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1. PUNIBILIDADE E SUA EXTINÇÃO (1)

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Apresentação
Professor Luiz Hallváss
Promotor de Justiça em Curitiba
Especialista e Mestre em Direito
PUNIBILIDADE E AS CAUSAS DE SUA EXTINÇÃO
Com este tópico completamos o estudo do conceito
operacional de delito, acrescentando mais uma etapa, que é
sua consequência: a punibilidade.
CONCEITO OPERACIONAL DE DELITO, NO QUAL
ESTUDAMOS
A TIPICIDADE DA CONDUTA
A ILICITUDE DA CONDUTA
A CULPABILIDADE DO AGENTE
___________________________________
CONSEQUÊNCIA: A PUNIBILIDADE
A PUNIBILIDADE
1. Praticado um delito, nasce automaticamente a punibilidade,
compreendida como a possibilidade jurídica do Estado impor uma sanção
penal ao responsável pela infração penal (seja ele autor, coautor ou
partícipe).
2. A punibilidade é uma consequência da infração penal.
3. É importante diferenciar que a punibilidade se consubstancia em duas
pretensões do Estado, conforme exista ou não uma decisão condenatória
transitada em julgado em relação a determinado sujeito:
a) punibilidade como pretensão punitiva: não existe ainda
condenação, ou se existe ainda não fez coisa julgada;
b) punibilidade como pretensão executória: existe condenação
com coisa julgada.
CAUSAS DE EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE
1. O direito de punir não é absoluto.
2. O legislador, estabelece uma série de causas subsequentes ao
fato criminoso que extinguem essa punibilidade, impossibilitando a
imposição da pena e a ocorrência dos efeitos de uma condenação.
3. O art. 107 do Código Penal enumera algumas causas dessa
natureza, que serão a seguir estudadas.
3.1. Esse rol do art. 107 do CP, entretanto, não é taxativo, pois
existem várias outras causas extintivas da punibilidade descritas na
Parte Especial do Código e em outras leis penais.
Exemplos, entre outros:
a) a reparação do dano, no peculato culposo,
efetivada antes do trânsito em julgado da sentença condenatória
acarreta a extinção da punibilidade (CP, art. 312, § 3.°), ou
b) o cumprimento integral do acordo de leniência,
relativamente aos crimes contra a ordem económica tipificados na
Lei 8.137/1990 (Lei 12.529/2011, art. 87, parágrafo único).
3.2. Nada impede inclusive a construção de causas supralegais de
extinção da punibilidade (não previstas em lei) como a que decorre
da Súmula 554 do Supremo Tribunal Federal:
“O pagamento de cheque emitido sem provisão de fundos,
após o recebimento da denúncia, não obsta ao prosseguimento da
ação penal”
(em senso contrário, o pagamento antes do
recebimento da denúncia acarreta a extinção da punibilidade).
MOMENTO DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE:
1. Algumas causas de extinção da punibilidade ocorrem
somente antes do trânsito em julgado (como a renúncia do
direito de queixa).
2. Outras causas de extinção da punibilidade ocorrem
somente depois do trânsito em julgado da sentença penal
condenatória, como término do período de prova, sem
revogação, do livramento condicional.
3. Finalmente algumas causas podem ocorrem tanto antes
como depois do trânsito em julgado, como a morte do agente,
ou a prescrição.
4. O reconhecimento de uma causa extintiva da punibilidade é
matéria de ordem pública e, por isso, pode ser decretada em
qualquer fase do inquérito ou da ação penal e em qualquer grau de
jurisdição, de ofício ou em razão de provocação das partes (art. 61
do CPP).
5. Somente o juiz pode decretar a extinção da punibilidade.
EFEITOS DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE
1. Toda condenação definitiva acarreta diversos efeitos (previstos principalmente
nos artigos 91 e 92 do CP), que podem ser alcançados pela extinção da
punibilidade.
2. Assim, por exemplo, a pena é a consequência jurídica direta e imediata da
sentença penal condenatória (seja privativa de liberdade, restritiva de direitos ou
multa).
3. Além da pena, a sentença condenatória produz outros tantos efeitos, ditos 
secundários ou acessórios:
a) de natureza penal (como a reincidência, caso pratique novo fato 
criminoso após a condenação) e 
b) efeitos secundários de natureza extrapenal (como a obrigação de 
indenizar o dano causado pelo crime).
4. As causas de extinção da punibilidade que atingem a pretensão punitiva (ou
seja, quando ainda não há trânsito em julgado) eliminam todos os efeitos penais
de eventual sentença condenatória já proferida. Assim, essa sentença sem trânsito
em julgado não serve como pressuposto da reincidência, nem pode ser usada
como título executivo judicial na área cível.
4.1. Por sua vez, as causas extintivas que afetam a pretensão executória (ou seja,
quando há trânsito em julgado da condenação), como regra geral, apagam
unicamente o efeito principal da condenação, é dizer, a pena, subsistindo os
efeitos secundários da sentença condenatória: pressuposto da reincidência e
constituição de título executivo judicial no campo civil.
EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE E SEU REFLEXO NOS
CRIMES CONEXOS, E ACESSÓRIOS
Estabelece o art. 108 do Código Penal:
“A extinção da punibilidade de crime que é
pressuposto, elemento constitutivo ou circunstância agravante
de outro não se estende a este. Nos crimes conexos, a
extinção da punibilidade de um deles não impede, quanto aos
outros, a agravação da pena resultante da conexão”.
1. Crime acessório é aquele cuja existência depende da
prática anterior de outro crime, chamado de principal.
A extinção da punibilidade do crime principal não se
estende ao crime acessório.
Exemplo: a lavagem de dinheiro (Lei 9.613/1998, art.
1°) será punível mesmo com a extinção da punibilidade da
infração penal que permitiu a sua prática.
2. Crime conexo é o praticado para assegurar a execução, a
ocultação, a impunidade ou a vantagem de outro crime.
É o que se dá com o indivíduo que, para vender
drogas, mata um policial que o investigava. A ele serão
imputados os crimes de homicídio qualificado pela conexão
(CP, art. 121, § 2.°, V) em concurso material com o tráfico de
drogas (Lei 11.343/2006, art. 33).
Neste exemplo, de acordo com o art. 108 do Código
Penal, ainda que ocorra a prescrição do tráfico de drogas
(acarretando a extinção da punibilidade em relação a este
crime), subsiste, no tocante ao homicídio, a qualificadora da
conexão.
CAUSAS DE EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE PREVISTAS NO
ART. 107 DO CP
Art. 107 - Extingue-se a punibilidade:
I - pela morte do agente;
II - pela anistia, graça ou indulto;
III - pela retroatividade de lei que não mais considera o
fato como criminoso;
IV - pela prescrição (1º), decadência (2º) ou perempção
(3º);
V - pela renúncia do direito de queixa (1º) ou pelo
perdão aceito, nos crimes de ação privada (2º);
VI - pela retratação do agente, nos casos em que a lei
a admite;
VII - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)
VIII - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)
IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei.
1. MORTE DO AGENTE
Art. 107, I do CP
Extingue-se a punibilidade pela morte do agente (art. 107, I, do CP). Essa
opção legislativa tem dois fundamentos:
(1) o princípio da personalidade da pena: a pena não pode passar
da pessoa do condenado (CF, art.5.°, XLV, 1ª parte); e
(2) o brocardo de justiça pelo qual a morte tudo apaga (mors
omnia solvit)
2. É evidente que esta causa extintiva pode se verificar a qualquer
momento: antes ou durante a ação penal, bem como após a condenação
definitiva.
3. Devido ao seu caráter pessoal, é incomunicável aos comparsas no caso
de concurso de agentes.
3.1. Assim, ainda que morra o autor direto do crime, continuam puníveis os
partícipes.
4. De acordo com o art. 62 do Código de Processo Penal, o juiz só
pode decretar a extinção da punibilidade à vista de certidão de
óbito original juntada aos autos e depois de ouvido o MinistérioPúblico.
Extinção da punibilidade decretada em razão de certidão de
óbito falsa
Discute-se o que pode ser feito se, com fundamento em certidão de
óbito falsa, foi declarada a extinção da punibilidade.
Surgiram dois posicionamentos distintos:
1ª posição: o réu pode ser processado somente pelo crime de falso,
pois o ordenamento jurídico brasileiro não contempla a revisão
criminal pro societate. É a posição dominante em sede doutrinária;
2° posição: poderá haver revogação da decisão judicial, pois a
declaração com falso fundamento não faria coisa julgada em
sentido estrito. Em verdade, trata-se de decisão judicial inexistente,
inidônea a produzir os efeitos inerentes à autoridade da coisa
julgada. Se não bastasse, o sujeito não pode ser beneficiado pela
sua própria torpeza, e a formalidade não há de ser levada ao ponto
de tornar imutável uma decisão lastreada em uma falsidade. É a
posição do Supremo Tribunal Federal e também do Superior
Tribunal de Justiça.
EFEITOS DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE PELA MORTE
1. Em razão da morte do agente, extinguem-se todos os
efeitos penais da sentença condenatória (principais e secundários),
permanecendo os extrapenais (a decisão definitiva, por exemplo,
conserva a qualidade de título executivo judicial).
