Buscar

A evolução histórica dos sistemas processuais penais

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

3/7/2018 A evolução histórica dos sistemas processuais penais, de autoria de Vinicius Otávio Cechin Tambara (Versão para impressão) - Boletim Jurí…
https://www.boletimjuridico.com.br/doutrina/impressao.asp?id=3040 1/12
Imprimir | Voltar
 
A evolução histórica dos sistemas processuais penais
 
Autor:Vinicius Otávio Cechin Tambara
Texto extraído do Boletim Jurídico - ISSN 1807-9008
 http://www.boletimjuridico.com.br/doutrina/texto.asp?id=3040
 
Resumo: Pretende-se, com a presente pesquisa, trazer à baila a analise dos
sistemas processuais penais sobre um prisma histórico. Tem como base a
evolução histórica dos sistemas processuais, analisando, em um primeiro
momento o sistema inquisitivo e acusatório. Em um segundo momento, trazer
à baila a história dos sistemas com base no entendimento doutrinário a
respeito do tema proposto. Em virtude desta questão a presente pesquisa
pretende tirar suas próprias conclusões com relação a este tema. A atividade a
ser desempenhada para levantamento dos dados pertinentes é pesquisa a
acervo bibliográfico, através do método indutivo, o permanente processo de
discussão envolve a confrontação entre as diversas fontes do Direito por meio
de um elo especulativo, produzindo através dos métodos comparativo,
teleológico e axiológico.
Palavras-chave: Sistemas Processuais. Sistema Inquisitivo. Sistema
Acusatório. Interrogatório.
Abstract: It is intended with this research, bringing up the analysis of
criminal procedural systems on a historical prism. It is based on the historical
evolution of procedural systems, analyzing, at first the inquisitive and
adversarial system. In a second step, to bring up the history of the systems
based on the theoretical understanding about the proposed theme. Because of
this issue the present study intends to draw their own conclusions regarding
this issue. The activity to be performed to survey the relevant data is a
bibliographic search through the inductive method, the ongoing discussion
involves the confrontation between the various sources of law through a
speculative link, producing through comparative methods and teleological
axiological.
Key-words: Procedural systems. Inquisitive system. Adversarial system.
questioning.
1. INTRODUÇÃO
 O artigo cientifico que repousa, trata-se da evolução histórica dos
sistemas processuais penais, bem como seu entendimento consoante a
doutrina penal especializada. Na aludida situação ocorreu a evolução das
sociedades passando por diversas fases e etapas, principalmente no âmbito do
direito, decorrentes da implementação dos sistemas processuais penais, ora
aludidos. Á época não havia a figura do Estado-Juiz, mas sim da figura do
mais forte, assim com o desenvolvimento das sociedades, o Estado avocou
para si a aplicação do direito, com o intuito de proteger a coletividade.
Por tais fatores, Estado tomou para si o monopólio da jurisdição, ou seja, a
aplicação do direito ao caso concreto, intervindo nas relações jurídicas
existentes, para evitar que o mais forte vença, trazendo para o Estado-juiz
analisar a pretensão.
A atividade jurisdicional consiste em aplicar o direito ao caso concreto e essa
aplicação ocorre sob diversas formas e limites, que dizem respeito ao modo
como essas atividades podem ser conduzidas e organizadas. Uma delas é ser
o Estado-juiz imparcial em suas decisões. Já no que diz respeito aos limites,
são aqueles em que os juízes devem ter para proclamar a sua sentença, não
fugindo da pretensão objetivada almejada pela parte.
3/7/2018 A evolução histórica dos sistemas processuais penais, de autoria de Vinicius Otávio Cechin Tambara (Versão para impressão) - Boletim Jurí…
https://www.boletimjuridico.com.br/doutrina/impressao.asp?id=3040 2/12
Mas atividade da prestação jurisdicional foi norteada, em cada uma de suas
fases, pelos sistemas processuais penais, quais sejam o acusatório, o
inquisitório e o misto.
Diante de tal paradigma, propõe-se a, por meio do estudo comparativo e
hermenêutico, assim como do método científico-indutivo, pelo qual será
estudado o caso concreto e, posteriormente, viabilizado seus reflexos no
cenário jurídico, estudar a robustez das alegações para que, em sede de
conclusão, permita-se esclarecer acerca dessa evolução histórica, no sentido
de se entender melhor como surgiram os sistemas, como foram implantados e
como aparecem hoje no ordenamento jurídico brasileiro.
2. DESENVOLVIMENTO
