse amor e desse desejo? A natureza mortal 
procura, na medida do possível, ser sempre e ficar imortal. E ela só pode assim, através da geração, 
porque sempre deixa um outro ser novo em lugar do velho; pois é nisso que se diz que cada espécie 
animal vive e é a mesma. É em virtude da imortalidade que a todo ser esse zelo e esse amor 
acompanham. 
 
(Adaptado de: PLATÃO. O Banquete. 4.ed. São Paulo: Nova Cultural, 1987, p.38-39. Coleção Os 
Pensadores.) 
 
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o amor em Platão, assinale a alternativa correta. 
a) A aspiração humana de procriação, inspirada por Eros, restringe-se ao corpo e à busca da beleza física. 
b) O eros limita-se a provocar os instintos irrefletidos e vulgares, uma vez que atende à mera satisfação 
dos apetites sensuais. 
c) O eros físico representa a vontade de conservação da espécie, e o espiritual, a ânsia de eternização 
por obras que perdurarão na memória. 
d) O ser humano é idêntico e constante nas diversas fases da vida, por isso sua identidade iguala-se à dos 
deuses. 
e) Os seres humanos, como criação dos deuses, seguem a lei dos seres infinitos, o que lhes permite 
eternidade. 
 
9. (Unicentro 2012) Sobre o pensamento socrático, analise as afirmativas e marque com V, as 
verdadeiras e com F, as falsas. 
 
( ) Sócrates é autor da obra Ética a Nicômaco. 
( ) O pensamento socrático está escrito em hebraico. 
( ) A ironia e a maiêutica são as bases de sua filosofia. 
( ) Sócrates não criticou o saber dogmático, sendo, por isso, conselheiro dos governantes de Atenas. 
( ) Os diálogos platônicos são importantes textos filosóficos que relatam, na maioria, o pensamento de 
Sócrates. 
 
A partir da análise dessas afirmativas, a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo, é 
a 
a) F V F V V 
b) V F V V F 
c) F F V F V 
d) V F F F V 
e) F V V V F 
 
10. (Uepa 2015) Leia o texto para responder à questão. 
 
Platão: 
 
A massa popular é assimilável por natureza a um animal escravo de suas paixões e de seus interesses 
passageiros, sensível à lisonja, inconstante em seus amores e seus ódios; confiar-lhe o poder é aceitar a 
tirania de um ser incapaz da menor reflexão e do menor rigor. Quanto às pretensas discussões na 
Assembleia, são apenas disputas contrapondo opiniões subjetivas, inconsistentes, cujas contradições e 
lacunas traduzem bastante bem o seu caráter insuficiente. 
 
(Citado por: CHATELET, F. História das Ideias Políticas. Rio de Janeiro: Zahar, 1997, p. 17) 
 
 
Os argumentos de Platão, filósofo grego da antiguidade, evidenciam uma forte crítica à: 
a) oligarquia 
b) república 
c) democracia 
d) monarquia 
e) plutocracia 
 
11. (Uel 2015) Leia os textos a seguir. 
 
A arte de imitar está bem longe da verdade, e se executa tudo, ao que parece, é pelo facto de atingir 
apenas uma pequena porção de cada coisa, que não passa de uma aparição. 
Adaptado de: PLATÃO. A República. 7.ed. Trad. de Maria Helena da Rocha Pereira. Lisboa: Calouste 
Gulbenkian, 1993. p.457. 
 
O imitar é congênito no homem e os homens se comprazem no imitado. 
Adaptado de: ARISTÓTELES. Poética. 4.ed. Trad. De Eudoro de Souza. São Paulo: Nova Cultural, 1991. 
p.203. Coleção “Os Pensadores”. 
 
Com base nos textos, nos conhecimentos sobre estética e a questão da mímesis em Platão e Aristóteles, 
assinale a alternativa correta. 
a) Para Platão, a obra do artista é cópia de coisas fenomênicas, um exemplo particular e, por isso, algo 
inadequado e inferior, tanto em relação aos objetos representados quanto às ideias universais que os 
pressupõem. 
b) Para Platão, as obras produzidas pelos poetas, pintores e escultores representam perfeitamente a 
verdade e a essência do plano inteligível, sendo a atividade do artista um fazer nobre, imprescindível 
para o engrandecimento da pólis e da filosofia. 
c) Na compreensão de Aristóteles, a arte se restringe à reprodução de objetos existentes, o que veda o 
poder do artista de invenção do real e impossibilita a função caricatural que a arte poderia assumir ao 
apresentar os modelos de maneira distorcida. 
d) Aristóteles concebe a mímesis artística como uma atividade que reproduz passivamente a aparência 
das coisas, o que impede ao artista a possibilidade de recriação das coisas segundo uma nova 
dimensão. 
e) Aristóteles se opõe à concepção de que a arte é imitação e entende que a música, o teatro e a poesia 
são incapazes de provocar um efeito benéfico e purificador no espectador. 
 
12. (Unesp 2014) Texto 1 
 
A verdade é esta: a cidade onde os que devem mandar são os menos apressados pela busca do poder é a 
mais bem governada e menos sujeita a revoltas, e aquela onde os chefes revelam disposições contrárias 
está ela mesma numa situação contrária. Certamente, no Estado bem governado só mandarão os que 
são verdadeiramente ricos, não de ouro, mas dessa riqueza de que o homem tem necessidade para ser 
feliz: uma vida virtuosa e sábia. 
(Platão. A República, 2000. Adaptado.) 
 
Texto 2 
 
Um príncipe prudente não pode e nem deve manter a palavra dada quando isso lhe é nocivo e quando 
aquilo que a determinou não mais exista. Fossem os homens todos bons, esse preceito seria mau. Mas, 
uma vez que são pérfidos e que não a manteriam a teu respeito, também não te vejas obrigado a 
cumpri-la para com eles. Nunca, aos príncipes, faltaram motivos para dissimular quebra da fé jurada. 
(Maquiavel. O Príncipe, 2000. Adaptado.) 
 
