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Constitucional Atualizado (XVI TRF1)

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Resumos Magistratura Federal | e-mail: resumos-magistratura-federal@yahoogrupos.com.br
Direito Constitucional
2015
Resumo elaborado conforme o edital do XVI Concurso Público para Provimento de Cargo de Juiz Federal Substituto do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, tendo sido adaptado com informações do edital adotado pelo Tribunal Regional da 3ª Região.
Colaboradores: 
	Adriana Nunes de Moraes
	Danilo Felix
	Leo Francisco Giffoni
	Nogueira
	Pedro Serafim
	Severina Raquel
Atualizadores:
Bruno Andrade
Gilson Jader Gonçalves
José Américo da Costa Jr.
Maurício Mendonça
Ricardo Zagallo
Shamyl Cipriano
Vládia Maria de Pontes 
Sumário
1	Ponto 1 - Constituição. Conceito. Classificação. Elementos. Poder constituinte: originário e derivado. Direitos Humanos. Hermenêutica constitucional. O constitucionalismo brasileiro. A ordem constitucional vigente. Emendas à Constituição. Disposições gerais e transitórias. República e federação no direito Constitucional em geral. Sistema brasileiro. Repartição de competências. União: bens e competência. Competência exclusiva, competência de normas gerais, competência comum e competência concorrente.
1.1	Constituição. Conceito. Classificação. Elementos.	13
1.1.1	Classificação das Constituições	16
1.2	Poder Constituinte	17
1.2.1	Teoria do Poder Constituinte	17
1.2.2	Natureza do Poder Constituinte	17
1.2.3	Titularidade do Poder Constituinte	18
1.2.4	Poder Constituinte Originário	18
1.2.4.1	Característica do Poder Constituinte Originário	18
1.2.4.2	Positivação do Poder Constituinte Originário	19
1.2.5	Poder Constituinte Derivado ou Secundário	19
1.2.5.1	Características do Poder Constituinte Derivado ou Secundário	19
1.2.5.2	Espécie de Poder Constituinte Derivado ou Secundário	20
1.2.5.3	Limites do Poder Constituinte Reformador	20
1.2.5.3.1	Limite Temporal	20
1.2.5.3.2	Limite Circunstancial	20
1.2.5.3.3	Limite Material	20
1.2.5.3.3.1	Limite Expresso	20
1.2.5.3.3.2	Limite Implícito	21
1.2.5.3.4	Limite Processual ou Formal	21
1.2.6	Graus de Legitimidade das Constituições	21
1.2.7	Fenômeno do Direito Constitucional Intertemporal	22
1.2.8	Mutação Constitucional	22
1.2.9	Revisão Constitucional	23
1.2.10	Tratados Internacionais	23
1.2.11	Poder Constituinte Derivado Decorrente	23
1.3	Direitos Humanos	24
1.3.1	O que são direitos humanos. Direitos humanos e direitos fundamentais.	24
1.3.2	Centralidade dos Direitos Humanos. Por que Direitos Humanos São Tão Importantes?	24
1.3.3	Quais São os Direitos Humanos. Tipos de Direitos	24
1.3.4	Direitos e Garantias. Tipos de Garantias	25
1.3.5	Características dos Direitos Humanos	25
1.4	Hermenêutica Constitucional	25
1.4.1	Características da Hermenêutica Constitucional	25
1.4.2	Espécies de Interpretação Constitucional	26
1.4.2.1	Interpretação Judicial	26
1.4.2.2	Interpretação Administrativa	26
1.4.2.3	Intepretação Doutrinária	26
1.4.3	Métodos de Hermenêutica Constitucional	27
1.4.3.1	Método Tópico - Problemático	27
1.4.3.2	Método Integrativo ou Científico-Espiritual	27
1.4.3.3	Método Concretizador ou Método Concretista - Concretismo Interpretativo	27
1.4.4	Princípios de Hermenêutica Constitucional	29
1.4.5	Regras de Interpretação Constitucional	30
1.4.6	Moderna Hermenêutica Constitucional	30
1.5	Modernas Técnicas de Interpretação Constitucional	30
1.5.1	Declaração de Inconstitucionalidade sem a Pronúncia de Nulidade	30
1.5.2	Declaração de Inconstitucionalidade com Apelo ao Legislador	30
1.5.3	Interpretação Conforme a Constituição	30
1.5.4	Bloco de Constitucionalidade ou Parâmetro Constitucional	31
1.6	A História Constitucional Brasileira:	31
1.6.1	Constituição de 1824	31
1.6.2	Constituição de 1891	31
1.6.3	Constituição de 1934	32
1.6.4	Constituição de 1937	32
1.6.5	Constituição de 1946	32
1.6.6	Constituição de 1967	33
1.6.7	Constituição de 1969 (Emenda N° 1 à Constituição de 1967)	34
1.6.8	Constituição de 1988	34
1.7	Estrutura das Constituições	34
1.7.1	Ato das Disposições Constitucionais Transitórias	35
1.8	República e Federação no Direito Constitucional em Geral. Sistema Brasileiro.	35
1.8.1	Estado: Noções Gerais -	35
1.8.2	Teoria Geral Do Estado:	35
1.8.3	Formas de Estado – Relação Entre Poder e Território –	36
1.8.4	O Estado Federal-Conceito	36
1.8.5	Histórico	36
1.8.6	Principais Características do Estado Federal	37
1.8.7	Características do Estado Federal	38
1.8.8	Descentralização Político-Administrativa	38
1.8.9	Formas de Governo	38
1.8.10	Formas de Governo no Estado Moderno	39
1.8.10.1	Monarquia	39
1.8.10.2	República: Ideia de Alguém Escolhido (Não Hereditário)	39
1.9	Repartição de Competências. União: Bens e Competência. Competência Exclusiva, Competência de Normas Gerais, Competência Comum e Competência Concorrente.	40
1.9.1	União	40
1.9.1.1	Conceito e Noções	40
1.9.1.2	Bens da União	40
1.9.1.3	Competências	40
1.9.1.3.1	Modalidades de Repartição de Competências:	41
2	Ponto 2 - Os Estados-membros na Constituição. Organização, natureza e conteúdo da autonomia constitucional do Estado-membro. Competências estaduais. Intervenção federal nos Estados-membros, no Distrito Federal e nos Territórios. Os Municípios na Constituição. Competência municipal, organização política e administrativa dos Municípios. Intervenção nos Municípios.	42
2.1	Os Estados-Membros na Constituição. Organização, natureza e conteúdo da autonomia constitucional do Estado-Membro.	42
2.2	Competências Estaduais. Intervenção Federal nos Estados-Membros, Distrito Federal e Territórios.	45
2.2.1	Repartição de Competências	45
2.2.2	Intervenção	50
2.3	Os Municípios na Constituição. Competência Municipal, Organização Política e Administrativa dos Municípios. Intervenção nos Municípios.	55
2.3.1	Criação, Incorporação, Fusão e Desmembramento dos Municípios	58
3	Ponto 3 - Poder Legislativo. Organização e atribuições. O processo legislativo. Cláusulas pétreas. Natureza. Espécies. Iniciativa legislativa. Normas constitucionais e processo legislativo. Orçamento. Princípios constitucionais. Fiscalização financeira e orçamentária. O Tribunal de Contas. Natureza e atribuições.	59
3.1	Poder Legislativo. Organização e Atribuições.	59
3.1.1	Direito Positivo Brasileiro	59
3.1.2	Congresso Nacional	60
3.1.3	Atribuições do Congresso Nacional	60
3.1.4	Deputados e Senadores	61
3.1.5	Estatuto dos Congressistas:	61
3.1.6	Imunidade material ou Inviolabilidade Parlamentar	61
3.1.7	“Foro Privilegiado”	62
3.1.8	Prisão	63
3.1.9	Imunidade Processual ou Formal	63
3.1.10	Sigilo da Fonte	63
3.1.11	Incorporação às Forças Armadas:	64
3.1.12	Estado de Sítio:	64
3.1.13	Vedações ou Incompatibilidades	64
3.1.14	Perda de Mandato	64
3.1.15	Reuniões	65
3.1.16	Comissões	66
3.1.17	Comissões Parlamentares de Inquérito	67
3.1.18	Poderes de Investigação Próprios das Autoridades Judiciais	67
3.1.19	Formação	68
3.1.20	Fato Determinado	68
3.1.21	Indicação de Representantes	68
3.1.22	Conclusão	69
3.1.23	Competência	69
3.2	O processo Legislativo. Cláusulas Pétreas. Natureza. Espécies. Iniciativa legislativa. Normas Constitucionais e Processo Legislativo.	69
3.2.1	Espécies Normativas	69
3.2.1.1	Emendas à Constituição	69
3.2.1.2	Lei Complementar e Lei Ordinária	70
3.2.1.3	Lei Delegada	70
3.2.1.4	Medidas Provisórias	70
3.2.1.4.1	Relevância e Urgência	71
3.2.1.5	Decreto Legislativo	72
3.2.1.6	Resoluções	72
3.2.2	Cláusulas Pétreas. Natureza. Espécies.	72
3.2.3	Fases do Processo Legislativo	73
3.2.3.1	Iniciativa Legislativa	73
3.2.3.2	Emendas a Projeto de Lei	74
3.2.3.3	Deliberação ou Votação	74
3.2.3.4	Sanção ou Veto	74
3.2.3.5	Promulgação e Publicação da Lei –	75
3.2.3.6	Hipóteses de trancamento de pauta:	75
3.3	Orçamento	76
3.3.1	Princípios constitucionais	76
3.3.1.1	Princípio da unidade:	76
3.3.1.2	Princípio da universalidade:	76
3.3.1.3	Princípio da Anualidade (ou periodicidade):	76
3.3.1.4	Princípio da proibição do estorno de verbas:	77
3.3.1.5	Princípio da NãoAfetação da Receita de Impostos:	77
3.3.1.6	Princípio da Exclusividade:	78
3.3.1.7	Princípio da Publicidade:	78
3.3.1.8	Princípio da especialização, especificação ou discriminação:	79
3.3.1.9	Princípio do orçamento-bruto	79
3.3.2	Fiscalização financeira e orçamentária	79
3.3.3	O Tribunal de Contas. Natureza e atribuições.	80
4	Ponto 4 - Poder Executivo. Evolução do conceito. Atribuições e responsabilidade do Presidente da República. Poder regulamentar, poder regulador e agências administrativas. Do Conselho da República. Do Conselho de Defesa Nacional.	82
4.1	Função Executiva	82
4.1.1	Evolução	82
4.2	Poder Executivo	82
4.2.1	Diferenças entre presidencialismo e parlamentarismo	83
4.2.1.1	Presidencialismo	83
4.2.1.1.1	Atribuição	85
4.2.1.1.2	Responsabilidade do Presidente da República	85
4.2.1.1.3	Poder Regulamentar	86
4.2.1.1.4	Poder Regulador	87
4.3	Do conselho da república e de defesa nacional	88
4.4	Poder Regulamentar e Agências Reguladoras	88
5	Ponto 5 - Poder Judiciário. Natureza da função jurisdicional. As garantias do Poder Judiciário. O princípio da reserva legal na apreciação de lesão ou ameaça de lesão a direito individual e a direito coletivo. Poder Judiciário Federal e Poder Judiciário Estadual. O Conselho Nacional de Justiça, O Supremo Tribunal Federal, o Superior Tribunal de Justiça, o Conselho da Justiça Federal e os Tribunais Regionais Federais. A Justiça Federal de 1º Grau. Lei Orgânica da Magistratura Nacional.	91