2.1. Considerações gerais sobre os sistemas processuais penais e sua
evolução histórica.
Desde os primórdios o processo penal passou por inúmeras modificações até
chegar às formas com que se apresenta hoje, principalmente no âmbito do
direito. Observa-se que através da história a evolução da sociedade trouxe
diversas mudanças, uma delas foi com a implementação dos sistemas
processuais penais. Diante desse contexto os legisladores que deveriam se
adaptar as novas técnicas, para fazer com que o Estado tomasse para si à
aplicação do direito ao caso concreto, assumindo assim a figura da vingança
privada.
Para Agnaldo Simões Moreira Filho o surgimento dos sistemas processuais se
deve ao homem. Por ser um ser incompleto, resolveu buscar um individuo
para lhe fazer companhia. Diante dessa coexistência é que surgiram os
primeiros conflitos de interesses razão pela qual tiveram que criar
mecanismos para a resolução de conflitos. Nessa época, a solução encontrada
era autodefesa, ou seja, o individuo que se sentisse ofendido, buscava por
conta própria a satisfação do seu direito e a punição do ofensor. Essa forma
de resolução, não se mostrava eficaz, visto que, nem sempre o ofendido era
mais poderoso que o ofensor. Diante disso, com o intuito de tomar para si a
aplicação do direito é que surge a jurisdição, que nada mais é que o poder-
dever do Estado de aplicar as Leis e as sanções aos ofensores. Mas para
ocorrer isso é necessário um instrumento de aplicação da Lei Penal, ou seja, o
Processo Penal. Assim, surgem as classificações dos sistemas processuais
penais que sofrem variações diretamente proporcionais ao grau de liberdade
que o Estado promove aos indivíduos. (2007, s.p)
A atividade jurisdicional consiste em o Estado Juiz aplicar o direito ao caso
concreto. A forma de solução dos conflitos de interesses passou por um
processo de modificação, na maneira como eram solucionados, bem como
sobre qual o papel que o Estado exercia em cada um dos momentos.
Nas sociedades primitivas a pretensão punitiva era exercida pelo meio da
autodefesa, aonde o mais forte vencia, trazendo, assim, sérios problemas, pois
não proporcionava justiça a quem tivesse seu direito lesado. Para sanar a
falha, com o passar do tempo, foi implementado o sistema, ainda na era
primitiva, da autocomposição, no qual o ofendido e o ofensor faziam um
acordo entre eles, decidindo o conflito pacificamente. A partir daí as
sociedades foram se desenvolvendo, e o Estado-Juiz passou a dizer o direito
no caso concreto, evitando, assim, que o indivíduo que tivesse seu direito
lesado, não obtivesse a resposta adequada (AGUIAR, 2005, s.p.). 
Com a necessidade de solucionar os conflitos existentes e com a
implementação de novas técnicas, o Estado tomou para si a aplicação do
direito. Diante disso foram criados sistemas processuais penais. Esses
sistemas tiveram seu início na antiguidade e permanecem até os dias de hoje.
Eles surgiram, principalmente, da necessidade de assegurar igualdade entre as
partes integrantes do processo, evitando, assim, que o Estado se exima da sua
obrigação de julgar a lide.
Para a doutrina majoritária, os sistemas processuais são de três tipos: o
sistema acusatório, o sistema inquisitivo e o sistema misto. Esses sistemas
3/7/2018 A evolução histórica dos sistemas processuais penais, de autoria de Vinicius Otávio Cechin Tambara (Versão para impressão) - Boletim Jurí…
https://www.boletimjuridico.com.br/doutrina/impressao.asp?id=3040 3/12
foram utilizadosde diversas maneiras e formas, de acordo com cada período
histórico.
2.2. A evolução histórica dos sistemas processuais penais.
Primeiramente, imperioso destacar, o conceito trazido pela doutrina referente
à palavra denominada sistema processual. Que nada mais é, que um conjunto
de princípios e regras constitucionais, levando em conta o momento politico
de cada Estado. Esses sistemas processuais vêm estabelecer parâmetros a
serem seguidos para a aplicação do direto penal a cada caso concreto. Em que
pese o Estado, detentor do poder magno, deve tornar efetiva essa
aplicabilidade, somente sendo possível através do processo, que em regra, é
de duas formas: a inquisitiva e a acusatória. No Estado democrático de
Direto, o sistema acusatório é considerado uma garantia do cidadão contra o
poder estatal, já no Estado totalitário há supressão de direitos e garantias
individuais, que é aonde o sistema inquisitivo encontra respaldo. (RANGEL,
2009, p. 47)
Com o passar do tempo, desde a Grécia e Roma, até, mais especificamente,
os dias de hoje, percebe-se o surgimento de três tipos de sistemas processuais:
