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www.cers.com.br 1 www.cers.com.br 2 Segundo Molina, a vítima experimentou um secular e deliberado abandono, depois foi drasticamente neutralizada, e chegando ao seu redescobrimento. Sendo assim, pode-se dividir o histórico em três etapas: 1) 2) 3) O Protagonismo ou “idade de ouro”: A neutralização: O redescobrimento: e) Os estudos vitimológicos permitem o exame do papel desempenhado pelas vítimas no desencadeamento do fato criminal. O iter victimae a) Vitimização primária: trata-se daquela que é causada pela prática do delito, pela conduta do agente que viola os direitos da vítima, causando-lhe danos de diversos tipos, como físicos, psicológicos e materiais, ocasionando inclusive, modificações nos hábitos e mudanças de conduta da vítima b) Vitimização secundária: este processo de vitimização também é denominado de sobrevitimização. Decorre do tratamento que é dado à vítima pelos órgãos de controle social formal da criminalidade, tais como polícia ou Poder Judiciário c) Vitimização terciária: trata-se do isolamento da vítima e também do abandono que esta sofre por sua própria comunidade. Atenção! “vitimização indireta”, que se trata do sofrimento das pessoas que estão relacionadas intimamente à vítima de um delito. Sistema carcerário brasileiro O sistema prisional brasileiro é, na prática, precário e ineficiente para a reabilitação do preso, especialmente em virtude de descaso por parte do Poder Público, que não investe o suficiente para a manutenção de um sistema carcerário adequado. Aspectos sobre o cárcere: O cárcere é, por sua natureza, violador de Direitos Humanos. Na esteira do entendimento de Cesar Manzanos Bilbao, o cárcere é incapaz “de garantir os direitos legalmente estabelecidos, de fazer possível a segurança jurídica das pessoas encarceradas (...). Isto é o que gera violência e tensão entre as pessoas presas, e entre estas e o pessoal que trabalha nas prisões. Cria frustração, desesperança, desespero, desejos de vingança, recurso à evasão por meio das drogas, [ou seja], definitivamente um clima conflituoso, corrompido e violento no cárcere”. Ao longo de 55 anos, os Estados usaram as “Regras Mínimas para o Tratamento de Presos” como um guia para estruturar sua Justiça e sistemas penais. Ocorre que essas regras nunca tinham passado por revisão até o ano passado, quando, finalmente, em 22 de maio de 2015, as Nações Unidas oficializaram novo quadro de normas, incorporando novas doutrinas de direitos humanos para tomá-las como parâmetros na reestruturação do atual modelo de sistema penal e percepção do papel do encarceramento para a sociedade. Editaram-se, pois, as chamadas Regras de Mandela. Regras de Mandela (the Mandela Rules) • O novo Estatuto levou em consideração instrumentos internacionais vigentes no país, como o Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos, o Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais e a Convenção contra a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes e seu Protocolo Facultativo. • Deu-se ao documento o nome de “Regras de Mandela”, considerando o fato de terem sido concluídas na África do Sul, do ex-presidente Nelson Mandela. Tal atualização, por certo, cedeu e considerou a transformação então ocorrida no âmbito da execução da pena, haja vista que o documento original, conforme já se salientou, datava de 1955. www.cers.com.br 3 • TRATAMENTO PENITENCIÁRIO EM DIREITOS HUMANOS Devem ser considerados tanto instrumentos de caráter mais universal, como o Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos e o Pacto de Direitos Econômicos Sociais e Culturais, sendo que a maior parte deles contém referências ao tratamento de pessoas privadas de sua liberdade, quanto os instrumentos internacionais que estabelecem padrões e princípios específicos para o tratamento de prisioneiros e condições de detenção. Incluem-se nesse rol as Regras Mínimas para o Tratamento de Delinqüentes (Standard Minimum Rules for the Treatment of Prisoners -1957); o Conjunto de Princípios para a Proteção de Todas as Pessoas sob qualquer forma de Detenção ou Aprisionamento (The Body