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IED PROCESSUAL 2020

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IED PROCESSUAL							2020.1
Paula Sarno 
(28.01)
Noções Introdutórias (parte I)
1. Conceitos Fundamentais;
2. Funções do Direito
a. Direção de Condutas;
b. Tratamento de Conflitos;
3. Modos de tratamento dos conflitos
a. Autonomia 
i. Autotutela
ii. Autocomposição
b. Heteronomia
Conceitos Fundamentais;
O ser humano é possuidor de diversas necessidades em sua vida e o bem da vida é ente que é apto para satisfazer uma necessidade com suas utilidades. O interesse é a situação favorável a satisfação de uma necessidade. Mas, em certas situações, os bens são limitados ou seu acesso não é tão simples. São nessas situações que pode haver conflito de interesses quando há mais pessoas interessadas no mesmo bem, por exemplo. São interesses que entram em choque. A pretensão é uma atitude de vontade de prevalecer sua vontade em detrimento da vontade do outro. Essa pretensão nem sempre é submetida pelo outro, geralmente, resistida. A partir daí que é extraído o conceito de LIDE (litígio), o conflito de interesses qualificado por uma pretensão resistida (esse conceito é criado por doutrinas bem clássicas). 
“Em razão da insuficiência ou dos interesses antagônicos que podem incidir sobre um mesmo bem, podem surgir os conflitos de interesses, também chamados Conflitos Intersubjetivos de Interesses.”
No CPC de 73, o legislador estabelecia que o mérito do objeto era a lide, mas imensamente criticado, tanto que o CPC de 2015, diz apenas que o mérito de um processo não será necessariamente uma lide. Isso, porque é possível que o outro se submeta à pretensão, ou há acordos que nem venham a ser objeto de processo. Nem todo processo tem por objeto uma situação litigiosa, como é caso de processos unilaterais, a mudança de nome, por exemplo. Há casos que é possível ir a juízo com um direito que ainda nem foi violado, talvez apenas ameaçado, não existindo ainda a pretensão. Tem também os direitos potestativos os quais não há em si a pretensão. Assim, a noção de lide, com a atual sociedade complexa, não é tão simples. É o caso da complexidade dos litígios coletivos (quem são seus titulares do direito envolvido). Outro caso é o das demandas repetitivas em que se discute uma mesma questão. Ou os litígios estruturais aqueles que tem como demanda ao Estado uma reforma estrutural, seja no ensino ou em um ente administrativo. É sobre a complexidade do objeto e do sujeito do processo atualmente.
Quando o processo tem como objeto uma lide, nesse caso, o mérito do objeto é a lide!
“Hoje, já se compreende que o processo pode ter como mérito/objeto situações jurídicas não litigiosas. 
Isto acontece em, pelo menos, 3 situações: 
1º) O processo pode ter como objeto/mérito: situações jurídicas relativas a uma única pessoa. Ex: Processo para alteração de nome. Neste caso, não há lide, por ausência de conflito intersubjetivo de interesse. 
2º) O processo jurisdicional pode ter objeto/mérito: a preservação, proteção ou prevenção de um direito. Isto é, pode ter como mérito/objeto: evitar a violação de um direito. Ex: Ações Preventivas. Se o Direito ainda não foi violado, e o processo quer evitar a violação, não há tecnicamente a lide. O processo, neste caso, quer evitar a configuração de uma lide.
3º) O processo pode ter objeto/mérito: Um Direito Potestativo. Obs: Direito Potestativo é Direito Subjetivo concedido a alguém de submeter outrem à criação, modificação ou extinção de situações jurídicas. O sujeito passivo do Direito Potestativo não pode assumir outra postura que não seja se submeter ao exercício deste direito potestativo. Isto é, o Sujeito Passivo não pode resistir ao exercício do Direito Potestativo. Não havendo resistência, não há lide nos processos em que se discute direito potestativo.”
Funções do Direito
a. Direção de Condutas;
Estabelecimento de normas de direção de condutas, normas que estabelecem pautas de comportamento consideradas socialmente desejadas. Nem sempre elas são observadas pelo seu destinatário, as vezes descumpridas ou dependem de intervenção do Estado. 
b. Tratamento de Conflitos;
Diante da não observância das normas de condutas que surgem os problemas jurídicos que muitas vezes são conflituosos. Daí surge o tratamento de conflitos com uma dupla preocupação, estabelecimento da FORMA de tratamento de resolução (seu procedimento, regrados por normas de direito processual) e qual o CRITÉRIO de solução/decisão/julgamento dos conflitos- ditados pelas normas materiais. (no final as normas de condutas que não foram observadas). 
2. Modos de tratamento dos conflitos
Desde sempre houve diversas formas para solução de conflitos.
a. Autonomia: a titularidade é atribuída as próprias partes que estão em litígio.
i. Autotutela/ autodefesa: “fazer justiça com as próprias mãos”; vingança privada, forma violenta e egoísta de solução de conflitos, porque a parte mais forte e astuta impõe a prevalência do seu interesse em detrimento da parte mais fraca. Muito utilizado na ausência do Estado ou do direito. Nos ordenamentos jurídicos atuais geralmente a autotutela é proibida. No 345 e 350 do Código penal do Brasil, a autotutela é tipificado como crime. Na não onipresença do Estado, a autotutela é consagrada excepcionalmente no estado de necessidade, ou na legítima defesa, direito de greve, direito de retenção do locatário... mesmo nesses casos a licitude e seu exercício está sujeito a atuação jurisdicional posterior.
ii. Autocomposição/ conciliação: formas de solução do conflito mais altruísta, abnegativa, em que as partes abrem a mão do seu interesse no todo ou em parte em benefício de outrem. Nesse caso pode haver uma renúncia(unilateral), submissão/ reconhecimento - submete-se a pretensão(unilateral), transação (bilateral) ambas as partes fazem concessões mútuas. Há alguns anos é o meio mais estimulado no ordenamento brasileiro. Conciliação e mediação incentivados no cpc de 2015. É possível a entrada de um terceiro que auxilie as partes a chegarem a uma solução, como um incentivador a solução do conflito, o chamado conciliador ou mediador
b. Heteronomia: o poder de solução de conflito é atribuído a um terceiro, que não necessariamente um juiz. Antigamente era atribuído, por exemplo, a um sacerdote, um padre. Ela vai se transformando com o passar do tempo na humanidade. Arbitragem facultativa; Arbitragem obrigatória; Arbitragem cognitio extra ordinem assim surge o juiz como conhecemos.
Com o tempo, surge a arbitragem privada.
Mediação e Conciliação
Com respeito a autonomia da vontade das partes, a conciliação ou a mediação pode ser judicial ou extrajudicial (público ou privado). Esta é identificada com inúmeros mecanismos e ambientes que têm sido utilizados para viabilizar a solução de conflitos. São exemplos as plataformas para os consumidores resolverem com os vendedores consensualmente. A diferença entre mediação e conciliação é estabelecida em lei. O conciliador atua nos litígios sem vínculo prévio entre as partes (ex: acidente de trânsito), seu papel é intermediar entre pessoas que só se relacionaram depois do conflito e sua função é propor soluções do conflito. O mediador, por sua vez, trabalha com partes que já possuem um vínculo anterior ao conflito (ex: divórcio) que precisa ser trabalhado, não procurando uma solução, mas trabalhar o conflito para que as partes compreendam o conflito, perceber o lado do outro, para que elas proponham soluções. O mediador não pode propor a solução, ele precisa encaminhar as partes para a solução. É preciso tem um ambiente confidencial e de segurança para que as partes possam “se abrir” e, por isso que o juiz não pode fazer a mediação, não pode utilizar desse momento para utilizar contra elas posteriormente. Um dos principais princípios regentes da mediação é a confidencialidade. Até mesmo os advogados da etapa da mediação não podem ser os mesmos para fases posteriores do processo, para que nada seja utilizado contra elas posteriormente.
Obs.: pode ser previsto em cláusulas contratuais que a forma de solução de conflito seja realizada através da mediação ou conciliação, prezandopelo seu cumprimento pelas partes. 
Há autonomia da vontade na construção dos procedimentos feitos na mediação e conciliação. Também há autonomia das partes na solução do conflito, cabendo intimidação ou qualquer ameaça.
Os princípios norteadores da mediação e conciliação: imparcialidade, oralidade, informalidade. Todos para viabilizar o conforto e a confiança das partes e aproximá-las. Princípio da decisão informada, que a parte esteja consciente de qualquer informação decisão feita, prezando pela transparência. Isonomia, boa-fé.
Objetos de conciliação e mediação pode ser direitos disponíveis ou indisponíveis desde que possa ser objeto de conciliação. Se o objeto for direito indisponível, o acordo ali decidido, deverá ter homologação judicial mediante oitiva previa do ministério público.