2. Nesse sentido, a Constituição Federal, em seu art. 5º,
XLV, dispõe que a obrigação de reparar o dano e a decretação do
perdimento de bens poderão, nos termos da lei, ser estendidas aos
sucessores e contra eles executadas, até os limites da herança.
2. ANISTIA, GRAÇA E INDULTO
Art. 107 - Extingue-se a punibilidade:
II - pela anistia, graça ou indulto;
A Anistia, a Graça (indulto individual) e o Indulto (indulto coletivo)
são institutos que concedem clemência ou indulgência estatal por
razões de política criminal.
Podem alcançar crimes de ação pública ou privada, já que, nestes,
o direito de punir é ainda do Estado - apenas a iniciativa da ação
penal é transferida ao ofendido.
ANISTIA - DEPENDE DE LEI
Anistia é a exclusão, por lei ordinária com efeitos retroativos, de um
ou mais fatos criminosos do campo de incidência do Direito Penal.
A anistia refere​-se a fatos passados e não a indivíduos (embora
possam ser impostas condições específicas ao réu ou condenado),
como por exemplo, crimes militares de motim e insubordinação,
praticado durante movimento reivindicatório por policiais militares e
bombeiros de certo Estado.
COMPETÊNCIA
1. A anistia é concedida por lei ordinária editada pelo Congresso
Nacional (art. 46, inciso VIII, CF), e sancionada pelo executivo federal, por
razões de clemência e de política criminal.
1.1. A iniciativa do projeto de lei visando a concessão de anistia é
livre, ao contrário do que ocorria na Constituição anterior, em que o art. 57,
VI, reservava a iniciativa ao Presidente da República quando se tratasse
de crimes políticos.
2. Com a entrada em vigor da lei que concede a anistia, se for
concedida antes da sentença condenatória definitiva, caberá ao juízo por
onde tramitar a ação declarar a extinção da punibilidade.
2.1. Se, todavia, a anistia for concedida depois da sentença
condenatória definitiva cabe ao juízo das execuções, de ofício ou em
razão de requerimento do Ministério Público ou do interessado, declara​-la
(sempre verificando se o texto legal se aplica para aquele fato concreto -
art. 187 da LEP).
CLASSIFICAÇÃO DA ANISTIA
a) própria: quando concedida antes da condenação;
b) imprópria: quando concedida após o trânsito em julgado da
condenação.
c) plena, geral ou irrestrita: quando aplicável a determinado fato,
sem qualquer ressalva;
d) parcial ou restrita: quando, mencionando fatos, contenha
exceções quanto ao seu alcance.
e) incondicionada: quando independe de qualquer ato do
beneficiado;
f) condicionada: quando a extinção da punibilidade depende da
realização de algum ato por parte dos autores da infração, como
um pedido público de desculpas ou a reparação dos prejuízos
causados pelo crime.
g) anistia especial: cuida​-se da anistia relacionada a crimes
políticos;
h) anistia comum: diz respeito aos demais ilícitos penais.
EFEITOS DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE PELA ANISTIA
A anistia tem efeitos ex tunc, isto é, para o passado, apagando
todos os efeitos penais.
Rescinde até mesmo a condenação. Portanto, se no futuro o
agente praticar nova infração penal, não será atingido pela
reincidência, em face da ausência do seu pressuposto.
Permanecem íntegros, entretanto, os efeitos civis da sentença
condenatória, que, por esse motivo, subsiste como título executivo
judicial no campo civil.
INDULTO INDIVIDUAL (GRAÇA) E INDULTO COLETIVO
1. O indulto individual (graça) e o indulto coletivo são concedidos
pelo Presidente da República, via decreto presidencial (art. 84, XII,
CF/88 – que é um ato administrativo) , podendo ser delegada a
atribuição a Ministro de Estado, ao Procurador Geral da República
ou ao Advogado Geral da União.
2. Os institutos se diferenciam porque a graça é individual e deve
ser requerida pela parte interessada, enquanto o indulto é coletivo e
concedido espontaneamente pelo Presidente da República ou
pelas autoridades que dele receberam delegação.
3. O indulto presidencial costuma ser concedido na época do Natal.
CLASSIFICAÇÃO DO INDULTO INDIVIDUAL (GRAÇA) E
COLETIVO
a) totais (quando extinguem a punibilidade);
O decreto presidencial que prevê, por exemplo, a extinção
da pena dos condenados por crimes de roubo ou extorsão, que já
tenham cumprido 3/4 da pena, constitui hipótese de indulto total.
b) parciais (quando apenas reduzem a pena).
Já o indulto parcial consiste na comutação (atenuação) da
pena após a condenação.
c) incondicionado: quando a graça e o indulto independem de
qualquer ato do beneficiado;
d) condicionados: quando a extinção da punibilidade pela graça ou
indulto dependem da realização de algum ato por parte do autor da
infração, como a prévia reparação dos prejuízos causados pelo
crime.
e) graça ou indulto irrestrito: quando atinge pessoas em
determinadas condições gerais, sem exigências específicas (além
das hipóteses de proibição constitucional e legal).
f) restrito: quando além das restrições legais e constitucionais
contem outras restrições, de acordo com o poder discricionário do
Presidente da República.
Assim, é possível, por exemplo, que, ao conceder indulto
aos criminosos que já tenham cumprido determinado montante da
pena, o decreto presidencial obste o benefício se a vítima do delito
for criança ou idoso.
DIFERENÇAS ENTRE GRAÇA E INDULTO
1. GRAÇA
 Benefício individual, com destinatário certo.
 Depende de provocação do interessado.
2. INDULTO
 Benefício coletivo, sem destinatário certo.
 Não depende de provocação do interessado.
EFEITOS DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE EM RAZÃO DO
INDULTO INDIVIDUAL (GRAÇA) OU COLETIVO
A graça e o indulto:
✓ pressupõem a existência de uma sentença penal condenatória
transitada em julgado;
✓ atingem somente a pena;
✓ subsistem os efeitos penais secundários e os efeitos
extrapenais.
PROCEDIMENTOS PARA AS MODALIDADES DE INDULTO
1. A concessão da graça, que é sempre individual, deve ser
solicitada, nos termos do art. 188 da Lei de Execuções Penais.
1.1. A iniciativa do requerimento pode ser:
a) do próprio condenado;
b) do Ministério Público;
c) do Conselho Penitenciário;
d) ou da autoridade administrativa responsável pelo
estabelecimento onde a pena é cumprida.
2. Em seguida, os autos contendo a petição irão com vistas ao
Conselho Penitenciário para parecer, caso este não tenha sido o
responsável pelo requerimento (art. 189 da LEP).
3. Na sequência, os autos são encaminhadosao Ministério da
Justiça, que submeterá a decisão ao Presidente da República (ou a
alguma das autoridades a quem ele tenha delegado a função).
4. Concedida a graça, o juiz, após determinar a juntada de cópia do
decreto aos autos de execução, decretará a extinção da
punibilidade ou reduzirá a pena (graça parcial), após a oitiva do
Ministério Público e da defesa (art. 112, § 2º, da LEP).
PROCEDIMENTO PARA O INDULTO COLETIVO
1. O indulto coletivo é concedido espontaneamente por
decreto presidencial, não havendo, portanto, necessidade de
provocação.
2. Em geral, o decreto vincula o benefício ao preenchimento
de determinadas condições de caráter subjetivo (como a
primariedade e bons antecedentes) e objetivo (como o
cumprimento de determinado montante da pena ou que se trate de
crime cometido sem violência, etc.).
3. De acordo com o art. 193 da Lei de Execuções Penais, se o
sentenciado for beneficiado por indulto coletivo, o juiz, de ofício, a
requerimento do interessado, do Ministério Público, ou por iniciativa
do Conselho Penitenciário ou da autoridade administrativa, anexará
aos autos da execução cópia do decreto e declarará a extinção da
pena ou procederá à comutação nos moldes determinados pela
Presidência da República, ouvidos previamente o Ministério Público
e a defesa (art. 112, § 2º, da LEP).
CRIMES INSUCETÍVEIS DE ANISTIA, GRAÇA E INDULTO
A anistia, a graça e o indulto podem alcançar todas as espécies de
infração penal (políticas, comuns ou militares), exceto aquelas em
relação às quais exista vedação expressa prevista na Constitução
Federal ou em leis.
VEDAÇÃO CONSTITUCIONAL
Assim, de acordo com o art. 5º, XLIII, da Constituição
Federal, são insuscetíveis de anistia e graça:
a) os crimes de tortura;
b) terrorismo;
c) o tráfico de drogas;
d) e os definidos em lei como hediondos.
VEDAÇÃO NA LEI DOS CRIMES HEDIONDOS
1. A regra constitucional foi repetida no art. 2º, inciso I, da
Lei nº. 8.072/90, que, além disso, acrescentou em relação a todos
esses crimes a vedação quanto ao indulto.
2. Houve, em razão disso, discussão em torno da
constitucionalidade da proibição ao indulto, por não constar esta
proibição expressamente do texto da Carta Magna, tendo, porém,
prevalecido o entendimento de que a palavra “graça” no texto da
Constituição foi utilizada em sentido amplo, no sentido de
clemência do Estado em relação a pessoas, englobando, por isso,
o indulto.
