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Teorias da Aprendizagem O que fundamenta uma teoria? • Um teoria representa um determinado discurso (explicação, descrição ou representação da realidade de um determinado objeto de estudo), fundamentadas por pressupostos epistemológicos e contexto histórico-social ao qual está inserida; • Fundamentos epistemológicos das diversas proposições teóricas: objetos de estudo, visão de homem, visão de mundo e de interação entre sujeito- objeto, interesses científicos e metodologia de pesquisa; • Escolhas ideológicas: objetos de estudos a serem estudados e metodologias a serem adotadas; Psicologia da Aprendizagem • Configura-se a partir de uma multiplicidade de concepções relativas a aprendizagem; • Busca dar conta das diversas facetas e complexidade do fenômeno; • Estrutura seu arcabouço em grandes correntes teóricas: comportamentais, cognitivistas, humanistas, sócio- interacionistas. • Fundamenta as diversas metodologias e práticas de ensino-aprendizagem Teoria comportamental ou BEHAVIORISMO • Segundo Penna (1982): • Foi uma teoria que prevaleceu e dominou a psicologia americana na década de 1910 e, mais fortemente, na a partir de 1920; • Surge inicialmente fundamentada no funcionalismo e na psicologia comparada (posteriormente faz crítica as teorias anteriores do estruturalismo e funcionalismo)Watson - 1913 • Watson /1913: desejava uma psicologia OBJETIVA, que lidasse com atos comportamentais observáveis passíveis de descrições em termos de ESTÍMULO – RESPOSTA, e cujos experimentos poderiam ser reproduzidos em diferentes condições e sujeitos; • Ciência que pretendia ser capaz de prever e controlar o comportamento humano; Períodos do Movimento Behaviorista • 1º Estágio - Comportamentalismo watsoniano que durou de 1913 a mais ou menos 1930. • 2º Estágio - Neocomportamentalismo, pode ser datado de 1930 a 1960; ele incluiu o trabalho de Edward Tolman, Clark Hull e B. F. Skinner. • 3º Estágio - Abordagem Cognitiva Social (Behaviorismo Social ou Sóciobehaviorismo), a partir da década de 60 com Albert Bandura (aprendizagem por observação e modelos). 5 Pressupostos epistemológicos • Empirismo: fatos possíveis de observação e demonstração, manipulação científica/experimental; • Determinismo: explicação causal, evento como resultado de determinadas condições ou variáveis; • Mecanicismo: relações diretas causa-efeito (E- R); • Elementarismo e associacionismo; * As variáveis, conceitos e princípios devem sempre ser observáveis e descritíveis de modo a viabilizar a aplicação sistemática dos procedimento Pressupostos epistemológicos • Consideração do fenômeno em partes simples, em unidades elementares que compõe o todo; • Complexo: derivado da associação das partes simples (soma das partes); • Psiquismo como “caixa preta”; • Ênfase na experiência e no ambiente: ser humano como “tábua rasa” • Aprendizagem é fundamental: explica o desenvolvimento, o comportamento social, a personalidade; • Quase a totalidade dos comportamentos humanos são aprendidos (tanto normais como anormais); • Continuidade entre animal e ser humano; • Organismo humano comparável ao funcionamento da máquina (mecanicamente explicável); • Objetivo de controlar e manipular o comportamento humano (predição das variáveis); • Interesse em investigar circunstâncias controláveis e passíveis de serem repetidas. Psicologia Comparada • Psicologia não somente empírica mas experimental; • Distanciou-se da preocupação com processos mentais e se ocupou dos processos comportamentais e fisiológicos; • Estudo do comportamento animal para generalizar para o comportamento humano (compartilham ancestral comum, ligações morfológicas e comportamentais, processos mentais mais simples); Edward Thorndike: • Testou a habilidade de gatos para resolver problemas (caixas problemas) usando recompensa com comida; • Método de tentativa e erro, descartando a implicação de raciocínio na solução; • Respostas em sucedidas eram gradualmente aprendidas, não efetivas eliminadas; • Formulou a Lei do efeito (1905), precursora da Lei do Reforço: “Toda ação que produz satisfação torna-se associada a essa situação” de modo