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14046 NOME EMPRESARIAL PREPOSTOS LIVROS EMPRESARIAIS

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NOME EMPRESARIAL
Conceito
INSTRUÇÃO NORMATIVA DREI N° 15/2013
Art. 1º Nome empresarial é aquele sob o qual o empresário individual, empresa individual de responsabilidade Ltda – Eireli, as sociedades empresárias, as cooperativas exercem suas atividades e se obrigam nos atos a elas pertinentes.
Nome empresarial = é aquele com que se apresenta nas relações de fundo econômico (art. 1.155, C.C.)
Art. 1.155. Considera-se nome empresarial a firma ou a denominação adotada, de conformidade com este Capítulo, para o exercício de empresa.
CÓDIGO CIVIL
Art. 1.164. O nome empresarial não pode ser objeto de alienação.
Parágrafo único. O adquirente de estabelecimento, por ato entre vivos, pode, se o contrato o permitir, usar o nome do alienante, precedido do seu próprio, com a qualificação de sucessor.
Espécies de nomes empresariais:
* FIRMA E DENOMINAÇÃO
IN 15/2013
* Art. 2º Firma é o nome utilizado pelo empresário individual, pela sociedade em que houver sócio de responsabilidade ilimitada e, de forma facultativa, pela sociedade limitada e pela empresa individual de responsabilidade Ltda - Eireli.
Art. 3º Denominação é o nome utilizado pela sociedade anônima e cooperativa e, em caráter opcional, pela sociedade limitada, em comandita por ações e pela empresa individual de responsabilidade Ltda - Eireli.
Distinguem-se em dois planos:
* quanto à estrutura = elementos linguísticos que podem ter por base
* quanto à função = a utilização que se pode imprimir ao nome empresarial.
QUANTO À ESTRUTURA
FIRMA = só pode ter por base nome civil do
 	* empresário individual ou
 	* dos sócios da sociedade empresária.
 	
 - o núcleo do nome empresarial dessa espécie será sempre um ou mais nomes civis.
a denominação é formada com palavras de uso comum na língua nacional ou estrangeira e/ou com expressões de fantasia, com a indicação do objeto da sociedade ou empresa individual de responsabilidade limitada, sendo que:
 	Ex1: Silva e Pereira Cosméticos Ltda
		(nomes civis + atividade)
	Ex2: Alvorada Cosméticos Ltda
	 (elemento fantasia + atividade)
QUANTO À FUNÇÃO:
	Firma = além de identificação do empresário, é também sua assinatura
	Denominação = é exclusivamente elemento de identificação do exercente da atividade empresarial, não prestando a outra função.
FORMAÇÃO DO NOME EMPRESARIAL
* regras específicas para cada tipo de sociedade.
* Empresário individual:
só pode adotar firma, baseado em seu nome civil, completo ou abreviado	(art. 1.156, C.C.)
pode agregar o nome da atividade exercida.
Ex: nome do empresário = Antonio Silva Pereira
 Nome empresarial = Antonio Silva Pereira; A. S. Pereira; Silva Pereira; S. Pereira; “S.Pereira, Livros Técnicos”.
*Sociedade em nome coletivo:
(todos os sócios têm responsabilidade ilimitada) – art. 1157, C.C.
só pode adotar firma social
pode ter por base nome civil de um, alguns ou todos os seus sócios
nomes podem ser por extenso ou abreviados.
se não tiver o nome de todos os sócios, deverá constar a expressão “e companhia” ou abreviadamente “& Cia.)
pode agregar, ou não, o nome da atividade exercida
Ex: Sócios = Antonio Silva, Benedito Pereira e Carlos Sousa
Nome empresarial = “Antonio Silva, Benedito Pereira & Carlos Sousa”; “Pereira, Silva & Sousa, Livros técnicos”; “Antonio Silva & Cia”.
*Sociedade em comandita simples:
dois tipos de sócios: comanditados = com responsabilidade ilimitada (adm.); e os comanditários = responsabilidade limitada pelo valor da quota (só entram com o capital)
só pode adotar firma, constando o nome do(s) sócio(s) comanditado(s).
será obrigatória a utilização da partícula “e companhia”.
o nome do sócio comanditado pode ser utilizado por extenso ou abreviadamente.
pode ser agregado o ramo de negócio explorado pela sociedade
*Sociedade em conta de participação:
sociedade não personificada (não tem personalidade jurídica)
possui um sócio ostensivo (obrigação ilimitada) e sócio participante (ou não possui responsabilidade ou fica limitada ao investimento)
 não pode adotar nome empresarial
art. 1162, C.C. = não pode ter firma ou denominação
*Sociedade limitada:
- pode adotar firma ou denominação (art. 1158, C.C.)