inquisitivo, acusatório e o misto. Mas não se pode falar que o
desenvolvimento deles segue uma linha contínua, ou seja, do processo
inquisitivo, até chegar ao mais moderno que é o acusatório. Verifica-se isso,
pois em Roma Antiga e na Grécia já era utilizado o sistema acusatório,
enquanto o inquisitorial passou a ser utilizado apenas posteriormente, no
Império Romano e ao longo da Idade Média, prolongando-se até a época do
absolutismo. Tudo isso aconteceu devido ao conjunto sociopolítico vigente
em cada época e lugar. Interessante ressaltar que esses tipos de sistemas
foram utilizados em um mesmo momento histórico, hoje há quem defenda
que ainda existem ambas as formas de sistemas processuais, apesar da
incompatibilidade do sistema inquisitorial com os direitos e garantias
individuais dos cidadãos. (2009, MACHADO, p. 7-8).
O processo penal brasileiro iniciou-se no período de descobrimento, ou seja,
no período colonial, nessa época os ricos e poderosos gozavam de privilégios,
podendo usar seu dinheiro para livrar-se das penas, sendo que o sistema
utilizado era o sistema inquisitivo, pois era regulado pela lei portuguesa. Foi
só no período imperial, com a independência do Brasil diante de Portugal,
quando outorgada a Constituição de 1824, que surgiram ideais liberais
substituindo as práticas do sistema inquisitivo. O primeiro Código de
Processo Penal, que entrou em vigor no Brasil de 1832, trouxe a baila o
sistema misto ou Napoleônico. (MACHADO, 2009, p.7-8)
 Apenas no período Republicano, com a promulgação da Constituição de
1891, a qual atribuiu aos Estados a faculdade de legislar sobre o Processo
Penal, pratica essa que só prejudicou a aplicação da lei Penal e o avanço do
processo Penal no Brasil. Foi só com a promulgação da Constituição de 1934,
que se restabeleceu a unidade processual, passando somente à União a
competência para legislar sobre o processo penal. Já em meados de 1937,
passou a vigorar no ordenamento pátrio, a Constituição de 1937 que
providenciou a promulgação de um novo Código de Processo Penal, que
ocorreu em 1941, o qual para a doutrina da época não trouxe nenhuma
novidade, pois tamanha era a dificuldade da aplicação de lei penal.
(CARVALHO, 2007, p.11-12)
Lopes Jr destaca que os sistemas processuais, tiverem seu auge em diferentes
épocas, nas palavras dele:
Pode-se constatar que predomina o sistema acusatório
nos países que respeitam mais a liberdade individual e
que possuem uma sólida base democrática. Em
sentido oposto, o sistema inquisitório predomina
historicamente em países de maior repressão,
caracterizados pelo autoritarismo ou totalitarismo, em
que fortalece a hegemonia estatal em detrimento dos
3/7/2018 A evolução histórica dos sistemas processuais penais, de autoria de Vinicius Otávio Cechin Tambara (Versão para impressão) - Boletim Jurí…
https://www.boletimjuridico.com.br/doutrina/impressao.asp?id=3040 4/12
direitos individuais. Cronologicamente, em linhas
gerais, o sistema acusatório predominou até meados
do século XII, sendo posteriormente substituído,
gradativamente, pelo modelo inquisitório que
prevaleceu com plenitude até o final século XVIII
(em alguns países, até parte do século XIX), momento
em que os movimentos sociais e políticos levaram a
uma nova mudança de rumos.(2008, p.56).
No Brasil, somente a partir da Constituição de 1988 é que se restabeleceu o
sistema acusatório, pois ao Ministério Público foi conferido, em regra, o
monopólio da ação penal, abolindo-se o procedimento ex officio das
contravenções penais, mas, ainda, mantendo a persecução penal pela vítima
nas ações penais privadas. (CARVALHO, 2007, p.13).
Esse sistema surgiu na antiguidade e levou este nome, pois alguém só seria
processado e levado a juízo mediante uma acusação. A sua grande diferença
em relação aos outros sistemas, é que aqui há a constituição de uma relação
processual, ou seja, são diferentes os sujeitos que acusam, julgam e
defendem. Esse sistema é, inegavelmente, o mais democrático de todos,
possuindo uma série de características, tais como: o Juiz não pode produzir
provas e nem intervir na sua produção, as partes que tem a ampla liberdade
para produzi-la, e o Juiz, com base nessas provas, deve decidir o caso
concreto; com relação às garantias processuais, são asseguradas as partes a
igualdade, o contraditório e a ampla defesa, tornando-se um dos mais
importantes por assegurar ao acusado as suas garantias (AGUIAR, 2005,
s.p.).
Mirabete traça algumas características próprias desse sistema, as quais se
destacam:
 