5.1	Noções Gerais	91
5.2	Órgãos do Poder Judiciário	91
5.3	Estatuto Constitucional da Magistratura	92
5.4	Quinto Constitucional	96
5.5	Garantias Constitucionais	97
5.6	Competência	101
5.7	Quórum das Decisões: Maioria Absoluta e Reserva de Plenário	102
5.8	Juizados Especiais e Juízes de Paz	102
5.9	Autonomia do Poder Judiciário	104
5.10	Precatório	104
5.11	Supremo Tribunal Federal	110
5.11.1	Composição	110
5.11.2	Competência	110
5.11.3	Competência Originária	110
5.11.4	Competência: Recurso Ordinário	115
5.11.5	Competência: Recurso Extraordinário	116
5.11.6	Competência: ADPF	116
5.11.7	Competência: ADI e ADECON	116
5.11.8	Recurso Extraordinário: Repercussão Geral	116
5.11.9	Competência: ADI e ADECON	117
5.11.10	Competência: Súmula Vinculante	117
5.12	Conselho Nacional De Justiça	118
5.13	Superior Tribunal de Justiça	121
5.14	Justiça Federal	125
5.15	Tribunais de Justiça dos Estados	136
6	Ponto 6 - O controle de constitucionalidade das leis e dos atos normativos. Conceito. Natureza. Espécies. A Ação Declaratória de Constitucionalidade e a Ação Direta de Inconstitucionalidade. A Ação de Inconstitucionalidade por Omissão. A Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental.	139
6.1	Controle de Constitucionalidade das leis e dos atos normativos. Conceito. Natureza. Espécies.	139
6.1.1	Conceito	139
6.1.2	Natureza Jurídica	139
6.1.3	Sistema Austríaco X Sistema Norte-Americano:	139
6.2	Espécies de Inconstitucionalidade	140
6.2.1	Por Ação	140
6.2.1.1	Vício Formal (Nomodinâmica – na dinâmica do processo de formação)	140
6.2.1.1.1	Inconstitucionalidade formal orgânica	140
6.2.1.1.2	Inconstitucionalidade formal propriamente dita	140
6.2.1.1.3	Inconstitucionalidade formal por violação a pressupostos objetivos do ato – Canotilho	140
6.2.1.2	Vício Material (Nomoestática – estática porque o processo de formação da norma já está acabado)	141
6.2.1.3	Vício de Decoro Parlamentar (Lenza)	141
6.2.2	POR OMISSÃO	141
6.3	Momentos do Controle de Constitucionalidade	141
6.3.1.1	Controle prévio ou preventivo	141
6.3.1.2	Pelo Legislativo	141
6.3.1.3	Pelo Executivo	141
6.3.1.4	Pelo Judiciário	141
6.3.2	Controle Posterior ou Repressivo	142
6.4	Sistemas de Controle	142
6.4.1.1	Controle político	142
6.4.1.2	Controle jurisdicional	142
6.4.1.3	Controle misto	142
6.5	Tipos de Controle de Constitucionalidade	144
6.5.1	Quanto ao momento	144
6.5.2	Quanto critério subjetivo ou orgânico	144
6.5.3	Quanto ao critério formal	144
6.6	Escorço histórico do controle de constitucionalidade no Brasil	144
6.6.1	CF 1824	144
6.6.2	CF 1891	144
6.6.3	CF 1934	144
6.6.4	CF 1937	145
6.6.5	CF 1946	145
6.6.6	CF 1967	145
6.6.7	CF 1988	145
6.7	Sistema Difuso de Constitucionalidade	145
6.7.1	Origem histórica: Marbury X Madison	145
6.7.2	Noções gerais do controle difuso	146
6.7.3	Controle difuso nos tribunais – Cláusula de Reserva de Plenário	146
6.7.3.1	Interpretação conforme	147
6.7.3.2	Não recepção de lei	147
6.7.3.3	Indeferimento de medida cautelar	148
6.7.4	Efeitos da decisão	148
6.7.4.1	Embargos de declaração e modulação dos efeitos em RE - possibilidade de modulação em controle difuso	148
6.7.4.2	Modulação de efeitos por outros tribunais e juízos monocráticos	148
6.7.4.3	Procedimento do art. 52, inciso X, da CF	149
6.7.5	Teoria da transcendência dos motivos determinantes subjacentes à declaração de inconstitucionalidade proferida em julgamento de controle difuso	150
6.7.6	Objetivação do recurso extraordinário	151
6.7.7	Controle difuso em sede de ação civil pública	151
6.8	Controle Concentrado	151
6.8.1	ADI (Ação Direta de Inconstitucionalidade) genérica	152
6.8.1.1	Conceito	152
6.8.1.2	Objeto	152
6.8.1.3	O conceito de bloco de constitucionalidade	154
6.8.1.4	Teoria da transcendência dos motivos determinantes	155
6.8.1.5	Teoria da inconstitucionalidade por arrastamento ou atração ou inconstitucionalidade consequente de preceitos não impugnados ou inconstitucionalidade consequencial ou inconstitucionalidade consequente ou derivada	156
6.8.1.6	Lei ainda constitucional ou inconstitucionalidade progressiva ou declaração de constitucionalidade de norma em trânsito para a inconstitucionalidade	156
6.8.1.6.1	Apelo ao legislador	156
6.8.1.6.2	“Inconstitucionalidade circunstancial” ou lei “ainda inconstitucional”	157
6.8.1.6.3	Interpretação conforme e declaração de nulidade parcial sem redução de texto	157
6.8.1.6.4	Declaração de inconstitucionalidade sem pronúncia de nulidade	157
6.8.1.6.5	Lacunas jurídicas ameaçadoras	157
6.8.1.7	O inconcebível fenômeno da fossilização da Constituição	158
6.8.1.8	Município putativo	158
6.8.1.9	Princípio da proibição do atalhamento constitucional e do desvio de poder constituinte	159
6.8.1.10	Início da eficácia da decisão que declara a inconstitucionalidade da lei ou ato normativo	159
6.8.1.11	Competência	159
6.8.1.12	Legitimidade	160
6.8.1.13	Procedimento	161
6.8.1.14	A figura do amicus curiae	163
6.8.1.14.1	Algumas considerações gerais acerca do amicus curiae:	164
6.8.1.14.2	Requisitos para a admissão do amicus curiae: relevância da matéria e representatividade dos postulantes.	164
6.8.1.15	Efeitos da decisão	165
6.8.1.15.1	Efeitos temporais da declaração de inconstitucionalidade. Coisa julgada inconstitucional. Súmula 343/STF. Colisão entre Segurança jurídica e autoridade do poder judiciário X Força normativa da constituição, princípio da máxima efetividade das normas constitucionais e isonomia.	167
6.8.1.16	Reclamação	167
6.8.1.16.1	Natureza jurídica da reclamação	167
6.8.1.16.2	Reclamação contra turma de juizados especiais para o STJ	168
6.8.1.16.3	Reclamação no âmbito estadual	168
6.8.1.16.4	Reclamação e tribunal superior	168
6.8.2	Ação declaratória de constitucionalidade (ADC)	168
6.8.2.1	Conceito	168
6.8.2.2	Objeto	169
6.8.2.3	Competência	169
6.8.2.4	Legitimidade	169
6.8.2.5	Procedimento	169
6.8.2.6	Efeitos da decisão	170
6.8.2.7	ADC no âmbito estadual	171
6.8.3	ADI por omissão	171
6.8.3.1	Conceito	171
6.8.3.2	Objeto	171
6.8.3.3	Competência	172
6.8.3.4	Legitimidade	172
6.8.3.5	Procedimento:	172
6.8.3.5.1	Da Admissibilidade e do Procedimento da Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão	172
6.8.3.6	Efeitos da decisão	173
6.8.3.7	Fungibilidade	173
6.8.3.8	Sentenças de caráter aditivo	174
6.8.3.9	Exclusão de benefício incompatível com o princípio da igualdade	174
6.8.4	Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF)	175
6.8.4.1	Localização	175
6.8.4.2	Hipóteses de cabimento	175
6.8.4.3	Preceito fundamental	175
6.8.4.4	Competência	176
6.8.4.5Legitimidade	176
6.8.4.6	Procedimento	176
6.8.4.7	Efeitos da decisão = ADI/ADC	177
6.8.5	ADI interventiva	177
6.8.5.1	Conceito	177
6.8.5.2	Objeto	177
6.8.5.3	Competência	178
6.8.5.4	Legitimidade ativa	178
6.8.5.5	Procedimento	178
6.8.6	ADI interventiva estadual	178
6.8.6.1	Objeto	178
6.8.6.2	Competência	178
6.8.6.3	Legitimidade ativa	178
6.8.6.4	Procedimento	178
6.8.7	Controle abstrato de constitucionalidade nos Estados-Membros	179
6.8.7.1	Regras gerais	179
6.8.7.2	Objeto	179
6.8.7.3	Competência	179
6.8.7.4	Legitimados	179
6.8.7.5	Considerações finais	179
6.8.8	Sistema difuso em sede estadual	180
7	Ponto 7 - Funções essenciais à justiça. Do Ministério Público. Da Advocacia e da Defensoria Pública. Da Advocacia-Geral da União. Da Administração Púbica. Princípios e Disposições Gerais. Dos servidores civis e militares. Acumulação remunerada. Garantias. Responsabilidade jurídica das pessoas públicas.	180
7.1	Funções essenciais à Justiça	180
7.1.1	ADVOCACIA PÚBLICA	181
7.1.2	ADVOCACIA	184
7.1.3	DEFENSORIA PÚBLICA	186
7.1.4	MINISTÉRIO PÚBLICO	188
7.1.4.1	Escorço Histórico	188
7.1.4.2	MP na CF	188
7.1.4.3	Ministério Público perante o TCU	195
7.2	Da Administração Pública	196
7.2.1	Conceito	198
7.3	Servidor Público	203
8	Ponto 8 - Da defesa do Estado e das instituições democráticas. O Estado de Defesa e o Estado de Sítio. Das Forças Armadas. Da Segurança Pública. Nacionalidade. Direitos políticos e partidos políticos. Alistamento. Elegibilidade e inelegibilidade. Suspensão e perda dos direitos políticos. Sufrágio: natureza e forma.	212
8.1	DEFESA DO ESTADO E DAS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS	212
8.1.1	Estado de Defesa	212
8.1.2	Estado de Sítio	213
8.1.3	QUADRO COMPARATIVO ESTADO DE DEFESA E ESTADO DE SÍTIO	213
8.2	DAS FORÇAS ARMADAS	219
8.3	DA SEGURANÇA PÚBLICA	220
8.3.1	Polícias da União	221
8.3.2	Polícias dos Estados	222
8.3.3	SEGURANÇA VIÁRIA	223
8.3.4	O MINISTÉRIO PÚBLICO	224
8.3.5	COMISSÕES PARLAMENTARES DE INQUÉRITO	224
8.3.6	A FORÇA NACIONAL DE SEGURANÇA	225
8.4	NACIONALIDADE	225
8.4.1	CONCEITOS INICIAIS	225
8.4.2	Espécies de Nacionalidades	225
8.4.2.1	Nacionalidade Originária	226
8.4.2.2	Nacionalidade Secundária	226
8.4.3	Espécies de território	229
8.4.4	Conflito Negativo de Nacionalidade	230
8.4.5	PERDA DA NACIONALIDADE	231
8.4.6	REAQUISIÇÃO DA NACIONALIDADE BRASILEIRA PERDIDA	231
8.4.7	Diferenças entre brasileiros natos e brasileiros naturalizados	232
8.4.8	Extradição, Expulsão, Deportação e Entrega	233
8.4.8.1	Extradição	233
8.4.8.2	Expulsão	234
8.4.8.3	Deportação	234
8.4.8.4	Entrega	234
8.5	Direitos Políticos	234
8.5.1	Direitos Políticos Positivos	235
