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201554 215033 PATOLOGIA+DAS+CONSTRUÇÕES+ +CAP+3+E+4+ +rv1

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PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES 
 
CAPÍTULO 3 E 4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROFESSOR: RENATO OLIVEIRA FONSECA 
 
 2
Sumário 
3 CORROSÃO DAS ARMADURAS 3 
3.1 Generalidades 3 
3.2 Oxidação – Redução 6 
3.3 Pilha eletroquímica 9 
3.4 Mecanismos da corrosão nas armaduras 10 
3.5 Resumo: Fatores que afetam e desencadeiam a corrosão das armaduras 
no concreto 17 
3.5.1 Dosagem do concreto 17 
3.5.2 Compacidade e homogeneidade 18 
3.5.3 Espessura de recobrimento 18 
3.5.4 Umidade ambiental 19 
3.5.5 Oxigênio 19 
3.5.6 Temperatura 19 
3.5.7 Estado superficial do aço 20 
3.5.8 Tensões mecânicas no aço 20 
3.5.9 Contato galvânico 20 
4 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DO QUADRO PATOLÓGICO – 
ELABORAÇÃO DE DIAGNÓSTICO 22 
4.1 Vistoria, instrumentos e organização dos resultados 22 
4.2 Informações complementares 34 
4.3 Ensaios e a formulação do diagnóstico 34 
4.3.1 Ensaios 34 
4.3.2 Formulação do diagnóstico 41 
 
 
 
 
 3
3 Corrosão das armaduras 
3.1 Generalidades 
 
Figura 3.1. Corrosão das armaduras 
 
 
A corrosão das armaduras é uma das principais manifestações patológicas 
responsáveis por enormes prejuízos. Como material de construção denso e 
resistente, se pensa que o concreto armado tem uma duração ilimitada. No 
entanto, atualmente se constata um número crescente de estruturas 
prematuramente deterioradas por corrosão das armaduras. 
 4
 
Figura 3.2. Corrosão das armaduras – Pilar de viaduto 
 
 
Figura 3.3. Corrosão das armaduras – Pilar de viaduto 
 
 
Figura 3.4. Corrosão das armaduras – Fundo de laje 
 
 5
A displicência na execução do concreto armado tem se demonstrado na principal 
causa do inicio precoce da corrosão das armaduras, principalmente pelos 
seguintes fatos: 
• O cobrimento das armaduras abaixo dos valores recomendados pelas 
normas da ABNT; 
 
Figura 3.5. Corrosão das armaduras em pilar – pequeno cobrimento da armadura 
 
• Concreto executado com elevado fator água/cimento, acarretando elevada 
porosidade do concreto e fissuras de retração; 
 
Figura 3.6. Fissuras de retração na superfície do concreto 
 
• Ausência ou deficiência de cura do concreto, propiciando a ocorrência de 
fissuras, porosidade excessiva, diminuição da resistência, etc.; 
 6
 
Figura 3.7. Porosidade no concreto – fácil acesso aos agentes agressivos 
 
• Segregação do concreto com formação de ninhos de concretagem, erros 
de traço, lançamento e vibração incorretos, formas inadequadas, etc. 
 
Figura 3.8. Ninhos de concretagem 
 
O concreto proporciona as armaduras uma dupla proteção: 
• Uma barreira física que separa o aço do contato direto com o meio 
ambiente que contem elementos agressivos ao aço; 
• Capa passivadora formada pela alcalinidade do concreto. 
3.2 Oxidação – Redução 
Para melhor entendimento do processo de corrosão é importante rememorar 
alguns conceitos, tais como: 
 
 7
a) Modelo Atômico: Em um átomo em seu estado normal, o número de 
prótons (no núcleo) é o mesmo número de elétrons (na eletrosfera). 
 
O número de prótons é chamado de número atômico (Z) 
 
 
Figura 3.9. Modelo atômico clássico 
 
“Em um átomo neutro, cuja carga elétrica é zero, o número de prótons é igual ao 
número de elétrons”. 
 
b) Íons: Íons são átomos que perderam ou ganharam elétrons. 
Quando o átomo perde elétrons ele se transforma em um íon positivo 
(cátion). 
Quando o átomo ganha elétrons ele se transforma em um íon negativo 
(ânion). 
 
A condição de estabilidade dos átomos segue a regra do octeto, ou seja, que 
na última camada da eletrosfera se tenham 08 elétrons, ou 02, quando a 
última camada é a K. 
Desse modo os átomos reagem uns com os outros buscando essa 
estabilidade. Como exemplo é apresentada a reação da formação do cloreto 
de sódio. 
 8
 
Figura 3.10. Formação do cloreto de sódio 
 
Outro exemplo que pode ser observado é o do ferro com o oxigênio. 
 
 
 
Figura 3.11. Distribuição atômica nos átomos de Ferro e Oxigênio 
 
c) Oxidação: 
A oxidação ocorre na seguinte circunstância: 
- Quando uma substância perde elétrons. 
 