História do processo	Comment by Camila Carvalho: Teoria geral do processo civil -Paula SarnoArtigo Dierle Nunus- Hitoria do processo no BrasilAda Pelegrinne	Comment by Camila Carvalho: 
1. Fase da evolução do direito processual 
a. Fase Praxista ou Sincretista- Civilista: Século XVII até meado do século XIX. Marco interessante são as Ordenações Filipinas de 1603. Noções do direito comum, direito com influência da Igreja/ Canônico. Não havia uma divisão entre processo e direito material, processo era o mero exercício do direito material. Processo é categoria autônoma do direito, entretanto nessa época não era assim vista. Não existia direito a recurso, defesa fundamentada por exemplo. Autor de destaque da época era Savigny.
i. Não havia distinção entre direito material e processual sendo o direito processual visto como mero capítulo do direito material, não havia a categoria processo como nós vemos hoje. 
ii. Só se considerava a existência de direitos se a pessoa conseguisse exercê-los. Hoje, processo não é garantia da vitória, e nem por isso ausência de direito. Antigamente, só era direito o que era efetivado.
iii. O processo era estudado nos seus aspectos práticos sem preocupação científica. 
b. Fase autonomista, científica, processualista ou contratual: até meados do século XX. Passou-se a entender a diferença entre direito material e direito processual, categoria autônoma como objeto de estudo. O processo passa a ter categorias autônomas: citação, decisão, recurso... um estudo mais aprofundado. Procedimento com regras pré-estabelecidas e institutos processuais mais desenvolvidos. Ciência autônoma integrante do Direito Púbico. Oskar Von Büllow. No Brasil, nesta época, o legislativo entende que precisa dar atenção a essa mudança ao autorizar que os entes federativos pudessem criar seus próprios códigos de processo civil/ penal, surgindo diversos códigos processuais estatais. Os ordenamentos jurídicos sofrem impactos como o processo autônomo.
2. Cenário no Brasil
O Brasil durante muito tempo ficou vinculado a primeira fase da evolução histórica da ciência, qual seja, a fase Praxista ou Sincretista. No século XX o Brasil passou a ingressar na segunda fase da ciência do processual, qual seja, a fase Processualista ou Cientificista. 
O ingresso nesta fase cientificista decorreu da vinda para o Brasil de Enrico Tullio Liebman (Lê-se Libiman), um processualista italiano, que estabeleceu as bases para o desenvolvimento do estudo cientifico do processo no Brasil. Em São Paulo ele criou a primeiro escola de processo do brasil (Escola Paulista de Processo). Nesta época foi criada a primeira revista cientifica de processo.
Embora Liebman tenha se estabelecido em São Paulo, as ideias cientificistas do processo se espalharam por todo o Brasil, o que gerou a criação de escolas processuais em outros estados. A Escola criada na Bahia tem como representantes: Eduardo Espínola e José Joaquim Calmon de Passos.
Já no final do século XX e inicio do século XXI, o Brasil ingressou na fase instrumentalista. Apesar das ideias da fase neoprocessualista terem se desenvolvido ainda nesse período em conjunto com o desenvolvimento da fase instrumentalista. A normatização desses ideia da fase neoprocessualista ocorreu apenas no código CPC/2015, que entrou em vigor em março de 2016. 
c. Fase Instrumentalista ou teleológica: final do século XX. Esta fase ainda é nossa fase contemporânea. Inicia-se a concepção que o processo além de instrumento de efetivação de direito material há uma relação de interdependência. “Esta interdependência é uma relação circular. Esta relação entre processo e direito material se funda no fato de que o Direito Processual é criado, estruturado, pensado para viabilizar a realização do Direito Material. É a finalidade do processo: a efetivação do Direito Material. De igual modo dá sentido a existência do processo.”
 Mauro Cappelletti e Vitório Dente.
i. O processo continua sendo visto como objeto de ciência autônoma, muito embora se ressalve ser instrumento a serviço do direito material que deve conferir-lhe efetividade. Além disso é traçada relação de interdependência entre processo e direito material e tal noção se mantém até os dias atuais.
A evolução do processo do século XX é uma maior efetivação dos direitos e a aperfeiçoamento dos institutos jurídicos. O Estado muda a concepção de controle social, surgem as tutelas coletivas...
Nesta fase, foram reconhecidos alguns escopos/objetivo do processo. 
Os primeiros são os Objetivos Jurídicos do processo. Estes estão relacionados a efetivação do direito material. A relação processual não é oca/vazia, mas tem como objeto alguma situação jurídica conflituosa ou não, lide ou não, que precisa ser resolvida. O processo tem como objetivo solucionar aquela situação jurídica titularizadas pelas pessoas envolvidas.
Além dos objetivos jurídicos, fala-se também em Objetivos Sociais. O processo nessa fase é visto como instrumento de educação, por meio do qual o jurisdicionado passa a ter ciência dos seus direitos, e ciência de que deve respeitar os direitos dos outros. Nesta senda, se alguém atuar de forma abusiva no processo, esta pode ser punida.
Ainda nesta fase, tem-se os Objetivos Políticos. Neste o Processo passa a ser visto como instrumento de participação popular nos destinos políticos do país. O processo disponibiliza alguns meios de participação popular. Ex: Disponibilizando ações de controle concentrado de constitucionalidade. Disponibiliza: Ação civil pública, Ação popular, Ação de Improbidade Administrativa.
d. Neoprocessualismo/ Neoconstitucionalismo: desdobramento da fase instrumentalista, a qual questionam se seria de fato uma fase. Chamado também de Formalismo Valorativo. O processo hoje passa a ser necessariamente observado a luz da Constituição Federal, expresso pelo artigo 1° da CF. Processo passa a considerar o seu contexto histórico e social.
i. Processo deve ser pensado a luz da constituição. Também deve ser considerado o contexto em que se insere para correta aplicação dos institutos.
ii. Há uma quebra da noção piramidal e a inserção da lógica da espiral hermenêutica, sendo agregado ao pensamento desse período valores éticos e morais para a correta compreensão do processo.
iii. É o momento atual do processo brasileiro.
Geraram alguns marcos e lançaram as bases para o desenvolvimento desta fase neoprocessualista. Estes marcos do pensamento jurídico contemporâneo são:
1º Marco: Atribuição de Força Normativa a Constituição – que passou a produzir eficácia direta, independentemente de intermediação legislativa. Neste momento o estado legislativo pautado estritamente na Lei, é substituído por um Estado Constitucional.
2º Marco: Atribuição de Força Normativa aos Princípios – Os princípios adquiriram força normativa, quando até então eram meros instrumentos de preenchimento de lacunas.
3º Marco: Modificação da Hermenêutica Jurídica da época – Até então entendia-se que o Juiz apenas declarava direito (Boca da Lei). A partir deste marco passou a se compreender que decisão do Juiz cria Direitos e Obrigações. Além disto, a PROPORCIONALIDADE e RAZOABILIDADE (que viabilizam a busca pela justiça no caso concreto) passaram a ser consideradas no momento de prolaçãode decisões pelo Juiz. A subsunção deixou de ser a única técnica de aplicação do direito, surgindo a técnica da concretização. Na concretização o preenchimento do texto normativo e definição de seu alcance é feito no julgamento do caso concreto. Ainda neste 3º marco foram desenvolvidas as cláusulas gerais, que são uma técnica de redação normativa composta por conceitos jurídicos indeterminados.
4º Marco: Consagração dos Direitos Fundamentais – Estabelece como conteúdo ético mínimo do ordenamento jurídico a Dignidade da Pessoa Humana.
Todos esses marcos caracterizam a fase do NEOCONSTITUCIONALISTA, ou POS-POSITIVISMO, ou ainda POSITIVISMO REVALORADO. No âmbito do processo esses mesmos marcos que marcam a fase neoconstitucional também lançaram as bases, NO PROCESSO, para a fase neoprocessualista.
Essa fase NEOPROCESSUALISTA cujas bases foram lançadas no final do século XX. (Principais nomes: Marinoni, Carlos Alberto Alvaro de Oliveira e Fredie Didier, dentre outros).
Estes marcos geraram mudanças na Ciência e no Direito Processual. Estas mudanças caracterizam a fase Neoprocessualista.
1.4 Neoprocessualista
A fase neoprocessualista é dotada de algumas características:
1ª) Constitucionalização do Direito Processual – Nesta fase neoprocessualista vários princípios processuais foram incorporados ao texto da Constituição. Ex: Juiz natural, devido processo legal, ampla defesa. 
Destes princípios são extraídos Direitos Fundamentais: a) ao contraditório, b) ampla defesa e etc...
Trouxe a ideia de que as normas infraconstitucionais viabilizam a concretização da própria constituição.
O art. 1º do CPC/2015, deixa clara essa característica:
Art. 1º O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores e as normas fundamentais estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil , observando-se as disposições deste Código. 
Vale lembrar que o CPC/73 foi criado na fase cientificista, motivo pelo qual este dispositivo exsurge no CPC/2015 com função didática e simbólica (embora desnecessário).
2ª) Atribuição de Força Normativa aos Princípios Processuais – até então os princípios eram vistos como um meio de suprir lacunas no ordenamento jurídico. Ou seja, eram vistos como algo fora do Direito. Entendia-se que diante da incompletude do Direito poderia se recorrer aos princípios (que seriam algo fora do Direito) para suprir estas lacunas. 
Nesta fase, neoprocessualista, passou a se compreender que os princípios não estão fora do ordenamento (do Direito), mas sim são espécies de normas, fazendo parte também do ordenamento.
No CPC/73 (fase processualista ou cientificista), o art. 126 dizia: 
Art. 126. O juiz não se exime de sentenciar ou despachar alegando lacuna ou obscuridade da lei. No julgamento da lide caber-lhe-á aplicar as normas legais; não as havendo, recorrerá à analogia, aos costumes e aos princípios gerais de direito.
Ratifica a ideia de que os princípios estão fora do Direito.
O CPC/2015 (fase neoprocessualista) não repetiu esta previsão.
3ª) Atribuição de Força Normativa a algumas espécies de Decisões Jurisdicionais – Aqui podemos falar em desenvolvimento da Teoria dos Precedentes Judiciais. Nesta Teoria algumas decisões jurisdicionais devem ser obrigatoriamente aplicadas no julgamento de casos futuros e semelhantes ao caso anteriormente julgado. 
*Veremos mais a frente que toda decisão contém 2 normas jurídicas: 
· 1ª norma jurídica individual que é aquela que soluciona/decide o caso concreto julgado através da decisão. 