que quando a situação se repete a ação tem probabilidade de se repetir; • Aprendizagem instrumental, influenciou o trabalho Skinner; Ivan Pavlov (1849- 1936) • Cientista Russo, fisiologista e médico (Premio Noel em 1904); • Estudo de cães: 34 anos estudando o fenômeno de um tipo de aprendizagem denominado condicionamento reflexo ou pavloviano; • Associação de situações a respostas reflexas (involuntárias); • Fenômenos de condicionamento (anos 1920): por aquisição, extinção, recuperação espontânea, generalização, discriminação, inibição condicionada, reações emocionais condicionadas e condicionamento de ordem mais elevada. John Watson (1913): precursor • Funcionalista da Universidade de Chicago, pesquisador de animais (ratos brancos) estudava a relação entre aprendizagem e mudanças nas fibras nervosas do córtex; • Questionamentos sobre conceitos e métodos da psicologia: foco nos estados mentais e “metafísicos” (consciência, mente, imaginação) e no método da introspecção (vago para estudo científico) • Reivindicava para a psicologia um “lugar no mundo como ciência natural indiscutível”, como ciência experimental, focada no comportamento; • Estudo da aprendizagem como forma de adaptação ao ambiente (funcionalismo), ligadas as ideias de Darwin; • Propôs o controle da estimulação; • Watson (1913): psicologia como ramo puramente experimental e objetivo da ciências naturais, meta teórica deve ser prever e controlar o comportamento; • Crítica aos relatos de introspecção e percepção de estados internos : método inválido, tendenciosidade pessoal no processo de observação; • Limitar a psicologia ao estudo do comportamento: negligenciar sonhos, pensamento, imaginação, inconsciente, consciência; • Emoções: estudo em termos de suas manifestações físicas e fisiológicas; • “Parece que chegou a hora em que a psicologia precisa descartar toda referência à consciência, em que ela já não sinta mais necessidade de iludir-se pensando que está tornando os processos mentais seu objeto de observação”. • Esta afirmação de John Watson marca a pretensão da escola behaviorista de dar nova direção para o desenvolvimento do conhecimento em psicologia. • O Objetivo do behaviorismo é prever e controlar o comportamento, a partir do entendimento das relações entre os estímulos ambientais, as respostas do organismo e as consequências destas repostas.. • Novo método: observações mais objetivas (mensuração de tempo de reação, estudos experimentais sobre a memória, caixa problema de Thorndike, condicionamento clássico); • Estudou o condicionamento de emoções (3 emoções inatas: medo, raiva e amor): condicioná-las a estímulos que antes não a incitasse; • Experimento com bebês; • Caso do “pequeno Albert”: condicionamento do medo de ratos brancos (associação a sons altos e generalização com outros estímulos com qualidade semelhantes); • Procurou demonstrar a possibilidade de controle e predição do comportamento; Neobehaviorismo • Período na psicologia americana que vai de 1930 a 1970; • Enfoque na teoria e na pesquisa sobre aprendizagem e motivação, papel do reforço na aprendizagem, uso de animais; • Autores: Edward Tolman e Clark Hull: teorias rivais do comportamento, teoria cognitivista; • B. F. Skinner (década de 1960):O Behaviorismo Cognitivista • Edward C. Tolman (1886-1959)/ Universidade da Califórnia; • O comportamento é proposital, é direcionado para algum objetivo, é determinado pelo conhecimento, é cognitivo; • A cognição é, porém, observada nas relações e nas características do comportamento; • Ratos tem “mapas cognitivos”, representações espaciais de seus mundos que permitem funcionar eficientemente; • Uso de labirintos, experiência de como os animais criavam expectativas do ambiente, determinantes da resposta ; • Contesta Watson: relação direta estímulo-resposta, reconhecimento da existência de variáveis intervenientes (E- R versus E-O-R); • Cognição: variável interveniente; 18 • Ressaltou diferença entre aprendizagem e desempenho (demonstração da aprendizagem latente), distinção entre resposta e mapas cognitivos; • Aprendizagem (interna) podia ser inferida medindo-se o desempenho (o máximo e melhor indicador da