O Sistema acusatório tem sua raízes na Grécia e em
Roma, instalado com fundamento na acusação oficial,
embora se permitisse, excepcionalmente, a iniciativa
da vítima, de parentes próximos e até de qualquer do
povo. No direto moderno, tal sistema implica o
estabelecimento de uma verdadeira relação processual
como o actum trium personarum, estando em pé de
igualdade o autor e o réu, sobrepondo-se a eles, como
órgão imparcial da aplicação da lei, o juiz. No plano
histórico das instituições processuais, apontam-se
como traços profundamente marcantes do sistema
acusatório: a) o contraditório, como garantia político-
jurídica do cidadão; b) as partes acusadora e acusada,
em decorrência do contraditório, encontram-se no
mesmo pé de igualdade; c) o processo é público,
fiscalizável pelo olho do povo; excepcionalmente
permite-se uma publicidade restrita ou especial; d) as
funções de acusar, defender e julgar são atribuídas a
pessoas distintas e, logicamente, não é dado ao juiz
iniciar o processo ( nex procedat judex ex offiicio); e)
o processo pode ser oral ou escrito; f) existe, em
decorrência do contraditório, igualdade de direitos e
obrigações entre as partes, pois non debet licere
actori, quod reo non permititur; g) a iniciativa do
processo cabe à parte acusadora, que poderá ser o
ofendido ou seu representante legal, qualquer cidadão
do povo ou órgão do Estado. O sistema acusatório
floresceu na Inglaterra e na França após a revolução,
sendo hoje adotado na maioria dos países americanos
e muitos da Europa.(2008, p. 21-22)
3/7/2018 A evolução histórica dos sistemas processuais penais, de autoria de Vinicius Otávio Cechin Tambara (Versão para impressão) - Boletim Jurí…
https://www.boletimjuridico.com.br/doutrina/impressao.asp?id=3040 5/12
 
