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Sistema Carcerário e Direitos Humanos

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Segundo Molina, a vítima experimentou um secular e deliberado abandono, depois foi drasticamente neutralizada, 
e chegando ao seu redescobrimento. Sendo assim, pode-se dividir o histórico em três etapas: 
1) 
2) 
3) 
 
O Protagonismo ou “idade de ouro”: 
 
A neutralização: 
 
O redescobrimento: 
 
e) Os estudos vitimológicos permitem o exame do papel desempenhado pelas vítimas no desencadeamento do fato 
criminal. 
 
O iter victimae 
a) Vitimização primária: trata-se daquela que é causada pela prática do delito, pela conduta do agente que viola os 
direitos da vítima, causando-lhe danos de diversos tipos, como físicos, psicológicos e materiais, ocasionando 
inclusive, modificações nos hábitos e mudanças de conduta da vítima 
b) Vitimização secundária: este processo de vitimização também é denominado de sobrevitimização. Decorre do 
tratamento que é dado à vítima pelos órgãos de controle social formal da criminalidade, tais como polícia ou Poder 
Judiciário 
c) Vitimização terciária: trata-se do isolamento da vítima e também do abandono que esta sofre por sua própria 
comunidade. 
 
Atenção! 
“vitimização indireta”, que se trata do sofrimento das pessoas que estão relacionadas intimamente à vítima de um 
delito. 
 
Sistema carcerário brasileiro 
O sistema prisional brasileiro é, na prática, precário e ineficiente para a reabilitação do preso, especialmente em 
virtude de descaso por parte do Poder Público, que não investe o suficiente para a manutenção de um sistema 
carcerário adequado. 
 
Aspectos sobre o cárcere: 
O cárcere é, por sua natureza, violador de Direitos Humanos. Na esteira do entendimento de Cesar Manzanos 
Bilbao, o cárcere é incapaz “de garantir os direitos legalmente estabelecidos, de fazer possível a segurança jurídica 
das pessoas encarceradas (...). Isto é o que gera violência e tensão entre as pessoas presas, e entre estas e o 
pessoal que trabalha nas prisões. Cria frustração, desesperança, desespero, desejos de vingança, recurso à evasão 
por meio das drogas, [ou seja], definitivamente um clima conflituoso, corrompido e violento no cárcere”. 
 
Ao longo de 55 anos, os Estados usaram as “Regras Mínimas para o Tratamento de Presos” como um guia para 
estruturar sua Justiça e sistemas penais. Ocorre que essas regras nunca tinham passado por revisão até o ano 
passado, quando, finalmente, em 22 de maio de 2015, as Nações Unidas oficializaram novo quadro de normas, 
incorporando novas doutrinas de direitos humanos para tomá-las como parâmetros na reestruturação do atual 
modelo de sistema penal e percepção do papel do encarceramento para a sociedade. Editaram-se, pois, as 
chamadas Regras de Mandela. 
 
Regras de Mandela (the Mandela Rules) 
• O novo Estatuto levou em consideração instrumentos internacionais vigentes no país, como o Pacto Internacional 
de Direitos Civis e Políticos, o Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais e a Convenção contra 
a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes e seu Protocolo Facultativo. 
• Deu-se ao documento o nome de “Regras de Mandela”, considerando o fato de terem sido concluídas na África 
do Sul, do ex-presidente Nelson Mandela. Tal atualização, por certo, cedeu e considerou a transformação então 
ocorrida no âmbito da execução da pena, haja vista que o documento original, conforme já se salientou, datava de 
1955. 
 