of Principles for the Protection of All Persons under Any Form of Detention or Imprisonment - 1988) • No Brasil, a garantia do exercício desses direitos tem seu amparo na Constituição Federal de 1988: a dignidade da pessoa humana é fundamento do Estado Democrático de Direito. Programas que ajudam – Tratamento Penitenciário: • assistência jurídica: • programas e ações de assistência religiosa: • programas e ações de assistência educacional e laboral: • programas e ações de assistência à saúde física e mental: • Falta de Tratamento (influência negativa) O inverso também é verdadeiro: a inexistência ou oferta irregular ou inadequada de ações, projetos e programas de Tratamento Penitenciários podem gerar insatisfação, angústia, doenças físicas e psíquicas, e, no limite, como se sabe, podem dar ensejo a rebeliões e outros tipos de manifestação de violência por parte dos sujeitos encarcerados Cifras criminais da Criminologia: 1) 2) 1. Criminalidade legal 2. Criminalidade oculta 3. Cifra negra 4. Cifra dourada 5. Cifra cinza 6. Cifras amarelas 7. Cifras verdes • A estatística criminal é uma grande ilusão, pois foi demonstrada a existência de dois dados que devem ser compreendidos, que são as noções de Cifra Negra e a Cifra Dourada da Criminalidade. • A criminalidade legal: • A criminalidade oculta: • A cifra negra: • As cifras douradas da criminalidade: • A Cifra Dourada é a idéia de que nós vamos ter um universo de crimes praticados por pessoas de alta condição financeira que é ignorado. • Cifras Cinzas • Cifras Amarelas • Cifras Verdes • Agora vamos trabalhar as vertentes sociológicas da criminologia • Atualmente, são objetos de estudo da Criminologia: a) o delito, o delinqüente, a vítima e o controle social b) o delito, a antropologia e a psicologia criminais c) o delito e os fatores biopsicológicos da criminalidade d) o delito e o delinqüente e) o delinqüente e os fatores biopsicológicos da criminalidade A Criminologia apresenta como objeto (4 focos): 1) 2) www.cers.com.br 4 3) 4) CONTROLE SOCIAL Agora vamos trabalhar as vertentes sociológicas da criminologia • Dentro desta moldura sociológica, dois subgrupos aparecem: as teorias do consenso e as teorias do conflito. • As Teorias macrossociológicas da criminalidade • Para as teorias do consenso, a finalidade da sociedade é atingida quando suas instituições obtêm perfeito funcionamento, os cidadãos aceitam as regras vigentes e compartilham as regras sociais dominantes. • Já para a teoria do conflito, a ordem na sociedade é fundada na força e na coerção, ou seja, na dominação por alguns e obediência de outros. • Chamamos de controle social o conjunto de mecanismos e sanções sociais que pretendem submeter o indivíduo aos modelos e normas comunitários. • Controle social formal: mecanismos de controle oficiais, atuação do aparelho político do Estado (polícia, a Justiça, a Administração Penitenciária, o Ministério Público, o Exército entre outros). • Controle social informal: mecanismos de controle casuais. Tem como agentes a família, escola, profissão, a religião, opinião pública, entre outros. ADVERTÊNCIA! • Dentro desta moldura sociológica, dois subgrupos aparecem: as teorias do consenso e as teorias do conflito. • As Teorias macrossociológicas da criminalidade. Para a Teoria do Consenso a finalidade da sociedade é atingida quando suas instituições obtêm perfeito funcionamento, os cidadãos aceitam as regras vigentes e compartilham as regras sociais dominantes. Para a teoria do conflitoa ordem na sociedade é fundada na força e na coerção, ou seja, na dominação por alguns e obediência de outros, não há existência de acordos em torno de valores. Considerando as principais teorias macrossociológicas podemos as dividir nos seguintes grupos: 1) Teorias do Consenso: 2) Teorias do Conflito Social: 1) Escola de Chicago Teoria pertencente ao grupo das teorias do consenso, surgiu no início do século XX por meio de membros do Departamento de Sociologia da Universidade de Chicago. RESUMO: Considerando que, conforme a doutrina, a moderna sociologia criminal apresenta teorias e esquemas explicativos do crime,assinale a opção correta