Pode-se dizer, com relação a esse sistema, conforme demonstra Nucci que:
 
Possui nítida separação entre o órgão acusador e o
julgador; há liberdade de acusação, reconhecido o
direito do ofendido e a qualquer cidadão; predomina a
liberdade de defesa e a isonomia entre as partes no
processo; vigora a publicidade do procedimento; o
contraditório esta presente; existe a possibilidade de
recusa do julgador; há livre sistema de produção de
provas; predomina maior participação popular na
justiça penale a liberdade do réu e a regra (2008, p.
116).
 
 Na mesma senda é a lição de Gustavo Badaró, que segue traçando as
características desse sistema, in verbis:
O processo acusatório é essencialmente um processo
de partes, no qual acusação e defesa se contrapõem
em igualdade de posições, e que apresenta um juiz
sobrepondo a ambas. Há uma nítida separação de
funções que são atribuídas a pessoas distintas,
fazendo com que o processo se caracterize como um
verdadeiro actum trium personarum, sendo informado
pelo contraditório. E além de suas características
históricas de oralidade e publicidade, vigora no
processo acusatório, o princípio da presunção de
inocência, permanecendo o acusado em liberdade até
que seja proferida sentença condenatória irrevogável.
Ainda do ponto de vista histórico, o juiz não possuía
qualquer iniciativa probatória, sendo um assistente
passivo e imóvel da atividade das partes. Além disso,
outra característica do processo acusatório romano e
do processo inglês é a natureza privada do acusador.
Por fim entre as características do sistema acusatório
está o julgamento por um júri popular. (2003, p.102-
104).
No que tange ao poder de decisão, este é entregue ao órgão estatal, ou seja, é
o Juiz que é considerado um representante do povo, ou de grande parte dele,
por esse motivo deve fundamentar as suas decisões por ser soberano e
imparcial, frente ao acusado e ao acusador, devendo observar os princípios do
contraditório, oralidade, paridade das armas e o da publicidade (PRADO,
2006, p. 102).
No mesmo sentido desse entendimento, traçando um paralelo entre as
características próprias deste sistema e as do sistema inquisitivo, Machado
refere que:
O processo acusatório, ao contrário, caracterizou-se
pela possibilidade do contraditório; pela publicidade
dos atos processuais; por um regime de provas
racional; pela isonomia entre as partes; e,
principalmente, pela obrigatoriedade de se
instaurarem processos com acusações formalmente
bem delineadas, com o campo da imputação bem
definido. Enquanto no processo inquisitivo as funções
de investigar, acusar e julgar se concentravam numa
única pessoa – o inquisidor representante
administrativo da Coroa, do Estado ou da Igreja – , no
processo de tipo acusatório essas diversas funções
passaram a ser exercidas por pessoas distintas. Na
3/7/2018 A evolução histórica dos sistemas processuais penais, de autoria de Vinicius Otávio Cechin Tambara (Versão para impressão) - Boletim Jurí…
https://www.boletimjuridico.com.br/doutrina/impressao.asp?id=3040 6/12
Roma republicana, por exemplo, o processo de tipo
acusatório caracterizou o período que ficou conhecido
como faze da accusatio. (2009, p. 9)
Imperioso destacar a lição de Carvalho referente a algumas características
marcantes do sistema denominado acusatório:
a) Julgamento afeto a um órgão do Estado, distinto do
órgão judiciário; b) processo de partes, estando de um
lado a acusação (Ministério Público, ofendido), de
outro o acusado; c) presunção de inocência; d)
julgamento feito por populares (jurados) ou por
órgãos judiciários totalmente imparciais; e) igualdade
das partes; c) necessidade do contraditório; f) prova
produzida pelas partes; g) liberdade das partes quanto
à apresentação das provas, não podendo o juiz exercer
ato de natureza persecutória; h) proibição de o juiz
provocar sua própria jurisdição; i) processo oral,
público e contraditório; j) livre convicção quanto à
apreciação das provas; l) liberdade do acusado é
regra, admitindo-se, excepcionalmente, prisão
preventiva; m) proibição ao juiz de impor a pena
superior aquela pedida pelo órgão acusador; n)
sentença faz coisa julgada, mormente em favor do
réu. (CARVALHO, 2007, p.13).
Com relação ao segundo sistema denominado inquisitório, destaca-se que
teve seu surgimento nos Estados monárquicos e se aperfeiçoou durante o
direito canônico. O sistema inquisitivo surgiu após o acusatório privado, com
a ideia de que não poderia deixar que a defesa dependesse da boa vontade dos
particulares, já que estes detinham o poder de iniciarem a persecução penal.
Um dos pilares de tal princípio era a reinvindicação que o Estado detinha para
si o poder de reprimir a prática de delitos, não sendo mais possível que tal
repressão se estendesse aos particulares. O estado-juiz tinha em suas mãos as
funções de acusar e julgar, não existindo assim a imparcialidade. Mas para a
época, foi a ideia encontrada para retirar das mãos dos particulares a
iniciativa da ação, prevalecendo, assim, certa impunidade, ou tornando a
justiça dispendiosa. Portanto fica claro que o juiz é o centro do processo, pois
ele é o órgão que investiga e que julga, não dependendo das provas trazidas
aos autos pelas partes, utilizando, tão somente, de sua livre convicção.
(RANGEL, 2009, p. 47-48).
Ainda no que tange ao sistema inquisitivo, vinque-se que teve sua plenitude
no período canônico, onde o acusado tem seus direitos e garantias limitados,
pois ele é o objeto da investigação; com relação aos sujeitos do processo, não
há nítida separação, sendo concentradas na figura de uma única pessoa as
funções de julgar, acusar e defender. Nesse sistema o Juiz é inquisidor, ou
seja, ele próprio diligencia sobre as provas que pretende produzir, para assim
julgar o processo de acordo com sua livre convicção (MIRZA, 2000, s.p.).
Para Mirabete,
No sistema inquisitivo encontram-se mais uma forma
autodefensiva de administração da justiça do que um
genuíno processo de apuração da verdade. Tem suas
raízes no Direto Romano, quando, por influência da
organização política do Império, se permitiu ao juiz
iniciar o processo de ofício. Revigorou-se na Idade
Média diante da necessidade de afastar a repressão
criminal dos acusadores privados e alastrou-se por
todo o continente europeu a partir do século XV
diante da influência do Direito Penal da Igreja e só
entrou em declínio com a Revolução Francesa. Nele
inexistem regras de igualdade e liberdade processuais,
3/7/2018 A evolução histórica dos sistemas processuais penais, de autoria de Vinicius Otávio Cechin Tambara (Versão para impressão) - Boletim Jurí…
https://www.boletimjuridico.com.br/doutrina/impressao.asp?id=3040 7/12
o processo é normalmente escrito e secreto e se
desenvolve em fases por impulso oficial, a confissão é
elemento suficiente para a condenação, permitindo-se
inclusive a tortura. (2008, p. 21),
Para Djalma Eutímio de Carvalho, são características desse sistema
inquisitório:
 