 
 
 
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• TRATAMENTO PENITENCIÁRIO EM DIREITOS HUMANOS Devem ser considerados tanto instrumentos de 
caráter mais universal, como o Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos e o Pacto de Direitos Econômicos 
Sociais e Culturais, sendo que a maior parte deles contém referências ao tratamento de pessoas privadas de sua 
liberdade, quanto os instrumentos internacionais que estabelecem padrões e princípios específicos para o 
tratamento de prisioneiros e condições de detenção. Incluem-se nesse rol as Regras Mínimas para o Tratamento 
de Delinqüentes (Standard Minimum Rules for the Treatment of Prisoners -1957); o Conjunto de Princípios para a 
Proteção de Todas as Pessoas sob qualquer forma de Detenção ou Aprisionamento (The Body of Principles for the 
Protection of All Persons under Any Form of Detention or Imprisonment - 1988) 
• No Brasil, a garantia do exercício desses direitos tem seu amparo na Constituição Federal de 1988: a dignidade 
da pessoa humana é fundamento do Estado Democrático de Direito. 
 
Programas que ajudam – Tratamento Penitenciário: 
• assistência jurídica: 
• programas e ações de assistência religiosa: 
• programas e ações de assistência educacional e laboral: 
• programas e ações de assistência à saúde física e mental: 
• Falta de Tratamento (influência negativa) 
 
O inverso também é verdadeiro: a inexistência ou oferta irregular ou inadequada de ações, projetos e programas de 
Tratamento Penitenciários podem gerar insatisfação, angústia, doenças físicas e psíquicas, e, no limite, como se 
sabe, podem dar ensejo a rebeliões e outros tipos de manifestação de violência por parte dos sujeitos encarcerados 
 
Cifras criminais da Criminologia: 
1) 
2) 
 
1. Criminalidade legal 
2. Criminalidade oculta 
3. Cifra negra 
4. Cifra dourada 
5. Cifra cinza 
6. Cifras amarelas 
7. Cifras verdes 
 
• A estatística criminal é uma grande ilusão, pois foi demonstrada a existência de dois dados que devem ser 
compreendidos, que são as noções de Cifra Negra e a Cifra Dourada da Criminalidade. 
• A criminalidade legal: 
• A criminalidade oculta: 
• A cifra negra: 
• As cifras douradas da criminalidade: 
• A Cifra Dourada é a idéia de que nós vamos ter um universo de crimes praticados por pessoas de alta condição 
financeira que é ignorado. 
• Cifras Cinzas 
• Cifras Amarelas 
• Cifras Verdes 
• Agora vamos trabalhar as vertentes sociológicas da criminologia 
 
• Atualmente, são objetos de estudo da Criminologia: 
a) o delito, o delinqüente, a vítima e o controle social 
b) o delito, a antropologia e a psicologia criminais 
c) o delito e os fatores biopsicológicos da criminalidade 
d) o delito e o delinqüente 
e) o delinqüente e os fatores biopsicológicos da criminalidade 
 
A Criminologia apresenta como objeto (4 focos): 
1) 
2) 
 
 
 
 
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3) 
4) 
 
 CONTROLE SOCIAL 
 
Agora vamos trabalhar as vertentes sociológicas da criminologia 
• Dentro desta moldura sociológica, dois subgrupos aparecem: as teorias do consenso e as teorias do conflito. 
• As Teorias macrossociológicas da criminalidade 
• Para as teorias do consenso, a finalidade da sociedade é atingida quando suas instituições obtêm perfeito 
funcionamento, os cidadãos aceitam as regras vigentes e compartilham as regras sociais dominantes. 
• Já para a teoria do conflito, a ordem na sociedade é fundada na força e na coerção, ou seja, na dominação por 
alguns e obediência de outros. 
• Chamamos de controle social o conjunto de mecanismos e sanções sociais que pretendem submeter o indivíduo 
aos modelos e normas comunitários. 
• Controle social formal: mecanismos de controle oficiais, atuação do aparelho político do Estado (polícia, a Justiça, 
a Administração Penitenciária, o Ministério Público, o Exército entre outros). 
• Controle social informal: mecanismos de controle casuais. Tem como agentes a família, escola, profissão, a 
religião, opinião pública, entre outros. 
 
ADVERTÊNCIA! 
 