Comente as diferenças entre os dois textos no que se refere à necessidade de virtudes pessoais para o 
governante de um Estado. 
 
13. (Enem 2014) 
 
 
No centro da imagem, o filósofo Platão é retratado apontando para o alto. Esse gesto significa que o 
conhecimento se encontra em uma instância na qual o homem descobre a 
a) suspensão do juízo como reveladora da verdade. 
b) realidade inteligível por meio do método dialético. 
c) salvação da condição mortal pelo poder de Deus. 
d) essência das coisas sensíveis no intelectodivino. 
e) ordem intrínseca ao mundo por meio da sensibilidade. 
 
14. (Uel 2014) A República de Platão consiste na busca racional de uma cidade ideal. Sua intenção é 
pensar a política para além do horizonte da decadência da cidade-Estado no século de Péricles. O 
esquema a seguir mostra como se organizam as classes, segundo essa proposta. 
 
 
 
Com base na obra de Platão e no esquema, atribua V (verdadeiro) ou F (falso) às afirmativas a seguir. 
 
( ) As três imagens do Bem na cidade justa de Platão, o Anel de Giges, a Imagem da Linha e a da 
Caverna, correspondem, respectivamente, à organização das três classes da República. 
( ) Na cidade imaginária de Platão, em todas as classes se contestam a família nuclear e a propriedade 
privada, fatores indispensáveis à constituição de uma comunidade ideal. 
( ) Na cidade platônica, é dever do filósofo supri-la materialmente com bens duráveis e alimentos, bem 
como ser responsável pela sua defesa. 
( ) O conceito de justiça na cidade platônica estende-se do plano político à tripartição da alma, o que 
significa que há justiça na República mesmo havendo classes e diferenças entre elas. 
( ) O filósofo, pertencente à classe dos magistrados, é aquele cuja tarefa consiste em apresentar a ideia 
do Bem e ordenar os diferentes elementos das classes, produzindo a sua harmonia. 
 
Assinale a alternativa que contém, de cima para baixo, a sequência correta. 
a) V – V – F – F – F. 
b) V – F – V – V – F. 
c) F – V – V – F – V. 
d) F – V – F – V – F. 
e) F – F – F – V – V. 
 
15. (Uel 2013) Observe a charge a seguir. 
 
 
 
Após descrever a alegoria da caverna, na obra A República, Platão faz a seguinte afirmação: 
 
Com efeito, uma vez habituados, sereis mil vezes melhores do que os que lá estão e reconhecereis cada 
imagem, o que ela é e o que representa, devido a terdes contemplado a verdade relativa ao belo, ao 
justo e ao bom. E assim teremos uma cidade para nós e para vós, que é uma realidade, e não um sonho, 
como atualmente sucede na maioria delas, onde combatem por sombras uns com os outros e disputam 
o poder, como se ele fosse um grande bem. 
 
(PLATÃO. A República. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 1994. p.326.) 
 
a) Segundo a alegoria da caverna de Platão e com base nessa afirmação, explique o modelo político que 
configura a organização da cidade ideal. 
b) Compare a alegoria da caverna e a charge, e explicite o que representa, do ponto de vista político, a 
saída do homem da caverna e a contemplação do bem. 
 
16. (Unesp 2013) Do lado oposto da caverna, Platão situa uma fogueira – fonte da luz de onde se 
projetam as sombras – e alguns homens que carregam objetos por cima de um muro, como num teatro 
de fantoches, e são desses objetos as sombras que se projetam no fundo da caverna e as vozes desses 
homens que os prisioneiros atribuem às sombras. Temos um efeito como num cinema em que olhamos 
para a tela e não prestamos atenção ao projetor nem às caixas de som, mas percebemos o som como 
proveniente das figuras na tela. 
 
(Danilo Marcondes. Iniciação à história da filosofia, 2001.) 
 
Explique o significado filosófico da Alegoria da Caverna de Platão, comentando sua importância para a 
distinção entre aparência e essência. 
 
17. (Uem 2013) Uma das obras de Platão (428-347 a.C.) mais conhecidas é A República, na qual se 
encontra o mito da caverna “Platão imagina uma caverna onde pessoas estão acorrentadas desde a 
infância, de tal forma que, não podendo ver a entrada dela, apenas enxergam o seu fundo, no qual são 
projetadas as sombras das coisas que passam às suas costas, onde há uma fogueira. Se um desses 
indivíduos conseguisse se soltar das correntes para contemplar, à luz do dia, os verdadeiros objetos, ao 
regressar, relatando o que viu aos seus antigos companheiros, esses o tomariam por louco e não 
acreditariam em suas palavras.” 
 
(ARANHA, M.L.A. e MARTINS, M.H. Filosofando: introdução à filosofia. 3.ª ed. revista. São Paulo: 
Moderna, 2003, p.121). 
 
 
Sobre a citação acima e o alcance epistemológico do mito da caverna, assinale o que for correto. 
01) As imagens produzidas na caverna são sombras que podem ser confundidas com a realidade. 
02) A todo aquele que sai da caverna é vetada a possibilidade de retorno. 
04) A imagem da fogueira se contrapõe, fora da caverna, à presença do sol, responsável pela verdadeira 
luz. 
08) Tal qual o mito da Esfinge, decifrado por Édipo, Platão descreve três estados da humanidade: 
infância, juventude e maturidade. 
16) Tal qual o mundo sensível, ilusório e efêmero, as imagens da caverna possuem um grau ontológico 
deficitário ou duvidoso. 
 
18. (Ufu 2013) [...] após ter distinguido em quantos sentidos se diz cada um [destes objetos], deve-se 
mostrar, em relação ao primeiro, como em cada predicação [o objeto] se diz em relação àquele. 
Aristóteles, Metafísica. Tradução de Marcelo Perine. São Paulo: Edições Loyola, 2002. 
 
De acordo com a ontologia aristotélica, 
a) a metafísica é “filosofia primeira” porque é ciência do particular, do que não é nem princípio, nem 
causa de nada. 
b) o primeiro entre os modos de ser, ontologicamente, é o “por acidente”, isto é, diz respeito ao que não 
é essencial. 
c) a substância é princípio e causa de todas as categorias, ou seja, do ser enquanto ser. 
d) a substância é princípio metafísico, tal como exposto por Platão em sua doutrina. 
 