a) Julgamento feito por magistrado ou juiz
permanente, que sempre é um funcionário do rei ou
autoridade subordinada ao poder governamental; b)
juiz acusa, defende e julga, sempre se sobrepondo á
pessoa do acusado; c) acusação, que sempre é ex
officio, permite que a denúncia seja feita de forma
secreta; d) procedimento escrito, secreto, não
admitindo contraditório e conseqüentemente, ampla
defesa; e) julgamento com base na prova tarifada; f)
prisão preventiva é regra; g) decisão jamais transita
formalmente em julgado, podendo o processo ser
reaberto a qualquer tempo. (2007, p.13)
Ainda, com relação a esse sistema, Marco Alexandre Coelho Zilli, ao tratar
sobre suas características marcantes, refere que “caracteriza-se pela
concentração dos poderes processuais penais nas mãos de um único órgão.
Perseguir, acusar e decidir são atividades exercidas por uma pessoa que
normalmente e referida por inquisidor” (2003, p. 39).
Seguindo a mesma linha de entendimento, quanto as características do
sistema, Badaró ressalta que:
Já no processo inquisitório, as funções de acusar,
defender e julgar encontram-se enfeixadas em uma
única pessoa, que assume assim as vestes de um juiz
acusador, isto é, um inquisidor. O réu não é parte, mas
objeto do processo. A ação inicia-se ex officio, por ato
do juiz. Em tal processo não havia contraditório, que
não seria nem mesmo concebível devido à falta de
contraposiçãoentre acusação e defesa. Excluída a
dialética entre acusação e defesa, a investigação cabia
unilateralmente ao inquisidor. Inconcebível, em tal
sistema, a existência de uma relação jurídica
processual. O processo normalmente era escrito e
secreto. [...] O juiz inquisidor tinha liberdade de
colher provas, independentemente de sua proposição
pela acusação ou pelo acusado. O acusado,
normalmente, permanecia preso durante o processo.
Na busca da verdade material, frequentemente, o
acusado era torturado para que se alcançasse a
confissão[...].(2003, p.104-105).
Já com relação ao interrogatório, neste sistema era utilizado tão somente
como meio de prova. Na época, a sua única finalidade era a punição imediata
do criminoso e a defesa do bem social. Para conseguir esse objetivo, eram
utilizados todos os meios coercitivos para o réu confessar e assim buscar a
justiça do caso concreto (EL DEBS, 2001, s.p.)
Sobre o sistema processual denominado inquisitorial, destaca Antônio
Alberto Machado que:
O processo inquisitivo se caracterizou pela ausência
de contraditório; pela concentração no órgão judicial
das funções de acusar, defender e julgar; pelo sigilo;
pela desigualdade entre as partes; pelas acusações
difusas; pelas provas aleatórias ou obtidas por meios
violentos, como a tortura e a devassa etc. A Roma
3/7/2018 A evolução histórica dos sistemas processuais penais, de autoria de Vinicius Otávio Cechin Tambara (Versão para impressão) - Boletim Jurí…
https://www.boletimjuridico.com.br/doutrina/impressao.asp?id=3040 8/12
autoritária dos tempos régios, por exemplo, conheceu
esse tipo de processo no período que ficou conhecido
como da inquistio; e a Idade Média, sobretudo com a
Inquisição, também foi palco dessa forma de
procedimento penal. (2009, p. 8).
Este sistema e suas características apresentam incompatibilidades com os
princípios constitucionais elencados na Magna Carta, posto que ferem os
direitos e garantias individuais, visto que o julgador é o mesmo sujeito para
todos os atos, tendo assim uma incompatibilidade entre as funções de julgar e
acusar. (2004, p.24)
Neste diapasão, oportuno invocar a irretocável lição de Paulo Rangel na sua
obra Curso de Processo Penal, aonde discorre acerca da incompatibilidade de
tal sistema:
 