• Dentro desta moldura sociológica, dois subgrupos aparecem: as teorias do consenso e as teorias do conflito. 
• As Teorias macrossociológicas da criminalidade. 
 
Para a Teoria do Consenso a finalidade da sociedade é atingida quando suas instituições obtêm perfeito 
funcionamento, os cidadãos aceitam as regras vigentes e compartilham as regras sociais dominantes. 
 
Para a teoria do conflitoa ordem na sociedade é fundada na força e na coerção, ou seja, na dominação por alguns 
e obediência de outros, não há existência de acordos em torno de valores. 
 
Considerando as principais teorias macrossociológicas podemos as dividir nos seguintes grupos: 
1) Teorias do Consenso: 
2) Teorias do Conflito Social: 
 
1) Escola de Chicago 
Teoria pertencente ao grupo das teorias do consenso, surgiu no início do século XX por meio de membros do 
Departamento de Sociologia da Universidade de Chicago. 
 
RESUMO: 
 
Considerando que, conforme a doutrina, a moderna sociologia criminal apresenta teorias e esquemas 
explicativos do crime,assinale a opção correta acerca dos modelos sociológicos explicativos do delito. 
 
A) Para a teoria ecológica da sociologia criminal, que considera normal o comportamento delituoso para o da ordem 
social, é imprescindível e, até mesmo,positiva a existência da conduta delituosa no seio da comunidade. 
B) A teoria do conflito, sob o enfoque sociológico da Escola de Chicago, rechaça o papel das instâncias punitivas e 
fundamenta suas ideias em situações concretas, de fácil comprovação e verificação empírica das medidas adotadas 
para contenção do crime, sem que haja hostilidade e coerção no uso dos meios de controle. 
C) A teoria da integração, ao criticar a teoria consensual na solução do conflito, rotula o criminoso quando assevera 
que o delito é fruto do sistema capitalista e considera o fator econômico como justificativa para o ato criminoso, de 
modo que, para frear a criminalidade, devem-se separar as classes sociais. 
D) A Escola de Chicago, ao atentar para a mutação social das grandes cidades na análise empírica do delito, 
interessa-se em conhecer os mecanismos de aprendizagem e transmissão das culturas consideradas desviadas, 
por reconhecê-las como fatores de criminalidade. 
 
 
 
 
 
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E) A teoria estrutural-funcionalista da sociologia criminal sustenta que o delito é produto da desorganização da 
cidade grande,que debilita o controle social e deteriora as relações humanas,propagando-se, consequentemente, o 
vício e a corrupção, que são considerados anormais e nocivos à coletividade. 
D) A Escola de Chicago, ao atentar para a mutação social das grandes cidades na análise empírica do delito, 
interessa-se em conhecer os mecanismos de aprendizagem e transmissão das culturas consideradas desviadas, 
por reconhecê-las como fatores de criminalidade. 
 
Escola de Chicago 
 
ESCOLA DE CHICAGO – Talcott Parsons 
 
Apresentava 3 postulados: 
• A) 
• B) 
• C) 
 
Principais pensadores: 
• Robert Park 
• Ernest Burguess 
• Roderick MacKenzie 
 
1) 
2) 
 
A ESCOLA DE CHICAGO apresenta como objeto de estudo: 
a) 
b) 
c) 
 
As Cidades apresentam as seguintes características: 
A) 
B) 
C) 
 
Objetivos da Escola de Chicago: 
A) 
B) 
C) 
 
• Dentro da perspectiva da Escola de Chicago, a compreensão do crime sistematiza-se a partir da observação de 
que a gênese delitiva relacionava-se diretamente com o conglomerado urbano 
 
O surgimento da Escola de Chicago está diretamente ligado ao processo de desenvolvimento da cidade de 
Chicago no início do século XX. Como consequência, a Escola de Chicago: 
 
A) inaugurou um novo campo de pesquisa sociológica, centrado nos fenômenos urbanos. 
B) desconsiderou a importância do uso sistemático dos métodos empíricos em suas pesquisas. 
C) levou à constituição da chamada Sociologia Indigenista como ramo de estudos especializados. 
D) tinha como principais objetos de estudo as relações sociais, o marxismo e a produção cultural. 
E) propunha um conceito de sociedade formado por instâncias autônomas e interdependentes. 
 