8.5.2	DIREITOS POLÍTICOS NEGATIVOS	236
8.5.3	Participação Popular Direta	240
8.6	Partidos Políticos	240
8.6.1	Princípios Constitucionais de organização partidária	241
8.6.2	Modelos de Organização partidária	242
8.6.3	FIDELIDADE PARTIDÁRIA	243
8.7	Suspensão e Perda dos Direitos Políticos	243
8.7.1	Privação dos Direitos Políticos	243
8.7.2	Perda dos direitos Políticos	244
8.7.3	Suspensão dos direitos políticos	244
8.8	Sufrágio: Natureza e Forma	244
9	Ponto 9 - Processo eleitoral. Plebiscito. Referendum. Iniciativa popular. Direitos e garantias individuais. O rol da Constituição brasileira. Direitos explícitos e implícitos. Classificação dos direitos explícitos. Abuso de direito individual ou político.	245
9.1	DA SOBERANIA POPULAR	245
9.2	DO PROCESSO ELEITORAL	246
9.3	PLEBISCITO, REFERENDO E INICIATIVA POPULAR	248
9.4	DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS	249
9.4.1	Direitos fundamentais X Direitos humanos	250
9.5	GERAÇÃO DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS	250
9.6	CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS	251
9.7	DESTINATÁRIOS DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS	252
9.8	PERSPECTIVAS DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS	252
9.9	EFICÁCIA HORIZONTAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS	253
9.10	FUNÇÃO DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS	254
9.11	CLASSIFICAÇÃO DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS	256
9.12	DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS	256
9.12.1	Destinatários	256
9.12.1.1	APLICABILIDADE	257
9.12.2	Não Taxatividade dos Direitos Fundamentais (§ 2o, artigo 5o, CF)	258
9.12.2.1	COLISÃO DE DIREITOS FUNDAMENTAIS	259
9.12.3	DIREITOS FUNDAMENTAIS PREVISTOS NO CAPUT DO ARTIGO 5º	260
9.12.3.1	DIREITO À VIDA	260
9.12.3.1.1	DIREITO À EXISTÊNCIA	261
9.12.3.1.2	DIREITO À DIGNIDADE	261
9.12.3.1.3	DIREITO À INTEGRIDADE	261
9.12.3.1.4	DIREITO À PRIVACIDADE	262
9.12.3.1.4.1	O sigilo da correspondência e das comunicações	263
9.12.3.2	DIREITO À LIBERDADE OU ÀS LIBERDADES	264
9.12.3.3	DIREITO À INTIMIDADE E VIDA PRIVADA	269
9.12.3.4	PRINCÍPIO DA LEGALIDADE	271
9.12.3.5	INVIOLABILIDADE DE CORRESPONDÊNCIAS E COMUNICAÇÕES	271
9.12.3.6	DIREITO À IGUALDADE	272
9.12.3.7	DIREITO À SEGURANÇA	274
9.12.4	ABUSO DE DIREITO INDIVIDUAL OU POLÍTICO	274
9.12.4.1	PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE	275
10	Ponto 10 - Direito de propriedade. Função social da propriedade. Desapropriação por necessidade ou utilidade pública. Desapropriação por interesse social. Desapropriação judicial. Usucapião. Regime das jazidas. Direito urbanístico. Ordem Econômica. Princípios. Intervenção no domínio econômico. Formas e limites de intervenção. Repressão do abuso do poder econômico. Empresa pública e sociedade de economia mista. Da comunicação social. O planejamento na ordem constitucional. Os direitos constitucionais dos trabalhadores. Organização sindical. Família, Educação e Cultura. Da Ciência e da Tecnologia. Da criança, do adolescente e do idoso.	276
10.1	Direito de propriedade	276
10.1.1	Conceito	276
10.1.2	Propriedade na CF/88	276
10.1.3	Garantias do direito de propriedade	277
10.1.4	Função social da propriedade	277
10.1.4.1	Função social da propriedade na CF/88	278
10.1.4.2	Função social da propriedade rural	278
10.1.4.3	Função social da propriedade urbana	278
10.2	Desapropriação por Necessidade ou Utilidade Pública	279
10.3	Desapropriação por Interesse Social	279
10.4	Desapropriação Judicial	280
10.5	Regime das Jazidas	281
10.6	Direito Urbanístico	284
10.6.1	Objeto do Direito Urbanístico	285
10.6.2	Natureza jurídica das normas de Direito Urbanístico	286
10.7	Ordem Econômica	286
10.7.1	Princípios	286
10.7.2	Intervenção no Domínio Econômico. Formas e Limites de Intervenção	288
10.7.2.1	Intervenção estatal direta (por absorção ou participação)	289
10.7.2.2	Intervenção estatal indireta (por direção ou indução – art. 174, CF)	289
10.7.3	Repressão do Abuso do Poder Econômico. Empresa Pública e Sociedade de Economia Mista	290
10.7.3.1	Repressão ao abuso do poder econômico – direito da concorrência ou direito antitruste	290
10.7.3.2	Direito Antitruste	291
10.7.4	Empresa Pública e Sociedade de Economia Mista	291
10.7.4.1	Empresa Pública	292
10.7.4.2	Sociedade de Economia Mista	293
10.8	Da Comunicação Social	294
10.9	O Planejamento na Ordem Constitucional	296
10.10	Os Direitos Constitucionais dos Trabalhadores	297
10.10.1	Dimensões dos Direitos Fundamentais	297
10.10.2	Organização Sindical	299
10.10.2.1	Direito de substituição processual	300
10.10.2.2	Direito de Greve	300
10.11	Família, Educação e Cultura	301
10.11.1	Educação	301
10.11.2	Cultura	302
10.11.3	Da Ciência e da Tecnologia	302
10.11.4	Da Família, da Criança, do Adolescente, do Jovem e do Idoso	302
10.11.4.1	Tutela constitucional da família	302
10.11.4.2	Tutela Constitucional do Idoso	303
10.11.4.3	Tutela constitucional da Criança, do Adolescente e do jovem	303
RESUMOS - Magistratura Federal - Ambiental
32
Ponto 1 - Constituição. Conceito. Classificação. Elementos. Poder constituinte: originário e derivado. Direitos Humanos. Hermenêutica constitucional. O constitucionalismo brasileiro. A ordem constitucional vigente. Emendas à Constituição. Disposições gerais e transitórias. República e federação no direito Constitucional em geral. Sistema brasileiro. Repartição de competências. União: bens e competência. Competência exclusiva, competência de normas gerais, competência comum e competência concorrente. 
Constituição. Conceito. Classificação. Elementos.DIREITO CONSTITUCIONAL: “É a ciência encarregada de estudar a Teoria das Constituições e o ordenamento positivo dos Estados.” (BULOS, 2010 p. 56). O direito constitucional é dividido pela doutrina em 03 grandes ramos: 1) DIREITO CONSTITUCIONAL POSITIVO – é a disciplina que tem por objeto o estudo dos princípios e normas de uma Constituição concreta em vigor de um Estado determinado; 2) DIREITO CONSTITUCIONAL COMPARADO – seu objetivo é fazer comparações entre normas e princípios de várias Constituições, vigentes ou não; 3) DIREITO CONSTITUCIONAL GERAL – a disciplina que traça uma série de princípios e conceitos que podem ser encontrados em várias Constituições, para classificá-los e sistematizá-los de modo unitário.
CONSTITUCIONALISMO: A doutrina costuma reportar-se a, no mínimo, quatro significados do termo constitucionalismo, compreendidos como constitucionalismo antigo, da Idade Média, moderno e contemporâneo. André Ramos Tavares (2006) sintetiza que “numa primeira acepção, emprega-se a referência ao movimento político-social com origens históricas bastante remotas, que pretende, em especial, limitar o poder arbitrário. Numa segunda acepção, é identificado com a imposição de que haja cartas constitucionais escritas. Tem-se utilizado, numa terceira acepção possível, para indicar os propósitos mais latentes e atuais da função e posição das constituições nas diversas sociedades. Numa vertente mais restrita, o constitucionalismo é reduzido à evolução histórico-constitucional de um determinado Estado”; I) as raízes desse “movimento constitucional” [constitucionalismo antigo] são encontradas entre os hebreus, para quem as leis dos homens estariam limitadas pelos comandos divinos; II) a segunda vertente [constitucionalismo na idade média], aparece com o surgimento da Magna Carta do Rei João Sem-Terra, de 1215, que, segundo Fábio Konder Comparato (2010), “deixa implícito pela primeira vez, na história política medieval, que o rei achava-se naturalmente vinculado pelas próprias leis que edita”. O autor identifica esta primeira limitação institucional como o embrião da democracia moderna. Mas o constitucionalismo inglês não se restringiu à elaboração da Magna Carta do rei João da Inglaterra. Ao contrário, enfrentou diversas fases, entre as quais se destaca a Petition of Rights e o Bill of Rights; III) o marco do constitucionalismo moderno está ligado a dois grandes acontecimentos do Séc. XVIII, símbolos da limitação do poder estatal, a saber: Constituição norte-americana, de 1787, e Revolução Francesa de 1789, e na consequente elaboração da Constituição francesa de 1791; conforme André R. Tavares este novo modelo de constitucionalismo caracteriza-se: a) pela publicidade, permitindo amplo conhecimento da estrutura do poder e garantia de direitos; b) pela clareza, por ser um documento unificado, que afasta incertezas e dúvidas sobre os direitos e os limites do poder; c) pela segurança, justamente por proporcionar a clareza necessária à compreensão do poder; IV) por sua vez, o constitucionalismo contemporâneo surgiu após o fim da 2ª Guerra Mundial, quando o mundo ocidental sentiu a necessidade de reformular o conceito de Constituição, de maneira a não mais admitir como legítima a ação estatal que fragilizasse a dignidade da pessoa humana, considerado valor universal pela Declaração dos Direitos de 1948, e outros valores como a justiça a paz social, ainda que supostamente amparada na lei.[1: 	J. J. Gomes Canotilho adverte que o mais correto seria referir-se a “movimentos constitucionais, ao invés do termo constitucionalismos. In: CANOTILHO, J. J. Gomes. Direito Constitucional e Teoria da Constituição. 7 ed. Almedina. 2003. pag. 51.]