	- firma = pode incluir o nome dos sócios “& Cia”
	- obrigatória a utilização da partícula LIMITADA ou LTDA, sob pena de responsabilização ilimitada dos administradores. (art. 1058, §3º, C.C.)
- denominação = deve incluir obrigatoriamente o ramo de atividade no nome empresarial.
	Ex: Antonio & Silva Ltda, Silva & Pereira, limitada; Alvorada Comércio de Livros Técnicos Ltda.
*Sociedade anônima:
- só pode adotar denominações de que deve constar referência ao objeto social acrescida das expressões “sociedade anônima”, ou “companhia”, abreviado ou por extenso.
- Art. 3º da Lei 6404/76: “Art. 3º A sociedade será designada por denominação acompanhada das expressões "companhia" ou "sociedade anônima", expressas por extenso ou abreviadamente mas vedada a utilização da primeira ao final.”
	- Companhia = início ou meio
	- S/A = início, meio ou fim
- pode ser utilizado o nome do fundador, acionista, ou pessoa que por qualquer outro modo tenha concorrido para o êxito da empresa
	Ex: “Alvorada Livros Técnicos S.A.”; “S/A Alvorada – Livros técnicos”; “Companhia Editora de Livros Técnicos Alvorada”; “Cia. Comercial de Livros Técnicos”; “Indústrias Demóstenes de Alcântara S/A”.
*Sociedade em comandita por ações:
- capital dividido em ações, mas o administrador terá responsabilidade ilimitada por suas obrigações.
- pode adotar firma ou denominação (arts. 1090 e 1161, C.C.)
- Firma = pode aproveitar apenas o nome civil dos diretores com responsabilidade ilimitada. (& Cia)
- Denominação = exige-se a referência ao objeto social.
- Será obrigatória, em qualquer caso, identificar o tipo societário: “comandita por ações”.
	- Ex: “Antonio Silva e Companhia, Comandita por Ações”; “Alvorada Livros Técnicos C.A.”; “Comandita por Ações Silva, Pereira & Cia”.
 
*EIRELI
Pode adotar firma ou denominação
Deve ter ao final do nome a partícula EIRELI
Recuperação judicial
- Empresa que teve sua Recuperação Judicial concedida deve acrescentar ao nome, em todos os atos, contratos e documentos, a expressão “em Recuperação Judicial”
Lei de Falências: 
Art. 69. Em todos os atos, contratos e documentos firmados pelo devedor sujeito ao procedimento de recuperação judicial deverá ser acrescida, após o nome empresarial, a expressão "em Recuperação Judicial".
        Parágrafo único. O juiz determinará ao Registro Público de Empresas a anotação da recuperação judicial no registro correspondente
ME E EPP
- Empresário pessoa física ou jurídica que se registrar como microempresário ou empresário de pequeno porte terá acrescido ao seu nome a locução (ME ou EPP)
Lei complementar 123/2006: 
Art. 72.  As microempresas e as empresas de pequeno porte, nos termos da legislação civil, acrescentarão à sua firma ou denominação as expressões "Microempresa" ou "Empresa de Pequeno Porte", ou suas respectivas abreviações, "ME" ou "EPP", conforme o caso, sendo facultativa a inclusão do objeto da sociedade. 
PRINCÍPIOS QUE DEVEM SER OBSERVADOS PARA A ELABORAÇÃO DO NOME
 *princípio da veracidade e da novidade (Art. 34, LRE, Lei nº 8.934/94):
 	Art. 34. O nome empresarial obedecerá aos princípios da veracidade e da novidade.
VERACIDADE:- É proibido ao empresário utilizar, no nome empresarial, elementos estranhos ao nome civil da pessoa física (empresário individual) ou dos sócios (sociedade)
	- Não se aplica integralmente à sociedade anônima = pode usar o nome do fundador ou pessoa que tenha concorrido para o êxito da empresa.
Princípio da novidade
IN 15/2013
Art. 6º Observado o princípio da novidade, não poderão coexistir, na mesma unidade federativa, dois nomes empresariais idênticos ou semelhantes.
Código Civil:
	Art. 1.163. O nome de empresário deve distinguir-se de qualquer outro já inscrito no mesmo registro.
Parágrafo único. Se o empresário tivernome idêntico ao de outros já inscritos, deverá acrescentar designação que o distinga.
