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Lei delegada e medida provisória

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C.2) PROCESSO LEGISLATIVO ESPECIAL DA LEI DELEGADA – artigo 68 da CF/88.
Quantas leis delegadas nós temos no Brasil? Pouquíssimas, pois o Presidente da República é dotado de Medida Provisória que é bem mais prático para ele, há hoje uma distorção desta espécie normativa. Qual é a diferença de Medida Provisória e de lei delegada? A diferença é que a natureza jurídica entre essas duas espécies são diferentes. A Medida Provisória é o exercício de uma função atípica pelo Poder Executivo. Lei delegada é uma exceção ao princípio da indelegabilidade, a regra é que um poder não pode delegar a outro poder o exercício das suas funções típicas. Essa delegação somente é possível se houver expressa previsão constitucional.
Como se edita uma lei delegada?
- 1ª fase iniciativa: recebe a denominação doutrinária de iniciativa solicitadora. O chefe do executivo deve solicitar autorização ao Congresso Nacional para inovar a ordem jurídica por meio de lei delegada. O presidente deve sempre solicitar, o Congresso não pode autorizar de ofício lei delegada. 
O presidente solicita por meio de um ofício ou de uma mensagem. O Congresso vai responder por meio de uma Resolução. A Constituição afirma que determinadas matérias não podem ser objeto de delegação. A doutrina identifica essas matérias e a denomina de limites materiais à delegação. Quais são essas matérias – art. 68, §1º da CF (tem que ler para saber). Por que essas matérias não podem ser objeto de delegação? Pois, elas necessitam de debate para melhor aprimoramento no Congresso Nacional.
A apreciação da solicitação feita pelo Presidente da República será analisado em sessão única, com quórum de maioria relativa, sendo vedada qualquer tipo de emenda. A resolução do Congresso Nacional pode ostentar um de três caminho possíveis: 1º - nega a delegação; 2º - autoriza nos termos em que foi pedido e 3º - condiciona a delegação (ou seja, o presidente solicita, o Congresso Nacional diz que autoriza, mais que vai querer analisar previamente o projeto de lei delegada) art. 68, §2º e §3º da CF.
C.3) PROCESSO LEGISLATIVO ESPECIAL DO DECRETO LEGISLATIVO E DA RESOLUÇÃO.
A constituição não diz em nenhum momento qual é o processo legislativo da Resolução e do Decreto legislativo. Ambos estão previstos no regimento interno da câmara dos deputados e do senado. A lei fundamental apenas faz referência, o procedimento encontra-se nos regimentos.
Decreto é uma espécie normativa que tem por objetivo veicular matéria de competência exclusiva do Congresso Nacional – art. 49. Em regra o decreto legislativo produz efeitos externos, fora do Congresso Nacional, ou seja, produz efeitos para a sociedade.
A resolução é uma espécie normativa que tem por objetivo veicular matéria de competência privativa da câmara – art. 51, privativa do senado – art. 52 e do Congresso Nacional. Em regra a resolução produz efeitos internos, dentro das casas legislativas.
A constituição não segue esta conceituação doutrinária, em determinados momentos a constituição fala em resolução enquanto deveria ser decreto legislativo art. 68.§ 2º da CF.
C.4) MEDIDA PROVISÓRIA
A) CONCEITO: é um ato normativo com força de lei de que se vale o chefe do executivo desde que sejam atendidos os requisitos de urgência e relevância. É interessante que exista MP? Sim, pois, em muitas situações o presidente não pode aguardar os tramites extensos do processo legislativo comum, principalmente em situações econômicas.
B) Antecedentes históricos da MP no Brasil: antes de ser MP tínhamos o Decreto-Lei. Em 1937 surge o DL, de 1937 a 1945 Getulio Vargas se valia de Decreto-Lei (o CP parte geral, CPP são decretos leis). Em 1946 o Decreto-Lei desaparece. Ele ressurge em 1964 com o golpe militar e vai até 88. Com a constituição de 88 surge então a MP substituindo a Decreto-Lei.
C) Raciocínio da Constituição Federal: O presidente pode apresentar projeto de lei? Ele tem capacidade legislativa? Sim, artigo 61 da CF; se o presidente apresenta projeto de lei e não pode esperar o processo legislativo deste, ele demonstra a urgência, solicita o processo sumário, esperando na máximo 100 dias - art. 64 da CF; o presidente não pode aguardar os 100 dias, ele solicita ao Congresso Nacional para inovar a ordem jurídica através de Lei Delegada – art. 68 da CF; agora se ele nem pode aguardar que o CN autorize que ele inove a ordem jurídica, aí sim, ele poderá editar uma Medida Provisória – art. 62 da CF. Percebam, há uma lógica no processo legislativo. No entanto, no Brasil está lógica na prática encontra-se distorcida; na prática o presidente ele pula do art. 61, CF, direto para o artigo 62 da CF.