VEDAÇÃO NA LEI DE DROGAS
Com a aprovação da nova Lei de Drogas, o legislador
repetiu a vedação da anistia, da graça e do indulto ao crime de
tráfico de drogas, conforme se verifica no art. 44, caput, da Lei nº.
11.343/2006.
VEDAÇÃO NA LEI DE TORTURA
1. Por fim, o art. 1º, § 6º, da Lei n. 9.455/97 (posterior à Lei
dos Crimes Hediondos), menciona, em relação ao crime de tortura,
vedação somente quanto à anistia e à graça, nada mencionando a
respeito de vedação ao indulto.
2. Apesar disso, como se entendeu, conforme explicado
acima, que a palavra “graça” no texto constitucional abrange
também o indulto, este continua vedado para os crimes de tortura.
RESUMO ANISTIA, INDULTO INDIVIDUAL (GRAÇA) E INDULTO
COLETIVO
1. Anistia
✓ Exige lei do Congresso Nacional;
✓ Pode ser concedida antes da condenação;
✓ Extingue todos os efeitos penais.
✓ Não pode ser concedida anistia aos crimes de tortura, terrorismo,
tráfico de drogas e aos definidos em lei como hediondos.
2. Indulto Individual (Graça) e Indulto Coletivo
✓ Depende de Decreto Presidencial;
✓ Pressupõe condenação definitiva;
✓ Extingue somente o efeito executório (o cumprimento da pena),
mantidos os demais efeitos penais e extrapenais.
✓ Não pode ser concedida graça ou indulto aos crimes de tortura,
terrorismo, tráfico de drogas e aos definidos em lei como hediondos.
3. “ABOLITIO CRIMINIS"
Art. 107 - Extingue-se a punibilidade:
III - pela retroatividade de lei que não mais considera o 
fato como criminoso;
“Abolitio criminis"
1. De acordo com o artigo 107, inciso III do CP extingue​-se 
a punibilidade do agente pela retroatividade de lei nova que deixa 
de considerar o fato como criminoso.
2. A “abolitio criminis” é uma das hipóteses de aplicação da 
lei penal no tempo.
3. Ocorre a chamada “abolitio criminis” quando o Estado, por 
razões de política criminal, entende por bem em não mais 
considerar determinado fato como criminoso.
4. Nos termos do art. 5º, inciso XL da Constituição Federal, a lei 
penal pode retroagir para favorecer o réu.
5. O Código Penal também tem previsão expressa sobre o tema no 
art. 2º:
“Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de 
considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos 
penais da sentença condenatória”. 
6. O que extingue efetivamente a punibilidade é a entrada em vigor 
da nova lei, todavia é necessário que haja declaração judicial nesse 
sentido.
7. Se já existe sentença condenatória transitada em julgado, cabe 
ao juízo das execuções a decretação, nos termos do art. 66, I, da 
Lei de Execuções Penais. 
7.1. Neste sentido, ainda, a Súmula nº 611 do Supremo Tribunal 
Federal: 
“Transitada em julgado a sentença condenatória, compete 
ao juízo das execuções a aplicação da lei mais benigna”.
EXEMPLOS DE ABOLITIO CRIMINIS
1. É possível citar como exemplos de “abolitio criminis”:
a) a Lei nº 11.106/2005, que expressamente revogou os 
crimes de sedução (antigo art. 217 do CP), rapto consensual 
(antigo art. 220 do CP) e adultério (antigo art. 240 do CP);
b) e a Lei nº 12.015/2009, que, também de forma expressa, 
revogou o crime sexual de corrupção de menores (antigo art. 218 
do CP).
4. PRESCRIÇÃO
Art. 107 - Extingue-se a punibilidade:
IV - pela PRESCRIÇÃO, decadência ou perempção;
PRESCRIÇÃO
Estudo em separado em razão de sua complexidade e 
importância.
5. DECADÊNCIA
Art. 107 - Extingue-se a punibilidade:
IV - pela prescrição, DECADÊNCIA ou perempção;
1. O prazo decadencial é instituto de natureza híbrida, pois previsto 
e regulamentado tanto no Código de Processo Penal quanto no 
Código Penal. 
2. A doutrina, porém, acabou fixando entendimento de que deve ser 
adotada a interpretação mais benéfica ao réu, já que a decadência 
gera a extinção da punibilidade, e, assim, o prazo deve ser 
considerado de natureza penal, incluindo​-se na contagem o dia em 
que o ofendido descobriu a autoria.
1. DECADÊNCIA NA AÇÃO PENAL PRIVADA
1. DECADÊNCIA NA AÇÃO PENAL PRIVADA
1. Na ação privada, a decadência é a perda do direito de ingressar 
com a ação em face do decurso do prazo sem o oferecimento da queixa. 
2. Essa perda do direito de ação por parte do ofendido atinge 
também o jus puniendi, gerando a extinção da punibilidade do autor da 
infração.
3. Nos termos do art. 103 do Código Penal e art. 38 do Código de 
Processo Penal, salvo disposição em sentido contrário, o prazo 
decadencial é de 6 meses a contar do dia em que a vítima ou seu 
representante legal tomarem conhecimento da autoria da infração. 
3.1. Este é o prazo para que a queixa​-crime seja protocolada em 
juízo.
4. O prazo decadencial é peremptório, não se prorrogando ou 
suspendendo por qualquer razão. 
4.1. Por isso, o requerimento do ofendido para a instauração de 
inquérito policial em crime de ação privada ou o pedido de 
explicações em juízo nos crimes contra a honra (art. 144 do CP) 
não obstam sua fluência.
2. DECADÊNCIA NA AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA
2. DECADÊNCIA NA AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA
1. Na ação pública condicionada à representação, o prazo 
decadencial de 6 meses é para a vítima apresentar a 
representação, podendo o Ministério Público apresentara denúncia 
após esse período. 
2. Se não oferecida a representação no prazo, estará extinta 
a punibilidade do autor da infração.
3. Havendo duas ou mais vítimas, se apenas uma delas 
representar, somente em relação a ela a denúncia poderá ser 
oferecida. 
4. A decadência só é possível antes do início da ação penal 
e se comunica a todos os autores conhecidos do crime.
3. DECADÊNCIA NA AÇÃO PRIVADA SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA
3. DECADÊNCIA NA AÇÃO PRIVADA SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA
1. Nos crimes de ação pública, se o Ministério Público não 
apresentar qualquer manifestação no prazo legal, caracterizando 
sua inércia, surgirá a possibilidade de o ofendido ingressar com a 
ação privada subsidiária, nos 6 meses subsequentes ao término do 
prazo do Ministério Público. 
2. Findo o prazo sem a apresentação da queixa subsidiária, 
o ofendido decai do direito, porém o Ministério Público ainda pode 
oferecer a denúncia.
3. Conclui​-se, portanto, que, nesta modalidade de infração 
penal, a decadência do direito de queixa não gera a extinção da 
punibilidade. 
4. NÃO HÁ DECADÊNCIA NA AÇÃO PENAL PÚBLICA 
INCONDICIONADA
4. NÃO HÁ DECADÊNCIA NA AÇÃO PENAL PÚBLICA 
INCONDICIONADA
Na ação penal pública incondicionada não há decadência do 
Direito de Ação por parte do Ministério Público, embora possa 
existir a prescrição, que é outra causa de extinção da punibilidade.
6. PEREMPÇÃO
Art. 107 - Extingue-se a punibilidade:
IV - pela prescrição, decadência ou PEREMPÇÃO;
1. Perempção é uma sanção processual ao querelante inerte ou 
negligente e ocorre nas hipóteses previstas no art. 60 do CPP.
2. Consiste na perda do direito de prosseguir na ação penal
privada, em razão da inércia ou omissão do titular no transcorrer da 
ação penal. 
3. Só se aplica, portanto, após o início da ação penal privada.
4. Uma vez reconhecida situação de perempção, seus efeitos 
estendem​-se a todos os querelados.
5. Cuida​-se, outrossim, de instituto inaplicável quando proposta 
ação privada em crime de ação pública (ação privada subsidiária), 
pois, neste caso, se o querelante mostrar​-se desidioso, o Ministério 
Público deve reassumir a titularidade da ação nos termos do art. 29 
do CPP.
HIPÓTESES DE PEREMPÇÃO
As hipóteses de perempção estão expressamente previstas no 
artigo 60 do Código de Processo Penal:
Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante queixa, 
considerar-se-á perempta a ação penal:
I quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o 
andamento do processo durante 30 dias seguidos;
II quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua 
incapacidade, não comparecer em juízo, para prosseguir no processo, 
dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem 
couber fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36;
III quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo 
justificado, a qualquer ato do processo a que deva estar presente, ou 
deixar de formular o pedido de condenação nas alegações finais;
IV quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir 
sem deixar sucessor.
I- Quando, iniciada a ação penal privada, o querelante deixar 
de promover o andamento do processo durante 30 dias 
seguidos:
Essa hipótese só tem incidência quando existe algum ato 
processual que deva ter sido praticado pelo querelante e este se 
mantém inerte, como a não apresentação de contrarrazões, por 
exemplo. 
Não existe a obrigação de comparecer mensalmente em 
juízo apenas para requerer o prosseguimento do feito.