19. (Ueg 2013) O surgimento da filosofia entre os gregos (Séc. VII a.C.) é marcado por um crescente 
processo de racionalização da vida na cidade, em que o ser humano abandona a verdade revelada pela 
codificação mítica e passa a exigir uma explicação racional para a compreensão do mundo humano e do 
mundo natural. Dentre os legados da filosofia grega para o Ocidente, destaca-se: 
a) a concepção política expressa em A República, de Platão, segundo a qual os mais fortes devem 
governar sob um regime político oligárquico. 
b) a criação de instituições universitárias como a Academia, de Platão, e o Liceu, de Aristóteles. 
c) a filosofia, tal como surgiu na Grécia, deixou-nos como legado a recusa de uma fé inabalável na razão 
humana e a crença de que sempre devemos acreditar nos sentimentos. 
d) a recusa em apresentar explicações preestabelecidas mediante a exigência de que, para cada fato, 
ação ou discurso, seja encontrado um fundamento racional. 
 
20. (Uel 2015) Leia o texto a seguir. 
 
É pois manifesto que a ciência a adquirir é a das causas primeiras (pois dizemos que conhecemos cada 
coisa somente quando julgamos conhecer a sua primeira causa); ora, causa diz-se em quatro sentidos: no 
primeiro, entendemos por causa a substância e a essência (o “porquê” reconduz-se pois à noção última, 
e o primeiro “porquê” é causa e princípio); a segunda causa é a matéria e o sujeito; a terceira é a de onde 
vem o início do movimento; a quarta causa, que se opõe à precedente, é o “fim para que” e o bem 
(porque este é, com efeito, o fim de toda a geração e movimento). 
 
Adaptado de: ARISTÓTELES. Metafísica. Trad. De Vincenzo Cocco. São Paulo: Abril S. A. Cultural, 1984. 
p.16. (Coleção Os Pensadores.) 
 
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema, assinale a alternativa que indica, corretamente, a 
ordem em que Aristóteles apresentou as causas primeiras. 
a) Causa final, causa eficiente, causa material e causa formal. 
b) Causa formal, causa material, causa final e causa eficiente. 
c) Causa formal, causa material, causa eficiente e causa final. 
d) Causa material, causa formal, causa eficiente e causa final. 
e) Causa material, causa formal, causa final e causa eficiente. 
 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
O texto a seguir é referência para a(s) próxima(s) questão(ões). 
 
“... não é fácil determinar de que maneira, e com quem e por que motivos, e por quanto tempo devemos 
encolerizar-nos; às vezes nós mesmos louvamos as pessoas que cedem e as chamamos de amáveis,mas 
às vezes louvamos aquelas que se encolerizam e as chamamos de viris. Entretanto, as pessoas que se 
desviam um pouco da excelência não são censuradas, quer o façam no sentido do mais, quer o façam no 
sentido do menos; censuramos apenas as pessoas que se desviam consideravelmente, pois estas não 
passarão despercebidas. Mas não é fácil determinar racionalmente até onde e em que medida uma 
pessoa pode desviar-se antes de tornar-se censurável (de fato, nada que é percebido pelos sentidos é 
fácil de definir); tais coisas dependem de circunstâncias específicas, e a decisão depende da percepção. 
Isto é bastante para determinar que a situação intermediária deve ser louvada em todas as 
circunstâncias, mas que às vezes devemos inclinar-nos no sentido do excesso, e às vezes no sentido da 
falta, pois assim atingiremos mais facilmente o meio-termo e o que é certo.” 
 
Aristóteles. Ética a Nicômaco. Livro II. São Paulo: Nova Cultural, 1996, p. 150 (Col. Os Pensadores). 
 
 
21. (Ufpr 2015) Agir de modo virtuoso é, segundo Aristóteles, agir sempre do mesmo modo? Por quê? 
 
22. (Uea 2014) A sabedoria do amo consiste no emprego que ele faz dos seus escravos; ele é senhor, 
não tanto porque possui escravos, mas porque deles se serve. Esta sabedoria do amo nada tem, aliás, de 
muito grande ou de muito elevado; ela se reduz a saber mandar o que o escravo deve saber fazer. 
Também todos que a ela se podem furtar deixam os seus cuidados a um mordomo, e vão se entregar à 
política ou à filosofia. 
 
(Aristóteles. A política, s/d. Adaptado.) 
 
O filósofo Aristóteles dirigiu, na cidade grega de Atenas, entre 331 e 323 a.C., uma escola de filosofia 
chamada de Liceu. No excerto, Aristóteles considera que a escravidão 
a) é um empecilho ao florescimento da filosofia e da política democrática nas cidades da Grécia. 
b) permite ao cidadão afastar-se de obrigações econômicas e dedicar-se às atividades próprias dos 
homens livres. 
c) facilita a expansão militar das cidades gregas à medida que liberta os cidadãos dos trabalhos 
domésticos. 
d) é responsável pela decadência da cultura grega, pois os senhores preocupavam-se somente em 
dominar os escravos. 
e) promove a união dos cidadãos das diversas pólis gregas no sentido de garantir o controle dos 
escravos. 
 
23. (Unisc 2013) O problema da mímesis em Platão e Aristóteles até hoje tem ressonância no mundo 
contemporâneo. Grande parte do público recusa a arte produzida na contemporaneidade por conta da 
estética platônica. Aristóteles liberta a arte dos limites determinados por Platão e afirma que 
a) a arte não tem como fim a verdade. 
b) a arte tem a ver com a catharsis, uma função social terapêutica. 
c) a arte é mimética, ou seja, apenas imita a aparência das coisas. 
d) Todas as alternativas estão corretas. 
e) Nenhuma das alternativas está correta. 
 