NEOCONSTITUCIONALISMO - O fenômeno ocorrido na Europa Ocidental do pós-guerra foi o panorama histórico que ensejou seu advento. As constituições do pós-guerra são marcadas por elevado teor axiológico, caracterizadas, ainda, pela abertura e indeterminação semântica, importando sua aplicação pelo Judiciário a partir de novas técnicas e estilos hermenêuticos.
No Brasil, pós CF/88, os adeptos (Luís Roberto Barroso, Lênio Streck, Ana Paula de Barcellos etc.) e críticos (Dimitri, Humberto Ávila etc.) do neoconstitucionalismo apontam suas principais características como sendo: valorização dos princípios, adoção de métodos ou estilos mais abertos e flexíveis na hermenêutica jurídica, com destaque para a ponderação, abertura da argumentação jurídica à moral, reconhecimento e defesa da constitucionalização do Direito e do papel de destaque do Judiciário na Agenda de concretização dos valores constitucionais.
 O QUE É UMA CONSTITUIÇÃO? Do ponto de vista jurídico, a Constituição é o documento que estabelece e disciplina o conjunto de elementos essenciais ao Estado. Se o Estado vai ser constituído, será necessário tratar de seus elementos (humano – povo, físico – território e político – soberania ou governo; há doutrinadores que acrescentam um 4º elemento que é a finalidade (Mazzuoli)), que serão tratados pela CONSTITUIÇÃO.
A doutrina aponta que Abade de Sieyès foi o formulador do conceito moderno de Constituição (através da publicação do livro “O que é o Terceiro Estado?”). Destaca-se, em seu pensamento, o deslocamento de eixo de legitimidade do poder político – antes calcado em bases teocráticas – para um substrato de legitimidade alicerçado na soberania da nação.
A partir do Séc. XIX, teve início o que se chamou de CONCEITO IDEAL DE CONSTITUIÇÃO (CANOTILHO), segundo o qual toda nação deveria ter uma constituição, que, por sua vez, deveria ter 03 elementos: 1) Sistema de garantias da liberdade (implementado a partir da existência de direitos individuais e da participação popular no parlamento); 2) Princípio da separação dos poderes (Montesquieu) e 3) Forma escrita.
Já no Séc. XX, surgiu a ideia da RACIONALIZAÇÃO DO PODER: já não basta a previsão dos direitos fundamentais, é preciso garantir condições mínimas para que um poder democrático possa subsistir.
OBJETO DA CONSTITUIÇÃO: é a disciplina dos elementos constitutivos do Estado (meios de aquisição do poder, sistema de governo, forma de governo). Questão é saber se o objeto é DINÂMICO ou ESTÁTICO. É sempre dinâmico, porque a sociedade humana está sempre em evolução, sempre se modificando.
CONCEPÇÕES CLÁSSICAS SOBRE O QUE É A CONSTITUIÇÃO: são 03: 1) CONCEPÇÃO SOCIOLÓGICA - Ferdinand Lassale - a Constituição é, em essência, a soma dos fatores reais de poder que regem um determinado Estado, a Constituição não é um mero produto da razão, algo inventado pelo homem, mas sim o resultado concreto do relacionamento entre as forças sociais. Características do enfoque sociológico: 1) a Constituição é vista mais como fato do que como norma, prioriza-se a perspectiva do ser e não a do dever-ser; 2) a Constituição não está sustentada numa normatividade superior transcendente (como seria o direito natural), está baseada nas práticas desenvolvidas na sociedade. (JOSÉ AFONSO DA SILVA, Aplicabilidade, p. 26); 2) CONCEPÇÃO POLÍTICA - Carl Schmitt - a Constituição significaria a decisão política fundamental. Para Schmitt, há diferença entre Constituição e lei constitucional. A Constituição resulta da manifestação de um poder constituinte que, por intermédio de uma decisão política fundamental, crie e organize o Estado. Assim, o conteúdo próprio da Constituição é simplesmente aquilo que diga respeito à estrutura básica do Estado, à sua conformação fundamental. A Constituição limitar-se-ia, portanto, a disciplinar a forma de Estado, a forma de governo, o Sistema de governo, o regime de governo, a organização e divisão dos poderes, o rol de direitos individuais. As leis constitucionais, por sua vez, são todas aquelas normas inscritas na Constituição mas que não têm a natureza de decisão política fundamental. Estas normas só se tornam constitucionais em virtude do documento em que estão inseridas. A matéria de que tratam poderia muito bem ser relegada à legislação ordinária; 3) CONCEPÇÃO JURÍDICA (KELSEN, no livro TEORIA PURA DO DIREITO) – a constituiçãoé norma pura é um dever ser, não há fundamento sociológico ou político, é pura norma. O Kelsen dá 02 sentidos à palavra constituição: 1) JURÍDICO-POSITIVO: direito positivo é norma escrita ou posta pelo homem (pirâmide das leis – princípio da compatibilidade vertical entre as normas inferiores e superiores). No topo da pirâmide há uma norma suprema que impõe a compatibilidade para todas as inferiores, essa norma é a CONSTITUIÇÃO; 2) LÓGICO-JURÍDICO: a norma inferior encontra seu fundamento de validade na norma que lhe for superior. A constituição encontra o seu fundamento de validade, NÃO NO DIREITO POSTO, mas, no plano PRESSUPOSTO LÓGICO, tendo natureza jurídica, mas, em plano pressuposto, ou seja, a NORMA HIPOTÉTICA FUNDAMENTAL, que é a constituição no sentido lógico-jurídico.[2: 	A concepção jurídica da Constituição tem em Hans Kelsen seu principal representante. Neste sentido a Constituição é vista essencialmente como norma jurídica, norma fundamental ou lei fundamental de organização do Estado e da vida jurídica de um país. – A Constituição é considerada como norma pura, puro dever-ser, completamente desligada da sociologia, da política, da filosofia ou da moral. A Teoria Pura do Direito de Kelsen visa exatamente tornar puro o objeto de estudo da ciência jurídica (as normas jurídicas) livrando-o de qualquer juízo de valor moral ou político, social ou filosófico. – Constituição em Kelsen tem dois sentidos: 1) sentido lógico-jurídico: Constituição = norma hipotética fundamental. Como Kelsen não admite que o direito se fundamente em qualquer elemento sociológico, político ou filosófico, ele teve que cogitar de uma norma fundamental, meramente hipotética, que existe apenas como pressuposto lógico da validade da própria Constituição. O teor desta norma hipotética fundamental seria mais ou menos este: “obedeça a tudo o que está na Constituição”. 2) sentido jurídico-positivo: é a Constituição positiva. É a norma positiva suprema; conjunto de normas que regulam a criação de outras normas. É a Constituição que confere a unidade ao ordenamento jurídico de um Estado. Com efeito, no ápice do ordenamento jurídico está a Constituição. – Esta é o fundamento de validade de todas as outras normas jurídicas. É da Constituição que se extrai a validade de todas as outras normas infra-constitucionais em qualquer órbita: federal, estadual ou municipal. – Consideração sobre Hans Kelsen: elogia-se a grande racionalidade e a lógica que Kelsen imprimiu à ciência do direito. A grande objeção é que seu intento de purificar o direito, livrando-o da moral, da ética, da política não pode ser de todo satisfeito. Isto porque se é correto e aceitável que todas as normas infra-constitucionais devam buscar na Constituição seu fundamento de validade; é altamente arriscado e diria até inaceitável que o fundamento de validade da própria Constituição seja simplesmente uma suposta norma hipotética fundamental. A construção teórica genial de Kelsen, se não estiver ligada a uma concepção filosófica, política, respeitadora dos direitos humanos, pode ser utilizada tanto pelos Estados mais democráticos e justos quanto pelos mais injustos e autoritários. Não se poderia aceitar, por exemplo, uma norma constitucional que estabelecesse como um dos objetivos do Estado exterminar uma parcela da população. (JOSÉ AFONSO DA SILVA, Aplicabilidade; e MICHEL TEMER).][3: 	BONAVIDES: O formalismo de Kelsen ao fazer válido todo conteúdo constitucional, desde que devidamente observado o modus faciendi legal respectivo, fez coincidir em termos absolutos os conceitos de legalidade e legitimidade, tornando assim tacitamente legítima toda espécie de ordenamento estatal ou jurídico ... até o Estado nacional-socialista de Hitler fora Estado de Direito.]
CONCEPÇÕES MODERNAS: Além dessas 03 concepções clássicas, existem outras 03 concepções ou teorias, mais modernas: 1) TEORIA DA FORÇA NORMATIVA DA CONSTITUIÇÃO - KONRAD HESSE – é uma resposta ao Lassale. A constituição escrita NÃO necessariamente será a parte mais fraca no embate, pode ser que a constituição escrita seja capaz de redesenhar a soma dos fatores reais de poder, ela pode modificar o conjunto de forças da sociedade, modificando a sociedade; não existe interpretação constitucional desvinculada dos problemas concretos; 2) CONSTITUCIONALIZAÇÃO SIMBÓLICA - MARCELO NEVES - a utilização da norma constitucional como símbolo, o legislador constituinte quando elabora o texto, tinha a real intenção de concretizar o que escrevia ou a intenção era somente entregar um símbolo à sociedade. Será que a constituição é para ser efetiva ou é para ser um símbolo. Nas constituições ditatoriais, também existe rol de direitos fundamentais, que não ocorrem no mundo dos fatos; 3) CONSTITUIÇÃO ABERTA - PAULO BONAVIDES e CARLOS ROBERTO CIRQUEIRA CASTRO – o objeto da constituição é sempre dinâmico. A constituição deve ser o documento dinâmico que não será enclausurado em si mesmo. As necessidades sociais vão se espalhar por outros ramos, sob pena de ficar ultrapassada e ser condenada à morte. Está repleta de conceitos abertos.[4: 	A FORÇA NORMATIVA DA CONSTITUIÇÃO: a Constituição tem uma força normativa, não sendo somente uma folha de papel (LASSALLE). As questões jurídicas somente serão convertidas em questões de poder, caso não haja a satisfação de determinados pressupostos. O autor reconhece a existência de uma VONTADE DA CONSTITUIÇÃO, não só há a vontade do poder, há também a vontade da própria constituição. Deve ser reconhecida a força normativa da Constituição, sob pena de ser confundida com a Sociologia ou a Ciência Política. Não pode haver o isolamento entre a norma e a realidade, como propõe o positivismo. A constituição jurídica e a constituição real complementam-se, condicionam-se mutuamente, mas não dependem, pura e simplesmente, uma da outra.]