Deve​-se ressalvar, por fim, que, decorridos os 30 dias e 
declarada a perempção, a ação penal não poderá ser novamente 
proposta, já que estará extinta a punibilidade do querelado.
II- Quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua 
incapacidade, não comparecer em juízo, para prosseguir no 
processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer
das pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o disposto no 
art. 36:
1. A lei não prevê a necessidade de notificação das pessoas 
enumeradas na lei a fim de que se manifestem quanto à 
substituição. 
2. O prazo corre em cartório e não se interrompe.
3. De acordo com o art. 36 do CPP, se, após a substituição, 
houver a desistência por parte do novo querelante, os outros 
sucessores poderão prosseguir no feito.
4. O dispositivo em questão é inaplicável aos crimes de ação 
privada personalíssima, em que não é possível a substituição no 
polo ativo da ação penal. 
4.1. Nesta espécie de infração, a morte do querelante leva, 
inevitavelmente, à extinção da punibilidade pela perempção.
III - Quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo 
justificado, a qualquer ato do processo a que deva estar 
presente (1ª parte):
1. Só se dá a perempção quando a presença física do 
querelante em juízo é indispensável à realização de algum ato 
processual e este, sem justa causa, deixa de comparecer. 
1.1. Exemplo: querelante notificado para prestar depoimento 
em juízo que falta à audiência. 
1.2. Em tal caso, a presença de seu advogado não supre 
sua ausência porque o depoimento é pessoal.
2. Observe-se, contudo, que o não comparecimento do querelante 
à audiência de tentativa de reconciliação nos crimes contra a honra 
de ação privada (art. 520 do CPP) não gera a perempção porque, 
em tal ocasião, não existe ainda ação penal em andamento — tal 
audiência é realizada antes do recebimento da queixa​-crime pelo 
juiz. 
2.1. Assim, sua ausência deve ser meramente interpretada como 
desinteresse na conciliação, pros​seguindo​-se normalmente no feito, 
sem a decretação da perempção. 
III - Quando o querelante deixar ... de formular o pedido de 
condenação nas alegações finais (2ª parte):
A finalidade do dispositivo é deixar claro que, ao contrário do 
que ocorre nos crimes de ação pública em que o juiz pode 
condenar o réu mesmo que o Ministério Público tenha pedido a 
absolvição (art. 385 do CPP), nos delitos de ação privada a 
ausência de pedido de condenação impede até mesmo que o juiz 
profira sentença de mérito, devendo reconhecer a perempção e 
extinguir a punibilidade do querelado, que, portanto, não será 
condenado nem absolvido.
A não apresentação das alegações finais equivale à ausência do 
pedido de condenação e gera a perempção, salvo se houver justa​ 
causa para a omissão.
Em se tratando de concurso de crimes de ação privada, o pedido 
de condenação quanto a apenas um deles gera a perempção em 
relação ao outro.
IV - Quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se 
extinguir sem deixar sucessor:
Lembre​-se de que, se a empresa for incorporada por outra 
ou se for alterada apenas a razão social, poderá haver o 
prosseguimento da ação.
7. RENÚNCIA AO DIREITO DE AGIR
Art. 107 - Extingue-se a punibilidade:
V – (1ª parte) pela renúncia do direito de queixa ...
1. Por renúncia entende-se o ato unilateral do ofendido (ou de seu 
representante legal) , abdicando do direito de promover a ação 
penal privada, extinguindo-se, por conseguinte, o direito de punir do 
Estado.
2. A renúncia só pode ocorrer antes do início da ação penal (antes 
do recebimento da queixa). 
3. Apenas o titular do direito de queixa pode renunciar (o ofendido 
ou o representante legal caso aquele seja menor ou incapaz).
4. Havendo duas vítimas, a renúncia por parte de uma não atinge o 
direito de a outra oferecer queixa.
FORMAS DE RENÚNCIA
1. A renúncia pode ser expressa ou tácita.
1.1. Renúncia expressa é aquela que consta de declaração 
escrita e assinada pelo ofendido, por seu representante ou por 
procurador com poderes especiais (art. 50 do CPP).
1.2. Renúncia tácita decorre da prática de ato incompatível 
com aintenção de exercer o direito de queixa e admite qualquer 
meio de prova (art. 57 do CPP). 
Ex.: casamento com o autor do crime de ação privada.
2. Nos termos do art. 49 do Código de Processo Penal a renúncia 
em relação a um dos autores do crime a todos se estende.
ACEITAÇÃO DA REPARAÇÃO DO PREJUÍZO E RENÚNCIA 
TÁCITA
1. O art. 104, parágrafo único, do Código Penal estipula que não 
implica renúncia tácita o fato de receber o ofendido a indenização 
devida em razão da prática delituosa. 
2. Essa regra, entretanto, não se aplica às infrações de menor 
potencial ofensivo, pois, nos termos do art. 74, parágrafo único, da 
Lei n. 9.099/95, nos crimes de ação privada e de ação pública 
condicionada, a composição em relação aos danos civis, 
homologada pelo juiz na audiência preliminar, implica 
automaticamente em renúncia ao direito de queixa ou de 
representação.
8. PERDÃO (ACEITO) DO OFENDIDO
Art. 107 - Extingue-se a punibilidade:
V – (2ª parte) ... pelo perdão aceito, nos crimes de 
ação privada;
1. O perdão aceito tem por fundamento o princípio da 
disponibilidade, próprio da ação penal privada.
2. Conforme determina o artigo 105 , do Código Penal: 
"O perdão do ofendido, nos crimes em que
se procede mediante queixa, obsta o prosseguimento da ação". 
3. Trata-se de ato pelo qual o ofendido ou seu representante legal 
desiste de prosseguir com o andamento de processo já em curso, 
desculpando o ofensor pela prática do crime.
3.1. Pressupõe, portanto, que já tenha havido recebimento da 
queixa e também que não tenha havido trânsito em julgado da 
sentença condenatória.
4. Cuida​-se de ato bilateral, uma vez que apenas gera a extinção 
da punibilidade se for aceito pelo autor da ofensa. O próprio art. 
107, V, do Código Penal diz que se extingue a punibilidade pelo 
perdão aceito.
5. Trata​-se, outrossim, de instituto exclusivo da ação penal privada.
6. O perdão, se concedido a um dos querelados, a todos se 
estende, mas somente extingue a punibilidade daqueles que o 
aceitarem (art. 51 do CPP).
7. Havendo dois querelantes, o perdão oferecido por um deles não 
afeta o andamento da ação penal no que se refere ao outro.
8. O oferecimento do perdão pode ser feito pessoalmente ou por 
procurador com poderes especiais.
FORMAS DE PERDÃO E SUA ACEITAÇÃO
1. O perdão pode ser processual ou extraprocessual.
1.1. O perdão processual é aquele concedido mediante 
declaração expressa nos autos. 
Nesse caso, dispõe o art. 58 do Código de Processo Penal 
que o querelado será notificado a dizer, dentro de 3 dias, se o 
aceita, devendo constar do mandado de intimação que o seu 
silêncio importará em aceitação. 
Assim, para não aceitar o perdão, o querelado deve 
comparecer em juízo e declara​-lo expressamente.
1.2. O perdão extraprocessual, por sua vez, pode ser expresso ou 
tácito.
O perdão extraprocessual é expresso quando concedido por 
meio de declaração assinada pelo querelante ou por procurador 
com poderes especiais.
É tácito quando o querelante pratica ato incompatível com a 
intenção de prosseguir na ação.
Nos termos do art. 59 do Código de Processo Penal, a 
aceitação do perdão extraprocessual deverá constar de declaração 
assinada pelo querelado, seu representante legal ou procurador 
com poderes especiais.
RESUMO
PERDÃO PROCESSUAL 
Notificação para responder em 3 dias. Silêncio importa em 
aceitação.
PERDÃO EXTRAPROCESSUAL
EXPRESSO
Aceitação mediante declaração escrita.
TÁCITO
Aceitação tácita ou mediante declaração escrita.
RESUMO DAS CAUSAS DE EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE DA 
AÇÃO PENAL PRIVADA
RESUMO DAS CAUSAS DE EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE DA 
AÇÃO PENAL PRIVADA
RENÚNCIA E PERDÃO
Dependem de manifestação de vontade
DECADÊNCIA E PEREMPÇÃO
Decorrem apenas da inércia do ofendido.
9. RETRATAÇÃO DO AGENTE
Art. 107 - Extingue-se a punibilidade:
VI - pela retratação do agente, nos casos em que a lei 
a admite;
1. Na retratação, o agente declara formalmente que agiu de forma
equivocada e volta atrás em seu comportamento. 
1.1. Retratar-se não significa, simplesmente, negar ou confessar o 
fato. É mais: é retirar totalmente o que disse. 
2. O dispositivo em questão dispõe que se extingue a punibilidade 
pela retratação do agente, nos casos expressamente previstos em 
lei.
3. A retratação dispensa a concordância do ofendido, mas não 
impede a vítima de reivindicar a competente indenização nos 
termos da legislação civil (e demais dispositivos aplicáveis à 
espécie).