24. (Enem 2013) A felicidade é portanto, a melhor, a mais nobre e a mais aprazível coisa do mundo, e 
esses atributos não devem estar separados como na inscrição existente em Delfos “das coisas, a mais 
nobre é a mais justa, e a melhor é a saúde; porém a mais doce é ter o que amamos”. Todos estes 
atributos estão presentes nas mais excelentes atividades, e entre essas a melhor, nós a identificamos 
como felicidade. 
 
ARISTÓTELES. A Política. São Paulo: Cia. das Letras, 2010. 
 
Ao reconhecer na felicidade a reunião dos mais excelentes atributos, Aristóteles a identifica como 
a) busca por bens materiais e títulos de nobreza. 
b) plenitude espiritual a ascese pessoal. 
c) finalidade das ações e condutas humanas. 
d) conhecimento de verdades imutáveis e perfeitas. 
e) expressão do sucesso individual e reconhecimento público. 
 
25. (Uem 2013) Na Metafísica, Aristóteles afirma: “O ser se diz de muitos modos, mas se diz em relação 
a um termo único e única natureza e não de modo equívoco. [...] uns são ditos ser porque são 
substâncias, outros porque são afecções de substâncias, outros porque são um caminho para a 
substância, ou destruições, privações, qualidades, causas produtivas ou geradoras para a substância ou 
do que é dito relativamente da substância, ou são negações de uma delas ou da substância; por esta 
razão dizemos inclusive que o não ser é não ser” (ARISTÓTELES, Metafísica, livro IV, cap. 2. In: 
FIGUEIREDO, V. Filósofos na sala de aula. Volume 3. São Paulo: Berlendis & Vertecchia, 2008, p. 33-34). A 
partir do trecho citado, assinale a(s) alternativa(s) correta(s). 
01) Um ser pode ser a negação de uma substância. 
02) Do ser pode-se gerar uma substância, sem que isso que a gerou seja necessariamente uma 
substância. 
04) A substância é anterior e prioritária ao ser. 
08) A substância é necessariamente um ser. 
16) Uma das exigências da definição de ser é que ela seja unívoca. 
 
26. (Unimontes 2013) Diante do desprezo dos pragmáticos de plantão, acenamos com a impossibilidade 
e a necessidade de reflexão filosófica. Com relação à filosofia, pode-se afirmar: 
a) A filosofia pressupõe constante disponibilidade para a indagação. Platão e Aristóteles disseram que a 
primeira virtude do filósofo é a admiração. 
b) A filosofia pressupõe constante disponibilidade para problematizar. Platão e Aristóteles disseram que 
a primeira virtude do filósofo é a loucura. 
c) A filosofia pressupõe constante disponibilidade para a indagação. Platão e Aristóteles disseram que a 
primeira virtude do filósofo é o sonho. 
d) A filosofia pressupõe constante disponibilidade para a indagação. Platão e Aristóteles disseram que a 
primeira virtude do filósofo é o destemor. 
 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
“Ademais, já que o termo ‘bem’ tem tantas acepções quanto ‘ser’ (...), obviamente ele não pode ser algo 
universal, presente em todos os casos e único, pois então ele não poderia ter sido predicado de todas as 
categorias, mas somente de uma. Além disto, já que há uma ciência única das coisas correspondentes a 
cada Forma, teria de haver uma única ciência de todos os bens; mas o fato é que há muitas ciências, 
mesmo das coisas compreendidas em uma categoria única — por exemplo, a da oportunidade, pois a 
oportunidade na guerra é estudada pela estratégia, e na doença pela medicina, e a moderação quanto aos 
alimentos é estudada na medicina e nos exercícios atléticos pela ciência da educação física. Poder-se-ia 
perguntar o que se quer dizer precisamente com ‘um homem em si’, se (e este é o caso) a noção de 
homem é a mesma e uma só em ‘um homem em si’ e em um determinado homem. Na verdade, enquanto 
eles são homens não diferem em coisa alguma, e sendo assim, o ‘bem em si’ e determinados bens não 
diferirão enquanto eles foram bons. Tampouco o ‘bem em si’ será melhor por ser eterno, porquanto aquilo 
que dura mais não é mais branco do que o efêmero.” 
 
(Aristóteles, Ética a Nicômaco, Livro I, § 6, 1096a-1096b) 
 
 
27. (Ufpr 2013) Algumas linhas antes da passagem acima, Aristóteles emprega a palavra “relativo” para 
se referir ao que existe por derivação e acidente. Nesse sentido, defender a existência de “um homem 
em si” e de “um bem em si” é o mesmo que admitir que tanto homens quanto bens existiriam apenas 
como algo relativo? Por quê? 
 
28. (Enem 2012) Para Platão, o que havia de verdadeiro em Parmênides era que o objeto de 
conhecimento é um objeto de razão e não de sensação, e era preciso estabelecer uma relação entre 
objeto racional e objeto sensível ou material que privilegiasse o primeiro em detrimento do segundo. 
Lenta, mas irresistivelmente, a Doutrina das Ideias formava-se em sua mente. 
 
ZINGANO, M. Platão e Aristóteles: o fascínio da filosofia. São Paulo: Odysseus, 2012 (adaptado). 
 
O texto faz referência à relação entre razão e sensação, um aspecto essencial da Doutrina das Ideias de 
Platão (427–346 a.C.). De acordo com o texto, como Platão se situa diante dessa relação? 
a) Estabelecendo um abismo intransponível entre as duas. 
b) Privilegiando os sentidos esubordinando o conhecimento a eles. 
c) Atendo-se à posição de Parmênides de que razão e sensação são inseparáveis. 
d) Afirmando que a razão é capaz de gerar conhecimento, mas a sensação não. 
e) Rejeitando a posição de Parmênides de que a sensação é superior à razão. 
 
29. (Enem PPL 2012) Pode-se viver sem ciência, pode-se adotar crenças sem querer justificá-las 
racionalmente, pode-se desprezar as evidências empíricas. No entanto, depois de Platão e Aristóteles, 
nenhum homem honesto pode ignorar que uma outra atitude intelectual foi experimentada, a de adotar 
crenças com base em razões e evidências e questionar tudo o mais a fim de descobrir seu sentido último. 
 
