Baixe o app para aproveitar ainda mais
Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
* 75 SETOR EXTERNO DA ECONOMIA BRASILEIRA BALANÇO DE PAGAMENTOS BP é o registro sistemático e contábil de todas as transações econômicas entre residentes e não-residentes (ou de um país com o exterior) em um determinado período. Transações de crédito (receita, entrada) + Transações de débito (despesa, saída) – Estrutura básica: 1. Balanço comercial 2. Balança de serviços 3. Transferências unilaterais 4. Balanço de transações correntes = 1 + 2 + 3 5. Balanço (ou movimento) de capitais autônomos 6. Erros e omissões 7. Saldo do balanço de pagamentos = 4 + 5 + 6 8. Balanço (ou movimento) de capitais compensatórios * 76 BALANÇO DE PAGAMENTOS Balança Comercial: compreende basicamente o comércio de mercadorias (bens tangíveis). Se as exportações (FOB, CIF, FAS, etc.) excedem as importações (FOB, CIF, FAS, etc.), tem-se um superávit no balanço de comércio; caso contrário tem-se um déficit. * 77 Balanço de Serviços: registram-se todos os serviços (bens intangíveis) pagos/recebidos pelo Brasil, tais como fretes, seguros, remessas de lucros e rendas de trabalho, juros, serviços governamentais (embaixada, etc.) viagens internacionais e turismo. BALANÇO DE PAGAMENTOS * 78 Transferências Unilaterais: Referem-se ao movimento de donativos do país com o exterior, são pagamentos ou recebimentos que não têm como contrapartida a compra ou a venda de bens e serviços. BALANÇO DE PAGAMENTOS * 79 Balanço de Transações Correntes: ∑ dos balanços comercial e serviços e das transferências unilaterais (1 + 2 + 3). Se o saldo for negativo (comprou mais do que vendeu), tem-se uma poupança externa +, indicando que o país aumentou seu endividamento externo, em termos financeiros, mas absorveu bens e serviços em termos reais do exterior. BALANÇO DE PAGAMENTOS * 80 Balanço de Capitais Autônomos: registra os capitais que entram e saem livremente do país. Entradas de capitais estrangeiros são registradas com sinal +, pois representam entradas de divisas (representam a constituição de uma passivo externo – obrigação em relação aos residentes no exterior). Ex: empréstimos recebidos do exterior (+), amortização de empréstimos externos (-), investimento nacional no exterior (-), investimento estrangeiro no país (+). BALANÇO DE PAGAMENTOS * 81 Erros e Omissões: é a diferença entre o saldo do balanço de pagamentos e o financiamento do resultado. Representa transações que não foram corretamente contabilizadas. A regra internacional é admitir um valor de, no máximo, 5% da soma das exportações com as importações. BALANÇO DE PAGAMENTOS * 82 Saldo do Balanço de Pagamentos: 4 + 5 + 6). O saldo do BP, se +, significa que as entradas de divisas operadas livremente no mercado oficial de câmbio do país foram superiores às saídas, no período considerado. Se - , as saídas autônomas de divisas foram maiores que as entradas. BALANÇO DE PAGAMENTOS * 83 Balanço de Capitais Compensatórios (BKC): conhecido como Demonstrativo de Resultado. Registram-se os empréstimos de regularização do FMI, especificamente destinados a cobrir déficits do BP, bem como Δ das reservas internacionais. Iguala, com o sinal trocado, o saldo do BP. BALANÇO DE PAGAMENTOS * 84 Fonte: http://www.bcb.gov.br/?SERIEBALPAG BALANÇO DE PAGAMENTOS Gráf1 136 -67 33 -30 -81 -27 -40 11 12 183 -161 -30 -25 -14 178 -118 -37 -2 