A) inaugurou um novo campo de pesquisa sociológica, centrado nos fenômenos urbanos. 
 
• Profs. Coimbra = Jorge de Figueiredo Dias e Manuel da Costa Andrade, apresentam a Escola de Chicago, 
afirmando que: 
“O crescimento vertiginoso do espaço urbano, e a industrialização (...) colocou a cidade e os seus modelos de 
convivência e interacção no centro das preocupações dos teóricos e moralistas dos fins do século XIX e princípios 
 
 
 
 
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do século XX. (...) a cidade moderna caracteriza-se pela ruptura dos mecanismos tradicionais de controlo (família, 
vizinhança, religião, escola) e pela pluralidade, praticamente sem limites, das alternativas de conduta”. 
 
2) Teoria da Associação Diferencial 
Segundo Sutherland, “a função social do crime é de mostrar as fraquezas da desorganização social. Ao mesmo 
tempo que a dor revela que o corpo vai mal, o crime revela um vício da estrutura social, sobretudo quando ele tende 
a predominar. O crime é um sintoma da desorganização social e pode sem dúvida ser reduzido em proporções 
consideráveis, simplesmente por uma reforma da estrutura social.” 
 
Teoria da Associação Diferencial 
 
As Teorias macrossociológicas da criminalidade 
 
Estamos trabalhando com questões as seguinte: 
1) Teorias do Consenso: 
 
Vimos no ultimo bloco: 
1) Teorias do Consenso: 
2) Teorias do Conflito Social: 
3) Teoria da Anomia 
 
Anomia significa uma incapacidade de atingir os fins culturais. Ocorre quando o insucesso em atingir metas culturais, 
devido à insuficiência dos meios institucionalizados (sistema de normas), gera conduta desviante. 
 
A anomia 
• As desigualdades sociais, a escassez de oportunidades, e os contrastes de uma sociedade heterogênea e de 
consumo, incentivam o surgimento de uma mentalidade de anomia 
• O crime pode ser considerado um fenômeno natural dentro da sociedade, no entanto, deve permanecer dentro 
de limites de tolerância sob pena de instalação do caos, do estado de desorganização generalizada a ponto de 
subverter valores e desacreditar o sistema normativo de condutas, e é justamente neste ponto que surge a anomia. 
• No Brasil, a ideia do crescimento da criminalidade e da corrupção no aparelho Estatal está associada ao discurso 
da impunidade. 
 
4) Teoria da Subcultura Delinquente 
• A ideia da subcultura delinquente foi consagrada na literatura criminológica pela obra de Albert 
Cohen: Delinquent boys. O conceito não é exclusivo da área criminal, sendo utilizado igualmente em outras esferas 
do conhecimento, como na Antropologia e na Sociologia. 
• Conceito de Subcultura 
• Subcultura 
• Contracultura 
 
O pensamento criminológico que professava, dentre os postulados, a “semelhança estrutural, em sua 
gênese de comportamento regular e irregular” . 
 
(Antônio Gracia – Pablo de Molina) reporta-se à (s) Teoria (s): 
 
A) da Anomia 
B) Subculturais 
C) Ecológicas 
D) da Desorganização Social 
E) do Controle Social 
 
B) Subculturais 
 
Veículos de comunicação em massa de todo o país noticia- ram, em 12 de junho de 2012, que a região dorsal da 
estátua do Cristo Redentor de Belo Horizonte foi pichado naquela madrugada por dois homens, com a inscrição 
 
 
 
 
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“RONADINHO 49” (sic), em homenagem ao novo craque do Clube Atlético Mineiro. O comportamento desses 
indivíduos é relacionado à teoria sociológica. 
 