acerca dos modelos sociológicos explicativos do delito. A) Para a teoria ecológica da sociologia criminal, que considera normal o comportamento delituoso para o da ordem social, é imprescindível e, até mesmo,positiva a existência da conduta delituosa no seio da comunidade. B) A teoria do conflito, sob o enfoque sociológico da Escola de Chicago, rechaça o papel das instâncias punitivas e fundamenta suas ideias em situações concretas, de fácil comprovação e verificação empírica das medidas adotadas para contenção do crime, sem que haja hostilidade e coerção no uso dos meios de controle. C) A teoria da integração, ao criticar a teoria consensual na solução do conflito, rotula o criminoso quando assevera que o delito é fruto do sistema capitalista e considera o fator econômico como justificativa para o ato criminoso, de modo que, para frear a criminalidade, devem-se separar as classes sociais. D) A Escola de Chicago, ao atentar para a mutação social das grandes cidades na análise empírica do delito, interessa-se em conhecer os mecanismos de aprendizagem e transmissão das culturas consideradas desviadas, por reconhecê-las como fatores de criminalidade. www.cers.com.br 5 E) A teoria estrutural-funcionalista da sociologia criminal sustenta que o delito é produto da desorganização da cidade grande,que debilita o controle social e deteriora as relações humanas,propagando-se, consequentemente, o vício e a corrupção, que são considerados anormais e nocivos à coletividade. D) A Escola de Chicago, ao atentar para a mutação social das grandes cidades na análise empírica do delito, interessa-se em conhecer os mecanismos de aprendizagem e transmissão das culturas consideradas desviadas, por reconhecê-las como fatores de criminalidade. Escola de Chicago ESCOLA DE CHICAGO – Talcott Parsons Apresentava 3 postulados: • A) • B) • C) Principais pensadores: • Robert Park • Ernest Burguess • Roderick MacKenzie 1) 2) A ESCOLA DE CHICAGO apresenta como objeto de estudo: a) b) c) As Cidades apresentam as seguintes características: A) B) C) Objetivos da Escola de Chicago: A) B) C) • Dentro da perspectiva da Escola de Chicago, a compreensão do crime sistematiza-se a partir da observação de que a gênese delitiva relacionava-se diretamente com o conglomerado urbano O surgimento da Escola de Chicago está diretamente ligado ao processo de desenvolvimento da cidade de Chicago no início do século XX. Como consequência, a Escola de Chicago: A) inaugurou um novo campo de pesquisa sociológica, centrado nos fenômenos urbanos. B) desconsiderou a importância do uso sistemático dos métodos empíricos em suas pesquisas. C) levou à constituição da chamada Sociologia Indigenista como ramo de estudos especializados. D) tinha como principais objetos de estudo as relações sociais, o marxismo e a produção cultural. E) propunha um conceito de sociedade formado por instâncias autônomas e interdependentes. A) inaugurou um novo campo de pesquisa sociológica, centrado nos fenômenos urbanos. • Profs. Coimbra = Jorge de Figueiredo Dias e Manuel da Costa Andrade, apresentam a Escola de Chicago, afirmando que: “O crescimento vertiginoso do espaço urbano, e a industrialização (...) colocou a cidade e os seus modelos de convivência e interacção no centro das preocupações dos teóricos e moralistas dos fins do século XIX e princípios www.cers.com.br 6 do século XX. (...) a cidade moderna caracteriza-se pela ruptura dos mecanismos tradicionais de controlo (família, vizinhança, religião, escola) e pela pluralidade, praticamente sem limites, das alternativas de conduta”. 