218 -9 -262 97 531 534.4 536.6 2537.7 2379.9 -1040.6 -1064.2 2687.9 714.4 4262.4 -3214.9 -3471.6 624.7 -4541.6 -24.2 7026.7 -456.6 -3835.7 1014.6 1248.9 886.1 480.7 -369 14670.2 8708.8 7215.2 12918.9 8666.1 -7907.1591269365 -7970.2073881587 -7822.0399958036 -2261.6543507378 3306.6004844486 302.0872248307 8495.6504938039 2244.0298345939 4319.4638715515 30569.1174163845 87484.2456816672 2969.07206805 anos US$ milhões Evolução do resultado do BP - 1947-2008 Plan1 1947 1948 1949 1950 1951 1952 1953 1954 1955 1956 1957 1958 1959 1960 1961 1962 1963 1964 1965 1966 1967 1968 1969 1970 1971 1972 1973 1974 1975 1976 1977 1978 1979 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 136 -67 33 -30 -81 -27 -40 11 12 183 -161 -30 -25 -14 178 -118 -37 -2 218 -9 -262 97 531 534 537 2538 2380 -1041 -1064 2688 714 4262 -3215 -3472 625 -4542 -24 7027 -457 -3836 1015 1249 886 481 -369 14670 8709 7215 12919 8666 -7907 -7970 -7822 -2262 3307 302 8496 2244 4319 30569 87484 2969 Plan1 anos US$ milhões Evolução do resultado do BP - 1947-2008 Plan2 Plan3 * 85 Definição de Taxa de Câmbio Nominal: Quantidade de moeda doméstica necessária para se adquirir uma unidade de moeda estrangeira. Exemplo: US$ 1,00 = R$ 2,00 ou R$ 1,00 = U$ 0,500... Convenção incerto (mais usada) A moeda nacional desvalorizou ( da taxa de câmbio). Exemplo: US$ 1,00 = R$ 2,10 (depreciação) A moeda nacional valorizou ( da taxa de câmbio). Exemplo: US$ 1,00 = R$ 1,90 (apreciação) Observação: Apreciação / depreciação => movimento de câmbio nominal Valorização / desvalorização => movimento do câmbio real TAXA DE CÂMBIO * 86 TAXA DE CÂMBIO CÂMBIO FLEXÍVEL Taxas de Câmbio Flexíveis ou Flutuantes: seu valor é determinado livremente no mercado de divisas, através da interação das forças de oferta e demanda. Procura por divisas: constituída pelos importadores de bens e serviços e por outras pessoas ou entidades que desejam ou têm necessidade de remeter recursos para o exterior. Oferta de divisas: constituída pelos exportadores de bens e serviços e por outras pessoas ou entidades que tiverem recebido recursos do exterior. * 87 TAXA DE CÂMBIO CÂMBIO FLEXÍVEL Dd = f ( e , Y , Pi , Pe , ii , ie ) - + + - - + Od = f ( e , YRM , Pi , Pe , ii , ie ) + + - + + - Pi , o preço real das importações em moeda nacional , importações e a demanda por divisas Ii , incentivo à entrada de K, demanda por divisas Pi , torna as receitas de exportação em termos reais, a oferta por divisas Ii , incentivo à entrada de K, oferta por divisas Atenção: tenha sempre em mente que a procura por divisas é constituída pelos importadores de modo geral, e a oferta de divisas é constituída pelos exportadores de modo geral. * 88 Coeteris paribus, ocorre uma de Pi. A demanda por divisas (Dd se desloca para a direita) e a oferta (Od se desloca para a esquerda). Coeteris paribus, ocorre uma de Pe. A demanda por divisas (Dd se desloca para a esquerda) e a oferta (Od se desloca para a direita). Q e e1 e0 Dd D’d Od O’d Q e e2 e0 Od O’d Dd D’d TAXA DE CÂMBIO CÂMBIO FLEXÍVEL * 89 Se o país adota câmbio flutuante, o saldo do BP estará automaticamente em equilíbrio, sem necessidade do BACEN alterar o volume de reservas internacionais do país. Suponha que o mercado de câmbio esteja equilibrado e0, coeteris paribus, a demanda por importações e, consequentemente, a demanda por divisas. Haverá uma tendência de surgir um incipiente