4. No Código Penal, a possibilidade da retratação geradora da 
extinção da punibilidade existe:
4.1. Nos crimes de calúnia (art. 138), conforme art. 143; 
4.2. De difamação (art. 139), conforme art. 143;
4.3. No falso testemunho (art. 342), conforme o §2º e 
4.4. Na falsa perícia (art. 342), conforme o §2º.
(A) calúnia e difamação 
Art. 143 do CP. "O querelado que, antes da sentença, se 
retrata cabalmente da calúnia ou da difamação, fica isento de 
pena".
1. Nota​-se, portanto, que não basta a retratação, exigindo o 
dispositivo outros requisitos: 
a) que a retratação seja cabal (completa); 
b) que ocorra antes da sentença (de 1ª instância); 
c) que o crime de calúnia ou difamação em apuração seja 
de ação privada (o dispositivo se refere apenas à retratação do 
querelado). 
2. Se forem dois querelados e apenas um se retratar, não se 
extingue a punibilidade do outro.
(B) falso testemunho e falsa perícia 
Art. 342, § 2°, do CP. "O fato deixa de ser punível se, antes 
da sentença no processo em que ocorreu o ilícito, o agente se 
retrata ou declara a verdade".
A doutrina costuma ressaltar que a retratação do autor do falso
testemunho beneficia seus partícipes, uma vez que o dispositivo diz 
que, neste caso, a retratação faz com que o fato (e não meramente 
o réu) deixe de ser punível.
10. REVOGAÇÃO DOS INCISOS VII E VIII QUE TRATAVAM 
DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE PELO CASAMENTO DA 
VÍTIMA
10. REVOGAÇÃO DOS INCISOS VII E VIII QUE TRATAVAM 
DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE PELO CASAMENTO DA 
VÍTIMA
Art. 107 - Extingue-se a punibilidade:
(Revogados pela Lei nº 11.106, de 2005)
VII - pelo casamento do agente com a vítima, nos crimes 
contra a dignidade sexual, definidos nos Capítulos I, II e III do Título 
VI da Parte Especial deste Código.
VIII - pelo casamento da vítima com terceiro, nos crimes 
referidos no inciso anterior, se cometidos sem violência real ou 
grave ameaça e desde que a ofendida não requeira o 
prosseguimento do inquérito policial ou da ação penal no prazo de 
60 (sessenta) dias a contar da celebração.
11. PERDÃO JUDICIAL
Art. 107 - Extingue-se a punibilidade:
IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei.
1. Perdão judicial é o instituto pelo qual o juiz, não obstante a prática de 
um fato típico e antijurídico por um sujeito comprovadamente culpado, 
deixa de aplicar a pena.
2. Somente é cabível nas hipóteses taxativamente previstas em lei, por 
razões de política criminal, conforme previsto no art. 107, IX do CP.
2.1. Assim, em cada dispositivo que permite a concessão do
perdão judicial o legislador, concomitantemente, elenca os requisitos para 
o seu cabimento. 
2.2. Uma vez presentes esses requisitos, o juiz estará obrigado a 
concedê-lo, tratando​-se, assim, de direito subjetivo do réu, e não de mera 
faculdade do julgador.
3. Constitui causa extintiva de punibilidade que, diferente do perdão do 
ofendido, não precisa ser aceito para gerar efeitos.
4. Nos termos do art. 120 do Código Penal, o perdão judicial afasta 
os possíveis efeitos da reincidência. 
4.1. Por isso, se a pessoa beneficiada vier a cometer novo crime, 
ainda queno prazo de 5 anos a que se refere o art. 64, I, do Código 
Penal, será considerada primária.
5. O juiz só pode conceder o perdão na sentença após analisar a 
prova e concluir que o acusado é efetivamente responsável pelo 
crime narrado na denúncia ou queixa, pois, se as provas existentes 
forem insuficientes, a solução será a absolvição.
ALGUMAS HIPÓTESES DE PERDÃO JUDICIAL PREVISTOS EM 
LEI
a) Homicídio culposo e lesão corporal culposa (arts. 121, § 5º, e 
129, § 8º, do CP): 
1. O juiz pode deixar de aplicar a pena se as circunstâncias 
do fato criminoso atingirem o próprio agente de forma tão grave que 
sua imposição se mostre desnecessária. 
Exemplo: morte culposa do próprio filho ou conduta culposa 
que provoque concomitantemente lesão grave no agente. 
2. Predomina o entendimento de que o perdão judicial é 
também aplicável aos crimes culposos — homicídio e lesão 
corporal — do Código de Trânsito (arts. 302 e 303 do CTB).
b) Injúria simples (art. 140, § 1º, I e II, do CP): 
1. O perdão judicial só é cabível na injúria simples em duas 
hipóteses:
a) Quando o ofendido, de forma reprovável, tiver
provocado diretamente a injúria, ou 
b) no caso de retorsão imediata consistente em outra injúria. 
2. A mesma regra existe no crime de injúria eleitoral (art. 
326, § 1º, da Lei n. 4.737/65 — Código Eleitoral)
c) Crime do art. 176 do Código Penal (que tem o “nonem juris”
de “outras fraudes”), consistente em “tomar refeição em 
restaurante, alojar​-se em hotel ou utilizar​-se de meio de 
transporte sem dispor de recursos para efetuar o pagamento”: 
O juiz pode deixar de aplicar a pena de acordo com as
circunstâncias do caso (art. 176, parágrafo único, do CP). 
Neste dispositivo, o requisito não é específico, ficando a 
critério do juiz apreciar se o fato não se reveste de gravidade, 
hipótese em que poderá conceder o perdão. 
Ex.: pequeno prejuízo da vítima.
d) Receptação culposa (art. 180, § 5º, 1ª parte, do CP): 
Na receptação culposo a pena pode deixar de ser aplicada 
se o réu for primário e as circunstâncias indicarem que o fato é de 
pouca gravidade.
e) Parto suposto e supressão ou alteração de direito inerente 
ao estado civil de recém​-nascido (art. 242, parágrafo único, do 
CP): 
Se o crime for cometido por motivo de reconhecida nobreza 
o juiz pode deixar de aplicar a pena.
f) Subtração de incapazes (art. 249, § 2º, do CP): 
Se o menor ou interdito for restituído, desde que não tenha 
sofrido maus​-tratos ou privações o juiz pode deixar de aplicar a 
pena.
g) Réus colaboradores (art. 13 da Lei n. 9.807/99): 
1. O perdão judicial é possível aos acusados que, sendo 
primários, tenham colaborado efetiva e voluntariamente com a 
investigação e o processo criminal, desde que dessa colaboração 
tenha resultado: 
I — a identificação dos demais coautores ou partícipes da 
ação criminosa (todos eles); 
II — a localização da vítima com sua integridade preservada 
(não pode ter sofrido maus​-tratos ou lesões); 
III — a recuperação total ou parcial do produto do crime 
(quando se encontravam em local ignorado).
NATUREZA JURÍDICA DA SENTENÇA CONCESSIVA DE PERDÃO 
JUDICIAL
Não há dúvida a respeito da natureza jurídica do perdão judicial em 
si que, nos termos do art. 107, IX, do Código Penal, constitui causa 
extintiva da punibilidade. 
Acontece que, como o perdão é concedido na sentença, após o juiz 
analisar as provas e concluir que o acusado é realmente 
responsável pelo crime que a ele se imputa, surgiu controvérsia em 
torno da natureza da sentença em que o benefício é aplicado, pois, 
dependendo disso, os efeitos podem ser de maior ou menor 
abrangência. 
As correntes existentes são as seguintes:
a) natureza condenatória: a concessão do perdão judicial afasta 
somente a pena principal (privativa de liberdade, restritiva de 
direitos ou multa), subsistindo os demais efeitos condenatórios. 
Para os adeptos desta corrente, a natureza condenatória 
decorre do fato de o juiz analisar as provas e declarar o réu 
culpado. 
b) natureza absolutória: 
Não existe condenação sem aplicação de pena. 
É o entendimento de Basileu Garcia.
c) natureza declaratória:
Para esta corrente, sendo o perdão uma causa extintiva da 
punibilidade, a sentença na qual ele é concedido nada mais é do 
que declaratória (da extinção da punibilidade).
Esta é a corrente adotada pelo Superior Tribunal de Justiça 
por intermédio de sua Súmula n. 18: 
“a sentença concessiva do perdão judicial é 
declaratória da extinção da punibilidade, não subsistindo qualquer 
efeito condenatório”. 
CAUSAS DE EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE FORA DO ART. 
107 DO CP
1. PAGAMENTO DE DÉBITO TRIBUTÁRIO
O pagamento de débitos tributários e contribuições sociais 
extingue a punibilidade nos crimes dos arts. 168-A e 337-A do 
Código Penal.
Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as contribuições 
recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma legal ou 
convencional:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
..
§ 2º É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, 
declara, confessa e efetua o pagamento das contribuições, 
importâncias ou valores e presta as informações devidas à 
previdência social, na forma definida em lei ou regulamento, antes 
do início da ação fiscal.