aprendizagem); • Não acreditava que o reforço era necessário para que a aprendizagem ocorresse (estudos sobre aprendizagem latente): ratos em um labirinto aprendiam mesmo sem comida, construíam mapas cognitivos, menos tentativas de ensaio-erro; • Trabalho aproveitado nas décadas de 60 e 70: resgate da consciência; O Behaviorismo Hipotético- dedutivo de Hull • Clark Leonard Hull (1884-1952)- docente da Universidade de Winsconsin e Universidade de Yale; • Publicou livro sobre princípios do comportamento (1943) e vários artigos (anos 1930); • Primeiros trabalhos sobre teste de aptidão e hipnose; • Teoria do comportamento: psicologia como ciência natural, meios quantitativos, leis primárias que derivam as secundárias; • Método-hipotético dedutivo: dedução de um postulado, teste, resultados do experimento, hipótese confirmada ou não-confirmada; • Formulações de lei para gerar uma teoria comportamental quantitativa; • Reforço como conceito-chave, necessário para a aprendizagem; • Reforço opera na diminuição ou redução do impulso; • Impulsos representam necessidades corporais: fome, sede, oxigênio, evitação da dor, regulação da temperatura, sono, sexo; • Comportamentos eram ativados e repetidos para levar a redução dos impulsos (redução é um reforço); • Reforço chave para associação e conexão entre estímulo e resposta, força do hábito, força da aprendizagem; • Criou precisão nos postulados: boas teorias científicas devem gerar hipóteses testáveis (criou testes em abundância). O Behaviorismo Radical de Skinner • B. Frederic Skinner (1904-1990)- Universidade de Harvard e Indiana; • Famoso no meio científico e público em geral, também com talento para literatura; • Ataque a psicologia como ciência da mente e o mentalismo da psicologia cognitiva; • Evitava teorias matemáticas, levando os objetivos de Watson de predição e controle ao mais alto patamar; • Denominava sua psicologia como “análise experimental do comportamento”: busca de aplicações na tecnologia do ensino (programado) e modificação do comportamento (terapêutico); • Estudo de ratos e pombos nas “caixas de Skinner”, propondo uma forma de condicionamento: condicionamento operante. • Inverteu o foco, não o estímulo que causava a resposta, mais o estímulo como consequência do comportamento, eventos que sucediam a um comportamento; • Alguns estímulos levavam ao aumento do comportamento (reforço), outros a diminuição (estímulos adversos); • Aprofundamento sobre a complexidade de dois dos mais poderosos modeladores do comportamento; • Psicologia simples: mais rica e cheia de nuances; • Buscou ratos e concentrou-se na aprendizagem e no desempenho (sem analise estatística), utilizava nos seus estudos conduzidos com a penas um animal (estudo de caso); • Aplicação do seu trabalho na educação e psicologia clínica; • Proposições: modelagem do comportamento, aquisição, extinção, discriminação, generalizações, programas de reforço, atrasos de reforço, reforço negativo versus positivo e persistência; • Buscou modos de aplicar sua tecnologia para o benefício do público, segunda guerra mundial, sistema de guia de mísseis usando pomos; • Máquinas de estudo da aprendizagem programada (1950), implicações importantes em sala de aula, alunos com deficiência mental, planejamento de sistemas penitenciários, técnicas de educação dos filhos, treinamento de professores e militar, incentivo aos trabalhadores, tratamento de transtornos psicológicos, na cultura como um todo: “promover nos comportamentos e suprimir os maus comportamentos; • Era contra o uso excessivo de punição na sociedade, reforço positivo ou negativo era mais eficientes; uso maciço de punição criava, criando mecanismos de controle para uma sociedade melhor; • Argumenta que a maior parte da vida das pessoas era controlada por forças alheias as sua própria escolha, e que a liberdade era uma grande ilusão, ter controle sobre suas vida requer atenção sobre os controles existentes ; • Segundo Penna (1982), os processo de controle coercitivos conduzem o ser humano a desenvolver anelos de liberdade e de dignidade (previsão e controle do ser humano). Críticas ao comportamentalismo • Recusa olhar para “dentro” do animal; • Estudo com animais generalizados para seres humanos; • Psiquismo como “caixa-preta”: não alusão aos processos mentais e superiores; • Crítica da psicologia cognitiva; Aprendizagem por dois tipos de condicionamento que resultam em dois tipos de comportamento Comportamento Respondente x Comportamento Operante • Distinto do respondente: reação do organismo ao estímulo; • Operante: ação do organismo , iniciativa de operar, buscar resultados desejados, respostas de tipo instrumental, emitidas e não eliciadas, reforçadas por seus resultados obtidos (antes imprevisível posteriormente previsão e controle); • Causas dos comportamentos: determinações externas e ambientais. 27 Conceitos -chaves • Detectar variáveis vinculadas aos comportamentos desejáveis ou indesejáveis (são mantidos por suas consequências ou reforços); • Manipulação dos estímulos antecedentes e consequentes ao comportamento, que modificam o mesmo; • Identificação de variáveis relevantes (importantes); • Conhecido o estímulo, prevê a resposta = Conhecida a resposta , identifica o estímulo; • Aprendizagem como fenômeno multiprocessual; • Não há preocupação com os estados de consciência (eventos internos); • Nega respostas instintivas. Destaque para duas grande vertentes 1) Condicionamento clássico, respondente ou reflexo (Pavlov- 1961; Watson, 1913) 2) Condicionamento operante (Skinner/ 1938- 1978) 3) Correntes atuais: evolução para análise experimental do comportamento e teorias da aprendizagem social (Albert Bandura- 1960) O Comportamento Respondente • Comportamento reflexo • Comportamento não voluntário (sem vontade), ou seja, comportamento reflexo incondicionado, incluindo as respostas não produzidas por estímulos antecedentes ao ambiente (podendo surgir internamente ao organismo a partir da associação com estímulos indiretos). Ex: contração das pupilas numa luz forte; salivação por uma gota de limão colocada na ponta da língua; lágrimas de cebola, etc... 30 • Tais comportamentos Reflexos também podem originar-se de eventos ambientais que não sejam estímulos diretos mas que tornaram-se condicionantes de determinados comportamentos. Ex.: na situação pavlovniana de pareamento de estímulos: um estímulo conhecido é associado com uma resposta em condições de reforço. 31 Condicionamento reflexo • Resposta do organismoao meio (estímulo): reação fisiológica reflexa; • Relação direta S- R: • Identificar estímulos desejáveis ou indesejáveis; • Comportamento mantidos pelas consequências ou reforços Condicionamento Operante • Definição operacional: descrição de um conjunto de operações realizadas; • Resposta do tipo instrumental; • Ação do organismo no meio; • Aumento de probabilidade de resposta; • Condicionamento por modelagem: várias respostas para chegar a resposta final. O Comportamento Operante • Comportamento característico da maioria das nossas interações com o ambiente, mais representativo da vida humana; inclui todos os movimentos que tem efeito ou fazem algo no mundo, opera direta ou indiretamente no mundo; comportamento intencional no sentido de satisfação das necessidades (fisiológicas, psicológicas, morais, religiosas, etc.). • Apesar de poder ter início a partir de um reflexo incondicionado, caracteriza-se pela aprendizagem proporcionada pela experiência do organismo no mundo e o efeito desta experiência. Daí a importância dada aos REFORÇOS. • Pode ocorrer sem nenhum estímulo externo observável; a resposta do organismo é aparentemente espontânea - no sentido de não estar relacionada com nenhum estímulo observável. Isso não significa que não haja de fato um estímulo suscitando a resposta, mas sim que não se detecta nenhum estímulo quando da ocorrência da resposta. 35 Comportamento Operante • O comportamento operante pode ser representado da seguinte forma: R – S Onde R é a resposta e S é o estímulo reforçador. 36 Importante: • O estímulo reforçador S também é chamado de REFORÇO; • RELAÇÃO FUNDAMENTAL é aquela que refere-se à relação entre a ação do indivíduo (emissão da resposta) e as conseqüências da mesma. É FUNDAMENTAL porque a ação produz uma alteração ambiental (conseqüência) que retroage sobre o sujeito, alterando a probabilidade futura de ocorrência. • Neste sentido, OPERAMOS NO MUNDO EM FUNÇÃO DAS CONSEQUÊNCIAS DAS NOSSAS AÇÕES. 