2) Teoria da Associação Diferencial Segundo Sutherland, “a função social do crime é de mostrar as fraquezas da desorganização social. Ao mesmo tempo que a dor revela que o corpo vai mal, o crime revela um vício da estrutura social, sobretudo quando ele tende a predominar. O crime é um sintoma da desorganização social e pode sem dúvida ser reduzido em proporções consideráveis, simplesmente por uma reforma da estrutura social.” Teoria da Associação Diferencial As Teorias macrossociológicas da criminalidade Estamos trabalhando com questões as seguinte: 1) Teorias do Consenso: Vimos no ultimo bloco: 1) Teorias do Consenso: 2) Teorias do Conflito Social: 3) Teoria da Anomia Anomia significa uma incapacidade de atingir os fins culturais. Ocorre quando o insucesso em atingir metas culturais, devido à insuficiência dos meios institucionalizados (sistema de normas), gera conduta desviante. A anomia • As desigualdades sociais, a escassez de oportunidades, e os contrastes de uma sociedade heterogênea e de consumo, incentivam o surgimento de uma mentalidade de anomia • O crime pode ser considerado um fenômeno natural dentro da sociedade, no entanto, deve permanecer dentro de limites de tolerância sob pena de instalação do caos, do estado de desorganização generalizada a ponto de subverter valores e desacreditar o sistema normativo de condutas, e é justamente neste ponto que surge a anomia. • No Brasil, a ideia do crescimento da criminalidade e da corrupção no aparelho Estatal está associada ao discurso da impunidade. 4) Teoria da Subcultura Delinquente • A ideia da subcultura delinquente foi consagrada na literatura criminológica pela obra de Albert Cohen: Delinquent boys. O conceito não é exclusivo da área criminal, sendo utilizado igualmente em outras esferas do conhecimento, como na Antropologia e na Sociologia. • Conceito de Subcultura • Subcultura • Contracultura O pensamento criminológico que professava, dentre os postulados, a “semelhança estrutural, em sua gênese de comportamento regular e irregular” . (Antônio Gracia – Pablo de Molina) reporta-se à (s) Teoria (s): A) da Anomia B) Subculturais C) Ecológicas D) da Desorganização Social E) do Controle Social B) Subculturais Veículos de comunicação em massa de todo o país noticia- ram, em 12 de junho de 2012, que a região dorsal da estátua do Cristo Redentor de Belo Horizonte foi pichado naquela madrugada por dois homens, com a inscrição www.cers.com.br 7 “RONADINHO 49” (sic), em homenagem ao novo craque do Clube Atlético Mineiro. O comportamento desses indivíduos é relacionado à teoria sociológica. A) da cifra dourada. B) do conflito cultural. C) das áreas criminais. D) da subcultura delinquente. E) do “labelling approach”. D) da subcultura delinquente. 1) Teorias do Consenso: 2) Teorias do Conflito Social: Teoria Crítica • A teoria crítica ou radical tem suas bases alicerçadas no marxismo, enxergando o delito como um fenômeno proveniente do sistema de produção capitalista. Sustenta que o delito produz um sistema de controle social contendo juízes, promotores, delegados, advogados, métodos e procedimentos. • Baseada no pensamento Marxista a Teoria Crítica entende que a solução da criminalidade passa pela extinção da opressão e exploração econômica das classes políticas • Critica, portanto, o funcionalismo do pensamento criminal ondea lei penal seria uma estrutura dependente do sistema de produção (infraestrutura). Ótica da Teoria Crítica: ATENÇÃO: Teoria do Etiquetamento • Também conhecida por outros nomes, como teoria da rotulação social ou etiquetagem, ou ainda, teoria interacionista ou da reação social, nasceu nos EUA, na década de 60, e encontra-se fundada na ideia de que a intervenção da justiça na esfera criminal pode acentuar a criminalidade. RESUMO: Lembrar que segundo as Teorias do Conflito há um fio condutor sobre o SISTEMA que se funda em 3 aspectos: 1) 2) 3) (MP/GO)Com base na Criminologia contemporânea majoritária (perspectiva etiológica), assinale a alternativa incorreta: A) A teoria do etiquetamento, proposta por Becker, destaca a importância do estudo de psicopatas para a compreensão do fenômeno delitivo. B) A teoria ecológica ou da desorganização social aponta para o meio físico (principalmente, o bairro) na compreensão do fenômeno delitivo. C) Para as teorias da aprendizagem, alguém primeiro se agrupa com sujeitos que cumprem as normas ou não, e isso influi decisivamente em que seu próprio comportamento seja respeitoso ou desviado. D) A teoria da anomia, a partir da formulação de Durkheim, sugere que tanto as crises econômicas como as épocas de aumento inesperado de bem-estar têm influência agravante na taxa de criminalidade. A) A teoria do etiquetamento, proposta