ZINGANO, M. Platão e Aristóteles: o fascínio da filosofia. São Paulo: Odysseus, 2002. 
 
 
Platão e Aristóteles marcaram profundamente a formação do pensamento Ocidental. No texto, é 
ressaltado importante aspecto filosófico de ambos os autores que, em linhas gerais, refere-se à 
a) adoção da experiência do senso comum como critério de verdade. 
b) incapacidade de a razão confirmar o conhecimento resultante de evidências empíricas. 
c) pretensão de a experiência legitimar por si mesma a verdade. 
d) defesa de que a honestidade condiciona a possibilidade de se pensar a verdade. 
e) compreensão de que a verdade deve ser justificada racionalmente. 
 
30. (Uncisal 2012) No contexto da Filosofia Clássica, Platão e Aristóteles possuem lugar de destaque. 
Suas concepções, que se opõem, mas não se excluem, são amplamente estudadas e debatidas devido à 
influência que exerceram, e ainda exercem, sobre o pensamento ocidental. Todavia é necessário 
salientar que o produto dos seus pensamentos se insere em uma longa tradição filosófica que remonta a 
Parmênides e Heráclito e que influenciou, direta ou indiretamente, entre outros, os racionalistas, 
empiristas, Kant e Hegel. 
Observando o cerne da filosofia de Platão, assinale nas opções abaixo aquela que se identifica 
corretamente com suas concepções. 
a) A dicotomia aristotélica (mundo sensível X mundo inteligível) se opõe radicalmente as concepções de 
caráter empírico defendidas por Platão. 
b) A filosofia platônica é marcada pelo materialismo e pragmatismo, afastando-se do misticismo e de 
conceitos transcendentais. 
c) Segundo Platão a verdade é obtida a partir da observação das coisas, por meio da valorização do 
conhecimento sensível. 
d) Para Platão, a realidade material e o conhecimento sensível são ilusórios. 
e) As concepções platônicas negam veementemente a validade do Inatismo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gabarito: 
 
Resposta da questão 1: 
 a) O homem para Sócrates é entendido como um ser dotado de uma alma, sendo que sua alma é o 
que lhe confere diferenciação entre todas as outras coisas. O corpo para Sócrates representa um 
instrumento pelo qual utilizamos para promover o enobrecimento desta alma, por meio de nossas 
ações, portanto deve possuir saúde e harmonia física e ser capaz de possuir condições para 
desempenhar funções na cidade que se revertam em condições materiais que garantam o seu 
sustento. A inteligência é o instrumento da alma e tem por finalidade promover condições para o 
homem aprimorar-se, a reflexão. Desta forma, o homem deve buscar ampliar seu conhecimento, 
controlar suas emoções, desenvolver suas potencialidades agindo por meio da conduta virtuosa. A 
reflexão realiza a união entre a reflexão e a ação virtuosa, com isto ocorre o aprimoramento moral 
que aperfeiçoa o caráter e enobrece a alma. 
 
b) Sócrates expõe em sua filosofia que o homem somente pode cuidar de si na medida em que conhece 
sua própria natureza. Para isto o homem deve buscar na ciência (conhecimento) a capacidade de refletir 
para poder desenvolver-se em plenitude. Uma vez posta em ação o conhecimento de si, o homem pode 
então partir para a ação refletida, ou seja, uma vez que o homem possui conhecimento de sua essência 
ele pode então melhorar sua vida através da ação virtuosa na qual ocorre a coerência entre a reflexão e 
a ação, produzindo um melhor estado de vida. Por meio do próprio conhecimento o homem é capaz de 
conhecer seu semelhante e com isto é capaz de agir corretamente no intuito de buscar a verdade em 
todas as ações que realiza. Com este autoconhecimento de si e dos outros, o homem pode atingir a 
verdadeira felicidade. 
 
Resposta da questão 2: 
 A concepção de justiça em Platão está ligada a uma concepção idealista onde esta somente ocorre na 
cidade que educa seus cidadãos. Platão segue uma orientação ética na qual o foco reside no 
ensinamento do homem para que este despreze os prazeres, as riquezas e as honras. A finalidade do 
homem em Platão é procurar transcender a realidade, procurar um bem superior. Isto somente pode 
acontecer em um modelo ideal de cidade. A cidade de Calípolis descrita no livro da República representa 
um local no qual se torna possível dar a cada um aquilo que lhe é próprio. Este conceito assume uma 
postura central dentro da organização da república platônica. Existe baseado nesta teoria um sistema 
educacional a fim de orientar cada um segundo suas aptidões. Ou seja, para Platão cada cidadão deve 
oferecer o melhor de si para que a cidade prospere. Platão parte de uma concepção aristocrática, 
dividindo a sociedade em classes, guerreiros, comerciantes e administradores, para que cada um 
desempenhe seu papel de forma a guiar a cidade para a prosperidade e faze com que cada um encontre 
sua realização naquilo que lhe for próprio de sua natureza. Desta forma, a justiça é equilíbrio e não se 
limita apenas a restaurar o que lhe foi tirado, mas pelo contrário proporcionar condições para o 
desenvolvimento de cada cidadão. 
 
Resposta da questão 3: 
 [B] 
 
No escrito Apologia de Sócrates, realizado por seus discípulos, pois este filósofo não deixou escritos 
próprios, encontramos um relato detalhado das acusações sofridas por ele, bem como os argumentos 
utilizados em sua defesa. Neste relato, o principal acusador de Sócrates é Meleto que o acusa de 
“corromper a juventude” e “desrespeitar os deuses” dizendo que estes em nada contribuem para a 
melhora da sociedade. Destaca-se no relato o método socrático que se fundamenta na: ”Ironia” que 
representa a capacidade de fingir-se de ignorante perante seu adversário a fim de por meio de perguntas 
e respostas fazer com que este se reconheça ignorante acerca do assunto que julga saber; e a 
“Maiêutica”, que busca conduzir de forma gradativa o indivíduo a encontrar respostas mais coerentes 
que o levam a descobrir a verdade. Os principais inimigos de Sócrates era os sofistas. Estes representam 
para os filósofos os “falsos mestres do saber”, pois não se preocupam com a busca pela verdade, (por 
considerarem isto impossível) e assim se dedicam principalmente para a arte da oratória. Portanto, 
vendem seu saber em toca de poder, benefícios e honrarias. Os itens II e V não condizem com o 
pensamento de Sócrates ou o modo como transcorreu a defesa empreendida contra aqueles que o 
acusavam. 
 
