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Processo penal como procedimento em contraditório

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Angelo Mozer 
Uma análise do artigo “O PROCESSO (PENAL) COMO PROCEDIMENTO EM 
CONTRADITÓRIO: DIÁLAGO COM ELIO FAZZALARI” 
 
INTRODUÇÃO: 
Pretende-se com o presente trabalho buscar uma análise crítica do procedimento em 
contraditório à luz do processo penal atual tendo como norteador os estudos de Elio 
Fazzalari. O presente resumo expõe quanto à necessidade de entender o processo 
penal como procedimento em contraditório e o papel do Juiz de direito e a 
aplicabilidade de tais faculdades e poderes. 
O CONTRADITÓRIO E A AMPLA DEFESA NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL: 
O Princípio do Contraditório e da Ampla Defesa é assegurado pelo artigo 5º, inciso LV 
da Constituição Federal, aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos 
acusados em geral é assegurada o contraditório e ampla defesa, com os meios e 
recursos a ela inerentes; mas pode ser definido também pela expressão “audiatur et 
altera pars”, que significa “ouça-se também a outra parte”.É inerente ao direito de 
defesa, decorrente da bilateralidade do processo: quando uma das partes alega 
alguma coisa, há de ser ouvida também a outra, dando-lhe oportunidade de resposta. 
Ainda a Constituição procurou assegurar ao preso, ao investigado e ao 
acusado outras garantias que são relacionados à ampla defesa: o direito de não ser 
submetido a tratamento desumano ou degradante (art. 5º. III); direito à identificação 
do responsável pela prisão ou pelo interrogatório policial (art.5º. LXIII); direito a que 
seja respeitada sua integridade física e moral (art. 5º. XLIX); direito a não identificação 
criminal quando identificado civilmente (art. 5º. LVIII); direito ao silêncio (art. 5º. LXIII); 
direito a que sua prisão seja imediatamente comunicada ao juiz competente, à sua 
família ou a pessoa por ele indicada (art. 5º. LXII); direito a não ser considerado 
culpado antes de sentença penal condenatória transitada em julgado (art. 5º. LVII); 
direito a que a busca em domicilio, seja precedida de mandado judicial (art. 5º. XI); 
direito ao habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer 
violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de 
poder (art.5º. LXVIII). 
Os princípios constituem a base de todo o ordenamento, são os alicerces em 
que se fundam o direito pátrio. Esses constituem cláusula pétrea, não da Constituição, 
mas do próprio ordenamento jurídico. 
Na jurisprudência pátria atual presenciam-se diversas correntes relacionadas 
ao tema discutido, para Dinamarco demonstra o desconhecimento da atual 
compreensão de processo, dado que o processo da contemporânea configuração da 
relação jurídica, segundo Fazzalari, é o procedimento em contraditório. 
No Processo Penal vigente atualmente nota-se o contraditório como 
“ferramenta”, com efeito, a legitimidade na imposição de atos que necessitam 
observações e consequências em outros ramos jurídicos presente, por exemplo, no 
direito administrativo, tributário entre outros, e no caso do processo penal, dos 
acusados, precisa atender os princípios e regar presentes no ordenamento jurídico 
supracitado. 
O que tange o direito subjetivo, Fazzalari expõe que esse seja interpretado 
partindo da relação entre o sujeito e o objeto do comportamento presencialmente 
indicado pela norma jurídica, o qual o posiciona uma “vantagem” pelo exercício de 
uma faculdade ou de um poder. Nitidamente deixa-se de tratar de um poder sobre a 
conduta da parte adversa senão sobre os efeitos processuais da norma. Os atos 
processuais lícitos se mostram como poderes decorrentes do exercício da vontade, 
regulados por normas processuais, perante as quais o sujeito possui o poder de agir 
(confissão judicial), a faculdade (arrolar testemunhas) e o ônus, no caso da imposição 
de consequências pelo descumprimento da norma (comprovação do álibi), como 
explica Elio Fazzalari. Respeitando o tempo e as normas de tais faculdades e poderes, 
deve existir regularmente seguindo a norma, para, no futuro processual, não 
prejudicar o próprio utilizador de tais faculdades e poderes, gerando assim 
circunstâncias desfavoráveis ao sujeito. 
O presente autor (Elio Fazzalari) explica ainda a funcionalidade do 
procedimento como “sequência de normas, atos e posições subjetivas”. Seguindo a 
condição preparatória ao provimento final. E a perfeita observância dos atos e 
posições subjetivas dos atos antecedentes é condição de possibilidade à validade dos 
subsequentes. Logo, a “impureza” procedimental ocorrida no início do processo 