Classificação das Constituições 
A doutrina apresenta várias classificações distintas: 1) QUANTO AO CONTEÚDO: 1.1) MATERIAIS – “são as normas constitucionais escritas ou costumeiras, inseridas ou não num documento escrito, que regulam a estrutura do Estado, a organização de seus órgãos e os direitos fundamentais” (JOSÉ AFONSO DA SILVA, Curso, p. 44). 1.2) FORMAIS – documento escrito, estabelecido de modo solene pelo poder constituinte originário e somente modificável por processos e formalidades especiais nela própria estabelecidos. Estabelece o peculiar modo de existir do Estado. (JOSÉ AFONSO DA SILVA, Curso, p. 45). As normas constitucionais, independentemente de seu conteúdo, possuem supremacia em relação à lei ordinária; 2) QUANTO À FORMA: 2.1) ESCRITAS ou DOGMÁTICAS – fruto de um trabalho racional ou sistemático, aplicando-se racionalmente os dogmas da sociedade; 2.2) CODIFICADA – um único texto; 2.3) NÃO-CODIFICADA (ESPARSA/LEGAL) – dois ou mais textos; 2.4) NÃO-ESCRITAS ou COSTUMEIRAS ou CONSUETUDINÁRIAS ou HISTÓRICAS – é o exemplo da Constituição Inglesa, que se baseia nos costumes e na jurisprudência, também pode ter texto escrito, especificamente no caso da constituição inglesa há texto escrito, tratam-se de textos históricos que se incorporam à constituição; 3) QUANTO À ORIGEM: 3.1) DEMOCRÁTICAS ou POPULARES ou PROMULGADAS – são as elaboradas por representantes do povo, ou seja, são fruto de uma assembleia constituinte que foi criada para isso. No Brasil, são: 1891, 1934, 1946 e 1988; 3.2) OUTORGADAS ou IMPOSTAS – impostas pela força, sem participação popular. No Brasil, são: 1824, 1937, 1967 (foi aprovada pelo Congresso, mas não houve ambiente para uma discussão política e soberana, além de que o congresso não foi eleito para fazer uma constituição, ou seja, não existia outorga do poder pelo povo para a elaboração de constituição) e 1969 (há discussão se se trata até mesmo de constituição); 3.3) PACTUADAS – quando o poder constituinte NÃO está na mão do seu titular o povo. Mas quando houver a divisão entre os dois (o povo e o poder constituinte), a constituição será pactuada; 3.4) CESARISTAS ou PLEBISCITÁRIAS – consulta popular depois que o texto estejaescrito, na verdade é um referendo e não um plebiscito, que é anterior à tomada de decisão e à elaboração do texto; 4) QUANTO À ESTABILIDADE: 4.1) RÍGIDAS – nessas constituições, os processos de elaboração das emendas são diferentes dos processos de elaboração da lei. Na CF (art. 60), dois turnos. São pilares do direito constitucional: SUPREMACIA CONSTITUCIONAL, RIGIDEZ, CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE, somente se pode falar em controle se há supremacia e rigidez; 4.2) FLEXÍVEIS – a lei ordinária tem a mesma natureza jurídica de emenda constitucional, não há divergência entre os procedimentos de uma e outra; 4.3) SEMI-RÍGIDAS – parte é rígida e parte é flexível; 5) QUANTO À EXTENSÃO: 5.1) CONCISAS ou BREVES ou CURTAS ou SINTÉTICAS: preveem somente princípios e normas gerais, não vão se preocupar em definir todos os efeitos. São típicas do estado liberal; 5.2) LONGA ou ANALÍTICA ou PROLIXA: a extensão é bastante ampla. São típicas do estado de bem estar social; 6) QUANTO À FINALIDADE: 6.1) NEGATIVAS ou GARANTIA: equivalem às concisas; 6.2) DIRIGENTES ou PROGRAMÁTICAS: estabelecem programas e definem os limites e a extensão de seus direitos, equivalem às constituições longas; 6.3) CONSTITUIÇÕES BALANÇO: De conotação socialista, representa um estágio no desenvolvimento das forças produtivas, porque são essas forças econômicas que moldam o arcabouço jurídico. Inspirada na teoria dos “fatores reais de poder”, de Lassale, ela deve registrar a organização estabelecida em determinado momento histórico.
Existe ainda a CLASSIFICAÇÃO ONTOLÓGICA, que foi feita pelo KARL LOEWENSTEIN. Ele vai cotejar a constituição com o processo político: 1) NORMATIVA – o processo político da sociedade se ajusta à constituição, ou seja, a constituição que se impõe ao processo político; 2) NOMINAL – tem nome de constituição, mas cede ao processo político, ela se amolda a ele; 3) SEMÂNTICA – serve aos interesses dos detentores do poder político e não ao povo.
OUTRAS CLASSIFICAÇÕES: 1) Constituição expansiva – sinônimo de Constituição analítica; 2) Constituição contratual ou pactual – resultado da aliança entre o rei e o Poder Legislativo; 3) Constituição semântica – é aquela que só serve para legitimar os interesses da classe dominante, sem que seus fundamentos tenham eficácia; 4) Constituição garantia – seu objetivo é de assegurar a liberdade, limitando para isso o poder estatal através da separação de poderes; 5) Constituição legal – é a que se apresenta esparsa ou fragmentada em vários textos; 6) Constituição total – refere-se àquela que engloba os vários tipos de perspectivas constitucionais, como o político, o sociológico, o normativo. É a visão da lei maior em sua integralidade; 7) Constituição oral - é a que não está sedimentada em um determinado texto escrito; 8) Constituição compromissória – é a que se originou de um compromisso constitucional, fruto de uma ampla composição entre as várias classes sociais.
OBSERVAÇÃO: CLASSIFICAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988: FORMAL, ESCRITA, DOGMÁTICA, PROMULGADA, RÍGIDA E ANALÍTICA.
Poder Constituinte
ORIGINÁRIO E DERIVADO. É o poder que cria a norma constitucional, tornando-a exigível, cria e põe em vigor a norma constitucional (Estrutura do Estado, Divisão dos Poderes e outros). Visa a criar a Constituição, a estabelecer a estrutura do Estado. Ele se manifesta em momentos de crise (não necessariamente violenta), porque instaura uma Nova Ordem Constitucional (crises jurídica, econômica, social e política). O Poder Constituinte legitima a estrutura do Poder. Inicialmente, Sieyes pensava no Poder Constituinte tendo como titular a nação, o que foi depois evoluído para povo.
Teoria do Poder Constituinte
 O marco foi a Teoria de SIEYÈS, com o livro “O que é o Terceiro Estado” (A Constituinte Burguesa). A manifestação deve ser feita pelos representantes do Povo, materialização do Poder, no conceito de representatividade. Exercício da soberania popular. Distinguiu: O Poder Constituinte (poder de elaborar a estrutura do Estado e dividir os Poderes) do Poder Constituído (Poderes reconhecidos pela constituição são: o Legislativo, Executivo e Judiciário).
Natureza do Poder Constituinte
A natureza do Poder Constituinte é jurídica ou extrajurídica? Existem duas correntes doutrinárias que procuram impor suas posições: 1) JUSPOSITIVAS (KELSEN): o poder constituinte é um poder histórico, ele simplesmente existe, ou seja, é assim, não se funda em uma ordem jurídica superior, ele inaugura toda a normatização jurídica, ele é um fato, não deriva de outro direito superior, o poder que antecede a norma, sendo um Poder Político. No Brasil, essa é a posição adotada; 2) JUSNATURALISTAS (TOMÁS DE AQUINO): o fundamento de validade do poder constituinte está no direito natural, que é superior hierarquicamente ao poder constituinte, ou seja, ele existe por força do sistema de direito natural; os adeptos reconhecem no Poder Constituinte a natureza extrajurídica, já que o Direito não é só norma.[5: 	Poder político (governo): em sentido amplo, pode ser entendido como uma espécie institucionalizada (organizado e permanente) de poder social: possibilidade de alguém (Estado) impor sua vontade sobre os outros e exigir o cumprimento de suas ordens (leis). É preciso ressaltar que o poder político não é exclusivo: permite a existência de outros poderes paralelos (poder econômico, poder social, poder sindical etc.) mas está acima de todos eles. PRINCIPAL CARACTERÍSTICA: capacidade de editar normas jurídicas e de fazê-las cumprir. (CELSO BASTOS, cap. II).]
Titularidade do Poder Constituinte 
Titularidade do Poder Constituinte: Quem é o titular do Poder Constituinte? Para Sieyès, é a nação, mas hoje o titular é o povo. Nação é identidade de língua, cultura e raça. Povo é parte da nação que habita determinado território. Titular do poder constituinte é o POVO, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente nos termos da CF (artigo 1o., CF/88). Os exercentes do poder constituinte são os REPRESENTANTES DO POVO. Manifestação do Poder Constituinte: 1) Referendos constitucionais (Democracia direta) e 2) Representantes do povo (Democracia representativa)[6: Povo é o conjunto de pessoas que têm a mesma nacionalidade, ou seja, ligação jurídica a um determinado Estado (povo é um conceito jurídico). Difere da idéia de população (conceito demográfico), que é a expressão numérica dos habitantes de um Estado (inclui os estrangeiros residentes) e difere da idéia de nação (conceito sociológico, cultural), que é o conjunto de pessoas que têm em comum fatores culturais, étnicos, históricos e/ou lingüísticos. OBS: Povo mas não nação: cidadãos da antiga Iugoslávia. Nação mas não povo: os palestinos (já que a Palestina não é um Estado) e os curdos (pode-se falar em nação curda mas não em povo curdo, já que não há um Estado Curdo).]