Figura 3.12. Oxidação do átomo de Ferro 
 
No caso da reação acima o elemento “Fe” oxidou (perdeu elétrons). 
 
No. atômico No. atômico 
Distribuição 
eletrônica Distribuição eletrônica 
 9
Esse tipo de situação ocorre em qualquer reação química, mesmo sem a 
presença do O2: 
 
Figura 3.13. Oxidação do átomo de Sódio 
 
No caso da reação acima o elemento “Na” oxidou (perdeu elétrons). 
 
d) Redução: 
A redução ocorre na seguinte circunstância: 
- Quando uma substância ganha elétrons. 
 
Figura 3.14. Redução do átomo de Oxigênio 
 
No caso da reação acima o elemento “O” reduziu (ganhou elétrons). 
 
 
Figura 3.15. Redução do átomo de Cloro 
 
No caso da reação acima o elemento “Cl” reduziu (ganhou elétrons). 
 
e) Oxi-Redução: 
Ocorrem simultaneamente os dois processos. Na realidade sempre que 
ocorre uma reação de oxidação, ocorre a reação de redução. 
3.3 Pilha eletroquímica 
Basicamente uma pilha eletroquímica apresenta os seguintes componentes: 
 
a) Anodo: eletrodo em que há oxidação (perda de elétron) e onde a corrente 
elétrica, na forma de íons metálicos positivos, entra no eletrólito; 
 10
b) Catodo: eletrodo onde a corrente elétrica sai do eletrólito ou o eletrodo 
onde no qual as cargas negativas (elétrons) provocam reações de redução; 
c) Eletrólito: condutor (usualmente um líquido) contendo íons que migram do 
anodo para o catodo. 
 
 
Figura 3.16. Esquema de pilha eletroquímica 
 
3.4 Mecanismos da corrosão nas armaduras 
A corrosão das armaduras pode-se originar por uma ação química ou 
eletroquímica, resultando numa modificação do aço de forma continua, até que 
todo o aço se transforme em ferrugem. 
 
São dois os processos principais de corrosão que podem sofrer a armadura de 
aço para concreto: 
 
-Corrosão química; 
-Corrosão eletroquímica. 
 
a) Corrosão química 
 
É provocada por uma reação gás-metal, isto e, pelo ar atmosférico e o aço, 
formando compostos de oxido de ferro (Fe2O3). Este tipo de corrosão é muito 
lento e não provoca deterioração substancial das armaduras. Como exemplo, o 
aço estocado no canteiro de obra, aguardando sua utilização sofre este tipo de 
corrosão. 
 
OXIDAÇÃO: 
 
-PERDA DE ELÉTRONS. 
REDUÇÃO: 
 
-GANHO DE ELÉTRONS. 
 11
 
 
Figura 3.17. Corrosão química na barra de aço 
 
b) Corrosão eletroquímica 
 
Ocorre em meio aquoso sendo o principal e mais sério processo de corrosão 
encontrado na construção civil. 
Neste processo de corrosão, a armadura se transforma em óxidos e hidróxidos de 
ferro, de cor avermelhada, pulverulenta e porosa, denominada ferrugem. 
 
Para a ocorrência desse tipo de corrosão interagem as seguintes condições: 
 
• Presença de um eletrólito: 
A presença de sais dissolvidos do cimento, como o hidróxido de cálcio (CaOH2) 
ou a presença do anidro carbônico (CO2), que sempre contém pequenas 
quantidades de ácido carbônico, podem funcionar como eletrólito. 
 
Quantidades pequenas de íons cloreto (Cl-), íons sulfatos (S--), dióxido de carbono 
(CO2), nitritos (NO3-), gás sulfídrico (H2S), amônia (NH4+), óxidos de enxofre (SO2, 
SO3), fuligem, etc., aumentam potencialmente a ação do eletrólito e, 
consequentemente, o fenômeno da corrosão. Isto explica que a velocidade da 
corrosão em regiões industriais, orlas marítimas, poluídas, etc. são mais 
elevadas, devido à maior concentração de elementos agressivos. 
 12
• Diferença de potencial: 
Qualquer diferença de potencial entre doispontos da armadura, causada por 
diferença de umidade, concentração salina, aeração ou por tensão diferenciada 
na armadura pode criar uma corrente elétrica entre dois pontos. As partes que 
possuem um potencial menor se convertem em ânodo e as que possuem um 
potencial maior se convertem em catodo. 
 
Figura 3.18. Diferença de potencial: Corrosão 
 
 
Figura 3.19. Diferença de potencial: Corrosão 
 13
 
Figura 3.20. Potenciais de oxidação dos diferentes metais 
 
• Presença de oxigênio: 
A presença de oxigênio é necessária para a formação de óxidos de ferro. No 
processo de corrosão eletroquímica, o ferro se separa do aço na região anódina, 
formando íons ferrosos puros (Fe++), que se transformam em óxido de ferro com a 
ação do oxigênio dissolvido na água ou ar. 
 