· 2ª norma jurídica geral é a tese jurídica que é o núcleo do precedente judicial que em alguns casos deverá obrigatoriamente aplicada no julgamento de situações futuras e semelhantes àquela situação já julgada.
Ex: O STF declara tal lei inconstitucional pois viola lei de competência legislativa. Trata-se de Lei x sobre norma de processo, sendo ela estadual, quando o correto seria a lei federal. 
O STF tem 2 normas nessa decisão: 
1º) Norma Jurídica Individual: A Lei Estadual X é inconstitucional.
2º) Norma Jurídica Geral: Toda Lei estadual que tiver as mesmas características da Lei X será também inconstitucional. E será obrigatoriamente aplicada nos casos futuros semelhantes ao caso julgado. 
Toda decisão, de qualquer tribunal, possui essas 2 normas (geral e individual) porém algumas dessas decisões possuem norma geral meramente persuasiva. O art. 927 trata sobre precedentes.
Ainda se desenvolveu também a técnica da concretização que passou a atuar ao lado da subsunção. Na concretização busca-se o alcance de um texto normativo a partir do julgamento de um caso concreto. O desenvolvimento da técnica de concretização foi fundamental para viabilizar a aplicação das clausulas gerais, que proliferaram nessa fase. 
* Clausulas gerais é uma técnica normativa a partir do qual os textos normativos são criados com vários conceitos jurídicos indeterminados que precisam ser preenchidos no caso concreto.
No processo há várias clausulas gerais. Ex: Devido Processo Legal. Boa fé objetivo processual.
Processo devido e que respeita a boa-fé objetiva não tem como ser prevista pelo legislador em abstrato, devido a impossibilidade de esgotar tais situações. Diante disso, a solução é entender a boa-fé objetiva e devido processo legal como clausulas gerais. Somente no caso concreto pode-se chegar a essas conclusões (Processo indevido, ocorrência de má fé). Por isso, a importância da técnica da concretização, em época de proliferação das cláusulas gerais, pois viabiliza o preenchimento dos preceitos jurídicos indeterminados permitindo a aplicação da proporcionalidade e razoabilidade. 
4ª) Destaque dado aos Direitos Fundamentais Processuais – Os Direitos Fundamentais, inclusive os processuais, devem ser analisados sob 2 dimensões:
1ª) Dimensão subjetiva: O Direito Fundamental Processual é um Direito Subjetivo titularizado pelo jurisdicionado. Nesta linha, todo jurisdicionado tem direito fundamental de ação, a um devido processo legal, justo adequado, em tempo razoável.
2ª) Dimensão objetiva: Esta se impõe ao legislador e ao juiz, que devem criar, interpretar e aplicar as normas jurídicas em respeito aos Direitos Fundamentais, titularizado pelos jurisdicionados.
História do Processo no Brasil
1. Ordenações Filipinas 1603 (Praxismo)
Principal ordenação sobre direito que era brasileira, portuguesa e espanhola. Embora o processo não fosse uma categoria autônomo, algumas das previsões nas ordenações Filipinas eram referentes ao processo, como exemplo a produção antecipada de prova.
Direito comum: trata-se de algo semelhante a um direito natural, de mera afirmação, com poucas previsões sobre institutos ou regras trazidas pelos costumes locais.
Não havia pretensão de esgotar a previsão das mais varia das situações que se apresentavam dada a forte influência do direito romano, do direito canônico e do direito consuetudinário. Processo era basicamente um procedimento acusatório que o onus de provar era sempre do acusado.
Nas palavras de Liebman “era um processo escrito e secreto articulado rigidamente em fases separadas com rigorosa aplicação do princípio dispositivo, do impulso da parte, do princípio da eventualidade e do formalismo na aquisição da prova”
2. Regulamento 737 e Período (Processualismo)
a. Entre 1824 e 1889.
i. Constituição de 1824- Regulamento 737 de 1850
Antes da Constituição de 1824, não havia a noção de divisão dos poderes. Depois da separação dos poderes, houve uma explosão de produção legislativa. Em 1850, o regulamento 737, além da manutenção de regramentos das Ordenações Filipinas, mas regulamentou também as relações comerciais, nada mais do que as relações cíveis. Em 1876 começa a tentar iniciar um código civil.
Disciplinando o processo comercial, no qual se mantinha em grande parte inalterada a estrutura tradicional do processo comum das Ordenações, o regulamento 737 simplificou uma série de regras. 
Tal regulamento foi fruto de um racha no sistema imperial que de um lado tinha aspirações constitucionais baseadas no sistema americano enquanto deoutro, com relação ao direito processual e ao direito privado, seguem a linha europeia.
i. Decreto de 763 de 1890.
Dividido em duas partes, na sua primeira tem previsões de direito material e a segunda com previsões de direito processual.
Brasil República
3. Código de Processo da primeira metade do século XX (Instrumentalismo)
a. Constituição de 1891: 
i. ampliou o âmbito de incidência do regulamento 737- As relações ficaram mais complexas, estabeleceram que o âmbito da sua incidência seria não somente para as comerciais, mas para as demais relações privadas.
ii. Permitiu códigos de processo dos Estados (1901-1915) -Surgem então vários códigos processuais, fragmentando o sistema processual no brasil.
b. Código Civil de 1916
c. CPC/39: Trazia preponderância do elemento político sobre o técnico jurídico, inspirando-se claramente em uma concepção de processo de um Estado forte, impositivo e não liberal.
Constata-se a ausência dos princípios fundamentais, ausência de correlação e harmonia entre normas fundamentais e normas sobre recursos e processo de execução, sendo tido como um processo atécnico. 
d. CPC/73: Um código considerado super técnico, mas considerado evolucionário. Criticado por ter uma mistura de ordenamento jurídicos distintos, além de ser criado meio a ditadura militar.
e. CPC/15: O código já nasce em um sistema constitucional democrático que aproveita do código anterior o que era bom. A principal questão do novo código é a sua interpretação.
Normas fundamentais previstas no código:
O primeiro artigo do código prevê que sua interpretação será fundada através do que se estabelece na CF e no próprio CPC.
Art. 1º O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores e as normas fundamentais estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil, observando-se as disposições deste Código.
Art. 2º O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei. – Exemplos que o próprio Estado dá início ao procedimento: Processo de restauração de autos (art.712); A herança Jacente (art.738)
3. Sucessão Histórica das Fontes de Normas Processuais no Brasil
Ao longo da história foram várias as fontes de normas de Direito Processual no Brasil, e essas fontes foram sendo sucedidas ao longo das fases históricas. Pode-se falar em 8 fases de sucessão histórica das fontes de normas de Direito Processual no Brasil:
1. Ordenações Filipinas – Possuíam o capítulo de direito processual civil e outro de direito processual penal. Referente o capítulo sobre Processo Civil, o processo era caracterizado como um processo estritamente escrito e conduzido pelo princípio dispositivo. Ou seja, as partes praticavam a maior parte dos atos processuais, tendo o Juiz apenas uma atuação de fiscalização. No capítulo do processo penal previa-se um processo penal bem restritivo de direito, prevendo inclusive a aplicação de penas cruéis.
Ainda nesta fase foi editada a Constituição de 1824, na qual começa a se falar em presunção de inocência.
Sendo assim, nesta fase foi editado o código de processo penal de 1832, pois as ordenações já não serviam.
 O Processo Civil continuou sendo disciplinado pelas ordenações Filipinas.
Foi editado, em 1850, o regulamento 737, que tratavam sobre Direito Comercial, mas passou a ser aplicado a questões de Direito Processual Comercial. E assim as ordenações se aplicavam aos demais processos.
1. Um conselheiro do imperador foi nomeado para compilar todas as Leis Processuais esparsas no Brasil, que foi chamada Consolidação Ribas, em 1876. Esta deveria ser uma simples compilação, mas se tornou um trabalho de organização e interpretação destas leis esparsas processuais. Nesse momento as ordenações deixam de ser aplicadas, e muitas das normas das ordenações estavam na consolidação Ribas.
1. Mais ou menos em 1890, temos a aplicação do regulamento 737 a todos os processos de natureza civil, inclusive aqueles que não tratavam de Direito Comercial. A Consolidação Ribas deixa de ser aplicada, após várias críticas.
. Se inicia com a Constituição de 1891, que criou a dualidade de justiças. De um lado a Justiça Estadual e de outro a Justiça Federal. Com isso, passou a caber aos Estados a edição de seus próprios Códigos de Processo Civil. Porém, poucos foram os estados que editaram suas próprias Leis processuais. De modo que a disciplina do processo ficou ainda muito dependente do Regulamento 737. 
Já em 1934, com a CF de 1934, a Justiça foi reunificada e começou a se pensar em um Código de Processo Civil fundado em Lei Federal.
5. Foi inaugurada com a edição do primeiro Código de Processo Civil brasileiro de 1939, fundado em Lei Federal. Esse CPC/39 foi editado ainda na Fase Cientificista do Processo – ou fase autonomista do processo. E por ter sido o primeiro CPC brasileiro, ainda previa processo extremamente rígido e formalista, basicamente escrito e por essas razões foi um código bastante criticado.
* Quando fala em escrito quer dizer que não era permitidas manifestações orais no processo. Ex: Interposição de recurso oralmente e etc...
Essas críticas, inclusive, lançaram as bases para um se pensar um novo CPC. Nesse momento foi nomeado Alfredo Buzaid para elaborar o novo CPC. 
6. Esta fase da evolução histórica das fontes se inicia com a entrada em vigor do CPC de 1973. Este CPC de 73 também foi elaborado e entrou em vigor na fase Cientificista ou Autonomista do processo. 