[...] em verdade é o processo, utilizado pelo Estado
como instrumento de solução do caso penal, que adota
o sistema de inquisição, onde garantias
constitucionais não são asseguradas ao acusado por
confusão entre autor e julgador. As características
(caracteres) são marcas, sinais, traços, qualidades,
propriedades de um todo. No processo judicial
instaurado para o acertamento do caso penal existem
sinais, marcas que o identificam com a inquisição.
Não adianta o direito brasileiro adotar o sistema
acusatório se, em um processo judicial instaurado, o
juiz interrogar o acusado sem dar-lhe o direito de,
previamente, entrevistar-se com seu defensor, a fim de
preparar sua defesa e, ainda, se o chamar em juízo
sem dar-lhe ciência, prévia, da acusação. Ou ainda se,
durante o interrogatório, interpelado o acusado de que
deve falar a verdade sob pena de ser condenado. Esse
processo seria regido pelo sistema acusatório, porém
o juiz agiria de forma inquisitiva. Existiria processo,
porque quem acusou foi o Ministério Público, mas
não com as características do acusatório. De que
valeria? Nada. (2009, p.49).
Em suma, o sistema denominado inquisitivo, tem como fulcro um princípio
de autoridade, segundo o qual a busca da verdade é mais bem compreendida,
quanto maiores forem os poderes conferidos ao investigador. Quanto à
dilação probatória, há uma substituição de concepção argumentativa por uma
concepção demonstrativa da prova, baseada nos modelos científicos
experimentais (BADARÓ, 2003, p. 104-105).
Assim, neste sentido, tal sistema é parte integrante de um todo, mostrando
total incompatibilidade com as garantias e direitos elencando pela
Constituição Federal, presentes num Estado Democrático de Direto, devendo
ser banido das legislações modernas que visem assegurar ao cidadão o devido
processo legal, bem como, o mínimo de garantias de respeito com relação a
dignidade da pessoa humana. ( RANGEL, 2009, p. 49).
 No que tange ao terceiro sistema objeto deste trabalho, o sistema
denominado misto, tem forte influência do sistema acusatório privado de
Roma, bem como do inquisitivo criado a partir do direito canônico e da
monarquia. O que se buscou com ele, foi diminuir a impunidade que estava
tomando conta do sistema acusatório, em que, nem sempre o cidadão levava
ao interesse estatal a infração penal sofrida, seja por desinteresse ou até
mesmo pela falta de recursos, e quando levava, era por motivo de vingança.
Em que pese, continuava nas mãos do Estado a persecução penal, porém feita
antes da ação penal, e levada ao conhecimento do Estado-juiz. As
investigações criminais eram feitas pelo Juiz com sérios comprometimentos
3/7/2018 A evolução histórica dos sistemas processuais penais, de autoria de Vinicius Otávio Cechin Tambara (Versão para impressão) - Boletim Jurí…
https://www.boletimjuridico.com.br/doutrina/impressao.asp?id=3040 9/12
de sua imparcialidade, porém a acusação passava a ser feita pelo Ministério
Público. (RANGEL, 2009, p. 52).
O sistema denominado misto, como o próprio nome já explicita, tem natureza
mista, ou seja, ele é tanto um sistema inquisitorial, quanto um sistema
acusatório, tendo um caráter híbrido (ZILLI, 2003, p. 41).
Com relação a algumas características e o surgimento do sistema misto,
destaca Antônio Alberto Machado que:
[...] tem-se o processo de tipo misto, surgido com o
Código de Instrução Criminal da França em 1808, que
se caracteriza por ser bifásico. Ou seja, nesse tipo de
processo a fase de investigação é dirigida por um juiz
de instrução sem a possibilidade do contraditório; já a
fase de julgamento, presidida por um outro juiz, o juiz
da causa, é toda ela realizada sob contraditório e a
ampla defesa, no modelo acusatório, sem nenhum
resquício de inquisitorialidade. Observa-se, pois, que
o processo de tipo misto se desdobra numa fase
inquisitiva, sob a presidência do juiz de instrução, e
numa fase contraditória, realizada perante o juiz da
causa; daí a sua natureza eclética ou mista.
(MACHADO, 2009, p. 9)
Disserta Guilherme de Souza Nucci, que o sistema denominado misto,
Surgido na Revolução Francesa, uniu as virtudes dos
dois sistemas anteriores caracterizando-se pela divisão
do processo em duas grandes fases: a instrução
preliminar, com os elementos do sistema inquisitivo, e
a fase de julgamento, como a predominância do
sistema acusatório. Num primeiro estágio, há
procedimento secreto, escrito e sem contraditório,
enquanto, no segundo, presentes se fazem a oralidade,
a publicidade, o contraditório, a concentração dos atos
processuais, a intervenção de juízes populares e a
livre apreciação das provas (2009, p. 116-117).
Na mesma senda a doutrina traça algumas características próprias desse
sistema, quais segundo Zilli são, primeiramente a jurisdição é exercida pelos
tribunais; já a persecução penal é exercida por um órgão público; o acusado é
considerado inocente até ser condenado; há o interesse público frente as
sanções penais impostas; nos tribunais utiliza-se o livre convencimento por
parte do magistrado e por fim as decisões são passiveis de recursos.(2003,
p.41-42) 
Gustavo Badaró destaca, na sua obra, Ônus da Prova no Processo Penal, com
relação à historicidade dos sistemas processuais que:
A história do processo penal é geralmente
reconstruída como a história de alternância dos
modelos acusatório e inquisitório, com destaque para
o momento em que se buscou fundir ambos os
sistemas, criando um “sistema misto” por meio do
Code d'instruction criminelle de 1808. Tais sistemas,
contudo, são abstrações ou modelos ideais.
Atualmentenão existem sistemas acusatórios ou
inquisitórios “puros”. Nenhum legislador estrutura o
processo penal de forma totalmente acusatória ou
inteiramente inquisitória. A análise dos diversos
ordenamentos jurídicos demonstra a possibilidade de
várias combinações de características dos sistemas
acusatório ou inquisitório: ora o processo é
prevalentemente acusatório, ora apresenta maiores
características inquisitoriais. (2003. p.101-102)
3/7/2018 A evolução histórica dos sistemas processuais penais, de autoria de Vinicius Otávio Cechin Tambara (Versão para impressão) - Boletim Jurí…
https://www.boletimjuridico.com.br/doutrina/impressao.asp?id=3040 10/12
No sistema misto, o interrogatório era utilizado tanto como meio de prova,
quanto meio de defesa, sua utilização funcionaria eventualmente como meio
de prova, quando ocorresse uma confissão, e, por outro lado, seria meio de
defesa, sendo o interrogatório o último ato processual da audiência, podendo
o réu, nesse caso, se defender dos fatos já lhe imputados, com base na
produção das provas levadas ao processo (MENDONÇA, 2008, p. 294).
 Ainda, com relação ao sistema denominado misto, necessário destacar as
suas diversas características trazidas por Djalma Eutímio de Carvalho, dentre
as quais:
É também denominado Sistema Napoleônico ou
Reformador. É a combinação dos dois anteriores.
Possui as seguintes características: a) acusação
reservada a um órgão do Estado; b) instrução secreta e
escrita; c) debate público e oral; d) juiz livre em seu
convencimento;e) compreende duas fases
procedimentais distintas: instrução e julgamento. Na
instrução, apura-se a existência do crime e sua
autoria; é presidida por um juiz; não há contraditório;
os atos processuais são escritos e secretos. No
julgamento, exsurge acusação formal, oportunidade
em que caberá o contraditório; além disso, o
procedimento é oral e público. (2007, p.14).
No que tange ao surgimento desse sistema e a sua utilização em diversos
países, Mirabete destaca que:
O sistema misto, ou sistema acusatório formal, é
constituído de uma instrução inquisitiva (da
investigação preliminar e instrução preparatória) e de
um posterior juízo contraditório (de julgamento).
Embora as primeiras regras desse processo fossem
introduzidas com as reformas da Ordenança Criminal
da Luiz (1670), a reforma radical foi operada com o
Code d'Intruction Criminelle de 1808, na época de
Napoleão, espalhando-se pela Europa Continental no
século XIX. É ainda sistema utilizado em vários
países da Europa e até da America Latina
(Venezuela). No direto contemporâneo, o sistema
misto combina elementos acusatórios e inquisitivos
em maior ou menor medida, segundo o ordenamento
processual local e se subdivide em duas orientações,
segundo a predominância na segunda fase do 
procedimento escrito ou oral, o que, até hoje, é
matéria de discussão.(2008, p. 22)
 