Para verificar essa semelhança, desprezam-se as partículas do tipo societário.
- Deve ser analisado o núcleo do nome empresarial: 
	= a expressão própria de seu titular
	= o que o torna conhecido
a) Alvorada – Comércio e Indústria Ltda
b) Primavera – Comércio e Indústria Ltda
c) Companhia Exportadora e Importadora Primavera
A e B são nomes empresariais diferentes
B e C possuem expressão idêntica = PRIMAVERA
O “B” terá direito de obrigar o titular de “C” a abster-se de fazer o uso dele.
IN 15/2013
Ocorre identidade se os nomes são homógrafos (=MESMA GRAFIA)
e semelhança se homófonos (MESMA FONIA)
 Lei nº 8934/ 94:
	Art. 35. Não podem ser arquivados:
 	V - os atos de empresas mercantis com nome idêntico ou semelhante a outro já existente
Obs: O registro do Comércio adota esse entendimento de restringir ao núcleo do nome empresarial a análise da identificação ou semelhança apenas quando se trata de denominação com expressões incomuns.
Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE ABSTENÇÃO DE USO DE MARCA. PROCEDÊNCIA. HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS. DIMINUIÇÃO. Autora que detém registro anterior do nome empresarial da pessoa jurídica contendo a denominação "azulplast", bem como o registro da marca no INPI. Ré que deve se abster de utilizar o nome "Azul Plast" bem como proceder a alteração de sua razão social, uma vez que a abertura de sua inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica é posterior a da autora. 
Empresas que atuam em ramos produtivos e comercias similares, sendo que a utilização do mesmo nome é capaz de causar confusão ao consumidor. Sentença reformada apenas para determinar a diminuição dos honorários advocatícios sucumbenciais do advogado da autora, por exagerados os fixados. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. UNÂNIME. (Apelação Cível Nº 70019712140, Décima Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Nelson José Gonzaga, Julgado em 28/07/2011)
No campo do direito penal, a lei define a usurpação de nome empresarial como crime de concorrência desleal (LPI, nº 9279/96, art. 195, V)
PERDAS E DANOS
 Lei nº 9279/96
Art. 209. Fica ressalvado ao prejudicado o direito de haver perdas e danos em ressarcimento de prejuízos causados por atos de violação de direitos de propriedade industrial e atos de concorrência desleal não previstos nesta Lei, tendentes a prejudicar a reputação ou os negócios alheios, a criar confusão entre estabelecimentos comerciais, industriais ou prestadores de serviço, ou entre os produtos e serviços postos no comércio.
Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. PROPRIEDADE INDUSTRIAL E INTELECTUAL. IDENTIDADE ENTRE MARCA E NOME EMPRESARIAL. AUSÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO PELA AUTORA DE CONFUSÃO OU CONCORRÊNCIA DESLEAL ENTRE AS EMPRESAS. PRECENTES DO STJ E DESTA CORTE. SENTENÇA MANTIDA. Apelo desprovido. (Apelação Cível Nº 70063016281, Sexta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Elisa Carpim Corrêa, Julgado em 24/09/2015)
ALTERAÇÃO DO NOME EMPRESARIAL
A) O nome empresarial pode ser alterado voluntariamente pelo empresário. = só depende da vontade do empresário
	- deve seguir as regras vistas anteriormente
	- no caso de sociedade = depende da vontade dos sócios que detenham participação do capital social que lhe assegure o direito de alterar o contrato social.
B) Independentemente da vontade do empresário:
	- Trata-se de alteração obrigatória ou vinculada.
- Causas de alteração obrigatória:
B.1) saída, retirada, exclusão ou morte de sócio cujo nome civil constava da firma social
	- nesse caso: enquanto não se fizer a alteração, o ex-sócio, ou o espólio, continua a responder pelas obrigações sociais nas mesmas condições em que respondia quando ainda integrava o quadro associativo
	- C.C., arts. 1.158, § 1º, e 1.165
Obs: sociedade de parentes com o mesmo sobrenome, não precisa haver alteração em caso de óbito, só se o falecido deixar manifestação expressa em contrário.
	- se falecer ou se retirar o sócio fundador de S.A., seu nome pode continuar sendo usado, desde que ele não se oponha.
B.2) alteração da categoria de sócio, quanto à sua responsabilidade pelas obrigações, se o nome civil dele integrava o nome empresarial
	- ex: sócio comanditado passa a ser comanditário.
	- até que se altere esse nome, o sócio continuará a responder pelas obrigações sociais da categoria anterior (parágrafo único do art. 1.157, C.C.)