Art. 337-A. Suprimir ou reduzir contribuição social previdenciária e 
qualquer acessório, mediante as seguintes condutas: 
I – omitir de folha de pagamento da empresa ou de documento 
de informações previsto pela legislação previdenciária segurados 
empregado, empresário, trabalhador avulso ou trabalhador 
autônomo ou a este equiparado que lhe prestem serviços;
II – deixar de lançar mensalmente nos títulos próprios da 
contabilidade da empresa as quantias descontadas dos segurados 
ou as devidas pelo empregador ou pelo tomador de serviços;
III – omitir, total ou parcialmente, receitas ou lucros auferidos, 
remunerações pagas ou creditadas e demais fatos geradores de 
contribuições sociais previdenciárias: 
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
§1º É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara 
e confessa as contribuições, importâncias ou valores e presta as 
informações devidas à previdência social, na forma definida em lei 
ou regulamento, antes do início da ação fiscal.
2. PECULATO CULPOSO
O artigo 312, §3°, do Código Penal, anuncia que a reparação do 
dano (ou restituição da coisa) no peculato culposo atua como causa 
extintiva de punibilidade.
Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou 
qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a 
posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou 
alheio:
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, 
embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou 
concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, 
valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de 
funcionário.
Peculato culposo
§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de 
outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se 
precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é 
posterior, reduz de metade a pena imposta.
3. EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE RELACIONADA COM O ART. 89 
DA LEI 9099/95
Art. 89, §5º da Lei 9099/95 que prevê a extinção da punibilidade se 
expirado o prazo da suspensão condicional do processo sem 
revogação.
Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou 
inferior a um ano, abrangidas ou nãopor esta Lei, o Ministério 
Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do 
processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado não esteja 
sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime, 
presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão 
condicional da pena (art. 77 do Código Penal).
...
§ 5º Expirado o prazo sem revogação, o Juiz declarará extinta a 
punibilidade.
4. CAUSA SUPRALEGAL 
SÚMULA 554 STF
STF. 
Súmula nº 554:
“O pagamento de cheque emitido sem provisão de fundos, 
após o recebimento da denúncia, não obsta ao prosseguimento da 
ação penal”.
Admite-se também causa supralegal de extinção da punibilidade, 
citando-se como exemplo a súmula n° 554 do STF, cuja 
interpretação contrario sensu conduz à inteligência de que, o 
pagamento do cheque sem fundos antes do recebimento da 
denúncia é causa que extingue o direito de punir.
FIM
ESTUDO COMPLEMENTAR
AUTONOMIA DAS CAUSAS DE EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE
O art. 108 do Código Penal estabelece que “a extinção da 
punibilidade de crime que é pressuposto, elemento constitutivo ou 
circunstância agravante de outro não se estende a este. Nos crimes 
conexos, a extinção da punibilidade de um deles não impede, 
quanto aos outros, a agravação da pena resultante da conexão”.
Esse dispositivo, em verdade, possui quatro regras:
1º A extinção da punibilidade do crime pressuposto não se 
estende ao crime que dele depende
A regra trata dos crimes acessórios, cuja existência 
pressupõe a ocorrência de um crime anterior. 
É o caso, por exemplo, do crime de uso de documento 
falso. ​
Assim, se alguém falsifica um documento e o vende a algum 
interessado e este posteriormente usa o documento falso, eventual 
extinção da punibilidade do falsário não atinge o crime de uso. 
Veja​-se que, da mesma forma, a extinção da punibilidade do 
autor do crime antecedente (furto, roubo, etc.) não afeta, em regra, 
a possibilidade de imposição de pena ao receptador (morte do 
roubador, prescrição do furto etc.). 
2. A extinção da punibilidade de elemento componente de um 
crime não se estende a este
O dispositivo cuida dos crimes complexos, na hipótese em 
que um crime funciona como elementar de outro. 
Ex.: a extorsão mediante sequestro (art. 159), que surge da 
aglutinação dos crimes de sequestro (art. 148) e de extorsão (art. 
158). 
Assim, a prescrição do sequestro, por exemplo, não se 
estende à extorsão mediante sequestro. 
A existência desta regra é supérflua, pois o crime complexo 
é uma infração penal diversa e autônoma em relação aos crimes 
que a compõem, possuindo pena própria.
3. A extinção da punibilidade de circunstância agravante não 
se estende ao crime agravado
O dispositivo se refere às qualificadoras que muitas vezes 
possuem também descrição como crime autônomo. 
O crime de furto, por exemplo, é qualificado quando ocorre 
destruição de obstáculo (art. 155, § 4º, I). 
A destruição de obstáculo, em tese, configuraria crime de 
dano (art. 163), mas fica este absorvido por constituir qualificadora 
do furto. 
Assim, o decurso do prazo prescricional em relação ao
crime de dano (se o delito fosse autônomo) não afeta a aplicação 
da qualificadora do furto.
4. Nos crimes conexos, a extinção da punibilidade em relação 
a um dos crimes não impede a exasperação da pena do outro 
em razão da conexão
Dessa forma, se uma pessoa for acusada de homicídio 
qualificado por ter matado a vítima para garantir a impunidade de 
um crime de estelionato (em concurso material), a ocorrência de 
prescrição durante o tramitar da ação em relação ao crime contra o 
patrimônio impedirá apenas a condenação por tal delito, porém, em 
relação ao homicídio, poderá ser reconhecida a qualificadora em 
face do dispositivo em análise.
DIFERENCIAR:
a) causas extintivas da punibilidade (art. 107 CP)
b) escusas absolutórias e
c) condições objetivas de punibilidade.
CAUSAS EXTINTIVAS DE PUNIBILIDADE
Nas causas extintivas da punibilidade do art. 107, o direito
de punir nasce, mas desaparece em razão de fato ou evento
superveniente.
Por exemplo, no crime perseguido mediante ação penal de
iniciativa exclusiva da vítima, não sendo proposta a ação penal
(queixa-crime) no prazo legal, ocorre a decadência, extinguindo o
direito de punir do Estado.
ESCUSAS ABSOLUTÓRIAS
Nas escusas absolutórias, o direito de punir sequer nasce,
levando em conta, em regra, determinadas condições pessoais do
agente.
No furto praticado pela mulher em face do marido, por
exemplo, o Estado, no art. 181 inciso I do CP, por razões de política
criminal, anuncia, desde logo, que não tem interesse em punir o
fato.
As escusas, por serem de caráter pessoal, não se estendem aos
coautores e partícipes.
Quando a autoridade policial constata, de imediato, que a conduta
típica foi realizada por pessoa acobertada por escusa absolutória e,
portanto, impunível, sequer pode instaurar inquérito policial.
Se a autoria, entretanto, somente for descoberta após a sua
instauração, o Ministério Público deverá requerer ao juiz o
arquivamento.
CONDIÇÕES OBJETIVAS DE PUNIBILIDADE
As condições objetivas de punibilidade, por sua vez, 
suspendem o direto de punir até o advento de um fato ou evento 
futuro e incerto, não abrangido pelo dolo do agente, pressuposto 
para a concretização da punibilidade. 
São circunstâncias que não constam da descrição típica do 
delito e que, por essa razão, estão fora do dolo do agente no 
momento em que realiza a conduta. 
A própria lei, em alguns casos, subordina a punição do 
acusado à existência de condições objetivas de punibilidade.
Exemplo:
Para que a lei penal brasileira seja aplicada ao crime 
praticado por brasileiro no estrangeiro, concretizando o direito de 
punir pátrio, é necessário que o fato seja punível também no país 
em que foi cometido (art. 7°, §2°, "b", do CP).
QUADRO RESUMO DAS CAUSAS DE EXTINÇÃO DA 
PUNIBILIDADE PREVISTAS NO CÓDIGO PENAL
MORTE
Momento para reconhecer: Antes ou depois da condenação
Definitiva.
Efeitos: Se depois da condenação, subsistem apenas os 
efeitos Extrapenais. 
Alcance: Não se comunica aos comparsas
ANISTIA
Momento para reconhecer: Antes ou depois da condenação
Definitiva.
Efeitos: Se depois da condenação, subsistem apenas os 
efeitos Extrapenais. 
Alcance: Incide em relação a todos os autores do crime
INDULTO INDIVIDUAL (GRAÇA)
Momento para reconhecer: Somente após a condenação.
Efeitos: Afasta apenas a necessidade de cumprimento da 
pena, sendo mantidos todos os demais efeitos;
Alcance: Não se comunica aos comparsas por ser 
individual.
INDULTO COLETIVO
Momento para reconhecer: Somente após a condenação.
Efeitos: Afasta apenas a necessidade de cumprimento da 
pena, sendo mantidos todos os demais efeitos;
Alcance: Apesar de coletivo só alcança aqueles que 
preencherem os requisitos.
ABOLITIO CRIMINIS
Momento para reconhecer: Antes ou depois da condenação
definitiva.
Efeitos: Se depois da condenação, subsistem apenas os 
efeitos extrapenais;
Alcance: Beneficia todos os envolvidos.
PRESCRIÇÃO
Momento para reconhecer: Antes ou depois da condenação
definitiva.
Efeitos: Quando se refere à pretensão executória, afasta 
somente o cumprimento da pena
Alcance: Beneficia todos os envolvidos que
tenham a mesma situação*.
DECADÊNCIA
Momento para reconhecer: Antes do início da ação penal.
Efeitos: Impede todos os efeitos
Alcance: Beneficia todos os envolvidos.
PEREMPÇÃO
Momento para reconhecer: Durante a ação, mas antes da 
condenação definitiva.