Em certa medida o CPC de 73 foi mais bem escrito do que o CPC de 1939.
O CPC de 73 trouxe algumas NOVIDADES para o ordenamento jurídico processual brasileiro:
1ª) Reconhecer o efeito material da revelia. * Revelia é um fato jurídico processual, que consiste na não apresentação de defesa pelo réu. A revelia produz efeito. O seu efeito material é a presunção de veracidade dos fatos alegados pelo autor.
2ª) Admissão de julgamento antecipado de mérito do processo – Até então o julgamento final de mérito do processo só poderia ocorrer depois de transcorridas todas as fases processuais, inclusive a fase probatória (fase de instrução do processo). Com o CPC de 73 passou a admitir o julgamento antecipado de mérito do processo. No julgamento antecipado de mérito do processo as fases processuais são abreviadas. Na verdade, no julgamento antecipado de mérito do processo não haverá a fase probatório ou instrutória. Isto ocorrerá quando todas as provas do processo forem documentais e já tiverem sido apresentadas, ou não existirem provas a ser produzidas, pois, a questão discutida é exclusivamente de direito. (Ex: A análise da constitucionalidade, ou não, de uma Lei). O Juiz que determina o julgamento antecipado, e faz um anúncio prévio de que fará o julgamento antecipado. As partes então terão tempo para discordar (alegando que ainda tem prova a produzir, ou, que a questão não é só fática, mas também de direito). Com a exclusão de uma das partes passou a ser permitido o encurtamento do processo.
3ª – Atribuição de força executiva a alguns documentos, que passaram a ser chamado de Títulos Executivos Extrajudiciais. Até então eram as decisões jurisdicionais que viabilizavam o início de um processo executivo. É exatamente no processo executivo que há aa satisfaço de direitos, com aa entrega do bem da vida ao titular. (Fase em que ocorre bloqueio de contas, apreensão de veículos e etc...). Documentos que passam a ter força executiva: Ex: A) Contrato assinado pelo devedor e com 2 testemunhas. Neste caso a parte já pode iniciar o processo pedindo que o Estado invadisse o patrimônio do devedor. A defesa poderia alegar embargos a execução, mas essa ação não pararia a execução. Mas, era possível garantir a execução: que é pagar o valor da dívida e pedir a paralização da execução enquanto se discute. B) Cheque. C) Escritura Pública lavrada em cartório e assinado pelo tabelião.
4ª – Criação do Poder Geral de Cautela e Poder Geral de Antecipação para o Juiz. – No exercício do poder geral de cautela, o juiz atua no acautelamento na asseguração de um direito evitandoque ele pereça antes da concessão da tutela jurisdicional de conhecimento ou executiva, definitiva. 
Exemplo: Credor é titular de crédito de 1 milhão contra devedor x. Credor toma ciência que devedor x está dilapidando o patrimônio esvaziando as contas. O credor ajuíza ação contra devedor e sabe que o processo pode demorar e ao fim do processo o devedor já pode ter esvaziado o bem por completo. Assim o credor pede que o Juiz decrete a indisponibilidade de parte do patrimônio do devedor. Ex: Isto tem ocorrido muito em ação de improbidade.
Neste caso, o bem da vida estará assegurado ao final do processo.
			
No exercício do Poder Geral de Antecipação, o Juiz, antes do fim do processo, antecipa-se e entrega o bem da vida ao titular ou a quem se afirma (e demonstra sumariamente) titular do bem da vida.
Ex: Plano de saúde nega cirurgia de urgência imediata. A ação pode demorar. Assim a pessoa pede que o Juiz exerça seu poder geral de antecipação (mediante demonstração que é titular do Direito).
O Juiz em alguns casos pode fazer isso antes de ouvir a outra parte. Caso ao final a pessoa perde, terá de se responsabilizar objetivamente (restituir) pelo prejuízo que causou a outra parte – plano de saúde. Logo, a tutela é provisória e precária podendo cair a qualquer tempo. Neste caso, temos a liminar concedido pelo Juiz.
7. O CPC entrou em vigor na Fase Cientificista ou Autonomista do Processo, então, os mesmos valores encontrados no CPC de 1939 foram repetidos no CPC de 73, apesar dos avanços, das novidades, e da melhor redação. 
Em razão disto o CPC de 1973 foi submetido a várias Reformas Legislativas, com o objetivo de adequá-lo aos ideais da Fase Instrumentalista – que começava a se desenvolver.
Essas reformas legislativas caracterizavam a 7ª fase da evolução história.
Além das reformas que alteraram o próprio CPC de 73, algumas Leis tipicamente processuais foram editadas nessa época. Leis essas que já incorporavam os ideais instrumentalistas. Ex: Lei de Juizados Especiais (Lei preocupada com oralidade dos processos, acesso à justiça e simplicidade dos procedimentos. Ou seja, esta Lei já carregava ideais instrumentalistas).
Nesta se fase foi promulgada a Constituição Federal de 1988.
A CF/88 incorporou ao seu texto vários princípios processuais constitucionais e previu também várias medidas jurisdicionais para a tutela de direitos (Ex: Reclamação Constitucional, Mandado de Segurança Coletivo). Assim, como previu a criação e organização de órgãos jurisdicionais (Ex: Necessidade de criação do juizado de pequenas causas e em seguida foi editada a lei de juizados especiais).
8. Esta fase foi inaugurada com os trabalhos de elaboração do CPC/2015, que foi o primeiro código de processo civil criado democraticamente. Fredie Didier foi o Relator Oficial na Câmara. Esse novo CPC carrega os ideais da Fase Neoprocessualista.
O CPC 2015 trouxe grandes novidades:
1ª) Desenvolvimento da Teoria dos Precedentes Judiciais – Esta teoria já era falada, mas foi prevista expressamente pelo legislador no CPC. (Trata de precedentes obrigatórios, de superação dos procedentes e etc...)
2ª) Privilégio ao auto regramento da vontade – Permitindo que as partes celebrem negócios jurídicos processuais típicos e atípicos. (Até então só era permitidos os típicos, parte da doutrina já entendia ser possível outros negócios não previstos em Lei, mas havia divergência. Com o CPC/2015 a possibilidade de realização de negócios atípicos passa a ser expressa, pondo fim às divergências).
3ª) Previsão da atuação dos amicus curiae – este é um sujeito que concede apoio técnico e jurídico ao Juiz, para que este possa proferir decisões mais completas e aprimoradas. (Ex: Médicos, igreja, e outras instituições que participaram da discussão sobre o aborto de feto anencefálico). 
O Juiz não é obrigado a seguir o amicus curiae, mas deve cita-las para seguir ou não seguir, poderá haver embargos de declaração por decisão omissa.
4ª) Criação de um microssistema de Tutela das Demandas Repetitivas – Demandas que possuem a mesma questão de Direito e se multiplicam no poder judiciário, ou com aptidão para se multiplicar. (Ex: Desaposentação. Muita gente entrou com ação pedindo o recálculo do benefício, pois recolheram mais INSS após aposentando. A questão chegou ao STF através do Recurso Extraordinário Repetitivo e a decisão (que negou o Direito a desaposentação) deve ser aplicada por todos os juízes inferiores.
1. Direito material e direito processual
2. Posição enciclopédica do direito processual
3. Instrumentalidade circular do processo
Direito material e direito processual
Conceito de processo: 
1. Método de criação de norma jurídica: processo como construção de atos normativos que surgirão normas jurídicas.
2. Ato jurídico complexo (procedimento): Na teoria do Fato Jurídico, trata-se de ato jurídico complexo, como sinônimo de procedimento. Conjunto ordenado de atos destinados a um certo fim. - Marcos Bernardes de Mello
“Processo como procedimento estruturado em contraditório”.- Fredie Didier.
3. Relação jurídica: Processo como efeito jurídico. “Processo é o conjunto das relações jurídicas que estabelecem entre os diversos sujeitos processuais (partes, juiz, auxiliares da justiça etc.)”
Função legislativa e processual. 
Função legislativa: estabelecimento de normas do direito material que tem como objeto bens da vida. Produção de normas gerais pelo Poder Legislativo. Para o exercício jurisdicional é preciso que o legislador discipline também sobre o direito processual.
Relação jurídica processual (parte invisível): juiz, autor e réu. 
Relação complexa e dinâmica que precisa ser disciplinada pelo direito processual. Regulamento externo a ser regulamentado é o procedimento, seria toda sucessão de atos encadeados/coordenados que são praticados visando a produção de um ato final que é a decisão judicial. O procedimento seria a parte corpórea. A dinâmica do processo é marcada por essa sucessão de atos e situação jurídica. 
Ser processo no plano de existência, do que é o processo sem levar em conta os efeitos no plano de eficácia, por isso existe parte da doutrina em que processo é procedimento. O processo é procedimento de produção de norma jurídica, decisão judicial não deixa de ser uma produção de norma jurídica, fonte de norma individual e concreta. No sentido valorativo, na democracia, axiologicamente, o processo pressupõe para sua validade a participação daqueles que serão atingidos pela produção da norma jurídica que é o chamado contraditório.
Tradicionalmente diferencia-se ambos de uma forma estática. Isso pode ser questionado. 
Não existe só processo jurisdicional estatal, existem processos estatais não jurisdicional como processo legislativo ou administrativo. Existem processo não estatais jurisdicionais é o processo arbitral por exemplo. 
O foco do estudo é o processo jurisdicional.