Os fenômenos de corrosão são expansivos e geram tensões que podem provocar 
fissuras no concreto, principalmente os de baixo cobrimento de armadura, 
aumentando a entrada e saída de água, sais e vapores agressivos, elevando 
exponencialmente a velocidade da corrosão. 
 14
 
Figura 3.21. Trincas em elementos estruturais devido a expansão dos produtos da corrosão 
das armaduras 
 
A corrosão eletroquímica pode se oginar devido a outros fatores, conforme a 
seguir: 
 
b.1) Corrosão em espaço confinado (frestas) 
A corrosão em espaços confinados pode ocorrer quando sobre a superfície do 
aço existe um espaço suficiente resguardado que evita o acesso continuo de 
oxigênio, podendo criar zonas diferenciais de oxigênio (conseqüentemente com 
diferentes potenciais) que induzem a corrosão. 
 
Figura 3.22. Base de pilar metálico – possibilidade de corrosão por frestas 
 
 
 
 15
b.2) Corrosão sob tensão 
Este tipo de corrosão ocorre em presença de duas circunstancias conjuntas: 
-esforços de tração 
-meio agressivo 
Normalmente regiões tensionadas funcionam como anodos. Com o tempo surgem 
micro fissuras que podem acarretar em um rompimento brusco da peça antes da 
percepção do problema. 
Este efeito ocorre preferencialmente em concreto protendido, onde se utiliza aço 
de alta resistência. A corrosão sob tensão é um fenômeno muito especifico, 
geralmente associado a concreto de baixa qualidade, (mau preenchimento das 
bainhas, ou a presença de cloretos nos aditivos de concreto). 
 
Figura 3.23. Corrosão sob tensão – ruptura brusca 
 
b.3) Corrosão por correntes de interferência 
As correntes de interferência, chamadas também como erráticas ou de fuga, pode 
ser definido como as correntes que fluem em uma estrutura e que não formam 
parte do circuito elétrico ou célula eletrolítica. 
As fontes mais comuns deste tipo de corrente são: sistemas de proteção catódica 
operando nas cercanias de estruturas de concreto armado, especialmente em 
meios de muito baixa resistividade, como em água salobra, sistemas com 
potência elétrica, como os trens elétricos, metrô, máquinas de soldar, onde a 
estrutura conectada a terra se encontra a certa distância dos eletrodos de solda, 
etc. 
 
 16
É importante salientar que se o aço se encontra passivado em um concreto não 
contaminado por cloretos, esta corrente de interferência não produz corrosão. Ao 
contrário, se o concreto contém cloretos, a corrosão do aço de tornaria acelerado 
drasticamente pelo efeito destas correntes. 
 
b.4) Corrosão galvânica 
Este tipo de corrosão pode-se dar quando existem dois metais diferentes no meio 
eletrolítico. Ex: telha de alumínio apoiada em perfis de aço. 
No aço do concreto, esta situação se dará cada vez que em alguma zona se 
danifique, ou não se forme uma capa passivadora característica. Esta zona atuara 
como um anodo, frente ao restante do material, onde permanece a passivação, o 
qual atuará como catodo. Também se poderia apresentar quando o aço se 
encontra em contato com outros condutores mais nobres. 
 
Figura 3.24. Corrosão galvânica – contato entre o alumínio da telha e o aço do perfil 
 
b.5) Corrosão por cloretos 
Corrosão que ocorre pelo ingresso através do meio externo de íons cloretos no 
concreto ou no caso de contaminação da massa do concreto, como por exemplo, 
através da água com aditivos aceleradores inadequados ou areia do mar. 
 
A ação de íons de cloretos forma uma célula de corrosão onde existe uma capa 
passiva intacta, atuando como catodo, no qual se produz oxigênio e uma 
pequena área onde se perdeu a capa passivadora, atuando como anodo, na 
 17
qual se produz a corrosão. As corrosões por cloreto são autocatalíticas, e se 
generalizam em continuo crescimento. 
Os cloretos destroem de forma pontual a capa passivadora, podendo produzir 
uma ruptura pontual do aço. Em ambiente marítimo, o cloreto pode penetrar pela 
rede de poros do concreto. O concreto também pode ser contaminado com 
cloretos através de aditivos aceleradores, água contaminada (salobra), ambiente 
industrial (papel, celulose, fertilizantes, etc.), dentre outros. 
3.5 Resumo: Fatores que afetam e desencadeiam a corrosão das 
armaduras no concreto 
Um conjunto de circunstancias pode afetar e desencadear a despassivação do 
aço do concreto. Dentre aos fatores pode-se citar como principais: 
3.5.1 Dosagem do concreto 
Os concretos homogêneos, compactos, resistentes e pouco porosos garantem 
importantes funções de proteção ao aço, tanto como barreira física, como uma 
capa passivante alcalina que mantém a armadura protegida. 
 