Efeitos: Impede todos os efeitosAlcance: Beneficia todos os envolvidos.
RENÚNCIA
Momento para reconhecer: Antes do início da ação penal.
Efeitos: Impede todos os efeitos
Alcance: Beneficia todos os envolvidos.
PERDÃO DO OFENDIDO
Momento para reconhecer: Durante a ação, mas antes da
condenação definitiva.
Efeitos: Impede todos os efeitos
Alcance: Beneficia todos os envolvidos.
RETRATAÇÃO
Momento para reconhecer: Antes ou durante a ação penal, 
mas antes da sentença de 1ª instância (nas hipóteses previstas no 
Código Penal);
Efeitos: Impede todos os efeitos
Alcance: Em regra só beneficia quem se retratou. No caso 
do falso testemunho beneficia todos os partícipes.
PERDÃO JUDICIAL
Momento para reconhecer: Na sentença.
Efeitos: Impede qualquer efeito condenatório (Súmula n. 18 
do STJ);
Alcance: Não se comunica.
QUESTÕES
1. (Ministério Público/SP — 2005) Considere os seguintes enunciados, 
relacionados com prescrição:
I. O art. 89, § 6º, da Lei n. 9.099/95, estabelece causa interruptiva de 
prescrição ao dispor que “não correrá a prescrição”
durante o prazo da suspensão condicional do processo.
II. Reconhecida a prescrição da pretensão punitiva, não prevalece nenhum 
efeito da sentença condenatória eventualmente
existente.
III. Reconhecido crime continuado na sentença condenatória, não se 
computa o acréscimo da pena decorrente da continuação
no cálculo da prescrição retroativa ou intercorrente.
Estão corretos
a) todos os três.
b) nenhum dos três.
c) apenas I e II.
d) apenas I e III.
e) apenas II e III
2. (Ministério Público — 2011) Assinale a alternativa que estiver totalmente 
correta.
a) Em face do princípio da legalidade constitucionalmente consagrado, a 
lei penal é sempre irretroativa, nunca podendo
retroagir.
b) Se entrar em vigor lei penal mais severa, ela será aplicável a fato 
cometido anteriormente a sua vigência, desde que não
venha a criar figura típica inexistente.
c) Sendo a lei penal mais favorável ao réu, aplica​-se ao fato cometido sob 
a égide de lei anterior, desde que ele ainda não tenha
sido decidido por sentença condenatória transitada em julgado.
d) A lei penal não pode retroagir para alcançar fatos ocorridos 
anteriormente à sua vigência, salvo no caso de abolitio criminis
ou de se tratar de lei que, de qualquer modo, favoreça o agente.
e) Se a lei nova for mais favorável ao réu, deixando de considerar 
criminosa a sua conduta, ela retroagirá mesmo que o fato
tenha sido definitivamente julgado, fazendo cessar os efeitos civis e penais 
da sentença condenatória.
3. (Ministério Público/SP — 2005) Aponte a alternativa que está em 
desacordo com disposição do Código Penal relacionada com 
extinção de punibilidade.
a) Não se estende à receptação a extinção de punibilidade do crime 
antecedente, que é seu pressuposto.
b) A sentença que concede perdão judicial pode ser considerada 
para efeito de reincidência.
c) A perempção só pode ser reconhecida em ação penal 
exclusivamente privada.
d) No delito de falso testemunho, a retratação só produz efeito se 
ocorrida antes da sentença no processo em que se deu esse
ilícito.
e) Reconhecida a prescrição da pretensão executória, subsistem os 
efeitos secundários da condenação.
4. (Delegado de Polícia/PB — CESPE/UNB — 2009) Não leva à 
extinção da punibilidade do agente:
a) a retroatividade de lei que não mais considera o fato como 
criminoso.
b) a prescrição, a decadência ou a perempção.
c) a renúncia do direito de queixa ou o perdão aceito, nos crimes de 
ação privada.
d) o casamento do agente com a vítima, nos crimes contra os 
costumes (atuais crimes contra a dignidade sexual).
e) a retratação do agente, nos casos em que a lei a admite.
5. (Defensoria/MG — FURMARC — 2009) No crime de peculato 
culposo, a reparação do dano antes do trânsito em julgado da 
sentença deve ser considerada como:
a) causa especial de diminuição de pena.
b) circunstância atenuante.
c) excludente de ilicitude.
d) excludente de imputabilidade.
e) causa de extinção da punibilidade.
6. (Ministério Público/TO — CESPE/UNB — 2006) Acerca das causas de 
extinção da punibilidade, assinale a opção correta:
a) De acordo com o entendimento do STF, é possível a revogação da 
decisão que extinguiu a punibilidade do réu, com base em certidão de 
óbito falsa, por inexistência de coisa julgada em sentido estrito, visto que 
tal decisão é meramente declaratória, não subsistindo se seu pressuposto 
for falso.
b) O decreto de indulto coletivo é auto​executável, isto é, produz efeitos por 
si mesmo, prescindindo de avaliação judicial e oitiva do MP.
c) No caso de indulto condicional, o condenado deve apresentar bom 
comportamento durante certo período, que normalmente é de 2 anos, sob 
pena de não ser reconhecido o perdão concedido, situação em que o 
indulto perde a eficácia e o condenado volta a cumprir a pena. No período 
determinado como condição, a superveniência de decisão condenatória 
que imponha pena restritiva de direitos impede o aperfeiçoamento do 
indulto.
d) A anistia ocorre apenas após a condenação definitiva, pode ser 
condicionada ou não, e destina​-se a crimes políticos e comuns, sendo 
vedada para crimes hediondos, tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e 
terrorismo.
7. (OAB — CESPE/UNB — 2007.3) Extingue a punibilidade do 
agente:
a) a decadência, nos crimes de ação penal privada e pública 
incondicionada.
b) a renúncia, nos crimes de ação penal privada subsidiária da 
pública.
c) a perempção, nos crimes de ação penal privada.
d) o perdão, nos crimes de ação penal pública condicionada à 
representação.
8. (Magistratura/SP — 2008) Por furto qualificado acontecido em 10 de janeiro 
de 2004, A e B foram processados (denúncia recebida em 03 de fevereiro de 
2005), sobrevindo, em 24 de maio de 2006, sentença que condenou o 
primeiro às penas de 02 (dois) anos de reclusão e 10 dias​-multa, sem recurso 
das partes. Quanto a B, menor de 21 anos à data do crime, o processo foi 
desmembrado para a instauração de incidente de insanidade mental que, ao
final, o considerou plenamente imputável. B, então, foi condenado, pelo 
mesmo delito, às penas de 02 (dois) anos de reclusão e 10 dias​-multa, por 
sentença publicada em 21 de março de 2007, que se tornou definitiva para as 
partes em abril do mesmo ano. É correto afirmar, quanto a B, que
a) ocorreu a prescrição da pretensão punitiva em face da pena aplicada e de 
sua menoridade relativa à data do delito.
b) ocorreu a prescrição da pretensão executória em face da pena aplicada e 
de sua menoridade relativa à data do crime.
c) não ocorreu a extinção da punibilidade, em qualquer dessas modalidades, 
em razão da interrupção do curso da prescrição
pela instauração de incidente de insanidade mental.
d) não ocorreu a extinção da punibilidade, em qualquer dessas modalidades, 
em razão da interrupção do curso da prescrição
pela sentença condenatória proferida contra A.
9. (Magistratura/SP — 2007) Assinale a alternativa correta.
a) A prescrição virtual, também dita prescrição em perspectiva, está 
prevista no Código Penal.
b) Os prazos prescricionais, configurados antes de a sentença 
transitar em julgado, devem ser exasperados diante da
reincidência do agente.
c) A detração penal é computada na contagem do prazo 
prescricional.
d) Há delitos imprescritíveis em nosso ordenamento jurídico.
10. (Ministério Público/SP — 2011) De acordo com a legislação 
penal vigente, a prescrição, depois da sentença condenatória com 
trânsito em julgado para a acusação ou depois de improvido seu 
recurso, regula​-se:
a) pela pena aplicada, não podendo ter por termo inicial data 
anterior à do recebimento da denúncia ou queixa.
b) pela pena em abstrato cominadaem seu máximo legal ao delito, 
não podendo ter por termo inicial data anterior à do
recebimento da denúncia.
c) pela pena aplicada, podendo ter por termo inicial o dia em que o 
crime se consumou.
d) pela pena em abstrato cominada em seu mínimo legal ao delito, 
não podendo ter por termo inicial data anterior à da
denúncia ou queixa.
e) pela pena aplicada, não podendo ter por termo inicial data 
anterior à da denúncia ou queixa.
11. (OAB — CESPE/UNB — 2006.3) Assinale a opção correta a 
respeito da prescrição:
a) O prazo de prescrição da pretensão punitiva é regulado pela 
quantidade de pena imposta na sentença condenatória.
b) No caso de evadir​-se o condenado, a prescrição é regulada pelo 
tempo que resta da pena.
c) Se, entre a data da sentença e a data do recebimento da 
denúncia, houver decorrido o lapso de tempo da prescrição
regulado pela pena in concreto, dar​-se​-á a prescrição intercorrente.
d) O curso da prescrição é suspenso pela reincidência.