Norma de direito processual: como proceder; 
Norma de direito material: como decidir;
Posição enciclopédica do direito processual
Onde o direito processual se encaixa no estudo do direito. Tradicionalmente se diz que o direito processual estaria situado no âmbito do direito público regência e disciplina de uma função estatal, função jurisdicional e o método de trabalho que é o processo. Entretanto, isso já é objeto de questionamento considerando que já há processo de exercício privado. Até mesmo porque, o processo jurisdicional estatal tem sido invadido pelo ideal de liberdade e autonomia das partes, valorizando seu poder de escolher o procedimento como ele vai transcorrer, sobretudo sobre os negócios jurídicos processuais. Escolhas procedimentais são previstos amplamente pelo novo código de processo, além de se dar a parte no art. 190 o poder de selar negócios jurídicos atípicos. A doutrina também costuma a afirmar que os pilares processuais estão assentados no direito constitucional, lá é previsto as normas fundamentais de direito processual, as competências dos tribunais, as garantias dos magistrados, e os remédios constitucionais. E por isso, desde a fase instrumentalistase prega a necessidade de estudar o processo conjugado com a constituição. A fase neoprocessualista incrementa a necessidade de adaptar a visão contemporânea da constituição. O direito processual trava relações especificas com outros ramos do direito, como o direito processual penal. Ele trava uma relação genérica de instrumentalidade com o direito material, pois o processo é um instrumento a serviço do direito material. Entretanto essa visão de instrumentalidade do processo é construída partindo de uma visão já superada que enxerga como instrumento distante e neutro do direito material, a decisão só estabeleceria um procedimento já previsto em lei. Supera-se, pois processo não apenas declara direito material, eles são indissociáveis. Já se fala de uma instrumentalidade circular de troca constante e precisa entre ambos. O processo recria e concretiza o direito material. 
Norma processual
1. Conceito
2. Classificação
3. Natureza
4. Fontes
5. Norma processual no espaço e no tempo- art. 13,14,16, 1046, ss CPC
Conceito
Teoria da norma processual 
Norma que disciplina o exercício da jurisdição através do processo. A doutrina costuma classificá-la em três diferentes espécies:
· Norma de organização judiciária: normas que criam os órgãos jurisdicionais, tratando de sua forma interna, distribuindo ao longo do território brasileiro, são as previsões da criação do STF, STJ... estrutura esses órgãos. As leis organizacionais podem ser federais ou estaduais que disciplinam a organização da justiça federal ou estadual. Nem todos consideram que norma de organização judiciária é uma espécie de norma processual. Finalidade organizatória. Art. 125 CF/88.
· Processuais em sentido estrido: seria aquelas que disciplinam as relações processuais, situações jurídicas assumidas no processo, dever, direitos, ônus.
· Normas procedimentais: aquelas que disciplinam o procedimento, tratando dos atos, ordem, lugar, templo que são praticados, seu modo.
Obs.: a dificuldade de diferenciação entre norma processual e norma procedimental. Art. 22, I e 24, IX e XI da CF/88 definindo como competência privativa da União para tratar do das normas processuais, e em seguida competência concorrente para tratar do procedimento. Essa diferenciação não é mais realizada no mundo e que o legislador brasileiro instigou ao colocar na constituição.
Natureza
Norma processual de direito público, mas também se afirma que ela é predominantemente cogente e por tanto não poderia ser afastada pela vontade das partes. Entretanto, há um aumento de negócios processuais típicos e atípicos, abrindo grande número que as normas processuais sejam afastadas pelas partes. 
Fontes 
Fontes formais e concretas no ordenamento brasileiro
· Constituição Federal: Organiza o judiciário. Contém as normas fundamentais do processo- princípios e regras fundamentais do direito processual, e trata dos remédios constitucionais indispensáveis para o exercício de direitos constitucionais.
· Tratados e convenções internacionais incorporados no ordenamento: normas de cooperação internacional que prevê a cooperação entre estados diferentes. O CPC de 2015 dedica alguns artigos para as regras de cooperação internacional. Eles também são fontes de normas fundamentais do processo. Convenção dos Direitos Humanos...
· Lei Federal: lei federal complementar por exemplo tem função relevante para disciplinar as diferentes carreiras jurídicas. Lei federal ordinária- CPC; Lei de juizado especiais (procedimento comum sumaríssimo), LACP, CDC. Leis especiais ou extravagantes que tratam de procedimentos especiais como lei do mandado de segurança, lei da improbidade administrativa. Leis mistas são aquelas que mesclam direito material e direito processual, como ECA. Leis processuais heterotópicas, estão em lugares diferentes em que deveriam estar, em um diploma iminentemente de direito material. Instituto bifronte é aquele que tem uma face voltada para o direito material e outra voltada para o direito processual, é o caso do instituto que disciplina sobre a prova.
· Constituição Estadual: criar um tribunal de justiça do estado, órgão máximo, e disciplina a competência do TJ.
· Leis estaduais: normas suplementares ou supletivas de procedimento e sobre o processo nos juizados.
· Medida Provisória: editar medida provisória como foça de lei em caso de urgência e relevância sobre matéria processual. Emenda 32/2001 veda medida provisória em matéria processual, permanecendo em vigor aquelas até então editadas até liberação do Congresso ou que outra MP a revogasse. 	Comment by Camila Carvalho: Artigo revista de processo Medida provisória em matéria processual, Wilson ... anterior a emenda constitucional.
· Regimento interno do tribunal: todo tribunal tem regimento interno como previsto constitucionalmente, disciplinando estrutura, funcionamento, divisão de órgãos e suas respectivas competências. Normas regimentais não tem força de lei não podendo atentar contra a lei, entretanto o regimento interno do Supremo adquiriu força de lei com a Constituição de 1969 e aceito pela constituição atual, mas não possui mais esse poder, não podendo editar norma regimental que contrarie lei ou revogue aquelas que possuíram força de lei. Berenice Magri possui artigo sobre regimento interno e Paulo Mendes de Oliveira- suprimento de lacunas em lei processual, delegação legislativa para contribuir com esse suprimento., além disso se existir norma que contrarie a lei, cabe uma boa interpretação. 
· Negócio jurídico processual
· Precedentes, jurisprudência e súmula: o juiz na sua decisão cria uma norma jurídica que disciplina caso concreto, pois ao fundamentar a sua decisão ele não se delimita a aplicar lei previa a caso concreto, como um mera boca da lei. Ele analisa as circunstâncias fáticas do caso, busca os enunciados normativos pertinentes no ordenamento para interpretá-los a luz do caso que envolve uma interpretação sistemática, teleológica, fazendo controle de constitucionalidade, a partir daí ele cria uma norma geral a luz do caso concreto. Ela é geral porque pode se universalizar, servindo de precedente para casos futuro que se assemelhem, é o chamado ratio dissidendi. Se os precedentes se agravam e são reiterado pode se tornar uma jurisprudência e esta, por sua vez, pode se tornar um enunciado de sumula que é um resumo da jurisprudência.
· Costume: é um tema fundado em divergências. Uns acreditam na delimitação jurídica pelas normas e outro na existência do costume como fonte. O art. 13 dá margem para a fonte consuetudinária.
Norma processual no espaço
Art. 16- Princípio da territorialidade absoluta, só lei processual brasileira pode disciplinar exercício da função jurisdicional brasileira, lei estrangeira não pode interferir nesse exercício, com risco de ofender a soberania do Estado. O juiz brasileiro não pode se valer de lei estrangeira. Há casos que para aplicação de uma norma processual brasileira é preciso que o juiz conheça lei processual estrangeira, como o caso do artigo 256 que estabelece conhecimento de carta rogatória, como pressuposto de aplicação de lei brasileira.
Art. 13- O processo é regido por normas brasileiras
Art. Da LINDB- traz uma falsa exceção ao princípio da territorialidade, prevê que a prova do fato ocorrido no estrangeiro será regida por lei estrangeira ao que refere ao seu ônus e meio de prova (é a técnica que se usa para extrair da fonte dela). + art. 369 do CP
Lei processual no tempo
Aplicação imediata da lei nova e irretroatividade em nome da segurança jurídica.
Quanto a sucessão de normas processuais novas. Quando em curso do processo há alteração de norma processual há três sistemas possíveis:
- Sistema de unidade processual
-Sistema de fases processuais: processo dividido em fases (postulatória, fase de saneamento e organização do processo, fase instrutória com atos probatórios, fase de execução...) Acredita-se que só a fase seguinte será regido pela lei nova e que o ultimo deve ser terminado com lei processual que se iniciou.
- Isolamento dos atos processuais: lei nova não poderetroagir para atingir atos processuais perfeitos e antigos com lei antiga, só será aplicada imediatamente aos atoas ao praticar na vigência da lei nova assim como seus efeitos. É o sistema utilizado no regimento brasileiro. A validade de atos julgados pela lei antiga será mantida com a ela. A admissibilidade e os efeitos do recurso contra decisão que foi publicada na vigência de lei antiga, deve continuar sob lei antiga.
Olhar art. 1046 e seguintes.
A doutrina admite excepcionalmente a retroatividade em nome do acesso à justiça e para evitar prejuízo do direito material, servindo como justificativa para, inclusive, a não aplicação imediata de lei nova. Súmula 205 do STJ
Art. 14. A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos processos em curso, respeitados os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada.
Normas fundamentais de processo
Conjunto de princípios e regras que são estruturantes do direito processual para aplicar as normas fundamentais. Previsão constitucional e infraconstitucional. 