A baixa porosidade da massa do concreto impede a penetração dos agentes 
agressivos. Assim, sendo, deve se ter em conta a necessidade de se executar 
uma dosagem de concreto que garanta a máxima compacidade e, por 
conseguinte sua durabilidade, tomando as seguintes precauções: 
- Efetuar um estudo de granulometria, de forma que se garanta uma boa curva de 
agregados e menor volume de vazios; 
- Utilizar a menor quantidade de água possível, para diminuir a porosidade e 
aumentar a resistência final, substituindo o excedente de água por aditivos 
redutores de água; 
- Garantir uma boa hidratação do cimento, com uma cura adequada, diminuindo a 
quantidade de poros do concreto endurecido; 
- As características dos agregados utilizados no concreto tem influencia na sua 
qualidade final; 
- A ação positiva de certas adições ao concreto, como escorias de atividade 
pozolânica, microssilica ou inibidores de corrosão, tem grande influência na 
durabilidade do concreto armado. 
 18
 
3.5.2 Compacidade e homogeneidade 
A compacidade do concreto é a propriedade mais importante do mesmo nos 
efeitos de sua resistência a penetração dos agentes agressivos. Ela é 
inversamente proporcional a porosidade, minimizando a carbonatação e o ataque 
de agentes agressivos. 
A compacidade é expressa pela quantidade de matéria sólida por unidade de 
volume, ou a relação entre o volume sólido e o volume total. 
A compacidade é função principalmente da quantidade, qualidade e proporção 
entre os componentes do concreto. 
A compacidade pode ser comprometida por uma mistura, transporte e 
compactação inadequados, já que isto afeta a homogeneidade. 
3.5.3 Espessura de recobrimento 
A espessura da capa de cobrimento das armaduras é importante para garantir 
sua proteção, desde que não se apresente porosa e com fissuras. Existem 
normas nacionais e internacionais que regulamentam a espessura mínima 
requerida para cobrimento das armaduras, segundo a utilização deste concreto, 
desde em áreas internas, como nas áreas mais agressivas. 
 
Quadro 3.1. Classe de agressividade ambiental x Cobrimento das armaduras no concreto 
(NBR 6118 – ABNT,2003) 
 19
3.5.4 Umidade ambiental 
A presença de umidade é imprescindível para a ocorrência das reações de 
oxidação das armaduras, pois intervém no processo catódico de redução do 
oxigênio. Além disso, é necessária para a mobilidade dos íons no processo 
eletrólito.Em um concreto seco, a resistividade elétrica é tão elevada que impede que a 
corrosão se produza. Por outro lado, quanto maior é a quantidade de água no 
concreto, menor será o valor de resistividade elétrica e mais elevada poderá ser, 
a principio, a velocidade de corrosão. 
3.5.5 Oxigênio 
Não é possível o processo de corrosão sem a mínima quantidade de oxigênio 
junto às armaduras. 
Quando um concreto é denso e o ambiente exterior tem valores médios de 
umidade, os poros estão completamente saturados de água a partir de 3 a 4 cm 
do seu exterior. 
Isto dificulta a presença do oxigênio, que necessita diluir-se na água antes de 
alcançar as armaduras. Se existem armaduras despassivadas e com pouco 
cobrimento de concreto, o contato com o oxigênio é mais fácil e a corrosão pode 
ser mais elevada. 
3.5.6 Temperatura 
A temperatura tem um duplo papel nos processos de degradação. Por um lado, o 
aumento da temperatura atua na mobilidade das moléculas, facilitando o 
transporte de substancias. Por outro lado, a diminuição da temperatura pode dar 
lugar a condensações. Além disto, a quantidade absoluta de vapor está 
diretamente relacionada a temperatura ambiente. 
É importante destacar que os 3 fatores - umidade, oxigênio e temperatura - tem 
efeitos contrapostos e portanto não e fácil predizer a evolução da corrosão. Por 
exemplo, uma maior umidade facilita a corrosão, mas também impede a maior 
presença de oxigênio. 
Uma temperatura mais elevada acelera a corrosão, mas diminui a condensação. 
 20
3.5.7 Estado superficial do aço 
A oxidação superficial da armadura não causa efeito significativo no processo de 
corrosão, mas podem estar contaminados com cloretos. 
A corrosão superficial do aço, não aderida, deve ser eliminada, pois interfere na 
sua aderência ao concreto (importante no concreto protendido) e na criação e 
aderência da capa passivadora. 
 
Figura 3.25. Aço estocado no canteiro – Cuidados maiores em regiões de ação da atmosfera 
salina 
3.5.8 Tensões mecânicas no aço 
O aço pode estar submetido a tensões entre 60% a 80% do seu limite elástico. 
Estas elevadas tensões não representam perigo se o mesmo está isento de 
imperfeições e de óxidos superficiais, e se o concreto que o envolve é de boa 
qualidade. 
Em concreto onde a carbonatação alcança o aço tensionado, ou com presença de 
íons despassivantes, o risco de uma corrosão sob tensão existe. Este tipo de 
corrosão se caracteriza por incubar micro fissuras não visíveis a olho nu, que se 
propagam com relativa rapidez ao interior da armadura. Alcançada uma perda de 
seção crítica, a armadura se rompe de uma forma frágil. 
3.5.9 Contato galvânico 
O contato das armaduras com outros metais podem ocasionar sua corrosão. 
Devem ser evitados os contatos das armaduras com outros metais, que podem 
polarizar até potenciais mais anódinos. Em geral o contato aço-aço inoxidável ou 
 21
aço-cobre não produzem corrosão. O contato com zinco ou alumínio pode ser 
benéfico, pois induzem a uma certa proteção catódica da armadura. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 22
4 Critérios de avaliação do quadro Patológico – 
elaboração de diagnóstico 
 
