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Aula de leis

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Aspectos legais e institucionais
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Introdução
Por muito tempo, no Brasil e em outros países, a poluição era vista como um indicativo de progresso – uma percepção que perdurou até os problemas se tornarem evidentes.
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Primeiras iniciativas relacionadas ao controle da poluição:
- Proteção ao trabalhador, no ambiente de trabalho, por meio do desenvolvimento de normas de saúde e segurança ocupacional.
Posteriormente,
 População situada nos arredores de indústrias e outros empreendimentos responsáveis pela emissão de poluentes para o meio ambiente.
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No Brasil, a evolução da legislação ambiental, de certa forma, foi semelhante à que ocorreu em outros países, tendo sido criada uma estrutura bastante complexa para o seu desenvolvimento e implantação.
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		Por se tratar de uma República Federativa, no Brasil, o estabelecimento das normas de controle ambiental considera três níveis hierárquicos:
União: estabelecimento de normas gerais que são válidas em todo território nacional.
Estado: estabelecimento de normas peculiares.
Município: estabelecimento de normas que visem atender aos interesses locais.
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Referências constitucionais
A introdução da matéria ambiental na Lei Maior Brasileira é um marco histórico de inegável valor, dado que as constituições que precederam a de 1988 jamais se preocuparam com a proteção do meio ambiente de maneira específica e global.
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Mais importante que a existência desse Capítulo é o fato de o meio ambiente, assim como a preservação adequada dos recursos naturais, estar contemplado ao longo de todo o texto constitucional, incluindo a dimensão ambiental nos vários setores do País.
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Repartição de competências
A CF mudou profundamente o sistema de competências ambientais, podendo agora a parte global das matérias ambientais ser legislada nos três planos. Dessa forma, a Constituição mostrou-se bastante descentralizadora, em contraposição à anterior, que enfaixava nas mãos da União praticamente toda a competência para disciplinar o uso dos recursos naturais.
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Legislação de proteção de recursos ambientais e da Política Nacional do Meio Ambiente
A Lei Federal no 6.938, de 31/8/81, estabeleceu a Política Nacional do Meio Ambiente, fixando princípios, objetivos e instrumentos.
Estabeleceu o Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama) e criou o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). Além disso, era reconhecida nessa lei a legitimidade do Ministério Público da União para propor ações de responsabilidade civil e criminal por danos causados ao meio ambiente.
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Essa foi na realidade, a primeira lei federal a abordar o meio ambiente como um todo, abrangendo os diversos aspectos envolvidos e as várias formas de degradação ambiental, e não apenas a poluição causada pelas atividades industriais ou o uso de recursos naturais, como vinha ocorrendo até então.
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Essa Lei ampliou sensivelmente o conceito de poluição, já que expressamente a define como a “degradação da qualidade ambiental” , o que inclui não apenas o lançamento de matéria ou energia (poluente) nas águas, no solo ou no ar, mas também qualquer atividade que, direta ou indiretamente, cause os efeitos ali descritos.
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Após sua promulgação, a Lei no 6.938 sofreu algumas alterações:
Lei 7.804/89
Previu o “crime ecológico”
Decreto
n0 97.822
de 
8/6/89
Instituiu o Sistema de Monitoramento Ambiental e dos Recursos Naturais por Satélite (Simarn).
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Lei 7.797
de
10/7/89
Instituiu o Fundo Nacional do Meio Ambiente
Decreto
n0 98.161
de 
21/9/89
Fixou regras sobre a administração do Fundo Nacional do Meio Ambiente.
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Princípios e objetivos da política Nacional do Meio Ambiente
Pela Lei 6.938, de 31/8/81, art.20, a Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana, atendidos os seguintes princípios:
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ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o meio ambiente como patrimônio público a ser, necessariamente, assegurado e protegido, tendo em vista o uso coletivo; 
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racionalização do uso solo, do subsolo, da água e do ar;
planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais;
proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas;
controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras;
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Incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para uso racional e a proteção dos recursos ambientais;
acompanhamento do estado da qualidade ambiental;
recuperação de áreas degradadas;
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proteção de áreas ameaçadas de degradação; e
educação ambiental em todos os níveis de ensino, inclusive a educação da comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente.
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	A Lei n0 6.938, com redação dada pela Lei n0 7.804, de 18/7/89, estabelece que, para fins previstos na lei, entende-se por:
- meio ambiente: o conjunto de condições, leis, influência e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas;
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degradação da qualidade ambiental: a alteração adversa das características do meio ambiente;
poluição: a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou indiretamente:
a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
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b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;
c) afetem desfavoravelmente a biota;
d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente, e
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e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos.
		- poluidor: a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental; e
		- recursos ambientais: a atmosfera, as águas interiores, superficiais e subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a fauna e a flora.