déficit no BP, mas será eliminado pelo da taxa de câmbio para e1. Q e e0 e1 Od D’d Dd Q0 Q’0 Q1 Déficit potencial TAXA DE CÂMBIO CÂMBIO FLEXÍVEL: EFEITO SOBRE O BP * 90 TCF: seu valor é determinado pelo BACEN, que se compromete a vender qualquer quantidade de divisas a esta taxa. Exemplo: se o BACEN fixar ef1 como taxa de câmbio, a oferta de divisas (QO1) superará a demanda por divisas (QD1), aumentando em valor equivalente as reservas internacionais do país. Se BACEN fixar ef2 como taxa de câmbio, a demanda de divisas (QD2) superará a oferta por divisas (QO2), forçando o BACEN a vender a diferença (QD2 – QO2) ao mercado, reduzindo as reservas internacionais em igual valor. Q e ef1 Od Dd QO1 QD1 ef2 QO2 QD2 TAXA DE CÂMBIO CÂMBIO FIXO * 91 VANTAGENS CÂMBIO FIXO: Proporciona forte âncora nominal para preços domésticos. Impõem disciplina fiscal e monetária. Proporciona simplicidade, clareza e transparência das regras monetárias. Reduz o risco cambial. DESVANTAGENS CÂMBIO FIXO: Ausência de política monetária doméstica. Ausência do Emprestador de Última Instância (Lender of last resort). Estratégias de saída deste regime são difíceis de serem encontradas. VANTAGENS E DESVANTAGENS DO CÂMBIO FIXO E FLEXÍVEL VANTAGENS CÂMBIO FLEXÍVEL: Políticas monetárias podem ser usadas para cumprir metas. Flexibilidade cambial ajuda a ajustar preços relativos. TCF = termômetro da economia. A taxa de câmbio mais ajustada ao mercado reduz riscos. DESVANTAGENS CÂMBIO FLEXÍVEL: Instabilidade cambial pode elevar o risco cambial e implicar em viés inflacionário. Maior volatilidade cambial pode afetar negativamente o comércio exterior. Política monetária inadequada pode gerar perda de credibilidade. * 92 Taxa de câmbio real = eit (Pit / PDt) , onde: PDt = o índice de preço doméstico; Pit = índice de preço do país da moeda i. Taxa de câmbio efetiva = ∑ eit βit , onde: ei = índice da taxa de câmbio nominal em relação à moeda i; βi = peso relativo (participação no comércio) do país da moeda i. Taxa de câmbio efetiva real = ∑ eit βit (Pit / PDt) , onde: PDt = índice de preço doméstico Pit = índice de preço do país da moeda i βi = peso relativo (participação no comércio) do país da moeda i Políticas cambiais (alteração em e) mais freqüentes são: regime de taxa de câmbio fixo, flexível ou banda cambial. Fonte: Reinaldo Gonçalves (www.ie.ufrj.br/hpp/intranet/pdfs/sessao_6_cambio_conceitos_basicos.ppt) TAXA DE CÂMBIO DEMAIS CONCEITOS * 93 TAXA DE CÂMBIO EVOLUÇÃO DA TAXA DE CÂMBIO EFETIVA REAL A moeda nacional valorizou A moeda nacional desvalorizou * 94 RT: é uma relação entre o índice dos preços de exportação e o índice de preços de importação, o que dá uma medida do poder aquisitivo das exportações de um país. Suponhamos que o país X vende maças ao país Y por US$ 5 a unidade e adquire deste bananas por US$ 4 a unidade. No ano, o país X vendeu 1.000 maças ao país Y e importou deste 1.250 bananas, estando em equilíbrio comercial no valor de US$ 5.000. No ano seguinte, o preço da maça no mercado internacional sobe para US$ 6 a unidade ( de 20%) e o preço da banana sobe de US$ 4 para US$ 4,5 ( de 12,5%). Houve uma melhora das relações de troca em favor do país X, colocando-se os preços do ano anterior como índice 100, tem-se: RELAÇÃO DE TROCA * 95 CONDIÇÃO DE MARSHALL-LERNER: os efeitos de uma desvalorização cambial sobre o BP de um país podem ser: 1) Para um