A) da cifra dourada. 
B) do conflito cultural. 
C) das áreas criminais. 
D) da subcultura delinquente. 
E) do “labelling approach”. 
 
D) da subcultura delinquente. 
 
1) Teorias do Consenso: 
2) Teorias do Conflito Social: 
 
Teoria Crítica 
• A teoria crítica ou radical tem suas bases alicerçadas no marxismo, enxergando o delito como um fenômeno 
proveniente do sistema de produção capitalista. Sustenta que o delito produz um sistema de controle social contendo 
juízes, promotores, delegados, advogados, métodos e procedimentos. 
• Baseada no pensamento Marxista a Teoria Crítica entende que a solução da criminalidade passa pela extinção 
da opressão e exploração econômica das classes políticas 
• Critica, portanto, o funcionalismo do pensamento criminal ondea lei penal seria uma estrutura dependente do 
sistema de produção (infraestrutura). 
 
Ótica da Teoria Crítica: 
 
ATENÇÃO: 
 
Teoria do Etiquetamento 
• Também conhecida por outros nomes, como teoria da rotulação social ou etiquetagem, ou ainda, teoria 
interacionista ou da reação social, nasceu nos EUA, na década de 60, e encontra-se fundada na ideia de que a 
intervenção da justiça na esfera criminal pode acentuar a criminalidade. 
 
RESUMO: 
 
Lembrar que segundo as Teorias do Conflito há um fio condutor sobre o SISTEMA que se funda em 3 aspectos: 
1) 
2) 
3) 
 
(MP/GO)Com base na Criminologia contemporânea majoritária (perspectiva etiológica), assinale a 
alternativa incorreta: 
 
A) A teoria do etiquetamento, proposta por Becker, destaca a importância do estudo de psicopatas para a 
compreensão do fenômeno delitivo. 
B) A teoria ecológica ou da desorganização social aponta para o meio físico (principalmente, o bairro) na 
compreensão do fenômeno delitivo. 
C) Para as teorias da aprendizagem, alguém primeiro se agrupa com sujeitos que cumprem as normas ou não, e 
isso influi decisivamente em que seu próprio comportamento seja respeitoso ou desviado. 
D) A teoria da anomia, a partir da formulação de Durkheim, sugere que tanto as crises econômicas como as épocas 
de aumento inesperado de bem-estar têm influência agravante na taxa de criminalidade. 
A) A teoria do etiquetamento, proposta por Becker, destaca a importância do estudo de psicopatas para a 
compreensão do fenômeno delitivo. 
 
A teoria do “Labelling Approach” ou da Reação Social é também conhecida como: 
 
A) Teoria da Anomia 
B) Teoria da Subcultura 
 
 
 
 
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C) Teoria Ecológica 
D) Teoria do Etiquetamento ou Rotulação 
E) Teoria Espacial 
 
D) Teoria do Etiquetamento ou Rotulação 
 
Agora vamos debruçar sobre o conceito de Criminologia Radical 
 
As origens históricas da Criminologia Radical – holandês Bonger 
 
A Criminologia radical tem proposta de política criminal alternativa 
1) 
2) 
 
Raúl Zaffaroni “A palavra dos mortos” ensina que criminologia crítica é toda aquela que incorpora as agências 
estatais dentro do objeto de investigação do fenômeno punitivo. Acredita que esta corrente crítica poderia ser 
repartida em dois momentos, um primeiro chamado “liberal” e outro chamado “radical”. 
 
Vejamos as diferenças: 
a) 
b) 
 
A Criminologia Radical inclui vários movimentos 
1) 
2) 
3) 
4) 
 
Fenômeno comum em países em desenvolvimento ou emergentes, _______________ propicia(m) a 
promiscuidade, o afrouxamento dos freios morais, o desrespeito ao próximo e outros desvios 
comportamentais, empurrando aqueles que vivem ou sobrevivem nessas situações a uma existência 
marcada pela inclinação ao crime. 
 