Devido processo legal
A origem histórica, embora não seja uma concepção unanime, advém do reinado do João Sem Terra, conhecido por ter sido um déspota, cruel, agressivo que ao assumir o poder marcou por insucesso. Perdeu diversas batalhas, entrava em conflito com o clero não tendo um reinado harmonioso. Surgiram diversas manifestações e protestos contra ele, sendo a famosa Marcha contra Londres, pedindo por um reinado justo e respeitoso. Resultou os Artigos dos Barões em que o Rei aceita algumas limitações e submetido a leis de respeito o que influenciou a Magna Carta. É onde há a primeira consagração do devido processo legal na história. Dimensão formal. Assegura um processo prévio com garantias mínimas. Séculos mais tarde os colonos ingleses aportam nas praias americanas e levam o devido processo legal, e com a Supremacia na corte americano desenvolve essa cláusula para dimensão material, os atos normativos em seu conteúdo não devem impor nenhuma cláusula abusiva. Isso é disseminado pelo mundo, sendo bem recebido. No Brasil, chega na constituição de 1848. 
O devido processo legal formal diz quanto à forma, o processo de atos normativos estatais que devem decorrer um processo prévio e democrático com garantias mínimas de direito, sendo ético, conduzido por uma autoridade competente, público...
O substancial é uma exigência de conteúdo, limitando o conteúdo doas atos estatais, as decisões (administrativas, executivas e judiciais), sendo correto justo, razoável, proporcional. Daí que o STF reconhece o surgimento implícito das clausulas de razoabilidade e proporcionalidade. No âmbito do processo também contam com a previsão infra legislativa no art. 8° do CPC. Decorrem subprincípios adequação, necessidade e proporcionalidade em sentido estrito. A medida tem que ser adequada, realmente necessária (se não há medida menos gravosa), e balancear os princípios em conflito.
Aplicação do devido processo legal abrange as relações de particulares. O direito fundamental incide nas relações de particulares, no âmbito de formação dos negócios jurídicos. Garantia de um processo prévio para as punições (Fichamento 2)
Contraditório- audiência bilateral
Exercício democrático do poder jurisdicional é indispensável que se garanta a participação das partes na fundamentação da decisão. Dimensão formal é exigência de informação e reação. As partes sejam informadas sobre tudo o que acontece no processo e reagir sobre isso.
Na dimensão material, trata-se do poder de influência, que se dê tempo e condições para interferir nas concepções do magistrado, antes que se decida. Princípio da vedação da decisão surpresa. 
O principio veda uma decisão dada contra a parte sem antes ouvir ela, mas não ha problema de uma decisão a favor dela sem a ouvir. Ampla defesa é a materialização do contraditório.
Princípio boa-fé processual
Não está explicito na constituição, ele pode ser extraído implicitamente de outros princípios como o devido processo legal, do contraditório. Previsão no art 5° do CPC que inclui todos que participam do processo. Comportamentos éticos, propor, leais.
Começou a ser estudada pelo os civilistas e possuem três grandes funções:
· Instituidora de Deveres de lealdade, transparência, cooperação (modelo cooperativo de processo)
· Limitadora de direitos para coibir abusos dentro do processo, proibição do venire contra factum proprium.
· Função interpretativa, interpretação dos atos postulatórios e da decisão devem ser feitas de forma ética. 
Principio da adequação 
Tutela jurisdicional que se adeque/aperfeiçoe as particularidades do direito material. Exigência ao legislador e ao juiz. Adaptabilidade jurisdicional só aceita nas hipóteses previstas em lei. Alguns doutrinadores acreditam na adaptabilidade atípica para tutela de algum direito fundamental.
Igualdade processual
Deve-se assegurar
Igualdade no acesso à justiça- barreiras econômicas, processuais
Igualdade das informações para exercício do contraditório
Igualdade perante o juiz= equidistância das partes ao juiz
Efetividade
Não basta o reconhecimento do direito, mas que ele seja concretizado pela autoridade jurisdicional. O juiz precisa de um sistema com todos instrumentos para concretização/satisfação do direito. É implícito na constituição em decorrência do devido processo legal. Prevista no 4° do CPC e 139
Duração razoável do processo 
Não é um princípio que defende a celeridade do processo a qualquer custo. Mas trata-se de uma duração necessária para a eficiência do processo. A que se adota a doutrina do não prazo, sendo indeterminado o que seria esse tempo razoável. Entende-se que para averiguar essa razoabilidade é preciso ver no caso concreto a complexidade da causa e o comportamento das partes.
Principio da Eficiência 
Recursos mínimos para obter o resultado máximo no processo, otimização das atividades. Gestão do processo pelo juiz. Nova versão do princípio da economia.
Publicidade
Atos processuais tem que ser públicos
Publicidade interna é assegurada de forma plena e irrestrita para as partes
Publicidade externa para terceiro é a princípio garantida, mas não é irrestrita, pois é admitido algumas situações sob o segredo de justiça.
Princípio da primazia do mérito
Art. 4° CPC
O juiz deve fazer o máximo possível para dar a solução do mérito 
Princípio do autor regramento da vontade
Pode ser extraído da constituição previsto no art. 5 da liberdade. Decorre/ emana da liberdade e do devido processo legal, Estado democrático de direito. Poder da vontade. Poder dado a pessoa reger os seus próprios interesses e escolhas. No processo, é a dada as partes certos poderes para que elas regulem seus direitos dentro dos atos processuais, firmando negócios processuais. Há limites, capacidade, vulnerabilidade são quesitos analisados, por exemplo.
Jurisdição
Conceito variável dependendo do tempo, lugar, sociedade. No brasil, Fredie Didier tem mérito na conceituação de jurisdição. Cinco diferentes momentos:
1. Função atribuída a um terceiro imparcial: A partir daí que se pode dizer que as características da jurisdição é a impartialidade (a presença de terceiro alheio as partes em conflito) e imparcialidade (terceiro desinteressado, sem interesse subjetivo pessoal na causa). Tem que haver um tratamento igualitário e equânime. Autor e réu devem estar equidistantes do julgador. Para que ele seja imparcial ele precisa ser independente, responsável pelo processo. 
Quanto a neutralidade, não é possível alcançar essa neutralidade, porque o juiz como ser humano é dotado de sentimentos, emoções, valores, memória que são intrínsecas a esse sujeito. Aceita-se essa condição humana. Espera-se que seja um juiz ativo e cooperativo, não atingindo na imparcialidade do julgador. 
Substitutividade. A decisão prolatada pelo juiz substitui a vontade das partes pela vontade da lei. Isso não é mais o esperado. Hoje, o juiz substitui a vontade das partes pela solução encontrada na solução judicial. 
2. Função de realizaro direito de modo imperativo e criativo: Surgem algumas características- Imperatividade que caminha com a inevitabilidade é inerente a jurisdição. A decisão do juiz é autoritativa e ele deve ter os instrumentos necessários para assim exercer. A decisão do juiz também é inevitável, os réus estão sujeitados pela decisão do juiz. 
A jurisdição quanto poder una e indivisível. Poder é de monopólio do Estado, mas é delegável na execução. Tem de haver (pressupõe) investidura na jurisdição. Máxima da aderência do território- a jurisdição só pode ser exercida dentro dos limites territoriais para aquele órgão julgador. Existem exceções a regra como escutar uma testemunha locada para além da jurisdição.
Criatividade: o juiz cria a solução do caso concreto, ele não está limitado a aplicação literal da lei. Isso se associa a jurisdição é inafastável, veda-se o non liquet, o juiz precisa se manifestar a prestar algum julgamento diante do caso. Em casos extremos, que não há previsão na lei, o juiz precisa construir para enfrentar o caso real.
3. Mediante provocação do interessado: A jurisdição é inerte e só é atuável através de uma propositura de ação. A provocação do interessado é indispensável importante também para a delimitação do objeto litigioso, que limita o juiz (princípio da adstrição ou da congruência). O juiz não pode julgar extra, ultra e citra petita- além, aquém ou fora do pedido. A iniciativa da parte desencadeia e limita o processo e isso colabora com a imparcialidade do juiz. O papel do juiz é pacificar e não estimular o processo. Há exceções em que o processo se inicia de ofício (abertura de herança jacente ou vacante por exemplo que envolve direitos de alguém que não pode se manifestar). No que se refere ao andamento do processo, é de poder do juiz.
4. Objetivo de tutelar processualmente direitos subjetivos concretamente considerados: Litigiosidade: antes acreditava que sempre haveria de existir uma lide, só que isso não é mais aceito nem verdadeiro. A tutela pode ter situações que tenham por objeto a lide ou não. São tuteladas processualmente por um processo devido que ofertam três tutelas diferentes:
Tutela de conhecimento: certificação reconhecimento de existência ou inexistência do direito.
Tutela de execução: execução e efetivação do direito já reconhecido. Não são direitos só reconhecidos por decisões judiciais- títulos executivos extrajudiciais, documento possuem força executiva. (nota promissória, cheque, escritura pública)
Tutela cautelar: é aquela que visa conservar o direito para que ele possa suportar em tempo necessários para que o juiz possa prestar a tutela de conhecimento e de execução. 
5. Decisão Insusceptível de controle externo e apta a fazer coisa julgada: duas características insusceptibilidade e aptidão de fazer coisa julgada. A primeira não é controlada pelo legislativo ou executivo, característica inerente da jurisdição, pois o judiciário controla os atos deles. A segunda, aptidão para imutabilidade, imutável, indiscutível pela coisa julgada, mas nem todo ato jurisdicional tem aptidão para fazer coisa julgada, apenas uma decisão que resolvam questões dada com cognição exauriente e que não caiba nenhum processo contra ela.
Espécies de jurisdição
Comum: é exercida pela justiça comum federal ou estadual voltada para o resto das causas. Especial: justiças especiais para causas que envolvam determinados ramos do direito material. Justiça trabalhista, militar...