Poder Constituinte Originário 
Poder que cria uma nova ordem constitucional. É o capaz de fazer nascer uma nova constituição, é o poder que o povo tem de escrever uma nova constituição para conduzir os seus destinos. Tem a natureza jurídica política (pré-jurídico), não é norma é fato social, antecede a formação. A sua manifestação ocorre em um momento de ruptura da sociedade, quando uma nova ordem constitucional precisa ser escrita. Essa ruptura pode ser: 1) revolução, que pressupõe o uso da força, que se legitima pelas injustiças da ordem anterior, é a tomada do poder por quem não está no poder; 2) golpe de Estado, é a tomada de poder por quem já está em exercício de uma parcela de poder; 3) transição constitucional, ocorre quando uma colônia tem a sua independência preparada pelo colonizador, foi o que ocorreu no Brasil, com a ruptura do regime ditatorial para um regime democrático, por um amadurecimento político houve o surgimento de uma nova constituição. [7: Há um direito à revolução, quando o povo esteja sendo oprimido pelas instituições jurídico-políticas. ]
 Característica do Poder Constituinte Originário 
À luz da corrente juspositivista, o poder constituinteoriginário é: 1) Inicial – não existe nem poder de fato e nem direito acima dele; inicia toda a normatividade jurídica; 2) Autônomo – não convive com nenhum outro poder que tenha a mesma hierarquia; só o soberano, o titular, pode dizer o seu conteúdo; 3) Incondicionado – não se sujeita a nenhuma outra norma jurídica; 4) Ilimitado – nenhum limite de espécie alguma, muito menos imposto pela ordem jurídica anterior. Não tem que respeitar ato jurídico perfeito, coisa julgada ou direito adquirido. Mas a Constituição – para relativizar ou desconstituir os institutos do ato jurídico perfeito, a coisa julgada e o direito adquirido – deve ser EXPRESSA, não basta a omissão, os dispositivos constitucionais devem ser claros e expressos para desconstituir essas garantias constitucionais. A nova constituição tem dois fenômenos em nome da segurança jurídica: RECEPÇÃO de toda a legislação que não a contrariam e RECEPÇÃO de todo ato jurídico perfeito, coisa julgada ou direito adquirido que não a contrarie. Juridicamente, NÃO há limites, mas, as relações humanas não são ditadas apenas por normas jurídicas, assim, a assembleia nacional constituinte tem limites metajurídicos (sociologia, história, cultura), que estão fora do direito, mas presentes nas relações sociais estabelecidas e reconhecidas historicamente. JORGE MIRANDA classifica essas limitações (há outras tantas propostas) em: 1) Ideológicas – baseadas na opinião pública, no pensamento predominante; 2) Institucionais – ligadas a instituições arraigadas na sociedade; 3) Substanciais – divididas em 03 grupos: a) Transcendentes: valores éticos superiores, uma consciência ética coletiva, direitos fundamentais ligados à dignidade do homem, isso está fora do direito positivo; b) Imanentes: dizem respeito à história do Estado; c) Heterônomas: dizem respeito ao direito internacional, nenhum Estado pode mais tentar ser isolado dos problemas do planeta, que por sinal são comuns de todos os estados.
Positivação do Poder Constituinte Originário 
O momento da POSITIVAÇÃO ocorre quando a nova Constituição deixa de ser um PROJETO DE CONSTITUIÇÃO e passa a ser uma nova constituição. A positivação pode ser por: 1) OUTORGA (ato de força do poder totalitário); 2) PROMULGAÇÃO (último ato da assembleia constituinte) ou 3) REFERENDO (aprovação posterior pelo povo).
Poder Constituinte Derivado ou Secundário 
 As constituições obedecem ao princípio da IMUTABILIDADE RELATIVA, ou seja, não são eternas, mas, por outro lado, não podem ser modificadas de forma contumaz. Essas modificações não podem ferir o espírito da constituição, só quem pode fazer isso é o poder originário, mediante um processo de ruptura. Essas alterações podem ser: 1) FORMAIS – há Estados que não diferenciam as emendas da revisão, no Brasil, não há essa nítida distinção, já que a previsão de revisão foi pontual. a) Emenda – será uma revisão pontual; b) Revisão – será uma revisão total; c) Tratados equivalentes à emenda (EC/45); 2) INFORMAIS – são as que modificam a CF sem alterar o seu texto; ocorrem por meio de: interpretação evolutiva, jurisprudência, doutrina, aplicação de conceitos jurídicos indeterminados. A isso se dá o nome de MUTAÇÃO, que a doutrina admite. Neste ponto, destaca-se o que parte da doutrina chama de “Poder Constituinte Difuso”.
MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL não ofende o texto da lei, a sua literalidade (artigo 5o., XI, CF).
MUTAÇÃO INCONSTITUCIONAL (artigo 102, § 2o., CF) – as decisões definitivas de mérito admitem efeito vinculante, mas, por meio de decisão do STF admitiu-se o efeito vinculante da decisão liminar, com nítida ofensa à literalidade da constituição; dizer que a liminar tem efeito vinculante viola-se a literalidade da CF, sem mudar o texto.
As mutações informais são fruto de um “PODER CONSTITUINTE DIFUSO” (JELLINEK).
Características do Poder Constituinte Derivado ou Secundário 
Estão mais relacionadas aos mecanismos formais: 1) Derivado: decorre do poder constituinte originário e da constituição; 2) Subordinado: hierarquicamente em plano inferior, ou seja, está abaixo do poder constituinte originário; 3) Condicionado ou Limitado: só pode ser exercitado nos casos previstos pelo poder constituinte originário, que estabelece regras que determinam a contenção do seu exercício. É o poder para alterar uma ordem constitucional pré-existente; além das limitações metajurídicas terá também limitações jurídicas.
Espécie de Poder Constituinte Derivado ou Secundário
Ele pode ser de duas espécies: 1) Decorrente (Poder de estabelecer uma nova constituição em um segundo nível – Estadual). Art. 11, ADCT; 2) Reformador ou de revisão: poder de alterar a própria constituição. Há quem negue a existência do poder constituinte derivado, somente existindo o poder constituinte originário. A reforma da constituição seria um PODER CONSTITUÍDO (MIN CARLOS AYRES DE BRITO). Não é possível imaginar o poder de constituir o estado sem imaginar o correlato poder de DESCONSTITUIR o estado anterior, ou seja, o PODER DESCONSTITUINTE. Enquanto, é escrito algo novo, a ordem antiga é apagada. Somente quem tem esse poder de desconstituir o estado anterior é o poder constituinte originário. O que classicamente se chama de poder constituinte reformador não tem a força de desconstituir o Estado anterior, assim, muitos doutrinadores defendem que somente é poder constituinte o originário, que tem essa capacidade correlata de desconstituir a ordem posta. Há quem diga também que somente é poder constituinte uma única espécie de poder: PODER FUNDACIONAL, qual seja, aquele que faz a primeira constituição do Estado. 
Limites do Poder Constituinte Reformador 
Na CF/88, os limites do poder constituinte derivado reformador estão fixados no art. 60.
Limite Temporal
Esse limite consiste no estabelecimento de prazo. A Constituição Federal de 1988 não tem. A Constituição Federal de 1824 tinha.
Limite Circunstancial
A Constituição não pode ser alterada em algumas circunstâncias, sob o fundamento legitimador de que o ânimus do legislador estará alterado: estado de defesa; estado de sítio e intervenção federal (§ 1o.). Esse limite é absoluto, mas provisório; a emenda pode ser proposta, mas, se for discutir, há divergência doutrinária; agora a partir de votar não pode. A emenda pode ser até discutida.
Limite Material
Por força desse limite, excluem determinada matéria do Poder Constituinte derivado reformador, por ser superior no ordenamento nacional. Os limites materiais podem ser: EXPRESSOS ou IMPLÍCITOS:
Limite Expresso
Limitação material expressa. PROPOSTA de emenda tendente a abolir. O limite expresso trata das cláusulas de intangibilidade ou cláusulas pétreas (art. 60, § 4º ). 
Não será objeto de DELIBERAÇÃO, ou seja, o processo sequer pode chegar ao final, o vício é anterior à deliberação da emenda, hipótese de controle de constitucionalidade preventivo e judicial, cabimento de MS impetrado por parlamentar (STF). O voto obrigatório NÃO é cláusula pétrea, ele existe na CF, mas, pode ser abandonado por emenda, adotando-se voto facultativo.
Quanto aos direitos e garantias individuais há uma discussão sobre qual a interpretação que deve ser utilizada. Assim, dependendo da interpretação, haverá consequências distintas em relação à aplicação da limitação prevista no dispositivo. Se a INTERPRETAÇÃO for: 1) LITERAL: ficam afastados os direitos sociais, difusos, coletivos; sendo objeto de proteção somente os direitos e garantias puramente individuais. O STF ainda não foi decisivo quanto a isso, mas, já entendeu que existem cláusulas pétreas fora do artigo 5o; 2) TELEOLÓGICA OU SISTEMÁTICA: é uma posição mais moderna, por meio da qual, deve-se entender como objeto da proteção do artigo todos os DIREITOS FUNDAMENTAIS. O inciso IV, do § 4o, deve ser interpretado ampliativamente, para restringir a emenda. Deve ser entendido que os DIREITOS FUNDAMENTAIS são cláusulas pétreas, sejam individuais, coletivos, difusos ou sociais. Há direitos fundamentais que são FORMALMENTE FUNDAMENTAIS, mas não têm substância de direitos fundamentais,assim, não são cláusulas pétreas, somente os que têm substância de direito fundamental não poderão ser abolidos, sem os quais não há vida humana digna. Fazendo interpretação sistemática e teleológica, o STF entendeu que medida provisória pode tratar de matéria penal, desde que seja para beneficiar o réu. (RE 254818/PR, julgado em 08/11/2000)
Limite Implícito
Redução de cláusula pétrea e a titularidade do Poder Constituinte Originário (não pode existir emenda que restrinja a titularidade do poder constituinte originário); emenda modificando o exercente do poder reformador; as limitações metajurídicas; modificação do processo de emendas futuras, facilitando ou dificultando (há quem diga que pode dificultar) os processos de emenda, se permitir que dificulte, o reformador está limitando a si próprio o que não é possível juridicamente. Pode haver uma nova revisão constitucional como foi em 1993? Está relacionado com a possibilidade de poder facilitar a revisão constitucional; o rol de cláusulas pétreas, o conteúdo é fluido no tempo, a questão é saber se pode ou não modificar o rol, há quem diga que pode aumentar (ROBÉRIO acha que não, mesmo motivo acima), a possibilidade de reduzir traz a discussão de possibilidade de DUPLA REVISÃO. JORGE MIRANDA afirma que existem 03 posições: 1) insuperáveis, não podem ser reduzidas; 2) ilegítimas, há quem diga que não pode existir porque o povo de hoje não pode condicionar o povo do futuro, a geração atual não pode criar amarras para as gerações futuras; 3) Legítimas, mas superáveis, pela DUPLA REVISÃO = 1a. emenda para retirar do rol de cláusulas pétreas que está incomodando; 2a. modificar realmente. APROFUNDAR seria falar em plebiscito ou referendo. A República e o Presidencialismo são cláusulas pétreas? Houve a possibilidade de modificação em revisão. Há quem diga que a república é uma cláusula implícita, porque dentro da ideia de forma federativa de Estado, a proteção do voto periódico também, protegeria a república. ROBÉRIO: são limitações implícitas, mas especiais (artigo 2o., ADCT), o povo decidiu assim não pode haver emenda contra a vontade, mas pode ser superada por meio de uma outra consulta direta ao povo. Artigo 127, CF o MP é instituição permanente, pode ser extinto por emenda? Pode ter suas atribuições extintas por emenda? MP é cláusula pétrea ou instituição permanente? HUGO NIGRO MAZZILLI é cláusula pétrea. Forças armadas, polícia federal, rodoviária e ferroviária também são instituições permanentes.