país pequeno – uma desvalorização da taxa de câmbio provocará uma melhoria na balança comercial e, portanto, no BP (ajuste gradual e não instantâneo). A elasticidade da demanda do resto do mundo é infinitamente elástica; 2) Para um país grande – é possível que apesar de uma desvalorização cambial não haja melhora no saldo comercial. Embora as exportações sejam estimuladas, como o país é um importante fornecedor no mercado internacional, para que as suas vendas talvez seja necessário uma no preço, medido em moeda estrangeira, de seus produtos. É necessário considerar a elasticidade da demanda do resto do mundo (bem como as elasticidades da demandas por exportação e importação). CONDIÇÃO DE MARSHALL-LERNER * 96 SUGESTÃO DE LEITURA (agroindústria canavieira e setor externo): SCHMIDTKE, C. R.; SHIKIDA, P. F. A.; LOBO, D. da S.; BRAUN, M. B. S.; VIAN, C. E. de F. Expectativas da agroindústria canavieira paranaense diante da diminuição do protecionismo no comércio internacional. Revista de Economia & Relações Internacionais, São Paulo (SP), v.7, n.13, p.95-120, 2008. DIAS, L. C.; GIBBERT, G. M.; SHIKIDA, P. F. A. Competitividade do açúcar no mercado internacional. Revista de Economia e Agronegócio, Viçosa (MG), v.4, n.4, p.457-484, out./dez. 2006. HAAB, J. P.; STADUTO, J. A. R.; SHIKIDA, P. F. A. A efetividade de hedge do mercado futuro de açúcar nos mercados de Nova York, Londres e da BM&F. Revista de Economia e Administração, São Paulo (SP), v.5, n.3, p.338-357, jul./set. 2006. SHIKIDA, P. F. A.; BACHA, C. J. C. Alguns aspectos do mercado externo açucareiro e a inserção brasileira neste mercado. Revista Econômica do Nordeste, Fortaleza (CE), v.30, n.3, p.257-394, jul./set. 1999. BREVES COMENTÁRIOS * 97 CLÁSSICOS x KEYNES As hipóteses do modelo Y = f ( N , K ) , N = volume de mão-de-obra ; K = estoque de capital (constante no curto-prazo) i constante e P constante A depreciação do estoque de capital é inexistente Não há RLEE ou RLRE, nem transferências unilaterais T = impostos diretos e arrecadação é considerada líquida de transferências Todos os lucros auferidos pelas empresas são distribuídos aos sócios ou acionistas FUNDAMENTOS DE MACROECONOMIA MODELO KEYNESIANO SIMPLES * Consumidor Empresas Salário Trabalho Pagamento Poupança “S” Investimento “I” Mercado de Capitais Imposto “T” Compras do Governo “G” Tesouro Nacional Exportações “X” Importações “M” Mercado Internacional Bens e Serviços MODELO KEYNESIANO SIMPLES 98 * 99 Condição de equilíbrio do modelo Oferta Agregada (OA) = Demanda Agregada (DA) Se OA > DA ; Ve > 0 Se OA < DA ; Ve < 0 Composição da demanda agregada DA = Y = C + I + G + (X – M) Consumo: C = a + bYd a = consumo autônomo ; b = propensão marginal a consumir: b = MODELO KEYNESIANO SIMPLES C Yd * Poupança: S = Yd – C ( 1 – b ) = propensão marginal a poupar Tributação: T = T ou T = T + tY T = tributação autônoma ; t = propensão marginal a tributar Investimento: I = I ou I = I + dY I = investimento autônomo ; d = propensão marginal a investir Os gastos do governo e as exportações: G = G e X = X Importações: M = M ou M = M + mY M = importações autônomas ; m = propensão marginal a importar MODELO KEYNESIANO SIMPLES 100 * Mudanças na demanda agregada e variações na renda de equilíbrio e o multiplicar Y = C + I + G + (X – M) Y = 70 + 0,8 Yd + 80 + 90 + 50 – 30 , sendo Yd = Y – 75 Y = 1000 Se G aumentar seus gastos