D) A Medida Provisória exige dois requisitos: urgência e relevância (atualmente, o STF – jurisprudência - vem admitindo controle de constitucionalidade nos requisitos de urgência e relevância – inconstitucionalidade chapada = que salta os nossos olhos)
- O presidente edita a Medida Provisória, a partir da sua edição ela passa a produzir efeitos por 60 dias, podendo ser prorrogada pelo mesmo prazo uma única vez pelo Congresso Nacional. O Presidente da República edita a Medida Provisória, a partir da publicação ele deve remetê-la ao Congresso Nacional.
- No Congresso Nacional é formado uma comissão mista, formada por deputados e senadores, que vão analisar a Medida Provisória. O que esta comissão mista vai fazer? Ela vai dá um parecer acerca da constitucionalidade da MP, este parecer vai levar em conta dois pontos: 1º ponto: estão presentes os requisitos urgência e relevância, 2º ponto: o mérito (a matéria) da Medida Provisória é constitucional.
- A Medida Provisória com o parecer da comissão mista será analisada primeiramente na câmara e depois no senado, ela é analisada separadamente.
- O Congresso Nacional deve aprovar ou rejeita a Medida Provisória em até 45 dias, se isto não ocorrer os 15 últimos dias recebem o nome de regime constitucional de urgência. Qual é a consequência deste regime constitucional de urgência? Sobrestamento (paralização) de toda manifestação da casa legislativa que estiver se manifestado sobre a Medida Provisória – art. 62, §6º da CF. O regime de urgência apenas paralisa a casa onde está a Medida Provisória . Pode haver prorrogação do prazo por mais 60 dias. Quem promulga e publica é o CN.
E) Quais são os caminhos que o Congresso Nacional pode tomar depois da Medida Provisória analisada: 
1º - aprovação integral da Medida Provisória sem qualquer emenda, ou seja, na forma em que foi editada: a Medida Provisória vai ser editada, por exemplo, no dia 20 de março revogando lei “X”. A Medida Provisória vai produzir efeitos por 60 dias. A Medida Provisória vai ser analisada juntamente com o seu parecer da comissão pela câmara e pelo senado e aprovada dentro desses 60 dias sem alteração. Quórum de maioria simples, aprovada assim lei de conversão da MP. Quem promulga esta lei de conversão? O presidente do CN. Esta lei de conversão revoga a lei “X”. 
2º - aprovação da Medida Provisória com emenda: quem pode apresentar emenda? Comissão especial. Quem apresentar emenda deve apresentar também, o projeto regulando as relações jurídicas do texto emendado. Não é possível a emenda versar sobre tema que não conste na Medida Provisória. Se a Medida Provisória for emendada e o CN aprovar, a parte emendada deve ir ao presidente da república para que ele vete ou sancione.
3º - rejeição expressa da Medida Provisória: o CN não concorda com os termos da Medida Provisória. Ele entende que não há os requisitos de urgência e relevância e analisa o mérito da Medida Provisória. Consequência da rejeição expressa: ela deixa de produzir efeito, perda a sua eficácia com efeitos “ex tunc” (retroage desde a sua edição). Duas conseqüências com a retroatividade da Medida Provisória: represtina a lei “X” (volta a ter eficácia); o CN está obrigado a regular as situações pendentes, e o fará por meio de decreto legislativo.
Não é possível reedição de MP que tenha sido rejeitada pelo CN. Se o presidente fizer istoele comete crime de responsabilidade, pois está atentando contra a independência do Poder Legislativo.
4º - rejeição tácita da Medida Provisória, ou seja, não manifestação do CN no prazo constitucionalmente estabelecido. A Medida Provisória não pode ser aprovada por decurso de prazo = falta de manifestação do CN. O presidente edita a Medida Provisória e o CN não se manifesta, ou seja, se o CN não se manifestar significa que ele não está aceitando a Medida Provisória, o Congresso estar rejeitando. 
Deverá o Congresso nacional regular os efeitos jurídicos por meio de Decreto Legislativo, se ele não o fizer, a Medida provisória continuará produzindo efeitos para aquelas situações jurídicas constituídas durante a sua vigência.
F) Limite material da MP: nem todas as matérias podem ser veiculadas por MP. A constituição federal ela exclui algumas matérias da possibilidade de veiculação por MP – art. 62, §1º da CF – ler o artigo:
- nacionalidade
- cidadania
- direitos políticos
- partidos políticos
- direito eleitoral
- direito penal
- direito processual penal e civil (processo do Trabalho encontra-se dentro de processo civil)
- organização do poder judiciário, do MP e garantias dos seus membros
 - matéria que a constituição exige LC não é possível ser tratada por MP.
Art. 62, §2º - MP pode tratar matéria de direito tributário.

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