Conforme já analisado nos capítulos anteriores, todas as edificações e estruturas 
possuem determinadas caraterísticas que as fazem reagir conforme as condições 
de exposição aos quais estão submetidas. Pode-se dizer que o conjunto de 
agentes agressivos ou fenômenos patológicos atuam na edificação ou estrutura 
produzindo um verdadeiro leque de fenômenos físicos, químicos e biológicos. O 
efeito desses fenômenos provocam a queda do desempenho esperado e da 
durabilidade da edificação/estrutura. 
As patologias são caracterizadas no início pelo aparecimento das primeiras 
manifestações perceptíveis, que irão evoluir de acordo com o tipo de 
agressividade ao qual a edificação/estrutura está submetida. Como exemplo 
pode-se citar: 
-fissuras; 
-deformações; 
-alteração de cor; 
-etc. 
 
Logicamnete a situação ideal seria a de se poder identificar as patologias em seu 
período inicial, quando a possibilidade da resolução é muito maior, Ocorre, no 
entanto, que pela ausência de manifestações perceptíveis, isso se torna uma 
prática muito difícil. 
4.1 Vistoria, instrumentos e organização dos resultados 
A partir do momento da constatação da existência de alguma patologia na 
edificação/estrutura deve ser dado o primeiro passo para o esclarecimento dos 
problemas existentes através da vistoria na edificação. 
A vistoria visa: 
-Constatar a existência e gravidade do problema patológico; 
-Definir a extensão do problema e da inspeção; 
-Caracterizar os materiais e a patologia através de: 
-Utilização dos sentidos humanos; 
-Utilização de instrumentos. 
 23
-Registrar os resultados obtidos. 
 
Quanto maior for a quantidade de informações coletadas, maior será a 
capacidade de análise do elemento inspecionado. Maiores chances existirão de 
se alcançar o objetivo final. 
 
Os tópicos básicos para uma adequada análise de patologias são: 
a) Existência e gravidade do problema patológico 
A determinação da existência do problema patológico passa pela 
comparação entre o desempenho esperado da edificação/estrutura com o 
desempenho encontrado. 
Por exemplo, uma deformação de laje pode estar dentro dos limites 
permitidos em norma. Pode causar um descolamento de piso, mas não 
chega a ser uma patologia por estar dentro de um valor previsto. 
 
Figura 4.1. Deformação da marquise 
 
Em relação à gravidade podem-se tomar medidas imediatas de segurança 
como executar um escoramento em uma estrutura para se evitar algum 
risco e permitir que se possa concluir a vistoria. 
 
 24
 
Figura 4.2. Escoramento de fachada 
 
 
Figura 4.3. Escoramento emergencial de viaduto 
 
 
Figura 4.4. Escoramento emergencial de viaduto 
 
Destaca-se ainda que as medidas imediatas devem ser analisadas com 
critério de modo que não sejam produzidos novos problemas na edificação. 
Como exemplo é possível citar o caso clássico do escoramento de 
 25
marquises. No caso das figuras a seguir pode-se claramente observar o 
surgimento de esforços não previstos na estrutura da marquise. Caso essa 
estrutura já se apresente deteriorada, o serviço de escoramento (mal 
planejado) pode levar à ruína. 
 
Figura 4.5. Marquise sem escoramento 
 
 
Figura 4.6. Escoramento com escoramento único na extremidade livre 
 
 
Figura 4.7. Escoramento Marquise com vários apoios, resultando numa significativa redução de momento, 
comparada a situação anterior 
 
 26
 
Figura 4.8. Desabamento de marquise – Rio de Janeiro/RJ 
 
 27
 
 
Figura 4.9. Desabamento de marquise – Serra Talhada/PE 
 
b) Definição da extensão do problema e da inspeção 
A definição da extensão do problema e alcance da inspeção tem como 
premissa a magnitude/quantidade dos efeitos patológicos identificados. 
Caso os problemas verificados estejam presentes em grande parte da 
edificação/estrutura inspecionada, existe a necessidade de se realizar um 
exame minucioso de toda a edificação/estrutura. Por outro lado, caso os 
 28
problemas seja localizados, pode se decidir por uma vistoria de menor 
alcance. 
Caso seja decidido por uma inspeção minuciosa, deve ser estabelecido um 
roteiro detalhado de inspeção com a definição da metodologia básica. 
Por exemplo pode-se citar: 
Para o caso de um prédio de apartamentos: 
-iniciar a inspeção pelo pavimento superior, com cada cômodo sendo 
visitado, obedecendo-se um caminhamento previamente estabelecido (por 
exemplo: sentido horário), repetindo-se essa rotina até ao pavimento 
inferior. Devem ser anotadas todas as anomalias avaliadas identificandosua extensão e localização. 
Pode acontecer que, após a coleta de informações, ainda não se tenha 
dados suficientes para um parecer. Nesse caso devem ser analisadas as 
circunvizinhanças de maneira a identificar se os problemas verificados 
também ocorrem nesses locais. 
Além disso, podem ser necessários levantamentos topográficos, 
posicionamento do lençol freático, existência de aterros, etc. 
 