Resposta da questão 4: 
 [A] 
 
Platão, influenciado fortemente por Sócrates, apresenta em seus diálogos a metodologia de seu mestre 
para empreender a busca da verdade. O método socrático constrói-se a partir de perguntas e respostas 
(dialética) que levam o interlocutor, que não possua conhecimento e coerência sobre o que está falando, 
a contradizer-se e acabar por revelar sua ignorância. A partir deste momento inicia-se outra construção 
que conduz o interlocutor a descobrir a verdade de forma gradativa e coerente. Este método que busca a 
construção da verdade por meio da contraposição de argumentos é conhecido como maiêutica. 
 
Resposta da questão 5: 
 [A] 
 
Primeiramente, o ponto de partida da filosofia socrática não é a afirmação “sei que nada sei”, mas sim a 
palavra do oráculo de Delfos (dedicado a Apolo) que afirmou para Sócrates ser ele o homem mais sábio 
de todos. Sócrates não duvidou da palavrado Deus e partiu em busca da compreensão das palavras 
divinas. Interrogando outras pessoas, Sócrates percebeu que apesar de ele não possuir conhecimento 
sobre as coisas, possuía conhecimento sobre sua própria ignorância, algo que todos os outros homens 
não possuíam. A ignorância sobre o que significava a palavra divina o fez ir atrás do conhecimento sobre 
si mesmo. 
 
Resposta da questão 6: 
 Segundo o enunciado da questão, a explicação para o fato de a arte de governar, ou a “arte política”, ou 
a “real”, não ser capaz de tornar os homens bons, ou levá-los à felicidade, decorre da ação política de 
não tornar os homens melhores eticamente. 
Todavia, a péssima transcrição do diálogo, que apresenta um recorte muito pouco elucidativo sobre a 
obra e não permite a compreensão do raciocínio ali desenvolvido, nos dá a entender que a questão geral 
é: “que ciência e modo de utilidade dessa ciência nos fará homens bons, homens felizes?”. Essa questão 
geral não é ética, mas sim apenas uma questão que poderá adquirir caráter ético se resolvermos sua 
problemática através de uma configuração racional dos hábitos dos indivíduos; ela poderá, também, 
adquirir um caráter político se resolvermos sua problemática através de uma configuração racional da 
cidade; e por aí vai. 
 
Resposta da questão 7: 
 [A] 
 
É um tanto complicado dizer que Sócrates ministrava aulas com a finalidade de transmissão dos seus 
conhecimentos, pois como é sabido o filósofo se gabava de ser um parteiro de ideias (cf. Teeteto). Isso 
nos leva necessariamente à consideração de que o conhecimento era do interlocutor e o seu trabalho 
consistia em fazer isto ser concebido. 
Esta afirmação: “a busca pela essência do bem está vinculada a uma visão antropocêntrica da filosofia”, 
necessita de referência precisa, pois há uma mistura de termos antigos e modernos que cria um 
anacronismo inaceitável. Todavia, até onde conseguimos percebemos, a intenção da alternativa é 
ressaltar que os pré-socráticos mantinham pesquisas preocupadas com o conhecimento da natureza, 
enquanto Sócrates possuía como grande tema o conhecimento de si. Essa noção é parcialmente 
verdadeira, pois nem os pré-socráticos eram simplesmente preocupados com o “mundo objetivo”, nem 
Sócrates era simplesmente preocupado com o “mundo subjetivo”. A natureza, o cosmos, possui enorme 
importância para a filosofia desenvolvida por Platão; podemos observar isso na leitura da República 
(Livro VI, por exemplo). 
 
Resposta da questão 8: 
 [C] 
 
O texto, traduzido como foi, dá a impressão que o amor (éros) é desejo e zelo, e a razão do amor está na 
busca da natureza mortal por ser imortal, na superação da aparência passageira do mundo sensível para 
a realidade eterna do mundo inteligível. Essa ânsia pela perduração no tempo é algo que participa da 
filosofia platônica de várias maneiras e de uma maneira especial, por exemplo, na consideração da 
formação do cidadão ser inspirada nas qualidades perenes de Deus (cf. As Leis). 
 
Resposta da questão 9: 
 [C] 
 
A sequência correta está apresentada na alternativa [C]. Quem escreveu Ética a Nicômaco foi Aristóteles 
e não Sócrates. O pensamento socrático está escrito em grego, língua dos filósofos do período. Sócrates 
criticou sim o saber dogmático. Ele o fez através da sua prática de indagar as pessoas a respeito de suas 
certezas. Sendo assim, as afirmativas falsas são a primeira, a segunda e a quarta. 
 
Resposta da questão 10: 
 [C] 
 
[Resposta do ponto de vista da disciplina de História] 
Somente a proposição [C] está correta. A questão remete ao pensamento político de Platão. Este filósofo 
ateniense foi um grande crítico da democracia. Acreditava que a maioria não tinha condições de 
participar do debate político na ágora, pois estava vinculada ao mundo sensível, o mundo do corpo, da 
opinião, da doxa e não sabia o que era justiça. Platão defendeu a Sofocracia, isto é, o governo dos sábios, 
dos reis filósofos. 
 