 Paulo Rangel disserta sobre o seu entendimento com relação ao sistema
misto, pois segundo ele, o sistema misto nada mais é que um avanço ao
sistema inquisitivo, pois nele o juiz ainda tem a jurisdição sobre a colheita da
prova, mesmo que em fase preliminar. Não obstante, a função jurisdicional
deve ser preservada e entregue ao Ministério Público, esse sim deve controlar
as diligências para formar sua opinião e iniciar assim a ação penal. (2009, p.
53)
Lopes Jr., por sua vez, critica a classificação dos sistemas em misto, visto que
nele se encontra a insuficiência de dois aspectos. No que se refere à
identificação do núcleo fundante, apenas há separação das atividades de
acusar e julgar, por sim só sendo insuficiente para caracterizar tal sistema.
(2008, p.67)
3. CONCLUSÃO
Percebe-se que, conforme doutrinas especializadas sobre o assunto, que
existem basicamente, dois sistemas processuais penais, qual seja o inquisitivo
3/7/2018 A evolução histórica dos sistemas processuais penais, de autoria de Vinicius Otávio Cechin Tambara (Versão para impressão) - Boletim Jurí…
https://www.boletimjuridico.com.br/doutrina/impressao.asp?id=3040 11/12
e o acusatório, nesse entendimento, ambos foram se aperfeiçoando com o
passar do tempo, principalmente no que tange ao sistema acusatório no
sentido de trazer mais garantias e direito ao individuo como coletividade.
Pois, ainda com relação a sua evolução histórica percebe-se que ambos
sistema foram importantes para o desenvolvimento das sociedades atuais,
ambos eram aplicados de uma forma na antiguidade e hoje são aplicados de
forma diferente.
Mesmo com essa evolução ambos os sistemas continuam presentes no nosso
ordenamento jurídico pátrio. A própria doutrina diverge acerca do sistema
adotado no Brasil.
A própria Constituição Federal de 1988 consagrou o sistema acusatório como
norteador do processo penal brasileiro, não restando dúvida acerca do
entendimento com relação ao sistema adotado, não tendo lugar, em nosso
ordenamento, para um interrogatório estritamente inquisitivo, onde não são
respeitados os direitos e garantias do indivíduo. O que fica evidente, é que no
Código de Processo Penal vigente a confissão não tem valor probatório para
levar o acusado à prisão, salvo quando alicerçada em outras provas.
Por fim, conclui-se que para a doutrina majoritária, os sistemas processuais
são de três tipos: o sistema acusatório, o sistema inquisitivo e o sistema misto.
Esses sistemas foram utilizados de diversas maneiras e formas, de acordo
com cada período histórico.
4. REFERÊNCIAS
AGUIAR, Alexandre Magno Fernandes Moreira. Dos Sistemas Processuais
penais. Tipos ou formas de processos penais. Disponível em:
<http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=6948> Acesso em: 12 nov.
2009.
BADARÓ, Gustavo Henrique Righi Ivahy. Correlação Entre Acusação e
Sentença. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2000.
_________________________________. Ônus da Prova no Processo
Penal. Revista dos Tribunais, 2004.
CARVALHO, Djalma Eutiímio de. Curso de processo. Rio de Janeiro:
Forense, 2007.
EL DEBS, Aline Lacovelo. Natureza jurídica do interrogatório.
Disponível em: <http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=3123> Acesso
em: 26 out. 2009.
LOPES JR, Aury. Direito processual penal e sua conformidade
constitucional. 4 ed. Rio de Janeiro: Lúmen Júris, 2009.
LOPES JR, Aury. Direito processual penal e sua conformidade
constitucional. 4 ed. Rio de Janeiro: Lúmen Júris, 2007.
MACHADO, Antônio Alberto. Teoria Geral do processo penal. São Paulo:
Atlas, 2009.
MENDONÇA, Andrey Borges de. Nova reforma do Código de processo
penal: comentada artigo por artigo. São Paulo: Método, 2008.
MIRABETE, Julio Fabbrini. Processo penal. 18 ed. São Paulo: Atlas, 2006.
NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Processo Penal e Execução
Penal. 3 ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2009.
PRADO, Geraldo. Sistema Acusatório: a conformidade constitucional das
leis processuais penais. Rio de Janeiro: Lúmen Júris, 2003
RANGEL, Paulo. Direito Processual Penal, 16ª Ed. Rio de Janeiro: Lumen
Juris, 2009.
ZILLI, Marcos Alexandre Coelho. Iniciativa Instrutória do Juiz no
Processo Penal. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2003.
 
 
Elaborado em novembro/2013
3/7/2018 A evolução histórica dos sistemas processuais penais, de autoria de Vinicius Otávio Cechin Tambara (Versão para impressão) - Boletim Jurí…
https://www.boletimjuridico.com.br/doutrina/impressao.asp?id=3040 12/12
Vinicius Otávio Cechin Tambara
Advogado membro do escritório de advocacia ATL Advocacia Integrada, pós-graduado em Direito
Previdenciário pela Universidade Anhanguera/LFG.
 Inserido em 02/12/2013
Parte integrante da Ediçao no 1123
Forma de citação
TAMBARA, Vinicius Otávio Cechin. A evolução histórica dos sistemas processuais penais. Boletim
Jurídico, Uberaba/MG, a. 5, no 1123. Disponível em: <http://www.boletimjuridico.com.br/
doutrina/texto.asp?id=3040> Acesso em: 5 mar. 2018.

Continue navegando