B.3) alienação do estabelecimento por ato entre vivos
	- Art. 1164, C.C.: O nome empresarial não pode ser objeto de alienação.
Parágrafo único. O adquirente de estabelecimento, por ato entre vivos, pode, se o contrato o permitir, usar o nome do alienante, precedido do seu próprio, com a qualificação de sucessor.
Outras causas de mudança compulsória da firma ou denominação:
a) Transformação: alteração do tipo societário. Ex: de limitada para S.A.
a empresa deverá observar as regras para a formação do nome da nova sociedade.
b) Lesão a direito de outro empresário:
- pela proteção ao nome empresarial: o empresário estará obrigado a alterar o nome empresarial sempre que lesar direito de outro exercente de atividade empresarial, sob pena de alteração coercitiva e responsabilização por perdas e danos.
Prepostos
PREPOSTO
Conceito: “o preposto é aquele que, com ou sem poderes de representação, dirige ou pratica negócio empresarial por incumbência de outrem, que é o preponente (empresário ou sociedade), responsável por todos os atos praticados pelo preposto no estabelecimento, dentre de suas atribuições”. (Maria Helena Diniz, Código Civil Anotado, 15ª edição, p. 801)
CÓDIGO CIVIL
Art. 1.169 a 1.178 do C.C.
Os atos praticados pelos prepostos no estabelecimento obrigam o preponente (art. 1178, C.C.).
O preposto não pode fazer concorrência com o seu preponente.
Pode responder por perdas e danos.
 Gerente
art. 1172, C.C
- aquele preposto permanente no exercício da empresa
- É funcionário com poderes de chefia, encarregado da organização do trabalho de certo estabelecimento.
O contabilista 
 	Art. 1.177, C.C.
- é o responsável pela escrituração dos livros do empresário (art. 1.182, C.C.)
- As grades empresas normalmente contratam um contabilista como funcionário.
- Já as pequenas e médias, o contador é profissional que possui contrato de prestação de serviços com o empresário.
Observação:
gerente = função facultativa
Pode ser qualquer funcionário escolhido pelo empresário
contabilista = contratação obrigatória 
apenas profissionais inscritos no órgão profissional)
LIVROS EMPRESARIAIS
1. OBRIGAÇÕES COMUNS A TODOS OS EMPRESÁRIOS 
 	São as seguintes : 
 a)Registrar-se na Junta Comercial (CC, art. 967, c.c. art. 1.181);
 b)Escriturar regularmente os livros obrigatórios (CC, art.1.179);
 c)Levantar balanço patrimonial e de resultado econômico a cada ano (CC, art. 1.179);
 d) Conservar em boa guarda toda a escrituração e demais documentos de sua atividade, enquanto não ocorrer a prescrição ou decadência referente aos atos neles consignados (CC, art. 1.194).
Importante: o empresário não é diretamente punido pela inexistência dos livros. Mas, caso decretada sua falência, estará configurado o delito previsto no art. 178 da Lei de Falências.
2. SISTEMAS
O empresário tem a faculdade de manter sistema contábil mecanizado ou não (CC, arts. 1.179 e 1.180;
A Instrução Normativa nº 11/2013 (DREI) admite que a escrituração seja feita mediante a utilização de um dos seguintes sistemas:
Art. 2º São instrumentos de escrituração dos empresários e das sociedades empresárias:
 I - livros, em papel;
 I - conjunto de fichas avulsas (art.1.180 – CC/2002);
 III - conjunto de fichas ou folhas contínuas (art.1.180 – CC/2002);
 IV - livros em microfichas geradas através de microfilmagem de saída direta do computador(COM);
 V - livros digitais. 
Parágrafo único. O empresário ou a sociedade empresária que adotar o sistema de fichas de lançamentos poderá substituir o livro Diário pelo livro Balancetes Diários e Balanços,observadas as mesmas formalidades extrínsecas exigidas para aquele (art. 1.185 – CC/2002).
3. LIVROS EMPRESARIAIS
Livros empresariais são aqueles cuja escrituração é obrigatória ou facultativa ao empresário, em virtude da legislação comercial;
 Além dos livros empresariais, o empresário é obrigado a escriturar outros livros por força de legislação tributária, trabalhista e previdenciária; 
 Obs: a lei determina quais são os livros que obrigatoriamente devem ser utilizados, deixando a critério do empresário a adoção de outros livros facultativos;
 Logo, os livros empresariais são obrigatórios ou facultativos.
