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UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP - CURSO DE PSICOLOGIA DISCIPLINA: TEMÁTICAS DE PESQUISA EM PSICOLOGIA DOCENTE: ANA PAULA DE ANDRADE TRUBIANELLI - ALUNA: MARIANA CONCEIÇÃO Título: Terapia de família - Revista: Psicologia, Ciência e Profissão.vol.6 no.2 Brasília 1986 Autora: Heloisa Szymanski Ribeiro Gomes Professora do Depto. de Psicologia da Universidade Católica de Santos - SP O artigo “Terapia de família” discorre sobre o início da Terapia no Brasil e seu contexto. Segundo o artigo, esta linha teórica surgiu como proposta de atender ao mesmo tempo pais, filhos e até avós, ou seja, o contexto familiar, pois acredita-se que o que ocorre com um indivíduo de uma família não é consequência apenas de suas condições internas, mas da relação entre o indivíduo e o contexto familiar no qual está inserido. Ele não só recebe o impacto desse ambiente como atua sobre ele, influenciando-o. Nesse enfoque, o terreno da patologia, como diz Minuchin(1982), é a família. (Szymanski, 1986. pag. 29) A autora apresenta o termo “grupo familiar disfuncional” e caracteriza as interações entre os membros destes grupos como cristalizadas, quer na forma de distanciamento, ou na excedente interferência na vida uns dos outros, de forma que como consequencia acabam criando-se alianças entre alguns membros, deixando outros periféricos ou transformando outros em bodes expiatórios, sendo este geralmente a criança. Apresenta ainda alguns comportamentos como, baixo rendimento escolar, agressividade, depressão sintomas sintomáticos dessas famílias enfermas. A seguir o artigo apresenta como o terapeuta atua nessas situações e apresenta as diversas modalidades deste linha, sendo assim, o terapeuta trabalhará com a família real, buscando desvendar aspectos relacionais que estariam coibindo a comunicação afetiva e o desenvolvimento saudável de seus membros, dessa forma, o trabalho do terapeuta seria o de buscar os pontos causadores de sintomas, evidenciando outras relações, em vista de mudanças que favoreçam a família, e defende que quando as famílias passa a experimentar novos modos de se relacionar, os sintomas tendem a desaparecer. No decorrer do tempo, foram-se desenvolvendo vários enfoques, ou escolas de terapia de famílias, que, de forma geral, tiveram duas grandes raízes: a teoria dos sistemas, informação e cibernética e teorias psicodinâmicas. ((Szymanski, 1986. pag. 30) De acordo com a autora, a idéia central do enfoque sistêmico é o abandono da explicação linear, causal e histórica do distúbio mental. Quando se tenta explicar a dinâmica da família e o desvio de padrões, considera-se a forma de se comunicar, e o impacto do comportamento dos membros dessa família entre sí agindo e retroagindo. O significado do sintoma, nesse enfoque, muda radicalmente. Comportamentos desviantes, irracionais ou sintomáticos passam a servir a uma função no grupo no sentido de que os comportamentos que ocorrem no sistema familiar têm uma complementaridade geral (Dell, p. 2141). Outro modelo do enfoque sistêmico é mais voltado para o processo e propõe que existem regras familiares poderosas e controladoras do comportamento dos membros que estão voltadas para evitar a mudança, dessa forma, o método interventivo criará estratégias com a finalidade de quebrar essas regras de acordo com o comportamento sintomático. Ainda segunda a perspectiva sistêmica, Speck e Attneave desenvolveram o modelo ecológico, no qual a atuação terapêutica envolve todo o contexto além da família nuclear e exige a combinação de fatores biológicos, psicológicos, sociais e ambientais. O modelo psicodinâmico foi desenvolvido a partir de uma forma de procedimentos e interpretações que vão de encontro com conceitos psicanalíticos. Vêem a dinâmica da organização familiar como expressão do entrelaçamento de várias relações objetais kleinianas e trabalham no sentido de promover alterações imediatas no contexto, visando o crescimento individual do membros, consideram ainda em sua atuação memórias, sentimentos e emoções do passado. O objetivo terapêutico é um Self individualizado. Deste modo, ao analisar o artigo “A Terapia de Família” é possível concluir que já em 1986 havia uma tendência por parte de algumas escolas, de olhar para o indivídua além de sua possível patologia, e até mesmo para além de sua família nuclear, portanto é possível concluir que é necessário entender o significado que cada membro da família interpreta a partir da percepção do que vê, considerando cada indivíduo em sí, suas memórias, sentimentos e emoções, porém ponderar sobre o impacto que o ambiente e as circunstâncias ocasionam na vida familiar.
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