de 90 para 130 Y = 1200 Um de 40 (90 para 130) dos gastos de G provocou um de Ye de 200 (1000 para 1200), ou seja, 5 vezes maior (40 x 5). Pode-se dizer que: Ye = 5 . G ; sendo o multiplicador = 5 MODELO KEYNESIANO SIMPLES 101 * São causas da da Demanda Agregada os de valor de qualquer um dos componentes autônomos das variáveis: I G X (injeções) São causas da da Demanda Agregada os de valor de qualquer um dos componentes autônomos das variáveis: T M S (vazamentos) MODELO KEYNESIANO SIMPLES Atenção: o multiplicador de T é menor, em valor absoluto, que o multiplicador de G; ambos apresentam o mesmo denominador, porém, o numerador de KT é b enquanto que o de KG é 1; como b é menor do que 1, segue-se que KT < KG. 102 * MODELO KEYNESIANO SIMPLES 103 Visão clássica X Visão keynesiana CLÁSSICOS: A oferta dos trabalhadores é função do salário real. Quanto o salário real, mais caro se torna o trabalhador, o que faz com que as empresas a demanda de mão-de-obra. No desemprego os trabalhadores aceitam salários nominais . I e S são função da taxa de juros. KEYNES: Os trabalhadores normalmente não aceitam salários nominais e, ainda que aceitassem, nada garante que a produção retorne ao pleno emprego. Numa depressão é pouco provável que os empresários I. Saída: G. Poupança é prioritariamente função do nível de renda. Economia em depressão, normalmente: Y = C + I + G + (X – M) * 104 MODELO KEYNESIANO SIMPLES 1 - b 1 KG = KT = - b 1 - b Nestas circunstâncias, se o G promover uma variação equilibrada no seu orçamento, ou seja, o G e o T no mesmo valor (G = T), provocará uma variação na renda de equilíbrio de montante igual à variação do orçamento (Y = G = T). Este fato é denominado TOE e decorre de KG + KT = 1 , como: Y = KG . G + KT . T ; em sendo G = T Y = KG . G + KT . G Y = (KG + KT) . G Se KG + KT = 1 Y = G = T Quando a tributação é em parte autônoma e em parte induzida, o TOE continua válido, desde que a variação total da tributação (t) (autônoma mais induzida) seja igual à G. Teorema do Orçamento Equilibrado (TOE) Quando apenas o C é uma variável induzida pela renda e as demais variáveis que afetam a DA são autônomas, os multiplicadores de G e T são respectivamente: * 105 Mercado de produtos Condição de equilíbrio Oferta Agregada = Demanda Agregada Y = C + I + G 2. Equações 2.1. C = a + b Yd a > 0 e 0 < b < 1 2.2. I = c – di c > 0 e 0 < d < 1 2.3. G = G (autônomo) 2.4. T = T (autônomo) Onde: Y = Produto C = Consumo I = Investimento G = Gastos do Governo T = Tributação Yd = Renda Disponível i = Taxa de Juros MODELO KEYNESIANO GENERALIZADO O modelo numa economia fechada Mercado Monetário Condição de equilíbrio Oferta Monetária = Demanda Monetária M = L 2. Equações 2.1. M = M 2.2. Lt = k Y 0 < k < 1 2.3. Le = e – fi e > 0 e 0 < f < 1 Onde: M = Oferta de Moeda L = Demanda de Moeda Lt = Demanda de Moeda para Fins de Transação Le = Demanda de Moeda para Fins de Especulação a, b, c, d, k, e e f = paramêtros * MODELO KEYNESIANO GENERALIZADO 106 O mercado de produtos e a função IS Dados: C = 45 + 0,8 Yd I = 80 – 4 i G = 55 T = 50 Em sendo Y = C + I + G tem-se: Y = 45 + 0,8 Yd + 80 – 4 i + 55 Y = 180 + 0,8 Yd – 4 i como Yd = Y – T tem-se: Y = 180 + 0,8 (Y – 50) – 4 i Y = 700 – 20 i função IS Se i = 6% Y = 700 – 20 (6) = 580 Se i = 8% Y = 700 – 20 (8) = 540 i Y IS 580 540 6 % 8 % * MODELO KEYNESIANO GENERALIZADO 107 O mercado monetário e a