37 Caixa de Skinner 38 Esquemas de Reforço • Reforçamento – refere-se a toda conseqüência que, seguindo uma resposta, altera a probabilidade futura de ocorrência de uma resposta. Pode ser: – POSITIVO – todo evento que aumenta a probabilidade futura da resposta que o produz; oferece algo ao organismo sentido como positivo; – NEGATIVO – Toto evento que aumenta a probabilidade futura da resposta que o remove ou atenua; permite a retirada de algo indesejável. Neste sentido, surgem dois tipos de comportamento: fuga ou esquiva 39 Punição Procedimento que envolve a conseqüência de um comportamento (resposta) quando há a apresentação de um estímulo aversivo ou remoção de um estímulo reforçador positivo. 40 Qual a validade da punição? • Experimentos mostram que para a supressão real de um comportamento a punição deve ser extremamente intensa, pois uma simples punição leva a uma supressão temporária da resposta sem alterar sua motivação real. • Devido a estes resultados, os behavioristas tem debatido amplamente a validade dos procedimentos de punição como forma de reduzir respostas indesejáveis, propondo a substituição definitiva das práticas punitivas por procedimentos de instalação de comportamentos desejáveis. Ex.: comportamento no trânsito; educação de filhos 41 Princípios Psicopedagógicos • Definir com maior exatidão possível os objetivos finais da aprendizagem; • Análise cuidadosa da estrutura das tarefas, de modo a determinar os objetivos do percurso; • Apresentação da matéria em sequências curtas de forma a permitir um melhor condicionamento do sujeito, conduzindo-o através de experiências positivas de aprendizagem; • Apresentar estímulos capazes de suscitar as reações adequadas às aprendizagens desejadas; • Reforçar as reações desejadas; • Proporcionar o conhecimento dos resultados da aprendizagem como forma de retroalimentação do processo; • Recompensar, retirar a recompensa ou punir, em função da relação entre o comportamento expresso e a aprendizagem desejada; • Exercitar os comportamentos aprendidos Técnicas de Ensino • Exercícios de repetição; • Ensino individualizado, tipo programado; • Demonstrações para imitação; • Memorização. 5 processos de condicionamento- aprendizagem • Aquisição; • Generalização; • Discriminação; • Extinção; • Recuperação. Teorias Cognitivistas • Surgimento nos anos 1950 e 1960; • Dificuldade e insatisfação em explicar o comportamento humano sem considerar os processos mentais; • Mudança gradual na conceituação e nas metodologias da psicologia; • Estudo dos processos cognitivos: todos os processos mentais de transformação, elaboração, armazenamento, percepção, solução de problemas, pesamento, memória, raciocínio, consciência, etc.” Teorias Cognitivistas • Escolas comtemporanes e contemporaneas de Wundt • Psicologia da Gestalt: vertente estruturalista que enfatizava o estudo da percepção, aprendizagem, pensamento e solução de problemas; • Estruturalismo genético: Piaget; • Interacionistas/sócio- cultural: Vygotsky, Paulo Freire; Princípios Básicos • Pretendem propor uma teoria abrangente ou inclusiva para explicar todos os fenômenos (simples e complexos); • Ressalta tanto dados comportamentais quanto subjetivos (processos internos e externos); • Concebe a função cerebral em termos de organização dos componentes como e atividade superior (combinar, integrar a informação, operar em termos de totalidades); • O todo não é mais do que a simples soma das partes (melodia, pintura, etc.); • Interesse predominante na dimensão psicológica, integrando a dimensão fisiológica (meios neurologistas + psicológicos) Teoria da Gestalt • Escola de Berlim • Autores principais: Wertheimer, Kohler, Koffka (1912); • Introdução do conceito de Gestaltqualitat: estrutura como conjunto não somativo ou não aditivo (ex: melodia); • Centrada sobre a noção de estrutura, destinada a superar o elementarismo associacionista Princípios Básicos • Dados sensoriais: pertencem ao domínio da sensibilidade (distinto da sensação pura), atividade