3.1 	LIVROS OBRIGATÓRIOS = COMUNS OU ESPECIAIS
3.1.1 LIVROS OBRIGATÓRIOS COMUNS:
	O CC, art. 1.180 determina ser obrigatório o livro Diário. Independentemente de sua atividade ou conformação jurídica. Somente a escrituração deste livro é obrigatória a todos os empresários;
  	É no livro Diário, encadernado com folhas numeradas seguidamente, que serão lançados, dia a dia, com individuação, clareza e caracterização do documento respectivo, os atos ou operações da atividade empresarial, que modifiquem ou que possam modificar a situação patrimonial do empresário (art. 1.184).
3.1.2 LIVROS OBRIGATÓRIOS ESPECIAIS
A obrigatoriedade desses livros se prende às particularidades da atividade desenvolvida pelo empresário;
 Exemplos:
  	A Lei das Sociedades por Ações (Lei 6.404/76), art. 100, prevê uma relação de livros cuja escrituração é obrigatória para as S/A:
 Registro de Ações Nominativas;
Transferências de Ações Nominativas;
Atas de Assembléias Gerais;
 
3.3 LIVROS FACULTATIVOS
É permitida ao empresário a criação de tantos livros quantos se fizerem necessários ao seu gerenciamento;
 
 	Esses livros poderão ser submetidos à autenticação, a critério do empresário (CC, art. 1.181, parágrafo único)
 
 	Os mais usados: Caixa e o Conta Corrente.
3.4 LIVROS DO MICROEMPRESÁRIO E EMPRESÁRIO DE PEQUENO PORTE
*Lei Complementar 123/2006
 Art. 26. As microempresas e empresas de pequeno porte optantes pelo Simples Nacional ficam obrigadas a:
 I - emitir documento fiscal de venda ou prestação de serviço, de acordo com instruções expedidas pelo Comitê Gestor;
 II - manter em boa ordem e guarda os documentos que fundamentaram a apuração dos impostos e contribuições devidos e o cumprimento das obrigações acessórias a que se refere o art. 25 desta Lei Complementar enquanto não decorrido o prazo decadencial e não prescritas eventuais ações que lhes sejam pertinentes.
 § 2º As demais microempresas e as empresas de pequeno porte, além do disposto nos incisos I e II do caput deste artigo, deverão, ainda, manter o livro-caixa em que será escriturada sua movimentação financeira e bancária.
Art. 27.  As microempresas e empresas de pequeno porte optantes pelo Simples Nacional poderão, opcionalmente, adotar contabilidade simplificada para os registros e controles das operações realizadas, conforme regulamentação do Comitê Gestor.
*Exclusão do SIMPLES
 Art. 28. A exclusão do Simples Nacional será feita de ofício ou mediante comunicação das empresas optantes.
  	Art. 29. A exclusão de ofício das empresas optantes pelo Simples Nacional dar-se-á quando:
  	VIII - houver falta de escrituração do livro-caixa ou não permitir a identificação da movimentação financeira, inclusive bancária;
Microempresário Individual -MEI
 	Único que estaria dispensado da escrituração, conforme art. 970 e 1.179, § 2º, do C.C. e art. 68 da Lei Comp. 123/2006.
 Obs: De qualquer sorte, somente com uma contabilidade bem feita e atualizada o empresário dispõe de todos os instrumentos gerenciais para o desenvolvimento de sua empresa. (Coelho, Manual, ..., 25ª. Ed, p. 70.)
4. REGULARIDADE NA ESCRITURAÇÃO
Um livro empresarial deve atender dois requisitos:
Intrínsecos: dizem respeito à técnica contábil, definida pelo CC, art. 1.183 (a escrituração será feita em idioma e moeda corrente nacionais e em forma contábil, por ordem cronológica de dia, mês e ano, sem intervalos em branco, nem entrelinhas, borrões, rasuras, emendas ou transportes para as margens). A correção de erros só pode ser feita por meio de estornos.
Extrínsecos: o livro deverá conter termos de abertura e de encerramento e deverá estar autenticado pela Junta (CC, art. 1.181). São requisitos indispensáveis.
 Importante: para fins penais (CP, art. 297, § 2º), os livros empresariais se equiparam ao documento público. Assim, um livro empresarial falsificado sujeitará o empresário à pena mais grave que a reservada para o crime de falsificação de documentos administrativos não-contábeis, além de perder a eficácia probatória que lhe é própria.