Assinale a alternativa que preencha corretamente a lacuna do texto. 
 
A) a migração 
B) a religião 
C) o subemprego 
D) as condições precárias de habitação 
E) a política 
 
D) as condições precárias de habitação 
 
Com o surgimento de novos delitos decorrentes dos riscos pós modernos e a expansão do Direito Penal, como 
consequência do aumento das tipificações, se criou uma situação em que o Direito tem que acompanhar a evolução 
dos criminosos e se adequar juridicamente para proteger a sociedade. 
 
A teoria do doutrinador alemão Gunter Jakobs, denominada “Direito Penal do Inimigo” vem, há mais de 20 anos, 
tomando forma e sendo disseminada pelo mundo, conseguindo fazer adeptos e chamando a atenção de muitos. 
 
Resumidamente, pretende o alemão a prática de um Direito Penal que separaria os delinqüentes e criminosos em 
duas categorias: os primeiros continuariam a ter o status de cidadão e, uma vez que infringissem a lei, teriam ainda 
o direito ao julgamento dentro do ordenamento jurídico estabelecido e a voltar a ajustar-se à sociedade; os outros, 
no entanto, seriam chamados de inimigos do Estado e seriam adversários, representantes do mal, cabendo a estes 
um tratamento rígido e diferenciado. 
 
 
 
 
 
 
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Os três pilares que fundamentam a teoria de Jakobs, são: 
A) 
B) 
C) 
 
De uma forma sintética, essa Teoria tem como objetivo a prática de um Direito Penal que separaria os delinqüentes 
e criminosos em duas categorias: 
1) 
2) 
 
Rogério Sanches Cunha, por seu turno, ensina que é possível identificar o direito penal do inimigo em determinado 
sistema, mediante a adoção das seguintes características: 
 
ATENÇÃO: 
Jakobs sustenta também que mais vale legalizar o que já vem sendo feito silente e implicitamente. O que ele teoriza, 
é feito de fato através de ações das autoridades às escondidas, ou mais recentemente, com o ocorrido no atentado 
de 11 de setembro nos Estados Unidos, foi colocado em ação contra o povo islâmico. 
 
Vamos estudar, agora, dois importantes modelos de política criminal: o Abolicionismo e o movimento de Lei e 
Ordem. 
 
ABOLICIONISMO: 
 
MOVIMENTO DE LEI E ORDEM: 
 
MODELO DE LEI E ORDEM: 
Pugna pelo incremento das respostas formais do Estado. 
 
Sua base situa-se na proposta de drástica intervenção do Estado por meio Direito Penal. 
 
LEI E ORDEM 
nos anos 80, com o aumento da inflação e com o enfraquecimento dos ideais socialistas, (WELFARE STATE) 
desenvolve-se, primeiramente na Inglaterra e posteriormente com muita força nos EUA, o Estado NEOLIBERAL de 
mercado, regido por uma intervenção mínima junto à sociedade, que se desvencilhou de seus papéis costumeiros, 
privatizou empresas públicas nos anos 90, o que repercute num sentimento de insegurança coletivo. 
 
Diante disso, como seria possível esperar, há um aumento da criminalidade urbana, principalmente do tráfico de 
drogas e dos crimes contra o patrimônio, o que exige uma intervenção do Estado para efetuar um controle sobre 
tais descontentes. 
 
A metáfora usada era a das “janelas quebradas”, ou seja, uma janela de um edifício está quebrada e se não for 
consertada imediatamente, as demais janelas em pouco tempo também estarão quebradas, porque uma janela 
quebrada e não consertada demonstra sinal de descuido, abandono, negligência. 
 
A teoria das “janelas quebradas” inspirou o surgimento da técnica policial intensiva conhecida como “Tolerância 
Zero”, nome que provém da estratégia policial que se implantou em Nova York, na gestão do ex-promotor Rudolph 
Giuliani, e que depois passou a ser aplicada em diversos lugares do mundo. 
 