[Resposta do ponto de vista da disciplina de Filosofia] 
Na concepção platônica, a busca pelo conhecimento verdadeiro permeia todo seu sistema filosófico. 
Neste sistema, Platão estabelece que existem dois mundos, o mundo sensível (representa a matéria e as 
sensações ao qual estamos inseridos) e o mundo inteligível (representa as ideias, a razão). Neste sentido, 
para Platão somos ligados às sensações pessoais e isto nos conduzem ao erro pois não podemos confiar 
nelas. Somente podemos obter a verdade por meio do mundo da inteligível. Contudo, isto não é para 
qualquer um, somente para os filósofos, pois eles buscam o verdadeiro saber, assim estes sabem qual é 
o melhor caminho para a ampliação do conhecimento, por conseguinte, qual o melhor caminho para 
fazer com que todas as pessoas da cidade possam desenvolver seu pleno potencial. Assim, os filósofos 
são os únicos capazes de conhecer a verdade e devem decidir o destino da cidade, neste contexto a 
democracia é um empecilho, pois não produz um consenso absoluto, verdadeiro. Portanto, Platão 
estabelece uma severa crítica ao sistema democrático grego. O único sistema que corresponde às críticas 
estabelecidas por Platão é o descrito na alternativa [C]. 
 
Resposta da questão 11: 
 [A] 
 
Platão defendeu a teoria de que o conhecimento verdadeiro se encontra no mundo inteligível (Mundo 
das Ideias), representado pelas ideias perfeitas que não sofrem a corrupção, captadas pelo pensamento. 
Neste mundo, as ideias estão organizadas hierarquicamente das mais elevadas a de menor perfeição, 
sendo o bem, o belo e o justo as ideias mais elevadas. Oposto ao Mundo das Ideias está o Mundo 
Sensível (Mundo da Matéria). Neste mundo residem os objetos que temos acesso, porém estes são 
cópias imperfeitas captadas pelos sentidos. Desta forma, qualquer representação das ideias ou da beleza 
são apenas imitações (mimesis) das coisas sensíveis e não das verdadeiras ideias. Assim, a arte é uma 
imitação inferior da perfeição das ideias, sendo considerada como uma mera ilusão para os sentidos. 
De forma diferente, embora Aristóteles concorde que a arte é imitação, isto não ocorre da mesma forma 
que Platão. Para este filósofo, a arte é uma imitação de coisas possíveis que não tem realidade, mas 
podem vir a ter. A mimesis é algo natural dos seres humanos, como forma de invenção da realidade. 
Portanto, a arte representa possibilidade de compreensão e conhecimento da realidade, servindo 
também como aprimoramento do ser humano na busca de sua realização moral, nas palavras do filósofo 
é uma “catarse” que por meio da educação dos sentidos conduz o ser humano ao equilíbrio. A 
alternativa [A] é a única que se enquadra nas teorias explicitadas. 
 
Resposta da questão 12: 
 No texto 1 Platão desenvolve a tese de que cidade seria melhor administrada pelo “Filósofo Rei”, nesta 
teoria desenvolvida no livro “A República” o filósofo é o melhor administrador por ser aquele que possui 
conhecimento da “verdade” que se identifica com o Bom, o Bem e o Belo que residem no Mundo das 
Ideias. Ele (Filósofo Rei) seria o único capaz de guiar os habitantes da cidade na busca do melhor 
desenvolvimento de cada um segundo suas aptidões naturais, ou seja, o bem que reside dentro de cada 
indivíduo pode ser alcançado e permitir uma vida feliz a todos. A virtude do governante centra-se na 
busca da concretização do bem a todos os habitantes da cidade. Não sendo o filósofo guiado por 
interesses particulares, ele se torna o administrador ideal para a cidade. Já no texto 2, Nicolau 
Maquiavel, em seu livro “O Príncipe”, desenvolve uma tese que rompe com lógica estabelecida entre 
ética e poder. Seu pressuposto de que os homens são maus, faz com que o príncipe deve buscar manter 
o poder mediante estratégias que não possuem ligação com o comportamento virtuoso. Elementos 
como virtú (entendida como impetuosidade, coragem) e fortuna (entendida como ventura, 
oportunidade), somado a um conhecimento da moralidade dos homens, são recursos que permitem ao 
governante agir de modo calculado,não objetivando o desenvolvimento de uma bondade natural nos 
homens como acredita Platão, mas tendo como foco a condução dos homens rumo a uma melhor 
condição de vida que não siga necessariamente o caminho da virtude enquanto retidão moral. 
 
Resposta da questão 13: 
 [B] 
 
Platão é conhecido como um filósofo idealista. Segundo ele, a verdade encontra-se no mundo das ideias, 
e não no mundo material. O pensamento somente pode se aproximar das ideias através da dialética, que 
o purifica das crenças e opiniões. 
 
Resposta da questão 14: 
 [E] 
 
Na República de Platão, a justiça é definida como um princípio segundo o qual a cidade opera com cada 
cidadão se ocupando de uma tarefa, aquela para a qual é mais bem dotado por natureza. Ou seja, a 
justiça é um princípio ordenador que garante para cada cidadão a sua melhor posição na cidade 
permitindo todos os indivíduos se desenvolverem de acordo com a sua natureza. A grande dificuldade 
dessa definição platônica de justiça está em descobrir o que é natureza, qual a natureza de cada 
indivíduo, e como cada indivíduo se desenvolve em conformidade com ela. Não será por motivo distinto 
que o filósofo irá elaborar na República uma explicação sobre a dialética, ou seja, sobre o método 
através do qual conhecemos as coisas, inclusive a natureza. A ciência política em Platão é, em última 
instância, uma ciência da natureza. 
 
Resposta da questão 15: 
 a) Platão dedica a obra República para criar a cidade ideal, isto a fim de demonstrar o que é a justiça 
e se a vida justa é mais feliz que a injusta. O filósofo rejeita as cidades existentes como modelos de 
cidades justas, pois as aparências não são suficientes para definir o que algo é em si mesmo. Então, 
para vislumbrar o que é a justiça, antes necessitamos enxergar o conceito de maneira ampliada, isto é, 
na cidade ideal e depois de maneira diminuta na alma do indivíduo. A cidade justa de Platão 
contempla trabalhadores, soldados e governantes realizando as funções para as quais estão mais 
aptos naturalmente. E assim como na cidade platônica é o filósofo quem governa, no indivíduo é a 
razão que o guia. 
b) Na charge os personagens estão presos por correntes ao televisor, na alegoria os homens estão presos 
à caverna. Assim como na TV a realidade é forjada pelos programas, a realidade era forjada dentro da 
caverna por alguns homens livres dos grilhões. Os homens nos dois casos, as sombras são tidas como 
verdadeiras, porém quando libertos, eles passam a enxergar a realidade mesma. Essa saída indica a 
possibilidade de autonomia. No âmbito político, representa a possibilidade do exercício do governo à luz 
da justiça e o afastamento das formas de dominação. 
 