Limite Processual ou Formal
INCISOS I a III – limitações formais, no inciso I, troca-se o OU pelo E. O STF não se posicionou sobre a possibilidade de iniciativa popular para proposta de emenda, mas pode-se defender isso, a maioria dos autores não aceita.
Graus de Legitimidade das Constituições
A Constituição promulgada é mais legítima que a Constituição que foi outorgada. A constituição será mais legítima, quanto mais atender aos procedimentos da assembleia constituinte. O procedimento constituinte é imposto pela própria assembleia constituinte, mas, se na hora de julgar, não obedecer a alguns procedimentos, não faz diferença porque a assembleia constituinte não está obrigada por ela própria, seus procedimentos NÃO emanam de uma ordem superior. A violação aos procedimentos não é jurídica, assim, a sua autolimitação pode ser revista a qualquer momento. LEGITIMIDADE é diferente de LEGALIDADE, EXEMPLO: o ato revolucionário é ILEGAL, por sua natureza, mas NÃO é ilegítimo. Obedecer ao procedimento aproxima a constituição da legitimidade, mas, sozinho não quer dizer nada. A participação do povo legitima a constituição, quanto maior a participação, maior a legitimidade. Outro critério é o critério do CONSENSUS, será legítima a Constituição que atendeu a posição da maioria. É um critério que também é sedutor, quanto mais atender ao que o povo pensa, mais legítima é. Mas, sozinho não serve, porque por trás da ideia de atender à maioria não pode desrespeitar os direitos da minoria, porque deve ser a constituição de todos e não da maioria. Outro critério é o do EXERCÍCIO CONFORME OS INTERESSES DO TITULAR do poder constituinte, quando mais o exercente atue no interesse do titular, mais legítima será a constituição. Esse critério sozinho é insuficiente, porque há um pluralismo reinante, que faz parte do jogo democrático. A constituição pode ser legítima ou não a partir da análise de todos os critérios, nenhum é suficiente sozinho, devem ser conjugados. A constituição pode começar legítima e depois deixar de ser, quando passe a ser instrumento de exercício de poder da classe dominante. O contrário também pode ocorrer, ou seja, pode uma constituição ser outorgada e com o passar do tempo tornar-se legítima.[8: LEGALIDADE E LEGITIMIDADE: (PAULO BONAVIDES, Ciência política)LEGAL E ILEGÍTIMO: poder conquistado segundo as regras vigentes mas desvirtuado por aquele que o exerce.ILEGAL E LEGÍTIMO: movimentos revolucionários (rompem com a ordem vigente) que traduzam os anseios populares.]
Fenômeno do Direito Constitucional Intertemporal
A partir das relações da nova constituição com a ordem infraconstitucional é que se podem observar os fenômenos: 1) RECEPÇÃO – a nova constituição recebe a legislação inferior, que não lhe é materialmente ofensiva. Observe-se que a compatibilidade é MATERIAL. Do ponto de vista formal, não há que se indagar se a lei anterior é ou não conforme a nova constituição. Se no momento em que a lei surge é de acordo com a constituição vigente ela é válida. *Obs: A partir do julgamento da ADPF 130 (Lei de Imprensa), julgada em abril de 2009, o STF passou a entender que norma anterior incompatível com a nova ordem constitucional é tida como não-recepcionada, abanando a nomenclatura outrora empregada (revogação). *Obs: lei anterior não pode ser objeto de ADIN, mas, a ADPF pode ter por objeto lei anterior à CF. Pode ser protelado para o futuro o momento em que a legislação anterior contrária permaneça vigendo, isso deve ser expresso, EXEMPLO: artigo 25, ADCT. Inclusive com a utilização do termo: REVOGADO; 2) REPRISTINAÇÃO – pode se aplicar no momento de sucessão de constituições no tempo, a repristinação só é válida quando expressa; 3) DESCONSTITUCIONALIZAÇÃO – o normal é que quando surge uma nova Constituição a anterior será completamente apagada, mas, por esse fenômeno, ao invés de descartar a CF anterior, pode permanecer no ordenamento jurídico como lei ordinária, isso pode ocorrer quando se tem uma CF longa e pretende-se ter uma norma breve. Há o fenômeno pelo qual a CF permite que sejam aplicadas normas da CF anterior, EX. art. 27 e 29, ADCT. Esse fenômeno não se confunde com a desconstitucionalização. 
Mutação Constitucional 
Permite a alteração da constituição sem alteração do texto constitucional, adequação da constituição à realidade social. O fundamento de validade para a mutação constitucional está na Teoria dos Poderes Implícitos (poderes necessários para dar cumprimento às suas competências, aos seus objetivos e aos seus deveres). A mutação demonstra um resquício do Poder Constituinte na atuação do judiciário. Pode ocorrer a mutação pelas seguintes técnicas: 1) Interpretação - posição do STF que se modifica no tempo; 2) Construção Constitucional - trata-se de uma teoria norte-americana, que consiste em conjugar dois preceitos constitucionais para extrair o sentido do preceito. Alguns autores afirmam que isso na verdade é interpretação sistemática; 3) Prática Constitucional - utilização reiterada do costume de uma determinada sociedade, pode estabelecer o conteúdo do texto constitucional; 4) Prática Inconstitucional: mesmo que o anterior, mas ofende a constituição, é método ilegítimo e não pode ser reconhecido. A mutação constitucional pode ocorrer por intermédio do Poder Legislativo, quando ele pretende regulamentar algum preceito constitucional, e depois modificar a lei que tenha anteriormente feito. Por outro lado, o Poder Judiciário também pode ser responsável por mutação, quando determina os limites do alcance da norma constitucional.Revisão Constitucional
Estava prevista no artigo 3o, do ADCT, e submetida a um LIMITE TEMPORAL – 05 anos depois de promulgada a constituição; LIMITE FORMAL – unicameral por voto de maioria absoluta. É cabível o controle de constitucionalidade das emendas de revisão constitucional.
Tratados Internacionais 
 Atualmente, há nova forma de alteração formal do texto constitucional, nos termos do novo § 3o., do artigo 5o., CF. Alguns defendem a inconstitucionalidade do dispositivo, porque teria dificultado a absorção dos tratados de direitos humanos, que já poderiam ingressar no ordenamento com menos exigência, a teor do § 2o. O STF não confere status constitucional ao tratado que ingressou na forma do art. 5 º do § 2 º, da CF. Há quem diga que, havendo maioria simples, os tratados ingressariam como lei ordinária. O dispositivo somente cria uma nova possibilidade de emenda constitucional. O STF, em 03.12.08 (RE 466.343-SP e HC 87.585-TO), atribuiu status supralegal para os tratados de direitos humanos não aprovados com o quorum qualificado previsto no art. 5º, § 3º, da CF (tese vencedora do Min. Gilmar Mendes). Para Celso de Mello, vencido, ingressariam no ordenamento jurídico brasileiro ou como norma constitucional (posição da doutrina avalizada pelo Min. Celso de Mello – HC 87.585-TO, seja em relação aos tratados aprovados com quorum qualificado, seja em relação aos tratados de direitos humanos vigentes no Brasil antes da EC 45/2004
Poder Constituinte Derivado Decorrente
É com base nesse poder que são elaboradas as Constituições Estaduais e as Leis Orgânicas Municipais. Há, na doutrina, quem discorde de que as leis orgânicas são expressão do poder constituinte derivado decorrente, já que os Municípios são entidades federadas. Esse poder possui as mesmas características do poder reformador. As normas derivadas do poder decorrente podem ser: 1) NORMAS PRÓPRIAS – são as imaginadas e discutidas pelo poder decorrente dentro de sua competência; 2) NORMAS REPETIDAS – há correspondente na constituição. Aqui, há ainda outra divisão: a) Normas de repetição obrigatórias: normas centrais federais, de comando obrigatório, que alcançam os estados membros de forma obrigatória. Tais normas limitam a autonomia organizativa dos estados membros. Integram o ordenamento jurídico dos Estados-membros independente de repetição dessas normas na Constituição dos Estados-membros, cabendo ao Poder Constituinte Decorrente apenas complementar a obra do Constituinte Federal; b) Normas de repetição facultativas – o legislador estadual ou municipal pode repetir ou não, mas, se repetir deve obedecer à simetria. A distinção entre norma de repetição obrigatória e facultativa desperta interesse em sede de controle de constitucionalidade de leis estaduais, pois se a norma impugnada em sede de ADI Estadual for de repetição obrigatória há a possibilidade de interposição de recurso extraordinário para o STF, visualizando-se, assim, uma espécie de transformação de controle concreto para abstrato, que é a regra em sede de ADI (à exceção de ADI interventiva, onde se constata um controle concentrado e concreto).[9: Classificação doutrinária tradicional (e suponho que majoritária) reduz o poder constituinte derivado decorrente ao poder constituinte dos Estados-membros, não incluindo o poder de os municípios elaborarem suas próprias Leis Orgânicas. ]
SELEÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA: Ao Poder Legislativo Federal ou Estadual não está aberta a possibilidade de nova revisão constitucional, como disposto no ADCT. (ADI 1722 MC/TO); Viola a separação dos poderes a norma de Constituição que proíbe a realização de prova oral nos concurso públicos em geral, notadamente na magistratura e MP. (ADI 1080 MC/PR, Julgamento: 29/06/1994) Autonomia do Estado membro, impossibilidade de EMENDA proibir a prova oral, separação de poderes; Na ADI 425/TO (2002) o STF assentou que os Estados-membros podem editar medidas provisórias em face do princípio da simetria, obedecidas as regras básicas do processo legislativo no âmbito da União (CF, artigo 62). 2. Constitui forma de restrição não prevista no vigente sistema constitucional pátrio (CF, § 1º do artigo 25) qualquer limitação imposta às unidades federadas para a edição de medidas provisórias. Legitimidade e facultatividade de sua adoção pelos Estados-membros, a exemplo da União Federal
Direitos Humanos
O que são direitos humanos. Direitos humanos e direitos fundamentais.