c) Caracterização dos materiais e da patologia 
A caracterização dos materiais e patologia depende primeiramente da 
sensibilidade e experiência do vistoriador. Na sensibilidade o uso dos 
sentidos humanos é de fundamental importância na identificação e 
percepção de problemas como fungos, reconhecimento de sons (por 
exemplo: sons cavos), etc, 
A percepção humana é limitada na identificação dos problemas patológicos 
sendo necessário o uso de equipamentos para uma perfeita caracterização 
da patologia. 
Por exemplo pode-se citar alguns equipamentos: 
-Nível; 
 
Figura 4.10.Nível de bolha 
 
 29
-Prumo de linha; 
 
Figura 4.11. Prumo de linha 
 
-Régua graduada ou trena; 
 
Figura 4.12. Trena 
 
-Fissurômetro; 
 
Figura 4.13. Fissurômetro 
 30
-Paquímetro; 
 
Figura 4.14. Paquímetro 
 
-Esclerômetro; 
 
Figura 4.15. Esclerômetro 
 
-Solução alcoólica de fenolftaleína a 0,1 por cento; 
 
Figura 4.16. Aplicação de fenolftaleína 
 31
 
Figura 4.17. Aplicação de fenolftaleína – região carbonatada 
 
-Martelo para inspeção; 
 
Figura 4.18. Martelo para inspeção 
 
-Medidor de potencial de corrosão: A medição dos potenciais de corrosão 
das armaduras possibilita uma análise das células de corrosão, nas áreas 
onde ainda não existem sintomas aparentes, ou seja, onde não ocorreram 
fissuras nem desplacamentos, servindo também para monitorar, de tempos 
em tempos, possíveis estados de corrosão, antes que ocorra a perda de 
seção das armaduras. 
Para fazer o levantamento dos potenciais de corrosão do concreto armado, 
deve-se, primeiramente, aspergir água, com algumas gotas de detergente, 
na área a ser analisada (o detergente quebra a tensão superficial da água), 
baixando a resistividade do concreto possibilitando a execução das 
medições dos potenciais de corrosão. Faz-se uma ligação metálica de um 
 32
pólo do Medidor de Potencial com o aço do concreto armado e o outro pólo 
é conectado ao eletrodo de cobre-sulfato de cobre. Para fazer a medição 
coloca-se uma esponja, também embebida com a solução água-
detergente, e coloca-se o eletrodo. No mesmo instante o voltímetro 
acusará o potencial do aço naquele ponto. Para se fazer o levantamento 
dos potenciais de uma peça estrutural (laje, viga, pilares, etc...) deve-se 
fazer medidas em pontos de uma malha quadrada imaginária. Após o 
levantamento dos potenciais, faz-se a ligação dos pontos de mesmo 
potencial, determinando as células de corrosão. 
 
Figura 4.19. Medidor de potencial de corrosão 
 
 
 
Figura 4.20. Medidor de potencial de corrosão – utilização em campo 
 
Critério de medida do potencial de corrosão 
Mais Negativo que 350 mV 95 % de probabilidade de Corrosão 
Mais Positivo que 200 mV 5 % de probabilidade de Corrosão 
Entre os Dois Valores Incerto 
 33
-Furadeira com coletor de pó; 
 
Figura 4.21. Furadeira com coletor de pó 
 
-Pacômetro: O pacômetro é um localizador eletrônico de barras metálicas 
em concreto com display digital. O aparelho localiza as barras e mostra seu 
diâmetro e espessura de cobrimento de ferragens até 150mm distantes da 
superfície. 
Detecta a posição, a bitola e o cobrimento das armaduras, auxilia nos 
ensaios de ultra-som, na extração de corpos de prova de concreto evitando 
cortar o ferro das armaduras, usado para verificar a conformidade do 
executado com o projeto,etc. 
 