5. CONSEQUÊNCIAS DA IRREGULARIDADE NA ESCRITURAÇÃO
Consequências no campo civil e penal:
*Civil: o empresário não poderá valer-se da eficácia probatória que o CPC concede aos livros empresariais (art. 418); caso seja requerida a exibição de livro obrigatório contra o empresário e ele não o possuindo ou possuindo-o de forma irregular, presumir-se-ão verdadeiros os fatos relatados pelo requerente, acerca dos quais fariam prova os livros em questão (art. 417).
CPC:
Art. 418.  Os livros empresariais que preencham os requisitos exigidos por lei provam a favor de seu autor no litígio entre empresários. 
Art. 417.  Os livros empresariais provam contra seu autor, sendo lícito ao empresário, todavia, demonstrar, por todos os meios permitidos em direito, que os lançamentos não correspondem à verdade dos fatos.
*Penal: vindo a falir o empresário ou sociedade empresária, a ausência ou irregularidade na escrituração de livro obrigatório constituirá crime falimentar (LF, art. 178).
Lei 11.101/05: Art. 178. Deixar de elaborar, escriturar ou autenticar, antes ou depois da sentença que decretar a falência, conceder a recuperação judicial ou homologar o plano de recuperação extrajudicial, os documentos de escrituração contábil obrigatórios:
        Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa, se o fato não constitui crime mais grave.
6. EXIBIÇÃO JUDICIAL E EFICÁCIA PROBATÓRIA DOS LIVROS
Os livros empresariais gozam, em tese, da proteção do princípio do sigilo (CC, art. 1.190). Por essa razão, os livros só podem ser exibidos em juízo em determinadas hipóteses da lei; parcialmente ou totalmente.
C.C.: Art. 1.190. Ressalvados os casos previstos em lei, nenhuma autoridade, juiz ou tribunal, sob qualquer pretexto, poderá fazer ou ordenar diligência para verificar se o empresário ou a sociedade empresária observam, ou não, em seus livros e fichas, as formalidades prescritas em lei.
Exibição total: dar-se-á por determinação do juiz ou a requerimento das partes em ações específicas, como questões relativas a sucessão; comunhão ou sociedade; administração ou gestão à conta de outrem e falência. (art. 1191, CC)
Art. 1.191. O juiz só poderá autorizar a exibição integral dos livros e papéis de escrituração quando necessária para resolver questões relativas a sucessão, comunhão ou sociedade, administração ou gestão à conta de outrem, ou em caso de falência.
Exibição parcial: garante-se o princípio do sigilo. Forma: extrai-se o resumo do tema que interessa ao juízo e a restituição do livro ao empresário é imediata; (art. 1191, § 1º, CC).
Art. 1191, § 1o O juiz ou tribunal que conhecer de medida cautelar ou de ação pode, a requerimento ou de ofício, ordenar que os livros de qualquer das partes, ou de ambas, sejam examinados na presença do empresário ou da sociedade empresária a que pertencerem, ou de pessoas por estes nomeadas, para deles se extrair o que interessar à questão.
Observação – CPC:
Art. 420.  O juiz pode ordenar, a requerimento da parte, a exibição integral dos livros empresariais e dos documentos do arquivo:
I - na liquidação de sociedade;
II - na sucessão por morte de sócio;
III - quando e como determinar a lei.
Art. 421.  O juiz pode, de ofício, ordenar à parte a exibição parcial dos livros e dos documentos, extraindo-se deles a suma que interessar ao litígio, bem como reproduções autenticadas.O princípio do sigilo não libera o empresário de exibir o livro a certas autoridades (CC, art. 1.193). O Código Tributário Nacional, art. 195, e a Lei 8.212/91, art. 33, § 1º autorizam a exibição dos livros aos fiscais federais, estaduais e da Seguridade Social.;
 Em se tratando de livro obrigatório, o empresário não poderá recusar a exibir o livro, pois tem o dever legal de tê-lo consigo.
7. BALANÇOS ANUAIS
A obrigação de levantar balanços anuais é imposta a todos os empresários (CC, art. 1.179, parte final).
 São dois balanços: 
 Patrimonial: demonstrando o ativo e passivo; compreende todos os bens, créditos e débitos;
 Resultado econômico: demonstrando a conta dos lucros e perdas;
Obs: Sobre a ME e EPP:
 	A Lei Complementar 123/2006, que revogou a Lei 9317/96, é omissa quanto à obrigatoriedade da apresentação de balanços, que a lei antiga dispensava.
	Mas para participar de licitações, os balanços podem ser exigidos pela Administração Pública.

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