intelectual; • Percepção: apreensão da pluralidade, integração da experiência, constância perceptiva, organização e integração da realidade; • Relação entre elementos: ordem superior; • Atividade perceptiva estruturante do sujeito: reflete o caráter estruturado dos processos corticais superiores; • Fenômeno de curta- circuito: unificação do fenômeno fisiológico. Aprendizagem • Aprendizagem por “insight”: • Descoberta súbita de solução depois de várias tentativas; • Reestruturação perceptual da situação (integrar passado e presente, novos configurações perceptuais) • “Introversão”, “visão interior”: realce de um processo interno de ver claramente as coisas; • Percepção de relações entre eventos ou coisas anteriormente não percebidas como aspectos fundamentais, • Vê e aplicar a relação “correta” para a solução de uma tarefa; • Vê a situação total de uma nova maneira: inclui compreensão das relações lógicas ou percepção das conexões entre meios e fins; • A lei da gravitação universal foi formulada pelo físico Isaac Newton. Conforme diz a lenda, uma maçã caiu sobre sua cabeça e, portanto observou que a maçã caiu por algum motivo, e este motivo seria que alguém estaria “puxando” ela, este alguém seria a Terra;• Mas ele foi mais além desse pensamento, e sugeriu que os corpos se atraem, ou seja, não somente a Terra atrai a maçã, mas atrai todos os corpos do universo. E não é somente a Terra que atrai todos os corpos do universo, mas todos os corpos do universo que possui massa atraem outros corpos que também possuem massa. Portanto Newton concluiu: “Duas partículas se atraem com forças cuja intensidade é diretamente proporcional ao produto de suas massas e inversamente proporcional ao quadrado da distância que as separa”. “Uma sensação de...encontrar resposta, um processo que, quando completado, dá ao indivíduo a nítida impressão de ter subitamente compreendido alguma coisa ou chegado a solução do problema”. Psicologia Genética de Piaget • Continuidade entre os processos puramente biológicos de morfogênese e adaptação ao meio; • A inteligência é uma das formas de adaptação criadas pela vida em sua evolução; • Conceito de adaptação: formulação das invariantes funcionais da acomodação e da assimilação; • Relação entre adaptação e equilibração; • Estruturas variáveis (desenvolvimento) Conceitos Básicos • Questão central sobre o conhecimento: é uma construção • Inteligência humana: se desenvolve a partir da AÇÃO sobre a realidade (não é automatismo, busca de solução para o problema, modo de adaptação, intencional, exercício do raciocínio); • Passa por diversas etapas de desenvolvimento encadeada e sequencial: raciocínio lógico matemático • Adaptação sobre a realidade (assimilação/ acomodação) Psicologia Histórico- cultural de Vygotsky • A abordagem sócio- construtivista é centrada na origem social da inteligência e no estudo dos processos psíquicos superiores. • Condição de interação social e atividade instrumental como determinante para o desenvolvimento das funções psíquicas superiores • Atividade mediada por instrumentos e signos • ZPD- Zona de Desenvolvimento proximal Princípios Pedagógicos • Motivar o sujeito para aprendizagem, relacionando as suas necessidades pessoais com os objetivos da própria aprendizagem; • Valorização da experiência anterior, reconhecer que a estrutura cognitiva do sujeito depende da sua visão do mundo e das suas experiências anteriores; • Estratégias de ensino adaptadas ao nível de desenvolvimento dos sujeitos; • Ajudar os sujeitos a relacionar conhecimentos e habilidades novos com conhecimentos e habilidades anteriormente adquiridos; Princípios Pedagógicos • Valorização da compreensão em detrimento da memorização; • Fornecer informações, indicar factos, fornecer pistas que facilitem a compreensão, organização e retenção dos conhecimentos; • Valorizar a prática, a experimentação de novos conhecimentos, não equacionar a prática como repetição, mas concebê-la como uma série de tentativas sucessivas e variadas, que facilitem a transferência de habilidades e conhecimentos para novas situações; • Sistematização: iniciar cada unidade de ensino apresentando conjuntos significativos