função LM Dados: M = 110 Lt = 0,2 Y Le = 30 – 2 i Em sendo M = Lt + Le tem-se: 110 = 0,2 Y + 30 – 2 i i = 0,1 Y – 40 função LM Caso a renda da economia (Y) seja 460, o nível de taxa de juros compatível com o equilíbrio monetário é: i = (0,1 x 460) – 40 = 6% Se Y para 480 i = (0,1 x 480) – 40 = 8% i Y LM 480 460 6 % 8 % * MODELO KEYNESIANO GENERALIZADO 108 O equilíbrio na economia Dados: IS Y = 700 – 20 i LM i = 0,1 Y – 40 Substituindo-se o valor de i na função IS: Y = 700 – 20 (0,1 Y – 40) Y = 500 (renda de equilíbrio) O valor da taxa de juros i compatível com a renda de 500 será: i = (0,1 x 500) – 40 = 10% i Y LM 500 10 % IS * 109 Mercado de produtos Y = 500 T = 50 Yd = Y – T = 450 C = 45 + 0,8 Yd C = 45 + (0,8 x 450) C = 405 I = 80 – 4 i I = 80 – (4 x 10) I = 40 G = G = 55 Logo Y = C + I + G MODELO KEYNESIANO GENERALIZADO O equilíbrio na economia Mercado Monetário M = M = 110 Lt = 0,2 Y Lt = 0,2 x 500 Lt = 100 Le = 30 – 2 i Le = 30 – (2 x 10) Le = 10 Logo M = Lt + Le * MODELO KEYNESIANO GENERALIZADO 110 Política fiscal pura Antes: C = 45 + 0,8 Yd I = 80 – 4 i G = 55 T = 50 IS Y = 700 – 20 i G em 15 Depois: C = 45 + 0,8 Yd I = 80 – 4i G = 70 T = 50 Y = C + I + G 45 + 0,8 (Y – 50) + 80 – 4 i + 70 0,2 Y = 155 – 4 i IS´ Y = 775 – 20 i Sendo: LM i = 0,1 Y – 40 Y = 775 – 20 (0,1 Y – 40) YE = 525 iE = (0,1 x 525) – 40 iE = 12,5 % * MODELO KEYNESIANO GENERALIZADO 111 i Y LM 500 10 % IS IS´ 525 12,5 % 775 38,75% Situação anterior G = 55, YE = 500, iE = 10% Mercado de Produtos C = 405 I = 40 G = 55 Y = 500 Mercado Monetário M = 110 Lt = 100 Le = 10 Situação nova G´ = 70, YE = 525, iE = 12,5% Mercado de Produtos C = 45 + (0,8 x 475) = 425 I = 80 – (4 x 12,5) = 30 G´ = 70 Y = 525 Mercado Monetário M = 110 Lt = 0,2 x 525 = 105 Le = 30 – (2 x 12,5) = 5 575 Política fiscal pura * MODELO KEYNESIANO GENERALIZADO 112 Política monetária pura (compra de títulos; da taxa de redesconto; depósitos compulsórios) Antes: M = 110 Lt = 0,2 Y Le = 30 – 2 i LM i = 0,1 Y – 40 M para 122 Depois: M = 122 122 = 0,2 Y + 30 – 2 i LM´ i = 0,1 Y – 46 Sendo: IS Y = 700 – 20 i Y = 700 – 20 (0,1 Y – 46) YE = 540 iE = (0,1 x 540) – 46 iE = 8 % * MODELO KEYNESIANO GENERALIZADO 113 i Y LM 500 10 % IS 540 8 % 775 38,75% Situação anterior M = 110, YE = 500, iE = 10% Mercado de Produtos C = 405 I = 40 G = 55 Y = 500 Mercado Monetário M = 110 Lt = 100 Le = 10 Situação nova M´ = 122, YE = 540, iE = 8% Mercado de Produtos C = 45 + (0,8 x 490) = 437 I = 80 – (4 x 8) = 48 G = 55 Y = 540 Mercado Monetário M = 122 Lt = 0,2 x 540 = 108 Le = 30 – (2 x 8) = 14 Política monetária pura LM´ * MODELO KEYNESIANO GENERALIZADO 114 Clássicos X Keynesianos Zona keynesiana: corresponde à porção infinitamente elástica da LM - quando as taxas de juros estão baixas e as pessoas preferem guardar sua riqueza sob a forma de moeda do que sob a forma de ativos financeiros (preferência pela liquidez). Zona clássica: corresponde à sua porção absolutamente inelástica da LM; a demanda de moeda para fins de especulação é nula. Zona intermediária: corresponde ao caso normal, em que a demanda de moeda para fins de especulação é relativamente elástica em relação à taxa de juros. i Y Infinitamente elástica A PM é “inútil” Absolutamente inelástica A PF é “inútil” Relativamente elástica A PF é “útil” LM * MODELO KEYNESIANO GENERALIZADO 115 As políticas monetária e fiscal numa economia aberta Modelo de