 
Figura 4.22. Pacômetro digital 
 
-Etc, 
 34
d) Registrar os resultados obtidos 
Os registros dos dados coletados são de fundamental importância para o 
entendimento da patologia identificada. Os registros podem ser feitos 
manualmente através de croquis com identificação nas plantas e 
elevações, bem como com filmagens e fotografias. 
4.2 Informações complementares 
Quando as informações obtidas na vistoria da edificação/estrutura não são 
suficientes para perfeito entendimento do problema existente, busca-se ampliar o 
leque de informações com dados complementares. 
Informações complementares podem ser obtidas através de: 
- Investigação com pessoas envolvidas com a construção; (vão saber dizer se 
ocorreu algum evento importante que possa justificar o problema existente. Ex. 
um trecho da estrutura foi executada com concreto preparado “in loco”, substitui-
se algum tipo de material, etc.) 
- Análise de documentos formalizados (projetos, diários de obra, notas fiscais, 
etc.) 
4.3 Ensaios e a formulação do diagnóstico 
4.3.1 Ensaios 
Os problemas patológicos se apresentam sob a forma de sintomas. Um 
considerável número de problemas apresenta sintomatologia bastante 
característica, permitindo um imediato diagnóstico final. Em outros casos são 
necessários exames ou ensaios complementares para definição e entendimento 
do problema. 
O conhecimento dos resultados a serem obtidos com os ensaios permite que se 
decida pela execução ou não do mesmo, evitando-se custos elevados e prazos 
dilatados. Por outro lado, o não conhecimento do tipo de ensaio pode provocar 
um diagnóstico equivocado, reduzindo as possibilidades de resolução do 
problema. Por exemplo, pode ser citado: Extração de testemunhos para ensaio de 
resistência à compressão em estruturas com evidente acréscimo de 
carregamento. (Na realidade deve ser verificado primeiramente o novo 
carregamento atuando na estrutura). 
 35
A execução de ensaios complementares, além de permitir um melhor 
entendimento do problema, irá dar subsídio para a quantificação do problema, 
fornecendo dados para os planejamento dos serviços de reparo. 
 
Os ensaios complementares podem ser: 
 
-Em laboratório; 
Ex: no concreto: 
-Absorção e Porosidade: Esse ensaio permite uma avaliação do grau de 
porosidade do concreto, permitindo caracterizar o risco ou não da 
deterioração da estrutura (que dependerá da agressividade do local); 
A porosidade do concreto está diretamente relacionada com a relação água 
x cimento. Estudos mostram que relações a/c acima de 40% provocam a 
abertura de poros com o dobro de diâmetro, elevando a velocidade de 
carbonatação ao quadrado. 
 
Figura 4.23. Influência da relação a/c na resistência à compressão do concreto 
 
 
-Resistência à compressão; 
-Módulo de elasticidade; 
-Contaminação por cloreto; 
-etc, 
 
 
 36
-No local (“in loco”). 
Ex: no concreto: 
-Esclerometria: Método não destrutivo que mede a dureza superficial do 
concreto, fornecendo elementos para a avaliação da qualidade do concreto 
endurecido. 
 
Figura 4.24. Ensaio de Esclerometria no concreto 
 
•NÚMERO MÍNIMOS DE ENSAIO: 
–MÍNIMO = 5 
–MÁXIMO = 16 
–Recomenda-se –9 a 10 
 
VANTAGENS DA ESCLEROMETRIA 
•Baixo custo; 
•Simplicidade de execução; 
•Rapidez de ensaio; 
•Experiência consolidada; 
•Curvas de correlação; 
•NORMA –NBR 7584 de 1982 
 
OBSERVAÇÕES: 
a) Esse método fornece apenas uma boa medida da dureza relativa 
da superfície do concreto. As correlações com as demais 
 37
propriedades do concreto são determinadas empiricamente 
através de outros ensaios específicos; 
b) Na associação dos resultados de esclerometria com a resistência 
à compressão do concreto devem ser levadas em consideração 
as seguintes premissas: 
a. Os gráficos de correlação da resistência à compressão 
fornecidos pelo fabricante do aparelho (esclerômetro), 
referen-se a concretos preparados em outros países e 
condições diferentes das brasileiras,em idades que variam 
entre 14 a 56 dias. 
b. Para avaliação direta da resistência à compressão do 
concreto deve-se dispor de uma correlação confiável 
efetuada como materiais locais de referência; 
c. Fatores que influenciam no resultado do ensaio de 
esclerometria: 
i. Tipo de cimento; 
ii. Tipo de agregados; 
iii. Tipo de superfície – O estado da superfície a ser 
analisada é normalmente o que mais acarreta 
variação de resultados; 
iv. Superfícies úmidas podem provocar subestimativa 
da qualidade do concreto; 
v. Carbonatação: A influência da carbonatação na 
dureza da superfície do concreto é significativa e 
pode promover a superestimação da resistência; 
vi. Outros fatores: massa específica do concreto, 
esbeltez do elemento estrutural ensaiado, falhas no 
concreto, estado de tensão do concreto, tipo de cura, 
etc 
 
-Profundidade de carbonatação: O fenômeno químico da carbonatação 
ocorre quando o dióxido de carbono existente no ar penetra lentamente no 
concreto e reage com o hidróxido de cálcio existente. Tem como principal 
 38
consequência a perda de alcalinidade. Essa perda de alcalinidade propicia 
a condição do início da corrosão das armaduras. 
O ensaio pretende verificar a alcalinidade do concreto, recorrendo à 
utilização de uma solução alcoólica de fenolftaleína em furos previamente 
executados na superfície do concreto, permitindo distinguir e avaliar as 
zonas que ainda se encontram protegidas (pH de 12 - 13.5) das que já 
perderam alcalinidade com ph abaixo de 9.0. 
 