Resposta da questão 16: 
 A Alegoria da Caverna quer dizer, utilizando uma imagem fictícia, como era a realidade da cidade de 
Atenas ou de todas as cidades. Tal realidade é que os homens vivem suas vidas encantados com imagens, 
ou seja, eles vivem suas vidas encantados com aquilo que mantém apenas a aparência da realidade. Não 
apenas o homem está nessa situação de enfeitiçado, porém ele também está preso impedido de 
chacoalhar para fora dessa situação. O filósofo é quem consegue se livrar do feitiço e depois quebrar os 
grilhões que o impedem de sair desse estado. É fundamental, segundo a alegoria, realizar esse 
movimento para fora da caverna para conceber que a aparência explicitada pelas imagens não revela 
muito sobre a verdade descoberta sob a luz existente fora da caverna. A aparência é apenas um 
simulacro produzido na caverna, a essência é uma descoberta feita livre do confinamento neste antro 
que os homens vivem, chamado “cidade”. 
 
Resposta da questão 17: 
 01 + 04 + 16 = 21. 
 
Primeiramente, a realidade não é confundida com as sombras na caverna, pois, segundo a alegoria 
(alegoria e não mito) elaborada por Platão, aqueles que estão dentro da caverna nunca tiveram 
experiência do real e, portanto, nunca poderiam confundir as imagens com a realidade. O correto é que 
as pessoas dentro da caverna tomam simplesmente a imagem como real, ou seja, elas são totalmente 
passivas nesse processo. 
Segundamente, Platão na “Alegoria da Caverna” aponta para a saída da cidade, isto é, para o movimento 
que o filósofo faz ao questionar as opiniões irrefletidas mantidas pelos cidadãos e em geral pela cidade. 
Esse movimento do filósofo leva-o para um lugar que não é uma caverna, e sim um cosmopolitismo. De 
modo que a educação filosófica é uma educação para o mundo, e não para as opiniões circunscritas a 
um antro. A educação, portanto, deve afastar a alma do cidadão das controversas opiniões baseadas em 
imitações distorcidas da realidade. 
 
Resposta da questão 18: 
 [C] 
 
Em Categorias, Aristóteles concebe a substância apenas como indivíduos e define distinções lógicas 
importantes entre tipos de atributos que se referem a estas substâncias, já em Metafísica, o filósofo 
engendra uma análise fundante sobre a substância mesma e a posiciona diferentemente como um 
complexo de matéria e forma. De maneira geral podemos tomar a substância como o ser dito de várias 
maneiras: 1) ela é o princípio da realidade e do conhecimento, 2) é a causa por excelência sendo em 
todos os sentidos causa formal, material, eficiente e final, 3) é o suporte de propriedades essenciais e 4) 
é a essência, ou seja, aquilo sem o qual a coisa deixa de ser o que é. 
 
Resposta da questão 19: 
 [D] 
 
No período em questão, as cidades passam a se organizar de uma maneira distinta, livrando-se de uma 
centralização na figura de um rei (anax) e estabelecendo a figura de vários líderes (basileus). Nesta nova 
ordem, o rei não é capaz de dar a ordem para ser obedecido incondicionalmente e os vários líderes 
devem ser convencidos da ação necessária pela racionalidade do argumento, e não pela coerção. Essa 
necessidade de argumentar racionaliza os procedimentos deliberativos da cidade e acabam por 
estabelecer uma ordem na qual a tradição passa a ser afastada de pouco em pouco por sua inaptidão em 
atender problemas de ordem prática com eficiência. 
 
Resposta da questão 20: 
 [C] 
 
A teoria do conhecimento em Aristóteles busca explicar a mutabilidade da realidade. Para este filósofo, 
para que se desenvolva um conhecimento verdadeiro, deve-se compreender as etapas que constituem a 
realidade, objetivando com isto, compreender o processo como um todo. Os conceitos desenvolvidos 
por ele buscam conhecer a mutabilidade da realidade através da potencialidade (potência), a capacidade 
para se transformar em um determinado objeto e o processo de transformação (ato), a realização da 
transformação. Soma-se a isto a relação estabelecida pelo filósofo entre matéria e forma. Assim, quanto 
maior for a compreensão da relação entre ato e potência e matéria e forma, maior será a compreensão 
da verdade. No livro “Metafísica” para ele descreve a teoria das 4 causas como sendo: causa material - 
do que a coisa é feita; causa eficiente - aquilo que produz a coisa; causa formal - a forma, os contornos, a 
aparência, aquilo que a coisa vai ser; e causa final - a finalidade, aquilo para o qual a coisa é feita. 
 
Resposta da questão 21: 
 O agir para Aristóteles não está limitado a um único modo, pois as circunstâncias variam e fazem com 
que a ação que se deva tomar também varie. Contudo, isto não quer dizer que devemos agir de 
qualquer modo, pelo contrário, para agir de forma virtuosa o indivíduo deve ter uma consciência livre 
com base em uma moral que não varie. Conforme as práticas habituais do indivíduo sejam pautadas pela 
retidão moral de suas ações, sua deliberação irá naturalmente guiá-lo em suas decisões. O pressuposto 
para que tal comportamento se efetive é primeiramente a disposição para conhecer e refletir seguido 
pela prática da virtude. Desta forma, as ações podem variar, porém o princípio que as orienta se 
mantém. 
 
Resposta da questão 22: 
 [B] 
 
Aristóteles era pertencente à aristocracia e com isto defendia um sistema de pensamento que

Outros materiais