por Becker, destaca a importância do estudo de psicopatas para a compreensão do fenômeno delitivo. A teoria do “Labelling Approach” ou da Reação Social é também conhecida como: A) Teoria da Anomia B) Teoria da Subcultura www.cers.com.br 8 C) Teoria Ecológica D) Teoria do Etiquetamento ou Rotulação E) Teoria Espacial D) Teoria do Etiquetamento ou Rotulação Agora vamos debruçar sobre o conceito de Criminologia Radical As origens históricas da Criminologia Radical – holandês Bonger A Criminologia radical tem proposta de política criminal alternativa 1) 2) Raúl Zaffaroni “A palavra dos mortos” ensina que criminologia crítica é toda aquela que incorpora as agências estatais dentro do objeto de investigação do fenômeno punitivo. Acredita que esta corrente crítica poderia ser repartida em dois momentos, um primeiro chamado “liberal” e outro chamado “radical”. Vejamos as diferenças: a) b) A Criminologia Radical inclui vários movimentos 1) 2) 3) 4) Fenômeno comum em países em desenvolvimento ou emergentes, _______________ propicia(m) a promiscuidade, o afrouxamento dos freios morais, o desrespeito ao próximo e outros desvios comportamentais, empurrando aqueles que vivem ou sobrevivem nessas situações a uma existência marcada pela inclinação ao crime. Assinale a alternativa que preencha corretamente a lacuna do texto. A) a migração B) a religião C) o subemprego D) as condições precárias de habitação E) a política D) as condições precárias de habitação Com o surgimento de novos delitos decorrentes dos riscos pós modernos e a expansão do Direito Penal, como consequência do aumento das tipificações, se criou uma situação em que o Direito tem que acompanhar a evolução dos criminosos e se adequar juridicamente para proteger a sociedade. A teoria do doutrinador alemão Gunter Jakobs, denominada “Direito Penal do Inimigo” vem, há mais de 20 anos, tomando forma e sendo disseminada pelo mundo, conseguindo fazer adeptos e chamando a atenção de muitos. Resumidamente, pretende o alemão a prática de um Direito Penal que separaria os delinqüentes e criminosos em duas categorias: os primeiros continuariam a ter o status de cidadão e, uma vez que infringissem a lei, teriam ainda o direito ao julgamento dentro do ordenamento jurídico estabelecido e a voltar a ajustar-se à sociedade; os outros, no entanto, seriam chamados de inimigos do Estado e seriam adversários, representantes do mal, cabendo a estes um tratamento rígido e diferenciado. www.cers.com.br 9 Os três pilares que fundamentam a teoria de Jakobs, são: A) B) C) De uma forma sintética, essa Teoria tem como objetivo a prática de um Direito Penal que separaria os delinqüentes e criminosos em duas categorias: 1) 2) Rogério Sanches Cunha, por seu turno, ensina que é possível identificar o direito penal do inimigo em determinado sistema, mediante a adoção das seguintes características: ATENÇÃO: Jakobs sustenta também que mais vale legalizar o que já vem sendo feito silente e implicitamente. O que ele teoriza, é feito de fato através de ações das autoridades às escondidas, ou mais recentemente, com o ocorrido no atentado de 11 de setembro nos Estados Unidos, foi colocado em ação contra o povo islâmico. Vamos estudar, agora, dois importantes modelos de política criminal: o Abolicionismo e o movimento de Lei e Ordem. ABOLICIONISMO: MOVIMENTO DE LEI E ORDEM: MODELO DE LEI E ORDEM: Pugna pelo incremento das respostas formais do Estado. Sua base situa-se na proposta de drástica intervenção do Estado por meio Direito Penal. LEI E ORDEM nos anos 80, com o aumento da inflação e com o enfraquecimento dos ideais socialistas, (WELFARE STATE) desenvolve-se, primeiramente na Inglaterra e posteriormente com muita força nos EUA, o Estado NEOLIBERAL de mercado, regido por uma intervenção mínima junto à sociedade, que se desvencilhou de seus papéis costumeiros, privatizou empresas públicas nos anos 90, o que repercute num sentimento de insegurança coletivo. Diante disso, como seria possível esperar, há um aumento da criminalidade urbana, principalmente do tráfico de drogas e dos crimes contra o patrimônio, o que exige uma intervenção do Estado para efetuar