Numa primeira abordagem, é possível definir direitos humanos como conjunto de direitos que materializam a dignidade humana; direitos básicos, imprescindíveis para a concretização da dignidade humana. É extremamente comum utilizar também a expressão “direitos fundamentais” para se referir aos direitos que materializam a dignidade humana, cabendo perquirir se haveria, entre os direitos humanos e os direitos fundamentais, alguma diferença. Em essência, não há basicamente diferença: direitos humanos e direitos fundamentais representam, muitas vezes, os mesmos direitos. Entretanto, construiu-se uma diferenciação quanto ao plano de positivação; a expressão “direitos fundamentais” ficou reservada aos direitos positivados na ordem jurídica interna do Estado, enquanto a expressão “direitos humanos” passou a ser utilizada para referir aos direitos positivados na ordem internacional. É possível haver direito humano que não seja consagrado como direito fundamental e vice-versa; basta que um tratado internacional preveja um direito não previsto na ordem jurídica interna do Estado ou que ocorra o contrário. De todo modo, essa não é a regra, pois, atualmente, a maioria dos direitos previstos nas constituições têm previsão, outrossim, em documentos internacionais.
 Centralidade dos Direitos Humanos. Por que Direitos Humanos São Tão Importantes?
Os direitos humanos constituem ponto central nos Estados Constitucionais, sendo inerentes à ideia de Estado Democrático de Direito, e a razão é simples. Um Estado no qual as pessoas não tenham liberdades básicas reconhecidas é um Estado arbitrário e, como bem demonstra a História, onde há arbitrariedade estatal, não há vida harmônica em sociedade, mas sim temor, perseguição e desrespeito ao ser humano. O Estado Brasileiro adota a dignidade humana como um dos seus fundamentos, conforme positivado no art. 1º, III, CF, a denotar um comprometimento com a afirmação dos direitos humanos.
Quais São os Direitos Humanos. Tipos de Direitos 
A relação de direitos que materializam a dignidade humana é bastante ampla, abrangendo vida, liberdade, igualdade, saúde, educação, acesso à cultura, proteção ao ambiente, e tantos outros. Os diversos direitos estão “agrupados” sob a seguinte rubrica:• Direitos civis; • Direitos políticos; • Direitos sociais; • Direitos econômicos; • Direitos culturais; • Direitos difusos. Esses direitos foram sendo reconhecidos gradativamente no curso da História, tendo sido institucionalizados em diferentes momentos históricos, daí surgindo a teoria das gerações, que será analisada mais adiante.
 Direitos e Garantias. Tipos de Garantias 
Um direito representa um determinado bem em si, atrelado ao valor nele existente, enquanto que as garantias representam bens de caráter instrumental, bens que estão atrelados a outro valor, visando protegê-los, sendo as garantias instrumentos de proteção de direitos. Existem garantias da constituição, visando preservá-la de situações que coloquem em risco sua supremacia e a normalidade constitucional, podendo ser citadas a rigidez constitucional, a jurisdição constitucional e os mecanismos de legalidade extraordinária (estados de defesa e sítio); garantias institucionais, que constituem verdadeiras prerrogativas das Instituições; e garantias de direitos subjetivos, que constituem instrumentos de proteção de direitos subjetivos, extremamente importantes na busca da efetivação dos mesmos, pois de nada adiantaria reconhecer direitos se não houvesse instrumentos capazes de torná-los efetivos e protegê-los de atuações arbitrárias. Algumas das garantias de direitos subjetivospossuem feição típica de ação processual e, bem por isso, são conhecidas como ações constitucionais. São: 1) habeas corpus - uma garantia do direito à liberdade de locomoção; 2) habeas data - garantia do direito à liberdade de informação de caráter pessoal; 3) mandado de segurança - garantia de direitos em geral; 4) mandado de injunção - garantia de direitos inviabilizados por falta de regulamentação; 5) ação popular – garantia do direito de proteção ao patrimônio público.
Características dos Direitos Humanos 
Costuma-se indicar, no plano de uma teoria geral, características que seriam inerentes aos direitos humanos como um todo. Essas características gerais são: • Historicidade;• Universalidade;• Relatividade;• Irrenunciabilidade;• Inalienabilidade;• Imprescritibilidade;• Unidade, indivisibilidade e interdependência.
Hermenêutica Constitucional 
Toda a hermenêutica constitucional procura a CONCRETIZAÇÃO DA NORMA CONSTITUCIONAL, considera, além do objeto do texto, os fatos do mundo real, ou seja, deve ser levada em consideração a realidade concreta do mundo. A tarefa de hermenêutica constitucional trará consequências para toda a sociedade. Para evitar que a interpretação seja desarrazoada, há o estabelecimento de regras, métodos e princípios de hermenêutica, que permitirão um certo controle sobre a atividade interpretativa, garantindo uma certa uniformidade, ou seja, alguns pontos comuns estarão presentes na atividade interpretativa, busca do EQUILÍBRIO. A liberdade do operador existe, mas não é absoluta, já que se encontra limitada por determinadas regras.
 Características da Hermenêutica Constitucional
	CARACTERÍSTICAS DA HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL
	PREÂMBULO
	Mesmo que o STF não o reconheça como norma constitucional, é regra interpretativa
	PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS
	São decididos antes da elaboração do texto, no momento de construção das normas, deve-se lembrar dos conceitos – VETORES INTERPRETATIVOS QUE IMPRIMEM COESÃO, HARMONIA E UNIDADE AO SISTEMA
	UNIDADE DA CONSTITUIÇÃO
	A Constituição é um sistema único, não pode ser uma colcha de retalhos
	INTERPRETAÇÃO INTRÍNSECA
	A Constituição será interpretada dentro dos parâmetros positivos da constituição, a Constituição não pode ser interpretada à luz da lei ordinária. A lei ordinária que é interpretada a partir da constituição – NEOCONSTITUCIONALISMO – CONSTITUCIONALIZAÇÃO DO DIREITO
Espécies de Interpretação Constitucional 
Interpretação Judicial 
Irá produzir uma NORMA DE DECISÃO, concretizando a constituição no caso concreto. O STF é um legislador negativo, na medida em que retira do ordenamento as normas inconstitucionais. Entendendo-se a norma como resultado da interpretação, não há como afastar a noção de que o Judiciário produz norma (PRODUZ A NORMA DO CASO CONCRETO). O limite da norma de decisão é o STF, a partir da interpretação do STF, não há nada que se possa fazer, senão a REVOLUÇÃO, para que surja uma nova ordem constitucional;
Interpretação Administrativa 
Quando o chefe do executivo entende que a lei é inconstitucional, ele pode deixar de dar cumprimento a lei. *Obs: o STF ainda não se manifestou sobre tal possibilidade; [10: LUIS ROBERTO BARROSO (O Controle de constitucionalidade..., P. 70) informa que: “No Brasil, anteriormente à Constituição de 1988, a doutrina e a jurisprudência haviam se consolidado no sentido de ser legítimo o Chefe do Executivo deixar de aplicar uma lei que considerasse inconstitucional, bem como expedir determinação àqueles submetidos a seu poder hierárquico para que procedessem da mesma forma”. Após a CF/88 este poder passou a ser questionado, visto que, com a ampliação do rol dos legitimados à propositura de ADI´s, os Chefes do Executivo poderiam agora ajuizar eles mesmo a ação direta de inconstitucionalidade, devendo aplicar as leis até que a inconstitucionalidade das mesmas fosse reconhecida. Contra este último argumento objeta-se que a referida legitimidade não inclui os Prefeitos Municipais (em relação à CF). Além disso, alega-se que obrigar o Poder Executivo a cumprir uma lei que ele entenda inconstitucional seria ferir o princípio maior da supremacacia da Constituição. Após a CF/88, o STJ (Resp 23221) já se manifestou pela possibilidade de o Executivo deixar de aplicar lei que entenda inconstitucional. O STF, contudo, ainda não se manifestou expressamente sobre o tema após a CF/88. A nova redação conferida ao art. 102, par. 2º da CF/88, pela EC 3/93 e posteriormente pela EC 45/04, previu que as ADI´s e ADC´s teriam efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal. Com isso, BARROSO argumenta que: “ao estabelecer que a declaração de constitucionalidade vincula o Executivo, o dispositivo pressupõe que até que ela ocorra poderia ele considerar a norma inconstitucional.]
Intepretação Doutrinária 
Pode servir para a interpretação de algum conceito aberto; 4) INTERPRETAÇÃO AUTÊNTICA – é questão dividida na doutrina: a) entendem que sim, por meio de emendas constitucionais; b) entendem que não existe a interpretação autêntica, porque quem faz a CF é o poder constituinte originário, assim, a emenda não é da mesma fonte criadora (POSIÇÃO MAJORITÁRIA). No Brasil, isso não tem consequência prática, porque, a utilidade dessa interpretação é a retroatividade da lei nova em relação à lei interpretada, o que não pode ocorrer com as emendas constitucionais, que não têm efeitos retroativos.
Métodos de Hermenêutica Constitucional 
Os métodos de interpretação são caminhos que não se excluem, podem ser usados ao mesmo tempo, no processo de interpretação constitucional. Métodos clássicos: gramatical ou literal; histórico; sistemático; lógico; teleológico.
Método Tópico - Problemático
O intérprete deve preferir a verificação da finalidade prática da interpretação para resolver um problema prático. Ou seja, valoriza a solução de um determinado problema. Isto é, o intérprete quer discutir o problema que está posto diante de si para solucioná-lo, está ligado à ideia de constituição aberta. É a PRIMAZIA DO PROBLEMA (MPF). O método tópico foi desenvolvido pelos juristas alemães THEODOR VIEHWEG e JOSEF ESSER. A principal crítica feita ao método tópico é a de que "além de poder conduzir a um casuísmo sem limites, a interpretação não deve partir do problema para a norma, mas desta para os problemas." Com a tópica, a norma e o sistema perdem o primado: são rebaixados à condição de meros pontos de vista ou "tópoi", cedendo lugar à hegemonia do problema.
 Método Integrativo ou Científico-Espiritual
Na doutrina de RUDOLF SMEND, a base de valoração, vale dizer, os valores expressos e tutelados pela Constituição (econômicos, sociais, políticos e culturais) operam como valores de interpretação coletivos dos cidadãos e, destarte, devem ser compreendidos e aplicados. Como acentua PAULO BONAVIDES: "A concepção de Smend é precursoramente sistêmica e espiritualista: vê na Constituição um conjunto de distintos fatores integrativos com distintos graus de legitimidade. Esses fatores são a parte fundamental do sistema, tanto quanto o território é a sua parte mais concreta. O intérprete constitucional deve prender-se sempre à realidade da vida, à "concretude" da existência, compreendida esta sobretudo pelo que tem de espiritual, enquanto processo unitário e renovador da própria realidade, submetida à lei de sua integração."
Método Concretizador ou Método Concretista - Concretismo Interpretativo
O intérprete sempre deve ter uma noção de que a interpretação é a concretização da Constituição pela importância que se deve dar aos fatos reais. Ou seja, o intérprete deve ter uma compreensão prévia da constituição para permitir a concretização em uma determinada ambiência histórica. O método concretista foi desenvolvido por três juristas alemães Konrad Hesse, Friedrich Müller e Peter Häberle. Cada um deles ofereceu valiosas contribuições para o desenvolvimento desse método, gravita em torno

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