Figura 4.25. Teste de fenolftaleína para verificação do processo de carbonatação 
 
 
 
Figura 4.26. Teste de fenolftaleína para verificação do processo de carbonatação 
 
 39
Através da profundidade de carbonatação é possível estimar a vida útil de uma 
estrutura (considerando como vida útil o momento em que a carbonatação 
alcança, ou atinje, as armaduras). 
A profundidade de carbonatação é analisada através da fórmula: 
X = K √T 
Onde: 
X = profundidade de carbonatação 
K = coeficiente de carbonatação (mm / √tempo em anos) 
T = Tempo em anos 
 
Um exemplo prático é apresentado a seguir: 
 
a) Para uma obra com 17 anos de idade e ensaio de carbonatação = 21 mm: 
 
1º) Calcula-se o coeficiente de carbonatação 
 
2º) Calcula-se a vida útil deste elemento estrutural 
Considerando que a estrutura em questão foi projetada com uma 
espessura de cobrimento = 45 mm: 
 
Vida útil total = 78 anos e vida útil restante = 61 anos. 
 
A figura a seguir mostra a evolução da profundidade de carbonatação do 
exemplo citado até o fim da sua vida útil. 
= 5,09 mm / . 
 40
 
 
Figura 4.27. Teste de fenolftaleína para verificação do processo de carbonatação 
 
 
-Percussão: Permite de forma simples detectar regiões com falhas na 
concretagem (Baixa compacidade), ou com armadura em processo de 
corrosão através da alteraçao do som que é produzido aplicar pequenos 
golpes com um martelo de aço na superfície do concreto endurecido. 
É um ensaio inicial que pode servir como direcionamento para as 
investigações, não devendo ser tomado como conclusão final. 
 
Figura 4.28. Ensaio de percussão no concreto. 
 
-Potencial de corrosão: Com este ensaio pode-se levantar ou monitorar 
de tempos em tempos possíveis estados de corrosão e a sua evolução, 
antes que ocorra a perda de seção das armaduras com conseqüentes 
desplacamentos da camada de recobrimento do concreto e o 
comprometimento maior da estrutura. 
 
 41
 
 
Figura 4.29. Ensaio de potencial de corrosão. 
 
-Espessura de cobrimento: Esse ensaio pode ser realizado de 02 modos: 
Ou se realizada a demolição manual da camada de cobrimento do concreto 
na região a ser analisada, ou se utiliza um pacômetro para essa avaliação. 
 
-Abertura de fissuras: verifica-se a abertura das fissuras para comparar 
os os valores limites estabelecidos em normas. Um simples fissurômetro 
pode atender a essa avaliação. 
-etc. 
4.3.2 Formulação do diagnóstico 
 
O diagnóstico tem como objetivo final o entendimento de um quadro geral de 
fenômenos e manifestações patológicas. O levantamento de dados do 
edifício/estrutura, os ensaios de campo e de laboratório devem ser interpretados e 
analisados como um todo, como se fossem peças de um “quebra-cabeças”, que 
ao final compõem a forma final. 
 
A composição do diagnóstico: 
1. Vistoria; 
2. Levantamento de dados; 
3. Entendimento de como o edifício/estrutura “trabalha”; 
 42
4. Entendimento de como o edifício/estrutura reage à ação dos agentes 
agressivos; 
5. Porque surgiu e como se desenvolveu o quadro de patologia; 
6. Quantificação do problema; 
7. Como pode ser eliminado esse quadro. 
 
A fase de levantamento de dados é fundamental na formulação do 
diagnóstico, e esse somente tem sentido se a interpretação dos dados for 
corretamente realizada. 
 
Todos os dados são importantes não devendo ser desprezados detalhes 
mínimos, pois pode ser esse detalhe a chave para o esclarecimento final do 
problema. 
 
Exemplo de levantamento de dados: 
 
- fotos; 
- medidas de deformações; 
- avaliação da presença de cloretos e sulfatos; 
- verificação da profundidade de carbonatação; 
- medidas de fissuras; 
- posição das patologias; 
- extensão das patologias; 
- perda de seção de barra de aço; 
- verificação de erros de projeto e execução; 
- utilização e manutenção da edificação; 
 
O fluxo das etapas para apresentação do diagnóstico pode ser melhor 
representado na Figura 4.30. 
 43
 
Figura 4.30. Fluxograma para elaboração do diagnóstico 
 
O diagnóstico deve ainda: 
• Relacionar as sugestões técnicas para solução das anomalias 
identificadas; 
• Classificar o estado de conservação; 
• Resumir os problemas identificados; 
• O laudo pode conter solução do problema com orçamento, dependendo 
do serviço contratado, que pode ser apresentado em anexo; 
• Conclusão final; 
 
Exemplos de diagnósticos de problemas patológicos serão apresentados a seguir.

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