Jurisdição penal: aquela voltada para causas punitivas do Estado – justiça comum, penal eleitoral, penal eleitoral. Jurisdição civil está voltada para as outras pretensões: comum, eleitoral e trabalhista
Jurisdição estatal e arbitral: Estado pode delegar seu exercício para um autor privado (lei de arbitragem). Estatal é permanente e legal exercida por servidores investido em cargo público. A arbitral é momentânea e convencional. Arbitragem tem disciplina legal na lei de arbitragem e de juizados e art. 114 CF; tem por objeto legal é matéria não penal relativo a direitos patrimoniais disponíveis; julgamento por direito ou por equidade; sujeitos que podem litigar tem que ser pessoas capazes, a administração pública (sem segredo de justiça; Arbitro precisa ser pessoa capaz e de confiança das partes investido pela jurisdição, imparcial, independente; Instituída através da convenção de arbitragem (clausula compromissória ou compromisso arbitral- firmado entre as partes quando existe litigio entre elas); Resultado é uma sentença com a mesma força de sentença judicial que independe de sua homologação e faz coisa julgada, imutável e indiscutível, só é possível questionar sua validade. Arbitro não tem poder de execução ele tem poder de acautelamento ou tutelar emergencialmente.
Jurisdição contenciosa é toda aquela que não é voluntaria. Jurisdição voluntária uma atividade estatal de fiscalização e integração da vontade da parte na prática de um ato para que ele seja válido e eficaz. Emancipação; Administração publica de interesses privados. Necessariedade- indispensável para a parte alcançar o que ela visa (exceções divorcio consensual); Inquisitoriedade investidura maior do juiz independente de provocação. Natureza jurídica controversa pois há duas correntes conflitantes (corrente 1- administrativa pela ausência de lide com vontade convergente, dizem que não há ação há um mero requerimento, não havendo processo, mero procedimento, não há partes) (corrente 2- jurisdição- tem aptidão para fazer coisa julgada.)
Princípio do juiz natural (juiz legal) e imparcialidade
A doutrina costuma a tratar a imparcialidade como decorrência do princípio natural. Surge a ideia do juiz natural com o absolutismo que dá ao monarca e a aristocracia o poder de decidir. Pouco a pouco a sociedade começa a criar uma estrutura para jurisdição e profissionalização do magistrado. A legalidade passa a ser visto como uma máxima necessária. Consagrado na lei na França e na Inglaterra, geralmente ele é extraído de outros ordenamentos. Consagrado em tratados internacionais. É uma forma de estabelecimento do Estado democrático de direito por contenção de arbitrariedade. Se aplica até mesmo para autoridades administrativas (entendido por parte da doutrina).
A alguns autores extraem o juiz natural do devido processo lega, da igualdade do e Estado democrático de direito. Mas no Brasil, predomina que o juiz natural decorre da proibição de constituição de juízos extraordinários- proibição de comissão e vedação de modificação de juízo competente. 
Visto sob duas dimensões:
Objetiva/ formal: juiz natural que se refere ao órgão competente de acordo com as regras gerais e abstratas (não apenas sob viés legal) e previamente estabelecidas, a função jurisdicional deve ser exercida por quem foi regulamente investido. 
Substancial/material: trata da pessoa em si do juiz que deve ser um terceiro em relação ao conflito e imparcial ( a independência tem relação que fatores externos não vao interferir na decisão do juiz). A doutrina vem reformulando essa tese para que o juiz natural seja entendido também como eficiente, aquele que reúna as melhores condições para realizar o processo.
Pode ser averiguado como critério objetivo- parente até terceiro grau... O juiz deve aparentar ser imparcial, ele deve atuar de forma que transpareça sua efetiva imparcialidade, que a sociedade perceba do juiz o seu comportamento respeitoso da imparcialidade.
Ação
Conceito de ação é um tema polêmico com diversas teorias. É importante portanto fazer uma incursão das teorias com uma evolução histórica. Evolução sintética com três marco, primeiro momento em que se confunde a ação com o direito material, ela seria o próprio direito material; depois vamos para o completo oposto, em que a ação é autônoma e desvinculada com o direito material; no terceiro momento chega-se a um meio termo, reconhecendo a diferença entre os dois, entretanto sabendo que há um vinculo entre elas, porque toda ação veicula o direito.
Evolução analítica, com abordagem das principais teorias. A principal é a teoria é Imamentista,civilista ou clássica que tem como principal representante o Savigny. De acordo com ela a ação se confunde com o direito material, ação é direito material em exercício, a ação seria em sua fase ativa, em guerra. Ação seria nada mais que um anexo um suplemento do próprio direito material, um não existiria sem o outro. Meados do séc XIX (fase Sincretista). Embora foi seguida por muitos juristas nessa época, até hoje se observa alguns de seus resquícios, é possível observar em alguns dispositivos do Código Civil, mesmo não sendo a teoria mais dominante até hoje. As críticas voltam-se para as ações que são julgadas improcedentes, porque consideram que não há direito a ser tutelado. 
Surge o debate ente Wintsheid e Mütter, Axio romana seria a pretensão sendo exercida em face do réu. Para o segundo, O mutter, seria o direito de demandar perante o Estado. O Windsheid reconhece o direito publico de demandar sem abandonar a pretensão frente a réu. Surge as teorias Autonomistas de ação.Autonomia do direito de ação frente ao direito material. Direito publico de demandar perante o estado. Elas se dividem em duas correntes. A concretista tem como principal representante o Adolph Wah o direito de ação seria um direito -publico de demandar perante o Estado para obtenção de uma sentença favorável, ele seria dirigido ao réu e ao Estado como sujeitos passivo e essa teoria teve muitas críticas. A primeira questão e se a sentença for desfavorável não reconhecendo o direito, não haveria ação? Visão abstrativista se preocupa com a desvinculação visível entre aa ção e direito material. Com representate Ploss. Direito de ação é uma prestação do Estado, que se confunde com o acesso a justiça... De acordo com essa teoria o direito de ação é um direito público, tem como sujeito passivo o Estado e incondicionado, seus adeptos mais extremistas rejeitam a próxima teoria
Teoria eclética de Liebemann, o direito a uma ação é um direito a um julgamento do mérito, análise do direito matéria e passivo de condicionamento, porque o mérito fica condicionado por requisitos, a condição da ação, necessário sua presença para que o magistrado analise o mérito. Se uma dessas condições estiver ausente o juiz não julgara o mérito, o autor carece o direito de ação, o juiz dará uma decisão de extinção do mérito que não faz coisa julgada e que não impede a repropositura. Condições: legitimidade da parte- poder da parte defender direito material concretamente deduzido, ou titular do direito material, ou autorização de lei para a defesa do direito como o MP; Interesse de agir que é a utilidade e necessidade que você requer e pede sob o direito; juridicamente possível a luz do ordenamento jurídico. Essa teoria foi plenamente acolhida no CPC de 73, há quem diga que foi mantida no CPC de 2015. Criticada pois as condições da ação se confundiam com o mérito, a criação de requisitos e sua análise o juiz já está analisando o próprio mérito. Quando o juiz diz que está julgando dizendo que não está presente um dos requisitos ele está analisando o direito, o mérito, não pode se dizer que há extinção de ação, mas improcedência do mérito que impediria a repropositura da mesma demanda. 
Teoria da Asserção (capítulo 9 do livro de Fredie) reconhece que o legislador (cpc de 73) condições da ação como estranhos aos requisitos do mérito, embora reconheça a confusão desses requisitos com o mérito. Sugerem então que as condições da ação dependem do momento e em que elas são examinadas para que seja condições da ação são estranhas ou não ao mérito. No CPC de 2015 só coloca como condição de ação a legitimidade e o interesse e na ausência deles extingue-se o processo sem exame do mérito, mas não diz mais a carência de ação, com possibilidade de repropor a ação desde que se preencha a condição ausente. Entretanto para preencher esse requisito muda-se a ação consequentemente, mudando a ação não está se repropondo uma ação, mas propondo uma nova, tendo aquela recebido uma decisão imutável, tendo coisa julgada (crítica)
Concepção da ação
Duas concepções:
· A ação abstrata é um direito fundamental conferido a todos, desvinculado do direito material, constitucional, público, abstrato, incondicionado de acesso à justiça, que se confunde com a inafastabilidade da jurisdição. Complexo por provocar o exercício da jurisdição por um processo devido. Dinâmico por se desdobra em diversas posições de vantagem dos sujeitos no processo, por isso que se diz que o direito de ação se desdobra em situações jurídica preprocessuais e processuais.
· Ação concreta (concretamente considerada) não é mais um direito é um ato jurídico de exercício do direito constitucional de ação levando uma relação jurídica material a apreciação do julgador. Também chamada de ação exercida, pleito, causa, demanda. Ato condicionado vinculado com o direito material de relevância processual.
Elementos da ação
A luz da ação concretamente considerada. Autor formulando um pedido em face de um réu com um determinado fundamento daí que se extrai os elementos. As partes aquele que pede e quem se pede; O pedido aquilo que se pediu; A causa de se pedir com seus fundamentos desse pedido.
Comum se falar em elementos da demanda, ação exercida, processual. A demanda se desdobra em dois conceitos, demanda ato (ato de postular em juízo) e demanda conteúdo (substância da postulação; conteúdo) e seus elementos são extraídos da demanda conteúdo da relação material deduzida. Partes que geralmente com os sujeitos de direito material, o pedido, e a causa de pedir que geralmente surge da relação material deduzida. 
Os elementos da demanda servem para individualizar, identificar a ação para que ela não se confunda com nenhuma outra, seu RG ou impressão digital, ação única sem confusão com outra ação. 