12. (Ministério Público/SP — 2003) Tício, com 19 anos de idade e 
primário, através de sentença publicada em 30 de janeiro de 2000, 
foi condenado à pena de 01 (um) ano de reclusão por furto simples, 
praticado em 15 de agosto de 1999. Tício apela e a decisão transita 
em julgado para o MP. Ao julgar o processo, em 05 de fevereiro de 
2002, o Tribunal:
a) deve decretar a prescrição retroativa da pretensão executória 
estatal.
b) deve decretar a extinção da punibilidade de Tício em face da 
ocorrência da prescrição retroativa da pretensão punitiva estatal.
c) deve decretar a extinção da punibilidade de Tício em face da 
ocorrência da prescrição intercorrente da pretensão punitiva
estatal.
d) deve decretar a prescrição intercorrente da pretensão executória 
estatal.
e) não deve reconhecer a prescrição, pois esta não ocorreu.
13. (Magistratura/PA— FGV — 2009) Assinale a causa que não 
interrompe o curso da prescrição.
a) Reincidência.
b) Oferecimento da denúncia ou queixa.
c) Publicação da sentença condenatória recorrível.
d) Publicação de acórdão condenatório recorrível.
e) Decisão confirmatória da pronúncia.
14. (Defensoria/RN — 2009) Sobre a prescrição penal é incorreto 
afirmar que:
a) a multa quando for cominada cumulativamente com pena 
privativa de liberdade prescreve no mesmo prazo desta.
b) nos crimes conexos, a prescrição quanto a um deles impede o 
reconhecimento da agravação da pena resultante da
conexão quanto aos subsistentes.
c) a interrupção da prescrição pelo recebimento da denúncia 
produz efeitos quanto a todos os autores do crime.
d) aplica​-se às penas restritivas de direito os mesmos prazos 
previstos para as privativas de liberdade.
15. (Ministério Público/MA— 2009) No caso de concurso de crimes 
a prescrição opera:
a) sobre o total da pena aplicada cumulativamente aos delitos.
b) somente sobre o quantum relativo às agravantes reconhecidas.
c) somente sobre a pena mais grave aplicada.
d) sobre a pena de cada um dos crimes isoladamente.
e) sobre a pena do primeiro crime praticado.
16. (Magistratura/SP — Vunesp — 2014) Analise estes conceitos atinentes 
à prescrição penal:
I. É a perda do direito de punir do Estado, considerada a pena concreta 
com trânsito em julgado para a acusação, levando-se
em conta prazo anterior à sentença.
II. É a perda do direito de punir do Estado, levando-se em conta a pena 
concreta, com trânsito em julgado para a acusação, ou
improvido seu recurso, cujo lapso temporal inicia-se na data da sentença e 
segue até o trânsito em julgado para a defesa.
III. É a perda do direito de aplicar efetivamente a pena concreta e 
definitiva, com o lapso temporal entre o trânsito em julgado da
sentença condenatória para a acusação e o início do cumprimento da 
pena ou a ocorrência de reincidência.
Agora, escolha a opção que indique, respectivamente, as modalidades de 
prescrição acima descritas:
a) intercorrente ou superveniente; retroativa; da pretensão executória.
b) retroativa; da pretensão executória; intercorrente ou superveniente.
c) retroativa; intercorrente ou superveniente; da pretensão executória.
d) da pretensão executória; intercorrente ou superveniente; retroativa.
17. (Ministério Público/SP — 2015) Mévio, com 20 (vinte) anos de idade, por 
sentença publicada no dia 05 de março de 2013, na qual reconheceu-se sua 
reincidência, foi condenado à pena de 01 (um) ano e 02 (dois) meses de
reclusão, mais multa, por crime de receptação dolosa praticada em 12 de 
fevereiro de 2012, tendo a decisão transitado em julgado para o Ministério 
Público em 30 de março de 2013. Em 05 de maio de 2015, ao julgar apelo
interposto em seu favor, o Tribunal:
a) deve julgar o mérito e não reconhecer a ocorrência de prescrição pois, por 
ser Mévio reincidente, assim reconhecido na
sentença, o prazo prescricional é acrescido de 1/3 (um terço), conforme 
determina o art. 110, caput, do Código Penal.
b) deve decretar a extinção da punibilidade de Mévio em razão da ocorrência 
da prescrição intercorrente da pretensão executória estatal.
c) deve decretar a extinção da punibilidade de Mévio em face da ocorrência 
da prescrição intercorrente da pretensão punitiva estatal.
d) deve decretar a extinção da punibilidade de Mévio em face da prescrição 
retroativa da pretensão punitiva estatal.
e) deve decretar a extinção da punibilidade de Mévio em virtude da prescrição 
retroativa da pretensão executória estatal.
18. (Magistratura/SP — 2015) Em matéria de ação penal, a 
decadência apresenta diferentes efeitos. Sobre isso, é
correto afirmar que
a) na ação privada, atinge o direito de o ofendido representar, e 
este não pode mais agir.
b) sendo ação penal privada, ataca imediatamente o direito de agir 
do ofendido, e o Estado perde a pretensão punitiva.
c) na ação penal pública condicionada à representação, impede 
que a vítima apresente queixa-crime.
d) condiciona o agir do Ministério Público à condição de 
procedibilidade do ofendido em face do ofensor.
FIM
OUTROS PONTOS COMPLEMENTARES
DIFERENÇAS ENTRE PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA
DECADÊNCIA:
 Como causa de extinção da punibilidade, a decadência só existe 
para os crimes de ação privada e pública condicionada à 
representação;
 O prazo é de 6 meses a contar da data em que a vítima ou seu
representante descobrem a autoria; 
 Só é possível antes do início da ação penal; 
 Atinge o direito de ação e, em seguida, o direito de punir do 
Estado.
PRESCRIÇÃO
 Aplica-se a todos os crimes, salvo as exceções constitucionais; 
 O prazo varia de acordo com a pena máxima prevista para o 
crime; 
 É possível antes e durante a ação penal e até mesmo após o 
trânsito em julgado da condenação; 
 Atinge diretamente o direito de punir estatal. 
EFEITOS DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE
Dependendo do momento em que ocorre a causa extintiva,
seus efeitos podem ter maior ou menor intensidade.
a) Se verificadas antes do trânsito em julgado da sentença
condenatória:
Impedem a própria prolação da sentença ou afastam todo e
qualquer efeito da sentença já prolatada, mas ainda não transitada
em julgado.
Incluem​-se nesta categoria a prescrição da pretensão
punitiva, a decadência, o perdão, a perempção, a renúncia, a
retratação, dentre outros. O réu, portanto, mantém​-se
primário.
b) Se ocorridas após o trânsito em julgado da sentença
condenatória:
Afastam somente a necessidade do cumprimento da pena,
se ainda não iniciada, ou de seu restante.
É o caso da prescrição da pretensão executória.
Caso o réu cometa posteriormente outro crime, será
considerado reincidente, se ainda não transcorridos os 5 anos a
que se refere o art. 64, I, do Código.
CLASSIFICAÇÃO DAS CAUSAS EXTINTIVAS DE PUNIBILIDADE1) Quanto às infrações penais a que são aplicáveis, as causas
extintivas podem ser:
a) Gerais: alcançam todo e qualquer tipo de infração.
Exemplo: a morte do agente e a abolitio criminis.
b) Especiais:
Aplicam​-se apenas a determinados delitos.
Incluem​-se nesta categoria a retratação, o perdão judicial, a
renúncia, o perdão do ofendido, a perempção e a decadência.
c) Específicas:
Cabem em uma única infração penal.
Não estão previstas na Par​te Geral do Código, e sim em
dispositivos determinados da Parte Especial ou de leis especiais.
Exemplos:
a) a reparação do dano no crime de peculato culposo
(art. 312, § 3º, do CP);
b) a aquisição posterior de renda na contravenção de
vadiagem (art. 59, parágrafo único, da LCP).
2) Quanto ao alcance em relação às pessoas envolvidas no
crime:
a) Comunicáveis: beneficiam todos os envolvidos na
infração (autores ou partícipes).
Exemplos: renúncia, perempção e abolitio criminis.
b) Incomunicáveis: aplicam​-se somente ao agente que se
enquadra na situação prevista em lei, não se estendendo aos
comparsas.
Exemplo: a morte de um dos criminosos.
3) Quanto à causa que fundamenta a causa extintiva:
a) Naturais: quando a causa extintiva se baseia em um fato
natural, como, por exemplo, a morte do agente ou o decurso do
tempo na prescrição.
b) Políticas: existem porque o legislador entende que certos
comportamentos devem fulminar o jus puniendi.
Exemplos: perdão do ofendido ou retratação do agente;
indulto por parte do Presidente da República; perdão judicial etc.
4) Quanto à exigência de algum ato por parte do autor do crime
para a extinção da punibilidade:
a) Incondicionadas: quando a extinção da punibilidade
independe de ato do agente.
Exemplos: prescrição, perempção, renúncia, decadência,
perdão judicial etc.
b) Condicionadas: quando está vinculada a algum ato do
autor da infração.
Exemplos: retratação do agente, reparação do dano no
peculato culposo, cumprimento das condições na suspensão
condicional do processo, pagamento do tributo nos crimes contra a
ordem tributária etc.
FIM

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