e descer gradualmente ao pormenor. Técnicas de Ensino • Ensino pela descoberta; • Apresentação dos objetivos; • Introduções; • Sumários; • Questionários orientados para a compreensão; • Esquemas; • Debates; • Discussões; • Estudo de casos. Certa vez, quando tinha seis anos, vi num livro sobre a Floresta Virgem, “Histórias Vividas”, uma imponente gravura. Representava ela uma jibóia que engolia uma fera. Dizia o livro: “As jibóias engolem, sem mastigar, a presa inteira. Em seguida, não podem mover-se e dormem os seis meses da digestão.” Refleti muito então sobre as aventuras da selva, e fiz, com lápis de cor, o meu primeiro desenho. Meu desenho número 1 era assim: Mostrei minha obra-prima às pessoas grandes e perguntei se o meu desenho lhes fazia medo. • Responderam-me: “Por que é que um chapéu faria medo?” – Meu desenho não representava um chapéu. Representava uma jibóia digerindo um elefante. Desenhei então o interior da jibóia, a fim de que as pessoas grandes pudessem compreender. Elas têm sempre necessidade de explicações. Meu desenho número 2 era assim: As pessoas grandes aconselharam-me deixar de lado os desenhos de jibóias abertas ou fechadas, e dedicar-me de preferência à geografia, à história, ao cálculo, à gramática. Foi assim que abandonei, aos seis anos, uma esplêndida carreira de pintor. Antoine de Saint- Exupéry Teorias Humanistas • Autores principais: Abraham Maslow, Wallon, Carls Rogers, Rollo May, Paulo Freire; • Psicologia como ciência da pessoa integral e não do comportamento; • Inspira-se na fenomenologia e no existencialismo Princípios Básicos • Centra-se no conceito de pessoa (distinto de comportamento mecânico); • Liberdade do ser humano (distinto do determinismo) • Visa a compreensão e o bem-estar humano (distinto do controle e previsão) • Homem como sujeito: não é coisa, objeto do mundo físico • Existência humana: projeto de vir a ser...condição de devir e de inacabamento Princípios Psicopedagógicos • A preocupação central não deve ser com o ensino, mas sim com a aprendizagem numa perspectiva de desenvolvimento da pessoa humana; • Centrar a aprendizagem no sujeito e nas suas necessidades, na sua vontade e nos seus sentimentos; • Desenvolver no indivíduo a responsabilidade pela auto- aprendizagem e incutir-lhe o espírito de auto-avaliação; • Centrar a aprendizagem em atividades e experiências significativas para o educando; • Desenvolver Promover a aprendizagem ativa, orientada para processos de descoberta, autónomos e refletidos. • Desenvolver no seio do grupo relações interpessoais baseadas na empatia; • Ensinar também a sentir e não apenas a pensar; • Ensinar a aprender; • Criar no seio do grupo uma atmosfera emocional positiva, que ajude o educando a integrar novas experiências e novas ideias; Técnicas de Ensino • Ensino individualizado; • Discussões; • Debates; • Painéis; • Simulações; • Jogos de Papéis; • Resolução de Problemas. Frustração motivacional • Comportamento ilógico ou sem normalidade; • Agressividade por não poder dar vazão à insatisfação contida; • Nervosismo, insônia, distúrbios circulatórios/digestivos; • Falta de interesse pelas tarefas ou objetivos; • Passividade, moral baixo, má vontade, pessimismo, resistência às modificações, insegurança, não colaboração, etc. Pirâmide de necessidades • Necessidades fisiológicas: constituem a sobrevivência do indivíduo e a preservação da espécie: alimentação, sono, repouso, abrigo, etc. • As necessidades de segurança: constituem a busca de proteção contra a ameaça ou privação, a fuga e o perigo. • As necessidades sociais: incluem a necessidade de associação, de participação, de aceitação por parte dos companheiros, de troca de amizade, de afeto e amor. • A necessidade de estima: envolvem a auto apreciação, a autoconfiança, a necessidade de aprovação social e de respeito, de status, prestígio e consideração, além de desejo de força e de adequação, de confiança perante o mundo, independência e autonomia. • As necessidades de auto realização: são as mais elevadas, de cada pessoa realizar o seu próprio potencial e de auto desenvolver-se continuamente.
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