As partes
Elemento subjetivo da ação. Conceito de parte processual abrange todo aquele que participa do processo com parcialidade com algum interesse no seu resultado. Pode haver mais de um autor e mais de um réu. Há partes auxiliares, que são coadjuvantes, mas não está pedindo e não há nenhum pedido contra ela, mas está assistindo. Pode haver parte incidental; Parte complexa quando há um representante ou presentante; Parte simples é aquela que vai sozinha
A parte processual coincide com o titular do direito material, mas nem sempre isso acontece. Parte com legitimação; Parte com legitimação extraordinária tem autorização do ordenamento para defesa de direito que não a pertence. 
Pedido
Elemento objetivo da ação. Solicitação de uma providência jurisdicional sobre um determinado bem da vida. A doutrina em pedido imediato (tutela que é solicitada podendo ser condenatória, executória constitutiva) e o pedido mediado (é o bem da vida requisitado). O imediato dá ensejo a uma classificação, como classificação da ação, outros acham que é uma classificação da tutela.
Tutela de conhecimento é aquela que visa a certificação de um direito; (abrangem também m pouco de tutela de execução)
· Condenatória: intimamente relacionada com um direito a uma prestação, poder jurídico do cumprimento de uma execução, visa a certificação desse direito a uma prestação para autorizar a sua imediata execução. O juiz condena o devedor e se ele não cumprir autoriza a tutela de execução. Antigamente dividia-se em mandamental e executiva lato-sensu (execução de forma direta ou indireta). Hoje, a execução pode ocorrer no mesmo processo em que a sentença condenatória foi proferida.
· Declaratória (meramente declaratória): aquela que visa o reconhecimento de existência, inexistência ou de um modo de ser de uma situação jurídica. A princípio não é possível entrar em juízo para uma ação meramente declaratória, tendo exceções previstas no art. 19 do CPC. 
Obs: crise da certeza jurídica, a importância da contestação da existência. O direito postetativo só é lesado quando alguém contesta esse direito. Afirmar dúvida sobre a interpretação adequada.
· Constitutiva: relacionada com os direitos postetativo (poder jurídico criar ou alterar ou extinguir direito estado alguém asujeição dele) Nessa tutela cria, altera ou extingue. Ela possui dois diferenciais relacionada com o prazo decadencial, quando ela certifica esse direito postetativo ela já realiza ele, pois se realiza no plano ideal, sem depender de providencias materiais executivas. Independe de execução 
Tutela de execução volta-se para efetivação do direito com instrumentos para que ele seja realizado- execução direta há uma sub-rogação do Estado perante o devedor (Estado se vale de medidas de sub-rogação) e execução indireta é aquela que se dá com colaboração do devedor (pressão psicológica coerção do devedor para que haja seu adimplemento) ; 
Tutela cautelar é aquela que preserva o direito material para que ele possa suportar o tempo necessário para a tutela de execução e/ou de conhecimento., visa resguardar o resultado útil de outra tutela.
O estudo do pedido é importante para limitar o juiz, prende-lo; É núcleo para identificação da demanda é a pretensão deduzida; Base e parâmetro para a o cálculo para o valor da causa.
Causa de Pedir
Causar de pedir é o fundamento do pedido. Composta pela descrição do fato jurídico e do direito que a partir dele nasce. Teoria da substancialização (o fato serve para identificação da ação). 
Causa de pedir próxima seria o direito e Causa de pedir remota é o fato. Exigem algumas considerações. Fundamento jurídico (vincula o juiz e não pode ser mudada) é o direito afirmado e o fundamento legal é a hipótese normativa em que se enquadra o fato que não necessariamente vincula o juiz é uma sugestão do autor. Causa de pedir composta presença de todos elementos fáticos.
Condições da ação
Requisitos necessários para análise do mérito- teoria eclética de Liebmann
Para uns são requisitos para que haja o direito de ação. Outros seriam requisitos para que se exerça sem abusos o direito de ação. Legitimidade, interesse e possibilidade do pedido. O requisito de possibilidade é abandonado pelo Liebemann e por outros porque se confundiria com o mérito, mas ainda era presente no CPC de 73. O CPC de 2015 só se refere ao interesse e a legitimidade. Não se fala mais em carência de ação. Mas ainda colocam análise da legitimidade e interesse (seria chamado de pressupostos processuais) como anterior a análise do mérito, assim não preenchendo esses requisitos extingue-se a ação sem análise do mérito. Acolhe-se a jurisprudência que uma vez extinto o processo sem análise do mérito, permitirá a repropositura dessa demanda desde que se sane o vício causador. Contudo isso pode alterar a própria ação, o que estaria se propondo uma nova ação.
Legitimidade e interesse para propor a ação. São posições dinâmicas passiveis de mutação ao longo do processo. 
Interesse de agir: nada mais é que a necessidade da tutela jurisdicional para que se possa alcançar uma determinada vantagem e objetivo. Desdobra-se na necessidade e utilidade da tutela jurisdicional (posicionamento não unânime). Há quem fale da adequação e há quem exclui-se a necessidade. 
interesse à utilidade: a tutela deve ser apta a trazer para a parte o benefício a parte visada, trazer alguma vantagem. Perda superveniente do objeto é quando o réu antes de ter sido citado já havia cumprido a obrigação, não havendo mais a necessidade de continuar o processo. É diferente de se depois o réu cumprir com a obrigação ele estará a reconhecendo a procedência do pedido, fazendo com que haja coisa julgada, e o réu arca com a sucumbência. Valor irrisório é um exemplo.
Interesse necessidade: Imprescindível uma tutela jurisdicional para alcançar o resultado almejado. Duas situações que se identifica esse interesse necessidade quando a parte resistir a resolver a pretensão e quando não é possível o atendimento extrajudicial para a pretensão/ resultado seja alcançado. 
A configuração do interesse depende da tutela. 
Ações necessárias aquelas que interesse e necessidade é intrínseco e inerente a própria propositura. Imprescindível a tutela do judiciário para alcançar o resultado desejado.
Interesse adequação: adequação da providência jurisdicional e do procedimento escolhido para o processamento. Será que inadequação tem a ver com interesse? Inadequação também como um problema formal podendo ser sando sem extinção do mérito.
Legitimidade: titularidade ativa e passiva da ação. Poder de ser parte de uma ação concretamente considerada e sempre bilateral. O autor só tem poder para propor defesa de direito em face daquele réu e vice versa. Existem algumas classificações
Legitimidade ativa e passiva- ser autor e réu. Legitimidade simples ou isolada X legitimidade complexa. Legitimidade total ou parcial.
· Legitimação ordinária (aquela que a parte da ação é parte da relação material deduzida em juízo; Muito possível de se confundir com o mérito pois analisa a titularidade do direito) e 
· Legitimação extraordinária (aquela que se configura quando a parte da ação não é parte da relação material não deduzida. Possível pelo ordenamento que dá poder a esse sujeito a ser parte da ação. Defende o direito que não é seu como o MP que defende um menor; Associação que propõe uma ação coletiva- ela não se confunde com o mérito;
· legitimação extraordinária X substituição processual: a primeira como gênero e a segunda como espécie. A substituição processual com tipo de legitimidade extraordinária que vai em juízo sozinho, efetivamente o substituindo-
· não confundir substituição processual que é uma situação jurídica com a sucessão processual que é um fato que se configura quando uma parte do processo para que um terceiro entre em seu lugar; 
· Não confundir com representação (só está no processo para integrar uma incapacidade dela) ele não é parte com o substituto legal que é parte 
· Características da substituição processual
· Autorização do ordenamento jurídico.
· Substituto legal tem que preencher os requisitos processuais para fazer parte.
· O substituto tem que agir lealmente e de boa fé
· Submetido as decisões do juiz
· Se perder, arca com os custos da sucumbência 
· Amplos poderes de gestão do processo, não pode dispor do direito material que não o pertence.
· A coisa julgada se estende para o terceiro substituído.
· A legitimação extraordinária pode acontecer no polo ativo e passivo, mas este último é mais raro.
Classificação de legitimação extraordinária: autônoma (conferida para ser parte principal do processo- exclusiva única parte principal; concorrente- quando não é a única parte principal) e ?
Concurso de ações : subjetivo (mais de um sujeito legitimado para defesa de um direito) objetivo( concurso de direitos próprios ou impróprios)
Legitimidade extraordinária origem negocial
Art. 190. Versando o processo sobre direitos que admitam autocomposição, é lícito às partes plenamente capazes estipular mudanças no procedimento para ajustá-lo às especificidades da causa e convencionar sobre os seus ônus, poderes, faculdades e deveres processuais, antes ou durante o processo.
Parágrafo único. De ofício ou a requerimento, o juiz controlará a validade das convenções previstas neste artigo, recusando-lhes aplicação somente nos casos de nulidade ou de inserção abusiva em contrato de adesão ou em que alguma parte se encontre em manifesta situação de vulnerabilidade.
Não há norma expressa que um negócio jurídico possa ter legitimidade extraordinária. 
Negócio jurídico como exercício da vontade dentro dos limites do sistema. A regra é o exercício da liberdade processual. Negócio jurídico é fonte normativa
Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando autorizado pelo ordenamento jurídico.
Parágrafo único. Havendo substituição processual, o substituído poderá intervir como assistente litisconsorcial.
· autorizado pelo ordenamento jurídico: autorregramento da vontade; participação das partes.
· O artigo 18 deve ser interpretado a luz do art. 190
· Legitimidade como situação jurídica de autoridade de discutir em juízo
Pressupostos processuais
Litiscontestatio - negócio jurídico firmado entre as partes voluntariamente para uma decisão judicial
Meados

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