As características marcantes desse movimento são: 
 
a) 
b) 
c) 
d) 
e) 
 
 
 
 
 
 
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A grande crítica ao movimento de lei e ordem é a expansão irracional do Direito Penal (hipertrofia da punição), 
gerando: 
 
1) Crise do princípio da legalidade: previsão de tipos penais de conteúdo vago e indeterminado; 
2) Defeitos de técnica legislativa: o legislador deixa de empregar a melhor técnica no momento de elaborar as figuras 
típicas; 
3) Bagatelização do Direito Penal: o uso desmedido do direito penal; 
4) Violação ao princípio da proporcionalidade das penas; 
5) Descrédito do Direito Penal; 
6) Inexistência de limites punitivos 
7) Abuso de leis penais promocionais e simbólicas; 
8) Flexibilização das regras de imputação; 
9) Aumento significativo nos delitos de omissão; 
 
ABOLICIONISMO E GARANTISMO PENAL 
 
ABOLICIONISMO: 
 
MOVIMENTO DE LEI E ORDEM: 
“Se afasto do meu jardim os obstáculos que impedem o sol e a água de fertilizar a terra, logo surgirão plantas cuja 
existência eu sequer suspeitava. Da mesma forma, o desaparecimento do sistema punitivo estatal abrirá, num 
convívio mais sadio e mais dinâmico, os caminhos de uma nova justiça” 
 
Conforme os abolicionistas, eis as razões para eliminar o sistema penal: 
1) 
2) 
3) 
4) 
5) 
6) 
 
Devemos, realmente, abolir o Direito Penal? 
 
“Temos que admitir talvez a possibilidade de se encarcerar alguns indivíduos[...]”(Mathiesen) 
 
ATENÇÃO 
 
É preciso desfazer um mito de senso comum: as teorias abolicionistas não tem como mote a eliminação total da 
retribuição negativa como resposta do ato delinquente. O que estas defendem é que a sanção restritiva de liberdade 
(prisão) não atinge seus supostos objetivos ressocializadores, funcionando de modo seletivo à serviço das classes 
que possuem domínio do poder político e econômico. 
 
Crítica: 
A proposta abolicionista pode conduzir à desestabilização da sociedade e, por consequência, à instalação de uma 
justiça arbitrária e insegura, afinal não haveria limites à intervenção punitiva. 
 
O moderno Direito Penal deve seguir um modelo garantista, repudiando os extremos (abolicionismo e autoritarismo). 
O garantismo estabelece critérios de racionalidade e civilidade à intervenção penal, deslegitimando normas ou 
formas de controle social que se sobreponham aos direitos e garantias individuais. 
 
Assim, o garantismo exerce a função de estabelecer o objeto e os limites do direito penal nas sociedades 
democráticas, utilizando-se dos direitos fundamentais, que adquirem status de intangibilidade. 
 
Alertamos, no entanto, que o garantismo não pode compreender apenas a proibição do excesso. Diante do plexo 
de direitos e garantias explicitados na Constituição, tem o legislador (e o juiz) também a obrigação de proteger os 
bens jurídicos de forma suficiente. 
 
 
 
 
 
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Agora para concluir nossa aula vamos solidificar os conceitos de: 
1. Prevenção Primária 
2. Prevenção Secundária 
3. Prevenção Terciária 
 
VERTENTES CRIMINOLÓGICA DA PREVENÇÃO. 
A) 
B) 
 
 Prevenção primária 
 Prevenção secundária 
 Prevenção terciária 
 
CONCLUSÃO: 
 
Não se pode eleger apenas uma das espécies de prevenção, senão trabalhar com o conjunto, haja vista que 
possuem, necessária complementação ou ciclos para que dinamicamente se possa ver frutificar o que semeou a 
prevenção sob a ótica global ou geral; em um verdadeiro escalonamento de estímulos entre a prevenção primária 
sobre a secundária e, esta, sobre a terciária. Respeitando, assim, a cronologia e o método da sua aplicação e 
desenvolvimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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