um controle sobre tais descontentes. A metáfora usada era a das “janelas quebradas”, ou seja, uma janela de um edifício está quebrada e se não for consertada imediatamente, as demais janelas em pouco tempo também estarão quebradas, porque uma janela quebrada e não consertada demonstra sinal de descuido, abandono, negligência. A teoria das “janelas quebradas” inspirou o surgimento da técnica policial intensiva conhecida como “Tolerância Zero”, nome que provém da estratégia policial que se implantou em Nova York, na gestão do ex-promotor Rudolph Giuliani, e que depois passou a ser aplicada em diversos lugares do mundo. As características marcantes desse movimento são: a) b) c) d) e) www.cers.com.br 10 A grande crítica ao movimento de lei e ordem é a expansão irracional do Direito Penal (hipertrofia da punição), gerando: 1) Crise do princípio da legalidade: previsão de tipos penais de conteúdo vago e indeterminado; 2) Defeitos de técnica legislativa: o legislador deixa de empregar a melhor técnica no momento de elaborar as figuras típicas; 3) Bagatelização do Direito Penal: o uso desmedido do direito penal; 4) Violação ao princípio da proporcionalidade das penas; 5) Descrédito do Direito Penal; 6) Inexistência de limites punitivos 7) Abuso de leis penais promocionais e simbólicas; 8) Flexibilização das regras de imputação; 9) Aumento significativo nos delitos de omissão; ABOLICIONISMO E GARANTISMO PENAL ABOLICIONISMO: MOVIMENTO DE LEI E ORDEM: “Se afasto do meu jardim os obstáculos que impedem o sol e a água de fertilizar a terra, logo surgirão plantas cuja existência eu sequer suspeitava. Da mesma forma, o desaparecimento do sistema punitivo estatal abrirá, num convívio mais sadio e mais dinâmico, os caminhos de uma nova justiça” Conforme os abolicionistas, eis as razões para eliminar o sistema penal: 1) 2) 3) 4) 5) 6) Devemos, realmente, abolir o Direito Penal? “Temos que admitir talvez a possibilidade de se encarcerar alguns indivíduos[...]”(Mathiesen) ATENÇÃO É preciso desfazer um mito de senso comum: as teorias abolicionistas não tem como mote a eliminação total da retribuição negativa como resposta do ato delinquente. O que estas defendem é que a sanção restritiva de liberdade (prisão) não atinge seus supostos objetivos ressocializadores, funcionando de modo seletivo à serviço das classes que possuem domínio do poder político e econômico. Crítica: A proposta abolicionista pode conduzir à desestabilização da sociedade e, por consequência, à instalação de uma justiça arbitrária e insegura, afinal não haveria limites à intervenção punitiva. O moderno Direito Penal deve seguir um modelo garantista, repudiando os extremos (abolicionismo e autoritarismo). O garantismo estabelece critérios de racionalidade e civilidade à intervenção penal, deslegitimando normas ou formas de controle social que se sobreponham aos direitos e garantias individuais. Assim, o garantismo exerce a função de estabelecer o objeto e os limites do direito penal nas sociedades democráticas, utilizando-se dos direitos fundamentais, que adquirem status de intangibilidade. Alertamos, no entanto, que o garantismo não pode compreender apenas a proibição do excesso. Diante do plexo de direitos e garantias explicitados na Constituição, tem o legislador (e o juiz) também a obrigação de proteger os bens jurídicos de forma suficiente. www.cers.com.br 11 Agora para concluir nossa aula vamos solidificar os conceitos de: 1. Prevenção Primária 2. Prevenção Secundária 3. Prevenção Terciária VERTENTES CRIMINOLÓGICA DA PREVENÇÃO. A) B) Prevenção primária Prevenção secundária Prevenção terciária CONCLUSÃO: Não se pode eleger apenas uma das espécies de prevenção, senão trabalhar com o conjunto, haja vista que possuem, necessária complementação ou ciclos para que dinamicamente se possa ver frutificar o que semeou a prevenção sob a ótica global ou geral; em um verdadeiro escalonamento de estímulos entre a prevenção primária sobre a secundária e, esta, sobre a terciária. Respeitando, assim, a cronologia e o método da sua aplicação e desenvolvimento. www.cers.com.br 12
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