Mundell-Fleming (hipóteses): O país é pequeno na economia mundial; 2. Perfeita mobilidade de capitais; 3. Os preços internos são supostos rígidos; 4. Não há expectativas de modificação na taxa de câmbio; 5. Condição de Marshall-Lerner (desvalorização cambial X; M); 6. X é função crescente da taxa de câmbio; 7. M é função crescente da renda e decrescente da taxa de câmbio. * MODELO KEYNESIANO GENERALIZADO 116 As curvas IS e LM numa economia aberta A curva IS passa a ser influenciada pela demanda líquida do exterior (X – M) (X – M) > 0 IS se desloca para a direita (X – M) < 0 IS se desloca para a esquerda A reta da mobilidade perfeita de capitais (MPC) A hipótese de MPC tem como consequencia iI = iE. Se iI é temporariamente maior do que iE , haverá uma entrada líquida de capitais no país. Se iI é temporariamente menor do que iE , haverá uma saída líquida de capitais do país. * MODELO KEYNESIANO GENERALIZADO 117 Taxa de Câmbio Fixa Política Monetária Expansionista (BC compra títulos) LM para a direita Compra de títulos = perda de reservas provocada pela saída de capitais. LM volta para a posição original e o equilíbrio da economia, para o ponto A. i Y iI = iE MPC IS LM LM´ A B * MODELO KEYNESIANO GENERALIZADO 118 Taxa de Câmbio Fixa Política Fiscal Expansionista ( G) IS para a direita Elevação temporária de iI (iI > IE). Ganho de reservas em virtude de entrada de capitais expansão da base monetária. Deslocamento de LM para a direita equilíbrio no ponto C. i Y iI = iE MPC IS LM A B IS´ LM´ C * MODELO KEYNESIANO GENERALIZADO 119 Taxa de Câmbio Flutuante Política Monetária Expansionista (BC compra títulos) LM para a direita Saída de capitais porque temporariamente iI < IE (ponto B) desvalorização da taxa de câmbio (X – M) > 0 IS se desloca para a direita equilíbrio no ponto C. i Y iI = iE MPC IS LM A B IS´ LM´ C * MODELO KEYNESIANO GENERALIZADO 120 Taxa de Câmbio Flutuante Política Fiscal Expansionista ( G) IS para a direita iI > IE temporariamente entrada de capitais valorização da taxa de câmbio (X – M) < 0 IS volta para a posição original e o equilíbrio da economia, para o ponto A. i Y iI = iE MPC IS LM A B IS´ * INFLAÇÃO Conceito: Uma alta persistente e generalizada do nível de preços da economia ao longo do tempo. 121 Taxa de Inflação Desinflação Deflação * OS INCONVENIENTES DA INFLAÇÃO Perda do poder aquisitivo dos salários e outras rendas fixas Assalariados normalmente não conseguem reajustes nominais, bem como os indivíduos que recebem rendas fixas durante a inflação; Os empresários, que conseguem repassar os aumentos de custos provocados pela inflação, garantem os lucros. Desorganização do mercado de capitais e aumento da procura por ativos reais Surgimento de déficits no Balanço de Pagamentos Se o país adotar o câmbio fixo, o efeito de uma inflação interna será de as exportações e as importações, o que poderá provocar a ocorrência de déficits no BP. Dificuldades para o financiamento do setor público A receita dos tributos pode diminuir em termos reais dado o intervalo de tempo entre a ocorrência do fator gerador do imposto e seu recolhimento (Efeito Tanzi); Dificuldades de vendas de títulos do governo; Por outro lado, permite a arrecadação do imposto inflacionário. 