contamina os demais, os quais para sua validade precisam guardar referência com os 
anteriores. Então se invertendo o entendimento do senso comum teórico dos juristas, 
o processo é um procedimento realizado por meio do contraditório e, próprio do 
processo penal, com o polo do Ministério público e o Querelante, presença nítida do 
acusado possuidor de defesa técnica. 
A FIGURA DO JUIZ NO PROCEDIMENTO EM CONTRADITÓRIO 
Avindo da contribuição de Fazzalari, processo é identificado como 
procedimento em contraditório, dependente da efetiva participação das partes no 
interim processual, munidos de equivalente e paritário acesso às armas do jogo, 
visando preparar o provimento final. Na atualidade, o conceito de contraditório 
progrediu para o de garantia de participação dos atores do processo com “simétrica 
paridade de armas, no sentido de justiça interna no processo, de justiça no processo, 
quando as mesmas oportunidades são distribuídas com igualdade às partes.”. 
A essência do contraditório é a igualdade simétrica de oportunidades aos 
sujeitos processuais que suportarão os efeitos do provimento final. Seu objeto, 
contudo, é composto pelos temas atrelados aos atos processuais que compõem a 
atividade processual propriamente dita. 
Nessa proposta, a figura do juiz, tanto como sujeito do processo quanto como 
funcionário do Estado, evidencia que sua participação não é de mero títere, estando 
vinculado às decisões proferidas no desenrolar do procedimento, especialmente 
àquela prolatada ao seu cabo. Igualmente, não obstante a condição de sujeito do 
processo, sua função não pode ser confundida com a das partes, simplesmente pelo 
fato de que não assume a condição de contraditor, própria dos litigantes, mas de 
terceiro, que será responsável pela regular condução do feito e do provimento final. 
O juiz deve ser tido como o garantidor dos direitos processuais das partes, 
assegurando-lhes a participação na formação das decisões por meio da exteriorização 
do princípio do contraditório que, segundo Goncalves, se dá em dois momentos: 
primeiramente com o cumprimento do dever de informação, para que as partes 
possam exercer as posições jurídicas em face das normas processuais; e, em um 
segundo plano, que tal movimento processual seja possível, ou seja, facultativo e não 
obrigatório. O processo jurisdicional terá a finalidade de salvaguardar os direitos 
materiais se a sua existência for demonstrada no fluir do processo, quando então, 
acaso comprovado, o juiz deverá conceder a providência postulada, dentro dos limites 
que o ordenamento jurídico prevê. 
Todavia, proposta a demanda e delimitados os seus contornos essenciais, 
constitui dever do juiz controlar rápido, regular e leal desenvolvimento do processo, 
assumindo, quando for necessário, os meios probatórios nos limites objetivos da 
causa. Aqui não se pode deixar de distinguir as normas, poderes, deveres, faculdades e 
atos condizentes com o momento do pedido de tutela jurisdicional, das normas, 
poderes, deveres, faculdades e atos correspondentes à técnica e estrutura interna do 
procedimento. Dentro do processo, as iniciativas, especialmente de conteúdo 
probatório, são escolhidas a vista da técnica própria do instrumento processual, 
conforme pareçam mais adequadas para atingir a finalidade desejada. 
Como regra máxima esse processodemocrático precisa garantir os princípios 
fundamentais (isonomia, publicidade, ampla defesa, contraditório) sem a qual 
invalidada de forma nítida e automática a decisão do magistrado. Quanto o processo 
penal, o acusado tem como ação seguir o desenrolar do processo, agora não mais 
conduzido pelo Juiz, mas sim pelo próprio procedimento penal. 
CONCLUSÃO: 
Com o presente resumo pretendeu-se explanar quanto ao contraditório, 
consequentemente a ampla defesa, sua posição atual no processo penal derivado da 
Constituição Federativa Pátria Brasileira, com base principal na linha de estudo 
científico do autor Elio Fazzalari que serviu como norteador para definir certos 
entendimentos sobre o assunto atualmente. O papel do magistrado conduzindo o 
procedimento e o acusado empregando uso de tal ferramenta para atuar no processo 
com paridade de armas. A atividade do Juiz conduzindo o processo sempre 
respeitando os princípios garantidores que regem não só o processo penal como o 
direito vigente no Brasil atualmente 
REFERÊNCIAS: 
Da Rosa, Alexandre Morais - O PROCESSO (PENAL) COMO PROCEDIMENTO 
EM CONTRADITÓRIO: DIÁLOGO COM ELIO FAZZALARI. VOL.11 JUL-DEZ 2006. 
De Oliveira, Carlos Alberto Álvaro de Oliveira – O JUIZ E O PRINCÍPIO DO 
CONTRADITÓRIO.

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