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	A lei 6.938, de 31/8/81, no seu art.40, estabeleceu que a Política Nacional do Meio Ambiente visará:
à compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a preservação da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico;
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à definição de áreas prioritárias de ação governamental relativa à qualidade e ao equilíbrio ecológico, atendendo aos interesses da União, dos Estados. Do Distrito Federal, dos Territórios e dos municípios;
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ao estabelecimento de critérios e padrões da qualidade ambiental e de normas relativas ao uso e manejo de recursos ambientais;
ao desenvolvimento de pesquisas e de tecnologias nacionais orientadas para o uso racional de recursos ambientais;
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- à difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, a divulgação de dados e informações ambientais e a formação de uma consciência pública sobre a necessidade de preservação da qualidade ambiental e do equilíbrio ecológico;
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- à preservação e restauração dos recursos ambientais com vistas à sua utilização racional e disponibilidade permanente, concorrendo para manutenção do equilíbrio ecológico propício à vida; e
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- à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados e, ao usuário, da contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos.
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Instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente
		Os instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente, conforme a Lei no 6.938, de 31/8/81, e posteriores alterações pela Lei n0 7.804 e Lei n0 8.028, de 12/4/90, são:
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I – o estabelecimento de padrões de qualidade
ambiental;
II – o zoneamento ambiental;
III – a avaliação de impactos ambientais;
IV – o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras;
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V – os incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação ou absorção de tecnologia, voltados para a melhoria da qualidade ambiental;
VI – a criação de espaços territoriais especialmente protegidos pelo Poder Público Federal, Estadual e Municipal, tais como áreas de proteção ambiental, de relevante interesse ecológico e reservas extrativistas;
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VII – o sistema nacional de informações sobre o meio ambiente;
VIII. O Cadastro Técnico Federal de atividades e instrumentos de defesa ambiental;
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IX – as penalidades disciplinares ou compensatórias ao não-cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção da degradação ambiental;
X – a instituição do Relatório de Qualidade do Meio Ambiente, a ser divulgado anualmente pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama);
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XI – a garantia da prestação de informações relativas ao Meio Ambiente, obrigando-se o Poder Público a produzi-las, quando inexistentes; e
XII – o Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente poluidoras e/ou utilizadoras dos recursos ambientais.
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Sistema Nacional do Meio Ambiente
Pelo art. 30 do Decreto n0 99.355, de 27/6/90, o Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama), constituído pelos órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos municípios e pelas fundações instituídas pelo Poder Público responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental, tem a seguinte estrutura: 
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Órgão Superior: o Conselho de Governo;
Órgão Consultivo e Deliberativo: o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama);
Órgão Central: o Ministério do Meio Ambiente (anteriormente Secretaria do Meio Ambiente da Presidência da República (Semam/PR));
Órgão Executor: o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama);
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Órgãos Seccionais: os órgãos ou entidades da Administração Pública Federal Direta e Indireta, as fundações instituídas pelo Poder Público cujas atividades estejam associadas às de proteção ambiental ou àqueles de disciplinamento do uso de recursos ambientais, bem assim os órgãos e entidades estaduais responsáveis pela execução de programas e projetos e pelo controle e fiscalização de atividades capazes de provocar a degradação ambiental; e 
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Órgãos Locais: os órgãos ou entidades municipais responsáveis pelo controle e fiscalização das atividades referidas nas suas respectivas jurisdições.
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assessorar, estudar e propor ao Conselho de Governo as diretrizes de políticas governamentais para o meio ambiente e recursos naturais;
baixar as normas de sua competência necessárias à execução e implementação da Política Nacional do Meio Ambiente;
III. estabelecer normas e critérios para licenciamento de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras, a ser concedido pelos Estados e pelo Distrito Federal;
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IV. determinar, quando julgar necessário, a realização de estudos sobre as alternativas e possíveis consequências ambientais de projetos públicos ou privados, requisitando aos órgãos federais, estaduais ou municipais, bem assim a entidades privadas, as informações indispensáveis à apreciação dos estudos de impacto ambiental e respectivos relatórios, no caso de obras ou atividades de significativa degradação ambiental;
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V. decidir, como última instância administrativa, em grau de recurso, mediante depósito prévio, sobre multas e outras penalidades impostas pelo Ibama; 
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VI. homologar acordos visando à transformação de penalidades pecuniárias na obrigação de executar medidas de interesse para a proteção ambiental; 
VII. determinar,quando se tratar especificamente de matéria relativa ao meio ambiente, a perda ou restrição de benefícios fiscais concedidos pelo Poder Público, em caráter geral ou condicional, e a perda ou suspensão de participação em linhas de financiamento em estabelecimentos oficiais de crédito;
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VIII. Estabelecer, privativamente, normas e padrões nacionais de controle da poluição causada por veículos automotores terrestres, aeronaves e embarcações, após audiência aos Ministérios competentes;
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IX. Estabelecer normas, critérios e padrões relativos ao controle e à manutenção da qualidade do meio ambiente com vistas ao uso racional dos recursos ambientais, principalmente os hídricos;
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X. estabelecer normas gerais relativas às Unidades de Conservação e às atividades que podem ser desenvolvidas em suas áreas circundantes;
XI. estabelecer os critérios para a declaração de áreas críticas, saturadas ou em vias de saturação;
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XII. submeter à apreciação dos órgãos e entidades da Administração Pública Federal dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios as propostas referentes à concessão de incentivos e benefícios fiscais e financeiros, visando à melhoria da qualidade ambiental;
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XIII. criar e extinguir Câmaras Técnicas; e
XIV. aprovar seu Regimento Interno.

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