122 * A INDEXAÇÃO Em economias com altas taxas de inflação que tendem a permanecer no tempo (inflação crônica), a desorganização total de economia é impedida pelo adoção da indexação das rendas e dos ativos. A indexação consiste em se corrigir as rendas recebidas pelos agentes econômicos e o valor dos ativos de sua propriedade com base na variação de um índice de preços que reflita a inflação no período. A indexação atenua os males da inflação, porém apresenta a desvantagem de perpetuá-la. 123 * TIPOS DE INFLAÇÃO 124 Inflação de Demanda (causas) de I; de G; de X; de T; de M; da oferta monetária Inflação de Custos (causas) de salário acima da produtividade; autônomos de margens de lucros; de preços agrícolas; autônomo de preços de importados; desvalorização real da taxa de câmbio (os insumos importados os preços) P Y OA DA1 DA2 DA3 DA4 P1 P2 P3 P4 Y1 Y2 Y3=YPE P Y OA2 DA Y1=YPE P1 P2 Y2 OA1 * AS POLÍTICAS FISCAL E MONETÁRIA E A INFLAÇÃO DE CUSTOS 125 Inflação de Custos Uso de PF e PM restritivas Causa + desemprego na economia (Y3) P Y P1 P2 Y2 Y1=YPE P Y OA2 DA1 Y1=YPE P1 P2 Y2 OA1 Se PF e PM forem expansivas, com o objetivo de eliminar o desemprego, ocorrerá um da inflação (P3) OA1 OA2 DA1 DA2 Y3 DA2 P3 * CURVA DE PHILLIPS, INFLAÇÃO INERCIAL E IMPOSTO INFLACIONÁRIO Curva de Phillips: retrata o trade-off entre a taxa de inflação e a taxa de desemprego. Modernamente é utilizada como forma de descrever o ajustamento dinâmico dos preços da economia em função do desvio do produto real em relação ao produto potencial. Inflação Inercial: provoca a perpetuação das taxas de inflação anteriores, que são sempre repassados aos preços correntes. Imposto inflacionário: apesar do nome, não é arrecadado pelo governo explicitamente. Resulta da perda do poder aquisitivo dos meios de pagamento retidos pelo público, já que nem o papel-moeda em poder do público e os depósitos à vista nos bancos comerciais são corrigidos monetariamente. 126 * INFLAÇÃO NO BRASIL Fonte: Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – IBGE (site oficial). Dado de 2008 = 5,90% Histórico do Quadro Inflacionário no Brasil – 1981 a 2007 SUGESTÃO DE LEITURA: SCHLINDWEIN, M. M.; SHIKIDA, P. F. A. Análise comparativa do desemprego no Brasil durante as décadas de 80 e 90: implicações e panoramas econômicos. Economia Ensaios, Uberlândia, v.14/15, n.2/1, p.125-144, jul./dez., 2000. 127 * 08 programas de estabilização econômica 15 políticas salariais 54 alterações de sistemas de controles de preços 18 mudanças de política cambial 21 propostas de renegociação da dívida externa 11 índices oficiais de inflação 5 congelamentos de preços e salários 18 determinações presidenciais para cortes drásticos nos gastos públicos INFLAÇÃO NO BRASIL 128 * “O orçamento nacional deve ser equilibrado; As dívidas públicas devem ser reduzidas; A arrogância das autoridades deve ser moderada e controlada; Os pagamentos a governos estrangeiros devem ser reduzidos, se a nação não quiser ir à falência; As pessoas devem normalmente aprender a trabalhar, em vez de viver por conta pública.” 129 BREVES COMENTÁRIOS * 130 Por último, mas não menos importante... http://www.corecon-rj.org.br/Grandes_Economistas_Consulta.asp?Letra=A ? ? ? * “Em Economia a sabedoria tem dúvidas, a ignorância tem certeza” Böhm-Bawerk “A ambição universal dos homens é viver colhendo o que nunca plantaram” Adam Smith 131 Mestrado Profissional em Agroenergia Disciplina: Nivelamento de Economia/2010 Professor: Pery Francisco Assis Shikida (peryshikida@hotmail.com)
Compartilhar